Cenário Econômico Nacional – 28/08/2023

Cenário Econômico Nacional – 28/08/2023

Cenário Econômico Nacional – 28/08/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas projetam inflação e dólar maiores neste ano

Economistas esperam inflação e dólar maiores neste ano, segundo Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (21).

Os economistas consultados pelo BC elevaram as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 de 4,84% para 4,90%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%.

As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, foram mantidas em 3,86%, e as de 2025, em 3,50%.

Os economistas mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros deste ano em 11,75%. As projeções para 2024 ficaram estáveis em 9% e as para 2025 em 8,5%.

Os economistas mantiveram as expectativas do crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 em 2,29%.

Para 2024, as projeções do PIB subiram de 1,30% para 1,33%, enquanto para 2025 foram mantidas em 1,90%.

Em relação ao dólar, as apostas para 2023 subiram de R$ 4,93 para R$ 4,95. Para 2024, a projeção foi mantida em R$5 e, para 2025, ficou em R$ 5,09.

Diretrizes Orçamentárias de 2024 podem subir R$ 210 bilhões em relação a de 2023, dizem economistas

As despesas contratadas para 2024 já pressionam a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Economistas consultados pela CNN afirmam que a expectativa para estes gastos é de um aumento R$ 210 bilhões em relação a 2023, diferente dos R$ 95 bilhões previstos no documento.

Para a economista-chefe da Galapagos Cap, Tatiana Pinheiro, este valor inicialmente previsto é baixo se for considerado que os gastos foram aumentados em R$ 145 bilhões este ano entre Bolsa Família, saúde, educação e investimentos em infraestrutura, despesas permanentes e obrigatórias.

“Essa conta ainda não leva em consideração o custo da ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para pessoas que recebem até dois salários mínimos mensais, e na volta dos mínimos constitucionais de gastos com saúde e educação em 2024.”

Reajuste do funcionalismo público, maior transferência de renda, investimentos, emendas, dentre outros gastos já pesam no Orçamento do governo federal para o próximo ano.

A revisão do resultado primário do terceiro bimestre das contas do governo central indica que o resultado será deficitário em R$ 145 bilhões.

Com isso, Pinheiro avalia ser necessário um esforço fiscal relevante para obter resultado primário zerado no próximo ano.

Já a receita líquida na LDO com crescimento de R$ 240 bilhões parece mais factível, destaca Pinheiro. Parte deste valor será resultado do crescimento econômico, enquanto a outra parte virá por aumento de arrecadação.

Batalha contra inflação no Brasil não está ganha e juros devem permanecer restritivos, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na terça-feira (22) que a batalha contra inflação no Brasil não está ganha e que a autoridade monetária precisa persistir com uma postura restritiva.

Falando na Conferência Anual do Santander, Campos Neto destacou que o BC tem tentado adotar em sua comunicação a mensagem de que os juros ainda precisam ser restritivos, e voltou a dizer que o trabalho monetário poderia ser feito com mais facilidade se o Brasil conseguisse uma maior “ancoragem” na parte fiscal.

O presidente do BC alertou que o país tem uma dívida bruta maior e tem gastos maiores que vários de seus pares, de forma que a dívida tende a crescer mais num cenário de juros restritivos. Além disso, ele afirmou que o crescimento de longo prazo do Brasil é “preocupante”.

Por outro lado, Campos Neto ponderou que o país tem conseguido trazer a inflação para baixo, fazendo isso com um impacto no crédito bem menor do que o de outros países.

Após sinais convincentes de que a alta dos preços ao consumidor está esfriando, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu no início deste mês cortar a Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,25% ao ano, indicando que fará novos cortes na mesma magnitude nos próximos meses.

Na semana passada, Campos Neto disse que a barra estabelecida pelo Banco Central para fazer algo diferente de cortes de 0,50 ponto percentual na taxa Selic à frente é alta.

Arrecadação federal fecha julho em R$ 201 bilhões, com retração de 4,2%

A arrecadação do governo federal fechou julho de 2023 em R$ 201 bilhões, o que representa retração real de 4,2% em relação ao montante registrado no mesmo período de 2022.

Os números foram divulgados na terça-feira (22) pela Receita Federal (RFB). Os valores foram corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

No período acumulado de janeiro a julho de 2023, a arrecadação alcançou o valor de R$ 1,3 trilhão. Com isso, há decréscimo um decréscimo de 0,39% na comparação com 2022.

Segundo a Receita, o resultado da arrecadação foi influenciado por alterações na legislação tributária e por pagamentos atípicos, especialmente de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), tanto em 2022 quanto em 2023.

O IRPJ e a CSLL totalizaram uma arrecadação de R$ 47 bilhões, com decréscimo real de 14,90%.

“Sem considerar os fatores não recorrentes acima, haveria um crescimento real de 4,69% na arrecadação do período e de 1,35% na arrecadação do mês de julho”, indica a divulgação.

Esse é o segundo mês seguido de retração na arrecadação. Em junho de 2023, houve decréscimo real de 3,37% em relação a junho do ano passado.

Fluxo de consumidores em shoppings sobe 16% em julho ante julho de 2022, aponta IPV

O fluxo de visitantes em shopping centers cresceu 16% em julho de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação às lojas físicas, houve alta de 5%, sendo 11% correspondente às lojas situadas na rua e 5% para aquelas dentro de shoppings.

Os dados são da pesquisa IPV (Índices de Performance do Varejo), organizada pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

Na variação mensal, enquanto as lojas de rua viram o fluxo cair 2%, as situadas dentro de shopping centers cresceram 11% na comparação com junho deste ano.

Em relação à quantidade de boletos (vendas), foi registrada alta de 9% para lojas físicas, frente ao mesmo mês do ano anterior. O crescimento para estabelecimentos de rua foi de 13%, enquanto dentro de shopping centers foi de 3%, resultado similar ao visto no relatório do mês anterior.

No faturamento, ainda segundo a pesquisa, houve crescimento de 12% nas lojas físicas do Brasil como um todo, sendo de 17% exclusivamente para lojas de rua, e de 4% nas lojas situadas em shopping centers. Isto também refletiu em uma variação no ticket médio nominal, com alta de 3% para lojas físicas, sendo 3% nos estabelecimentos localizados na rua e 1% para aqueles situados dentro dos shoppings.

“Ainda que os desafios deste ano sejam grandes, o varejo se mostra resiliente. Os segmentos mais sensíveis à renda continuam emprestando vigor para o setor, que se beneficia, além de tudo, da atenuação da inflação especialmente de alimentos e combustíveis, o que pode explicar as variações positivas em julho”, comenta Eduardo Terra, sócio da HiPartners e Presidente da SBVC.

BNDES capta US$ 500 milhões com CDB para investimentos em energia, economia verde e alta tecnologia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou na quarta-feira (23), que assinou um contrato de empréstimo externo de US$ 500 milhões com o China Development Bank (CDB), o banco de fomento chinês. O acordo foi firmado na terça-feira, 22, na África do Sul, durante a 15ª Cúpula do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O empréstimo externo tem prazo de pagamento de até três anos. Os recursos serão utilizados como parte do orçamento de investimentos do BNDES para operações de financiamento em linhas já existentes para clientes finais, que incluem empresas privadas e entes públicos.

Além da promoção do comércio bilateral entre Brasil e China, os investimentos poderão ser contratados para aplicação em setores como infraestrutura, energia, manufatura, petróleo e gás, agricultura, mineração, saneamento, agenda ESG, mudança climática e desenvolvimento verde, prevenção a epidemias, economia digital, alta tecnologia e gestão municipal, entre outros.

“Esta captação evidencia a retomada do relacionamento do ponto de vista de empréstimos com o CDB e demonstra o alto interesse dos países asiáticos em relação a oportunidades no Brasil. O tempo recorde entre a negociação do acordo, em março deste ano, e o fechamento do contrato de empréstimo, que será desembolsado nos próximos dias, mostra a disposição de colaboração entre as duas instituições. Esta operação de US$ 500 milhões é só a primeira etapa de um acordo mais amplo, que prevê uma segunda operação de até US$ 800 milhões”, contou a diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natália Dias, em nota divulgada pelo banco brasileiro.

De acordo com o BNDES, o banco brasileiro começou sua cooperação com o banco chinês em 2007, “quando foi negociado o financiamento destinado à construção do Gasoduto Sudeste-Nordeste, que culminou na celebração do contrato de empréstimo externo, formalizando a captação de recursos pelo BNDES, no valor de US$ 750 milhões”.

Aprovação do novo marco fiscal pressiona entrega do Orçamento de 2024, dizem economistas

A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (22), o novo marco fiscal, que substitui o teto de gastos como principal âncora para controlar as contas públicas.

Agora, os holofotes se viram para as propostas do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024, desafiando o governo a cumprir a meta fiscal de zerar o déficit federal.

O mercado avaliou positivamente o texto da nova regra fiscal, porém analistas afirmam que o Executivo não conseguirá deixar o déficit zerado.

No caminho, dizem os especialistas, ainda há grandes obstáculos que precisam ser ultrapassados.

Conforme o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, a retirada do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) da nova regra é um desses entraves.

“Para poder cumprir a meta de zerar o déficit, o governo terá que elevar a arrecadação, sendo que isso ainda tem um longo caminho pela frente com discussões com o Congresso. Não deverá ser algo tão fácil”, diz.

A projeção do economista é de que o país tenha um déficit primário de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, e de 0,8% em 2024.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem que encaminhar o Orçamento de 2024 até 31 de agosto. Barros acredita na entrega no prazo, mas sem grandes mudanças nas perspectivas.

“Provavelmente essa proposta será revisada só no final do ano ou no começo de 2024″, explica.

Entidades do comércio e serviços assinam manifesto pelo “parcelado sem juros”

Um grupo de 12 entidades que representam empresas do comércio, serviços e também instituições financeiras divulgou um manifesto em que defendem a existência e manutenção do parcelamento sem juros, a modalidade que se popularizou no Brasil e que não faz distinção entre o preço pago à vista ou em parcelas por um produto.

O Sebrae, de apoio ao empreendedorismo, e a Proteste, associação de defesa do consumidor, são alguns que também assinam o documento.

No início do mês, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse em audiência no Senado Federal que o governo deve pensar em medidas para desestimular o uso irrestrito do “parcelado sem juros”.

No diagnóstico de Campos Neto, o grande problema do endividamento do brasileiro é o juro alto do rotativo do cartão de crédito, e o uso disseminado dos longos parcelamentos acaba ampliando o problema.

“Do ponto de vista dos consumidores, o parcelamento sem juros é a oportunidade de adquirir um produto ou serviço em condições que se encaixem melhor em seu orçamento. Para o comércio, o parcelamento é uma linha de crédito para capital de giro mais barata e a chance de fidelizar clientes”, diz o manifesto.

“Além do mais, o parcelamento sem juros é fundamental para a economia. No ano passado, a modalidade representou metade das compras com cartão de crédito no país e movimentou mais de R$ 1 trilhão de reais, equivalente a cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.”

Nova regra de reajuste do salário mínimo terá impacto de R$ 15,8 bilhões em 2024

A volta da regra de reajuste automático do salário mínimo, aprovada na Câmara, deve elevar as despesas do governo em R$ 15,8 bilhões no ano que vem, segundo os cálculos do economista Tiago Sbardelotto, e em R$ 30 bilhões em 2025.

Acordo feito entre o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e a equipe econômica liberou o caminho para a votação da medida provisória, após fracassar a tentativa do governo de incluir no texto a taxação dos investimentos de super-ricos no exterior, chamados de offshore.

Originalmente, a MP tratava apenas do reajuste do salário mínimo de 2023 para R$ 1.320, mas, durante a tramitação na Câmara, foi acrescida da nova regra, idêntica à que vigorou até 2019 e que foi lançada em 2007, no segundo mandato de Lula.

A regra prevê que o mínimo será reajustado segundo a inflação medida pelo INPC do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes. Para o cálculo do piso de 2024, será levado em consideração o PIB de 2022, de 2,9%, e o INPC de janeiro a dezembro deste ano.

Sbardelotto, da XP, calcula que a fórmula levará o mínimo a R$ 1.418 em 2024 e a R$ 1.507 em 2025, segundo suas projeções para a inflação e para o PIB. Em 2024, só com o pagamento de benefícios da Previdência, o impacto deve ser de mais R$ 11,2 bilhões no Orçamento. O restante, (R$ 4,6 bilhões) são de gastos extras com obrigações corrigidas junto com o piso, como as aposentadorias a pessoas de baixa renda (BPC), seguro-desemprego e abono salarial.

Os números são próximos ao que projetou a equipe econômica em maio, quando o debate sobre a nova regra fiscal ganhou corpo. Na ocasião, o impacto da correção automática foi avaliado em R$ 18,1 bilhões em 2024 e em R$ 25,2 bilhões em 2025.

Sbardelotto não calculou os efeitos sobre o Bolsa Família, ainda que o piso seja usado como base para o pagamento dos benefícios.

“O Bolsa Família não tem uma regra definida de correção ligada ao salário mínimo. O que a lei coloca é que o Executivo pode reajustar a cada intervalo máximo de 24 meses, na forma estabelecida em regulamento”, afirma. “Então poderia ser reajustado pela inflação apenas, a depender da regulamentação”.

A volta da regra automática de reajuste do salário mínimo foi uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo seus auxiliares, e por isso está no topo da lista de itens que constarão da proposta orçamentária de 2024 a ser enviada pelo Ministério do Planejamento na semana que vem.

IPCA-15 sobe 0,28% em agosto, diz IBGE

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) do mês de agosto, considerado a prévia da inflação oficial, atingiu 0,28%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (25). Assim, em 2023, o IPCA-15 acumula alta de 3,38% e, em doze meses, de 4,24%, contra alta anual de 3,19% registrada anteriormente.

A expectativa consensual era de que o indicador subisse 0,17%, após recuo de 0,07% no mês anterior, levando o indicador em doze meses a 4,13%.

Segundo o IBGE, sete dos nove grupos pesquisados apresentaram elevação em agosto, com maior variação e o maior impacto em habitação. Saúde e cuidados pessoais e educação também apresentaram altas importantes, enquanto entre os recuos, o principal foi em alimentação e bebidas.

Brasil e Cuba buscam relançar suas relações comerciais e políticas, diz Amorim

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Celso Amorim se reuniram em Havana, e o representante do governo brasileiro expressou sua intenção de restabelecer as relações comerciais e políticas com a ilha caribenha.

“Queremos fazer da relação Brasil-Cuba, uma relação de grande amizade, que contribua também para a paz em nossa região, porque a paz é o grande objetivo da diplomacia; o crescimento econômico também”, disse Amorim, segundo o site da Presidência de Cuba.

Amorim, que se reuniu anteriormente com o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, entregou a Díaz-Canel uma carta enviada por Lula, na qual o presidente disse que é a “expressão do desejo de relançar e fortalecer as relações entre o país sul-americano e a ilha”.

Amorim, que já foi ministro das Relações Exteriores do Brasil, também disse que em breve uma missão de empresários do agronegócio e um grupo de especialistas em saúde viajará a Cuba.

O líder do PT é um dos aliados políticos de longa data de Havana e fortaleceu seus laços com o governo cubano desde seu primeiro mandato presidencial em 2003.

Posteriormente, as relações bilaterais foram mantidas com sua sucessora, Dilma Rousseff, mas depois que Jair Bolsonaro chegou ao poder (2019-2022), os laços se deterioraram ao nível mais baixo.

Um acordo de cooperação com um grupo de médicos cubanos que atuava em várias cidades brasileiras sob o comando da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi rompido após uma série de tensões com o governo Bolsonaro.

Cuba participava, desde agosto de 2013, do “Programa Mais Médicos” por iniciativa de Dilma Rousseff. Díaz-Canel e Lula já haviam se reunido em junho passado em Paris, em um encontro que o líder cubano qualificou de “fraterno”.

Taxação de offshores trava MP de Lula que ajusta salário mínimo e isenção do imposto de renda

Mudanças na taxação de rendimentos no exterior incluídas pelo governo Lula na medida provisória (MP) 1.171, que trata da valorização do salário mínimo e reajusta a faixa de isenção do imposto de renda (IR), travam a tramitação do texto no Congresso.

A MP vai caducar no próximo dia 28. O texto já foi apreciado por Comissão Mista, mas ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal dentro do curto prazo.

O deputado federal Merlong Solano (PT-PI) disse em entrevista à CNN que a tramitação da MP depende de acordo entre o governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A conversa entre Lula e Lira passa pela negociação de mais espaços para o Centrão na Esplanada.

O texto da MP 1.172 originalmente fixava o novo valor do mínimo em R$ 1.320. O relatório do petista incorporou à redação uma política de valorização do mínimo, garantindo reajustes acima da inflação, e as medidas relativas ao IR.

Segundo relatou o deputado à CNN, não há resistência no Congresso quanto ao mérito das medidas que dizem respeito ao mínimo.

A preocupação fica por conta das medidas que estavam na MP 1.171 e foram incluídas no relatório, a pedido do governo: a expansão da faixa de isenção do IR (até R$ 2.640) e a taxação de offshores e trusts.

Merlong indica que a extensão da isenção também não encontra resistências. A taxação de offshores e trusts, sim, desagrada parte dos parlamentares. Todavia, a medida foi proposta para compensar a renúncia de receita pela alteração no IR.

“Essa atualização da tabela [do IR] resulta em uma renúncia de receita, e a compensação vem dentro de um modelo que apresentamos à população [na eleição], de começar a tributar mais os super-ricos, tributar de quem tem dinheiro no exterior”, indica.

O relator indica que os líderes da base do governo no Congresso observaram o entendimento e não fizeram objeção. Ele reitera, contudo, que seu relatório é “pactuado” com o governo, portanto está aberto a alterações que facilitem a tramitação.

“Se o governo me informar que o acordo [com Lira] passa por retirar coisa ou outra, eu tiro prontamente”, indicou.

Pacheco defende reforma tributária com sensibilidade política e sem discriminação regional

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que para discutir e aprovar a reforma tributária a Casa precisará de sensibilidade política, para além e números e estimativas, e defendeu que não haja discriminação regional.

O senador reconheceu que há divergências em torno do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reforma o sistema tributário nacional, mas alertou para a necessidade de conciliação entre os entes da Federação porque “o Brasil é um só”.

“Temos que contar com base empírica, nós temos que contar com base científica, nós temos que contar com estatística, nós temos que contar com números, nós temos que contar com sensibilidade política. Nós não podemos ter um conceito de discriminação regional no Brasil”, defendeu o presidente do Senado em debate sobre a reforma na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Medida eleita como prioritária tanto pelo governo quanto pelos parlamentares, a reforma tributária deu seus primeiros passos e foi aprovada pela Câmara dos Deputados no início de julho. Agora, tramita no Senado, onde a influência de governadores é tradicionalmente mais forte.

Mais cedo, evento da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o mesmo assunto, Pacheco afirmou que ouvir as opiniões de governadores e prefeitos sobre a proposta da reforma tributária é uma prioridade para a Casa, onde a matéria está em tramitação após ter sido aprovada na Câmara dos Deputados no mês passado.

Para o senador, a mudança do sistema tributário é inevitável e a discussão já está amadurecida, não havendo razão para prolongar ainda mais as conversas.

Na semana passada, Pacheco anunciou que os 27 governadores do país se reunirão no plenário do Senado em 29 de agosto para se pronunciarem sobre a reforma tributária, que tem sido criticada por alguns governadores e prefeitos. Depois, os prefeitos serão convidados para fazer as suas considerações sobre a reforma que unifica tributos.

“Dia 29 vamos fazer uma sessão no Senado e permitir que todos os governadores possam se pronunciar, e devemos fazer na sequência com os prefeitos municipais. É muito importante o Senado abrir as portas para Estados federados, Distrito Federal e municípios para buscar a equacionar os dilemas e controvérsias”, disse ele a jornalistas na FGV.

“No fim das contas todo mundo concorda que a unificação é boa, simplificação é boa, desburocratização é boa e temos que fazer por que nosso sistema é ruim.”

Governo prepara volta do imposto sindical obrigatório

O governo está atualmente considerando a possibilidade de reintroduzir o imposto sindical obrigatório.

Esse imposto tinha sido abolido na minireforma trabalhista de 2017, durante o governo de Michel Temer. Naquela época, a abolição desse imposto foi vista como um avanço.

Anteriormente coletado de forma compulsória, esse tipo de imposto frequentemente era usado para financiar sindicatos de fachada. Isto é, sindicatos criados apenas para receber o referido imposto. O ministro do Trabalho não se refere a isso como imposto, mas sim como financiamento de sindicatos.

De qualquer forma, a intenção do governo surgiu como uma provocação política bastante explícita.

Essa provocação talvez fosse até desnecessária, visto que o Supremo Tribunal Federal (STF) mudou de opinião e agora considera constitucional a imposição de contribuições assistenciais para os sindicatos a todos os trabalhadores da categoria, independentemente de serem sindicalizados ou não. Ainda não está claro como o direito de oposição por parte dos trabalhadores seria exercido.

O que muitos veem como um retrocesso é considerado um nobre objetivo pelas correntes políticas tradicionais do Partido dos Trabalhadores (PT), para o qual o sindicalismo é uma das tradições mais antigas.

O partido, assim como em grande medida o ex-presidente Lula, acredita que as coisas estavam indo bem até o impeachment de Dilma e a subsequente crise econômica e política, que os líderes do partido atribuem aos seus adversários políticos.

Por isso, há um esforço não só para reescrever a história, mas também para reescrever a narrativa política, desfazendo reformas e medidas que não estejam alinhadas com a ideologia do partido.

Câmara conclui votação do novo marco fiscal, que segue à sanção presidencial

A Câmara dos Deputados concluiu a votação do novo arcabouço fiscal, medida prioritária para o governo que, embora tenha conseguido vê-la aprovada, não pôde manter na proposta dispositivo que alterava o cálculo do prazo da inflação e abriria um espaço de até 40 bilhões de reais no Orçamento de 2024.

O texto, que agora segue à sanção presidencial, mantém, no entanto, alteração promovida por senadores que exclui do conjunto das despesas o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal.

Parte do acordo fechado entre os líderes de bancada e o governo para possibilitar a votação nesta terça, a retirada do dispositivo que conferia o espaço fiscal ao governo não deve atrapalhar os esforços do governo para equilibrar suas contas, afirmou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Negociado pelo governo quando a proposta passou pelo Senado, o importante dispositivo mudava o período de cálculo do IPCA, permitindo que fosse usada estimativa de inflação anual para ampliar o seu limite de gastos na elaboração do Orçamento do próximo ano, e usar essa diferença para programar despesas, que continuarão condicionadas à aprovação de créditos adicionais pelo Congresso posteriormente.

Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o acordo entre líderes também prevê que a alteração do cálculo da inflação seja incorporada pelo texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e, por isso, não deve trazer prejuízos às contas públicas no próximo ano.

A pedido do governo, o Congresso aguardava a conclusão da votação do novo marco fiscal para se debruçar sobre a LDO, que define as regras gerais para a Lei Orçamentária Anual de 2024.

A proposta já havia sido chancelada pelos deputados em uma primeira análise, foi enviada ao Senado, que a pedido do governo inseriu a mudança no período de cálculo da inflação oferecendo a margem fiscal, e agora passou por uma última votação na Câmara, que deu a palavra final sobre o tema.

A Câmara deve votar, ainda nesta semana, medida provisória que reajusta o salário mínimo. O texto trazia um adendo prevendo a taxação de rendimentos de fundos offshore, mas o acordo selado entre líderes e governo também prevê a retirada deste ponto da MP.

TCU avalia suposta aquisição indevida de ouro pelo Banco Central

O Tribunal de Contas da União (TCU) deve avaliar, na quarta-feira (23), informações relacionadas à suposta aquisição indevida pelo Banco Central (BC) de 129 toneladas de ouro.

Em fevereiro, o Banco Central e a Agência Nacional de Mineração (ANM) foram intimadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para darem explicações sobre a aquisição de 129 toneladas de ouro, por R$ 39 bilhões.

Em resposta à intimação, o Banco Central informou que debate em conjunto com outros órgãos públicos um novo mecanismo de fiscalização que possibilite a rastreabilidade do ouro extraído de garimpo. O relator do processo é o ministro Antonio Anastasia.

Durante a sessão, também serão avaliadas as competências atribuídas ao Banco Central relacionadas “à estabilidade e à eficiência do sistema financeiro através do estabelecimento das taxas de juros aplicáveis no Brasil”.

Câmara aprova MP que reajusta salário mínimo para R$ 1.320 e amplia isenção do IR; texto vai ao Senado

A Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que reajusta o salário mínimo para 1.320 reais e ainda incorporou correção na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.

A MP será agora analisada pelo Senado.

O novo valor do salário mínimo, definido pela MP, está vigente desde 1º de maio deste ano. O texto também traz uma política permanente de valorização do salário mínimo.

O relator da MP na comissão mista que a analisou, deputado Merlong Solano (PT-PI), afirmou que a proposta deriva da necessidade de recuperar a renda e o poder de compra dos trabalhadores e ponderou que não houve reajuste real do mínimo nos últimos anos.

“A inflação elevada, verificada desde 2021, e as altas taxas de juros atuais teriam potencial de agravar o quadro de desigualdade de renda do país, em detrimento da classe trabalhadora, dos aposentados e pensionistas”, argumentou o deputado, no parecer.

“A MP em análise é adequada e desejável, tendo em vista a necessidade de aumento do poder de compra dos trabalhadores brasileiros, para além da mera correção inflacionária dos salários.”

Os trechos referentes à tabela do IR foram transplantados de uma outra MP. Entre outros pontos, a medida passou a elevar a faixa de isenção e alterar as regras de incidência IRPF.

Como compensação, a proposta também incluía a taxação de rendimentos dos chamados fundos offshore, mas diante da resistência de boa parte dos deputados e até mesmo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o governo fechou acordo para retirar este ponto do texto.

Boulos marca data de estreia de “caravanas” de pré-campanha pela Prefeitura de São Paulo

Aliados do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) definiram 1º de setembro, uma sexta-feira, para começar uma “caravana” por São Paulo, em uma pré-campanha para a eleição de 2024.

Boulos deve iniciar as conversas nas 32 subprefeituras da capital pela região de São Matheus, na zona leste.

As agendas devem ser feitas às sextas-feiras e aos sábados. Até o fim do ano, a ideia é que o deputado tenha passado por todas as subprefeituras.

A equipe de Boulos também começa a discutir a formação da equipe de campanha. Deputado estadual pelo PT, Antonio Donato é um dos cotados para compor o time que vai discutir o programa de governo.

Os petistas querem que Boulos aproveite a “capilaridade” do partido e faça agendas com vereadores e lideranças do partido.

Para a chapa, Boulos tem conversado com partidos que formaram a chamada “frente ampla” nas eleições de 2022 com Lula. Além das legendas das federações PT-PV-PCdoB e PSOL-Rede, estão na mira Avante, Solidariedade, PROS e Agir.

O PT formalizou, no dia 5 de agosto, o apoio ao nome de Guilherme Boulos. Esta será a primeira vez que a legenda não terá candidato próprio na capital paulista.

O apoio ao parlamentar fez parte de um acordo firmado entre Boulos e o PT nas eleições de 2022. Apesar do compromisso, o apoio do PT teve resistência de uma ala do partido.

Lula anuncia compromisso de fazer campanha mundial contra desigualdade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na sexta-feira (25) que está assumindo um compromisso de tentar fazer uma campanha mundial contra a desigualdade e que é necessário “criar uma consciência” de que o planeta tem os recursos e tecnologia para combater a pobreza global.

Em discurso durante visita a Angola, onde recebeu uma condecoração do presidente angolano, João Lourenço, Lula ainda afirmou que deseja conseguir o “intento” de convencer a humanidade a se indignar contra a desigualdade.

Delação de Cid exigiria aval da PGR e homologação pelo STF

A cúpula da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro está articulando um acordo de delação premiada para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

No entanto, isso exigiria aval da Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Um acordo de delação premiada do tipo nunca foi, até hoje, proposto por comissões parlamentares de inquérito. Apesar disso, a possibilidade é legalmente viável.

Para tanto, a cúpula da CPMI pretende fechar acordo político com os demais membros da CPMI para que a medida seja aceita pelo colegiado.

Assim, a CNN apurou que ainda não há previsão de quando a proposta de delação deve ser apresentada.

A ideia é que o ex-ajudante de ordens receba, em troca, uma possível redução de eventuais penas que venha a receber no fim das investigações sobre a participação dele nos atos golpistas de 8 de janeiro e pelas fraudes em cartões de vacinação.

Agência 123milhas suspende pacotes e emissão de passagens da linha promocional

A agência de viagens 123milhas anunciou a suspensão das emissões de passagens e pacotes da linha promocional da empresa com previsão de embarque de setembro a dezembro. A suspensão afeta viajantes que compraram passagens com datas flexíveis.

De acordo com um comunicado da empresa, os valores gastos pelos clientes com produtos da linha “PROMO” no período “serão integralmente devolvidos em vouchers, com correção monetária de 150% do CDI”. Ainda de acordo com a nota, os vouchers podem ser usados para compra de outros produtos da 123milhas.

No comunicado, a empresa justifica que sua decisão se deve pela “persistência de fatores econômicos e de mercado adversos, relacionados principalmente à pressão da demanda e ao preço das tarifas aéreas”. A companhia informou que as vendas já haviam sido interrompidas na quarta-feira (16).

A 123 Milhas diz se tratar de uma decisão responsável no sentido de preservar os valores pagos pelos clientes. “A empresa continua comprometida com o propósito de proporcionar a mais pessoas as melhores e mais acessíveis experiências em viagens e turismo”, conclui a nota.

Médias empresas de vale-refeição veem risco à continuidade de negócios com portabilidade

As pequenas e médias empresas emissoras de vale-refeição e vale alimentação estão preocupadas com a continuidade dos seus negócios se a portabilidade de cartões for aprovada na Medida Provisória (MP) que altera regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT). A portabilidade permite que o beneficiado escolha qual cartão quer usar, independentemente do contrato que foi fechado entre seu empregador e a empresa de tíquetes de alimentação e refeição.

O dispositivo é polêmico, mas foi confirmado em parecer do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), que agora precisa ser votado pelo plenário do Congresso. A MP, que originalmente só ampliava o prazo para a regulamentação da lei com as modificações do PAT para maio do ano que vem, tem de ser votada até 28 de agosto, senão perde a validade.

Instituições de pagamento e grandes empresas do setor de tecnologia e alimentação que têm interesse no ramo de benefícios defendem a portabilidade. Para eles, é uma medida fundamental para aumentar a competição nesse mercado e baixar os custos para os lojistas que aceitam os vales. Já as empresas consolidadas no segmento e bares e restaurantes argumentam que a portabilidade pode embutir novos custos para os estabelecimentos na medida em que as entrantes vão ter de oferecer benefícios ou descontos aos trabalhadores para convencê-los a mudarem de bandeira de cartão – o que eles chamam de “guerra do cashback”.

Com menos poder de barganha, contudo, as pequenas e médias empresas consideram que são as mais prejudicadas com a mudança. Para o diretor da Vegas Card, Marcos Sartori, a portabilidade no setor de benefícios seria um desastre para as empresas regionais e, no médio prazo, para o trabalhador. “Não haverá como competir, é o fim da competição para as mais de 200 empresas que existem no setor”, lamenta. A Vegas Card atua há 18 anos, principalmente no interior de São Paulo, mas também tem clientes em outros Estados.

Segundo o diretor-presidente da Greencard, Carlos de Avila, empresa de Porto Alegre (RS) que atua há 34 anos no mercado, das mais de 200 empresas registradas no Ministério do Trabalho, 190 são de pequeno porte. “Dessas, menos de 10 resistiriam à concorrência predatória com as fintechs e empresas de delivery”, afirma. “Existe uma interpretação míope de que a portabilidade vai gerar mais concorrência. Ao contrário, a mudança vai causar mais concentração, gerar uma barreira de entrada gigante e que tende a afunilar o mercado em poucas empresas”, completa.

Para o diretor da baiana Nutricash, Loel Vaz, a portabilidade favorece apenas os grandes concorrentes, aumentando a concentração do setor e consolidando o monopólio de uma única marca do segmento de delivery, que já detém 90% do mercado de entregas. “A empresa em questão está atuando com um artifício chamado subsídio cruzado: oferece vantagens na entrega das refeições para as empresas que adquirirem ou aceitarem seus cartões de benefícios. Outra grave distorção é a de transformar o benefício num mero produto financeiro”, comenta, sem citar o nome da empresa de delivery.

Justiça de SP determina que Livraria Cultura desocupe loja na Avenida Paulista

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) emitiu decisão autorizando a desocupação da Livraria Cultura de seu endereço no Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo (SP).

Segundo a decisão, publicada no último dia 11 de agosto, a companhia possui um prazo de quinze dias para deixar o espaço, sob pena de despejo coercitivo.

A nota pontua que “o juízo da recuperação judicial foi consultado e expressamente autorizou o despejo da executada do imóvel situado no Conjunto Nacional”.

O TJSP explica que houve um descumprimento do acordo 445/452 dos autos principais, o qual definia que a Livraria Cultura, Sergio Herz e Pedro Herz “obrigaram-se ao pagamento parcelado da dívida ao exequente, além da quitação de imposto predial atrasado diretamente à Prefeitura”.

A juíza argumenta que, desde a assinatura do acordo, as partes não cumpriram com os requisitos estabelecidos.

Nesse caso, não há qualquer razão jurídica ou econômica que justifique a manutenção das Recuperandas no imóvel.

Em maio de 2021, a Justiça de São Paulo homologou um aditamento ao plano de recuperação judicial da Livraria Cultura, após uma série de polêmicas em torno da assembleia-geral de credores (AGC).

Com o novo plano, a rede de livrarias poderia continuar com o processo com descontos maiores sobre suas dívidas, mudança que a empresa afirma ser necessária diante do impacto da Covid-19 sobre suas operações.

Mas em fevereiro deste ano, o TJSP decretou a falência da companhia, a qual demonstrou interesse em recorrer da decisão.

CNI defende meio de pagamento único para comércio dentro dos Brics

O presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defendeu a adoção de um meio de pagamento único para o comércio entre os países que compõem os Brics, o grupo dos maiores países em desenvolvimento.

Os líderes dos cinco países do bloco estão reunidos em Joanesburgo, na África do Sul, para discutir, entre outros assuntos, como diminuir a dependência do dólar norte-americano em suas operações de importação e exportação.

Entre as opções possíveis, estão a adoção de uma moeda única pelo bloco, a intensificação do uso das moedas locais nas transações comerciais ou algum outro tipo de mecanismo que elimine o dólar.

Alban, que está liderando a delegação de empresários brasileiros que acompanham a cúpula, disse que a possibilidade de uma moeda comum é “bastante polêmica e questionável”.

Ele defendeu, no entanto, que os líderes poderiam “discutir como construir um meio de pagamento único” nessas relações de comércio exterior entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Alban lembrou que em tempos “mais promissores” o Brasil e a Argentina adotaram o chamado Convênio de Créditos Recíprocos (CRC), uma espécie de câmara de compensação de pagamentos, no comércio bilateral.

Ele disse que isso seria “muito proveitoso” para estimular um aumento do comércio intra-bloco. Alban discutiu o assunto com Dilma Rousseff, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o chamado banco dos Brics, que vem defendendo mais empréstimos em moedas locais dentro do bloco.

Na terça-feira (22), o futuro presidente da CNI também conversou sobre política industrial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A CNI afirma que existe uma janela de oportunidade para o crescimento de uma indústria mais sustentável no país.

Apagão provocou queda de quase 5% nas vendas do varejo no Brasil

O apagão que afetou praticamente todo o Brasil na última terça-feira (15) provocou queda de 4,8% do faturamento do Varejo, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).

Os dados mostram que o blecaute, que atingiu todas as unidades da federação, com exceção de Roraima, teve maior impacto nos comércios das regiões Norte e Nordeste.

A análise considerou o intervalo entre 8h30 e 15h, período afetado pela falta de energia, e comparou com o mesmo horário do dia 16 de agosto de 2022, também uma terça-feira. Ao considerar todo o dia 15, a queda observada foi de 1,9%.

No Pará, o faturamento do varejo encolheu 45,3%; no Maranhão, 40,8%. Na Bahia e no Ceará, as quedas nas vendas foram de 29,5% e 29,3%, respectivamente.

Levando-se em conta todo o dia 15, o Varejo sofreu baixa de 47,8% no Pará, 21,1% no Ceará, 12,9% no Maranhão e 10,6% na Bahia.

No Amazonas, o faturamento cresceu 6,5% no dia, mas caiu 3,9% durante o horário do apagão.

Já na região Sudeste, o impacto foi menor. Em São Paulo a retração das vendas foi de 2,8%, entre 8h30 e 15h, e 1,9% ao longo do dia.

No Rio de Janeiro, o setor registrou queda de 0,5% no período de falta de energia, e 0,6% durante o dia.

“A diferença de performance entre os estados está diretamente associada ao tempo sem abastecimento de energia. Por isso, vemos os comércios de unidades da federação do Norte e Nordeste com resultados mais negativos, enquanto as vendas em estados do Sul e Sudeste, por exemplo, sofreram menos o impacto do apagão”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Produtos e Tecnologia da Cielo.

JBS movimenta 2,1% do PIB brasileiro

Um levantamento inédito feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostrou que a JBS e as cadeias produtivas ligadas a ela no Brasil movimentaram, em 2021, o equivalente a 2,10% do Produto Interno Bruto (PIB) e contribuíram para a geração de 2,73% dos empregos do país.

O levantamento foi feito pela Fipe através do Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (Nereus).

Os pesquisadores consideraram o efeito inicial (a partir das próprias unidades da JBS), o efeito direto (relacionamento com fornecedores diretos de insumos), o efeito indireto (impactos ao longo de toda a cadeia de suprimentos) e o efeito renda (indução da atividade econômica).

Foram analisados 67 setores e 127 produtos.

“Para nós, que como empresa completamos 70 anos agora em 2023, esse estudo é de extrema importância, pela evidência que ele apresenta de como a indústria de alimentos é positiva para o país. Gera muitos empregos diretos e indiretos, além de ter uma cadeia longa de fornecedores e clientes, estimulando uma grande porção da economia”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.

A JBS é uma das maiores empresas de alimentos do mundo e está entre as que mais geram empregos no país.

“Ela é uma empresa de R$ 41 bilhões em ‘market cap’ [valor de mercado]”, diz o analista para alimentos e agrícolas da Genial, Lucas Bonventi.

“Ela é atualmente a maior produtora de proteínas do mundo, além de ser a segunda maior empresa de alimentos. Ela é realmente é gigante”, diz.

Vendas do e-commerce no Brasil caem 7,3%, para R$ 119 bilhões, no 1º semestre

As vendas do e-commerce brasileiro no primeiro semestre de 2023 recuaram 7,3%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No total, foram R$ 119 bilhões vendidos nesse segmento. A informação consta da 48ª edição do Webshoppers, relatório elaborado pela consultoria NIQEbit. O desempenho do semestre é atribuído a um início de ano mais fraco, com os consumidores mais cautelosos em relação aos gastos diante de um cenário econômico mais complexo. No entanto, a partir do segundo trimestre, a queda no ritmo das vendas desacelerou, segundo os dados do relatório.

Segundo a pesquisa, 53 milhões de consumidores realizaram compras online no Brasil na primeira metade do ano, um aumento de 6% em relação ao primeiro semestre de 2022, quando esse número era de 49,8 milhões.

As categorias de Produtos de Giro Rápido de Gôndolas (FMCG) continuam a exibir um desempenho superior ao restante do e-commerce. As cestas de Higiene e Beleza, com alta de 6,4%, e Limpeza, 11%, destacaram-se em relação às demais no faturamento bruto, contribuindo positivamente para o semestre. Os alimentos se mantiveram praticamente estáveis, com uma variação negativa de 0,6%, seguidos por Bebidas, com queda de 2,5%. A venda de produtos da cesta de bazar, por sua vez, teve um recuo de 21,1%.

A pesquisa também mostrou que as lojas que operam exclusivamente online, sem presença física, têm ganhado importância no faturamento. No total das vendas do e-commerce brasileiro, 62,2% vieram desse tipo de loja, mais de 5 pontos porcentuais acima do desempenho do primeiro semestre de 2022, e bem acima dos 35,1% das cadeias que também operam fisicamente.

O Webshoppers 48 abordou ainda o cenário do e-commerce internacional. Com base em uma pesquisa realizada em junho com 1.992 respondentes, foi possível traçar o perfil do brasileiro ao acessar sites estrangeiros para compras. No primeiro semestre de 2023, 68% disseram ter realizado transações em plataformas estrangeiras, um aumento em relação aos 54% registrados no mesmo período do ano anterior.

A frequência de compras está crescendo, com 40% afirmando ter utilizado esses sites de duas a três vezes no período, ligeiramente acima dos 39% do primeiro semestre de 2022.

Valor total de venda de imóveis cresce 8,7% nos 5 primeiros meses de 2023, aponta Abrainc

O valor total das vendas de novos imóveis registrou uma alta de 8,7% no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2022. Os dados são do indicador Abrainc-Fipe, levantamento elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) com informações de 20 empresas ligadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

O montante total das vendas em reais, nas quais incorporadoras pesquisadas estão envolvidas, foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho de empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que registrou um crescimento de 11% ante 4,1% dos novos imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP).

“À época, as vendas no MAP foram impactadas pela reclassificação de imóveis destinados originalmente ao MCMV, pois o aumento nos custos de construção nos últimos anos fez com que os empreendimentos que antes eram voltados para o MCMV fossem reenquadrados no segmento MAP. Em junho, o reajuste no teto do programa MCMV, que foi elevado para R$ 350 mil, acabou por corrigir essa distorção. Já o valor total dos lançamentos cresceu 6,7%. Neste quesito, o MAP registrou uma retração de 34,5% no valor total dos lançamentos de novos empreendimentos durante o período analisado”, diz a associação, em nota.

Segundo a Abrainc, os dados apontam que o MAP enfrenta desafios devido às altas taxas de juros, que prejudicam o crescimento das empresas e o acesso aos financiamentos imobiliários pelo SBPE (Sistema Brasileiro Poupança e Empréstimos), pois os juros impactam os financiamentos com o aumento nos custos dos empréstimos, “criando obstáculos significativos”. Uma solução proposta, de acordo com a pesquisa, é aumentar de 65% para 70% o direcionamento dos recursos da caderneta de poupança para o crédito imobiliário. “Isso poderia tornar os financiamentos mais acessíveis, estimulando o segmento MAP e viabilizando projetos”, diz.

“No entanto, em um contraponto, o MCMV seguiu uma trajetória inversa, com um aumento considerável de 63,8% no valor total nos lançamentos. Esse movimento pode ser interpretado como uma resposta a implantação do Novo MCMV, que facilitou o acesso a moradia as famílias de baixa renda e viabilizou o lançamento de uma série de novos empreendimentos direcionados à população de baixa renda. Esses vão ajudar não somente gerar emprego como ajudar a reduzir o déficit habitacional atual, que é estimado em 7,8 milhões de moradias”, pondera a Abrainc.

Na avaliação do presidente da associação, Luiz França, os dados demonstram uma resiliência notável do mercado imobiliário brasileiro, que mesmo em um período de juros altos e desafios econômicos e sociais, manteve uma dinâmica positiva. “Com a economia brasileira ganhando gradualmente força após períodos de instabilidade, o mercado imobiliário navega por águas promissoras. A perspectiva de taxas de juros mais baixas, aliadas a programas governamentais como o Minha Casa Minha Vida devem continuar incentivando os investimentos em habitação”, finaliza o executivo.

SELIC

O diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, reiterou na manhã de quinta-feira (24), que é pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de cortes da taxa Selic e que ele só ocorreria com surpresas positivas adicionais na dinâmica desinflacionaria.

Ele afirmou que, em sua opinião, a decisão de um primeiro corte da Selic de 0,50 ponto porcentual, ao invés de 0,25 ponto, é uma questão circunscrita ao início do processo e ficou para trás.

A mensagem principal é que há um consenso pleno do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o plano de voo à frente e o compromisso com a convergência da inflação no centro da meta, ainda segundo o diretor.

Damaso também reiterou que a segunda fase da desinflação está se mostrando mais lenta do que a primeira, mas ainda dentro do esperado, o que requer uma postura contracionista da política monetária.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (28), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

Após cair por quatro meses consecutivos, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve terminar agosto com taxa positiva. É o que sinalizou a segunda prévia de agosto do indicador, divulgada na segunda-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) e que teve queda de 0,06%, após recuar 0,72% em igual prévia em julho.

André Braz, economista da fundação responsável pelo indicador, explicou que commodities mais caras no atacado diminuíram a intensidade de deflação na segunda prévia do índice.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (28), a projeção para o IGP-M ficou em -3,44%, ante -3,43% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, teve alta de 0,28% para o mês de agosto, informou na sexta-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice teve aceleração de 0,35 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mês anterior, quando teve queda de 0,07% para julho. Em agosto de 2022, o IPCA-15 foi de -0,73%.

Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,24% na janela de 12 meses.

O principal impacto de alta vem do aumento da conta de energia elétrica residencial, que subiu 4,59% no mês e teve peso de 0,18 p.p. no IPCA-15 cheio.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (28), os economistas mantiveram as estimativas do IPCA para 4,90%, ante 4,90% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Boletim Focus divulgado na segunda-feira (21), trouxe estabilidade na projeção de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 se manteve em 2,29%, contra 2,24% há um mês. Considerando, por sua vez, apenas as 66 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 subiu de 2,30% para 2,37%.

Já para 2024, o Relatório Focus mostrou avanço da estimativa de crescimento do PIB, de 1,30% para 1,33%, contra 1,30% há quatro semanas. Considerando apenas as 65 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,24% para 1,34%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (28), a projeção para o PIB ficou em 2,31%, ante 2,29% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (21), o Ibovespa fechou em queda, retomando a tendência negativa que tem marcado agosto após uma trégua na última sessão, em meio a preocupações com a política monetária norte-americana e o ritmo da economia chinesa. O índice Ibovespa teve queda de 0,85%, a 114.429,35 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,5 bilhões.

Na terça-feira (22), o Ibovespa fechou em alta, puxado principalmente pelo ganho de mais de 2% das ações da Vale em dia de avanço dos futuros do minério de ferro, assim como suporte pelas expectativas de uma definição envolvendo o novo arcabouço fiscal do país. O índice Ibovespa teve alta de 1,51%, a 116.156,01 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,5 bilhões.

Na quarta-feira (23), o Ibovespa fechou em alta, pelo segundo pregão seguido, em movimento endossado por Wall Street e puxado principalmente pelo avanço de Petrobras e Vale, enquanto GPA caiu cerca de 19% com ajustes relacionados à cisão do Éxito. O índice Ibovespa teve alta de 1,7%, a 118.134,59 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,3 bilhões.

Na quinta-feira (24), o Ibovespa fechou em queda, após subir mais de 3% nos dois pregões anteriores, com trajetória negativa em Wall Street endossando ajustes na bolsa paulista antes de um muito aguardado discurso do titular do Banco Central dos Estados Unidos na sexta-feira (25). O índice Ibovespa teve queda de 0,94 %, a 117.025,6 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,3 bilhões.

Na sexta-feira (25), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 1,22%, a 115.594,72 pontos. Descolado do exterior, conforme prevalecia a reação ao IPCA-15 de agosto, que ficou acima das previsões de economistas, enquanto agentes financeiros também aguardam discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 1,02%, a 115.837,20 pontos. O volume financeiro somou R$ 18,7 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (25), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,12%, cotado a R$ 4,8863 na venda. Com o mercado trabalhando em modo de espera antes do discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de banqueiros centrais de Jackson Hole. O dólar oscila, com viés positivo em meio ao avanço dos juros dos Treasuries.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (25) cotado a R$ 4,8756, numa sessão em que as cotações foram influenciadas por declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, e pela venda da moeda norte-americana por participantes do mercado que buscavam embolsar ganhos com a alta.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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28/08/2023