Cenário Econômico Nacional – 07/08/2023

Cenário Econômico Nacional – 07/08/2023

Cenário Econômico Nacional – 07/08/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas esperam inflação e dólar menores neste ano

Economistas esperam inflação e dólar menores neste ano, segundo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (31).

Os economistas consultados pelo Banco Central cortaram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 de 4,90% para 4,84%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, foram reduzidas de 3,90% para 3,89%. Para 2025, as perspectivas foram mantidas em 3,50%.

Os economistas mantiveram a projeção da taxa básica de juros deste ano em 12%. A expectativa é de início do ciclo de afrouxamento para 2023, pois a Selic está em 13,75% hoje.

As projeções para 2024 foram reduzidas de 9,5% para 9,25% e as de 2025 de 9% para 8,75%.

Os economistas mantiveram as expectativas do crescimento da economia brasileira em 2023 em 2,24%.

Para 2024, as projeções do PIB ficaram iguais, em 1,30%, enquanto para 2025 registraram ficaram ainda em 1,90%.

Taxa de desemprego do Brasil cai a 8% no 2º trimestre, abaixo do esperado

O Brasil encerrou o segundo trimestre com uma taxa de desemprego de 8,0%, abaixo do esperado e a mais fraca para o período em quase dez anos, em meio tanto ao forte recuo no número de empregados como aumento nos ocupados.

O dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de uma taxa de 8,2%.

No primeiro trimestre, a taxa havia ficado em 8,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o resultado ainda mostrou forte baixa diante dos 9,3% vistos no mesmo período do ano anterior.

O mercado de trabalho brasileiro vem mostrando força e resiliência na primeira metade de 2023, mas segundo analistas tende a perder fôlego à frente, acompanhando um esperado crescimento mais fraco da atividade econômica, que pode levar parte da população a voltar a procurar emprego.

No segundo trimestre, o número de desempregados caiu 8,3% em relação aos três primeiros meses do ano, totalizando 8,647 milhões de pessoas, o que representa ainda recuo de 14,2% em relação ao mesmo período de 2022.

Já o total de ocupados aumentou 1,1% de abril a junho, chegando a 98,910 milhões, uma alta de 0,7% sobre o segundo trimestre do ano passado, ainda que o movimento tenha sido marcado pela informalidade.

“O segundo trimestre registrou recuo da taxa de desocupação, após crescimento no primeiro trimestre do ano. Esse movimento aponta para recuperação de padrão sazonal desse indicador”, disse a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

“Pelo lado da ocupação, destaca-se a expansão de trabalhadores na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, no trimestre e no ano”, completou ela.

Enquanto o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou praticamente estável no período, com uma alta de 0,2% para 36,773 milhões, os que não tinham carteira aumentaram 2,4%, somando 13,109 milhões.

A taxa de informalidade chegou a 39,2% no segundo trimestre segundo o IBGE, ante uma taxa de 39,0% no primeiro trimestre e de 40,0% no mesmo período de 2022.

FGV: Brasil tem menor nível de incerteza econômica desde 2017

O nível de incerteza da economia do país é o menor desde novembro de 2017. É o que aponta o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), divulgado no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

O IIE-Br caiu 4,12 pontos em julho, atingindo 103,5 pontos. Em novembro de 2017, o índice estava em 103,21. Nos últimos quatro meses, o indicador acumula recuo de 13,2 pontos.

Esse indicador é uma média ponderada de dois componentes: o IIE-Br Mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza nos principais jornais do país; e o IIE-Br Expectativa, obtido a partir de previsões do mercado financeiro para a taxa de câmbio, juros e inflação.

“Enquanto nos três meses anteriores a queda do IIE-Br havia sido determinada exclusivamente pelo componente de mídia, em julho o resultado é influenciado também pelo componente de expectativas. Com a desaceleração da inflação ficando mais clara, observa-se redução da heterogeneidade nas previsões de 12 meses tanto para o IPCA [considerado a inflação oficial do país] quanto para a [taxa] Selic”, explica Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.

Em julho, o componente de Mídia caiu 2,6 pontos, menor nível desde fevereiro de 2015. Já o componente de Expectativas recuou 8,2 pontos.

FMI elogia política monetária do Brasil e pede continuidade de abordagem baseada em dados

O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a atual política monetária do Brasil é “apropriada” e pediu a continuação de uma abordagem orientada para o futuro e baseada em dados.

O conselho pediu essa abordagem considerando a “lenta redução do núcleo da inflação no Brasil e as expectativas de inflação ainda acima da meta”, disse o FMI em um relatório após a conclusão de uma consulta com o Brasil.

O relatório também observou que a inflação geral tem recuado rapidamente desde o pico atingido no ano passado.

A inflação acumulada em 12 meses no Brasil caiu para 3,19% em meados de julho, abaixo da meta de 3,25% do Banco Central.

Os diretores do Fundo elogiaram uma proposta de reforma tributária indireta e planos para reestruturar impostos diretos e simplificar as despesas tributárias, acrescentou o FMI.

A mobilização de receitas adicionais ajudará a garantir a sustentabilidade fiscal do Brasil e criar espaço para gastos prioritários, disse o Fundo.

“Os diretores receberam bem o compromisso das autoridades em melhorar a posição fiscal para manter a sustentabilidade da dívida e apoiar os esforços de desinflação da política monetária”, afirmou o relatório.

O diretor brasileiro no FMI, Afonso Bevilaqua, disse que o crescimento potencial do país deverá continuar subindo como resultado das reformas efetuadas e que estão em andamento, de acordo com comunicado do Ministério da Fazenda.

Bevilaqua ainda agradeceu o trabalho do corpo técnico do FMI e reafirmou que “as expectativas domésticas estão evoluindo favoravelmente e que a nova administração tem trabalhado para conciliar uma gestão macroeconômica responsável com justiça social e sustentabilidade ambiental”, disse a pasta.

Confiança do empresário cai 0,5 ponto em julho, para 94 pontos, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,5 ponto em julho ante junho, para 94 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A queda do índice vem depois de dois meses seguidos de alta.

Apesar de ter avançado 3,1 pontos ao longo do segundo trimestre, o índice segue distante do nível considerado neutro, de 100 pontos.

“Apesar de discreto, o recuo da confiança empresarial em julho afasta temporariamente a possibilidade de uma recuperação continuada do ICE, sugerida após a alta expressiva no mês anterior”, avalia o superintendente de Estatísticas do FGV IBRE, Aloisio Campelo Jr.

Ainda segundo o especialista, a queda foi influenciada pela piora das expectativas em relação ao ambiente de negócios no horizonte de seis meses, o que preocupa, uma vez que o pessimismo em prazos mais longos pode influenciar decisões presentes de investimento produtivo.

Em julho, o Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 1,1 ponto, para 94,0 pontos, influenciado pela queda de 1,8 ponto do indicador de Demanda Atual. O Índice de Expectativas (IE-E) caiu 1,6 ponto, para 94,6 pontos.

Apesar do avanço de 1,1 ponto do indicador que mede as expectativas para a Demanda Prevista, para 95,3 pontos, e da relativa estagnação no indicador de Emprego Previsto em 98,1 pontos, o indicador que mede as expectativas com o ambiente de negócios nos seis meses seguintes caiu 0,6 ponto, para 92,2 pontos, demonstrando uma preocupação ainda grande por parte do setor produtivo com este horizonte no tempo.

Balança comercial tem superávit de US$ 9,035 bilhões em julho

A balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou julho com superávit de US$ 9,035 bilhões, divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado é o melhor para meses de julho e representa alta de 68,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.

Com o resultado de julho, a balança comercial encerrou os sete primeiros meses do ano com superávit acumulado de US$ 54,1 bilhões, resultado recorde para o período desde o início da série histórica, em 1989.

Em relação ao resultado mensal, o recorde ocorreu apesar de tanto as exportações como as importações terem caído em julho. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 29,062 bilhões para o exterior, queda de 2,6% em relação ao mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária. As compras do exterior somaram US$ 20,027 bilhões, recuo de 18,2% pelo mesmo critério.

Do lado das exportações, a queda das commodities (bens primários com cotação internacional) foi a principal responsável pela retração. Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos últimos meses, provocando a retração nas vendas externas. A safra recorde de grãos contribuiu para segurar a queda nas exportações.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 14,1%, enquanto os preços caíram 14,2% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 2,7%, mas os preços médios recuaram 14,8%.

Banco Central corta juros após 3 anos e reduz Selic a 13,25% ao ano, em decisão dividida do Copom

Apontado pela equipe econômica e pelo Planalto como o “grande vilão” da economia neste ano devido à manutenção dos juros altos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu finalmente iniciar o processo de redução da taxa Selic, com um corte mais agressivo, de 0,50 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25% ao ano.

O movimento, tão aguardado pelo governo, que hoje intensificou a pressão pela queda de juros, por empresários e, mais recentemente pelo mercado financeiro, ocorreu em uma decisão dividida, como já era esperado, na estreia de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino no comitê.

A redução ocorre exatamente 12 meses depois de o BC elevar a taxa Selic pela última vez para combater uma inflação até então bastante persistente. Desde então, os juros básicos estavam parados em 13,75% ao ano. De lá para cá, a inflação acumulada em 12 meses cedeu de 10,07% para 3,16% – abaixo do centro da meta deste ano (3,25%).

O início do ciclo de afrouxamento monetário ainda acontece três anos após o último corte de juros no Brasil. Também em agosto de 2020, a autoridade monetária definiu a queda para Selic a 2,0%, mínima histórica, no contexto da pandemia de Covid-19.

Entre as instituições financeiras, a queda de 0,25 ponto porcentual, para 13,50%, era a aposta predominante. Segundo pesquisa do Projeções Broadcast, 62 de 88 (70%) das casas consultadas esperavam recuo para 13,50%, enquanto 26 (30%) viam queda maior, de 0,50 ponto, para 13,25%.

Mesmo com primeira redução na Selic, o Brasil permanece no posto de “campeão” de juros reais, descontada a inflação (7,54%) do mundo, considerando o levantamento do site MoneyYou com 40 economias, o que não tem “nenhuma explicação” na opinião do presidente Lula.

Nas contas do BC, o juro neutro, que não acelera nem alivia a inflação, é de 4,5%. A taxa real brasileira está bem acima de México (6,64%) e Colômbia (6,15%), que vêm logo na sequência na lista. A média das 40 economias é de 0,84%.

Fitch eleva ratings de 12 bancos públicos e privados do Brasil

A Fitch elevou a nota de crédito de 12 instituições financeiras do Brasil, incluindo bancos públicos e privados. A ação ocorre na esteira do aumento do rating soberano do País e da avaliação sobre o ambiente de operação para os bancos brasileiros, anunciou a agência.

A ação inclui instituições brasileiras cujos ratings estão “limitados no mesmo nível ou a um degrau acima do rating soberano do Brasil”, segundo comunicado da Fitch. Assim, as principais sensibilidades das avaliações de créditos de todas essas entidades estão relacionadas a eventuais mudanças nos ratings soberanos, em qualquer direção, disse a agência.

Veja como ficaram os ratings de emissor de inadimplência a longo prazo e moeda estrangeira (IDRs, na sigla em inglês) dos bancos:

  • Banco BOCOM BBM S.A.: elevado de BB a BB+
  • Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) Holding S.A.: elevado de BB a BB+
  • Itaú Unibanco S.A.: elevado de BB a BB+
  • Banco Bradesco (BVMF:BBDC4) S.A.: elevado de BB a BB+
  • Banco PAN S.A.: elevado de BB- a BB
  • Banco BTG Pactual (BVMF:BPAC11) S.A.: elevado de BB- a BB
  • Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) S.A.: elevado de BB- a BB
  • Caixa Econômica Federal: elevado de BB- a BB
  • Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): elevado de BB- a BB
  • BTG Pactual Holding S.A.: elevado de BB- a BB
  • Banco da Amazônia (BVMF:BAZA3) S.A.: elevado de BB- a BB
  • Banco do Nordeste do Brasil S.A.: elevado de BB- a BB

Investidores estão ficando mais otimistas com o Brasil, diz Economist

Passados os primeiros seis meses do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil vê o otimismo de investidores globais com o país crescer, apesar da desconfiança inicial.

A análise é da revista britânica The Economist, que publicou um artigo intitulado “Investidores estão cada vez mais otimistas com a economia do Brasil”.

Entre os fatores mencionados pela publicação, estão um “ministro da Fazenda eficiente”, em menção à aprovação crescente de investidores a Fernando Haddad, o avanço das reformas tributária e fiscal que o próprio Haddad ajudou a emplacar e, também, um pouco de sorte, já que “a melhora da riqueza no Brasil é, em parte, resultado de coisas que fogem do controle de Lula”.

Entre esses fatores externos, a revista menciona o aumento global do preço de alimentos exportados pelo Brasil, como a soja, e até mesmo reformas feitas pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro, caso do projeto de 2021 que consolidou a autonomia do Banco Central (BC) no país.

As exportações de soja, sozinhas, podem responder por um quinto do crescimento econômico deste ano, diz o texto.

“Também ajuda o fato de que o Banco Central do Brasil é independente. (…) Lula culpa [Roberto Campos] Neto [presidente do BC] por prejudicar a economia ao manter os juros em 13,75%, um dos mais altos do mundo. Mas a política do banco parece ter compensado. A inflação anual caiu de 12% em abril do ano passado para 3,2% hoje.”

Faturamento da indústria cresce 1% em junho

O faturamento real da indústria de transformação avançou 1% em junho na comparação com maio e apresentou estabilidade na comparação com o mesmo mês de 2022. Os números são dos Indicadores Industriais, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Contudo, de acordo com a CNI, apesar do avanço no faturamento, o recuo nos demais indicadores reforçam a perda de dinamismo do setor em 2023.

De acordo com o relatório da CNI, os índices de rendimento médio real, massa salarial real e horas trabalhadas na indústria recuaram em junho, ainda que de forma moderada, enquanto o emprego na indústria se manteve estável.

Já a utilização da capacidade instalada permanece em trajetória de queda, conforme observado desde 2021. O indicador de faturamento real da indústria de transformação, por outro lado, avançou no mês.

O documento ainda pondera sobre os sinais de desaceleração do setor que levam a uma queda no acumulado do ano do faturamento real.

No primeiro semestre, o faturamento do setor foi 0,2% menor do que no mesmo período de 2022.

As horas trabalhadas na produção industrial em junho recuaram 0,2% em relação ao mês anterior. No acumulado do primeiro semestre de 2023, houve avanço de 0,8% na comparação com o ano anterior.

No caso do emprego industrial, o indicador permaneceu estável na passagem de maio para junho.

“No ano, a série vem intercalando recuos e avanços, com uma sinalização de perda de dinamismo, uma vez que os recuos se mostram mais intensos. Apesar disso, a série ainda se encontra em patamar superior ao observado em 2022”, diz a CNI.

Pauta econômica deve dominar 2º semestre no Congresso Nacional

Segunda-feira (31), é o último dia do recesso parlamentar. Com isso, o Congresso Nacional retoma as atividades nesta terça-feira (01). Com reforma tributária, novo arcabouço fiscal e orçamento de 2024 pendentes de aprovação, a tendência é que a pauta econômica domine o 2º semestre do ano no parlamento brasileiro.

O cientista político e professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Roberto Goulart Menezes, observa que o governo tem sido habilidoso em concentrar a energia política dentro do Parlamento, na dimensão econômica e fiscal do Estado. “A gente vê uma mudança de uma agenda que era uma agenda muito focada em costumes. A agenda do bolsonarismo está congelada”, disse.

A primeira etapa da reforma tributária, concentrada nos impostos sobre o consumo e já aprovada na Câmara dos Deputados, ainda precisa ser analisada pelo Senado. Como há previsão de que o texto seja alterado pelos senadores, o relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), estimou que o tema deve se arrastar no parlamento até o final deste ano.

Com isso, a segunda etapa da reforma tributária prevista pelo governo, que deve tratar dos impostos sobre a renda, só deve ser apresentada no final do ano, segundo previsão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Para a cientista política Graziela Testa, professora da FGV Brasília, a reforma tributária sobre a renda é mais difícil de ser aprovada do sobre o consumo já aprovada na Câmara. “É um tema que é menos consensual entre os partidos de direita e de centro-direita que são a maioria no Congresso. Então, construir esse acordo tende a ser muito mais caro e mais desafiador para o governo”, afirmou.

O professor Roberto Menezes explicou que a reforma tributária com foco na renda é mais difícil de ser aprovada porque ela tem o potencial de reduzir a desigualdade do sistema tributário brasileiro, cobrando mais dos setores com as maiores rendas no Brasil.

“Isso dificilmente vai conseguir caminhar. As reformas que o governo Lula deve propor em relação ao imposto de renda, no meu ponto de vista, dada essa dificuldade, serão meramente cosméticas”, comentou. Entre as medidas já propostas pelo governo, estão a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, além da tributação de dividendos distribuídos pelas empresas, hoje totalmente isentos.

Neste início do agosto, o projeto do novo arcabouço fiscal deve dominar o debate da Câmara dos Deputados. Os deputados federais devem analisar as mudanças impostas pelos senadores, podendo acatar, ou não, as alterações.

Outro projeto de importância econômica ainda pendente de votação é o que restabelece o voto de desempate a favor do governo nos processos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Aprovado na Câmara, o texto aguarda votação do Senado. A previsão é que o tema seja votado ainda no mês de agosto. O Carf é a última instância de julgamento de questões tributárias da administração federal. Atualmente, se o processo ficar empatado, o contribuinte que ingressou no Carf ganha a causa. O novo texto devolve a preferência do empate ao governo, que espera aumentar a arrecadação com essa mudança.

Saúde vê indícios de irregularidades no uso de verba repassada a 467 municípios

A Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando 467 municípios por suspeita de irregularidades no uso de recursos repassado pelo governo federal para gastos com saúde.

A apuração ocorre após o Ministério da Saúde observar discrepâncias no volume de “serviços realizados” pelas prefeituras.

Pelas regras, cada município é responsável pela atualização do banco de dados do SUS. Cabe às prefeituras indicarem, por exemplo, o número de exames e cirurgias realizados. Com base nessas informações, a verba é liberada. Os valores dos repasses sob suspeita não foram divulgados.

Na maioria dos casos investigados, o dinheiro saiu das chamadas ‘emendas Pix”. A modalidade representa uma transferência direta do caixa da União para o da prefeitura. Não há quase nenhuma obrigação aos gestores estaduais e municipais sobre como esse dinheiro pode ser gasto.

No caso das despesas com saúde, além dos indícios de fraude por conta do volume exagerado de procedimentos, “foram identificadas situações em que a cidade passou a oferecer novos serviços sem que houvesse vocação ou demanda”, diz trecho de documento encaminhado aos órgãos de controle.

Ex-diretor da Abin pede ao STF que depoimento sobre 8 de janeiro seja em sessão secreta

A defesa do ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que seu depoimento sobre fatos relacionados ao 8 de janeiro seja feito em uma sessão secreta no Congresso.

Moura da Cunha foi convocado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os ataques às sedes dos Três Poderes. A oitiva está marcada para terça-feira (01), na condição de testemunha.

Moura da Cunha ocupava o cargo de diretor-adjunto da agência no dia 8 de janeiro e permaneceu à frente da pasta até 2 de março. Os principais questionamentos a serem feitos ao ex-diretor são relacionados aos relatórios enviados pela Abin ao governo federal nas vésperas do ataque.

No pedido ao STF, a defesa dele pede que o depoimento seja prestado à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) a portas fechadas.

O colegiado permanente do Congresso tem competência para fiscalização externa da atividade de inteligência no país.

Moura da Cunha é representado no pedido ao STF por dois integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU). Segundo os advogados, como as informações a serem prestadas pelo ex-diretor dizem respeito a atividades de inteligência, “mostra-se evidente que o órgão que detém a atribuição legal e normativa para ouvi-lo é a CCAI”.

“Como não pode o Paciente escusar-se de comparecer à CPMI para prestar depoimento, solicita ele a este Egrégio Tribunal que seja deferido que seu depoimento se dê no âmbito da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência — CCAI, a portas fechadas, de forma secreta, em obediência a tudo que dispõe a legislação e as normas sobre o assunto, que serão expostas logo a seguir”.

Lula quer repetir dobradinha PT e PSB em sucessão ao governo paulista, dizem assessores

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende repetir a dobradinha PT e PSB, vencedora da disputa presidencial, na sucessão ao governo de São Paulo, em 2026.

Segundo o relato à CNN de assessores do governo, o petista tem sinalizado que, caso queira ser candidato, o vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB, teria preferência para cabeça de chapa.

Os aliados do presidente dizem que o petista também estaria disposto a apoiar uma chapa encabeçada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, também do PSB.

Em 2018, França ficou em segundo lugar na disputa contra João Doria, que foi eleito governador pelo PSDB, com uma diferença de menos de um milhão de votos.

O PT nunca venceu a disputa ao governo paulista. A avaliação de assessores palacianos é de que apenas um nome de perfil moderado conseguiria vencer uma eventual candidatura à reeleição de Tarcisio de Freitas, do Republicanos.

Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ambos do PT e que já foram candidatos ao governo paulista, têm demonstrado preferência em seguir no governo federal em um eventual novo mandato de Lula.

Governo tem frustrações em medidas de ajuste fiscal e encara cenário desafiador para zerar déficit

Atrasos em medidas, frustrações de receitas e reduções em projeções têm marcado as rodadas de ajuste fiscal anunciadas pelo Ministério da Fazenda, que agora avalia iniciativas complementares e conta inclusive com recursos parados no caixa dos ministérios para melhorar o resultado fiscal em um cenário desafiador para zerar o déficit.

Entre as ações que indicam maior frustração está o Litígio Zero, programa de renegociação de dívidas com a Receita Federal cujo prazo de adesão vem sendo sucessivamente prorrogado. Apesar da expectativa de arrecadar 50 bilhões de reais com a medida neste ano, dados do fisco mostram que o ganho em cinco meses de vigência, entre fevereiro e junho, foi de 2,5 bilhões de reais, ou 5% do total esperado.

O programa seria encerrado nesta semana, mas o prazo de adesão foi novamente prorrogado, desta vez para 28 de dezembro.

Uma fonte da equipe econômica afirmou que o programa “pode realmente dar pouco retorno”, mas ponderou que a medida foi apresentada como parte de um ambicioso plano que zeraria o déficit primário ainda em 2023, algo que o próprio governo afirmava ser pouco provável diante das possíveis frustrações.

“Era um dos itens que a Fazenda não considerava muito fortemente, justamente por saber que poderia frustrar”, afirmou.

A Receita informou que a extensão do Litígio Zero foi uma demanda de entidades de contabilidade e que informações sobre seus resultados serão publicadas após o fim do prazo de adesão.

A Fazenda piorou sua projeção fiscal na semana passada, apontando que, com o atual cenário, o governo vai encerrar 2023 com déficit primário de 145 bilhões de reais, patamar distante dos 100 bilhões de reais tratados pelo ministério como o objetivo para o ano, e ainda mais afastado dos 50 bilhões de reais que chegaram a ser defendidos pela pasta ao apresentar o novo arcabouço fiscal.

Em outra frente do plano de ajuste, a Fazenda publicou na semana passada, após meses de adiamento, medida para taxar apostas esportivas online. Depois de prever no início do ano que a iniciativa poderia gerar arrecadação anual de 12 bilhões a 15 bilhões de reais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que agora espera um ganho de 2 bilhões de reais em 2024.

A pasta também tentou fechar o cerco contra fraudes em sites estrangeiros de varejo ao propor extinguir a isenção de 50 dólares para remessas internacionais feitas por pessoas físicas. O ministério acabou desistindo da medida e anunciou um plano de conformidade para essas empresas que prevê tarifa zero em compras de até 50 dólares, o que reduz o potencial de arrecadação.

Lula sanciona lei que simplifica obrigações tributárias, mas veta nota fiscal única no país

O presidente Lula (PT) sancionou com vetos a lei que simplifica obrigações tributárias. Entre os pontos que foram retirados do texto está a criação da Nota Fiscal Brasil Eletrônica (NFB-e), que unificaria o modelo de documento em todo país. A sanção foi publicada na quarta-feira (02).

O texto, de autoria do senador Efraim Filho (União-PB), foi aprovado pelo Senado no início de julho. A proposta tem como objetivo facilitar o cumprimento de ações tributárias e desburocratizar processos de comunicação das empresas com o fisco.

Em relação à criação da Nota Fiscal Brasil Eletrônica, o projeto defendia que a criação de um modelo único simplificaria e reduziria custos para os contribuintes.

Segundo a Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo, atualmente existem mais de mil formatos de notas fiscais de serviço e nove formatos diferentes de documentos eletrônicos.

Campos Neto sugere autonomia administrativa e financeira para o Banco Central

Em sessão solene na Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sugeriu a necessidade de ampliar a autonomia da instituição ao dizer que é difícil ter apenas autonomia operacional. Campos Neto participou de uma sessão em homenagem ao seu avô, o ex-senador, ex-deputado, ex-ministro e economista Roberto Campos. Se estivesse vivo, Roberto Campos faria 100 anos hoje.

“Meu avô defendia uma autonomia (do Banco Central) que tinha três dimensões, a dimensão operacional, a dimensão administrativa e a dimensão financeira. Nós finalmente aprovamos a autonomia com dimensão operacional e hoje, depois de algum tempo a frente do BC com autonomia operacional, eu vejo a dificuldade que é ter autonomia operacional sem ter autonomia administrativa e financeira”, destacou.

A lei sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em fevereiro de 2021 concedeu autonomia operacional ao Banco Central e o art. 6º da Lei diz que a instituição tem “autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira”. Porém, essas autonomias não são plenas, segundo explicou à Agência Brasil o professor de economia da Universidade de Brasília, César Bergo.

“A autonomia financeira se dá quando a autarquia tem total recolhimento de recursos capaz de fazer frente a suas despesas e esse não é o caso. Então o Banco Central ainda depende de uma cobertura financeira por parte da União”, explicou o economista, que acrescentou que o BC também não tem plena autonomia administrativa “em função de situações que envolvem a gestão do Banco Central em si, como em relação a recompor os quadros de técnicos e a dificuldade de atrair bons profissionais”.

Câmara quer ouvir ministro sobre política de preços da Petrobras

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados aprovou convite para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira explicar a nova política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras.

Inicialmente, o requerimento, apresentado pelos deputados Filipe Barros (PL-PR) e Danilo Forte (União-CE), propunha a convocação do ministro. Os integrantes da comissão acertaram em transformá-lo em convite, que deve ser atendido pelo ministro até o dia 23 de agosto.

Em maio, a Petrobras anunciou um novo modelo para definir os preços dos combustíveis, com o fim da política de Preço de Paridade Internacional (PPI) adotada pela empresa há mais de seis anos.

Na PPI, os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha seguiam a tendência dos valores praticados no mercado internacional, tendo como referência o preço do barril de petróleo tipo brent, calculado em dólar.

No novo modelo, a Petrobras levará em conta outras referências para cálculo dos preços, como mercado interno, além do mercado internacional. A ideia, segundo a estatal, é mediar os interesses dos acionistas e o papel social da empresa defendido pelo governo, voltado para atender a expectativa do consumidor brasileiro por valores mais baixos.

Indicado por Lula, Zanin toma posse como ministro do STF

O ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na operação Lava Jato Cristiano Zanin tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), cargo que poderá ocupar por quase três décadas.

Indicado por Lula e chancelado pelo Senado após cerca de 8 horas de sabatina em junho, Zanin, de 47 anos, assume cadeira deixada vaga pelo ministro Ricardo Lewandowski em abril, quando completou 75 anos e se aposentou compulsoriamente. Se permanecer no cargo até o limite dos 75 anos, Zanin só deixará a corte em 2050.

A posse foi formalizada em uma sessão solene no plenário do tribunal, sem discursos, que contou com a presença dos presidentes dos Três Poderes: a presidente do STF, Rosa Weber; o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o próprio Lula.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e diversos ministros do governo também estiveram presentes, assim como outras autoridades.

Zanin advogou para Lula nos processos da Lava Jato e esteve à frente da ação que resultou na anulação das condenações do petista pelo STF. Questionado durante a sabatina no Senado, garantiu que não julgará processos em que tenha atuado como advogado, deixando claro que o controle sobre eventual impedimento está previsto em lei e regras objetivas.

Sinalizou, no entanto, que pode não se declarar impedido de analisar casos ligados à operação Lava Jato que chegarem ao STF. Mesmo sendo um crítico da operação, Zanin disse não acreditar que uma mera “etiqueta” de Lava Jato em um processo seja critério jurídico suficiente para determinar seu impedimento de julgar o caso como ministro do Supremo.

Defensor do amplo direito de defesa, o novo ministro do Supremo formou-se em Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 1999, e chegou ao posto de principal advogado de Lula por um elo de família. Ele tem como sócia em seu escritório a esposa, Waleska Zanin Martins, com quem tem três filhos. Waleska é filha de Roberto Teixeira, compadre de Lula e que há décadas atuava como advogado do petista.

PEC da Reforma Tributária chega ao Senado

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/201, que trata da reforma tributária.

O texto foi aprovado em 7 de julho pelos deputados federais e agora passará pela análise e votação dos senadores.

Pacheco informou que a PEC 45/2019 será enviada imediatamente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), único colegiado que irá deliberar sobre o tema no Senado. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) é o relator.

Segundo Pacheco, a aprovação da reforma tributária exige urgência e responsabilidade, por ser aguardada há décadas pelo Brasil. “Vivemos um momento em que temos buscado equilíbrio institucional, equilíbrio político, que tem significado uma boa evolução da economia, com boas projeções em relação à inflação, ao desenvolvimento econômico, à valorização da moeda, às nossas reservas e ao crescimento do Produto Interno Bruto. Mas a reforma tributária é de fato a parte principal, estruturante do desenvolvimento econômico nacional, porque vivemos uma realidade tributária muito complexa, muito burocratizada e de difícil compreensão”, ressaltou Pacheco, ao lado de Lira, deputados e senadores.

O deputado Arthur Lira destacou que os diversos segmentos da sociedade foram ouvidos durante a discussão da reforma tributária na Câmara e disse acreditar que o Senado fará o aprimoramento necessário ao texto. “[A reforma] é fruto de muito diálogo com a sociedade civil, com a classe produtora. A parte federativa não foi esquecida em nenhum momento. Este é o mister principal do Senado Federal. Todos os governadores foram consultados e puderam dar suas sugestões.”

Lira ressaltou, porém, que a matéria é complexa e nem todo mundo fica satisfeito, mas “tem uma espinha dorsal equivalente a um salto de qualidade para um mundo diferente do que vivemos hoje”.

Após receber a reforma, o relator Eduardo Braga deve apresentar parecer em um prazo de 15 dias úteis. A CCJ terá 30 dias úteis para emitir parecer.

Setor de construção volta a reduzir expectativa de crescimento para o ano

Construtoras reduziram pela segunda vez neste ano sua previsão de crescimento em 2023, segundo dados divulgados na segunda-feira (31) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), citando fatores que incluem cenário de juros altos e redução de lançamentos imobiliários.

A entidade havia previsto em dezembro crescimento de 2,5% para o setor este ano, que já marcaria uma desaceleração sobre a expansão de 6,9% de 2022 e a alta de 10% de 2021.

O dado foi revisto em abril para avanço de 2% do setor em 2023 e mais uma vez cortado, na segunda-feira (31), para crescimento de 1,5%.

“Taxa de juros elevada é o principal desafio para a construção sustentar o seu ciclo de crescimento”, afirmou a Cbic em apresentação a jornalistas. “Crescimento de 1,5% é muito baixo para que a construção consiga retomar o pico de suas atividades alcançado em 2013”, acrescentou a entidade.

Apesar da redução da projeção de crescimento, o índice de expectativas dos empresários do setor seguiu apresentando crescimento, chegando a 55 pontos em julho, acima dos 54,3 de junho, mas abaixo dos 57,5 de um ano antes, segundo a Cbic, que citou dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de julho está acima da linha divisória que separa crescimento de redução desde fevereiro deste ano.

Parte do otimismo do empresariado decorre de mudanças nas regras de crédito aos consumidores, afirma a Cbic, que citou a elevação em julho de 42% no orçamento do FGTS para financiamento habitacional, passando de 68,1 bilhões para 96,9 bilhões de reais. Os recursos adicionais serão usados para reforço do programa Minha Casa Minha Vida e para a linha de crédito habitacional Pró-Cotista, disse a entidade.

“Isso é muito importante para o mercado, proporciona confiança para os lançamentos sinalizando que não vai faltar recurso”, afirmou a Cbic.

O setor ainda aguarda que o governo federal anuncie um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), previsto para agosto, além da expectativa pela redução da Selic.

Governo vai lançar sistema de controle de cargas aéreas para baratear importações da indústria

O governo vai lançar nesta segunda-feira (31), um novo sistema de controle de cargas aéreas para desburocratizar e, consequentemente, baratear as importações de produtos de alto valor agregado, que são realizadas, em sua maioria, pelo setor industrial.

A meta, segundo a Receita Federal, é reduzir em 80% o tempo médio de liberação das mercadorias nos aeroportos e em até 90% a quantidade de intervenções físicas.

No ano passado, o Brasil importou US$ 47 bilhões (R$ 222 bilhões) pelo modal aéreo, segundo informações da plataforma Comex, atualizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Os aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e de Viracopos, em Campinas, concentram a maior parte dessas importações, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O anúncio será realizado nesta segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Além da Fazenda, também estão envolvidos na formulação do novo controle aduaneiro os ministérios de Portos e Aeroportos, Casa Civil e Desenvolvimento e Indústria.

Batizado de CCT (Controle de Carga e Trânsito), o novo sistema busca adequar as regras brasileiras de desembaraço de mercadorias aos padrões estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC), intensificando o uso de informações antecipadas e informatizadas e, assim, acelerando o tempo de liberação dos itens nas alfândegas.

Trata-se de um pleito antigo da indústria, que reclama dos altos custos aeroportuários e da lentidão dos processos de liberação de cargas, o que gera atraso nas entregas e acréscimo nas tarifas, já que elas são atreladas ao tempo de armazenagem.

Isenção federal para comércio eletrônico entra em vigor nesta terça-feira (01)

Celebrada pelos sites de compras e questionada pelas entidades ligadas ao varejo, a isenção federal para compras online de até US$ 50 entra em vigor nesta terça-feira (01). A portaria foi publicada no fim de junho.

Em troca da isenção, as empresas deverão entrar no programa de conformidade da Receita Federal, regulamentado por uma instrução normativa. A página de comércio eletrônico que aderir ao programa da Receita, chamado de Remessa Conforme, também terá acesso a uma declaração antecipada que permitirá o ingresso mais rápido da mercadoria no país.

Caso as empresas não ingressem do programa, haverá cobrança de alíquota de 60% de Imposto de Importação, como ocorre com as compras acima de US$ 50. A isenção para compras até US$ 50 será apenas para tributos federais. Todas as encomendas de empresas para pessoas físicas que aderirem ao Remessa Conforme pagarão 17% de Imposto sobre Comércio de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo arrecadado pelos estados.

A cobrança de ICMS foi regulamentada em junho pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), órgão que reúne as Secretarias Estaduais de Fazenda, ajuda a resolver as finanças dos estados.

No modelo antigo, as remessas de empresas para pessoas físicas do exterior não eram isentas, estando sujeitas à alíquota de 60% de Imposto de Importação. Para encomendas entre US$ 500 e US$ 3 mil, também havia a cobrança de ICMS. No entanto, a cobrança era feita raramente sobre mercadorias de pequeno valor porque dependia de fiscalização da Receita Federal sobre as encomendas dos Correios.

Produção industrial sobe 0,1% em junho, mas encolhe 0,3% no ano, diz IBGE

A produção industrial brasileira cresceu 0,1% na passagem de maio para junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (01). Foi o segundo mês seguido que o indicador ficou no campo positivo.

Na comparação com junho de 2022, o avanço é de 0,3%. No ano, o acumulado da indústria é de retração de 0,3%, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses foi de acréscimo de 0,1%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

Segundo André Macedo, analista da pesquisa, em nota, o resultado de junho mostra uma manutenção no campo positivo, embora com uma taxa muito próxima da estabilidade.

“Entretanto, esses dois meses de alta em sequência não revertem a perda de abril, quando a taxa foi -0,6%”, ressalta.

Para o pesquisador, “ainda que o primeiro semestre de 2023 mostre saldo positivo de 0,5% quando comparado com o patamar de dezembro de 2022; o ritmo está muito aquém do que o setor precisa para recuperar as perdas do passado recente, afinal, ainda se encontra 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020”, afirma.

A produção industrial nacional, ao recuar 0,3% no primeiro semestre do ano, permaneceu com taxa negativa, mas reduziu a intensidade de perda frente ao fechamento dos quatro primeiros meses de 2023, quando havia recuado 1%. Contudo, esse movimento não foi visto em todas as grandes categorias econômicas.

Indústria do Brasil surpreende e cresce em junho pelo 2º mês, mas sem recuperar perdas e com sinal de alerta

O setor industrial brasileiro surpreendeu e registrou alta da produção em junho pelo segundo mês seguido, mas ainda assim terminou o segundo trimestre sem conseguir recuperar perdas anteriores em meio às dificuldades apresentadas pelo encarecimento do crédito e com sinal de alerta aceso.

A produção industrial do Brasil avançou 0,1% em junho em relação ao mês anterior, resultado que contrariou a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,1%.

Em maio, a indústria registrou aumento da produção de 0,3%, mas os resultados positivos dos dois meses não revertem a queda de 0,6% vista em abril.

Ainda assim, a produção fechou o segundo trimestre com ganho de 0,4% em relação aos três meses anteriores, quando ficou estagnada.

Apesar disso, André Macedo, analista da pesquisa no IBGE, ressalta que o setor ainda está num patamar de produção equivalente ao começo de 2009 e “não consegue suplantar e sair disso há meses”, levantando um sinal de alerta.

“Resumindo, foi um resultado positivo preocupante. (Foi) concentrado, com menor espalhamento desde outubro do ano passado. Fica o alerta”, disse ele.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 0,3%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em linha com a expectativa.

“Ainda que o primeiro semestre de 2023 mostre saldo positivo de 0,5% quando comparado com o patamar de dezembro de 2022, o ritmo está muito aquém do que o setor precisa para recuperar as perdas do passado recente, afinal, ainda se encontra 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020”, completou Macedo.

Segundo especialistas, a indústria deve continuar enfrentando problemas à frente, pressionada pelos juros elevados, endividamento das famílias e pela estagnação global da atividade manufatureira.

A taxa básica Selic está em 13,75%, nível restritivo para a economia, mas a expectativa é de que o Banco Central inicie o afrouxamento monetário ao anunciar sua decisão de política monetária na quarta-feira (02), após dois dias de reuniões.

CBIC reduz projeção de crescimento do PIB da construção em 2023 de 2,5% para 1,5%

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) reduziu a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção de 2,5% para 1,5% neste ano, de acordo com dados divulgados. A taxa de juros alta por um período prolongado e a demora nos ajustes do Minha Casa Minha Vida (MCMV) são os principais motivos para o corte da projeção, segundo a CBIC.

Se a previsão se confirmar, isso representará uma desaceleração importante no PIB da construção em 2023 na comparação com 2022, quando o nível de atividade do setor da construção subiu 6,9%. O dado também indica que o PIB da construção deve ter um resultado inferior ao PIB da economia brasileira como um todo, cuja projeção de crescimento para 2023 está em 2,2%.

Em junho, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e a Fundação Getulio Vargas (FGV) já havia cortado a sua projeção para o PIB da Construção em 2023 de 2,5% para apenas 1%, conforme antecipou o Broadcast na ocasião.

Segundo a CBIC, o corte nas projeções foi motivado por um conjunto de fatores, sendo o principal deles a taxa de juros elevados por um longo período. “A taxa de juros elevada é o principal desafio para a Construção sustentar o seu ciclo de crescimento”, afirmou a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos. Desde o ano passado, a taxa de juros elevada é apontada como o maior ponto de preocupação por empresários da construção consultados na sondagem oficial da CBIC.

Além disso, a CBIC viu uma demora no anúncio das novas condições do Minha Casa, Minha Vida, que eram esperadas para o começo do ano, mas só foram confirmadas em junho. Os ajustes abrangeram a redução dos juros dentro do programa habitacional, aumento dos subsídios e elevação do teto de preços praticados, medidas que foram muito bem recebidas pelo setor. Com a demora, porém, muitos projetos imobiliários foram adiados ou suspensos, devido à falta de viabilidade financeira.

O nível de atividade da construção nos últimos meses já vinha em queda. O PIB da construção registrou caiu 0,6% no quarto trimestre de 2022 e teve baixa de 0,8% no primeiro trimestre de 2023.

Apesar da redução da projeção de crescimento, a expectativa para o setor permanece positiva, segundo a CBIC. A visão é que as novas condições do MCMV deem maior dinamismo aos lançamentos de projetos econômicos.

Entidades do setor produtivo elogiam redução dos juros

O corte de 0,5 ponto percentual na Taxa Selic (juros básicos da economia) veio num momento necessário para ajudar na recuperação econômica do país, avaliam entidades do setor produtivo. As organizações patronais e centrais sindicais, no entanto, pedem cortes maiores nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que considera acertada a decisão do BC. A entidade pede cortes maiores nas próximas reuniões porque avalia que os juros ainda estão em níveis contracionistas, que desestimulam a produção e o consumo.

“A decisão foi acertada, uma vez que não compromete o processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e da economia. As expectativas de inflação têm passado por sucessivas revisões para baixo e a apreciação da taxa de câmbio, nos últimos meses, também representa mais um elemento positivo para esse cenário de controle da inflação”, avalia o presidente da CNI, Robson Andrade.

A CNI pede a aprovação no novo arcabouço fiscal e de reformas importantes, como a tributária, para que os juros possam cair mais no futuro. “A indústria entende que a continuidade do ciclo de redução da Selic exige boa coordenação entre política monetária e política fiscal. A expectativa da CNI é que o Congresso aprove, em breve, um novo arcabouço fiscal que consiga estabilizar a dívida pública sem recorrer ao aumento da carga tributária, de modo a contribuir com o processo de cortes na taxa básica de juros”, destaca o comunicado.

Em nota divulgada à imprensa, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também considerou correta a decisão do Copom de reduzir a Selic para 13,25% ao ano. Segundo a entidade, “em um ambiente em que as incertezas vão se dissipando, com redução da percepção do risco inflacionário, as justificativas que mantinham a taxa de juros em níveis elevados são eliminadas”.

A Firjan entende que há espaço no cenário econômico para o início do ciclo de redução dos juros. “Tanto o IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo] cheio quanto os núcleos de inflação vêm mantendo uma trajetória de desaceleração, o que tem influenciado a revisão das expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 para baixo. Ademais, indicadores relacionados ao nível de atividade e ao mercado de trabalho continuaram a confirmar a percepção de desaceleração econômica para este segundo semestre”, diz o texto.

Setor de serviços do Brasil evita por pouco retração em julho com queda de encomendas e produção, mostra PMI

A atividade no setor de serviços do Brasil desacelerou com força em julho e evitou por pouco entrar em território de contração, com fraqueza na entrada de novos negócios e na produção apesar de alívio nos preços, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O índice compilado pela S&P Global mostra que o PMI de serviços brasileiro caiu com força a 50,2 em julho, de 53,3 no mês anterior, ficando pouco acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

A pesquisa mostra um crescimento destacadamente mais fraco dos novos negócios e uma produção quase estagnada em julho, com a taxa de expansão mais fraca na atual sequência de cinco meses de alta.

“Os dados do PMI de serviços do Brasil mostram um cenário preocupante, especialmente porque o setor foi determinante para manter a economia em expansão nos últimos meses. A demanda fraca por serviços prejudicou o crescimento da atividade, tendência que, se sustentada, pode pesar sobre o PIB do terceiro trimestre”, alertou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

Enquanto algumas empresas indicaram situações favoráveis de vendas, outras destacaram a demanda fraca por seus serviços. As novas encomendas cresceram pelo quinto mês seguido em julho, mas no ritmo mais fraco desde março.

Do lado positivo, apesar da fraqueza da demanda, alguns fornecedores de serviços registraram criação de vagas de trabalho, buscando preencher vagas abertas, embora 83% dos entrevistados tenham citado manutenção de seus quadros de funcionários.

O cenário de preços também deu sinais de alívio no mês. Os custos operacionais aumentaram em um dos ritmos mais fracos em três anos, mesmo com preços mais altos de alimentos, combustíveis e salários.

A combinação de pressões de custos menores com demanda fraca restringiu a capacidade das empresas de aumentar seus preços cobrados, e a taxa de inflação foi a mais fraca em 32 meses.

Já a confiança empresarial foi afetada em julho por questões econômicas e políticas, com a inadimplência também sendo citada como um fator de preocupação. Ainda que as empresas prevejam aumento da produção ao longo dos próximos 12 meses, o nível geral de sentimento positivo caiu para uma mínima de 26 meses.

A contração da atividade industrial em julho somada à intensa perda de força de serviços levou o PMI Composto do Brasil a cair a 49,6 em julho, de 51,5 em junho, indo a território de contração pela primeira vez em cinco meses.

SELIC

Pela primeira vez em quase três anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa de juros básicos da economia brasileira. Na reunião concluída na quarta-feira (02), a quinta de 2023, a autoridade cortou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. A decisão surpreendeu boa parte do mercado, pois a média das projeções apontava para uma redução de 0,25 p.p.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,00%, ante 12,00% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,72% em julho, após queda de 1,93% no mês anterior. Com este resultado, o índice acumula taxa de -5,15% no ano e de -7,72% em 12 meses. Em julho de 2022, o índice havia subido 0,21% e acumulava alta de 10,08% em 12 meses.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), a projeção para o IGP-M ficou em -3,27%, ante -2,92% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A projeção da inflação oficial, o IPCA, para 2023 recuou de 4,90% para 4,84%, estando apenas 0,09 ponto percentual acima do limite máximo da meta deste ano, que é de 4,75%. Há um mês atrás, a projeção era de 4,98%.

Esse resultado é importante e fortalece ainda mais a tendência no corte da taxa de juros básica do país, a Selic. Em outras palavras, parece que o presidente Lula e a cúpula do PT finalmente irão fazer progresso nesse ‘cabo de guerra’ que vem acontecendo há meses.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 4,84%, ante 4,90% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O desempenho da economia brasileira nos três primeiros meses de 2023 surpreendeu positivamente, mas passará longe de se repetir no segundo trimestre. É o que mostram indicadores divulgados nas últimas semanas, que apresentam um cenário de desaceleração da atividade econômica do país no período entre abril e junho deste ano.

Na avaliação dos economistas e analistas do mercado consultados pela reportagem do Metrópoles, um dos responsáveis pela perda de força do PIB no segundo trimestre é justamente o setor que alavancou a economia do país entre janeiro e março: o agronegócio. Após a alta recorde, o agro não deve repetir o desempenho, o que pode puxar o PIB para baixo.

De acordo com a última edição do Relatório Focus, divulgada no início da semana pelo BC, o PIB do Brasil deve fechar este ano com uma alta de 2,24%. É a terceira semana consecutiva em que a projeção não se altera.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), a projeção para o PIB ficou em 2,24%, ante 2,24% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (31), o Ibovespa fechou em alta, impulsionado pelas fortes altas de Petrobras e Vale, enquanto investidores mantinham o foco na decisão de juros do Banco Central na quarta-feira (02). O índice Ibovespa teve alta de 1,46%, a 121.942,98 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,9 bilhões.

Na terça-feira (01), o Ibovespa fechou em queda, pressionado particularmente pelo declínio de Petrobras e Vale, em sessão também marcada por expectativas para o desfecho da reunião de política monetária do Banco Central. O índice Ibovespa teve queda de 0,57%, a 121.248,39 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,2 bilhões.

Na quarta-feira (02), o Ibovespa fechou em queda, apesar de perdas expressivas em Wall Street após corte da nota de crédito dos Estados Unidos, com agentes financeiros voltando as atenções para o Banco Central, que pode começar um amplamente esperado processo de flexibilização da Selic. O índice Ibovespa teve queda de 0,32 %, a 120.858,72 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,7 bilhões.

Na quinta-feira (03), o Ibovespa fechou em queda, com o declínio de papéis como Eletrobras e Ambev e movimentos de realização de lucros minando o efeito positivo da decisão do Banco Central de cortar a taxa Selic e sinalizar mais alívio monetário à frente. O índice Ibovespa teve queda de 0,23%, a 120.585,77 pontos. O volume financeiro somou R$ 27 bilhões.

Na sexta-feira (04), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,22%, a 120.845,90 pontos. O que impede o Ibovespa de avançar mais é o recuo principalmente dos papéis de grandes bancos, tendo como carro-chefe os do Bradesco, em meio a um cenário desafiador para a instituição, após a divulgação do balanço trimestral. Além disso, as ações da Petrobras cedem, mas já diminuíam as perdas. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,89 %, a 119.507,68 pontos. O volume financeiro somou R$ 30,3 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (04), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,92%, cotado a R$ 4,8536 na venda. Dando continuidade ao movimento da véspera, o dólar à vista passou a ceder ante o real, na esteira da divulgação de dados mais fracos que o esperado do mercado de trabalho norte-americano, reforçando as dúvidas sobre a necessidade de mais uma elevação de juros pelo Federal Reserve este ano.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (04) cotado a R$ 4,8753, com as cotações sendo conduzidas pelo exterior, onde dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos elevaram as apostas de que o Federal Reserve pode não subir mais os juros em 2023.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
07/08/2023