Cenário Econômico Nacional – 21/08/2023

Cenário Econômico Nacional – 21/08/2023

Cenário Econômico Nacional – 21/08/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado vê mais crescimento este ano e menos inflação em 2024

Analistas consultados pelo Banco Central fizeram pequenos ajustes em suas projeções econômicas na pesquisa Focus divulgada na segunda-feira (14), com destaque para a melhora na expectativa de crescimento este ano e inflação mais baixa em 2024.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano permaneceu em 4,84%, mas recuou 0,02 ponto percentual para 2024, a 3,86%.

Para 2025 e 2026, os especialistas continuam vendo inflação de 3,50% em cada ano.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2023 subiu 0,03 ponto, chegando a 2,29%, enquanto que para 2024 segue em 1,30%

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que segue o cenário esperado para a taxa básica de juros tanto em 2023 quanto em 2024, respectivamente a 11,75% e 9,0% ao ano, ante o atual nível de 13,25%.

“Prévia do PIB” aponta crescimento de 0,63% em junho, diz Banco Central

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país, apontou crescimento de 0,63% da atividade econômica em junho na comparação com maio. A informação foi divulgada na segunda-feira (14) pelo Banco Central (BC).

O dado anterior, de maio, apontou retração de 2% da atividade econômica. O BC divulga apenas o dado, sem indicar motivações ou analisar o índice.

Para o segundo trimestre, período de abril a junho, o indicador mostra expansão de 0,43% da economia.

A próxima divulgação do PIB está marcada para o dia 1 de setembro, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentará os números relativos ao segundo trimestre de 2023.

Atividade econômica no país cresceu 0,2% no 2º trimestre

A atividade econômica do país cresceu 1,3% em junho, na comparação com maio. No segundo trimestre do ano, a economia brasileira teve alta de 0,2%. Os dados foram divulgados na terça-feira (15) pelo Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador mostra a prévia do Produto Interno Bruto (PIB, todos os bens e serviços produzidos no país).

No primeiro trimestre, o Monitor do PIB apontou um crescimento de 2% (valor revisado). “Após o forte crescimento registrado no primeiro trimestre do ano, a atividade econômica mostrou desaceleração. Apesar da forte retração registrada pela agropecuária, os modestos crescimentos do setor industrial e de serviços colaboraram para o resultado positivo de 0,2% no segundo trimestre”, explicou Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.

“Em linhas gerais, esse resultado mostra uma certa resiliência da economia, que segue em terreno positivo mesmo com grande parte do bônus da agropecuária tendo se reduzido. Por outro lado, esse fraco crescimento também ilustra a pouca capacidade de reação da economia para crescer de forma mais robusta em um ambiente de baixo investimento, juros altos e elevado grau de endividamento das famílias”, disse.

Ao detalhar o resultado, a FGV identifica uma alta de 2,3% no consumo das famílias no segundo trimestre. Esse crescimento tem se reduzido desde o fim de 2022. A menor contribuição do consumo de serviços e de produtos não duráveis é a principal razão para essa desaceleração.

A formação bruta de capital fixo, indicador que reflete o nível de investimento, como aquisição de máquinas e equipamentos, teve retração de 2,5% no trimestre.

As exportações de bens e serviços cresceram 14,1% no segundo trimestre. Praticamente todos os componentes das vendas para o exterior cresceram no período, mas apenas dois explicam a maior parte do resultado: produtos agropecuários (30,1%) e minérios (23,8%) foram responsáveis por cerca de 80% do desempenho.

Pelo lado das importações, o crescimento foi de 6,8% no trimestre. As compras externas de bens de consumo (29,7%) e de capital (18,2%) responderam por mais de 60% do resultado.

Em valor corrente, a FGV estima o PIB brasileiro em R$ 5,74 trilhões.

Cerca de 2 milhões de brasileiros buscam emprego há pelo menos dois anos, diz IBGE

Cerca de dois milhões de pessoas estavam procurando por trabalho por dois anos ou mais no fim do segundo trimestre deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (15).

Apesar do expressivo contingente, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostram uma redução de 31,7%, o que representa 945 mil pessoas a menos.

Ainda segundo o IBGE, aproximadamente 4 milhões de pessoas estavam há de um mês e há menos de um ano em busca de uma vaga de trabalho. Frente ao segundo trimestre do ano passado, a redução foi de 5,5%, ou de 237 mil pessoas.

A taxa de desocupação no Brasil atingiu 8,0% no trimestre encerrado em junho, o menor resultado para o período desde 2014. É uma redução de 0,8 ponto percentual frente ao trimestre anterior (8,8%), de janeiro a março. Já na comparação com o segundo trimestre de 2022 (9,3%), o índice teve queda ainda maior, de 1,3 ponto.

Ainda segundo os dados divulgados pelo IBGE, a diferença na taxa de desocupação entre homens e mulheres ficou menor no segundo trimestre. Ela foi estimada em 6,9% para eles e 9,6% para elas.

Essa diferença diminuiu porque, embora os dois grupos tenham tido redução na taxa de desocupação, a queda das mulheres foi de 1,3 ponto porcentual, maior que a dos homens, 0,3 ponto.

As mulheres também tiveram um aumento maior no nível de ocupação: 0,6 pontos, contra 0,4 pontos dos homens. Com isso, o nível de ocupação das mulheres chegou a 47,1%, enquanto o dos homens foi de 66,8%. Esse indicador calcula o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar.

No recorte por cor ou raça, enquanto a taxa de desocupação dos brancos (6,3%) ficou abaixo da média nacional (8,0%), a dos pretos (10,0%) e a dos pardos (9,3%) seguem acima.

No início da série histórica da pesquisa, no primeiro trimestre de 2012, a média também foi estimada em 8,0% e havia a seguinte situação: pretos tinham taxa de desocupação de 9,7%, pardos, de 9,2% e brancos, de 6,7%.

Ipea aponta deflação em julho para as famílias de renda muito baixa

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, referente ao mês de julho. O estudo mostra que as famílias de renda alta apresentaram alta inflacionária de 0,50%, enquanto o segmento de renda muito baixa registrou deflação de 0,28%.

No acumulado do ano até julho, as famílias de renda muito baixa possuem a menor taxa de inflação (2,2%), enquanto os domicílios de renda alta possuem a maior variação registrada (3,5%).

Os dados apontam na desagregação por grupos que os principais alívios inflacionários no mês de julho vieram dos grupos alimentos e bebidas e habitação. No primeiro caso, uma queda expressiva dos preços dos alimentos no domicílio possibilitou uma forte descompressão sobre os índices de inflação, sobretudo para as famílias com rendas mais baixas, devido ao peso desses itens em suas cestas de consumo. As principais quedas de preços registradas foram: cereais (-2,2%), carnes (-2,1%), aves e ovos (-1,9%) e leites e derivados (-0,89%). Já em relação ao grupo “habitação”, os segmentos de menor poder aquisitivo também foram os que mais se beneficiaram do recuo de 3,7% das tarifas de energia elétrica.

O reajuste de 4,8% do preço da gasolina foi o principal ponto de pressão inflacionária sobre o grupo “transportes”, que exerceu a maior contribuição positiva para a inflação, em julho, veio para todas as classes de renda pesquisadas.

Na comparação com julho de 2022, o estudo mostra que, mesmo diante de uma trajetória mais benevolente dos alimentos (com quedas de 0,72%, ante variação de 1,5%, em 2022), houve uma piora no comportamento da inflação para todas as demais faixas de renda. Esse desempenho menos favorável da inflação corrente, em comparação ao ano passado, foi significativamente pior para as faixas de renda mais elevadas, refletindo, sobretudo, o contraste entre o reajuste de 4,2% dos combustíveis, em 2023, e a forte deflação de 14,2%, possibilitada pela desoneração ocorrida neste período de 2022. Da mesma forma, a redução da carga tributária sobre as tarifas de energia elétrica, no ano passado, explica porque a queda de 5,8%, observada em julho de 2022, foi mais expressiva que a registrada este ano (-3,9%).

Bancos renegociam mais de R$ 8 bilhões em dívidas em quatro semanas de Desenrola

O Desenrola soma R$ 8,1 bilhões em dívidas renegociadas por bancos quatro semanas após o início do programa. A informação é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e considera o período de 17 de julho a 11 de agosto.

Os números dizem respeito a Faixa 2 do Desenrola, em que débitos bancários são negociados por bancos em condições especiais. São incluídas dívidas de clientes com renda superior a 2 salários mínimos e menor que R$ 20 mil e que não estejam incluídos no Cadastro Único.

Ao todo foram renegociados 1,296 milhão de contratos, beneficiando 985 mil clientes bancários. A adesão ao programa irá até o dia 31 de dezembro.

Outro destaque desta fase do programa é a possibilidade de bancos desnegativarem brasileiros com dívidas bancárias de até R$ 100,00. Segundo a Febraban, até aqui 5 milhões de clientes tiveram o nome limpo.

O prazo para essa baixa de registros se encerrou em 27 de julho. Esse balanço não inclui baixas de registros de outros credores não bancários.

“Os números do Desenrola falam por si e são uma grande satisfação para todos, bancos, governo e a sociedade. A grande adesão e o interesse pelo programa na Faixa 2 são uma amostra do que virá em setembro, com a Faixa 1”, avalia o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

IGP-10 registra queda de 0,13% em agosto, mostra FGV

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou queda de 0,13% em agosto, depois de recuar 1,10% no mês anterior, com a deflação perdendo força diante da retomada da pressão dos preços de algumas commodities.

A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado, divulgado na quinta-feira (17) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), era de uma taxa negativa de 0,25%.

Assim, o IGP-10 passa a acumular em 12 meses queda de 7,37%, contra recuo recorde de 7,89% em julho.

O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

Arrecadação com IPVA cresce 24% e atinge R$ 65,56 bilhões

A arrecadação com o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos e Automotores) cresceu 24% em 2022, conforme o estudo do Instituto Brasileiro de Tributação (IBT), cedido com exclusividade à CNN. Foram R$ 65,56 bilhões arrecadados no ano.

Em média, no Brasil, a arrecadação com IPVA é de R$ 322,86 por habitante, sendo que a maior arrecadação foi no estado de São Paulo e a menor em Roraima.

A frota nacional de veículos, que inclui carros, caminhonetes, motocicletas, ônibus e caminhões, chegou a 115.116.532 unidades.

Os estados que possuem a maior concentração de frota são: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

O IPVA não possui uma destinação fixa, assim como outros impostos. O valor recebido pode ser usado em educação, saúde, saneamento, cultura e em outros diversos segmentos, inclusive no de trânsito e transportes.

Inter revê para cima expectativas para o PIB e inflação em 2023

O Inter aumentou as suas projeções para o crescimento da economia e da inflação neste ano diante de dados melhores das atividades no segundo trimestre e os impactos do reajuste dos combustíveis, respectivamente, segundo relatório publicado.

Agora, a equipe econômica do banco prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) encerre 2023 com alta de 2,2%, ante expectativa de 2%.

A mudança no desempenho da economia é sustentada pelas indicações de alta de 0,2% da economia no segundo trimestre, acima do esperado, em comparação com o período de janeiro a março.

Segundo o Inter, o desempenho deve ser puxado pela resiliência do setor de serviços, “ainda que com uma marcada desaceleração em junho”.

Apesar desse impulso, o banco ainda vê desaceleração da economia na primeira metade do ano, principalmente pela queda do investimento e consumo diante da menor oferta de crédito.

“No entanto, com a melhora no atual nível de emprego e renda, não esperamos que essa desaceleração se transforme em recessão”, pontuou a equipe econômica.

Para 2024, o banco segurou a expectativa do PIB em 1,5%, impactado pela retração na demanda da economia global, incluindo a China.

“O crescimento esperado já reflete a expectativa de impacto do início do afrouxamento monetário”, ressaltou o banco.

Copom vê cortes de 0,5 ponto como apropriados, mas critério para acelerar ou diminuir ritmo de baixa deve ser rígido, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista que o Comitê de Política Monetária (Copom) entende que cortes de 0,5 ponto percentual (p.p.) dão ritmo “apropriado” ao ciclo de baixa na Selic.

Ainda de acordo com Campos Neto, a “barra” é alta para que o Comitê mude sua avaliação e altere a taxa, seja para baixo ou para cima, este ritmo [de 0,50 p.p.].

“O que foi unânime [na última reunião] é que 0,5 é um ritmo apropriado daqui para frente. E a gente entende que a barra é bastante alta seja para aumentar ou diminuir o ritmo”, disse em entrevista ao Poder360.

O Comitê se dividiu sobre a robustez do primeiro corte do ciclo, se seria de 0,25 p.p ou 0,5. O presidente do BC deu o voto de minerva para o corte mais robusto (em votação que ficou 5 a 4).

A taxa básica de juros agora está em 13,25%. A Selic estava em 13,75% desde agosto de 2022.

O economista afirmou ainda que não cogitou deixar a autarquia em meio às críticas que recebeu devido à manutenção da Selic em patamares elevados.

Campos Neto disse entender que, caso fizesse este movimento, poderia colocar em risco a autonomia do Banco Central (sancionada em 2021).

“Não, nunca [cogitei deixar o BC]. Eu sou um de nove votos [do Copom]. Entendo que devo a todos que fizeram a autonomia, aos parlamentares, aos ministros do STF”, disse.

“Entendi sempre que seu eu fizesse isso colocaria em risco um avanço institucional, que é a autonomia”, completou.

Entrada do Centrão no governo dificultaria reconstrução da direita, diz cientista político

A entrada de partidos do Centrão no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a reforma ministerial prevista, pode dificultar a reconstrução da direita após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), analisa Rafael Cortez, cientista político e professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

Para ele, com o Republicanos entrando na base aliada, o governo ganha não somente mais apoio no Congresso Nacional, mas também a possibilidade de inviabilizar uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República em 2026.

“Tirando a agenda de governo [a pauta econômica], outra questão importante é pensar a política com foco mais amplo. Com a entrada desses partidos de centro-direita na base aliada, o governo ganha é dificultar a vida de reconstrução da direita agora, nesse cenário de inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro”, afirma Cortez.

Atualmente, Tarcísio é visto como um dos principais possíveis herdeiros dos votos de Bolsonaro, se cacifando como um dos maiores expoentes da centro-direita.

Por isso, para o especialista, “o partido que mais traduz esse desafio é justamente o Republicanos, porque ele tem entre os seus quadros o governador de São Paulo, que é visto como uma possível alternativa, olhando para 2026”.

Assim, o cálculo do presidente Lula não tem sido somente visando o aumento de votos no Congresso Nacional, já que entende que a entrada do Centrão no governo não vai fazer os partidos votarem totalmente com o governo, mas a política nacional a longo prazo.

“O que me parece que o presidente e os seus assessores políticos querem fazer é dividir essas legendas. Tem pouca expectativa que todo mundo vá votar de acordo com o governo, mas, ao gerar essas divisões internas, também há esse ganho à luz do governo, pensando na política mais ampla e não só na agenda de trabalhos legislativos”

Partidos políticos recorrem ao STF em busca de decisões que poderiam ser tomadas pelo Congresso

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar na quinta-feira (17) o julgamento da ação que pode descriminalizar o porte de drogas.

O tema, que divide a sociedade, só chegou ao judiciário mediante provocação do Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Para o cientista político João Lucas Pires, isso ocorre porque, historicamente, congressistas não apresentam força suficiente para pautar a agenda assuntos polêmicos.

“Também há uma má vontade em tocar em assuntos espinhosos, pois [eles] não querem se comprometer com seus eleitores e o Judiciário precisa atuar sobre assuntos que são provocados, muitos inclusive, devido a mudanças sociais”, explica.

Recentemente, pautas ambientais foram tema de ação proposta pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e pela Rede Sustentabilidade.

Nesta semana, os ministros do STF analisam outro processo proposto por partidos políticos: o que trata da população em situação de rua. A ação é assinada pela Rede e pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que também é autor do processo que pode legalizar o aborto em grávidas com até 12 semanas de gestação.

No auge da pandemia de Covid-19, o Supremo também precisou decidir sobre a exigência do passaporte de vacina aos estrangeiros que visitassem ao Brasil. O pedido foi feito pela Rede. A obrigatoriedade do passaporte de vacinação precisou ser instituída pela Suprema Corte.

Até mesmo questões que envolvem diretamente os deputados federais, que poderiam ser resolvidas por meio de mudanças na lei, chegaram ao judiciário a pedido de um partido político. O STF decidiu, numa ação proposta pelo Partido Social Cristão (PSC), que o mandato em cargos proporcionais pertence ao partido, não ao parlamentar.

Em outra situação, o Democratas (DEM), hoje União Brasil, ingressou com ação no Supremo questionando as cotas raciais no vestibular da Universidade de Brasília. A decisão dos ministros, a favor das cotas, serviu de inspiração para a lei nacional sobre o tema.

Arcabouço fiscal deve ser votado nesta semana ou na próxima, diz Guimarães

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse na terça-feira (15) que o projeto do novo arcabouço fiscal deve ser votado na Casa nesta semana ou na próxima e que é fundamental para o governo que seja mantida a mudança feita no Senado relacionado ao cálculo de gastos envolvendo o período de inflação a ser considerado no arcabouço.

Em entrevista à GloboNews, Guimarães defendeu ainda que as propostas de novo marco fiscal e da reforma tributária, que atualmente está no Senado, devem ser aprovados “urgentemente” pelo Congresso.

Tebet diz acreditar que LDO e marco fiscal serão votados até fim do mês

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse na terça-feira (15) acreditar que a proposta do novo arcabouço fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) serão votadas no Congresso até o final deste mês.

Em evento organizado pela XP, Tebet ainda afirmou que o maior desafio para a aprovação da LDO é o tempo curto e que é preciso controlar os gastos públicos sem prejudicar políticas sociais.

A LDO estabelecerá as linhas gerais para o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), que precisa ser enviada ao Congresso Nacional pelo governo federal até o dia 31 de agosto. O arcabouço fiscal, por sua vez, precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados novamente após as mudanças realizadas pelo Senado. Ele estabelecerá as metas fiscais que serão incluídas na lei orçamentária.

Tebet disse que o governo federal está discutindo alternativas para melhorar os gastos públicos, como eliminar certos tipos de políticas públicas que já não são mais eficientes e identificar fraudes.

A ministra também afirmou que a meta estabelecida pelo novo marco fiscal de zerar o déficit primário no próximo ano é audaciosa, mas crível e possível.

Para atingir a meta, no entanto, Tebet afirmou que será necessário taxar certos tipos de receita, como juros sobre capital próprio e fundos exclusivos, mas também revisão de despesas.

Caso as medidas para aumentar a arrecadação não forem aprovadas, a ministra disse que outras serão tomadas.

Otimismo com economia leva aprovação de Lula a 60%, diz pesquisa Quaest

A aprovação do trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 60% em agosto, revelou a 4ª rodada de pesquisa da Quaest na quarta-feira (16), e grande parte dos brasileiros, 59% dos entrevistados, estão otimistas em relação à economia do país.

De acordo com o levantamento, a aprovação do trabalho de Lula oscilou dentro da margem de erro de 56% em junho para 60% em agosto. Se comparada a abril, a aprovação do desempenho do presidente registrou uma alta de nove pontos percentuais.

Outros 35% desaprovam o trabalho do petista, eram 40%, em junho, e 5% não respondeu ou não sabia, ante 4% na rodada anterior.

Quando é levantada a avaliação geral ao governo Lula, 42% o consideram positivo, 29% o classificam como regular e 24%, negativo. O percentual dos que não sabem ou não responderam foi de 5%.

Em junho, a avaliação positiva era de 37%, a regular registrava 32% e a negativa batia os 27%. Não sabiam ou não responderam correspondiam a 4% na sondagem anterior.

“A melhora dos indicadores do presidente está relacionada à percepção sobre a economia”, diz comunicado divulgado pelo instituto Quaest.

“Para 34% dos entrevistados, a economia melhorou nos últimos 12 meses. Mais importante: para 59% ela vai continuar melhorando nos próximos 12 meses. Entre os que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro, 35% são otimistas”, acrescentou.

A ampliação da avaliação positiva do presidente alcançou setores que não simpatizavam com o petista.

O presidente ainda lidera com a melhor avaliação entre os nordestinos, o trabalho dele é bem avaliado por 72% dos entrevistados da região, mas também viu sua aprovação positiva registrar alta significativa na Região Sul, atingindo 59%.

O levantamento aponta ainda que, pela primeira vez, a avaliação positiva de Lula entre os evangélicos supera a negativa, com 50% de aprovação ante 46% de desaprovação.

Haddad diz aguardar reunião de líderes para aparar arestas com Câmara

Em meio a tensões com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O ministro disse que pretende aproveitar a reunião de líderes remarcada para a próxima segunda-feira (21) para aparar as arestas com os deputados.

Atualmente, o cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na correção das metas do novo arcabouço fiscal é o principal ponto que trava a votação da proposta pela segunda vez na Câmara dos Deputados. “Houve explicação sobre isso [cálculo da inflação no arcabouço], e eu penso que isso dá para o orçamento uma clareza maior. A inflação no fim do ano vai se refletir na arrecadação do ano seguinte”, comentou.

No mesmo horário em que Haddad explicava a reunião no Senado, na porta do gabinete de Pacheco, Arthur Lira concedia entrevista coletiva na Câmara dos Deputados e prometia a votação do arcabouço fiscal na próxima terça-feira (22). Ao retornar ao ministério da Fazenda, Haddad disse que ainda não há previsão de encontro pessoal com Lira, apenas conversas telefônicas.

O ministro prometeu ligar para Lira para relatar o encontro com Pacheco e pôr à disposição dos líderes partidários os técnicos do Ministério da Fazenda para esclarecer pontos sobre duas medidas provisórias (MP) aprovadas na semana passada pela comissão especial do Senado e que foram remetidas para serem votadas pelo plenário da Câmara.

Em fim de mandato na PGR, Augusto Aras se reunirá com Lula no Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião na tarde de quinta-feira (17) com o procurador-geral da República, Augusto Aras, no Palácio do Planalto.

A reunião, marcada para às 17:30 (horário de Brasília), irá acontecer próximo ao fim do segundo mandato de Aras, que se encerra em 26 de setembro deste ano, e em meio a especulações sobre o sucessor na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Augusto Aras ocupa o cargo desde 2019, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seu trabalho ficou marcado por decisões que blindavam a Presidência contra pedidos de investigação à época.

Um dos nomes mais cotados para suceder Aras no cargo é do vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet Branco, que conta com o apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.

Gonet desempenhou um papel importante na ação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou Bolsonaro inelegível em junho, dando o parecer favorável à condenação do ex-presidente.

O subprocurador Antônio Carlos Bigonha é outro nome discutido para o cargo. Bigonha atua no Ministério Público Federal (MPF) há mais de 30 anos e já presidiu a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).

Governo de SP volta atrás e diz que vai usar livros didáticos físicos do MEC

O governo de São Paulo voltou atrás, e anunciou que irá aderir ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para 2024.

Com isso, serão ofertados a todos os alunos tanto o material do Currículo Paulista quanto os livros didáticos físicos do Ministério da Educação (MEC).

Em 1º de agosto, o Executivo paulista havia anunciado que as escolas estaduais teriam, a partir do 6° ano do ensino fundamental, apenas o uso de material 100% digital enquanto o material físico ficaria limitado aos anos escolares iniciais.

Posteriormente, após a repercussão do caso e a apuração do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que o estado iria disponibilizar o material didático digital do Currículo Paulista de forma impressa e on-line, ficando a critério do aluno escolher.

A 4ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou, também na quarta-feira, a anulação do ato administrativo que retirou São Paulo do PNLD, após a solicitação do MP-SP.

Ao conceder a liminar, o juiz apontou que o prazo para a escolha das obras do PNDL vai até o dia 23 de agosto. Portanto, haveria urgência na apreciação do pedido.

“A abruta desconstituição administrativa da adesão ao programa é, em tese, apta a gerar sérios prejuízos à formação escolas dos estudantes e, também, ao erário estadual, conforme explanado pelos autores”, diz o magistrado.

Segundo ele, a retirada do Estado do PNLD, determinada pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), “configura, em princípio e em tese, patente violação ao princípio constitucional da gestão democrática que deve pautar o sistema de educação pública” o que “exigiria, para a implementação de medidas como a ora em tela, profundo e amplo debate com representantes da comunidade acadêmica, dos estudantes, Conselhos Escolas, dentre outros agentes e gestores do sistema educacional do Estado de São Paulo”.

De acordo com a Secretaria Estadual da Educação, a “decisão de permanecer no programa no próximo ano se deu a partir da escuta e do diálogo com a sociedade, que resultou no entendimento de que mais esclarecimentos precisam ser prestados antes de que a mudança seja efetivada”.

Vamos negociar com Congresso marco regulatório de concessões e PPPs, afirma Rui Costa

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que, dentre os projetos que o governo irá somar esforços para conversar com o Congresso, está a regularização do marco temporário das concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs). De acordo com ele, o suporte terá como foco estimular votações em projetos que estimulem o investimento privado.

Em entrevista ao SBT News, Rui avalia que a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o “poder muito grande” da Câmara, que agravou o clima de atrito entre o governo e o Congresso, está superada. “Evidente que num momento do puxa-estica, cada palavra é muito valorizada, ou supervalorizada, para servir de elemento”, disse, minimizando que a declaração foi algo “natural da política”.

De olho na pauta econômica, o ministro afirmou que os gastos com o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado na semana passada, “estão absolutamente alinhados com Planejamento e Fazenda”. “Ou seja, não há um gasto excessivo além da expectativa de receita das leis que estão tramitando no Congresso ou da expectativa de receita elaborada pelo Planejamento ou pelo Ministério da Fazenda.”

Rui disse que um possível desconto para linha branca está sendo analisado. “Um programa desse tem que compensar orçamentariamente, tem que cortar orçamento em algum lugar. Por enquanto, o orçamento tá apertado e eu diria que o limitador para esse programa seria não ter valores para cortar nesse orçamento”, declarou.

STF forma maioria a favor de implementação do juiz de garantias

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já se posicionou a favor da implementação do chamado juiz de garantias, autoridade que ficará encarregada de acompanhar as investigações de um caso, mas não de proferir sentença.

No julgamento, que ainda não foi concluído e deve ser retomado na próxima quarta-feira (23), 6 dos 11 ministros já votaram a favor da validade das alterações no Código de Processo Penal (CPP) que instituíram o juiz de garantias por considerar que a edição de lei sobre o tema está dentro da atribuição do Congresso Nacional.

Inicialmente, a lei que criou a figura do juiz de garantias, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, previa um prazo de 30 dias para que ele fosse implementado.

Se nenhum ministro modificar seu voto até o final do julgamento e a posição da maioria for confirmada, a figura do juiz de garantias ficará responsável por acompanhar a investigação e garantir que o devido processo legal esteja sendo seguido antes que o caso seja julgado por um outro magistrado.

Lucro da Embraer cresce 20% no 2º trimestre, para R$ 279 milhões

A Embraer registrou lucro líquido ajustado de R$ 279 milhões no segundo trimestre de 2023, alta de 20% em comparação ao mesmo período de 2022.

Considerando o resultado atribuído aos acionistas, houve prejuízo de R$ 96,2 milhões, melhora em comparação a cifra também negativa de R$ 741,7 milhões reportada um ano antes.

O Ebitda ajustado da companhia ficou em R$ 724,1 milhões entre abril e junho, 16,5% maior na comparação anual. A margem Ebitda ajustada ficou em 11,4% ante 12,3% no segundo trimestre do ano passado.

No critério não ajustado, o Ebitda somou R$ 592,2 milhões ante um resultado negativo de R$ 933 milhões um ano antes. A margem Ebitda foi de 9,3% no segundo trimestre de 2023 ante 18,5% em igual intervalo de 2022.

Já o Ebitda ajustado somou R$ 482,1 milhões, alta anual de 18%, com margem de 7,6% contra 8,1% no segundo trimestre do ano passado. No critério não ajustado, a cifra chegou a R$ 350,2 milhões ante R$ 1,1 bilhão negativo um ano antes.

A receita líquida da Embraer atingiu R$ 6,3 bilhões entre abril e junho, avanço anual de 26% e trimestral de 71%.

Comparado ao segundo trimestre de 2022, a Aviação Comercial cresceu 56%, devido ao maior número de entregas.

Já a Executiva registrou alta de 39% na receita, refletindo aumento de volumes e do mix de entregas.

Por outro lado, a receita de Defesa e Segurança cedeu 28%, devido ao atraso no reconhecimento de receita no primeiro semestre de 2023, segundo o release de resultados.

Compras internacionais pela internet crescem 150% em cinco anos, diz Receita Federal

O brasileiro nunca comprou tanto em sites estrangeiros como Shein, AliExpress, Wish, Shopee ou Amazon.

Um levantamento da Receita Federal apontou que a compra via e-commerce de “cross border” (negócios com produtos de diferentes países) cresceu 150% nos últimos cinco anos.

São mais de 176 milhões de volumes importados em 2022 entre itens tributáveis e isentos (como cartas e documentos), o que demanda uma estrutura de logística complexa.

Em meio à disputa pelo frete mais rápido e para acomodar os produtos vendidos, as empresas do setor têm investido em galpões gigantescos como centros de distribuição, parcerias com empresas de logística internacional e ampliação da frota própria de aviões.

Marca de e-commerce do grupo chinês Alibaba, o AliExpress tem no Brasil uma das suas principais operações no mundo, o que levou a companhia ampliar sua malha logística por aqui.

A empresa começou o ano de 2021 com cinco voos semanais, e em agosto de 2022 anunciou a ampliação para oito.

Os produtos estrangeiros são divididos no Brasil em dois tipos de remessa: expressa e postal.

A primeira é a modalidade mais comum no caso de importações feitas por empresas, enquanto a segunda é a mais utilizada por pessoas físicas em compras de e-commerce de “cross border”, por ser um canal de baixo custo para as importações.

No país, 41 empresas estão habilitadas a operar os serviços de courrier (que faz coleta e entrega de produtos do exterior dentro do território nacional), como DHL, Fedex e Cainiao.

Ainda segundo o relatório aduaneiro da Receita Federal, para os mais de 176 milhões de volumes importados em 2022, foram emitidas 3,4 milhões de declarações de importação de remessa (DIR), que juntas totalizam mais de US$ 245 milhões.

O valor representou crescimento de 32% em comparação com 2021.

Com “minirreforma tributária”, Orçamento de 2024 pode aumentar carga das empresas

Na maneira como está sendo desenhado, o Orçamento a ser apresentado pelo governo para 2024 pode acabar aumentando temporariamente a carga tributária das empresas, de acordo com economistas consultados pela CNN.

Isto acontece porque o governo planeja adiantar para a peça orçamentária, que precisa ser apresentada ao Congresso até 31 de agosto, algumas mudanças de tributos que estavam previstas para acontecer apenas depois, em uma segunda etapa da reforma tributária.

A promessa da reforma é que, entre aumentos e reduções, a carga tributária final do país acabe igual.

Como, entretanto, os aumentos de imposto a serem “puxados” para o Orçamento vão vir antes de outras reduções que a reforma completa poderia promover, a carga tributária vai aumentar antes de cair.

Essa “minirreforma tributária” a ser anexada ao Orçamento para 2024 inclui a taxação dos chamados “fundos dos super-ricos”, que são os fundos de investimento exclusivos e os fundos off-shore, e também o fim dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), que é o que irá impactar diretamente o balanço das empresas.

A intenção com isso do governo e de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é levantar receita extra para conseguir cobrir o aumento de despesas encomendado para o ano que vem e cumprir a meta traçada por eles próprios, de zerar o déficit das contas públicas em 2024.

“Não estamos discutindo se é correto ou não”, diz o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, “mas se vai tributar quem não pagava, é um aumento de carga tributária.”

Wilson Ferreira renuncia cargo de CEO da Eletrobras e companhia apresenta novo nome

O CEO da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, renunciou ao cargo, segundo comunicado emitido aos investidores. O pedido foi acatado pelo conselho de administração da empresa.

O comunicado não informa a razão para o pedido de saída de Wilson Ferreira.

Para o seu lugar, o colegiado da Eletrobras elegeu Ivan de Souza Monteiro. Antes, ele ocupava a presidência do conselho de administração.

Para o seu lugar, foi eleito Vicente Falconi Campos.

Wilson Ferreira foi eleito presidente da empresa em agosto do ano passado, meses após a conclusão do processo de privatização da companhia.

O ex-CEO já havia comandando a empresa entre 2016 e 2021.

Quase metade dos MEIs precisa de empréstimo para manter o negócio ativo, aponta levantamento

Quase metade dos Microempreendedores Individuais (MEIs) do país precisam de empréstimo para manter o negócio ativo. Um levantamento da plataforma MaisMei, divulgado com exclusividade à CNN, aponta que 48,9% dos MEIs precisam do suporte para alavancar ou mesmo sustentar a empresa.

Em 2021, em meio a pandemia de Covid-19, essa faixa ia de 35% a 40%.

Segundo a pesquisa, 40,55% dos participantes declararam ter solicitado um empréstimo, sem sucesso O principal motivo foi a negativação do nome, com 46,84%.

Foram ouvidos 6.018 microempreendedores individuais de todo o país. A necessidade de ampliação das vendas é a principal dificuldade, apontada por 63,6% dos entrevistados, seguida pela busca por empréstimo, com 45,7%.

Entre as saídas encontradas para o problema está recorrer a familiares e amigos, conforme 34,93% dos consultados. A parcela de MEIs que buscam este tipo de empréstimo informal apresenta uma brusca redução quando comparada a 2021, com registro de 56%.

Kályta Caetano, head de Contabilidade da MaisMei, afirma que “a modalidade MEI está associada à praticidade e à desburocratização, por isso é voltada para pequenos empreendedores e profissionais autônomos que, normalmente, já possuem um faturamento limitado e pouco capital para investimentos.”

Uma indicação da plataforma como alternativa mais acessível a estes empreendedores é o microcrédito. O mecanismo consiste na concessão de empréstimos de pequeno valor a microempreendedores formais e informais, normalmente sem acesso ao sistema financeiro tradicional.

B3 cria índice inédito visando inclusão e diversidade no mundo corporativo

A poderosa B3, com a força e o respeito que tem do mercado, avança em uma medida que irá impactar de forma decisiva a inclusão e a equidade racial e de gênero, no alto escalão das empresas.

Em medida que surpreendeu o mercado, a B3 anunciou, neste início de semana, o iDiversa, primeiro índice da América Latina, que mede a diversidade de gênero e raça nos quadros funcionais de companhias listadas em bolsa.

O objetivo central é incentivar as companhias, para que avancem na inclusão de grupos sub-representados no mercado de trabalho.

Outro foco da medida é mostrar para os investidores a tese de investimento, que leva em conta as companhias que têm melhor performance em diversidade de raça e gênero.

A nota de cada empresa considera a participação de mulheres, pessoas negras e indígenas, em todos os quadros das corporações, funcionários não líderes e líderes, diretoria e conselho de administração.

Quanto mais alto o cargo na hierarquia, maior a pontuação. Assim, ter metade do conselho formado por mulheres garante mais pontos do que a mesma proporção na gerência.

Isso também pode ocorrer com pessoas negras. Não por acaso, o Banco do Brasil, que hoje é presidido por uma mulher negra, sai na frente com altas pontuações ao lado de Hypera Pharma, Raia Drogasil, Sabesp e Renner, na versão inaugural do índice.

Das medidas de combate ao racismo estrutural, que assolam instituições públicas e privadas, em nosso país, onde raramente encontramos pessoas negras nos cargos de comando, tal iniciativa tem uma força especial.

O índice não mede apenas a presença de uma ou outra cara preta para ganhar ponto e dizer que tem preto na área, mas quanto maior for a presença negra e de mulheres em cargos de decisão, maior será a pontuação no índice.

Logística: Portos do Paraná movimentam 4% mais cargas entre janeiro e julho, com 36,06 milhões de toneladas

Os portos de Paranaguá e Antonia movimentaram 36,06 milhões de toneladas entre janeiro e julho deste ano, informou em nota, a Portos do Paraná, empresa pública responsável pelos terminais. Este volume representou aumento de 4% em relação a igual período do ano passado, quando 34,57 milhões de toneladas foram movimentadas.

O avanço foi impulsionado principalmente pelo desempenho do Corredor Leste de Exportação do Porto de Paranaguá, que movimentou 12,97 milhões toneladas de granéis vegetais de janeiro a julho, cita a empresa estatal, acrescentando que “o volume acumulado em sete meses é o maior já registrado pelo complexo e constitui um novo registro histórico”. O recorde anterior havia sido batido em 2020, com 12,92 milhões de toneladas, em igual intervalo.

A Portos do Paraná cita ainda que, entre os principais produtos movimentados de janeiro a julho, estão os granéis sólidos para exportação, com alta de 16% no acumulado do ano. “Nos sete meses de 2023 o segmento embarcou 17.192.572 toneladas, enquanto em igual período anterior foram 14.734.867 toneladas”, cita.

Somente de soja em grão foram 8,47 milhões de toneladas, ou 15% a mais. O farelo somou 3,78 milhões de toneladas (+9%); o milho, 2,58 milhões de toneladas (+21%) e o açúcar a granel, 2,23 milhões de toneladas, ou 28% mais.

Além disso, entre janeiro e julho Antonina e Paranaguá registraram 1.468 atracações de janeiro a julho. O número é 5% maior em relação às 1.400 manobras executadas em igual período do ano anterior. Já a movimentação de caminhões no Pátio de Triagem chegou a 291.442 no período, número 14% superior aos 255.909 veículos que passaram pela classificação de grãos nos sete primeiros meses de 2022.

Importações de produtos químicos até julho caem 22,6% e somam US$ 36,3 bilhões, diz Abiquim

As importações de produtos químicos somaram US$ 36,3 bilhões no acumulado de janeiro a julho. O volume representa uma redução de 22,6% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim).

Segundo a entidade, o recuo ocorreu em função de um arrefecimento em 12,5% nos preços médios das compras vindas do exterior.

O mês de julho, por sua vez, totalizou um montante de US$ 5,1 bilhões, representando o maior valor desde agosto de 2022.

A Abiquim aponta que ocorre um “surto” de importações vindas de países asiáticos com competitividade artificialmente sustentada em matérias-primas russas. “Desde o início do ano, as quantidades físicas importadas são consecutivamente superadas, um alarmante aumento de 50% na comparação de julho, 5 milhões de toneladas, com as compras de fevereiro deste ano, de 3,3 milhões de toneladas, sobretudo em produtos fabricados no Brasil”, informou.

Quanto às exportações, o acumulado de janeiro a julho totalizou US$ 8,9 bilhões, resultado circunstanciado pelas crescentes dificuldades econômicas cambiais da Argentina, o principal mercado individual de destino dos produtos químicos brasileiros, o que agravou o nível de ociosidade em grupos de produtos estratégicos fabricados no País, informou a Abiquim.

O déficit na balança comercial de produtos químicos, por sua vez, somou US$ 27,4 bilhões no acumulado até julho e US$ 53,8 bilhões nos últimos 12 meses.

SELIC

No dia 2 de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto. Com isto, a Selic caiu de 13,75% para 13,25% ao ano. A notícia repercutiu em um cenário em que autoridades, como o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, e representantes de setores da sociedade pediam pela medida em prol do crescimento da economia nacional.

No comunicado, o comitê informou que fatores como a melhora do quadro inflacionário e a queda das expectativas de inflação a longo prazo permitiram “acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”. Ainda segundo o órgão, há possibilidade de mais cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões. Ritmo adequado para controlar a inflação.

A notícia foi bem-recebida pelo mercado porque, resumidamente, juros mais baixos ajudam a baratear o crédito, incentivando o consumo e a produção. Nesta linha, Maurício Ferro, advogado formado pela PUC/RJ, com mestrado e especializações realizadas em universidades como a London School e University of London, comenta que o reajuste pode ser bem-vindo para o comércio varejista.

“Dependendo das condições econômicas e do contexto em que essa redução ocorre pode ser altamente positivo. Uma queda nas taxas de juros reduz o custo do crédito para os consumidores e empresas. Isso pode estimular o consumo”, afirma.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (21), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), apelidado de “inflação do aluguel”, registrou queda de 0,72% em julho, após recuo de 1,93% no mês anterior, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de um recuo de 0,71%. A taxa em 12 meses foi a uma queda de 7,72%, renovando um recorde de deflação da série histórica.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (21), a projeção para o IGP-M ficou em -3,43%, ante -3,49% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O reajuste nos preços no atacado pela Petrobras anunciado na terça-feira (15), de 16,3% para a gasolina e de 25,8% para o diesel, mexeram com as projeções de inflação para os próximos dois meses e para o IPCA fechado de 2023. Os analistas já veem a inflação ultrapassando o patamar de 5% no final do ano. No Boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central, a mediana das projeções está estacionada em 4,84% há duas semanas.

O impacto na taxa de inflação mensal será de 11 pontos-base no indicador de agosto e de 35 pontos-base em setembro. Como as altas projetadas dos combustíveis eram menores, a estimativa agora é que o IPCA de agosto fique em 0,25% (ante os 0,15% anteriores) e o de setembro alcance 0,59% (ante 0,26%).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (21), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 4,90%, ante 4,84% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O PIB, Produto Interno Bruto, que é a soma das riquezas produzidas no país, teve um crescimento de 0,2% no segundo trimestre deste ano, em comparação com o primeiro. Já na comparação interanual o crescimento da economia no primeiro trimestre foi de 2,6%.

Os dados são do Monitor do PIB, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado na terça-feira (15). O estudo aponta, ainda, que na análise mensal, a economia cresceu 1,3% em junho, comparado a maio e 2,7% com relação a junho de 2022.

Entre os componentes do PIB, dois tiveram retração e dois ficaram com taxas positivas.

No segundo trimestre, o consumo das famílias cresceu 2,3%. Segundo a FGV, a taxa vem se reduzindo desde o final de 2022 por causa na queda do consumo de serviços e de produtos não duráveis, como alimentos, roupas e calçados.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (21), a projeção para o PIB ficou em 2,29%, ante 2,29% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (14), o Ibovespa fechou em queda, pela décima sessão consecutiva, marcando a maior série de baixas em quase quatro décadas, com o declínio da Vale respondendo por uma relevante participação no desempenho negativo. O índice Ibovespa teve queda de 1,06 %, a 116.809,55 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,3 bilhões.

Na terça-feira (15), o Ibovespa fechou em queda, cravando o 11º pregão seguido no vermelho, com Eletrobras recuando forte após renúncia surpresa do presidente-executivo, assim como Vale pesou com baixa de 1%, enquanto Petrobras encerrou distante das máximas do dia mesmo com aumento dos preços de combustíveis. O índice Ibovespa teve queda de 0,55%, a 116.171,42 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,8 bilhões.

Na quarta-feira (16), o Ibovespa fechou em queda, com o declínio das ações de Eletrobras, Weg e Natura&Co respondendo pelas principais pressões de baixa, enquanto a alta dos papéis da Petrobras evitou um declínio maior. O índice Ibovespa teve queda de 0,5%, a 115.591,52 pontos. O volume financeiro somou R$ 48,7 bilhões.

Na quinta-feira (17), o Ibovespa fechou em queda, pressionado pelo recuo de ações do setor financeiro, entre elas B3, que ofuscou a recuperação dos papéis da Vale, frustrando mais uma vez tentativa ensaiada no começo da sessão de quebrar a sequência negativa de agosto. O índice Ibovespa teve queda de 0,53%, a 114.982,30 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,3 bilhões.

Na sexta-feira (18), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,41%, a 115.448,17 pontos. A semana chega ao fim com apostas de investidores de que a taxa de juros nos Estados Unidos permanecerá alta por mais tempo, com as atenções ainda sobre novas declarações do presidente do Banco Central, posse do presidente do IBGE e a reforma tributária. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,37%, a 115.408,52 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,8 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (18), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,4%, cotado a R$ 4,9615 na venda. Após abrir perto da estabilidade, com investidores atentos à participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento nesta manhã e de olho no exterior, onde a moeda norte-americana também começou a demonstrar mais força ante algumas divisas.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (18) cotado a R$ 4,9680, refletindo as oscilações do exterior e a relativa recuperação do Ibovespa, após a recente série de perdas.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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21/08/2023