Cenário Econômico Nacional – 14/12/2020

Cenário Econômico Nacional – 14/12/2020

Cenário Econômico Nacional – 14/12/2020 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Econômico Nacional desta semana:

A semana passada começou com a resolução do STF impedindo a recondução de Maia e Alcolumbre para as respectivas casas legislativas. No executivo, o presidente afastou o então Ministro do Turismo, Álvaro Antônio, e nomeou Gilson Machado, que foi presidente da Embratur, para ocupar o cargo. A imprensa repercutiu que se tratava de um movimento político para favorecer o centrão, mas o presidente negou afirmando que o Ministro afastado teria cometido ‘excessos’.

No campo econômico, o presidente isentou impostos sobre a tributação de pistolas e armas o que desvalorizou a indústria de armas nacionais Taurus, e ensejou críticas por parte da esquerda, antagonista dos projetos de liberalização e facilitação de acesso às armas por parte da sociedade.

Já sobre a vacina contra a Covid19, o governo federal enfrenta críticas porque ainda não apresentou um plano sólido e imutável em relação à vacinação. Além disso, as críticas entre Bolsonaro e Dória continuam. O governador de São Paulo expôs um plano estadual individual, já comprou os insumos da Coronavac e ordenou o início da produção. Dória espera somente o aval da Anvisa e disse que a vacinação começa no meio de janeiro.

O STF, no domingo (06), completou os votos faltantes sobre a possibilidade da recondução de Maia e Alcolumbre para a presidência das respectivas casas legislativas. Dos 11 ministros, 6 votaram contra a reeleição de Alcolumbre e 5 votaram a favor. Já no caso do Maia, 7 votaram contra e 4 a favor. Os ministros que expuseram os votos no domingo disseram que o texto da lei é claro e proíbe a recondução dos presidentes dentre da mesma legislatura. Sugeriram ainda que essa matéria não deveria ter sido levada ao judiciário e que poderia ser resolvida no próprio legislativo com uma emenda à constituição.

Maia afirmou que o governo está desesperado para conseguir a presidência da câmara, isso facilitaria a desorganização da agenda ambiental e a facilitação de entrega de armas à população. Entre os principais concorrentes, todos concordam com as principais reformas no campo econômico, mas os concorrentes pró-governo divergem no sentido dos costumes, armamento e meio ambiente.

O presidente da câmara também criticou a distorção de prioridades do governo alegando que deveria estar sendo traçado um plano de vacinação ao invés de isentar os impostos sobre importação de armas. Tal medidas anunciada na quarta (09) retirou os impostos de importação para aqueles que desejam comprar armas do exterior e sofreu pesadas críticas de alas da esquerda, historicamente contrários à facilitação armamentista.

Ainda no executivo, Bolsonaro demitiu o então Ministro do Turismo Álvaro Antônio e nomeou para seu cargo o presidente da Embratur Gilson Machado. A imprensa disse que a demissão havia sido motivada para usar o cargo como troca política para conseguir apoio. Já Bolsonaro afirmou que não foi esse o caso. Álvaro foi afastado porque havia cometido excessos num grupo interno do governo ofendendo colegas.

Já sobre a vacina contra a Covid19, o governo segue recebendo críticas relativas à ausência de um plano certo. Nas últimas semanas foram três alterações de datas de início, além de uma série de furos logísticos apontados por especialistas no último plano mostrado. Por outro lado, há o conflito com Dória, que anunciou para 25 de janeiro o início da vacinação de forma independente do governo federal com a Coronavac. O governador precisa da liberação da Anvisa, de modo que é criticado por uma promessa que talvez não possa cumprir.

Alguns governadores de outros estados da federação, como Ronaldo Caiado, médico e governador de Goiás, criticou também a postura de Dória. Afirmou que o plano de vacinação não pode ser feito de forma independente, que descompassos nacionais podem prejudicar a disseminação do vírus. São Paula já comprou os insumos da Coronavac e já está produzindo as vacinas.

Por fim, a cúpula da ONU não convidou o Brasil para tratar sobre o meio ambiente. A justificativa é que as metas para o meio ambiente traçadas por Salles são insuficientes. A diplomacia brasileira viu o movimento como ruim para as relações internacionais e busca reverter a situação.

Na quarta (09), o Comitê de Política Monetária, Copom, em sua última reunião do ano decidiu manter a taxa Selic em 2% ao ano. Diante da inflação, o mercado já espera a reversão do ciclo de cortes da taxa para um ciclo de alta em 2021.

Aurélio Bicalho, ecônomo-chefe da Vinland Capital, projeta que a Selic subirá já no primeiro trimestre de 2021e fechará o ano próximo aos 5%. Diz ainda que em 2022 a taxa básica de juros subirá de novo aos 6% ao ano.

Ele afirma ainda que os juros atingiram esse patamar não devido a uma piora geral da economia, mas pelo contrário, por uma reativação da produção.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou nessa quarta (09) a primeira prévia do IGP-M de dezembro. O mercado notou uma desaceleração do índice em comparação aos meses anteriores. Teve alta de 1,28%. No momento análogo em novembro o índice havia ficado nos 2,67%.

Agora o acumulado em 12 meses passou dos 23,79% para 23,52. Esse índice é principalmente usado para correção de contratos de locação de imóveis e sofreu expressiva alta devido aos preços no atacado.

De acordo com a instituição a desaceleração se deu devido à queda do preço de algumas commodities como a soja, -2,6%, e do minério de ferro, -3,65%. Por outro lado, o IPC teve alta sobretudo nos preços dos alimentos, 1,27%, passagens aéreas, 26,08% e energia elétrica, 1,25%.

Na composição do índice, tivemos a seguinte variação: IPA 1,39%, IPC 0,86% e INCC 1,24%.

Na terça (08), foi revelado que o IPCA ficou acima da expectativa de mercado em novembro tendo um aumento de 0,89%. O esperado era uma alta de 0,78%. Isso de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse foi o maior resultado para um mês desde novembro de 2015. No comparativo anual, o índice teve um aumento de 4,31%, já a projeção era de 4,20%.

A justificativa foi a alta dos alimentos sobretudo as carnes, tomate, batata, arroz e soja. A segunda maior influência nos índices foram os gastos com transporte devido a aumentos no preço da gasolina.

Já o INPC teve alta de 0,95%, em outubro o índice atingiu alta de 0,89%. Também maior resultado para novembro desde 2015. O índice é exclusivo para famílias que possuem entre um e cinco salários-mínimos.

O Itaú projetou um crescimento do PIB no primeiro trimestre de apenas 0,2% por devido ao risco de contração da atividade econômica caso o número de mortes provenientes da pandemia continue alto ao longo dos três meses.

A projeção verificou que esse crescimento só ocorreria caso houvesse uma média de 400 mortes por dia. Se essa média se elevar para 600, o Itaú projetou uma queda do PIB na ordem de 1,2%.

Para 2021 como um todo, o banco projeta um crescimento de 4%. Isso resultaria num patamar 0,7% abaixo do cenário pré-crise.

Na segunda (07), o Ibovespa fechou em pequena queda, 0,14%, como reflexo da realização de lucros após superar 114 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro.  Na terça (08) quase não houve alteração do índice, elevação de 0,18%, depois de um pregão de muitos altos e baixos. A ação da BRF se destacou após previsões otimistas para 2021.

Na quarta (09), o índice fechou em queda devido à realização de lucros. Os analistas disseram ainda que há um clima de reajuste do índice em face das altas contínuas nas últimas semanas, caiu 0,7%. Na quinta (10), o Ibovespa fechou acima dos 115 mil pontos e renovou as máximas de fevereiro. Esse movimento ocorreu devido à alta das blue chips de Wall Street. Houve expansão de 1,88% atingindo 115.125,36 pontos. Na sexta (11), a tendência é de alta na Bolsa brasileira.

Já o Dólar seguiu a tendência de queda, sendo intensificada pelo anúncio das instituições monetárias sinalizando a projeção de alta da Selic no ano que segue. Dessa forma a moeda norte-americana atingiu R$ 5,03.

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14/12/2020