Relatório Cenário Econômico Nacional – 26/10/2020

Relatório Cenário Econômico Nacional – 26/10/2020

Relatório Cenário Econômico Nacional – 26/10/2020 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Relatório Cenário Econômico Nacional, 19/10/2020 a 23/10/2020

Cenário econômico nacional 26/10/2020
Fonte: Banco Central do Brasil

A melhora na relação entre o Ministro da Economia e o Presidente da Câmara foi um dos assuntos que movimentaram o mercado brasileiro. Entretanto, outras notícias como a visita do embaixador de segurança de Donald Trump e as vacinas para COVID-19, também foram bastante comentadas.

Os índices inflacionários tiveram algumas alterações nessa semana. A taxa Selic se manteve em 2%, aguardando a próxima reunião do Copom. Os ânimos dos investidores têm melhorado nas últimas semanas e o resultado foi mais uma semana de alta na bolsa brasileira.

Política

Nesta semana vimos uma melhora na relação entre o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Em videoconferência, Paulo Guedes reforçou o compromisso de não ultrapassar o teto de gastos, mesmo com o governo trabalhando para o novo programa social, o Renda Cidadã. Guedes também informou que o Presidente Jair Bolsonaro está de acordo. Já Rodrigo Maia, informou que é contra a prorrogação do decreto de calamidade, e que se deve encontrar uma forma de viabilizar o Renda Cidadã sem ultrapassar o teto de gastos.

Ainda nesta semana o Brasil recebeu o embaixador e conselheiro de segurança de Donald Trump, Robert O´Brien. Ele chegou ao Brasil com o intuito oficial de participar da aprovação do novo pacote comercial assinado por Jair Bolsonaro e Donald Trump, onde devem ser assinados três protocolos, sobre o combate à corrupção, boas práticas regulatórias e facilitação no comércio.

Na segunda-feira (19), O´Brien assinou um acordo para promover o fluxo bilateral de comércio e investimentos. Os representantes americanos também aproveitaram para tentar reduzir a influência da China sobre o Brasil, como no mercado do 5G, onde argumentaram que a empresa Huawei não oferece garantias de segurança e privacidade.

Outra notícia que tomou os holofotes no Brasil foi a compra e distribuição da vacina contra o COVID-19. A vacina está sendo produzida no Brasil em parceria com a China.

O governador de São Paulo, João Dória, afirmou que a vacinação seria obrigatória em São Paulo, e isso causou atrito com Bolsonaro. O Presidente afirmou que o Governo Federal não pretende tornar a vacinação obrigatória, e que a compra das vacinas não será realizada.

Segundo o Ministério da Saúde, o governo pretende diversificar os tipos de vacinas, pois além da vacina produzida pelo Brasil e China, existem outras em análise, como a AstraZeneca, desenvolvida com a Universidade de Oxford e a Covax Facility, que é um consórcio global que está desenvolvendo 9 vacinas diferentes.

Selic

De acordo com os dados divulgados no Relatório Focus desta semana, a expectativa dos analistas é de que a Selic se mantenha em 2% ao ano até o final de 2020. Esta expectativa se mantém desde o mês de setembro.

Apesar da rápida recuperação da economia apontada pelo Banco Central, e o nível de ociosidade econômica devido a inflação, a expectativa é de que a Selic se manterá na mínima histórica para este ano. A expectativa para o final de 2021 é de 2,75% ao ano.

IGP-M

A Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgou nesta terça-feira (20) uma pesquisa sobre o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M).

O Índice registrou uma alta de 2,92% na segunda prévia de outubro. O valor acumulado em 12 meses passou de 18,20%, no mês de setembro, para 20,56% no mês de outubro. Já no ano de 2020, o acumulado do índice está em 17,74%.

A alta no mês de outubro foi menos expressiva que a registrada no mês anterior, de 4,57%. De acordo com a FGV, essa queda é resultado do recuo das taxas do IPA-M, IPC-M e do INCC-M no mês de outubro, se comparadas com o mês de setembro.

IPCA-15

O IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgou nesta semana os dados do IPCA-15 que é considerado uma prévia do IPCA oficial.

No ano, o IPCA-15 acumula uma alta de 2,31%, já o acumulado em 12 meses é de 3,52%, tendo uma aceleração de 0,94% no mês de outubro. Este foi o maior resultado para um mês de outubro desde 1995.

Inflação
De acordo com a FGV a taxa se manteve estável no mês de outubro, em 4,7%.

“Para os próximos meses, com a ausência de choques favoráveis e perspectiva de retomada gradual da economia e da demanda, é possível que haja um aumento das expectativas”, afirmou a pesquisadora e economista da FGV IBRE, Renata Mello Franco.

PIB

O Ministério da Economia prevê uma revisão na projeção oficial do PIB. O Ministro Paulo Guedes comentou nesta semana que tem uma expectativa de que a economia recue apenas 4% neste ano.

Atualmente a expectativa é de uma contração de -4,7% no PIB nacional de acordo com o Ministério da Economia. Já o Boletim Focus divulgou essa semana uma projeção para o PIB de -5,0%.

Os economistas estão otimistas com a retomada da economia, por isso as projeções para o PIB têm melhorado nas últimas semanas.

Câmbio

Essa semana houve correção no dólar, devido incertezas no pacote de benefícios fiscais do governo americano e apreensão pelas eleições que ocorrerão no dia 03 de novembro.

O valor mais alto negociado da moeda nesta semana foi de R$ 5,36 e o menor valor negociado foi R$ 5,54.

Paulo Guedes considera natural uma taxa de câmbio mais alta enquanto a taxa de juros praticada no país estiver em patamares tão baixos como vem sendo praticada neste ano.

Já o IBOV, índice que mede as movimentações na bolsa de valores brasileira, se manteve em alta pela terceira semana consecutiva, com uma alta mais expressiva nesta semana, se comparada com a semana anterior.

A máxima atingida na semana foi de 102.188 pontos, já a mínima foi de 98.310 pontos.

Os investidores ficaram mais otimistas com os investimentos no país devido a melhora no relacionamento entre o Ministro da Economia com o Presidente da Câmara, onde ambos se manifestaram esta semana afirmando que irão manter o teto de gastos.