Cenário Econômico Nacional – 07/12/2020

Cenário Econômico Nacional – 07/12/2020

Cenário Econômico Nacional – 07/12/2020 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Econômico Nacional desta semana:

A política na semana passada foi movimentada principalmente no legislativo e no judiciário, onde ocorrem as discussões e votações sobre a possível reeleição de Maia para a presidência da Câmara e de Alcolumbre para a presidência do Senado. O PTB pediu que o supremo julgasse o caso e na última votação houve quatro votos a favor da recondução dos parlamentares. O Supremo tem até o dia 14 para julgar o caso.

A semana foi também contemplada novamente com notícias positivas sobre as vacinas contra a Covid19. Tudo indica que o Brasil começará a receber as vacinas de Oxford já em janeiro. Em São Paulo o governador Dória já recebeu os insumos para produzir a CoronaVac e disse que irá começar a vacinação em São Paulo já em janeiro, quase dois meses antes da previsão do Ministério da Saúde, em março.

Na economia houve o anúncio que o Brasil cresceu 7,7% no terceiro trimestre, abaixo do crescimento previsto de 9%, mas, mesmo assim, exaltado pelo presidente Bolsonaro. Paulo Guedes afirmou que o Brasil está crescendo em ‘V’ e que os resultados, apesar de abaixo da expectativa, é um bom sinal da recuperação econômica.

Tanto Rodrigo Maia, quanto Davi Alcolumbre querem se reeleger para a presidência das suas respectivas casas do legislativo. Para barrar o processo o PTB, aliado de Bolsonaro, pediu que o supremo julgasse o caso. Na última semana houve os votos a favor de Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Alexandre Morais. O ministro Nunes Marques votou a favor da recondução apenas de Alcolumbre, uma vez que Maia é um desafeto constante do presidente.

A constituição diz que a presidência das casas legislativas é de dois anos sem a possibilidade de recondução na mesma legislatura. O congresso, entretanto, flexibiliza tal norma quando há reeleição excepcional ou entre legislaturas distintas, o que enseja o conflito.

Já na disputa entre a Federação e o estado de São Paulo sobre a vacina contra a Covid19, Dória já recebeu um carregamento de insumos da CoronaVac e disse que iniciará a vacinação do seu estado em janeiro, quase 2 meses antes da previsão do Ministério da Saúde, que é em março. O governador afirmou que irá esperar todos os procedimentos que asseguram a qualidade da vacina, mas especialistas dizem que ele não poderia fazer essa promessa, já que não depende somente dele.

O Ministério da Saúde disse ainda que 15 milhões doses da vacina de Oxford começarão a chegar no Brasil em janeiro. A expectativa é que 100 milhões de doses sejam disponibilizadas no primeiro semestre de 2021. No segundo semestre haverá a transferência da tecnologia e a produção interna de até 160 milhões de doses, totalizando 260 milhões de doses no ano que segue.

Em relação à economia o Ibovespa teve ganhos expressivos ao longo da semana atingindo o pico de 113.727,68 pontos. O otimismo é reflexo do crescimento do PIB no terceiro trimestre que relevou dados positivos sobre expansão da indústria e do consumo e da perspectiva da vacina da Pfizer nos Estados Unidos e no Reino Unido, portanto, o começo da imunização no mundo. O Dólar acompanhou os mercados e teve baixa chegando a R$ 5,12 no meio da semana.

Em pesquisa realizada pela revista Valor com 82 instituições financeiras, notou-se grande discrepância de expectativas em relação à Selic em 2021. O consenso é que a taxa de 2% será mantida até o próximo ano, entretanto os agentes do mercado financeiro não conseguem concordar quando falam sobre o próximo ano.

Diante as questões fiscais, a inflação e a incerteza em relação às economias internacionais, a previsão para a Selic no próximo ano variou entre 1% e 5%. A mediana convergiu para o valor de 3%, que está alinhado com as previsões do Banco Central e do boletim Focus. Aqueles que afirmam uma Selic mais alta que 3% em 2021 sustentam a tese que a inflação vai além do desajuste momentâneo e reflete um problema estrutural que precisará ser tratado.

O Índice Geral de Preços do Mercado está batendo o maior valor em 18 anos, dessa forma, como sua principal função é o reajuste de contratos de aluguéis, os acordos de locação estão passando por mudanças no Brasil.

O índice acumula quase 22% de acréscimo desde janeiro. Pesquisa do QuintoAndar revelou que os contratos reajustados pelo índice estão até 31% mais caros do que novos contratos. O índice de rescisão de contratos de aluguel aumentou de 17% para 25% nos últimos meses.

Com a decisão da Aneel de aumentar a tarifa de energia a partir de dezembro, o mercado financeiro iniciou as mudanças de projeção da inflação para o ano. A expectativa é que a inflação fique, agora, acima da meta definida pelo Banco Central para terminar 2020.

A Agência Nacional de Energia Elétrica decidiu reativar a “bandeira vermelha patamar 2” para conter o uso devido à alta demanda. O presidente afirmou ser uma medida necessária para conter apagões.

O Itaú Unibanco informou na terça (01) que a projeção para a inflação ao consumidor foi elevada a 4,3%. Com isso o IPCA superaria a meta de 4%, mas ainda no teto da banda de 5,5%. O banco projeta ainda um aumento de 4,9% nos preços livres em 2020.

Apesar da projeção de inflação inflada em 2020, as agências revisaram para baixo o índice em 2021. O Barclays tem projeção de 3,4% para o IPCA no ano que segue contra uma projeção passada de 3,6%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na que o PIB teve alta de 7,7% no terceiro trimestre deste ano. Número menor que a expectativa do governo e das principais agências de consultoria, que ficava próximo aos 9%. No trimestre anterior o Brasil teve uma contração do PIB de 9,7%.

Apesar de a expansão não ter sido como previsto, isso não diminuiu os ânimos dos agentes econômicos que viram uma melhora no indicador de otimismo no futuro. Isso se deu, sobretudo, pelo aumento de 14% do PIB industrial e alta de 7,6% no consumo das famílias. A Formação Bruta de Capital teve expansão de 11% e aumento de 17,3% na poupança.

O governo divulgou ainda que apresentará uma proposta exata da meta fiscal para o ano de 2021, o que atendeu às recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU).

Compartilhando de um otimismo global devido às notícias sobre a aprovação das vacinas da Pfizer pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido já nas próximas semanas, o que significa o início global das imunizações, o Ibovespa teve uma sequência de altas ao longo da semana.

O índice fechou aos 109.194 pontos na segunda (30) e na terça (01) aos 111.380,28 pontos, expansão de 2%. Já de terça para a quarta (02) houve aumento de 0,17%. Quinta (03) o Ibovespa fechou aos 113.377, só 300 pontos abaixo do pregão de 21 de fevereiro, momentos antes da queda acentuada em virtude da pandemia.

Já o Dólar compartilhou dos ânimos do mercado brasileiro e chegou a níveis inéditos desde julho deste ano chegando a cotar R$ 5,12 na quinta (03). Depois desse valor o Dólar mudou a tendência e passou a subir, mas ficou entre os R$ 5,18, ainda distante dos R$ 5,30, média que havia perseguido durante as últimas semanas.

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07/12/2020