Cenário Econômico Nacional – 17/01/2022

Cenário Econômico Nacional – 17/01/2022

Cenário Econômico Nacional – 17/01/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central


Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

  • Produção da indústria brasileira cai 20% em 10 anos e enfraquece a economia
  • Mercado prevê que inflação de 2021 foi de 9,99%, aponta BC
  • Exportações de carne bovina caem 7% em 2021 com embargo da China
  • Alugueis residenciais tiveram queda de 0,61% em 2021, aponta novo indicador da FGV
  • Inflação estoura a meta e encerra 2021 em 10,06%
  • Defasagem da tabela do Imposto de Renda chega a 134,52%, dizem auditores da Receita
  • Inflação no Brasil é a 3ª maior em ranking das principais economias do mundo
  • Setor de serviços cresce 2,4% em novembro, após dois meses de queda
  • Consumo dos brasileiros será menor que o esperado em 2021
  • Governo de São Paulo começa a vacinar crianças contra Covid-19
  • Bolsonaro promete solução para dívidas de micro e pequenas empresas até terça (11)
  • Governo deve abrir consulta sobre venda de Porto de Santos no próximo dia 20
  • Bolsonaro diz que reformas não devem avançar em 2022
  • STF permite teletrabalho de servidores até 31 de janeiro, por alta de casos da Covid-19 e gripe em Brasília
  • Após veto, governo edita medidas para regularizar impostos devidos por MEIs e empresas do Simples
  • Lula mantém liderança em corrida pelo Planalto, Bolsonaro segue isolado em 2°, diz Quaest
  • Bolsonaro põe fim à trégua com STF e liga ministros à candidatura de Lula
  • Deputados do PSOL pedem que MPF investigue Queiroga e Kicis por vazamento de dados de médicos
  • Senado pode votar projeto elevando isenção de IR para R$ 3.300,00
  • Temendo desgastes eleitorais com nova troca na Saúde, centrão trabalha para manter Queiroga no cargo
  • Latam cancela voos nacionais e internacionais após aumento de casos de Covid e Influenza
  • Startup organiza reciclagem de resíduos sólidos e oferece incentivo financeiro para estimular coleta em SP
  • Bares e restaurantes afastam 20% dos funcionários por gripe ou Covid toda semana desde dezembro, diz Abrasel
  • Nove em cada dez pequenos negócios usam PIX, aponta estudo
  • Vendas em shoppings da Multiplan no 4º trimestre ultrapassam nível de 2019
  • Uber Shuttle, serviço de ônibus empresarial, começa a operar no Brasil
  • Turismo tem prejuízo de R$ 463,8 bilhões na pandemia; CNC vê alta de 22,5% em 2021
  • Aliansce propõe fusão com BR Malls para criar gigante de shoppings
  • Selic
  • IGP-M
  • IPCA
  • PIB
  • Mercado acionário e câmbio

Produção da indústria brasileira cai 20% em 10 anos e enfraquece a economia

Ainda sob os efeitos da crise causada pela Covid-19, a indústria brasileira chegou a novembro passado com seis meses de quedas na produção, marcando uma década perdida, com queda de 20% na produção desde 2011. Apesar da pandemia, as dificuldades vêm de antes.

Ao longo da década de 2010, a participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 33%, e foram aniquilados cerca de 800 mil empregos no setor, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os efeitos se espalham, já que a elevada quantidade de vagas formais é uma marca do emprego industrial, mostra estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

“O setor industrial, ano a ano, vem perdendo espaço na estrutura econômica do País”, diz André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do IBGE.

Após afundar com a paralisação das fábricas em meio ao isolamento social, no início da pandemia, a produção ensaiou uma recuperação no segundo semestre de 2020 e chegou a superar o nível pré-Covid-19. Ao longo de 2021, porém, a retomada rateou. Segundo o IBGE, depois de seis meses de quedas consecutivas, a produção industrial operava, em novembro, 20,4% abaixo do pico alcançado em maio de 2011.

Com a produção andando de lado, a indústria vem perdendo participação na economia como um todo. De 2010 a 2020, a fatia do setor no PIB caiu de 27,4% para 20,5%. Em outubro de 2021, o PIB industrial ainda era 14% menor do que em março de 2014, último mês antes da recessão que se estendeu até 2016, mostram cálculos com base em estimativas do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo economistas, a indústria vem sendo afetada por uma combinação de problemas conjunturais, que variam conforme a crise do momento, e estruturais. São eles inflação e juros elevados, câmbio desfavorável (quando a cotação do dólar fica baixa demais perante o real, dificulta as exportações e favorece as importações) –, desequilíbrios nas contas do governo, incertezas políticas e econômicas, gargalos de infraestrutura, o complexo sistema tributário, a falta de mão de obra qualificada e o custo da energia.

O economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin, lembra que a redução do peso da indústria no PIB ocorre desde o fim da década de 1980. O especialista inclui no rol de problemas a abertura comercial “abrupta”, com redução de tarifas de importação, a partir dos anos 1990.

Para o economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio, Jonathas Goulart, em meados da década passada, o aumento de impostos e elevação de gastos públicos chegaram ao limite, causando rombos grandes demais nas contas do governo.

O desequilíbrio nas contas do governo torna o problema estrutural do sistema tributário ainda maior e afeta problemas conjunturais, como a alta do dólar no mercado financeiro, que serve de combustível para a inflação, explica Goulart. Diante da perspectiva de mais inflação, os juros futuros sobem no mercado financeiro e, em seguida, o Banco Central sobe os juros básicos. O crédito mais caro arrefece a demanda dos consumidores, ao mesmo tempo em que torna o investimento da indústria menos vantajoso.

Mercado prevê que inflação de 2021 foi de 9,99%, aponta BC

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga na terça-feira (11) a inflação oficial de 2021. Conforme as expectativas do mercado financeiro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve registrar uma alta acumulada de 9,99% no período entre janeiro e dezembro do ano passado.

A nova estimativa, divulgada na segunda-feira (10) pelo Boletim Focus, do BC (Banco Central), é menor pela quinta semana consecutiva. Há sete dias, as apostas apontavam para uma alta de 10,01% do IPCA e, há quatro semanas, o salto previsto para os preços era de 10,05%.

Caso a nova expectativa seja confirmada, a inflação oficial de preços terá quase o dobro da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

No ano passado, os consumidores brasileiros sofreram com as sucessivas altas no preço da energia elétrica e dos combustíveis, que causam um efeito cascata em outros produtos da economia.

Já para 2022, a previsão para o índice oficial de preços foi mantida em 5,03%. A aposta para 2023 recuou de 3,41% para 3,36% e a de 2024 ficou estável em 3%. As previsões mostram também que o dólar deve fechar o ano em R$ 5,60. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos médicos, a expectativa é de alta de 4,67% neste ano.

Exportações de carne bovina caem 7% em 2021 com embargo da China

As exportações totais de carne bovina em 2021 caíram 7% em volume, para 1,867 milhões de toneladas, em função do embargo da China.

Apesar disso, em receita, as vendas externas cresceram 9%, para US$ 8,4 bilhões, apoiada na elevação de preços do mercado internacional.

É o que mostram dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou os dados Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.

O embargo chinês vigorou entre 4 de setembro e 15 de dezembro.

Embora tenha reduzido suas importações de 1,182 milhões de toneladas em 2020 para 950 mil toneladas em 2021, a China continua sendo o maior comprador da carne bovina brasileira, através da movimentação realizada pela cidade estado de Hong Kong e pelas compras realizadas pelo continente.

Alugueis residenciais tiveram queda de 0,61% em 2021, aponta novo indicador da FGV

Os alugueis residenciais ficaram em média 0,61% mais baratos em 2021, segundo um novo indicador lançado na terça-feira (11) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em dezembro, houve alta de 0,66%, abaixo dos 0,79% de novembro.

O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil.

“O setor imobiliário foi profundamente afetado pelos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho”, avaliou Paulo Picchetti, Pesquisador do FGV IBRE e responsável pela metodologia do IVAR.

“O desemprego elevado sustentou negociações entre inquilinos e proprietários que resultaram, em sua maioria, em queda ou manutenção dos valores dos aluguéis, contribuindo para o recuo da taxa anual do índice”, completou.

“Com a renda familiar em baixa, os valores dos aluguéis tendem a acompanhar tal tendência, refletindo o avanço das negociações entre inquilinos e proprietários”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV IBRE.

O Ivar acompanha os preços dos alugueis residenciais em quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Entre esses locais, a maior alta em dezembro foi registrada em Belo Horizonte, com alta de 1,17% – acima dos 1% de novembro.

O indicador também acelerou em Porto Alegre entre novembro e dezembro, passando de 0,27% para 0,43%. Já em São Paulo e Rio de Janeiro, o Ivar desacelerou do penúltimo para o último mês do ano: de 0,78% para 0,48%, e de 1,46% para 1,03%, respectivamente.

No acumulado do ano, a maior queda no valor dos alugueis foi registrada em São Paulo, de 1,83%. Em Porto Alegre a taxa acumulou queda de 0,35%. A maior alta ficou com Belo Horizonte, de 1,46%, seguida por Rio de Janeiro, com elevação de 0,46%.

Inflação estoura a meta e encerra 2021 em 10,06%

A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano de 2021 com avanço acumulado de 10,06%, a maior taxa anual desde 2015, informou na terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o indicador ficou bem acima do teto da meta estipulado pelo governo, de 5,25%. O resultado veio acima das expectativas do consenso do mercado.

Apesar da forte alta no último ano, o IPCA mostrou tendência de desaceleração no final do período. Em dezembro de 2021, a inflação foi de 0,73%, 0,22 ponto percentual abaixo da taxa de 0,95% registrada em novembro.

O ano de 2021 foi marcado por choques de custos em meio à pandemia de Covid-19, que afetou a cadeia de oferta global e provocou alta dos preços em todo o mundo. A economia brasileira também enfrentou alta de commodities e desvalorização da taxa de câmbio, bem como avanço nos preços dos combustíveis e crise hídrica que pegou em cheio as contas de luz.

O resultado de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo transportes, puxado pela alta no preço dos combustíveis. A categoria apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 pontos percentuais) no acumulado do ano.

Em nota, o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, acrescentou que, com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. “Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, complementa.

Outro destaque nos transportes foi o preço dos automóveis novos, que subiu 16,16%, e usados (15,05%). “Esse aumento se explica pelo desarranjo na cadeia produtiva do setor automotivo. Houve uma retomada na demanda global que a oferta não conseguiu suprir, ocorrendo, por exemplo, atrasos nas entregas de peças e, as vezes do próprio automóvel”, explicou o técnico do IBGE em comunicado.

Em seguida, puxou a variação do IPCA o grupo habitação (13,05%), com o maior peso da energia elétrica, com aumento de 21,21% no ano. Por fim, a categoria alimentação e bebidas subiu 7,94%. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.

Com o estouro da meta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, terá que escrever uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, explicando os motivos de o objetivo não ter sido cumprido, a sexta vez que isso ocorre desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999.

Defasagem da tabela do Imposto de Renda chega a 134,52%, dizem auditores da Receita

Com a inflação oficial do país atingindo 10,06% no ano passado, a defasagem acumulada da tabela do Imposto de Renda de pessoas físicas chega a 134,52%, informou o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional).

O percentual é calculado considerando a inflação acumulada de 1996 a 2021, descontado os eventuais reajustes feitos pelo governo. Segundo o Sindifisco, somente em 2002 e de 2005 a 2015 houve correção da tabela. Ainda assim, em alguns anos a correção não cobriu a inflação do ano, muito menos recompôs as perdas acumuladas.

Entre 1996 e 2021, período considerado no estudo, a variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somou 391,62%, o que supera os reajustes nas faixas de cobrança do IR, que ficaram em 109,63%, resultando na defasagem de 134,52%.

O Sindifisco afirma que o ano inicial do estudo é 1996 porque foi a partir desta data que a tabela começou a ter os valores computados em reais.

A defasagem da tabela do IR faz com que o contribuinte, na prática, esteja pagando mais imposto a cada ano. “A não correção da Tabela do IRPF ou sua correção parcial em relação à inflação aumenta a carga tributária e penaliza de maneira mais acentuada o contribuinte de menor renda, notadamente a classe média assalariada”, diz o Sindifisco.

Pelos cálculos do Sindifisco, caso a tabela do Imposto de Renda tivesse sido corrigida pela inflação, nenhum contribuinte do Imposto de Renda cuja renda tributável mensal seja inferior a R$ 4.427,59 pagaria o imposto.

Pela tabela atual, todos os contribuintes com renda tributável superior a R$ 1.903,98 pagam Imposto de Renda. “Essa diferença, de R$ 2.524,51, penaliza principalmente aqueles contribuintes de mais baixa renda que estariam na faixa de isenção, mas que, devido à defasagem existente, são tributados à alíquota de 7,5%”, diz o Sindifisco.

De acordo com estimativas realizadas pelo Sindifisco Nacional, o reajuste integral da tabela traria aproximadamente 12 milhões de pessoas para a faixa de isenção.

A correção da tabela do Imposto de Renda foi uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018. A promessa, na época, era isentar de pagar o imposto quem ganhava até cinco salário mínimos.

Em junho deste ano, o governo enviou um projeto de lei reajustando a faixa de isenção da tabela do de R$ 1.903,98 para R$ 2,5 mil, uma correção de 31%, abaixo da prometida. As demais faixas do IR também foram ajustadas, mas em menor proporção (cerca de 13%).

Inflação no Brasil é a 3ª maior em ranking das principais economias do mundo

A inflação brasileira em 2021, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ser a terceira mais alta entre as principais economias do mundo, ficando apenas atrás da Argentina e da Turquia, segundo levantamento da economista-chefe Andrea Damico, da Armor Capital, com os dados da plataforma CEIC Data.

O IPCA ficou em dois dígitos em 2021, com alta de 10,06%, o maior aumento desde 2015 (10,67%), e superou em muito o teto da meta de inflação (5,25%), o centro era de 3,75%. O desvio em relação à banda superior do objetivo a ser perseguido pelo Banco Central foi o maior em quase 20 anos, uma vez que, em 2002, o “estouro” foi de mais de 7 pontos porcentuais.

Alguns países ainda não divulgaram o dado de dezembro e o fechado de 2021. Neles, o levantamento considerou a taxa em 12 meses até novembro do ano passado. É o caso da Argentina, onde a inflação ao consumidor acumulava 51,2% em 12 meses até novembro.

Na Turquia, o índice saltou 36,08% de janeiro a dezembro, um recorde em 20 anos, em meio à intervenção do presidente Recep Tayyip Erdogan no Banco Central do país, com pressão para reduzir juros.

O índice chinês acumulou 1,50% no ano passado. Já a economia americana teve a maior alta de preços desde junho de 1982 (7%), também ultrapassando a meta de 2,0%.

Responsável pelo levantamento, Andrea Damico reconhece o caráter global da alta de preços, com o aumento de commodities (produtos básicos como alimentos, petróleo e minério) e o choque de custos no atacado, em parte explicado pelos problemas na cadeia de suprimentos, espalhando-se para o varejo. Mas argumenta que os sinais de problema vieram antes no Brasil. Enquanto os preços no atacado começaram a subir no mundo em 2021, no País, o salto já era claro no segundo semestre de 2020, turbinado pela alta atípica de dólar e commodities.

Para os economistas do Bradesco, a inflação ao consumidor deve perder força no mundo, mas continuará acima do ritmo de alta dos preços de antes da pandemia, mantendo assim sob pressão os bancos centrais de países emergentes.

Ao apresentar previsão de uma queda de 5,06% para 2,77% na inflação de 2022 contra 2021 em 74 países, excluindo Venezuela e Argentina do grupo, o Bradesco atribui o alívio ao fato de os preços já terem subido demais e à tendência de maior equilíbrio entre demanda, pressionada pelo aumento dos juros, e oferta, que tende a melhorar com a redução dos gargalos de produção.

Setor de serviços cresce 2,4% em novembro, após dois meses de queda

O setor de serviços cresceu 2,4% na passagem de outubro para novembro, após dois meses de taxas negativas, recuperando a perda acumulada de 2,2%. Com o resultado de novembro, o setor ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia de Covid-19, registrado em fevereiro de 2020, mas está 7,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada na quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, a recuperação do mês de novembro coloca o setor no maior patamar dos últimos seis anos, igualando-se ao nível de dezembro de 2015. “Das últimas 18 informações divulgadas, na comparação mês contra mês anterior, 15 foram positivas e 3 foram negativas: março, devido à segunda onda de Covid-19, e setembro e outubro, por conta de aumentos de preços em telecomunicações e passagens aéreas”, disse, em nota, o pesquisador.

Segundo o IBGE, quatro das cinco atividades pesquisadas avançaram no mês de novembro, com destaque para serviços de informação e comunicação (5,4%), que recuperaram a perda de 2,9% verificada nos dois meses anteriores. Com isso, a atividade se coloca num patamar 13,7% acima de fevereiro de 2020.

“Nessa atividade, sobressai o setor de tecnologia da informação, principalmente os segmentos de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca da internet; desenvolvimento e licenciamento de softwares e consultoria em tecnologia da informação”, disse Rodrigo Lobo.

O setor de tecnologia da informação cresceu 10,7% de outubro para novembro, maior taxa desde janeiro de 2018 (11,8%), ficando 47,4% acima do patamar pré-pandemia. “Depois do período mais agudo da pandemia, a partir de junho de 2020, o setor mostrou uma rápida recuperação, acelerando o ritmo de crescimento das receitas. Essas informações positivas são em boa parte explicadas pelo dinamismo das empresas do setor de Tecnologia da Informação, que fornecem serviços para outras empresas”, afirmou o gerente da pesquisa.

De acordo com o IBGE, o segundo impacto positivo no índice do novembro veio da atividade de transportes, que cresceu 1,8% e praticamente recuperou a perda de 1,9% observada entre setembro e outubro. Com isso, a atividade está num patamar 7,2% acima de fevereiro de 2020. “Os destaques na área de transportes foram transporte aéreo de passageiros, correio e transporte rodoviário de carga”, informou Lobo.

Com alta de 2,8%, os serviços prestados às famílias representaram o terceiro impacto positivo no mês. “Esta é a oitava taxa positiva seguida, acumulando um crescimento de 60,4%, mas ainda insuficiente para voltar ao patamar pré-pandemia. O segmento está operando num nível 11,8% abaixo de fevereiro de 2020”, explicou o pesquisador.

Por outro lado, com queda de 0,3%, os serviços profissionais, administrativos e complementares apresentam a quarta taxa negativa seguida, acumulando perda de 3,7%.

Regionalmente, 18 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços entre outubro e novembro de 2021. Entre os locais com taxas positivas, o impacto mais importante veio de São Paulo (4%), seguido por Rio de Janeiro (1,6%), Santa Catarina (3,7%) e Paraná (2,1%). Em contrapartida, o Mato Grosso do Sul (-4,0%) registrou a principal retração em termos regionais.

O índice de atividades turísticas subiu 4,2% frente a outubro, sétima taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 57,5%. O segmento ainda se encontra 16,2% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado.

“Esse índice de atividades turísticas tem um perfil muito semelhante ao perfil dos serviços prestados às famílias, pois muitas das atividades que compõem o indicador vêm desse segmento”, disse o pesquisador.

Consumo dos brasileiros será menor que o esperado em 2021

O consumo dos lares brasileiros em 2021 será menor do que o esperado. O dado consolidado do levantamento mensal da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) será divulgado apenas em fevereiro, mas a entidade já anunciou que o número deve ser menor do que o previsto anteriormente. O crescimento do consumo do ano passado, que estava estimado em 4,5%, agora, já é previsto para ser de 3%.

E esse crescimento se deve, principalmente, aos resultados obtidos no primeiro semestre do ano passado. No entanto, o aumento da inflação, as oscilações do câmbio, o crescimento das exportações e o desequilíbrio das cadeias de abastecimento provocado pela estiagem acabaram por mudar o cenário na segunda metade do ano. “No primeiro semestre houve um consumo muito grande. Houve uma mudança de patamares em comparação aos anos anteriores”, disse Márcio Milani, vice-presidente da Abras.

Para 2022, as perspectivas são de estabilidade, com um leve viés de queda. A Abras prevê que o consumo dos lares deste ano apresentará um crescimento de 2,8% neste ano, em linha com o que foi o ano passado. “Estamos sendo mais conservadores, mas se olharmos para uma projeção do PIB de 0,5% teremos um crescimento bastante expressivo”, diz Milani.

O executivo destaca que existem cinco fatores que ainda merecem atenção do setor e que podem influenciar negativamente no consumo deste ano. O primeiro deles é o índice de confiança do consumidor, que caiu de 80% em dezembro de 2020 para 75% no mês passado. Além disso, a inflação projetada para 2022 em 5%, no topo da meta, a queda de 7% na renda média da população, o endividamento das famílias e o próprio crescimento do PIB completam a lista de atenção.

Mas ainda existem pontos que oferecem esperança para o consumo deste ano. O aumento do salário mínimo, a implementação do Renda Brasil com um valor superior ao Bolsa Família, a inclusão de mais pessoas no programa social e a queda do desemprego esperada são alguns dos motivos que ainda mantêm o otimismo do setor supermercadista.

Apesar de um consumo menor do que o esperado, novembro apresentou uma queda no preço médio de uma cesta com os 35 produtos mais consumidos pelas pessoas nos supermercados do Brasil. A cesta Abras Mercado, que havia superado os R$ 700 em outubro, apresentou uma ligeira retração de 0,32% para R$ 697,80. Esse foi o primeiro recuo nos últimos nove meses.

Entre os produtos que apresentaram as maiores quedas em comparação a outubro estão a carne bovina, queijo, leite e batata, que recuaram 4,6%, 3,1%, 2,7% e 2,6% respectivamente. A queda só não foi mais acentuada porque alguns itens ainda apresentam altas expressivas. A cebola avançou 25,2% em novembro sobre outubro, os preços do extrato de tomate subiram 22,3%, o café teve alta de 10% e o biscoito maisena teve uma valorização de 6,5%.

Governo de São Paulo começa a vacinar crianças contra Covid-19

O governo de São Paulo informou que começará a vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 na sexta-feira (14).

O governador João Doria (PSDB) acompanhará o ato, previsto para começar ao meio-dia, que será realizado no Hospital das Clínicas, na capital paulista.

A expectativa do governo paulista é vacinar 4,3 milhões de crianças no período de três semanas. No dia 5 de janeiro, ao anunciar o plano de vacinação para crianças, o governador paulista informou que o plano estadual prevê:

  • Assim que as doses fossem liberadas, a vacinação deverá ser iniciada com as 850 mil crianças com comorbidades, quilombolas e indígenas.
  • Depois, escalonadas por idade.

Após Doria anunciar a abertura do pré-cadastro de vacinação para crianças de 5 a 11 anos em São Paulo, a plataforma Vacina Já registrou a marca de mais de 230 mil crianças cadastradas.

O pré-cadastro é opcional e não é um agendamento, mas agiliza o atendimento. Para cadastrar os filhos, os pais ou responsáveis devem acessar o link, clicar em “Crianças até 11 anos” e preencher o formulário online.

A capacidade da vacinação infantil em São Paulo é de cerca de 250 mil crianças por dia. Há 5,2 mil locais de vacinação disponíveis, número que deverá ser ampliado com postos volantes em escolas da rede estadual.

As primeiras 1,2 milhão de doses da vacina da Pfizer, única aprovada para crianças até o momento, chegaram ao Brasil na madrugada de quinta-feira (13). A distribuição segue o critério populacional, ou seja, é proporcional ao quantitativo de crianças por unidade federativa. São Paulo terá direito a 20,73%.

Bolsonaro promete solução para dívidas de micro e pequenas empresas até terça (11)

O presidente Jair Bolsonaro disse no sábado (08) que uma solução para a renegociação das dívidas de micro e pequenas empresas pode ser anunciada até terça-feira (11), depois da reação negativa ao seu veto ao projeto aprovado pelo Congresso.

“Pode ter certeza que vamos buscar uma alternativa para segunda-feira, terça no máximo”, disse Bolsonaro a jornalistas em Brasília, em frente à residência do advogado-geral da União, Bruno Bianco, que comemorava seu aniversário.

“Talvez uma medida provisória ou uma portaria”, citou o presidente.

O Diário Oficial da União de sexta-feira trouxe o veto integral de Bolsonaro ao projeto de lei aprovado pelo Congresso para criar uma espécie de Refis (programa de refinanciamento de dívidas) para micro e pequenas empresas.

Foco de divergências internas no governo, o texto chegou a receber indicação de sanção por Bolsonaro. O impacto total da medida, caso não houvesse o veto, era estimado pelo Ministério da Economia em 1,2 bilhão de reais.

A justificativa para a decisão de Bolsonaro apontava que o chamado Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional foi vetado por “inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público”.

Aprovado em dezembro do ano passado, o texto criava uma gradação de benefícios. Quanto maior fosse a perda de faturamento da empresa durante a pandemia, maior o desconto sobre as dívidas. As reduções previstas chegariam a 90% dos juros e 100% dos encargos legais.

No sábado (08), Bolsonaro mencionou a ausência de previsão de compensação orçamentária e também o fato de que a implantação do projeto poderia ter problemas por 2022 ser um ano eleitoral.

Governo deve abrir consulta sobre venda de Porto de Santos no próximo dia 20

O governo federal deve abrir no próximo dia 20 a consulta pública do processo de privatização do Porto de Santos, previsto para ser leiloado no segundo semestre do ano. Com essa etapa, a modelagem de venda do complexo portuário, o maior da América Latina, será conhecida em detalhes.

Também para este mês, no dia 14, o Ministério da Infraestrutura planeja publicar o edital do leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que administra os portos organizados de Vitória e Barra do Riacho e será leiloada no primeiro semestre.

“Vamos publicar o edital da Codesa no dia 14, a nossa primeira desestatização, estamos empolgados em avançar com esse projeto. Achamos que vai ter tanto player nacional como player estrangeiro para a Codesa, estamos conversando com bastante gente”, afirmou ao Estadão/Broadcast a secretária de Planejamento, Desenvolvimento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa.

A privatização da Codesa dará o início do processo de venda de portos públicos, seguida com o grande empreendimento dessa carteira, que é o porto de Santos. Com a privatização do complexo, o governo almeja colocar a empresa no posto de maior porto do Hemisfério Sul, atraindo R$ 16 bilhões de investimentos.

O ministério prevê, no médio prazo, o aprofundamento do canal para 17 metros, o que possibilitará a entrada de navios de 400 metros em Santos. Segundo o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, essa obra atrelada a outras iniciativas, como remodelação das linhas ferroviárias no porto e investimentos em contratos de arrendamento, permitirá que Santos movimente mais de 240 milhões de toneladas de carga em 2040 – foram movimentadas 146,6 milhões de toneladas em 2020 (o número do ano passado ainda não foi divulgado).

Somente após o processo de consulta pública e fechamento da modelagem, o projeto poderá ser enviado para avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU). No caso da Codesa, o leilão já foi liberado pela Corte, o que permite que o edital seja publicado no próximo dia 14.

Para vender o Porto de Santos, o governo definiu regras – e estuda mais opções – para evitar o abuso de poder econômico na nova administração. A variedade de operadores e de cargas movimentadas no complexo portuário impõe a necessidade de um modelo que reduza riscos de conflito de interesse entre as companhias que comandam terminais dentro do porto e a futura administradora deste ‘condomínio’.

Por isso, o governo ampliou o rol de empresas que terão restrições na disputa, em relação ao que foi definido para a privatização da Codesa. Nela, a regra é que operadores do porto ou do Estado do Espírito Santo não poderão participar da futura concessionária com mais de 15% individualmente ou de 40% em conjunto. Para Santos, além da restrição dirigida aos operadores, a limitação também vai afetar armadores e concessionárias de ferrovias que atuam dentro do porto. Já os percentuais se mantêm.

O governo também estuda outro mecanismo para evitar concentração de atividades no porto, mas ainda não tem uma posição fechada sobre a ferramenta. O que está em avaliação é uma limitação de concentração de mercado para empresas que atuam no local. A regra deve considerar peculiaridades de segmentos específicos, principalmente considerando que Santos é um porto multicargas.

Bolsonaro diz que reformas não devem avançar em 2022

O presidente Jair Bolsonaro disse na segunda-feira (10), em uma entrevista à Jovem Pan, que algumas reformas econômicas que tramitam no Congresso Nacional não devem avançar em 2022.

Bolsonaro afirmou que anos eleitorais são “difíceis” e que “não tem negociação”. O presidente disse ainda que “gostaria que a reforma administrativa” avançasse, mas que parlamentares não desejarão “pagar o preço” para votar temas polêmicos neste ano.

A reforma administrativa foi enviada ao Congresso em setembro de 2020 e tem como objetivo alterar as regras para os futuros servidores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, estados e municípios. A proposta foi aprovada por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, em setembro de 2020, mas ainda não foi enviada ao plenário da casa.

“A gente gostaria que a reforma administrativa avançasse, por exemplo, mas eu tenho sete mandatos de deputado federal e nesses anos onde existem as eleições para presidente, para senadores, para deputados também são anos difíceis, não tem negociação”, disse Bolsonaro.

“O parlamentar no final das contas ele vê aonde é que ele vai pagar um preço com aquele voto, contrário ou favorável a tal proposta. Então, muito difícil que qualquer proposta siga dentro do parlamento que possa despertar qualquer sentimento outro junto ao eleitorado brasileiro”, afirmou o presidente.

Outra reforma estruturante que tramita no Congresso Nacional é a tributária. Enviada pelo governo ao legislativo em 2020, a proposta foi fatiada em diferentes projetos. Ela propõe uma série de mudanças, entre elas, alterações nas regras do Imposto de Renda e em tributações referentes ao consumo (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS).

Bolsonaro afirmou ainda que em ano eleitoral “pouquíssima coisa anda” e que espera que projetos aprovados em, pelo menos, uma das casas do Congresso consigam avançar em 2022. O presidente disse ainda que a economia poderia ter ido “melhor com algumas reformas”, mas que acredita que o ano terminará com número positivos para o Produto Interno Bruto (PIB).

“Agora, é isso aí, é ano eleitoral pouquíssima coisa anda. A gente espera que o que esteja no parlamento no momento, já tenha aprovado em uma das duas casas, prossiga. Novas propostas eu acho muito difícil. Agora, a economia eu acho que vai, podia ir melhor com algumas reformas, mas eu acho que terminaremos o corrente ano com números positivos para o nosso PIB”, disse Bolsonaro.

STF permite teletrabalho de servidores até 31 de janeiro, por alta de casos da Covid-19 e gripe em Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a adoção do regime de teletrabalho para servidores até o dia 31 de janeiro. Em portaria publicada, a diretoria-geral permitiu que as unidades da Corte apliquem a medida, mantendo no regime presencial no máximo 30% dos integrantes de equipes que atuem em um mesmo local.

A decisão foi tomada, segundo a portaria, “considerando o surto de gripe ocasionado pelo vírus Influenza”, “o aumento significativo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave decorrentes das doenças acima desde a segunda quinzena de dezembro e seu impacto na taxa de ocupação de leitos na rede hospitalar do Distrito Federal”, e a “necessidade de adotar medidas de precaução para garantia da segurança à saúde das pessoas”.

O teletrabalho não vai ser implantado nos casos em que a medida tiver potencial para trazer prejuízos aos serviços do tribunal. A norma prevê a adoção de escalas de revezamento de servidores e colaboradores.

Segundo o STF, a medida visa garantir segurança à saúde das pessoas que trabalham no tribunal, ainda que mais 90% de servidores e colaboradores estejam imunizados contra o Coronavírus.

Em outubro do ano passado, o Supremo anunciou a retomada da atividade presencial e a exigência de comprovante de vacinação. A Corte chegou a realizar sessões presenciais nas duas turmas e no plenário. As sessões de julgamento deverão ser retomadas em fevereiro.

Após veto, governo edita medidas para regularizar impostos devidos por MEIs e empresas do Simples

Quatro dias após ter vetado integralmente o projeto que previa a criação de um programa de renegociação de dívidas para pequenos negócios, o governo editou na terça-feira (11) medidas para regularizar dívidas de microempreendedores individuais (MEIs) e de pequenas empresas optantes do Simples Nacional.

As duas medidas foram publicadas em edição extraordinária do “Diário Oficial da União”. As propostas permitem pagamento de entrada de 1% do valor do débito e dão descontos em juros e multas.

O Simples Nacional é o regime simplificado de tributação destinado a microempresas e empresas de pequeno porte. No caso das microempresas, o limite de faturamento anual é de até R$ 360 mil. Para as empresas de pequeno porte, o valor é R$ 4,8 milhões.

Ao todo, 1,8 milhão de empresas estão inscritas na dívida ativa da União por débitos do Simples Nacional, das quais 160 mil são MEIs. O valor total dos débitos do Simples Nacional inscritos na dívida ativa da União é de R$ 137,2 bilhões.

Uma das medidas editadas nesta terça é o Programa de Regularização do Simples Nacional. O programa permite que MEIs, microempresas e empresas de pequeno porte optantes do Simples Nacional afetados pela pandemia regularizem as dívidas com entrada de 1% do valor total do débito, dividido em até oito meses.

O restante do débito pode ser parcelado em até 137 meses, com desconto de até 100% de juros, das multas e dos encargos legais. Esse desconto deve observar o limite de 70% do valor total do débito, segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Ainda de acordo com a PGFN, os descontos serão calculados a partir da capacidade de pagamento de cada empresa. A parcela mínima é de R$ 100 para micro e pequenas empresas ou de R$ 25 no caso dos microempreendedores individuais.

Lula mantém liderança em corrida pelo Planalto, Bolsonaro segue isolado em 2°, diz Quaest

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue liderando a corrida para o Palácio do Planalto na eleição de outubro, com grande vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue isolado na segunda posição, mostrou pesquisa do instituto Quaest.

De acordo com a pesquisa, Lula aparece com 45% das intenções de voto, ante 47% na pesquisa anterior feita em dezembro, ao passo que Bolsonaro soma 23%, ante 25% no levantamento anterior. O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro (Podemos) soma 9%, ante 10%, enquanto Ciro Gomes (PDT) aparece com 5%, ante 7%.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi citado por 3% enquanto a senadora Simone Tebet (MDB-MS) pontuou 1%. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Felipe D’Ávila (Novo) não pontuaram.

A pesquisa mostrou ainda que Lula lidera com folga em todos os cenários de segundo turno. O petista venceria Bolsonaro por 54% a 30%, Moro por 50% a 30%, Ciro por 52% a 21%, Doria por 55% a 15% e Pacheco por 57% a 14%.

Bolsonaro, por sua vez, seria derrotado num eventual segundo turno também por Moro, 36% a 30% a favor do ex-juiz, e por Ciro, 39% a 32% para o pedetista.

A pesquisa também indagou sobre a avaliação dos eleitores sobre o governo Bolsonaro. O percentual dos que veem a gestão de forma negativa manteve-se em 50%, ao passo que 25% a veem como regular, ante 26% em dezembro, e 22% têm avaliação positiva, contra 21% na pesquisa anterior.

O instituto Quaest entrevistou 2 mil pessoas entre os dias 6 e 9 de janeiro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

Bolsonaro põe fim à trégua com STF e liga ministros à candidatura de Lula

O presidente Jair Bolsonaro pôs um ponto final na trégua com o Supremo Tribunal Federal (STF) e distribuiu críticas aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, vinculando os dois à campanha do PT ao Palácio do Planalto. Bolsonaro acusou os magistrados de cassar “liberdades democráticas” para beneficiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que Barroso entende de “terrorismo”. Pré-candidato à reeleição, o presidente fez nova ofensiva contra integrantes da Corte um dia após o Brasil registrar a maior taxa de inflação desde 2015.

“Quem é que esses dois pensam que são? Quem eles pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão?”, questionou Bolsonaro em entrevista à Gazeta Brasil, um site que o apoia. “Eles têm candidato. Os dois, nós sabemos, são defensores do Lula, querem o Lula presidente.”

O presidente mantém uma relação tensa com o STF desde que assumiu o governo. O auge do conflito, porém, ocorreu nas manifestações de 7 de setembro do ano passado, quando ele chamou Moraes de “canalha” e disse que poderia desobedecer a ordens judiciais. Aconselhado a se desculpar, divulgou uma carta, escrita com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, afirmando que havia feito declarações “no calor do momento”. Desde então foi selado um armistício.

Deputados do PSOL pedem que MPF investigue Queiroga e Kicis por vazamento de dados de médicos

Deputados da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolaram uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de uma investigação sobre o eventual envolvimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e da deputada Bia Kicis (PSL-DF) no vazamento de dados pessoais de médicos que defenderam a vacinação de crianças contra a Covid-19.

Em um grupo do WhatsApp, a deputada, que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, confessou ter divulgado informações pessoais dos profissionais. O caso foi revelado pelo jornal “O Globo”. Os documentos estavam em poder do Ministério da Saúde e foram vazados nas redes sociais por grupos que alimentam correntes contra a imunização.

Três médicos foram alvo do vazamento. Eles haviam apresentado argumentos contundentes em defesa da vacina contra a Covid em crianças de 5 a 11 anos em uma audiência pública, postura contrária à que o presidente Jair Bolsonaro vem defendendo publicamente.

A representação do PSOL foi endereçada ao procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena.

Os parlamentares argumentaram que o vazamento dos dados mostra a existência de um sistema de proliferação de notícias falsas que impulsiona apoiadores do governo à violência.

“Todos esses fatos deixam claro que há em curso um amplo e sistemático modelo de disseminação de fake News, vazamentos e ameaças, que aliados ao recrudescimento autoritário do Governo, que impulsiona seus apoiadores à violência, tem graves consequências não só para a democracia brasileira, mas para com as vidas daqueles que defendem a ciência e que não concordam com a postura irresponsável do Governo Bolsonaro no que concerne às crianças”, sustentaram os deputados na peça.

A bancada do PSOL concluiu a representação pedindo que o MPF verifique se a deputada e o ministro descumpriram as leis e a Constituição, e, em caso positivo, tome as providências administrativas, civis ou penais cabíveis contra ambos.

Senado pode votar projeto elevando isenção de IR para R$ 3.300,00

No retorno dos trabalhos legislativos, o Senado pode votar um projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física de R$ 1.903,98 para R$ 3.300,00. O valor é acima do que foi proposto pelo governo no ano passado, de R$ 2.500,00, mas que não foi aprovado pelo Congresso.

O projeto é de autoria do senador Angelo Coronel (PSD-BA), relator do texto do governo que reformula o Imposto de Renda da Pessoa Física e da Pessoa Jurídica. O parlamentar não colocou o projeto para votação por causa de críticas do setor privado de que a proposta do governo elevaria a carga tributária das empresas.

No projeto do presidente Jair Bolsonaro, havia a previsão da taxação em 20% da distribuição de lucros e dividendos, que compensaria as mudanças no IR das pessoas físicas e jurídicas.

Além de aumentar a faixa de isenção do IR da Pessoa Física, a proposta do governo reduzia também o Imposto de Renda das empresas. Só que, para empresários, a taxa de lucros e dividendos acabava anulando o efeito de redução e até aumentava a carga tributária do setor privado.

“Vou pedir prioridade para votação do meu projeto, não o do governo, na retomada dos trabalhos do Senado. O governo não vai poder ficar contra, porque, na campanha, o presidente chegou a propor elevar a faixa de isenção para R$ 5.000,00”, disse ao G1 o senador Angelo Coronel.

A equipe econômica é contra corrigir a tabela do IR sem uma compensação tributária. Segue defendendo a aprovação da volta da tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos. O projeto do governo foi aprovado na Câmara, mas ficou parado no Senado Federal no ano passado.

Temendo desgastes eleitorais com nova troca na Saúde, centrão trabalha para manter Queiroga no cargo

Integrantes do centrão têm trabalhado para que Marcelo Queiroga não saia candidato durante as eleições de outubro e permaneça no governo do presidente Bolsonaro (PL), para evitar um novo desgaste com mais uma troca no Ministério da Saúde em meio à pandemia do Coronavírus.

A principal preocupação desses aliados, segundo um líder do centrão, é que Bolsonaro aproveite a saída de Queiroga para indicar um nome ainda mais ligado à sua base radical e a repercussão da indicação contamine ainda mais a imagem de Bolsonaro em meio ao processo eleitoral.

Aliados de Queiroga têm feito circular a versão de que ele tem dado sinais desde o fim de ano que pode não sair candidato “pois poderia parecer abandono em meio a pandemia”.

Mas, na verdade, desde o começo de sua gestão, o ministro da Saúde, que é médico, mas rapidamente se alinhou ideologicamente ao presidente, tem usado a pasta como palanque político para se cacifar como candidato na eleição, disputando pelo seu estado, a Paraíba.

Nas últimas semanas, no entanto, ministros do governo Bolsonaro têm repetido à exaustão nos bastidores que os ataques do presidente às vacinas para crianças aceleram a deterioração da imagem dele junto à população, majoritariamente a favor da imunização.

Esses líderes do centrão, com cargos no governo, temem o reflexo disso nas eleições e afirmam que essa postura de Bolsonaro pode ser balizadora para que o bloco decida o apoio a Bolsonaro na eleição presidencial. Mesmo que apoiem o presidente formalmente, partidos como PP e Republicanos, por exemplo, podem trabalhar nos bastidores para outros candidatos em diferentes estados, fortalecendo, inclusive, campos políticos de adversários de Bolsonaro.

Latam cancela voos nacionais e internacionais após aumento de casos de Covid e Influenza

O aumento de número de casos de Covid-19 e Influenza tem afetado voos em diversas companhias aéreas no Brasil. No sábado (08), a Latam cancelou 47 voos domésticos e internacionais previstos até 16 de janeiro, o que representa cerca de 1% dos voos programados pela empresa para o mês.

Em nota, a companhia lamentou a situação, e pediu para que os clientes confiram o status do voo antes de se dirigir ao aeroporto. Os clientes que tiveram o voo alterado poderão remarcar a viagem sem multa e diferença tarifária ou solicitar o reembolso da passagem sem multa, segundo a Latam.

“Em relação a Clientes, os casos positivos reportados antes do embarque estão sendo tratados com três opções oferecidas aos passageiros: cancelamento com o reembolso do valor total; cancelamento, mas com o valor total deixado como crédito para futuras compras; ou remarcação sem custos adicionais”, informa a nota.

Startup organiza reciclagem de resíduos sólidos e oferece incentivo financeiro para estimular coleta em SP

Cada pessoa no Brasil produz, em média, mais de um quilo de lixo por dia em casa. É muita coisa e uma startup decidiu fazer disso um negócio.

Ela conecta ecopontos a empresas que são obrigadas, por lei, a dar destinação correta a esses resíduos, com um atrativo muito importante: quem entrega material para reciclagem é remunerado.

A startup foi criada pelo empresário Saulo Ricci. Desde 2018, a empresa organiza a reciclagem de resíduos sólidos, principalmente em comunidades.

“A nossa startup é uma green fintech para incentivar a logística reversa. Nós temos uma junção de banco com modelo de gestão para incentivo e monetização dos usuários”, explicou o empresário.

O incentivo financeiro a quem entrega material reciclável é feito por meio de um cartão de crédito pré-pago, vinculado a uma conta digital. O cadastro é feito quando a pessoa vai até o ecoponto.

Segundo Saulo, com a iniciativa a startup promove inclusão bancária e social, “porque muitas pessoas dentro da periferia não têm acesso a serviço bancário e nem a um cartão de crédito”.

As indústrias interessadas em financiar os ecopontos pagam entre R$ 75 mil e R$ 200 mil por ano para ajudar esses espaços. Elas seguem a política nacional de resíduos sólidos que, segundo o especialista Fabrício Soler, busca “responsabilizar os geradores pelos resíduos, pela destinação correta”.

Para digitalizar o processo de coleta de resíduos, a startup criou um sistema que usa código de barras para saber o ciclo de vida de cada embalagem.

A startup já coletou mais de 500 toneladas de resíduos e gerou renda de R$ 200 mil para as comunidades envolvidas. O faturamento foi de R$ 2 milhões no primeiro semestre de 2021 e Saulo planeja levar essa iniciativa para todo o país.

Bares e restaurantes afastam 20% dos funcionários por gripe ou Covid toda semana desde dezembro, diz Abrasel

Bares e restaurantes de todo o país estão afastando cerca de 20% dos funcionários, toda semana, por suspeita de gripe ou Covid-19, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Segundo a Abrasel, no começo de dezembro começaram os relatos de problemas em São Paulo e no Rio de Janeiro e depois em Goiás e alguns estados do Norte e Nordeste. Depois do Natal, a situação se espalhou para todo o país.

Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, a falta de teste de Covid-19 tem impactado bastante no desfalque das equipes que trabalham no setor.

“Preventivamente, o setor está afastando os funcionários, mas não tem como fazer teste, pois os resultados estão demorados tanto nos postos públicos, como no sistema privado”, afirma Solmucci.

Diante de algum sintoma, segundo Solmucci, bares e restaurantes estão afastando os funcionários por até sete dias, embora, muitas vezes, não se trate de Covid-19, mas sim de uma rinite ou resfriado simples.

Para Solmucci, uma possível redução no horário de funcionamento de bares e restaurantes neste momento é uma medida desnecessária, pois esses estabelecimentos podem ajustar seus horários individualmente, da melhor forma para cada negócio. Para ele, o principal a ser feito é continuar cumprindo as medidas de higiene e afastar funcionários com sintomas, assim que observados. Isso ajuda a conter o avanço da transmissão entre a equipe.

“É interessante ter trabalhadores intermitentes que possam ser acionados sempre que necessário, de maneira ágil. Isso ajuda a cobrir rapidamente as pessoas afastadas, diminuindo o impacto na rotina operacional do negócio”, afirma.

Nove em cada dez pequenos negócios usam PIX, aponta estudo

Nove em cada dez pequenos negócios usam PIX como forma de pagamento, de acordo com pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em novembro de 2021, 86% das pequenas empresas já utilizavam a modalidade. Em agosto, 77% usavam o PIX.

Entre os microempreendedores individuais (MEI), 87% afirmam usar o PIX em suas transações. Entre donos de micro e pequenas empresas, o percentual é de 85%.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, o aumento do número de usuários de PIX e as facilidades que ele promove têm estimulado os donos de pequenos negócios a incorporarem essa modalidade de pagamento.

“É um sistema ágil, que não onera o consumidor, mais barato que uma taxa de cartão e que pode ser usado 24 horas por dia. O PIX foi muito bem aceito e os empreendedores perceberam isso e estão se modernizando”, afirma Melles.

As atividades mapeadas pela pesquisa que mais utilizam o PIX são:

  • Academias e serviços de alimentação (94%);
  • Oficinas e empresas ligadas à beleza (93%).

As atividades que menos aderiram ao sistema são:

  • Serviços empresariais (71%);
  • Energia (79%).

O PIX é um meio de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central para facilitar as transações financeiras. Ele está em operação no Brasil desde novembro de 2020.

Vendas em shoppings da Multiplan no 4º trimestre ultrapassam nível de 2019

A Multiplan informou na quarta-feira (12) que as vendas em registradas em seus shoppings no quarto trimestre ultrapassaram pela primeira vez o nível verificado em 2019, antes da instalação da pandemia no país.

A companhia afirmou que as vendas nos três últimos meses do ano passado somaram 5,6 bilhões de reais, alta de 8,1% sobre o faturado no mesmo período de 2019. Segundo a empresa, as vendas do quarto trimestre foram as maiores já registradas em um único trimestre na história da Multiplan.

As vendas no conceito mesmas lojas subiram 10,3% ante o último trimestre de 2019, “com forte recuperação nos segmentos de alimentação e serviços e com o segmento de vestuário crescendo 19%”, afirmou a empresa em comunicado.

A Multiplan afirmou ainda que a taxa de ocupação de seus shoppings subiu para 95,3% no quarto trimestre do ano passado, contra 95,2% no terceiro trimestre.

Uber Shuttle, serviço de ônibus empresarial, começa a operar no Brasil

A quarta-feira (12) marcou o início oficial das operações do Uber Shuttle para Empresas no Brasil. A modalidade tem a proposta de facilitar o transporte coletivo de funcionários. Podemos entender a novidade como um “Uber para ônibus”, mas focado em fretamento corporativo.

A ideia não é exatamente nova. Há pouco mais de três anos, a companhia estreou o Uber Bus no Egito para facilitar o transporte de pessoas em ônibus ou vans. A proposta não foi para frente, porém.

O Uber Shuttle tem mais chances de dar certo como modelo de negócio por jogar luz sobre uma modalidade que, há anos, tem muita demanda no Brasil: transporte de funcionários. O segmento é tão forte no país que muitas empresas de ônibus dependem quase que exclusivamente desse tipo de fretamento para gerar receita.

Não surpreende, portanto, o fato de o serviço ter sido anunciado no país já com uma grande companhia como parceira: a Toyota fechou um acordo com a Uber para transportar funcionários que residem na capital paulista para Sorocaba (SP), onde fica uma de suas fábricas.

A nova modalidade foi desenvolvida para acomodar funcionários em ônibus que transportam entre 10 e 50 passageiros. A companhia interessada deve se filiar ao Uber para Empresas para usufruir do serviço. A partir daí, as viagens com veículos fretados podem ser gerenciadas dentro da plataforma da Uber.

Para o funcionário, a conveniência está em utilizar o aplicativo da própria Uber para checar as rotas disponíveis e, claro, reservar uma vaga no ônibus, tanto para a ida ao trabalho quanto para a volta. Para o embarque ou desembarque, o app informa, em tempo real, onde está a parada mais próxima e, quando for o caso, qual a distância até ela.

O Uber Shuttle fornece relatórios semanais sobre as viagens para as empresas contratantes. Com isso, fica mais fácil para elas realizarem ajustes em horários ou na quantidade de veículos fretados, por exemplo. As empresas também podem acompanhar o fluxo de saída de ônibus e checar a localização de cada veículo.

É cedo para afirmarmos se o Uber Shuttle para Empresas terá boa aceitação no Brasil. Mas é inegável que o serviço faz a sua estreia no país em um momento conveniente: por causa da Covid-19, muitas companhias estão buscando formas mais seguras de fazer funcionários chegarem ao local de trabalho e, como nos ônibus fretados a ocupação de assentos é controlada, essa modalidade tem ganhado força para esse fim.

Turismo tem prejuízo de R$ 463,8 bilhões na pandemia; CNC vê alta de 22,5% em 2021

As atividades turísticas já somam um prejuízo de R$ 463,8 bilhões desde o agravamento da pandemia do novo Coronavírus no País, em março de 2020, até novembro de 2021, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A tendência é de recuperação gradual, mas a nova onda de contaminações por Covid-19 decorrente da disseminação da variante Ômicron deve frear o ritmo de retomada, avaliou o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC.

Em novembro, a ociosidade da capacidade instalada do setor diminuiu, resultando na menor perda mensal de receitas desde o início da pandemia, R$ 10,3 bilhões, calculou Bentes.

“O aumento no número de casos de contaminação pela variante Ômicron, todavia, deve frear a recuperação do setor já a partir de dezembro e, sobretudo, a partir de janeiro de 2022. A queda na circulação de consumidores em áreas de comércio e serviços tem sido mais acentuada na primeira semana de 2022 (-7,1%) do que nos sete primeiros dias do ano passado (-6,3%). A rápida disseminação e predomínio da nova variante têm provocado o cancelamento de eventos relevantes da alta temporada do turismo brasileiro, em especial do carnaval, em diversas localidades. Até o início da crise sanitária, o evento movimentava R$ 8,1 bilhões no Brasil”, escreveu Bentes, em relatório.

A CNC prevê um crescimento de 22,5% para as atividades turísticas em 2021, seguido de aumento de 1,7% em 2022. O segmento teve um tombo de 36,6% em 2020, afetado pela crise sanitária. Segundo Bentes, o setor deve voltar a operar no nível do pré-crise sanitária apenas em setembro deste ano.

Do prejuízo acumulado na pandemia até novembro deste ano, mais da metade ficou concentrado nos Estados de São Paulo (R$ 199,9 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 57,1 bilhões).

O agregado especial de Atividades turísticas cresceu 4,2% em novembro ante outubro de 2021, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa a sétima taxa positiva consecutiva, período em que acumulou um ganho de 57,5%. O segmento ainda opera 16,2% aquém do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.

Aliansce propõe fusão com BR Malls para criar gigante de shoppings

A Aliansce Sonae propôs uma fusão com a concorrente BR Malls para formar uma administradora gigante de shopping centers no país, informou a empresa em fato relevante na sexta-feira (14).

Juntas as duas empresas podem somar um portfólio de shoppings com receitas somadas de lojistas da ordem de R$ 38,5 bilhões, de acordo com apresentação divulgada. A fusão possibilitaria ainda a captura de sinergias financeiras de até R$ 49 milhões e de mais R$ 161 milhões na parte operacional por ano.

Segundo a Aliansce, as duas administradoras de shoppings têm uma alta “complementaridade” de portfólio geográfico e de segmento de atuação, com uma participação combinada de 14,2% do chamado ABL (área bruta locável) comercial.

Na fusão, a Aliansce propõe que os acionistas da BR Malls recebam 265.013.405 novas ações ordinárias de sua emissão, representativas de 50% do capital social. Dessa forma, a relação de troca seria de 0,31769690 ações ordinárias da Aliansce para cada 1 ação ordinária da BR Malls, mais uma parcela em dinheiro no montante total de R$ 1,350 bilhão, representando R$ 1,6184 por ação ordinária da BR Malls.

A proposta foi encaminhada para BR Malls no último dia 4 de janeiro, após aprovação do conselho de investimento da Aliansce, segundo a empresa, que ressalta que até o momento não houve um acordo formal em fase vinculante.

“A Aliansce Sonae entende que esta fusão de iguais tem capacidade de fortalecer os negócios da companhia combinada, aproveitando os talentos e as melhores práticas de cada uma das companhias, criando oportunidade única de geração de valor para os acionistas. Além disso, deve gerar inúmeras oportunidades de crescimento, com ganhos significativos para todos os seus stakeholders, especialmente, investindo para melhorar a experiência de seus clientes”, afirmou a empresa no documento.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá elevar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual na reunião de fevereiro, refletindo as expectativas de inflação, a alta das commodities, o dólar mais elevado e o IPCA de dezembro acima das estimativas, avaliam os economistas. A instituição, que antes projetava um aperto de 1 ponto do juro básico no próximo encontro do comitê, agora também espera que o juro básico atinja o nível terminal de 12,25%, em maio, a previsão anterior do banco era de uma taxa de fim de ciclo de 11%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 1,41% na primeira prévia de janeiro, informou na segunda-feira (10) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado representa aceleração tanto diante da primeira prévia de dezembro (-0,22%) quanto na comparação com o resultado do mês fechado (0,87%).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (17), a projeção para o IGP-M ficou em 5,78%, ante 5,56% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Com o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021, divulgado na terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o espaço fiscal aberto em 2022 será de R$ 112 bilhões. O índice, que mede a inflação no Brasil, teve alta de 0,73% em dezembro, e o aumento total de 2021 ficou em de 10,06%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (17), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 5,09%, ante 5,03% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil terá um dos desempenhos mais fracos do mundo em 2022. Com resultado previsto de 1,7%, o relatório do Banco Mundial, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que, entre mais de 170 países, apenas Mianmar e Guiné Equatorial terão desempenho mais fraco do que o brasileiro.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (17), A projeção para o PIB ficou em 0,29%, ante 0,28% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (10), o Ibovespa fechou em queda, em sessão majoritariamente negativa para as bolsas em Wall Street, dado o avanço dos rendimentos dos títulos do governo dos Estados Unidos com perspectiva de alta de juros. O índice Ibovespa teve queda de 0,75%, a 101.945,20 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,7 bilhões.

Na terça-feira (11), o Ibovespa fechou em alta, impulsionado por papéis de commodities como Vale (SA:VALE3) e Petrobras (SA:PETR4) e por sessão positiva em Wall Street após declaração do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O avanço ocorreu mesmo com divulgação de dado de inflação acima do esperado no Brasil em dezembro. O índice Ibovespa teve alta de 1,68%, a 103.653,72 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,8 bilhões.

Na quarta-feira (12), o Ibovespa fechou em alta, impulsionado por papéis de empresas ligadas a commodities e do setor de varejo e de shoppings. O índice Ibovespa teve alta de 1,84%, a 105.685,66 pontos. O volume financeiro somou R$ 41,8 bilhões.

Na quinta-feira (13), o Ibovespa fechou em queda, após duas altas seguidas, petroleiras, bancos e frigoríficos deram suporte ao índice, enquanto mineradoras e siderúrgicas, assim como varejistas e empresas de tecnologia foram destaques de queda. O índice Ibovespa teve queda de 0,15%, a 105.529,50 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,7 bilhões.

Na sexta-feira (14), por volta das 12h30, o índice Ibovespa operava em alta de 0,40%, a 105.951,47 pontos. Apesar do desempenho sem direção comum dos mercados em Wall Street, que reagem ao início da temporada de resultados trimestrais e à continuação da liquidação das ações de tecnologia. Bancos e Petrobras davam suporte ao avanço do índice, enquanto Vale e siderúrgicas estavam do lado oposto. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,33%, a 106.927,79 pontos. O volume financeiro somou 31,4 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (14), por volta das 12h42, o dólar registrava alta de 0,17%, cotado a R$ 5,5390 na venda. O ajuste acompanha a melhora da divisa norte-americana frente as moedas desenvolvidas, que induz internamente uma leve recomposição de posições cambiais compradas, após três dias de perdas acumuladas em 2,55% frente o real.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (14) cotado a R$ 5,5132, o dólar caiu pelo quarto dia seguido em meio a um movimento de ajuste global da moeda.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
17/01/2022