Cenário Econômico Nacional – 02/03/2022

Cenário Econômico Nacional – 02/03/2022

Cenário Econômico Nacional – 02/03/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

  • Endividamento sobe e consome mais da metade da renda das famílias
  • Mercado financeiro eleva estimativa de inflação em 2022 para 5,56%, diz Banco Central
  • Superávit primário dos estados e do DF quase dobra e chega a R$ 124 bilhões
  • Desaceleração da China deve afetar Brasil, diz presidente do BC
  • FGV: confiança do consumidor atinge maior nível desde agosto
  • Arrecadação de impostos federais aumentou 18,3% em janeiro
  • BNDES comunica substituição nas diretorias de Finanças e Jurídica
  • Consumo aparente de bens industriais cresceu 2% em dezembro de 2021
  • Desemprego cai para 11,1% em dezembro, mas renda atinge mínima histórica
  • IGP-M: inflação do aluguel fica em 1,83% em fevereiro, mas desacelera para 16,12% em 12 meses
  • PSB oficializa deputado federal Danilo Cabral como pré-candidato ao governo de Pernambuco em 2022
  • Assessores de Bolsonaro defendem ‘correção de rumo’ do governo e demissão de Sérgio Camargo
  • AGU pede que STF retire sigilo de investigações da CPI da Pandemia
  • Planalto informa ao TSE que Bolsonaro não assistirá à posse de Fachin como presidente do tribunal
  • Lula defende mudanças na reforma trabalhista
  • Guedes diz que governo pode liberar recursos do FGTS para alimentar crescimento
  • Câmara aprova texto-base do projeto que legaliza jogos no Brasil
  • Senado adia votação de pacote de projetos de combustíveis
  • Bolsonaro repreende Mourão e diz que só ele fala pelo Brasil sobre crise na Ucrânia
  • Itamaraty aposta em ‘posição de equilíbrio’ na crise Rússia-Ucrânia
  • Sites da Americanas saem do ar após detecção de potencial ameaça cibernética
  • Assaí fecha parceria para vender produtos pelo Rappi
  • Brasil busca diversificar e alavancar exportações aos Emirados Árabes
  • Cosan encerra tratativas para joint venture em mobilidade com a Porto Seguro
  • Consumo aparente de bens industriais cresceu 2% em dezembro de 2021
  • Azul tem prejuízo de R$ 946 milhões no 4º trimestre
  • FGV: confiança da indústria atinge menor patamar desde julho de 2020
  • Sem peças, Caoa Chery vai parar produção de carros em Jacareí por 1 mês e meio
  • Selic
  • IGP-M
  • IPCA
  • PIB
  • Mercado acionário e câmbio

Endividamento sobe e consome mais da metade da renda das famílias

O endividamento das famílias brasileiras cresceu 21% no ano passado em relação a 2020. A alta foi puxada por linhas de crédito mais caras e sem garantias, segundo aponta um relatório elaborado pela equipe de Renda Fixa com base em dados do Banco Central. Com a alta, o endividamento passou a consumir mais da metade da renda das famílias.

De acordo com o estudo, os dois tipos de crédito mais caros, com crescimento superior à média, foram o cartão de crédito (alta de 34% em relação ao ano anterior) e o crédito não consignado (37%). Ambos são das chamadas linhas “clean”, ou seja, sem garantias.

“Como estamos em um contexto de alta inflação, maior comprometimento de renda e elevado nível de endividamento, essas linhas, naturalmente mais propensas a não pagamento, podem começar a apresentar uma piora na inadimplência”, destaca um dos trechos do relatório.

O endividamento das famílias brasileiras está em um patamar alto na série histórica do Banco Central. Ele “tem crescido de maneira relevante, tendo atingido 51% em outubro de 2021 (último dado disponível)”, diz o relatório.

Na avaliação da economista Camilla Dolle, chefe de renda fixa da pesquisa, um endividamento crescente preocupa dado fato de que a atual taxa básica de juros básica da economia brasileira, a Selic, ainda não está totalmente refletida nos contratos desses créditos. E, quando isso acontecer, dentro de um prazo de cerca de um ano, essas dívidas tendem a crescer ainda mais, o que pode levar a uma maior inadimplência.

Mercado financeiro eleva estimativa de inflação em 2022 para 5,56%, diz Banco Central

Os economistas do mercado financeiro elevaram pela sexta semana seguida a estimativa de inflação para 2022, que passou de 5,50% para 5,56%.

A informação consta do relatório “Focus”, divulgado na segunda-feira (21) pelo Banco Central (BC). Os dados foram colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

Se confirmada a previsão, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou em carta aberta que a alta nos preços de commodities (produtos básicos, como alimentos e petróleo), da energia e falta de insumos levaram país a superar a meta.

Em 2022, a meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Com a nova alta, a previsão do mercado se distancia mais do teto da meta.

O objetivo foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.

Para 2023, o mercado financeiro manteve em 3,50% a estimativa de inflação. Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Superávit primário dos estados e do DF quase dobra e chega a R$ 124 bilhões

O crescimento da economia e a baixa expansão dos gastos públicos fizeram todas as 27 unidades da Federação fechar 2021 com as contas no azul. No ano passado, os estados e o Distrito Federal registraram superávit primário de R$ 124,1 bilhões, segundo o Relatório Resumido de Execução Orçamentária dos estados e do DF, divulgado na segunda-feira (21) pelo Tesouro Nacional.

O montante representa crescimento de 91% em relação ao resultado positivo de R$ 64,8 bilhões registrado em 2020. O superávit primário representa a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública.

O Tesouro usou os dados da execução orçamentária das 27 unidades da Federação publicados no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi). Na próxima sexta-feira (25), o Banco Central (BC) divulgará o resultado primário das contas públicas em 2021. Os dados do BC, avaliados no cumprimento das metas fiscais estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), geralmente têm diferenças em relação aos do Siconfi porque a autoridade monetária usa uma metodologia distinta da do Tesouro Nacional.

Em termos absolutos, os maiores superávits primários estaduais foram obtidos em São Paulo (R$ 41,9 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 14,8 bilhões). Na comparação com a receita corrente líquida (RCL), no entanto, os melhores desempenhos foram registrados em Mato Grosso, com superávit de 23% em relação à RCL, e São Paulo (21%).

Segundo o Tesouro Nacional, dois fatores contribuíram para o crescimento do superávit primário das unidades da Federação em 2021. O primeiro foi a recuperação da economia, que contribuiu para o aumento da arrecadação, principalmente de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo administrado pelos estados e pelo DF e que incide sobre o consumo.

O segundo fator foi o congelamento de despesas com o funcionalismo público, que vigorou por um ano e meio, de junho de 2020 a dezembro de 2021. A medida foi exigida como contrapartida pelo Ministério da Economia em troca da ajuda de cerca de R$ 60 bilhões que socorreu os governos locais no combate à pandemia do novo Coronavírus.

Desaceleração da China deve afetar Brasil, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a desaceleração da economia da China deverá dificultar o crescimento do Brasil e dos demais países da América Latina. De acordo com Neto, a pandemia de Covid-19, a crise imobiliária chinesa e o envelhecimento de sua população estão entre os principais fatores da queda de crescimento do país asiático.

“Acho que a preocupação é que um crescimento menor na China possa dificultar o crescimento da América Latina e o crescimento do Brasil. Acho que o ponto principal é entender que esse processo vai acontecer de tal forma, e tomar as medidas, e se reinventar para que isso tenha o mínimo de efeito possível”, disse o presidente do BC, em palestra online promovida pelo Canal AgroMais.

“A gente começa a ver, e a própria autoridade chinesa tem dito, que a gente vai ver um crescimento da China mais perto do crescimento mundial, não tão descolado, ainda que seja acima”, acrescentou.

O presidente do BC voltou a destacar que a tendência de inflação no Brasil ainda é de crescimento. Segundo ele, o aumento de preços no país está sendo impulsionado principalmente pela área de energia. Os dados citados por Neto são de janeiro, em comparação ao mesmo mês do ano passado.

“A gente vê de fato uma tendência de inflação que ainda é crescente. A inflação do Brasil, de fato, foi uma das mais elevadas do mundo, 10,4%, mas o Brasil teve a maior inflação de energia do mundo, de 5,8%. E se a inflação do Brasil de energia tivesse sido a média dos outros países [em torno de 2%], a nossa inflação também teria sido igual a dos outros países [em torno de 6,7%]. Basicamente o que levou a inflação do Brasil acima da média foi energia”, disse.

Os dados do BC utilizados por Neto fazem comparação da inflação brasileira de janeiro de 2022 (10,4%), no acumulado dos últimos 12 meses, com os últimos números disponíveis da inflação da Turquia, 36,1%; Rússia, 8,4%; Chile, 7,9%; Estados Unidos, 7,5%; Colômbia, 6,9%; Espanha, 6,5%; Peru, 6,4%; África do Sul, 5,9%; Holanda, 5,7%; Índia, 5,6%; área do Euro, 5%; Alemanha, 4,9%; Itália, 4,8%; França, 2,9%. 

FGV: confiança do consumidor atinge maior nível desde agosto

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 2,9 pontos na passagem de janeiro para fevereiro deste ano. Com o resultado, o indicador chegou a 77 pontos em uma escala de zero a 200 pontos, o maior nível desde agosto do ano passado.

A alta da taxa foi puxada, principalmente, pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança dos consumidores em relação ao futuro e que subiu 3,8 pontos. Com isso, o subíndice chegou a 84,5 pontos, principalmente devido ao bom desempenho do componente intenção de compras de bens duráveis próximos meses.

O Índice da Situação Atual, que mede a confiança no presente, também subiu (1,5 ponto) e chegou a 67,6 pontos. Apesar da alta, este subíndice ainda está em patamar muito baixo em termos históricos.

“O resultado positivo pode ter sido influenciado pelo Auxílio Brasil nas faixas de renda mais baixas, perspectivas mais favoráveis sobre o mercado de trabalho e situação econômica que voltaram a ficar mais otimistas, com indicadores superando o nível neutro de 100 pontos. Mas é preciso ter cautela, o nível ainda é muito baixo em termos históricos e o comportamento volátil dos consumidores nos últimos meses mostram que a incerteza elevada tem afetado bastante a manutenção de uma tendência mais clara da confiança no curto prazo”, explica a pesquisadora Viviane Seda Bittencourt, em nota divulgada pela FGV.

Arrecadação de impostos federais aumentou 18,3% em janeiro

A arrecadação total das receitas federais fechou o mês de janeiro em R$ 235,3 bilhões, informou na quarta-feira (23) o Ministério da Economia. O valor, melhor resultado para o mês desde 1995, representa um acréscimo real de 18,3% em relação a janeiro de 2021, descontada a inflação medida pelo Índice de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA), que fechou o ano em 10,06%.

Em relação às Receitas Administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado em janeiro de 2022 foi de R$ 217,421 bilhões, representando um acréscimo real (IPCA) de 14,66%.

De acordo com o Banco Central (BC), o aumento observado no mês de janeiro pode ser explicado, principalmente, por pagamentos atípicos de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e pelo diferimento das quotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) que seriam pagas em 2021 e pelo comportamento das compensações efetuadas.

O IRPJ e a CSLL apresentaram um crescimento na arrecadação, especialmente das empresas que fecharam seus balanços no mês de dezembro de 2021, totalizando uma arrecadação de R$ 84,1 bilhões, com crescimento real de 32,41%.

Já a Cofins e o PIS/Pasep apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 36,4 bilhões, representando um acréscimo real de 8,58%. Esse desempenho é explicado pelo decréscimo real de 2,7% no volume de vendas, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMC-IBGE), e aumento real de 10,4% no volume de serviços, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS-IBGE) entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021.

Também houve um aumento real de 6,61% na arrecadação das empresas não financeiras, com destaque para o setor de combustíveis; acréscimo real de 13,83% na arrecadação das importações; e declínio de 32% no volume de compensações tributárias.

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) teve arrecadação de R$ 4,6 bilhões, representando acréscimo real de 91,96%. Esse resultado é explicado pelo crescimento do volume das operações de crédito contratadas por pessoas jurídicas e por pessoas físicas.

BNDES comunica substituição nas diretorias de Finanças e Jurídica

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que fez substituições em duas de suas diretorias. Deixarão o banco a diretora de Finanças, Bianca Nasser, e o diretor Jurídico, Saulo Puttini.

“Os dois executivos cumpriram uma intensa agenda de modernização da estrutura de projetos e instrumentos do Banco e deixam um legado representativo. Em seus lugares, assumem o atual assessor estratégico da presidência, Lourenço Tigre, e o superintendente da área jurídica, Marcelo Vianna Rangel”, informou o BNDES por meio de nota.

De acordo com o banco, Bianca Nasser assumiu a Diretoria Financeira em 2019 e liderou desafios como a reestruturação do setor, permitindo o avanço em agendas prioritárias para o BNDES, e o Departamento de Relações com Investidores, que ofereceu maior interlocução do banco com seus principais stakeholders (partes interessadas).

O novo diretor financeiro, Lourenço Tigre, está no banco desde julho de 2019 e tem mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro, com atuação na gestão de investimentos, fusões & aquisições e como executivo do setor de petróleo.

Segundo o BNDES, Saulo Puttini promoveu uma ampla reformulação das áreas jurídicas em ações como a revisão das políticas de mercado de capitais e a criação de novo marco de contratações para modelagem de projetos de desestatização.

Seu substituto na Diretoria jurídica, Marcelo Vianna Rangel, é funcionário de carreira do BNDES há 24 anos, sendo 16 como executivo do Banco. Como superintendente, Rangel foi responsável pelos serviços jurídicos relacionados às operações de mercado de capitais, estruturação de project finance, concessões e privatizações.

Os novos diretores indicados serão efetivados após os trâmites de governança, incluindo a deliberação pelo Conselho de Administração do BNDES, previstos para o próximo mês.

Consumo aparente de bens industriais cresceu 2% em dezembro de 2021

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou crescimento de 2% em dezembro de 2021 na comparação com novembro, na série com ajuste sazonal. Entre os componentes do consumo aparente, enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional avançou 2,1% em dezembro, as importações de bens industriais apresentaram queda de 1,6% no último mês do ano.

Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Na comparação com dezembro de 2020, o indicador teve queda de 1,7%. No acumulado em 12 meses, encerrou o ano de 2021 com alta de 7,2%. No quarto trimestre móvel do ano, o indicador que mede a demanda interna por bens industriais, por meio da produção industrial interna não exportada, acrescida das importações, retrocedeu 2,6%.

Segundo o Ipea, na análise das grandes categorias econômicas, todos os segmentos apresentaram crescimento, com exceção do segmento de bens de consumo semi e não duráveis que registrou queda de 0,7%. O segmento de bens de capital destacou-se positivamente: alta de 8,4%. Na comparação interanual, todos os segmentos registraram queda, com exceção dos bens intermediários, que avançaram 0,4%.

“Em relação às classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação avançou 1,9% em dezembro, enquanto o crescimento da extrativa mineral foi de 0,3%, após forte alta de 27,9% no período anterior. A análise setorial mostra que 13 dos 22 segmentos apresentaram variação positiva. O destaque ficou por conta do segmento de veículos, com alta de 20,3% na margem. Na comparação interanual, cinco segmentos registraram crescimento, com destaque para petróleo e derivados e produtos químicos, com altas de 8,8% e 2,4%, respectivamente”, diz o Ipea.

Desemprego cai para 11,1% em dezembro, mas renda atinge mínima histórica

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,1% no trimestre encerrado em dezembro, mas a falta de trabalho ainda atinge 12 milhões de brasileiros, informou na quinta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do menor índice de desemprego desde o 4º trimestre de 2019, quando também ficou em 11,1%.

Já a taxa média de 2021 foi de 13,2%, indicando uma tendência de recuperação frente à de 2020 (13,8%). Mesmo assim, foi a segunda maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

“Embora o cenário tenha melhorado em 2021, o patamar pré-Covid ainda não foi recuperado”, destacou o IBGE.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em setembro, a taxa de desemprego estava em 11,6%, atingindo 12,4 milhões de pessoas.

O resultado veio um pouco melhor que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa do Valor Data era de que a taxa ficaria em 11,2%. O intervalo das projeções era 11,1% a 11,7%.

“É um ano de recuperação para alguns indicadores, mas não é o ano de superação das perdas, até porque a pandemia não acabou, e seus impactos, ainda em curso, afetam diversas atividades econômicas e o rendimento do trabalhador. Há um processo de recuperação, mas ainda estamos distantes dos patamares de antes da pandemia”, destacou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

A população ocupada cresceu 3% frente aos três meses anteriores, para 95,7 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a alta foi de 9,8% (8,5 milhões a mais de pessoas). Com o crescimento, o nível de ocupação chegou a 55,6%.

Apesar da queda do desemprego, o rendimento real habitual caiu 3,6% frente ao trimestre anterior e 10,7% em relação a igual trimestre de 2020, para R$ 2.447, o menor rendimento da série histórica do IBGE. A média anual foi de R$ 2.587, queda de 7% para 2020 (ou, menos R$ 195).

IGP-M: inflação do aluguel fica em 1,83% em fevereiro, mas desacelera para 16,12% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 1,83% em fevereiro, após variar 1,82% em janeiro, informou na sexta-feira (25) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com o resultado, o índice acumula alta 3,68% no ano e de 16,12% em 12 meses, representando uma desaceleração frente aos 16,91% acumulados nos 12 meses até janeiro.

Em fevereiro do ano passado, o índice havia subido 2,53% e acumulava alta de 28,94% em 12 meses.

“A inflação ao produtor fechou o mês de fevereiro sob influência dos preços de grandes commodities, como soja (de 4,05% para 8,91%), milho (de 5,64% para 7,92%) e combustíveis, com destaque especial para o óleo Diesel (de 2,30% para 5,53%). A contribuição desses três itens respondeu por 45% da taxa apurada pelo IPA”, destacou André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

O IGP-M é conhecido como ‘inflação do aluguel’ por servir de parâmetro para o reajuste de diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.

A “inflação do aluguel” fechou 2021 com alta de 17,78%. Apesar de desacelerar em 2021, o IGP-M registrou a segunda maior alta anual desde 2002, atrás somente do resultado de 2020.

PSB oficializa deputado federal Danilo Cabral como pré-candidato ao governo de Pernambuco em 2022

O PSB oficializou, na segunda-feira (21), o nome do deputado federal Danilo Cabral como pré-candidato ao governo de Pernambuco nas Eleições 2022. O anúncio ocorreu em uma solenidade realizada no Recife Praia Hotel, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana.

No terceiro mandato como deputado federal, Danilo Cabral é advogado, tem 54 anos e também já foi vereador do Recife. No dia 11 de fevereiro, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, havia confirmado, no Twitter, que Cabral seria o pré-candidato, mas apagou a postagem e, depois, republicou a mensagem.

Mesmo com a publicação do presidente nacional do partido, o diretório estadual, presidido pelo atual secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco, Sileno Guedes, adiou até a segunda-feira (21) o anúncio oficial da pré-candidatura de Danilo Cabral.

Natural do município de Surubim, no Agreste de Pernambuco, Danilo Cabral se licenciou do mandato de deputado federal, entre os anos de 2012 e 2014, para exercer o cargo de secretário das Cidades na gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB).

Em 2015, ele licenciou-se novamente para ser secretário de Planejamento e Gestão, na gestão de Paulo Câmara (PSB). Reassumiu o cargo de deputado federal em maio de 2016, numa mobilização nacional do PSB para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, aprovado na Câmara com 367 votos.

Assessores de Bolsonaro defendem ‘correção de rumo’ do governo e demissão de Sérgio Camargo

Assessores do presidente Jair Bolsonaro defendem que o chefe faça correções de rumo no seu governo para diminuir a diferença nas pesquisas de intenção de voto em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Uma das sugestões é que ele demita o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.

A equipe do presidente avalia que Bolsonaro conseguiu se estabilizar nas pesquisas de intenção de voto, na casa de 22% a 24%, mas tem uma rejeição muito alta, entre 50% e 60%.

Segundo assessores, se, de um lado, o presidente parou de cair nas pesquisas, tanto de intenção de voto como de avaliação de seu governo. Agora, ele precisa começar a crescer e reduzir seu patamar de rejeição do eleitorado à sua administração.

No caso da sugestão de demissão de Sérgio Camargo, a avaliação de assessores do presidente é que ele “passou de todos os limites” ao atacar o congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro.

Camargo chegou a dizer que “era um vagabundo morto por outros vagabundos”, gerando críticas não só no governo como também no Judiciário. O ministro Gilmar Mendes disse que ele precisava ser contido no seu comportamento discriminatório.

AGU pede que STF retire sigilo de investigações da CPI da Pandemia

O procurador-geral da República Augusto Aras pediu na segunda-feira (21) que o Supremo Tribunal Federal (STF) retire o sigilo de nove investigações preliminares abertas com base no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. No fim de novembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia enviado dez pedidos de investigação.

Com a decisão, apenas um pedido continuará sob segredo de Justiça. Em nota, a PGR informou que o sigilo prejudicava “o acesso da sociedade, dos investigados e da imprensa às providências investigativas já adotadas, dificultando o acompanhamento de diligências, perícias, informações, documentos, dados e análises que constam da apuração”.

A abertura do sigilo era uma reivindicação da cúpula da CPI da Pandemia. No último dia 9, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) haviam pedido que o STF derrubasse o sigilo.

Até agora, não era possível saber o conteúdo dos pedidos nem a identidade dos investigados. Os pedidos de investigação da PGR foram distribuídos a seis ministros distintos no Supremo.

Lula e Márcio França se reúnem nesta terça para discutir disputa do governo de SP

Lula e Márcio França se reúnem para discutir disputa do governo de SP PT e PSB negociam federação para a corrida presidencial, mas divergem sobre quem concorrerá ao Palácio dos Bandeirantes. França quer ser o candidato, mas ex-presidente insiste no nome de Fernando Haddad.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) devem se reunir na terça-feira (22) em São Paulo com o objetivo de definir uma candidatura única do PT e PSB ao governo paulista, este seria o principal impasse à formação da federação partidária entre os dois partidos.

Em entrevista no início de fevereiro, Lula afirmou que pretende lançar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ao Executivo do estado. No mesmo dia, depois da entrevista de Lula, Márcio França compartilhou em rede social uma notícia em que ele afirma que será candidato, acompanhada do comentário “foguete não tem ré”.

O PSB é o partido mais provável de filiação do ex-governador Geraldo Alckmin, cotado como vice na chapa de Lula na disputa da presidência em 2022.

Lula defende mudanças na reforma trabalhista

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer que pretende rever a reforma trabalhista que foi aprovada durante o governo de Michel Temer para retomar direitos que foram extintos.

Em entrevista à rádio Passos, de Minas Gerais, Lula comentou que é preciso juntar sindicatos, empresários e o governo para estudar alterações que levem a uma legislação trabalhista adequada ao momento atual, mas que é preciso garantir direitos e seguridade social, citando o caso de motoristas de aplicativos.

“Não queremos fazer nada na marra, mas queremos discutir o que é bom para o Brasil”, afirmou.

O ex-presidente, provável candidato nas eleições deste ano e que aparece em primeiro lugar nas pesquisas, voltou a criticar a proposta de privatização de estatais, em especial a Eletrobras, que teve o processo aprovado este mês pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

“Quero deixar bem claro que eu sou contra, o PT é contra a privatização das estatais”, afirmou. “Não há necessidade de vender uma empresa que pode ser a reguladora do setor elétrico e impedir aumentos abusivos de preços.”

Guedes diz que governo pode liberar recursos do FGTS para alimentar crescimento

O governo pode liberar os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em uma tentativa de impulsionar o crescimento econômico até o final do ano, afirmou nesta terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Tanto o governo do presidente Jair Bolsonaro quanto o de seu predecessor, Michel Temer, implementaram medidas para liberar o FGTS.

Em conferência organizada pelo banco de investimentos BTG Pactual, Guedes também afirmou que um programa de crédito será em breve lançado para empresas “sem grande impacto fiscal”, renovando o que já foi oferecido durante a pandemia.

Ele reforçou ainda que o governo pretende cortar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25% para ajudar a indústria local. Também acrescentou que está no horizonte um programa para criar 2 milhões de empregos, nos moldes do plano Verde e Amarelo de contratação simplificada. O governo já encaminhou propostas nesse sentido ao Congresso, mas elas perderam a validade antes de serem aprovadas.

“Há várias iniciativas que podemos ter daqui até o final do ano que devem ajudar a economia a crescer”, afirmou Guedes.

“Podemos mobilizar recursos do FGTS também, porque são fundos privados, são pessoas que têm recursos lá e estão passando dificuldade. Às vezes o cara está devendo dinheiro no banco e está credor no fundo. Por que não pode sacar dessa conta e liquidar a dívida dele do outro lado?”, completou.

Ele disse ainda que, a partir de agora, a inflação irá cair e as projeções do mercado para o crescimento econômico serão continuamente ajustadas para cima.

Guedes disse ainda que a arrecadação federal cresceu 16% em termos reais, acrescentando que o resultado será em breve anunciado pelo governo, mas sem especificar a qual período se refere.

A Receita Federal vai divulgar os dados de janeiro nos próximos dias.

Câmara aprova texto-base do projeto que legaliza jogos no Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada de quinta-feira (24), o texto-base do projeto de lei que legaliza os jogos no Brasil. Foram 246 votos favoráveis e 202 contrários. O projeto legaliza jogos como em cassinos, bingos, jogo do bicho e on-line, mediante licenças em caráter permanente ou por prazo determinado.

Após a votação, a sessão foi encerrada. Os destaques ao texto deverão ser votados, em sessão marcada para esta quinta-feira (24), no plenário da Casa. Os destaques apresentados pelos partidos é uma tentativa de fazer mudanças no parecer do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) para o Projeto de Lei 442/91.

O texto aprovado prevê, entre outras medidas, que cassinos poderão ser instalados em resorts, navios e cidades classificadas como polos ou destinos turísticos. No caso de bingos, o texto permite sua exploração em caráter permanente apenas em casas de bingo.

Para o jogo do bicho, o projeto exige que todos os registros da licenciada, seja de apostas ou de extração, sejam informatizados e com possibilidade de acesso em tempo real (on-line) pela União, por meio do Sistema de Auditoria e Controle (SAC).

Senado adia votação de pacote de projetos de combustíveis

O Senado decidiu adiar a votação do pacote de projetos relacionados ao preço dos combustíveis. Não houve acordo para a aprovação das propostas. A votação ficou para o dia 8 de março.

O pacote inclui mudanças na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), proposta que enfrenta resistência dos governadores, e a criação de uma conta de estabilização de preços, medida rejeitada pela equipe econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Parte dos senadores questionou a efetividade do projeto, pois, no fim das contas, a definição das alíquotas do ICMS caberá aos governadores. Além disso, houve falta de disposição para aprovar a redução de tributos federais sobre o diesel e o gás de cozinha, medida defendida pela equipe econômica de Bolsonaro.

O projeto do ICMS altera o modelo de cobrança do imposto arrecadado pelos Estados. O texto estabelece que os Estados cobrem o ICMS com um valor porcentual sobre o litro de combustível, e não mais sobre o preço final do produto. A proposta, no entanto, mantém a autonomia para cada Estado definir a alíquota.

Governadores pressionam o Senado a enterrar a proposta. Nos bastidores, há quem diga que os projetos não serão aprovados, nem mesmo em março, sob a avaliação que os ruídos são maiores do que eventual benefício para os consumidores.

Houve relatos de que chefes de Executivos estaduais procuraram os senadores durante a sessão pedindo o adiamento da votação. Os Estados apontam perda de arrecadação com a mudança proposta pelo projeto e não querem abrir mão de receitas com o ICMS.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a aprovação da proposta. Ele argumentou que não é justo os Estados terem aumento de arrecadação com a alta atual do preço dos combustíveis e que o Senado precisa dar uma resposta à sociedade.

“Não podemos nos render a pressões externas em razão daquilo que estamos estabelecendo hoje, que interessa ao consumidor brasileiro”, disse o senador, afirmando que a proposta não “sacrifica” Estados.

Bolsonaro repreende Mourão e diz que só ele fala pelo Brasil sobre crise na Ucrânia

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que apenas ele, como chefe de Estado, pode externar a posição do país a respeito da invasão russa à Ucrânia, rechaçando declarações do vice-presidente Hamilton Mourão sobre o tema, e acrescentou que ainda terá uma reunião com ministros para “dimensionar” os efeitos da ação militar da Rússia.

As declarações do presidente, na tradicional transmissão ao vivo por redes sociais que costuma fazer às quintas-feiras, ocorreram após ele comentar reportagens sobre comentários de Mourão mais cedo, em que o vice defende o uso da força para conter a invasão russa e afirma que o Brasil já se colocou contra o ataque ao defender, na Organização das Nações Unidas (ONU), os princípios de não intervenção e soberania das nações.

“Deixar bem claro: o artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Então, com todo o respeito a essa pessoa que falou isso, eu vi as imagens, falou mesmo, está falando algo que não deve, não é de competência dela, é de competência nossa”, disse Bolsonaro.

“Quando é que eu falo qualquer coisa sobre esse problema Rússia-Ucrânia? Eu falo depois de ouvir ou o ministro Carlos França, das Relações Exteriores, e o da Defesa, Braga Netto. Ponto final. Se for o caso, convido mais algum ministro. A decisão é minha, mas eu quero ouvir pessoas que realmente são ministros para tratar desses assuntos”, afirmou.

O artigo a que Bolsonaro faz menção trata das competências privativas do presidente da República. Uma delas diz respeito à manutenção de relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos. Outros incisos do artigo atribuem ao presidente a competência de declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, e celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional.

“Então quem fala dessas questões chama-se Jair Messias Bolsonaro… mais ninguém fala. Quem está falando está dando peruada naquilo que não lhe compete”, alfinetou.

Ao comentar novamente que viajou à Rússia na intenção de reforçar relações diplomáticas e comerciais na semana passada, Bolsonaro disse que fará “tudo do que estiver ao nosso alcance” pela paz.

“Somos da paz, nós queremos a paz. Viajamos em paz para a Rússia. Fizemos um contato excepcional com o presidente Putin, acertamos a questão de fertilizantes para o Brasil, somo dependentes de fertilizantes da Rússia, da Bielorússia (Belarus)”, explicou.

O presidente, inclusive, nem se estendeu muito em sua transmissão, e explicou o motivo: logo em seguida, teria a reunião com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, que participou da live desta quinta, para discutir a invasão russa na Ucrânia.

“Nas próximas horas tenho reunião com o França, tenho com o ministro da Defesa, também, o Braga Netto, mais autoridades do governo, para que nós possamos, né, não seria a primeira reunião nossa, dimensionar o que está acontecendo e o Brasil tem a sua posição. E digo a vocês, quem fala pelo Brasil nessas questões internacionais é o presidente da República.”

Itamaraty aposta em ‘posição de equilíbrio’ na crise Rússia-Ucrânia

Cobrado por adotar neutralidade, o Itamaraty prefere uma “posição de equilíbrio”, mesmo com o agravamento da crise provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

“A posição de equilíbrio do Itamaraty é reconhecer os problemas dos dois lados e as complexidades envolvidas nesta crise”, resumiu ao Blog um interlocutor do governo ao contestar a crítica à timidez da posição do Brasil.

O Congresso Nacional passou a pressionar o Palácio do Planalto para “sair do muro” e ter uma posição clara de condenação da Rússia. Até o vice-presidente Hamilton Mourão foi enfático ao afirmar que o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano, embora tenha sido depois desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro, que não condenou a invasão russa à Ucrânia.

“Como no impasse entre Israel e Palestina, o Brasil buscava uma posição de equilíbrio”, acrescentou essa fonte, considerando que o único ponto fora da curva na política internacional foi a gestão de Ernesto Araújo no Itamaraty. “O Brasil voltou a ser um ator internacional. Não pode ser um anexo dos Estados Unidos”.

Na avaliação desse interlocutor, o Brasil não pode adotar a postura da Otan nesta crise, “até porque não é membro da Otan”, numa referência à Organização do Tratado do Atlântico Norte, liderada pelos Estados Unidos.

Para integrantes da cúpula da diplomacia brasileira, a posição adotada pelo Itamaraty será pelo respeito ao direito internacional, e a única chance de negociação desta crise é por meio do chamado Acordo de Minsk, que estabeleceu um cessar-fogo no leste da Ucrânia em 2014.

Mas diplomatas experientes lotados no Brasil e no exterior avaliam que o Itamaraty vive uma saia justa inédita com o agravamento da crise Rússia-Ucrânia.

Isso porque o movimento errático do presidente Jair Bolsonaro de manifestar “solidariedade” ao presidente Vladimir Putin durante a viagem a Moscou na semana passada desequilibrou a tradicional postura de neutralidade do Brasil em conflitos internacionais.

Sites da Americanas saem do ar após detecção de potencial ameaça cibernética

A varejista Americanas teve que suspender parte dos servidores de sua plataforma de comércio eletrônico, após identificar riscos de “acesso não autorizado” no fim de semana, segundo informou ao mercado.

A Americanas disse, em comunicados, que os servidores foram atingidos inicialmente na madrugada de sábado. A empresa conseguiu restaurar o acesso a seus sites à tarde, mas teve que derrubá-los novamente no domingo após outro caso de acesso não autorizado.

“A companhia atua com recursos técnicos e especialistas para avaliar a extensão do evento e normalizar com segurança o ambiente de e-commerce o mais rápido possível”, disse a Americanas, acrescentando que suas lojas físicas não foram afetadas.

Os sites de propriedade da Americanas (americanas.com.br) e Submarino, ainda estavam fora do ar na manhã de segunda-feira (21).

Assaí fecha parceria para vender produtos pelo Rappi

O Assaí Atacadista anuncia na segunda-feira (21), uma parceria para vender seus produtos pelo aplicativo de entregas Rappi. O projeto ainda é considerado piloto e começou neste mês, em seis lojas de São Paulo (SP). Desde 2021, quando a empresa se separou do GPA, o Assaí iniciou seu processo de digitalização. A estratégia escolhida, por enquanto, é a de ter presença em plataformas de entrega terceiras.

As compras serão feitas por shoppers do Rappi, que selecionam, separam e entregam os itens indicados pelos clientes. Caso um dos itens escolhido não esteja disponível, o responsável pela compra sinaliza quais são as opções para substituição.

“A parceria com o Rappi permite aos clientes comprarem no Assaí pela internet com segurança e ter acesso, sem sair de casa, aos mesmos preços praticados em lojas físicas, o que significa mais economia nas compras de mercado. Esperamos, até o final de fevereiro, expandir essa parceria para todas as regiões do país onde possuímos lojas e onde o Rappi opera”, explica Anderson Castilho, vice-presidente de Operações do Assaí.

Luiz Tavares, diretor de Supermercados do Rappi Brasil, diz que a implementação da solução proporciona ao Assaí mais dados sobre seu público. “A união da expertise do Assaí no atacado com a inteligência de dados que possuímos proporciona uma leitura mais assertiva e imediata do comportamento dos clientes, de forma que possamos melhor endereçar a eles um portfólio de produtos que atendam suas necessidades”, diz.

Brasil busca diversificar e alavancar exportações aos Emirados Árabes

Apesar de ter os países árabes como terceiro maior parceiro comercial, o Brasil tem potencial para explorar novos mercados nesta região, defende Karen Jones, chefe operacional do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Dubai. A declaração ocorreu durante encontro promovido para a imprensa nos Emirados Árabes Unidos.

Karen cita alguns exemplos de produtos com alto valor agregado como peças automotivas, equipamentos médicos, construção civil, setor aéreo e defesa, além dos itens de higiene pessoal e cosméticos. “Tem uma boa demanda na África, principalmente para os produtos à base de queratina. É interessante pensar nos Emirados Árabes não apenas como um país de destino, mas também um centro de reexportação”, disse.

Atualmente, os principais produtos de exportação por parte do Brasil para a península arábica são as carnes, o minério de ferro, os derivados sucroalcooleiros, os cereais e a soja. Os envios para os países árabes só perdem para a China e os Estados Unidos.

Em 2021, o fluxo de comércio entre os dois países totalizou US$ 3,3 bilhões, sendo que o Brasil exportou US$ 2,3 bilhões e importou, especialmente em petróleo e fertilizantes, US$ 977 milhões. A conta gera um superávit de US$ 1,3 bilhão para o Brasil.

Um dos aumentos mais expressivos está no setor de ovos in natura e processados, cuja alta chegou a 81,5% em 2021 em relação a 2020. Os Emirados Árabes Unidos lideram entre os principais destinos desse produto, tendo respondido por 6,9 mil toneladas de um total de 11,3 mil toneladas.

No segmento de carnes, o agronegócio brasileiro especializou-se na obtenção do certificado halal, uma permissão para os exportadores que desejam enviar carnes aos países árabes. Obtida a partir de diversos processos, o certificado respeita preceitos do islã e evita o sofrimento do animal. O Brasil figura, inclusive, entre os maiores produtores de proteína halal do planeta.

Visto como essencial para o país desértico, o agronegócio brasileiro tem espaço para crescer. “Os Emirados são uma região onde a segurança alimentar é uma preocupação muito grande. Os Emirados são um país que importa mais de 80% do que consome, em termos de alimentos e bebidas, é aí onde o Brasil se posiciona melhor, como parceiro estratégico”, explica Karen.

Cosan encerra tratativas para joint venture em mobilidade com a Porto Seguro

A Cosan informa que assinou a rescisão do Acordo de Investimento celebrado com a Porto Seguro Serviços e Comércio, controlada da Porto Seguro, encerrando, desta forma, todas as tratativas para a potencial formação da joint venture para atuação em mobilidade, denominada “Mobitech”.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia afirma que decidiu por adotar uma diretriz mais conservadora com relação ao compromisso de investimentos, tendo em vista o agravamento da conjuntura macroeconômica, resultando em níveis mais altos de inflação, escalada das taxas de juros e aumento do custo de capital, visando preservar a geração de valor a seus acionistas e priorizar a alocação de capital em seu atual portfólio de negócios.

A Porto Seguro também divulgou fato relevante onde ressalta que mantém sua estratégia de expansão do negócio de mobilidade “Carro Fácil”, no ramo de assinatura de veículos, tendo investido mais de R$ 600 milhões no negócio desde 2014, e permanece firme na estratégia de crescimento e diversificação dos negócios da companhia, “sempre primando pelo desenvolvimento de novos produtos e tecnologias inovadoras e na criação de valor para seus acionistas e demais stakeholders”.

Consumo aparente de bens industriais cresceu 2% em dezembro de 2021

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou crescimento de 2% em dezembro de 2021 na comparação com novembro, na série com ajuste sazonal. Entre os componentes do consumo aparente, enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional avançou 2,1% em dezembro, as importações de bens industriais apresentaram queda de 1,6% no último mês do ano.

Os dados foram divulgados na quarta-feira (23) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Na comparação com dezembro de 2020, o indicador teve queda de 1,7%. No acumulado em 12 meses, encerrou o ano de 2021 com alta de 7,2%. No quarto trimestre móvel do ano, o indicador que mede a demanda interna por bens industriais, por meio da produção industrial interna não exportada, acrescida das importações, retrocedeu 2,6%.

Segundo o Ipea, na análise das grandes categorias econômicas, todos os segmentos apresentaram crescimento, com exceção do segmento de bens de consumo semi e não duráveis que registrou queda de 0,7%. O segmento de bens de capital destacou-se positivamente: alta de 8,4%. Na comparação interanual, todos os segmentos registraram queda, com exceção dos bens intermediários, que avançaram 0,4%.

“Em relação às classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação avançou 1,9% em dezembro, enquanto o crescimento da extrativa mineral foi de 0,3%, após forte alta de 27,9% no período anterior. A análise setorial mostra que 13 dos 22 segmentos apresentaram variação positiva. O destaque ficou por conta do segmento de veículos, com alta de 20,3% na margem. Na comparação interanual, cinco segmentos registraram crescimento, com destaque para petróleo e derivados e produtos químicos, com altas de 8,8% e 2,4%, respectivamente”, diz o Ipea.

Azul tem prejuízo de R$ 946 milhões no 4º trimestre

A Azul registrou prejuízo líquido no quarto trimestre pressionado por despesas financeiras, embora o resultado operacional tenha superado as previsões de analistas.

O prejuízo líquido da companhia foi de R$ 945,7 milhões de reais no quarto trimestre, revertendo lucro de R$ 543,4 milhões no mesmo período do ano anterior. Em termos ajustados, o prejuízo líquido recuou 52,5% de outubro a dezembro sobre um ano antes, para R$ 436 milhões.

A expectativa média de analistas que acompanham a empresa era de prejuízo de R$ 397,8 milhões de reais no período, segundo dados da Refinitiv.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 432,5% frente ao quarto trimestre do ano anterior, para R$ 1,027 bilhão de reais, acima do consenso do mercado de R$ 763,5 milhões.

A receita líquida somou R$ 3,73 bilhões de reais no trimestre, avanço de 109,1% ante igual período de 2020, com elevação na receita de passageiros, impulsionada pela retirada de restrições relacionadas à pandemia, e de cargas.

FGV: confiança da indústria atinge menor patamar desde julho de 2020

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 1,7 ponto de janeiro para fevereiro deste ano. Essa foi a sétima queda consecutiva do indicador, que atingiu 96,7 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, o menor nível desde julho de 2020 (89,8 pontos).

De acordo com a FGV, o Índice Situação Atual (ISA), que mede a confiança do empresário da indústria no presente, caiu 1,3 ponto, para 98,5 pontos, menor valor desde agosto de 2020 (97,8 pontos). O componente que mede a situação atual dos negócios foi o que mais contribuiu para o resultado.

O Índice de Expectativas (IE), que mede a confiança no futuro, recuou 2,2 pontos para 94,9 pontos, menor patamar desde julho de 2020 (90,5 pontos), puxado principalmente pelo componente de tendência dos negócios para os próximos seis meses.

Segundo a fundação, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou 0,8 ponto percentual, para 79,9%.

Sem peças, Caoa Chery vai parar produção de carros em Jacareí por 1 mês e meio

A Caoa Chery vai suspender temporariamente as atividades da fábrica de Jacareí (SP), onde monta utilitários esportivos e sedãs, devido à falta de componentes eletrônicos que já há um ano vem comprometendo a produção da indústria automotiva.

A paralisação será iniciada em 12 de março, quando os funcionários da área produtiva terão os contratos suspensos, o chamado layoff, com duração de um mês e meio.

Em nota, a montadora informa que a medida tem como objetivo adequar os estoques de peças da unidade no interior paulista, cujo abastecimento foi comprometido por efeitos da variante Ômicron da Covid-19. Comunica ainda que vai aproveitar o período de linhas inativas para adequar a fábrica à produção de novos modelos.

Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, o layoff de cerca de 450 trabalhadores do setor produtivo da fábrica foi comunicado hoje, tendo como motivo a escassez global de chips. Uma assembleia dos operários para tratar do afastamento temporário dos operários está marcada para amanhã na entrada do primeiro turno. A reivindicação do sindicato é por um acordo com previsão de estabilidade de emprego durante e após o layoff.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta-feira (02), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,25%, ante 12,25% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 1,83 em fevereiro, após alta de 1,82% em janeiro, informou na sexta-feira (25), a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Estadão/Broadcast que indicava alta de 1,86% para o indicador, com estimativas de 1,24% a 2,30%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta-feira (02), a projeção para o IGP-M ficou em 8,54%, ante 8,12% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,99% em fevereiro, após ter registrado taxa de 0,58% em janeiro, segundo divulgou na quarta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para um mês de fevereiro desde 2016, quando ficou em 1,42%, segundo o instituto.

Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 10,76%, acima dos 10,20% dos 12 meses anteriores, e a maior desde fevereiro de 2016. No acumulado do ano, a alta é de 1,58%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta-feira (02), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 5,60%, ante 5,56% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O PIB cresceu 0,8% em dezembro e acumulou alta de 4,7% em 2021, segundo o Monitor do PIB-FGV. O valor superou o dado de 2020, quando houve queda de 3,9% no indicador.

Segundo o estudo, todos os três grandes setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços) cresceram no ano, sendo suas taxas, respectivamente, 0,6%, 4,4% e 4,7%.

A exportação apresentou crescimento de 5,4% em no ano passado, em comparação a 2020, quando essa atividade havia apresentado retração de 1,8%. Já a importação cresceu 6,7% em 2021 frente ao ano anterior.

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta -feira (02), a projeção para o PIB ficou em 0,30%, ante 0,30% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (21), o Ibovespa fechou em queda, acompanhando a reação global a renovados temores de possível invasão russa na Ucrânia, depois do reconhecimento pela Rússia de regiões rebeldes no país vizinho. Ações do setor financeiro e da Americanas foram destaques de queda, enquanto Petrobras amenizou as perdas do índice. O índice Ibovespa teve queda de 1,02%, a 111.725,30 pontos. O volume financeiro somou R$ 18,3 bilhões.

Na terça-feira (22), o Ibovespa fechou em alta, após três sessões de queda e na contramão das bolsas de Nova York, à medida que a manutenção da entrada de fluxo estrangeiro nos ativos locais ajudou a compensar temores pela escalada de tensões na Ucrânia. O índice Ibovespa teve alta de 1,04%, a 112.891,80 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,7 bilhões.

Na quarta-feira (23), o Ibovespa fechou em queda, diante das tensões geopolíticas na Ucrânia, que declarou estado de emergência, e pressionado pelos papéis de mineradoras e siderúrgicas. Empresas de energia ajudaram a limitar as perdas. O índice Ibovespa teve queda de 0,94%, a 111.827,99 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,3 bilhões.

Na quinta-feira (24), o Ibovespa fechou em queda, mas longe das mínimas do dia, acompanhando parcialmente a melhora em Wall Street após declarações do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o ataque russo à Ucrânia. O índice Ibovespa teve queda de 0,37%, a 111.591,87 pontos. O volume financeiro somou R$ 37,9 bilhões.

Na sexta-feira (25), por volta das 12h21, o índice Ibovespa operava em queda de 0,13%, a 111.448,45 pontos. A volatilidade e a busca por segurança podem ser crescentes por conta da ainda da cautela com o conflito entre Rússia e Ucrânia, além de ser hoje o último pregão da semana e do mês. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 1,39%, a 113.141,94 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,2 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (25), por volta das 12h30, o dólar registrava alta de 0,89%, cotado a R$ 5,1508 na venda. O dólar subia na sexta-feira (25), depois de cair no começo do pregão, com investidores mantendo o prêmio de risco recém-adicionado na esteira da crise geopolítica agravada pela invasão russa sobre o território ucraniano.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (25) cotado a R$ 5,1557, depois de cair no começo do pregão, com investidores mantendo o prêmio de risco recém-adicionado na esteira da crise geopolítica agravada pela invasão russa sobre o território ucraniano.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
02/03/2022