Cenário Econômico Nacional – 13/02/2023

Cenário Econômico Nacional – 13/02/2023

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Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado eleva projeção para Selic em 2024 no Focus em meio a pressão da inflação

Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a elevar a perspectiva para a taxa básica de juros em 2024, em meio a um cenário de pressões inflacionárias crescentes, mostrou a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira (06).

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que os especialistas veem agora a Selic a 9,75% em 2024, de 9,50% na semana anterior.

Na semana passada, na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano e ressaltou que a incerteza fiscal e a deterioração nas expectativas de inflação do mercado elevam o custo para que a autoridade monetária atinja suas metas.

O Focus mostra que a taxa básica ainda deve ser mantida nesse patamar na reunião de março do Copom, e que os especialistas consultados seguem vendo a Selic a 12,50% ao final deste ano.

O cenário de inflação elevada permanece no radar do mercado, com aumento nas contas para a alta do IPCA este ano de 0,04 ponto percentual e de 0,03 ponto para 2024, respectivamente a 5,78% e 3,93%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2023 teve ajuste para baixo de 0,01 ponto, a 0,79%, enquanto que para o ano que vem seguiu em 1,50%.

Indicador antecedente de emprego inicia 2023 com queda de 0,8 ponto em janeiro, diz FGV

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil caiu 0,8 ponto em janeiro, iniciando 2023 com 73,9 pontos, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, havia subido em dezembro, mas voltou a cair mantendo-se em patamares historicamente baixos após uma série de resultados negativos no final de 2022, disse a FGV.

“As expectativas de desaceleração econômica em 2023 também não deixam muitas esperanças de que o indicador volte a sinalizar uma trajetória positiva. Com a pandemia cada vez mais no passado, quem vai ditar o ritmo de recuperação do mercado de trabalho é a atividade econômica”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

Em janeiro, quatro dos sete componentes do IAEmp contribuíram para a queda do indicador, com destaques para os indicadores que medem a Situação Atual e Tendência dos Negócios de Serviços, que contribuíram igualmente com -0,6 ponto, e o indicador de Emprego Previsto de Serviços, que contribuiu com -0,4 ponto, disse a FGV.

IGP-DI sobe menos que o esperado em janeiro e taxa em 12 meses vai a mínima em 3 anos e meio

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) iniciou 2023 com alta de 0,06% em janeiro, depois de subir 0,31% em dezembro, e a taxa acumulada em 12 meses caiu ao menor nível em quase três anos e meio.

O dado mensal divulgado na terça-feira (07) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de aumento de 0,30%.

Com isso, o índice passou a acumular em 12 meses avanço de 3,01%, menor taxa interanual desde setembro de 2019, quando estava em 3%.

“A principal contribuição para a desaceleração do IGP-DI partiu da inflação ao produtor que, nesta edição, acumula alta 1,89% em 12 meses, a menor desde março de 2018, quando caíra 0,48%”, destacou André Braz, coordenador dos índices de preços.

No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 0,19%, de alta de 0,32% no mês anterior.

Segundo Braz, commodities importantes registraram queda expressiva ao produtor, com destaque para carne bovina (de -0,44% para -1,82%) e aves (de -2,26% para -3,36%).

A pressão para o consumidor em setembro, por outro lado, aumentou, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, acelerou a alta a 0,80% no período, de 0,35% em dezembro.

No IPC, os destaques ficaram para Educação, Leitura e Recreação (-0,07% para 3,28%), Transportes (-0,07% para 0,92%) e Despesas Diversas (0,03% para 0,97%).

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou aceleração da alta a 0,46% em janeiro, de 0,09% antes.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Ata do Copom: comitê mostrou especial preocupação com deterioração de expectativas e citou política fiscal

O Comitê de Política Monetária (Copom) demonstrou especial preocupação com a deterioração das expectativas de inflação de prazos mais longos em sua última reunião, realizada entre os dias 31 de janeiro e 1° de fevereiro, quando optou novamente por manter a taxa Selic em 13,75% ao ano.

Segundo a ata da reunião divulgada na terça-feira (07), tal deterioração pode ter ocorrido por diversas razões, desde uma possível percepção de leniência do BC com as metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), até uma política fiscal expansionista, que pressione a demanda agregada ao longo do horizonte de projeções, ou a possibilidade de alteração das metas de inflação ora definidas.

De acordo com o documento, a conjuntura particularmente incerta no âmbito fiscal, com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária. “O Comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo CMN. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas”, afirma.

Os diretores do BC explicaram na ata da reunião que, para atingir as metas estabelecidas, uma vez observada a desancoragem das expectativas, é necessário se manter ainda mais atento na condução da política monetária e assim reduzir o custo futuro da desinflação.

Aluguéis sobem 4,2% em janeiro; acumulado em 12 meses está em 10,74%

O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) registrou inflação de 4,2% em janeiro deste ano. Em dezembro de 2022, o indicador calculado pela Fundação Getulio Vargas havia tido uma deflação (queda de preços) de 1,19%.

Com isso, o Ivar acumulado em 12 meses passou de 8,25% em dezembro para 10,74% em janeiro. O índice é calculado com base na variação dos aluguéis cobrados nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Se em dezembro, as quatro capitais haviam tido deflação, em janeiro elas registraram inflação. Em São Paulo, a taxa passou de -1,06% em dezembro para 2,84% em janeiro, no Rio de Janeiro subiu de -2,41% para 1,45%, em Belo Horizonte foi de -0,46% para 0,72%, enquanto em Porto Alegre cresceu de -1,09% para 10,15%.

As taxas acumuladas em 12 meses subiram em três capitais: São Paulo (de 7,80% para 8,20%), Rio de Janeiro (de 8,34% para 8,51%) e Porto Alegre (de 7,15% para 16,79%).

Apenas Belo Horizonte teve queda na taxa: de 11,31% para 9,82%.

Tesouro pagou em janeiro R$ 907,8 milhões em dívidas atrasadas

O governo federal pagou R$ 907,88 milhões em dívidas atrasadas de estados e municípios em janeiro, informou a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Os números dizem respeitos às dívidas garantidas pela União e não honradas por sete estados e constam do Relatório de Garantias Honradas pela União em operações de crédito.

Foram R$ 327,33 milhões relativos à inadimplência do Maranhão; R$ 188,03 milhões de Minas Gerais; R$ 120,12 milhões do Piauí; R$ 107,01 milhões do Rio de Janeiro; R$ 78,30 milhões de Goiás; R$ 60,92 milhões do Rio Grande do Sul e R$ 26,18 milhões de Pernambuco.

As garantias são os ativos oferecidos pela União, representada pelo Tesouro Nacional, para cobrir calotes em empréstimos e financiamentos dos estados, municípios e outras entidades com bancos nacionais ou instituições estrangeiras, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e o Banco Mundial. Como garantidor das operações, o Tesouro é comunicado pelos credores de que não houve a quitação de determinada parcela do contrato.

Caso o ente não cumpra suas obrigações no prazo estipulado, o Tesouro compensa os calotes, mas desconta o valor coberto com bloqueios de repasses federais ordinários, além de impedir novos financiamentos.

“No total, desde 2016, a União realizou o pagamento de R$ 52,60 bilhões com o objetivo de honrar garantias em operações de crédito de Estados e municípios. No mesmo período, foram recuperados R$ 5,61 bilhões dos valores devidos por meio da execução das contragarantias oferecidas nos contratos. Nesse caso, além do valor original, são cobrados do devedor juros de mora, multas e outros encargos previstos nos contratos de empréstimo, também pagos pela União”, informou a secretaria.

A Secretaria do Tesouro monitora os eventuais atrasos de pagamentos dos contratos garantidos pela União, estabelecendo prazos para regularização das pendências, além de “alertar os devedores para as sanções, penalidades e consequências previstas nos contratos e na legislação pertinente.”

Índice de Commodities do Banco Central cai 2,58% em janeiro ante dezembro

O Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br) voltou a cair em janeiro após queda de 2,18% em dezembro. Segundo o BC, o recuo foi de 2,58% no mês passado, variando de 390,76 pontos para 380,67 pontos.

Em 12 meses, a redução do IC-Br é de 6,89%. O indicador fechou o ano de 2022 com queda de 1,56%, sem compensar totalmente a alta de 50,72% em 2021.

Para efeito de comparação, o BC também divulga em seu documento o indicador internacional de commodities, o CRB, que caiu 0,96% em janeiro e tem recuo de 10,27% em 12 meses.

A queda do IC-Br na margem em janeiro foi puxada pelo componente de Energia, com redução de 15,21%. As commodities agropecuárias subiram 0,31% e o segmento de Metal mostrou alta de 5,76% no mês.

Em Agropecuária estão incluídos itens como carne de boi, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café, arroz e carne de porco. Já o segmento de Metal reúne alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo e níquel. Por sua vez, em Energia estão os preços de gás natural, carvão e petróleo.

Em 12 meses, todos os componentes do IC-Br registraram resultado negativo. A maior queda foi do segmento de Metal, de 19,45%, seguido por agropecuária (-4,68%) e Energia (-1,81%).

Fluxo cambial em janeiro é positivo em US$ 4,176 bilhões, segundo prévia do Banco Central

Depois de encerrar dezembro com saídas líquidas de US$ 13,808 bilhões, o país registrou fluxo cambial positivo de US$ 4,176 bilhões em janeiro, conforme a prévia divulgada pelo Banco Central (BC).

Com a entrada em vigor da lei cambial, operações de até US$ 50 mil, cerca de 3% do total negociado no mercado de câmbio primário, podem ser informadas ao BC até o dia 5 do mês subsequente. Com isso, o resultado final de janeiro será informado na semana que vem.

Em 2022, o saldo foi negativo em US$ 3,233 bilhões, conforme correção realizada pelo BC na semana passada.

Conforme a prévia de janeiro, o canal financeiro apresentou entradas líquidas de US$ 2,353 bilhões no período. Isso é o resultado de aportes no valor de US$ 48,227 bilhões e retiradas no total de US$ 45,874 bilhões. O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

No comércio exterior, o saldo preliminar de janeiro foi positivo em US$ 1,823 bilhão, com importações de US$ 18,977 bilhões e exportações de US$ 20,800 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 2,222 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 3,673 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 14,904 bilhões em outras entradas.

Considerando os dados prévios, no acumulado do ano, o fluxo cambial total é positivo em US$ 5,203 bilhões, com entrada de US$ 3,138 bilhões no canal financeiro e de US$ 2,064 bilhões no comercial.

Os aportes financeiros foram no valor de US$ 54,583 bilhões e as retiradas no total de US$ 51,444 bilhões. Já no comércio exterior, as importações somam US$ 21,404 bilhões e as exportações US$ 23,468 bilhões no acumulado de 2023. Nas exportações, estão incluídos US$ 2,656 bilhões em ACC, US$ 4,147 bilhões em PA e US$ 16,665 bilhões em outras entradas.

Comércio varejista fecha 2022 com crescimento de 1%

O volume de vendas do comércio varejista fechou 2022 com crescimento de 1%, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o pior resultado do setor desde 2016, quando havia apresentado queda de 6,2%.

Entre os segmentos do varejo, a atividade de combustíveis e lubrificantes, com alta de 16,6%, foi a que apresentou melhor resultado. Mais quatro atividades fecharam o ano com crescimento: livros, jornais, revista e papelaria (14,8%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,3%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (1,7%) e supermercados, alimentos, bebidas e fumo (1,4%).

Três atividades tiveram queda: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%), móveis e eletrodomésticos (-6,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-0,5%).

Em dezembro, o comércio varejista teve queda de 2,6% em relação ao mês anterior e alta de 0,4% na comparação com dezembro de 2021. A receita nominal do setor avançou 14,1% no acumulado do ano e 10,2% na comparação com dezembro de 2021, mas recuou 0,3% na passagem de novembro para dezembro.

O varejo ampliado, que também analisa os setores de materiais de construção e venda de veículos e peças além das oito atividades do varejo, fechou o ano com queda de 0,6% no volume de vendas, devido a perdas de 8,7% no setor de construção e de 1,7% nos veículos.

O setor teve perda de 0,6% na comparação com dezembro de 2021, mas apresentou alta de 0,4% na passagem de novembro para dezembro.

A receita do varejo ampliado cresceu 12,6% no acumulado de 12 meses, 8,7% na comparação com dezembro de 2021 e 0,4% na passagem de novembro para dezembro.

Inflação para famílias com renda mais baixa fica em 0,46% em janeiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que apura a variação da cesta de compras para famílias com renda até cinco salários mínimos, registrou inflação de 0,46% em janeiro deste ano. A taxa ficou abaixo da observada em dezembro (0,69%).

O INPC acumulado em 12 meses é de 5,71%. O indicador apresentou taxas mais baixas do que as observadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial e que registrou taxas de 0,53% em janeiro e de 5,77% em 12 meses. Em janeiro, os produtos alimentícios pesquisados pelo INPC tiveram inflação de 0,52%, variação menos intensa do que em dezembro (0,74%). O mesmo aconteceu com os produtos não alimentícios, cuja inflação passou de 0,67% em dezembro para 0,44% em janeiro.

Governo estuda elevar isenção do IR para 2 salários mínimos em 2023

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda aumentar a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até dois salários mínimos este ano, disseram duas fontes com conhecimento das negociações.

A ideia, ainda em avaliação, é cumprir pelo menos parcialmente uma das promessas de campanha de Lula, de elevar a isenção para trabalhadores que ganham até 5 mil reais, aumentando a renda disponível de quem ganha menos no país, disseram as fontes sob a condição de anonimato.

Uma isenção mais ampla, no entanto, representaria uma renúncia de receita muito maior em um momento em que a equipe econômica busca reduzir o forte déficit primário esperado para 2023 e sinalizar disciplina fiscal.

Como informou a Reuters na sexta-feira, o governo também está considerando aumentar o salário mínimo para 1.320 reais a partir de maio.

De modo que a isenção, se decidida, valeria para trabalhadores que ganham até 2.640 reais mensais.

Os trabalhadores que atualmente ganham até 1.903,98 por mês não pagam Imposto de Renda, valor que não é atualizado desde 2015, implicando, na prática, aumento da carga tributária sobre os brasileiros com salários menores.

A informação da medida em estudo foi divulgada inicialmente pelos jornais Folha de S.Paulo e Estado de S. Paulo.

Lira pretende criar grupo nas próximas semanas para discutir reforma tributária

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pretende criar, em breve, um grupo focado na discussão sobre a reforma tributária.

A CNN apurou que o ex-líder do PT Reginaldo Lopes (MG) é cotado para ser o coordenador desse grupo e o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) será o relator do colegiado.

A ideia do grupo é aperfeiçoar a proposta de reforma tributária já em tramitação na Câmara e negociá-la com os diversos setores da economia, de modo a ter uma proposta suficientemente consensual para levar ao plenário ainda neste semestre.

Pelo aspecto legislativo, o formato que esse grupo terá não está definido, mas os trabalhos devem se assemelhar aos de uma comissão especial.

Ribeiro é o relator da proposta de reforma tributária em andamento na Câmara, apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP), com o auxílio do agora secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.

O deputado do PP da Paraíba se encontrou rapidamente com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A tramitação da reforma tributária foi discutida, mas sem avanços significativos.

Aliados do presidente do Senado dizem que aguardam um sinal concreto do governo Lula (PT) em relação à tramitação da reforma tributária, ou seja, quais serão as diretrizes, o que o Planalto e a Fazenda querem e como pretendem fazer a reforma andar no Congresso.

Até o momento, não há reuniões agendadas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a cúpula do Congresso para discutir o assunto.

Mercadante assume BNDES e fala em mudar TLP e em elevar crédito à indústria

Aloizio Mercadante assumiu a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Durante a cerimônia de posse, ele voltou a falar em mudanças na Taxa de Longo Prazo (TLP), que baliza os financiamentos da instituição de fomento. Em vigor desde 2018, a TLP segue as taxas de mercado, diferentemente da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que vigorou desde 1994 e era definida pelo governo federal.

Segundo Mercadante, eventual mudança na TLP será debatida com o Congresso Nacional. “Não queremos e não estamos reivindicando padrões de subsídio no Orçamento, como no passado”, afirmou o novo presidente do BNDES, em sua cerimônia de posse, na sede do banco, no Rio.

Mercadante voltou a criticar o nível da TLP. Segundo ele, a taxa está acima das verificadas no “custo da dívida pública”. “Hoje, a TLP tem custo financeiro acima do custo da dívida. Isso penaliza as pequenas e médias empresas”, afirmou o novo presidente do BNDES.

Além de refutar a possibilidade de voltar a ter subsídios fiscais com os juros mais baixos do BNDES, Mercadante ressaltou que não pretende que o banco de fomento dispute mercado com os bancos privados.

“Não pretendemos ficar disputando mercado com o sistema financeiro privado. Queremos entrar na Febraban”, afirmou Mercadante, em tom de brincadeira, dirigindo-se a Isaac Sidney, presidente da entidade que representa os bancos privados, que estava na plateia da cerimônia de posse.

Mercadante também abordou a indústria em seu discurso. “Reindustrialização é para nova indústria, inovadora e descarbonizada”, disse ele. “Os desembolsos do BNDES para a indústria foram de 56% do total em 2006 para 16% em 2021. Temos que reverter a queda da indústria nos desembolsos.”

Lula nomeia novos membros para Comissão de Ética Pública da Presidência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou três novos membros da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que vão entrar no lugar de outros três escolhidos pelo então presidente Jair Bolsonaro, dois deles nomeados para o colegiado na reta final do governo passado.

Decretos publicados no Diário Oficial da União (DOU) de terça-feira (07), dispensam da função o ex-ministro de Bolsonaro Célio Faria Júnior e o advogado João Henrique Nascimento de Freitas, que era chefe da Assessoria Especial do ex-presidente, ambos aliados de primeira hora de Bolsonaro e que ganharam o posto na Comissão de Ética a 44 dias do fim da gestão presidencial para integrar o colegiado por três anos. O terceiro dispensado foi o desembargador aposentado Fábio Prieto, escolhido para ser o novo secretário da Justiça do Estado de São Paulo pelo governador Tarcísio de Freitas.

Os novos membros da comissão nomeados por Lula, também formalizados no Diário Oficial desta terça, são: Bruno Espiñeira Lemos, Kenarik Boujikian e Manoel Caetano Ferreira Filho, todos com mandato de três anos.

Criada durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, em 1999, a comissão é um órgão consultivo, que deve zelar pela aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal, analisar casos de potencial conflito de interesses e desvios de ocupantes de cargos de confiança. O grupo tem acesso a dados sigilosos de patrimônio dos integrantes do primeiro escalão do governo. Na prática, integrantes da Comissão de Ética podem apontar conflitos de interesse envolvendo ministros e demais ocupantes da cúpula do governo federal. Podem até recomendar a exoneração de servidores por violação de conduta.

O colegiado também decide se ministros, ao deixar o cargo, devem cumprir quarentena por até seis meses antes de exercer outras atividades profissionais. Nesta semana, o Estadão revelou que a comissão, formada por sete conselheiros, cuja composição era toda indicada por Bolsonaro, liberou ministros de seu governo para exercer de imediato atividades em empresas da iniciativa privada que mantêm relação com seus antigos cargos.

O colegiado dispensou da quarentena três titulares do primeiro escalão de Bolsonaro que, por lei, poderiam receber salários pelos próximos seis meses sem trabalhar, para evitar situações de conflito de interesse. Até agora, a comissão já liberou da quarentena o ex-deputado Fábio Faria (PP-RN), que comandou o Ministério das Comunicações no governo Bolsonaro, Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União, os dois vão trabalhar no BTG Pactual, e Marcelo Sampaio, ex-ministro da Infraestrutura, que informou ao órgão consultivo que foi convidado para trabalhar na Vale, a gigante da mineração e logística.

Compensação do ICMS pode ser feita de forma escalonada durante mandato atual, dizem governadores

A compensação aos Estados pelas perdas de arrecadação com o ICMS pode ser feita de forma escalonada ao longo do atual mandato, disseram os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Já tem uma diretriz de que o governo federal quer fazer a recomposição. Pediu para que essa recomposição pudesse ser feita dentro deste período de mandato, nos próximos quatro anos e de forma escalonada”, disse Casagrande em entrevista a jornalistas.

Segundo Leite, Haddad se mostrou disposto a buscar um consenso com os entes federativos sobre a compensação tributária e disse estar confiante que uma resolução definitiva sobre a negociação chegará depois de reuniões subsequentes, uma das quais deve ocorrer já na quarta-feira (08).

Contudo, segundo o governador do RS, uma recomposição que se estenda por todo o mandato atual não deve ser aprovada por todos os governadores. “Os Estados demonstram uma disposição a esse escalonamento. Não sei se é possível atingir os quatro anos, possivelmente tenha que ser um período menor”, disse.

A compensação está prevista em razão de uma lei aprovada no ano passado, no governo do então presidente Jair Bolsonaro, que limitou o percentual do ICMS a ser cobrado pelos Estados sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo.

O governo anterior editou uma portaria com os parâmetros da compensação, que segundo os governadores pode chegar a 36,6 bilhões de reais, mas nada foi pago ainda.

Bolsonaro sancionou parte do artigo que trata de um gatilho a ser acionado em caso de perda de arrecadação dos Estados e Distrito Federal por conta do teto do ICMS por meio da dedução de parcelas de dívidas desses entes federativos.

Randolfe diz que não há orientação do governo para trocar comando do Banco Central

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse na quarta-feira (08) que não há uma orientação da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para buscar a troca do comando do Banco Central, e reiterou que não há iniciativas no Legislativo para alterar o status de independência formal da autoridade monetária.

Em entrevista à GloboNews, Randolfe disse ainda que o governo quer debater a taxa de juros com o BC, em meio às duras críticas públicas feitas pelo presidente à política monetária, afirmando por exemplo não existir justificativa para o atual patamar da taxa Selic e classificando as justificativas do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sobre o assunto como “uma vergonha”. Lula também se referiu ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, como “esse cidadão”.

“Eu posso falar isso taxativamente, não existe nenhuma orientação do governo neste sentido, não existe nenhuma matéria neste sentido, não existe nenhum debate na Comissão de Assuntos Econômicos que vai ser reinstalada dentro em pouco no âmbito do Senado, a CAE não pauta e não tem isso no horizonte”, disse o líder à emissora, reiterando ao mesmo tempo as críticas de Lula ao atual patamar dos juros.

“Então, esse debate não está pautado no âmbito do Congresso. O que está pautado no âmbito do Congresso, apresentado pelo presidente, é uma irresignação, é um incômodo, eu vou mais além, é a não aceitação dessa taxa de juros como é e tentar amplamente dialogar sobre os mecanismos para nós termos em médio prazo a redução dessa taxa de juros.”

Na terça-feira (07), o Copom divulgou a ata de sua reunião da semana passada que decidiu manter pela quarta vez seguida os juros em 13,75% ao ano.

O colegiado avaliou que a revisão do arcabouço fiscal do país diminui a visibilidade sobre as contas públicas para os próximos anos, insere prêmios nos preços de ativos e impacta as expectativas de inflação. O documento aponta ainda que alguns membros do Copom notaram que a execução do pacote apresentado pelo Ministério da Fazenda deveria atenuar o risco fiscal e que será importante acompanhar sua implementação.

Lira e Pacheco discutem por telefone sobre eventual retorno de comissões especiais de MPs

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tiveram um desentendimento nesta semana após o senador começar uma articulação junto aos parlamentares para que as comissões especiais que analisam as Medidas Provisórias (MPs) enviadas pelo Executivo ao Congresso voltem a funcionar como antes da pandemia de Covid-19.

A informação foi confirmada à CNN por interlocutores de ambos. Segundo pessoas próximas a eles, Lira e Pacheco discutiram por telefone, em tom ríspido.

As Medidas Provisórias são normas do Executivo que têm força de lei assim que editadas e publicadas no Diário Oficial da União. No entanto, precisam ser aprovadas pela Câmara e pelo Senado para virarem leis em até 120 dias. Caso contrário, perdem a validade.

Normalmente, as MPs são analisadas em uma comissão mista, formada por deputados federais e senadores, para então serem deliberadas nos plenários das duas Casas. Porém, a necessidade de passarem pelas comissões mistas foi suspensa em 2020, por causa da pandemia, e ainda está em vigor.

Interlocutores da Mesa Diretora do Senado defendem que o gesto de Pacheco de enviar a decisão a Lira seria, na verdade, algo simbólico. Isso porque, enquanto presidente também do Congresso Nacional, Pacheco teria o poder de reativar as comissões especiais por conta própria, alegam.

PT fecha acordo interno por Rui Falcão na CCJ da Câmara

O PT fechou acordo entre as lideranças internas da Câmara e decidiu que o nome que será apresentado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Casa neste ano deverá ser o do deputado Rui Falcão (SP).

Uma reunião de uma comissão formada pelas diferentes correntes internas do partido definiu o nome de Rui. No dia 1º de fevereiro, a CNN tinha revelado que Falcão deveria ser o indicado. Agora, o nome só precisa ser validado pela bancada na próxima terça-feira (14), o que é considerado uma formalidade.

Em razão de um acordo formulado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não deve haver adversário contra Falcão. Lira fez o acordo com o PL, de modo que PT e PL, as maiores bancadas da Câmara, integrassem seu bloco.

Falcão já foi presidente do partido durante o governo Dilma Rousseff (PT) e é um dos parlamentares mais próximos do presidente Lula. Ele integra a corrente minoritária Novo Rumo, que ficou sem postos estratégicos no governo.

A corrente Construindo Um Novo Brasil, majoritária, é a que teve mais espaços. Os ministros palacianos Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), por exemplo, a integram.

Paulo Pimenta (Secom) é da Socialismo em Construção e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), da corrente Resistência.

Lula chega a Washington para encontro com Biden

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Washington, nos Estados Unidos, na noite de quinta-feira (09), onde se encontrará com o presidente americano Joe Biden, na sexta-feira (10).

Desembarcaram com ele ministros de Estado que também possuem reuniões agendadas no país: Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente), Anielle Franco (Igualdade Racial), além da primeira-dama Ronsângela da Silva, a Janja, que tem encontro marcado com a homóloga americana, Jill Biden.

Antes dos presidentes se encontrarem, Lula tem reuniões com alguns senadores e deputados norte-americanos, como também representantes de organizações sindicais do país.

A comitiva deverá cumprir uma agenda curta nos EUA, de apenas 24 horas, com retorno a Brasília previsto para este sábado (11). O encontro de Lula e Biden é esperado desde a eleição do presidente brasileiro, em outubro de 2022, quando eles se falaram por telefone e Biden reconheceu a eleição brasileira como legal e limpa.

Ambos também conversaram por telefone após os ataques de vandalismo aos Três Poderes do dia 8 de janeiro. Há muita expectativa de anúncios bilaterais entre os dois países, inclusive de que os Estados Unidos ingressem no Fundo Amazônia, passando a investir na iniciativa de proteção à floresta brasileira.

PL tem disputa interna por vagas em comissões e cogita regra para indicação

O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, vive uma disputa interna entre os deputados federais pelas indicações de quem será membro de comissões temáticas da Câmara dos Deputados.

A CNN apurou que, internamente, a bancada já cogita estipular regras para definir como serão feitas as indicações aos colegiados.

Indicações a comissões mais importantes e de maior destaque, como a Comissão de Constituição e Justiça, a de Segurança Pública e a de Fiscalização Financeira e Control, têm sido alvo dessa disputa.

O número de deputados do PL interessados em integrá-las é muito maior do que as vagas disponíveis e, até o momento, não há uma definição clara de quem conseguirá compor o colegiado de preferência por meio do partido.

A CNN apurou que deputados do PL estudam um entendimento para que as indicações sejam definidas na base do voto. Quando houver disputa entre mais de um candidato para um cargo, a ideia é que os parlamentares da sigla façam uma votação interna para decidir quem será o representante da legenda no colegiado.

O objetivo dessa proposta é evitar que essas disputas tenham de ser levadas ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Com 99 deputados, o PL tem a maior bancada da Casa. Por consequência, possui mais espaço nas comissões, por questões de proporcionalidade. Apesar disso, já houve indicativos na legenda de que parlamentares disputarão os mesmos espaços nas comissões.

O partido saiu da eleição com duas alas evidenciadas: uma é ligada intrinsecamente ao bolsonarismo (entre eles Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Bia Kicis, Eduardo Pazuello e Ricardo Salles); a outra, ao Centrão (como o próprio líder da bancada, Altineu Côrtes).

Fiesp prevê queda de 0,5% da produção da indústria brasileira em 2023

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) prevê redução de 0,5% da atividade industrial em 2023, quando a economia deve perder tração no Brasil e no restante do mundo com o efeito da das elevações de juros promovidas pelos Bancos Centrais para derrubar a inflação.

A projeção foi anunciada após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar a contração, a sexta em uma década, de 0,7% da indústria nacional em 2022. O economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, diz que os estímulos fiscais lançados no ano passado, como a ampliação de programas sociais, tiveram efeito limitado diante do ciclo de alta dos juros. “Os efeitos dos estímulos fiscais na atividade se esgotam rapidamente num cenário de juros mais altos”, comenta o economista.

Segundo o mapa de calor da Fiesp, onze de 25 atividades da indústria de transformação terminaram o ano passado mostrando perda de tração, entre eles setores como as indústrias têxtil, metalúrgica e de móveis. Com a tendência de manutenção dos juros altos por período prolongado, talvez até o fim deste ano, segundo previsões de economistas, a expectativa é que o setor leve mais tempo para retomar o nível de atividade de antes da pandemia.

Rocha cita incertezas sobre a extensão do aperto dos juros nos Estados Unidos, dado o mercado de trabalho ainda aquecido no país, mas a expectativa hoje é de um segundo semestre de melhora nas condições financeiras, que devem ser mais restritivas durante a primeira metade do ano. O quadro da indústria, diz o economista, pode mudar, revertendo a previsão hoje negativa, se a reforma tributária for aprovada numa versão ampla, animando os empresários a retomar os investimentos.

Lemann vem ao Brasil e entra pessoalmente no caso Americanas

Os empresários Marcel Telles e Beto Sicupira vieram ao Brasil para negociar pessoalmente uma solução para o caso Americanas, segundo a CNN apurou com fontes próximas dos dois.

O terceiro sócio da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, também estaria a caminho do país no fim de semana. Telles, Sicupira e Lemann são os três acionistas de referência da Americanas.

A varejista tem uma dívida de R$ 43 bilhões e está em processo de recuperação judicial, depois que “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões foram detectadas em seu balanço.

A vinda dos três megaempresários acendeu esperanças, nos credores, de um encaminhamento positivo da crise. Para eles, é um sinal de que eles estariam dispostos a evoluir nas tratativas e possivelmente injetar recursos próprios na salvação da empresa.

Na quinta-feira (02), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou Lemann. “Esse Lemann era vendido como o suprassumo do empresário bem-sucedido no planeta Terra. Ele era o cara que financiava jovens para estudarem em Harvard para formar um novo governo. Era um cara que falava contra a corrupção todo dia. E depois ele comete uma fraude que pode chegar a R$ 40 bilhões”, disse Lula, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da Rede TV!.

Demanda por voos da Gol sobe 9% em janeiro sobre um ano antes

A Gol informou que a demanda de passageiros por voos da companhia cresceu 8,9% em janeiro sobre o mesmo período do ano passado e que a oferta da empresa avançou 6,2%, resultando em um fator de ocupação dos aviões de 84,7%, alta de 2,1 pontos percentuais.

Na comparação com dezembro, quando aeronautas promoveram paralisações em meio a discussões salariais com as empresas, a demanda subiu 12% no mês passado e a oferta avançou cerca de 3,1%, segundo informações divulgadas pela companhia.

Considerando apenas o mercado doméstico, a procura por voos da empresa ficou praticamente estável sobre janeiro de 2022, enquanto a oferta caiu 3%, resultado em uma taxa de ocupação de aeronaves de 85,6% ante 82,8%.

Após crise na Americanas, Light desaba com possibilidade de recuperação judicial

As ações ordinárias da Light despencavam 14,84% às 10h31 (de Brasília) na terça-feira (07), após notícias de que a companhia poderia entrar com pedido de recuperação judicial em breve. Os papéis estavam cotados a R$2,64.

Coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, afirma que a distribuidora de energia terá uma “semana decisiva” e pode entrar em breve com pedido de recuperação judicial. Segundo o colunista, a companhia teria necessidade de financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.

Beto Sicupira, um dos acionistas de referência da Americanas, que pediu recuperação judicial recentemente, detém 10% da Light.

Na semana passada, a Fitch, agência de classificação de risco, rebaixou o rating da Light e suas subsidiárias Light Serviços de Eletricidade e Light Energia para ‘CCC+’, de ‘BB-’. A Fitch também rebaixou os Ratings em Escala Nacional para ‘CCC(bra)’, de ‘AA-(bra)’.

“O rebaixamento reflete um risco de crédito substancial para a Light no pagamento pontual de principal e juros de suas obrigações após o anúncio de que havia contratado a Laplace Finanças com o objetivo de melhorar sua estrutura de capital, e a estratégia no mercado de crédito mais restritivo, devido à inadimplência da Americanas”, informou a Fitch Ratings.

Klabin tem lucro acima do esperado no 4º trimestre, mas vendas recuam

A maior fabricante de papel para embalagens do Brasil, teve lucro líquido de 790 milhões de reais no quarto trimestre, em um desempenho acima do esperado pela média do mercado e impulsionado por aumentos de preços de produtos que minimizaram queda nos volumes vendidos, além de contribuição de variação cambial sobre a dívida.

O resultado dos três últimos meses do ano passado, porém, foi 25% menor que o obtido no quarto trimestre de 2021 e 62% inferior ao lucro líquido do terceiro trimestre do ano passado.

Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 414,5 milhões de reais para a Klabin no quarto trimestre, segundo dados da Refinitiv.

O resultado financeiro, que tradicionalmente é um componente relevante nos resultados de empresas exportadoras, ficou negativo em 31 milhões de reais no quarto trimestre ante 390 milhões também negativos um ano antes.

O volume vendido caiu 5% na comparação anual e 9% na trimestral, a 928 mil toneladas. A receita líquida cresceu 11% sobre o quarto trimestre de 2021, para 5,1 bilhões de reais, mas caiu 7% na comparação trimestral. O mercado tinha expectativa de faturamento de cerca de 5 bilhões de reais no período.

Segundo a companhia, houve menor demanda no segmento de sacos, em meio a uma retração no consumo de cimento no Brasil. Em papelão ondulado, houve queda de 8% no volume vendido sobre um ano antes, “em função da redução da safra de frutas por problemas mercadológicos, especialmente na Europa, e climáticos”, afirmou a companhia. A Klabin citou ainda menor exportação de proteína, setor que, junto com frutas, a empresa “possui participação relevante no fornecimento de papelão ondulado”.

Marisa anuncia renúncia de presidente em meio a processo de reestruturação

A Marisa Lojas informou na quarta-feira (08) que o diretor presidente Adalberto Pereira dos Santos renunciou à presidência da empresa. Interinamente, Alberto Kohn de Penhas, atual vice-presidente Comercial e executivo, assumirá o comando na empresa.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa ainda que o membro do conselho de administração, Marcelo Adriano Casarin também renunciou ao cargo.

A companhia diz que já iniciou o processo de seleção do novo presidente. Da mesma forma, o colegiado está tomando as medidas necessárias para a nomeação de novo membro para o conselho o qual ocupará a cadeira anteriormente ocupada por Casarin até a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária ser realizada em abril de 2023.

A empresa informa ainda que em continuidade ao processo de otimização financeira e aprimoramento de sua estrutura de capital, contratou a BR Partners para assessorá-la no processo de renegociação de seu endividamento financeiro e a Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos da companhia.

Setor têxtil fecha cerca de US$ 10 milhões em negócios em feira colombiana

Indústrias têxteis brasileiras fecharam cerca de US$ 10,066 milhões em negócios em uma feira do setor na Colômbia no fim de janeiro. O segmento espera que, ao longo do ano de 2023, os negócios com o país vizinho cheguem a cerca de US$ 72,350 milhões.

Foram 29 empresas do segmento têxtil brasileiro no evento. A presença está em linha com a relevância do fluxo comercial total entre os dois países. As exportações brasileiras de diferentes setores econômicos para a Colômbia cresceram 54,8% de janeiro a outubro de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021, quando somaram US$ 4,17 bilhões.

Na outra ponta, as vendas colombianas para o Brasil atingiram a cifra de US$ 2,07 bilhões, uma alta de 32,2%. No mesmo período do ano passado, as vendas do setor têxtil e de confecção do Brasil à Colômbia somaram US$ 78,60 milhões.

Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), diz que as exportações para a Colômbia mostram uma consolidação das relações. “Desde que houve o fim do imposto de exportação para a Colômbia, há cerca de 6 anos, essas relações tem se consolidado”, diz.

O Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 72 entre Mercosul e Colômbia, firmado e vigente desde 2017, tem o objetivo de estabelecer área de livre comércio com tarifa zero aos signatários, bem como promover o desenvolvimento, investimento, integração e cooperação. O Brasil é o quarto principal parceiro comercial da Colômbia, atrás dos Estados Unidos, China e México, com um market share de 5,7% no mercado do país vizinho.

Pimentel comenta ainda que o Custo Brasil atrapalha as empresas produtoras de tecido no País na exportação. “São questões estruturais que têm feito a balança manufaturada do Brasil ficar em déficit”. Para ele, acordos comerciais como o feito com a Colômbia são bem-vindos para estimular o segmento. O executivo vê com bons olhos a criação de pontes como o Tratado de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia.

Setor de franquias cresce 12,6% com faturamento de R$ 211,4 bilhões em 2022

O Brasil fechou o último trimestre de 2022 com um total de 63.800 franquias. O número é 12,6% superior ao registrado no mesmo período de 2021 (56.663), de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

A organização destacou, ainda, que o setor recuperou o nível que mantinha antes da pandemia de Covid-19, em termos de faturamento. Em 2019, quando a crise sanitária ainda não havia eclodido, o segmento faturou R$ 186,7 bilhões. No ano passado, a receita foi de R$ 211,4 bilhões, 14,3% acima do valor atingido em 2021, de R$ 185 bilhões.

Pelos cálculos da associação, cada unidade de franquia gera, em média, nove empregos diretos. O setor gerou 1.589.276 postos de trabalho em 2022, um aumento de 12,6%, na comparação com 2021 (1.411.319 vagas).

Mesmo em relação a 2019, houve um salto, de 17%. Naquele ano, as franquias responderam por 1.358.139 vagas de emprego formal.

Para o professor de economia Mauro Sayar, a expansão das franquias durante a pandemia tem ligação com a busca dos brasileiros por soluções, ao se deparar com a queda na renda e o desemprego.

“Um tanto desse crescimento do franchising em unidades talvez esteja relacionado, primeiro, a essa perspectiva de tentar buscar alternativas em um contexto tão adverso. E segundo, a repensar a própria carreira, a própria dinâmica”, afirmou o docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para este ano, a expectativa é de que o faturamento cresça entre 9,5% e 12%. Quanto à empregabilidade do setor, espera-se também um crescimento de 10%, mesmo patamar estimado para as operações.

SELIC

Com a indicação do BC (Banco Central) de que deve manter a taxa Selic em 13,75% por ainda mais tempo, a expectativa para os juros básicos no fim de 2023 se manteve estável, mas houve avanço nos anos seguintes.

No Boletim Focus divulgado essa semana, a mediana para o fim de 2023 continuou em 12,50% ao ano, enquanto para o término 2024 avançou de 9,50% para 9,75%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,25% e 9,25%, nessa ordem.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (13), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,75%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma deflação de 0,23% na primeira prévia de fevereiro, informou na quinta-feira (09), a Fundação Getulio Vargas (FGV). No primeiro decêndio de janeiro, o índice havia registrado alta de 0,32%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) teve queda de 0,48% nesta leitura, após subir 0,35% na leitura anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) acelerou a 0,51% nesta medição, ante 0,22% na mesma prévia de janeiro. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) avançou a 0,31%, após alta de 0,28% na primeira prévia do mês passado, de acordo com a FGV.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (13), a projeção para o IGP-M ficou em 4,60%, ante 4,60% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, variou 0,53% em janeiro. Trata-se do quarto mês seguido de alta, segundo o IBGE. No entanto, em relação a dezembro (0,62%), houve desaceleração.

Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 5,77%, que também desacelerou em relação ao avanço de 5,79% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2022, a variação havia sido de 0,54%.

O maior impacto no mês veio de Alimentação e bebidas (0,59%), que contribuiu com 0,13 ponto percentual no índice.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (13), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 5,79%, ante 5,78% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Boletim Focus divulgado segunda-feira (06), mostrou relativa estabilidade no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A mediana para a alta do PIB em 2023 passou de 0,80% para 0,79%, contra 0,78% há um mês. Considerando apenas as 32 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 0,82% para 0,70%.

Apesar de não ter sido divulgado ainda, o PIB de 2022 não faz mais parte do Boletim. Para 2024, o Relatório Focus mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50%, mesma projeção de um mês atrás.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (14), a projeção para o PIB ficou em 0,76%, ante 0,79 apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (06), o Ibovespa fechou em alta, recuperando terreno à tarde, com suporte de Petrobras e ajuda dos índices em Wall Street, que se afastaram das mínimas. A petrolífera estatal foi a maior influência positiva ao Ibovespa, seguida por Prio e empresas de distribuição de combustíveis, enquanto Vale e JBS ficaram na ponta oposta. O índice Ibovespa teve alta de 0,18%, a 108.721,58 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,1 bilhões.

Na terça-feira (07), o Ibovespa fechou em queda, destoando de Wall Street, pressionado por novos atritos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central (BC), em dia de divulgação da ata do Copom. Itaú Unibanco foi a maior pressão negativa, antes de divulgar balanço após o fechamento do mercado, e Vale subiu na ponta oposta. O índice Ibovespa teve queda de 0,82%, a 107.829,73 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,5 bilhões.

Na quarta-feira (08), o Ibovespa fechou em alta, apesar de recuo em Nova York, liderado pelas ações de bancos após analistas receberem positivamente o resultado do Itaú Unibanco, e diante de algum alívio nas tensões envolvendo Banco Central e a Presidência. O índice Ibovespa teve alta de 1,97%, a 109.951,49 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,9 bilhões.

Na quinta-feira (09), o Ibovespa fechou em queda, influenciado por temores do mercado de maior influência do governo no Banco Central (BC), após notícias sobre potencial mudança na meta de inflação, enquanto o cenário externo, que era mais positivo no início do dia, virou e gerou pressão adicional. O índice Ibovespa teve queda de 1,77%, a 108.008,05 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,8 bilhões.

Na sexta-feira (10), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,098%, a 108.113,36 pontos. Com o foco voltado para a reação ao balanço do Bradesco, enquanto seguem preocupações de que o Banco Central possa ceder às pressões do governo. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,07%, a 108.078,27 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,2 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (10), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,45%, cotado a R$ 5,2550 na venda. O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda frente ao real, mas continuava a caminho de fechar a semana com fortes ganhos, com investidores ainda se mostrando preocupados com a possibilidade de o Banco Central ceder a críticas do governo sobre a conduta da política monetária.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (10) cotado a R$ 5,2219, na esteira de movimento de realização de lucros, mas ainda fechou a semana com fortes ganhos, conforme investidores seguem preocupados com a possibilidade de o Banco Central ceder a críticas do governo sobre a conduta da política monetária.

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FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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13/02/2023