Relatório Cenário Econômico Nacional 18/09/2020

Relatório Cenário Econômico Nacional 18/09/2020

Relatório Cenário Econômico Nacional 18/09/2020 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Relatório Cenário Econômico Nacional, 14/09/2020 a 18/09/2020

Cenário econômico nacional 18/09/2020
Fonte: Banco Central do Brasil

Nesta semana, durante reunião do COPOM, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros no atual patamar de 2% ao ano.

A manutenção da Selic já era esperada pelos analistas financeiros e interrompe uma sequência de nove cortes consecutivos.

No cenário político, os destaques da semana foram o fim do Renda Brasil, o veto do perdão de tributos das igrejas pelo Presidente Jair Bolsonaro e a posse do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.

Política

No início da semana o Presidente Jair Bolsonaro atendeu a recomendação da equipe econômica e vetou o perdão de praticamente 1 bilhão em tributos a serem pagos pelas igrejas.

Bolsonaro também decidiu cancelar a criação do programa social Renda Brasil. Com a responsabilidade de não ultrapassar o teto de gastos e sem retirar outros programas sociais para financiá-lo, esta acabou sendo a melhor solução para o governo.

Segundo o Senador Márcio Bittar, relator do projeto de Lei Orçamentária de 2021, Bolsonaro autorizou incluir a criação de um novo programa social definitivo com a marca de seu governo.

Ainda nesta semana, o General Eduardo Pazuello assumiu definitivamente o Ministério da Saúde. Ao ser anunciado como Ministro efetivo da Saúde, Pazuello elogiou o SUS, defendeu o tratamento precoce de pacientes diagnosticados com Covid-19 e criticou o isolamento social como medida para conter a pandemia.

O General ocupava o cargo interinamente desde 15 de maio deste ano, quando Nelson Teich deixou o cargo.

Selic

Após trajetória de redução, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros no atual patamar de 2% ao ano.

A decisão do Copom foi unânime, em reunião encerrada nesta quarta-feira (16). A manutenção da Selic já era esperada pelos analistas financeiros e interrompe uma sequência de nove cortes consecutivos (cinco somente neste ano).

O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022”, diz um trecho do comunicado oficial.

Inflação

Com a recente pressão nos preços de alguns alimentos, como o arroz, os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o índice oficial de preços (IPCA) em 2020.

De acordo com o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,78% para 1,95%. Há um mês estava em 1,67%.

A projeção para o índice em 2021 passou de 3,00% para 3,02%. Quatro semanas atrás, estava em 3,00%.

O relatório Focus informou ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,40%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.

PIB

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentou um relatório informando uma melhora na projeção do PIB do Brasil, que passou de -7,4% para -6,5% para o ano de 2020.

Já para o ano de 2021, a projeção estimada pela OCDE era de uma alta 4,5% recuando agora para 3,6%.

A recessão causada pela pandemia teve um impacto menor do que o esperado inicialmente. A economia brasileira teve uma recuperação mais rápida do que o estimado no início da pandemia.

A expectativa é de que o ritmo de recuperação acelerado não se mantenha para o próximo ano ainda de acordo com a OCDE.

Câmbio

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (18), impulsionado por movimentos de aversão a risco no exterior diante de saltos nos casos de coronavírus em grandes economias, mas caminhava para encerrar a semana com desvalorização ante o real.

Na quinta-feira (17), o dólar fechou em queda de 0,14%, a R$ 5,2303. Na parcial do mês, acumula baixa de 4,58%. No ano, tem valorização de 30,44%.

No exterior, preocupações sobre o aumento de casos de coronavírus e uma recuperação econômica instável continuam pesando nos mercados.

O mercado financeiro manteve as estimativas para o dólar ao fim de 2020 (R$ 5,25) e 2021 (R$ 5,00), mas reduziu a projeção para a Selic no término de 2021 de 2,88% para 2,50%, conforme a mais recente pesquisa Focus do Banco Central.