Relatório Cenário Econômico Nacional – 25/09/2020

Relatório Cenário Econômico Nacional – 25/09/2020

Relatório Cenário Econômico Nacional – 25/09/2020 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Relatório Cenário Econômico Nacional, 21/09/2020 a 25/09/2020

Cenário econômico nacional 25/09/2020
Fonte: Banco Central do Brasil

A semana foi marcada pela volatilidade no mercado financeiro frente às incertezas no meio fiscal brasileiro.

O Relatório Trimestral de Inflação foi divulgado pelo Banco Central e o IBGE apresentou novamente dados positivos com relação ao IPCA-15.

O destaque no cenário político foi o discurso do Presidente Jair Bolsonaro na ONU. Durante a semana também foi discutido a criação de um novo imposto semelhante à CPMF.

Política

O semana foi marcada por vários eventos no âmbito político, mas o destaque foi para o Presidente Jair Bolsonaro que pela segunda vez abriu o discurso na Assembleia das Nações Unidas (ONU).

Bolsonaro reforçou a soberania do Brasil sobre a Amazônia e disse que o país tem um compromisso solene com a preservação ambiental.

Em seu discurso o Presidente também falou sobre a pandemia e reforçou as medidas econômicas implantadas pelo Governo Federal que evitaram um impacto maior na economia, como o auxílio emergencial, destinação de mais de 100 bilhões de dólares para ações de saúde, assistência a mais de 200 mil famílias indígenas e a destinação de 400 milhões de dólares para pesquisa e desenvolvimento da vacina de Oxford no Brasil.

Outro assunto retomado nesta semana foi a criação de um novo imposto semelhante à CPMF, que seria uma espécie de “imposto digital”, uma cobrança sobre transações eletrônicas como transferências e pagamentos digitais.

O imposto entretanto continua sem força já que o próprio Presidente Bolsonaro se posicionou contra, bem como o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Com o recente cancelamento do Renda Brasil, o governo já definiu o nome do novo programa social para substituir o bolsa família: Renda Cidadã.

A informação foi dada pelo Senador Márcio Bittar (MDA-AC) que recebeu o aval de Bolsonaro para negociar o tema no Congresso.

Selic

Segundo o economista Guilherme Loureiro, as frequentes surpresas positivas no mercado financeiro tropeçam em uma ociosidade econômica, podendo assim ser traduzida em uma maior inflação, alterando assim o cenário traçado pelo Banco Central.

A expectativa do economista é de que a Selic se mantenha no patamar de 2% até o final deste ano.

Já de acordo com o economista Silvio Campos Neto, esse patamar de 2% da Selic não é sustentável a longo prazo, e a estimativa é de que a taxa básica de juros voltará ao patamar de 3% até o final do ano que vem.

As projeções do IPCA extraídas dos modelos do Banco Central reforçam que o nível atual da Selic não é compatível com a manutenção da inflação nas metas a partir de 2022, o que mantém a perspectiva de ajuste nos juros a partir do último trimestre de 2021”, diz Silvio Campos Neto.

Inflação

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mostrou tranquilidade frente ao tema inflação na apresentação do Relatório de Inflação.

Segundo o Relatório, a projeção do BC é de que a inflação finalize o ano no patamar de 2,1% abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4%.

A estimativa para 2021 é de que a inflação chegue a 3%, voltando a se enquadrar ao teto estabelecido pelo CMN.

Ainda de acordo com o presidente do BC, as medidas tomadas recentemente estão focadas na inflação do próximo ano, pois nesse momento é importante focar no longo prazo para que a pressão de 2020 não contamine a inflação futura.

IPCA-15

Nesta quarta-feira (23) o IBGE divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).

O índice subiu 0,45% em setembro, 0,22 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de agosto (0,23%) e maior resultado para um mês de setembro desde 2012, quando o IPCA-15 foi de 0,48%.

O IPCA-E (IPCA-15 acumulado no trimestre), foi para 0,98%, acima da taxa de 0,26% registrada em igual período de 2019.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,35% e, em 12 meses, de 2,65%, acima dos 2,28% registrados nos 12 meses anteriores. Em setembro de 2019, a taxa foi de 0,09%.

PIB

Nesta semana o Banco Central também divulgou no Relatório Trimestral de Inflação uma melhora na estimativa do PIB para esse ano, de -6,4% para -5%.

De acordo com o BC, essa melhora é resultado das medidas econômicas tomadas durante a pandemia e ao crescimento mais elevado da economia no terceiro trimestre.

Entretanto, há um alerta sobre uma possível desaceleração em dezembro por causa do fim do pagamento do auxílio emergencial.

Para o próximo ano as estimativas do BC estão mais otimistas, com alta de 3,9% no PIB, superando assim a estimativa do Ministério da Economia que é de 3,2%.

Câmbio

Nesta quinta-feira (24) o Dólar comercial perdeu força para o Real apesar de uma semana de altas na moeda americana. Houve uma correção de 1,68% na quinta-feira, sendo a maior queda registrada em um dia, desde o começo do mês.

A mínima atingida pelo Dólar na semana foi de R$5,383, já a máxima foi de R$5,624.

O IBOV, que já vem de algumas semanas de correção, teve uma alta de 1,33% nesta quinta-feira (24), chegando a 97.955 pontos em sua máxima do dia.

Na sexta-feira (25) o índice apresentou leve queda após sua abertura, fazendo uma tentativa de teste da mínima do dia anterior.

Essa semana foi marcada pela alta volatilidade no mercado devido a preocupação persistente com o meio fiscal no Brasil.