Cenário Econômico Nacional – 10/07/2023

Cenário Econômico Nacional – 10/07/2023

Cenário Econômico Nacional – 10/07/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado reduz previsão para Selic a 12% este ano e vê inflação menor até 2026

Analistas do mercado reduziram suas estimativas para a inflação até 2026 e passaram a ver maior afrouxamento monetário neste ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (03).

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa agora é de que a taxa básica de juros Selic encerre 2023 a 12,00%, de 12,25% esperados antes.

Na última reunião, o BC deixou a Selic em 13,75%, mas indicou na ata desse encontro a possibilidade de iniciar um afrouxamento monetário “parcimonioso” na próxima reunião, em agosto.

O Focus mostra que os economistas seguem vendo em agosto um corte de 0,25 ponto percentual, o que já era esperado, mas passaram a ver agora três cortes sucessivos de 0,50 ponto percentual nas reuniões seguintes até o final do ano. Antes a projeção era de dois cortes de 0,25 ponto em agosto em setembro, seguidos de mais duas reduções de 0,50 ponto.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda reduções na perspectiva para a inflação de 2023 a 2026, com a alta do IPCA estimada abaixo de 5% este ano.

As previsões agora são de inflação de 4,98% em 2023, 3,92% em 2024, 3,60% em 2025 e 3,50% em 2026. Na pesquisa anterior, as estimativas eram respectivamente de 5,06%, 3,98%, 3,80% e 3,72%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou em 0,01 ponto percentual, a 2,19%, enquanto para 2024 subiu a 1,28%, de 1,22%.

Reforma pode gerar alta de 60% em impostos de itens da cesta básica

A proposta de reforma tributária apresentada na semana passada pode provocar um aumento de 59,83%%, em média, nos impostos que recaem sobre a cesta básica e itens de higiene, de acordo com estimativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O presidente da entidade, João Galassi, esteve na capital paulista, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir os impactos da reforma sobre o setor.

Pelos cálculos da associação, os estados da região Sul serão os mais afetados, caso a reforma seja aprovada no Congresso Nacional, já que o aumento médio na tributação será de 93,5%. As regiões Centro-oeste e Sudeste aparecem logo em seguida na lista, com alta prevista de 69,3% e 55,5%. Para as regiões Norte e Nordeste, o incremento deve ser de 40,5%, 35,8%.

No levantamento, foram considerados produtos como arroz, feijão, carnes ovos, legumes, dentre outros. A Abras levou em conta a adoção reduzida em 50% sobre a alíquota padrão do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) prevista de 25%, que está em discussão.

A possibilidade de haver encarecimento de produtos básicos já havia sido antecipada por especialista ouvido pela Agência Brasil. O texto relativo à reforma tributária tem como foco a simplificação e unificação de tributos sobre o consumo e a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional, com montante de R$ 40 milhões, para destinar verba a projetos de estados com menos orçamento. O relator da matéria, que deve ser votada na Câmara dos Deputados esta semana, é o parlamentar Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Ao final da reunião, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, rebateu os números da Abras, dizendo que o patamar de tributos que incidem sobre a cesta básica deverá permanecer na mesma linha do que existe hoje, mesmo com a reforma. Appy afirmou que o cálculo da associação “não informa”, e sim “desinforma”, porque deixa de fora parte dos efeitos positivos que o redesenho da tributação deve ocasionar.

“Primeiro, não é que estão dizendo que vai haver um aumento de 60% na cesta básica. O que eles estão dizendo é que a carga tributária, o montante que incide sobre a cesta básica teria um aumento de 60%, pelas contas deles. Por esse tipo de raciocínio, se eu tiver uma alíquota de 0,1% e ela for para 1%, aumentou 900%. Segundo, mesmo a conta que eles trouxeram está errada. Por quê? A conta que a Abras fez pegou simplesmente do ponto de vista da tributação atual da margem dos supermercados, na venda de produtos da cesta básica, do PIS Cofins, eles estimaram, com base nas alíquotas de cada estado, qual o impacto da adoção de uma alíquota que fosse 50% de uma alíquota básica, que é o que está previsto na PEC”, disse.

IPC-S fecha junho com queda de preços de 0,10%

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou o mês de junho com deflação (queda de preços) de 0,10%. Em maio, o indicador havia registrado inflação de 0,08%. Segundo dados divulgados na segunda-feira (03) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-S acumula taxa de inflação de 2,22% em 12 meses.

Dos oito grupos de despesa, dois apresentaram deflação e contribuíram para a taxa negativa do IPC-S, alimentação (0,36%) e transportes (1,14%).

Entre os seis grupos com inflação, o principal destaque foi educação, leitura e recreação, que teve alta de preços de 0,87%. Em maio, o grupo havia tido a maior deflação (3,37%).

Os demais grupos de despesas apresentaram as seguintes taxas: vestuário (0,50%), habitação (0,23%), saúde e cuidados pessoais (0,19%), comunicação (0,14%) e despesas diversas (0,12%).

Balança comercial tem superávit de US$ 10,592 bilhões em junho

A balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou junho com superávit de US$ 10,592 bilhões, divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado é o melhor para meses de junho e representa alta de 19,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.

Com o resultado de junho, a balança comercial encerrou o primeiro semestre com superávit acumulado de US$ 45,514 bilhões, resultado recorde para o período desde o início da série histórica, em 1989.

Em relação ao resultado mensal, o recorde ocorreu apesar de tanto as exportações como as importações terem caído em junho. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 30,094 bilhões para o exterior, queda de 8,1% em relação ao mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária. As compras do exterior somaram US$ 19,502 bilhões, recuo de 18,2% pelo mesmo critério.

Do lado das exportações, a queda das commodities (bens primários com cotação internacional) foi a principal responsável pela retração. Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos últimos meses, provocando a retração nas vendas externas. A safra recorde de soja contribuiu para segurar a queda nas exportações.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu apenas 6,7%, enquanto os preços caíram 15,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 3,3%, mas os preços médios recuaram 17,7%.

Apesar da desvalorização das commodities, o governo revisou levemente para cima a projeção de superávit comercial. Para 2023, o governo prevê saldo positivo de US$ 84,7 bilhões, contra projeção anterior de US$ 84,1 bilhões.

Segundo o MDIC, as exportações diminuirão 1,4% em 2023 e encerrarão o ano em US$ 330 bilhões. As estimativas são atualizadas a cada três meses. As importações recuarão 10% e fecharão o ano em US$ 245,2 bilhões.

Ministério projeta superávit comercial recorde de US$ 84,7 bilhões

O leve aumento de exportações e de importações de produtos cujos preços arrefeceram nos últimos meses fez o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) projetar superávit comercial (exportações menos importações) recorde em 2023. A segunda estimativa do ano prevê superávit de US$ 84,7 bilhões.

A projeção é atualizada a cada três meses. Caso se confirme, o superávit será 37,7% mais alto que o saldo positivo de US$ 61,525 bilhões registrado em 2022, até agora o melhor resultado da história.

O saldo comercial deverá subir porque as importações cairão mais que as exportações em relação aos resultados de 2022. O governo projeta exportar US$ 330 bilhões este ano, queda de 1,2% em relação aos US$ 334,1 bilhões exportados pelo país ano passado. Em contrapartida, as importações deverão atingir US$ 245,2 bilhões, recuo de 10% em relação aos US$ 272,6 bilhões comprados do exterior em 2022.

Em relação à projeção anterior, divulgada em abril, tanto as exportações como as importações subiram levemente. “Em relação à primeira previsão, houve aumento de cerca de US$ 5 bilhões em importação e também em exportação. As expectativas estão em linha”, declarou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.

Segundo o MDIC, dois fatores estão por trás do saldo recorde em 2023. Por um lado, os preços de commodities energéticas, como o petróleo, e de itens como fertilizantes, estão em tendência de queda após atingirem um pico no início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, a desaceleração da economia deve provocar queda nas importações, por causa da retração do consumo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia tem impactado as importações nos últimos meses. Os preços internacionais dos adubos e dos fertilizantes caíram 55,2% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O preço médio dos combustíveis importados diminuiu 40,4% na mesma comparação. O preço médio do trigo, outro produto que o Brasil importa em grande quantidade, cai 18,6%.

Indicador antecedente de emprego no Brasil tem pico de oito meses em junho

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil subiu em junho e atingiu o maior nível em oito meses, mas ainda sugere cautela, de acordo com os dados divulgados na quarta-feira (05) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 2,2 pontos em junho e foi a 76,8 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (79,8 pontos).

“A alta de junho do IAEmp compensa as quedas dos últimos dois meses, mas não se afasta muito do patamar de 75 pontos que vem oscilando desde a virada para 2023. Esse resultado sugere que ainda existe cautela sobre o retorno a uma trajetória mais favorável do mercado de trabalho nos próximos meses, mas pode ser um primeiro sinal positivo”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

Tobler destacou ainda que, para os próximos meses, notícias favoráveis do ambiente macroeconômico serão fator fundamental para geração de empregos.

Os componentes do IAEmp mostram que o destaque para a alta do IAEmp foi o indicador de Situação Atual dos Negócios de Serviços, que contribuiu com 0,7 ponto. Os indicadores de Emprego Previsto e de Tendência dos Negócios da Indústria contribuíram com 0,5 ponto.

O único componente que pesou de forma negativa sobre o índice foi o indicador de Situação Atual dos Negócios da Indústria, com -0,1 ponto.

Ipea projeta maior crescimento e menor inflação em 2023

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diante dos avanços observados na economia brasileira nos três primeiros meses do ano, reviu as previsões econômicas e espera que o Brasil cresça mais e que a inflação seja menor do que o esperado anteriormente para 2023. As novas previsões e as análises do instituto foram divulgadas na Visão Geral da Conjuntura.

A nova previsão do instituto é que o Produto Interno Bruto (soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país – PIB) cresça 2,2% em 2023. A antiga previsão, até março, era de um crescimento de 1,4%. Já a inflação deve ser menor. A previsão da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,6% para 5,1% em 2023.

De acordo com o relatório, a revisão da previsão do PIB em 2023 ocorreu após o crescimento dos primeiros três meses do ano ter superado as expectativas do Ipea. A previsão do instituto para o período era um crescimento de 1,2% em relação ao período anterior, ou seja, em relação aos últimos três meses de 2022, e que avançasse 2,7% em comparação com os primeiros três meses de 2022. O crescimento, no entanto, foi maior, 1,9% em relação ao trimestre anterior e 4% em relação ao mesmo período de 2022.

A inflação menor que a esperada, por sua vez, ocorre também devido à valorização do real brasileiro, que junto com a deflação das cotações das commodities resulta em força que pressiona para baixo os preços no atacado, induzindo a um cenário de desinflação no varejo e nos preços ao consumidor. Para o restante do ano, portanto, a perspectiva é, segundo a análise divulgada, de estabilidade.

No documento, os pesquisadores detalham alguns fatores que contribuem com o cenário projetado. Dentre eles, o aumento da demanda por commodities brasileiras, motivada, entre outros fatores, pela reabertura econômica da China. Este ano, o Brasil registrou recordes de superávit mensal na balança comercial para o mês, puxados pelo aumento das exportações de commodities como petróleo, minério de ferro, milho e soja.

Dentro do país, o Ipea aponta duas forças distintas em direções opostas. De um lado, a manutenção por período prolongado de taxas de juros elevadas por parte da autoridade monetária, alcançando o valor médio anualizado de 45% no mercado de crédito, o que pressiona para baixo o crescimento. De outro, impulsionam o crescimento, as medidas fiscais que permitem a sustentação da renda das famílias, assim como a elevação da demanda pública, tanto do consumo do governo como dos investimentos públicos.

Aluguel residencial cai 0,48% em junho, mostra FGV

Os preços dos aluguéis residenciais caíram 0,48% em junho, depois de recuo de 0,06% em maio. Os dados são do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Em 12 meses, o índice acumulou uma alta de 7,96%.

Quanto aos resultados das quatro capitais que integram o índice da FGV, o aluguel residencial em São Paulo passou de uma queda 2,02% em maio para uma alta de 1,54% em junho.

No Rio de Janeiro, o índice saiu de aumento de 3,15% para redução de 2,77% no período; em Belo Horizonte, de alta de 3,09% para recuo de 4,98%; e em Porto Alegre, de queda de 0,33% para redução de 0,13%.

No acumulado em 12 meses, os aluguéis avançaram 7,22% em São Paulo; 6,28% em Porto Alegre; 10,68% em Belo Horizonte; e 8,82% no Rio de Janeiro.

O IVAR foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis.

Até então, a FGV coletava informações de anúncios de imóveis residenciais para locação, e não os valores efetivamente negociados.

Economia brasileira pode crescer até 2,39% com reforma tributária, diz Ipea

A reforma tributária tem potencial para o crescimento da economia brasileira, segundo estudo divulgado na quinta-feira (06) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O estudo conclui que o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer 2,39% até 2032, na comparação com o cenário sem qualquer mudança no sistema tributário.

Na Câmara dos Deputados, o substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição 45 poderá ser votado em primeiro turno ainda nesta quinta.

A pesquisa publicada na Carta de Conjuntura do instituto traz um levantamento com 68 setores de atividade econômica, distribuídos nos 27 estados e Distrito Federal, e compara com 10 países ou regiões com os quais o Brasil tem relação comercial.

A análise do Ipea mostra que, durante o período de transição, quando gradativamente se substitui o sistema antigo pelo novo, evidencia o crescimento do PIB.

As simulações mostram ainda que as mudanças na estrutura tributária geram crescimento econômico.

“As propostas de reforma promovem mudança estrutural em favor de setores com cadeia produtiva mais longa, com maior efeito multiplicador e, consequentemente, com maior produtividade. Assim, além de promover crescimento econômico, a reforma alinha a economia brasileira para crescer ainda mais”, ressalta João Maria de Oliveira.

Com a simplificação dos tributos, conforme preconiza a reforma tributária em discussão, e diminuindo a tributação sobre o consumo dos produtos de setores como eletrônicos, alimentos, energia e gás, serviços especializados, tecnologia da informação e construção, os preços relativos podem diminuir, fazendo com que haja aumento de produção e mais demanda por insumos.

“A tendência é aumentar o PIB, pois esses setores têm cadeias mais longas”, ressalta o estudo.

IGP-DI tem nova deflação, de 1,45% em junho em relação a maio, diz FGV

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) mostrou deflação de 1,45% em junho em relação a maio, segundo dados divulgados na sexta-feira (07) pela Fundação Getúlio Vagas (FGV). Com este resultado, o índice acumula variação de -4,96% no ano e de -7,44% em 12 meses. Em junho de 2022, o índice havia subido 0,62% e acumulava elevação de 11,12% em 12 meses.

A deflação divulgada pela FGV em junho foi mais intensa que a esperado pelos analistas de mercado: o consenso Refinitiv estimava uma queda de 1,37% na leitura mensal.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, foram registradas no mês quedas menos intensas nos preços do milho (de -16,85% para -11,75%) e da soja (de -7,71% para -3,61%), que contiveram a deflação ao produtor.

Com Bolsonaro barrado, ex-presidente e aliados buscam manter força da direita para próximas eleições

Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar inelegível Jair Bolsonaro, o ex-presidente e aliados já discutem estratégias para manter a força política da direita para as próximas eleições, mirando especialmente viabilizar um nome para concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2026.

Mesmo antes da conclusão do julgamento, Bolsonaro já se queixava da condenação, mas ao mesmo tempo dando o tom de que buscará se manter relevante politicamente e que não quer deixar um vácuo. O ex-presidente afirmou que não é o “fim da direita no Brasil”.

“Hoje vivemos aqui uma inelegibilidade. Não gostaria de me tornar inelegível. Na política, essa frase não é minha, ninguém mata, ninguém morre”, disse Bolsonaro a jornalistas em entrevista em Belo Horizonte nesta sexta-feira, lembrando também do atentado que sofreu nas eleições de 2018 em evento eleitoral.

“Levei uma facada na barriga (em 2018), e hoje levei uma facada nas costas por abuso de poder político”, acrescentou.

Bolsonaro foi condenado a 8 anos de inelegibilidade por ter cometido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao promover, quando presidia o país em julho passado, uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada para atacar o sistema eletrônico de votação antes das eleições.

O presidente do PL, partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, disse no Twitter que a “injustiça de hoje será capaz de revelar o eleitor mais forte da nação”.

“E o resultado disso será registrado nas eleições de 2024 e 2026. Mais do que nunca, o Brasil precisa de força. É hora de superação. Bolsonaro é o maior líder popular desde a redemocratização e vai continuar sendo”, defendeu.

Diante de um cenário que já era dado como certo nos bastidores antes do julgamento, lideranças do PL e do PP consideram que Bolsonaro terá papel fundamental na influência e na ampliação do tamanho da direita após ter conquistado 58 milhões de votos no segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto no ano passado, quando perdeu por 2,1 milhões de votos para Lula.

A intenção de lideranças partidárias é usar a força eleitoral de Bolsonaro e isolar a rejeição decorrente da atuação extremada dele e de aliados.

Lira diz que reforma tributária, Carf e marco fiscal são prioridades da Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse na segunda-feira (03) em sua conta no Twitter que as propostas de reforma tributária, de mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e de novo marco fiscal são as prioridades da Casa, que entra em recesso no dia 17 de julho.

Lira disse que a definição de prioridades aconteceu durante reunião do colégio de líderes da Casa, realizada na noite de domingo (02).

“Reforma tributária, Carf e arcabouço fiscal são prioridades na discussão da Câmara dos Deputados”, escreveu Lira. “Não teremos reuniões de comissões, nem de CPIs ou sessões solenes. As bancadas e as frentes parlamentares se dedicarão ao debate dessas três pautas”, acrescentou.

O presidente da Câmara citou particularmente a reforma no sistema de impostos, afirmando que “é chegada a hora de darmos um salto e aprovarmos uma nova legislação tributária que o Brasil merece”.

“Daremos celeridade na votação dessas matérias fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do país”, prometeu.

O texto da proposta da reforma tributária foi apresentado recentemente pelo relator da matéria, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mas vem sofrendo resistência de alguns governadores e prefeitos de grandes cidades, que temem perder arrecadação com as mudanças.

A mudança no Carf prevê a volta do voto de qualidade do governo em casos de empate em decisões do colegiado, última instância de recursos administrativos contra punições impostas pela Receita Federal.

A proposta, amplamente defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia sido mandada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o governo a reeditou como projeto de lei com regime de urgência e por isso a matéria atualmente tranca a pauta da Casa.

No caso do novo marco fiscal, a Câmara terá de novamente se debruçar sobre a matéria, depois que o Senado aprovou a proposta com alterações em relação ao texto que os deputados já haviam aprovado.

Não há regime fiscal sem mudanças no Carf, diz líder do governo na Câmara

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse na terça-feira (04) que não acredita na existência de um arcabouço fiscal sem a aprovação do projeto de lei que altera o voto de qualidade no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) a favor da Receita Federal.

Em entrevista à Globonews, Guimarães ainda disse que a reforma tributária será um “sinal extraordinário” para a economia e que divergências em relação ao texto da matéria precisam ser resolvidos na votação, que deve ocorrer nesta semana.

Lula diz que deseja selar acordo comercial entre UE e Mercosul nos próximos 6 meses

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça-feira (04) que deseja aproveitar os seis meses em que o Brasil assumirá a presidência rotativa do Mercosul para concluir o acordo comercial entre o bloco sul-americano e a União Europeia.

“Quero fazer uma presidência exemplar. Quero me dedicar para que nesses seis meses a gente possa, inclusive, concluir o acordo com a União Europeia”, disse Lula durante live semanal transmitida em suas redes sociais direto da Argentina, onde receberá nesta terça-feira a presidência do Mercosul durante cúpula do bloco.

Lula também afirmou que busca fazer uma política de “ganha-ganha” no acordo com a UE, dizendo que não deseja um acordo em que um dos blocos tenha desvantagens em relação ao outro, e que os países sul-americanos não aceitarão “imposições” por parte do bloco europeu.

“Nós queremos fazer uma política de ‘ganha-ganha’. A gente não quer fazer uma política que eles ganhem e que a gente perca”, afirmou Lula.

Lula relatou ainda que, em conversas recentes com o presidente da França, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que era “inaceitável” uma carta enviada pela UE que pedia punições para países que não cumprirem metas climáticas traçadas pelo Acordo de Paris.

O presidente disse que um parceiro comercial e estratégico não deveria cobrar punições de outro e que os próprios países desenvolvidos não cumprem compromissos climáticos.

“É inaceitável. Você não pode imaginar que um parceiro comercial seu pode te impor condições. Acontece que os países ricos não cumprem nenhum dos acordos”, disse.

Lula defendeu que o Brasil tem “muita autoridade moral” para cuidar de suas próprias questões ambientais, reiterando o compromisso assumido por seu governo desde o início do mandato de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030.

Falta de consenso adia votação da reforma tributária

As expectativas de uma votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária na Câmara na terça-feira (04) não se confirmaram. Enquanto deputados utilizavam a tribuna para discursos variados em um plenário esvaziado, líderes partidários, deputados da base governista e o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ainda tentavam encontrar convergência em gargalos do texto. Ribeiro já admitiu fazer alterações para atender os governadores, com quem se reuniu na noite de hoje. Existe, portanto, a intenção de votar o texto ainda nesta semana, antes do recesso do Legislativo.

“Estamos em um momento de diálogo e vamos fazer a convergência entre as sugestões dos estados em tudo o que for possível. No que não houver consenso, a gente vai para o painel”, disse o relator.

A reforma tributária também foi tema de reuniões do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta terça-feira. Ele conversou com diversos segmentos da sociedade em busca de um texto que possa ser aprovado no Plenário. Lira se reuniu com governadores, prefeitos e líderes partidários em busca de acordo sobre a proposta.

Novo PAC incluirá investimentos públicos e privados, diz Tebet

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse na quarta-feira (05) que a terceira versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deve ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda neste mês, incluirá investimentos públicos do Estado, mas também um pacote de investimentos privados.

Em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministra”, da TV Brasil, Tebet também afirmou que a falta de investimentos públicos no Brasil ocorre devido ao descontrole das finanças e que o país pode crescer ao ajustar suas contas públicas.

Projeto do Carf evoluiu depois de negociações, diz Haddad

O projeto que reinstitui o voto de desempate do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) evoluiu após negociações, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o texto reuniu mais condições de ser aprovado na Câmara em comparação com o início da semana.

“De repente, esse adiamento foi bom porque deu mais maturidade para o projeto ser aprovado”, declarou o ministro. Entre os principais avanços, Haddad citou as conversas com a Frente Parlamentar Agropecuária, que tinha recomendado voto contrário ao projeto e que, segundo ele, mudou de opinião após os esclarecimentos da equipe econômica.

Haddad não detalhou as alterações no projeto. Disse apenas que as mudanças foram “laterais” e não mudarão o acordo entre o Ministério da Fazenda e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), fechado em fevereiro.

De acordo com o ministro, as mudanças trarão impacto fiscal positivo, fazendo o governo arrecadar mais por causa de novos procedimentos de negociação de dívidas tributárias inseridos no texto. Na quarta-feira (05), o relator do projeto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), incluiu no texto a possibilidade de que os acordos de transação tributária possam ser fechados pela Receita Federal sem a aprovação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Tipo de acordo instituído para negociar a dívida de empresas afetadas pela pandemia de covid-19, a transação tributária permite o refinanciamento de débitos com o governo com base na capacidade de pagamento do contribuinte.

Presidentes de seis partidos pedem abertura de processo contra Campos Neto no Senado

Presidentes de seis partidos da base governista, incluindo o PT, estão levando à cúpula do Senado Federal um pedido formal de abertura de “procedimento apuratório” sobre a conduta de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central (BC).

A solicitação será apresentada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e busca responsabilizar Campos Neto por um suposto descumprimento da lei que estabelece a autonomia do BC.

O documento foi articulado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e leva a assinatura de presidentes de outras cinco legendas: Carlos Siqueira (PSB), José Luiz Penna (PV), Luciana Santos (PCdoB), Heloísa Helena (Rede) e Juliano Medeiros (Psol). Também assinam a petição os líderes do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), e do PDT, André Figueiredo (CE), além de outros parlamentares.

Os signatários mencionam o artigo 1º da Lei Complementar 179 de 2021, que coloca, entre os objetivos do BC autônomo, “suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.

Eles pedem, no documento levado a Pacheco, que o Senado apure “a possível motivação viciada e vício de finalidade, desconectada de acontecimentos fáticos precedentes que levaram o Banco Central do Brasil a manter a taxa de juros em 13,75%, requisitando-se explicações técnicas, provisões concretas e demonstrações acerca da legalidade, motivação, impessoalidade e eficiência da política adotada”.

Tebet diz que adiamento de votação do arcabouço para agosto “não é um problema”

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o adiamento da votação do novo arcabouço fiscal na Câmara para agosto não é um problema para o governo, contrariando comentários feitos mais cedo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Não é um problema para nós. O teto de gastos, independente da aprovação do arcabouço, vigora até 31 de dezembro. E o prazo para o Congresso aprovar o arcabouço, e só falta agora uma revisão da Câmara dos Deputados, é 31 de agosto. Então, se ele vai ser votado na primeira semana, na segunda semana ou na terceira semana, não importa”, afirmou a ministra a jornalistas, no Congresso Nacional.

Os comentários de Tebet contrastam com os de Haddad, que mais cedo havia afirmado que o adiamento da votação do arcabouço para agosto traria prejuízos.

“Alguns (prejuízos) sempre há. Porque nós estamos em elaboração de Orçamento. Você não entrega um Orçamento no dia 30 de agosto começando a elaborar no dia 10 de agosto. Você não faz em 20 dias o Orçamento”, afirmou Haddad a jornalistas, na saída do ministério.

No entanto, Tebet minimizou os eventuais prejuízos.

“A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) já veio com esta condicionante, ela já colocou a possibilidade de, se não aprovarmos o arcabouço. Nós estamos falando aí de despesas e algumas despesas condicionadas à aprovação do arcabouço. Então no nosso caso, do Ministério do Orçamento, estamos muito tranquilos”, disse no Congresso.

Tebet indicou ainda que não há preocupação em relação ao andamento do arcabouço na Câmara, já que o texto já foi aprovado anteriormente na própria Casa e já passou pela avaliação do Senado.

Câmara aprova texto-base da reforma tributária em 2º turno

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de sexta-feira (07) o texto-base da reforma tributária em segundo turno e iniciou a votação de destaques que podem mudar o teor da matéria, que será retomada na manhã desta sexta no plenário da Casa.

A aprovação da medida, que após a conclusão da análise dos destaques em segundo turno será encaminhada ao Senado, é um primeiro passo histórico após décadas de discussão do tema no Congresso. A aprovação da matéria é uma vitória não apenas para o governo, que a considera prioritária, mas também ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que abraçou a proposta e trabalhou ativamente por sua aprovação.

Os deputados aprovaram o texto-base da proposta em segundo turno por 375 votos a 113 e rejeitou o primeiro destaque que poderia alterar o texto do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), segundo a Agência Câmara Notícias. A análise dos destaques será retomada às 10h desta sexta.

Mais cedo, na quinta, os parlamentares aprovaram o texto-base da matéria em primeiro turno por 382 votos a 118, com três abstenções. Deputados chancelaram o texto construído por Aguinaldo após sucessivas negociações que também envolveram Lira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, além de governadores e prefeitos, associações e representantes de setores econômicos.

Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a matéria precisava alcançar ao menos 308 votos favoráveis nos dois turnos de votação.

Logo após a votação do texto principal em primeiro turno, os deputados aprovaram uma emenda aglutinativa, acrescentando ao texto mudanças de última hora acertadas pelo relator.

Lira chegou a deixar momentaneamente a presidência da sessão para, da tribuna, defender a aprovação da proposta.

“A Câmara dos Deputados precisa e vai cumprir o seu papel histórico! Sairemos daqui com a cabeça erguida! Estou seguro, e transmito isso a vocês, que vamos ter o reconhecimento da nação”.

Pelo Twitter, Haddad comemorou a aprovação do texto-base depois que ele foi votado em primeiro turno, argumentando que não se trata de uma proposta de governo, mas uma necessidade econômica para a produtividade avançar.

“Depois de décadas, aprovamos uma reforma tributária. democraticamente. Parecia impossível. Valeu lutar!”, publicou o ministro.

Indústria registra contração de encomendas e retrai ainda mais em junho, segundo PMI

A retração do setor industrial brasileiro se aprofundou em junho com a demanda fraca provocando contração das novas encomendas, o que levou a uma queda nos preços dos produtos finais, mostrou na segunda-feira (03) pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O PMI da indústria brasileira apurado pela S&P Global caiu em junho a 46,6, de 47,1 em maio, indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

“Os últimos dados do PMI destacam os desafios apresentados pela demanda fraca e vendas mais baixas, o que levou os produtores brasileiros a recalibrarem suas estratégias e operações”, apontou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

“Essa postura cautelosa refletiu a necessidade de alinhar a oferta de bens com a demanda, ao mesmo tempo em que se gerencia custos e se otimiza recursos.”

Junto com a queda nas novas encomendas pelo nono mês consecutivo, os produtores sinalizaram que os volumes de produção caíram em junho, pela oitava vez seguida.

Segundo a pesquisa, a demanda internacional por bens brasileiros piorou ainda mais em junho, o que foi atribuído a dificuldades globais. Em particular, as empresas destacaram demanda mais fraca da América Latina, em meio a controles de importação mais rigorosos na Argentina.

Por outro lado, a redução das vendas e a forte competição por novos contratos encorajaram as empresas a reduzir seus preços de venda em junho, no ritmo mais forte desde meados de 2009.

Essa redução foi sustentada por uma segunda queda seguida nos custos de insumos, a mais forte em 14 anos. Segundo os entrevistados, preços mais baixos de commodities, a apreciação do real em relação ao dólar, riscos de recessão na Europa e oferta em excesso de matérias-primas ajudaram na redução dos preços de insumos.

Brasil registra ganhos no comércio exterior nos últimos três meses

A presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Servo, disse à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que, nos últimos três meses, o Brasil teve ganhos no comércio exterior, com a reabertura do mercado asiático, e de rendimento da população, devido aos pagamentos de benefícios sociais. Os dados fazem parte da Visão Geral da Carta de Conjuntura, uma análise de conjuntura macroeconômica feita pelo órgão, que será divulgada na próxima terça-feira (04).

“Teremos resultados muito bons e um dos dados que essa publicação vai trazer é que tivemos ganho de comércio exterior. Isso quer dizer que estamos vendendo mais pra fora. Isso é muito bom, porque vai entrar recursos no Brasil e nos ajudar na parte econômica”, disse.

De acordo com a presidente do Ipea, esse ganho se deu pela reabertura do mercado chinês após a pandemia e também por uma questão de competitividade do Brasil. “Primeiro, a China reabriu o seu mercado depois da pandemia. Além disso, as economias ocidentais estão se recuperando e comprando mais do Brasil. Mas algumas economias saíram do mercado durante a pandemia, como soja e petróleo, e o Brasil aproveitou para ganhar esses mercados na concorrência”.

O documento, que analisa os temas mais importantes da conjuntura macroeconômica, trará ainda um cenário inflacionário abaixo do projetado anteriormente. “Estamos vendo uma desaceleração do processo inflacionário, com a redução dos preços administrados, aqueles controlados por empresas públicas ou agências reguladoras”, disse Luciana Servo.

“Nesse caso tivemos um aumento menor do que o esperado dos combustíveis e energia elétrica. Com isso, a inflação esperada para esse período foi menor do que a gente tinha projetado inicialmente. Tanto no mês, como nos últimos doze meses. Estamos vendo uma redução do IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo], usado para reajustar contratos, que está ficando próximo de 5%. Antes era acima de 5,5%. Também estamos vendo no INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], afetado pela queda nos preços dos alimentos”, acrescentou.

Produção da indústria do Brasil volta a subir em maio, mas setor segue abaixo do nível pré-pandemia

A produção industrial do Brasil voltou a subir em maio, mas recuperou apenas parte das perdas do mês anterior e ainda segue abaixo do patamar pré-pandemia, mostrando dificuldades de recuperação em meio aos impactos do encarecimento do crédito.

Em maio, as indústrias do país registraram aumento de 0,3% na produção em relação a abril, quando houve queda de 0,6%, de acordo com dados divulgados na terça-feira (04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse é o segundo resultado positivo para o setor neste ano, e ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção apresentou alta de 1,9%, abaixo da expectativa de avanço de 1,1%.

Mesmo com resultado positivo em maio, a indústria está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 18,1% aquém do nível recorde, de maio de 2011.

“Uma inflação mais baixa pode ajudar o consumo das famílias, mas ainda temos juros altos que afetam endividamento e inadimplência. Há um grau de melhora vindo de inflação e mercado de trabalho, e isso pode ajudar o setor industrial”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

“Mas ainda estamos longe de recuperar as perdas do passado e a indústria ainda opera num patamar equivalente ao começo de 2009. Estamos operando nesse patamar há bastante tempo e está atrasado no tempo”, completou, explicando que, para superar fevereiro de 2009, a indústria teria que mostrar crescimento de ao menos 2,5% em um mês.

Analistas avaliam que a indústria brasileira deve mostrar dificuldades ao longo de 2023, andando de lado ou com desempenho fraco, uma vez que os juros altos e o endividamento das famílias afetam o consumo de bens de maior valor e o investimento em equipamentos, além da economia global fraca.

BYD anuncia investimentos de R$ 3 bilhões na produção de carros elétricos na Bahia

A montadora chinesa BYD anunciou que vai investir R$ 3 bilhões para produzir veículos elétricos em Camaçari, na Bahia. O projeto foi lançado em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, em Salvador, embora ainda não tenha sido concretizada oficialmente a compra do complexo industrial da Ford em Camaçari, onde a BYD pretende se instalar.

Também participou do evento a CEO para as Américas e vice-presidente executiva global da BYD, Stella Li. A montadora planeja montar inicialmente dois modelos no Brasil: um hatch compacto puramente elétrico, o Dolphin, e o Song, um utilitário esportivo híbrido, que vai combinar um motor elétrico com outro movido a gasolina ou etanol.

Além disso, a BYD vai fabricar chassis para ônibus, assim como caminhões elétricos, e processar lítio e ferro fosfato, metais de baterias, para o mercado externo, usando a estrutura portuária existente no local. Se tudo sair dentro do previsto, a produção vai começar no segundo semestre do ano que vem, o mais provável no quarto trimestre.

A Ford confirma que está em processo de negociação para a venda da fábrica de Camaçari, mas que não tem nada de concreto para anunciar no momento.

A capacidade de produção de automóveis híbridos e elétricos da BYD no Brasil será de 150 mil veículos por ano, podendo dobrar para 300 mil unidades nas fases posteriores do projeto. A geração de empregos é estimada em 5 mil vagas de trabalho, sendo mil delas já na fase inicial.

A montadora desembarcou na Bahia atraída pelo programa local de incentivo ao setor automotivo, que permitirá à empresa descontos, em duas etapas, no recolhimento do ICMS até 2032. Jerônimo Rodrigues prometeu ainda isenção de IPVA aos carros elétricos, com preço de até R$ 300 mil, produzidos no estado.

A BYD, ao anunciar o investimento, prometeu dar prioridade a fornecedores locais e disse que espera ter preços competitivos da nova tecnologia com a produção nacional. “As novas fábricas no Brasil vão permitir a introdução e aceleração da eletromobilidade no País, um movimento-chave para combater as mudanças climáticas e, de fato, melhorar a qualidade de vida das pessoas”, declarou Stella Li, CEO da BYD na região.

Fiesp mantém projeção de queda de 0,5% da produção industrial em 2023, afetada por juros altos

Apesar do recente avanço na produção industrial, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manteve a projeção de queda em 0,5% para 2023. Segundo a entidade, a avaliação tem como base a taxa de juros alta.

A produção industrial aumentou 0,3% de abril para maio, 0,1% a mais do que o esperado pela Fiesp. No intervalo de um ano, o crescimento foi de 1,9%. A projeção considera, no entanto, a redução de 0,4% no setor nos cinco primeiros meses de 2023 em relação a igual período do ano passado. O índice ficou 1,5% abaixo do registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19.

A permanência de um “quadro fraco de dinamismo” também foi observada pela Fiesp na atividade industrial. Em maio de 2023, seis atividades estavam acelerando e 10, desacelerando. No igual mês de 2022, eram duas e nove, respectivamente.

Gol vê aumento de 14% na demanda por voos em junho

A Gol divulgou na quinta-feira (06) que a demanda total (RPK) por seus voos cresceu 14% em junho frente ao mesmo período do ano anterior, mas que a taxa de ocupação caiu a 75,7%, de 76,7% um ano antes, uma vez que a oferta (ASK) cresceu 15,4%.

Apenas no mercado doméstico, segundo os dados prévios, a demanda aumentou 12,9% e a oferta avançou 12,4%, resultando em uma taxa de ocupação de 76%. Nos voos internacionais, houve aumentos de 25,9% e 51,7%, respectivamente, com a ocupação em 73,5%.

Demanda impulsiona setor de serviços do Brasil em junho, mas expansão perde força, mostra PMI

A demanda forte continuou a sustentar o setor de serviços do Brasil, embora o ritmo de crescimento tenha perdido um pouco de força em junho, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada.

Os dados compilados pela S&P Global mostram que o PMI caiu a 53,3 em junho, de 54,1 em maio, mas permanece acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo quarto mês seguido.

Segundo o levantamento, os participantes atribuíram o aumento da produção à demanda forte e à conquista de novos clientes. Os novos pedidos aumentaram pelo quarto mês seguido em junho, no ritmo mais forte desde outubro de 2022.

A expansão da atividade e projeções otimistas sustentaram outro aumento no emprego no setor de serviços, mas ainda assim a taxa de criação de vagas foi a mais fraca desde março.

Para manter a competitividade, alguns fornecedores de serviços evitaram elevar seus preços de venda em junho. Ainda assim, os preços médios cobrados subiram, já que várias empresas transferiram os aumentos de custos a clientes, mas a taxa de inflação chegou a uma mínima de nove meses.

“A redução da inflação de preços cobrados permitiu que as empresas de serviços conquistassem novos clientes e impulsionassem as vendas, enquanto a redução das expectativas de inflação e as perspectivas de cortes de juros alimentaram o otimismo”, disse a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

Por outro lado, houve aumento mais forte nos custos de insumos em junho, com a taxa de inflação acelerando para o nível mais forte desde março. As empresas que citaram gastos operacionais mais altos culparam os preços de alimentos, materiais para reformas, licenças de software e serviços públicos.

Os fornecedores de serviços preveem pressões inflacionárias menores à frente, o que, combinado com a perspectiva de cortes na taxa de juros, alimentou o otimismo em relação às perspectivas de crescimento.

A resiliência da demanda, novas parcerias e sinais de melhora dos investimentos e em outras indústrias também sustentaram a confiança, que chegou em junho ao nível mais alto em oito meses.

O resultado do PMI de serviços sustentou a expansão da atividade empresarial, mas o PMI Composto caiu de 52,3 em maio para 51,5, na expansão mais fraca desde março, pressionado pela contração da indústria.

Venda de veículos cresce em junho, mas produção recua, diz Anfavea

As vendas de carros, picapes, utilitários esportivos, vans comerciais, caminhões e ônibus novos no Brasil somaram 189,5 mil unidades em junho, alta de 7,4% frente a maio, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (07) pela associação de montadoras, Anfavea. Na comparação anual, houve alta de 6,4%.

No mês passado, o governo federal anunciou um programa de incentivo ao setor automotivo, com descontos para compra de veículos novos.

Na produção, contudo, houve queda de 17% em relação a maio, para 189,2 mil unidades. Ano a ano, a retração foi de 7,1%.

No acumulado do primeiro semestre do ano, houve alta de 8,8% nas vendas, para 998,6 mil veículos, e acréscimo de 3,7% na produção, para 1,1 milhão de unidades.

SELIC

O Barclays antecipou a projeção para o início dos cortes da taxa Selic de setembro para agosto, informa relatório publicado há pouco. O banco prevê agora uma redução inicial de 0,25 ponto porcentual já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), seguida por cortes de 0,50 ponto, levando a Selic a 12,00% no fim de 2023, ante projeção de 12,50%.

“A escolha de um pequeno corte de 0,25 ponto em agosto seria coerente com o ‘processo parcimonioso’ descrito na ata”, escreve o economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski. “Achamos que esse seria um compromisso entre um conselho dividido, especialmente se a discordância sobre um corte antecipado for do segmento mais técnico do Copom, como especula a imprensa local.”

A expectativa de cortes de 0,50 ponto a partir de setembro, afirma Secemski, é baseada em um cenário de continuidade na melhora da dinâmica de inflação no curto prazo e das expectativas de inflação, especialmente para 2024 e 2025. “Se nossa visão de um corte de 0,50 ponto em setembro estiver incorreta, vemos um corte de 0,25 ponto como mais provável do que um de 0,75 ponto”, emenda.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,00%, ante 12,00% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M, conhecido como “inflação do aluguel”, apresentou taxas de deflação mais acentuadas do que o esperado em junho, marcando a maior queda desde o início da série histórica em 1989.

Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice registrou uma deflação de 1,93% no mês, acumulando uma queda de 4,46% no ano e chega a – 6,86% no acumulado dos últimos 12 meses. A expectativa do mercado era de uma queda de 1,70% no mês.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), a projeção para o IGP-M ficou em -2,64%, ante -2,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Bradesco já vê o IPCA de 2023 no limiar da meta de inflação para o ano, que é de alta de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo (ou seja, entre 1,75% e 4,75%).

O economista-chefe do banco, Fernando Honorato, informou que espera que o IPCA suba 4,8% em dezembro deste ano, quase dentro do limite superior da meta.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 4,95%, ante 4,98% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) estima que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer 2,2% em 2023. Antes, a previsão feita em março era de alta de 1,4%. O instituto também reduziu a estimativa para a inflação no ano de 5,6% para 5,1%.

Segundo o relatório, a previsão no 1º trimestre 2023 era de um crescimento de 1,2% quando comparado aos 3 últimos meses de 2022. Na comparação com o trimestre inaugural do último ano, a previsão era de que o PIB avançaria 2,7%. O crescimento, no entanto, foi maior nos 2 cenários: 1,9% e 4%, respectivamente.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), a projeção para o PIB ficou em 2,19%, ante 2,19% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (03), o Ibovespa fechou em alta, voltando a orbitar os 120 mil pontos, em movimento endossado pelo avanço de ações de siderúrgicas e mineradoras, em particular Vale, além de nova melhora nas projeções de inflação e para a taxa básica de juros no país. O índice Ibovespa teve alta de 1,34%, a 119.672,78 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,4 bilhões.

Na terça-feira (04), o Ibovespa fechou em queda, em meio a movimentos de realização de lucros e sem a referência de Wall Street por feriado nos Estados Unidos, enquanto MRV&Co avançou quase 7% após dados operacionais do segundo trimestre e anúncio de que estuda uma potencial oferta de ações. O índice Ibovespa teve queda de 0,5%, a 119.076,37 pontos. O volume financeiro somou R$ 12,7 bilhões.

Na quarta-feira (05), o Ibovespa fechou em alta, embora sem conseguir se sustentar acima dos 120 mil pontos, com BRF disparando em meio a expectativas com o aumento de capital, enquanto agentes financeiros seguiram acompanhando as negociações envolvendo a proposta de reforma tributária. O índice Ibovespa teve alta de 0,5%, a 119.076,37 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,3 bilhões.

Na quinta-feira (06), o Ibovespa fechou em queda, pressionado pelo viés externo negativo, em meio a receios sobre os próximos passos do Federal Reserve, e com as negociações envolvendo a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados também sob os holofotes. O índice Ibovespa teve queda de 1,78%, a 117.425,70 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,7 bilhões.

Na sexta-feira (07), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 1,31%, a 118.964,47 pontos. Com agentes financeiros repercutindo a aprovação do texto-base da reforma tributária pela Câmara dos Deputados, enquanto nos Estados Unidos a criação de empregos desacelerou mais do que o esperado em junho. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,25%, a 118.897,99 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,5 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (07), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 1,29%, cotado a R$ 4,8665 na venda. Com o mercado reagindo positivamente à aprovação em segundo turno da reforma tributária na Câmara e a dados mais fracos do que o esperado em um relatório de empregos dos Estados Unidos.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (07) cotado a R$ 4,8659, em meio à onda de enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior com dados de emprego nos EUA abaixo do esperado, e com avanço da pauta de reformas econômicas na Câmara dos Deputados.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

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10/07/2023