Cenário Econômico Internacional – 18/12/2020

Confira os destaques do Cenário Econômico Internacional desta semana:

• Mercado acionário dos EUA e câmbio ao longo da semana.
• Produção Industrial dos EUA aumenta em novembro superando expectativas.
• Atividade empresarial contrai em dezembro em virtude da pandemia.
• Cresce pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos mais uma vez.
• Federal Reserve faz última reunião de política do ano.
• Congresso dos Estados Unidos está mais perto de acordo sobre pacote de ajuda.
• FED se junta a parceiros globais na luta contra as mudanças climáticas.
• Agências dos EUA e do resto do mundo são alvo de ataques de hackers.
• Gastos sincronizados pelos países do G20 podem impulsionar PIB global.
• Estados Unidos classificam Suíça e Vietnã como manipuladores de moeda.
• Bolsonaro reconhece vitória de Joe Biden.
• Mercosul adia revisão de tarifa externa comum.

• Mercado acionário europeu.
• Zona do Euro tem desempenho melhor em dezembro, mas ainda contrai.
• Continuam as discussões sobre um possível acordo para o Brexit.
• UE estuda multas e outras restrições às gigantes da tecnologia.
• Alemanha ganhou 7 bilhões com novos títulos em 2020.
• Medidas mais rígidas contra a pandemia na Alemanha eleva risco de recessão.
• Perspectivas do Banco Central da França para a economia no final de 2021.
• Rússia criará imposto sobre exportação de trigo.

• Mercado acionário Chinês.
• Recuperação industrial da China acelera em novembro.
• Banco Central Chinês injeta 950 bilhões de yuans em fundos de médio prazo.
• Japão aprova terceiro orçamento suplementar para financiar pacote de estímulo.

Sudão é retirado da lista de países que financiam terrorismo.

Mercado acionário dos EUA e câmbio ao longo da semana

Na segunda (14), após forte alta das ações da Disney, elas fecharam com queda de 3,3%. A Pfizer também perdeu 5%, o que empurrou os índices para baixo. O Dow Jones recuou 0,48%, o S&P 500 teve queda de 0,32% e o Nasdaq teve expansão de 0,61%. Já na terça (15) os índices tiveram alta chegando quase em máximas recordes devido ao otimismo sobre eventual estímulo do governo. Dow Jones subiu 1,13%, S&P 500 ganhou 1,29% e o Nasdaq teve ganho de 1,25%, ficando em 12.595,06 pontos, superando a máxima de 8 de dezembro. O principal impulso do mercado foram as ações da Apple.

Na quarta o clima de otimismo, sobretudo nas empresas de tecnologia, continuou com o Nasdaq encerrando em máxima histórica. Além disse o otimismo foi decorrendo da expectativa do pacote de ajuda e dos pronunciamentos do FED sobre a manutenção das baixas taxas de juros. O Dow Jones caiu 0,15%, o S&P 500 teve ganho de 0,17% e o Nasdaq avançou 0,5% ficando a 12.658 pontos. Na quinta (17) os mercados norte-americanos abriram em alta.

O Dólar na segunda (14) chegou quase aos R$ 5,00, mas fechou em alta de 1,57%. Já na terça (15) com o otimismo exterior o Dólar fechou em queda de 0,77% em R$ 5,08. Na quarta (16) com os pronunciamentos do FED, o dólar fechou em alta de 0,41% aos R$ 5,10. Na quinta (17), a cotação segue tendência de queda chegando próximos aos R$ 5,00.

Produção Industrial dos EUA aumenta em novembro superando expectativas

De acordo com o Federal Reserve na terça (15), a produção industrial dos Estados Unidos avançou 0,8% em novembro, mais do que o crescimento esperado que era de 0,3%. A expansão foi sobretudo devido à produção de veículos motorizados.

Os dados de outubro também foram revisados para cima. Houve crescimento de 1,1% da produção industrial ao invés dos 1% anteriormente divulgados.

Apesar disso os especialistas se dizem preocupados com uma possível contração no futuro devido ao alastramento dos casos da Covid19 no país.

Atividade empresarial contrai em dezembro em virtude da pandemia

Depois das novas restrições contra a Covid19, a atividade industrial dos Estados Unidos esfriou na primeira metade de dezembro. Isso foi revelado pela HIS Market com o índice PMI composto preliminar.

O índice em dezembro caiu para 55,7 contra 58,6 no mês passado. Qualquer valor acima de 50 significa crescimento.

Cresce pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos mais uma vez

Desde a segunda onda do Coronavírus nos Estados Unidos, o número de pedidos de auxílio-desemprego pela primeira vez tem subido nos Estados Unidos semana após semana. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 885 mil em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 12 de dezembro, em comparação com 862 mil na semana anterior.

Os especialistas haviam previsto 800 mil pedidos na semana em questão.

Federal Reserve faz última reunião de política do ano

Na última semana, o Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos, fez a última reunião de política do ano. Os especialistas afirmam que com os estímulos da vacina à economia será o momento de testar a abordagem do Banco Central.

Na última reunião ficou evidente que o FED deve manter sua taxa de juros overnight fixada perto de zero agora e pelos próximos anos. Os especialistas também esperam respostas sobre o tempo de manutenção das políticas superflexíveis adotadas em agosto para enfrentar a crise.

A ideia é manter as políticas como estão até que a economia atinja o pleno emprego e a inflação chegue ao patamar de 2% e esteja a caminho de superá-lo. Espera-se que com as vacinas haja retomada dos postos de trabalho e da produção. Mesmo assim a taxa de juros próximas de zero deve perdurar até 2023.

Caso os operadores comecem a precificar aumentos antecipando os juros, o FED precisará agir ajustando o programa de compra de títulos para reduzir ainda mais os custos de empréstimos de longo prazo por meio de compra de dívidas.

Congresso dos Estados Unidos está mais perto de acordo sobre pacote de ajuda

Há meses que democratas e republicanos discutem um novo pacote de ajuda para a economia em face da pandemia. Na quarta (16), houve uma aproximação do acordo sobre o projeto que envolve 900 bilhões de dólares em recursos.

Estariam incluídos no texto, nova rodada de pagamentos diretos aos norte-americanos e novos benefícios de desemprego.

FED se junta a parceiros globais na luta contra as mudanças climáticas

Na terça (15), o Federal Reserve anunciou que entrou formalmente num painel global de Bancos Centrais que trabalham para entender e reduzir o risco da mudança climática. O FED pode assumir um papel de protagonismo no sentido de incorporar o mercado financeiro nos esforços para conter o aquecimento global.

Depois de um ano de colaboração com a Network of Central Banks and Supervisors for Greening the Financial System (NGFS), o FED oficializou a adesão agora podendo compartilhar o conhecimento como definidor de taxa de juros da maior economia do mundo.

Agências dos EUA e do resto do mundo são alvo de ataques de hackers

Devido a uma falha de um software usado por agências do governo norte-americano, assim como de alguns países da Europa e empresas particulares, hackers invadiram os sistemas de importantes e centrais órgãos do governo.

De acordo com as declarações do governo, os ataques iniciaram há meses e com eles os hackers tiveram acesso a e-mails e outras informações. O ataque foi considerado o pior dos tempos recentes pela profundidade do acesso às informações e do número de agências, empresas e países que atingiu.

Autoridades dos EUA estão acusando os hackers de serem russos, mas ainda não há provas. A Rússia manifestou-se dizendo que a principal economia do mundo não pode acusar a Rússia imediatamente por tudo o que acontece no país.

O governo americano agora esforça-se para obter mais informações sobre o ataque e encontrar os culpados.

Gastos sincronizados pelos países do G20 podem impulsionar PIB global

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que um gasto conjunto feito pelos países do G20 poderia aumentar a produção global em quase 2% até 2025.

A vice diretora do fundo disse ainda que o mundo começa a sair da crise devido à pandemia da Covid19, mas que o aumento dos casos na segunda onda está atrasando a recuperação e que retrocessos ainda são possíveis.

Afirmou que é preciso controlar a crise por meio de investimentos internacionais em vacinas, continuar os apoios fiscais nas economias domésticas para evitar falências em cascata e aumentar o investimento em infraestrutura verde e digital.

Estados Unidos classificam Suíça e Vietnã como manipuladores de moeda

O tesouro dos Estados Unidos classificou Suíça e Vietnã como países que estão adotando políticas de desvalorização das moedas domésticas para conseguirem mercado exterior sem ajustes eficazes no balanço de pagamentos.

No total são doze os países sob o radar do tesouro norte-americano com políticas predatórias de câmbio: China, Japão, Coreia, Alemanha, Itália, Cingapura, Malásia, Taiwan, Tailândia, Índia, Vietnã e Suíça.

Bolsonaro reconhece vitória de Joe Biden

Na terça (15), o presidente Bolsonaro afirmou que não discute mais os resultados das eleições dos Estados Unidos e que autorizou o Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a cumprimentar oficialmente Joe Biden.

Disse ainda que fará um trabalho de aproximação com a ala democrata da maior economia do mundo.

Mercosul adia revisão de tarifa externa comum

Os países membros do Mercosul adiaram para o próximo ano a definição da TEC, Tarifa Externa Comum, que é considerada umas das prioridades do bloco e que está sendo discutida desde 2019.

O objetivo da medida é propor tarifas comuns aos países dos blocos de acordo com bens transacionados. É de ampla complexidade política, já que envolve a realidade econômica de todos os países membros.

Mercado acionário europeu

O mercado acionário europeu fechou em alta na segunda (14) devido ao início da vacinação dos Estados Unidos e pela perspectiva de um acordo para o Brexit. O STOXX 600 subiu 0,4%. Entretanto, o mercado de Londres teve queda do Financial Times de 0,23%. Na terça (15), o mesmo movimento se repetiu com alta da Europa e queda em Londres. O STOXX 600 teve expansão de 0,25% e o Financial TImes queda de 0,28%.

Na quarta (16), o movimento de otimismo também continuou com o STOXX 600 ganhando 0,82% e o FTSEurofirst 300 subindo 0,8%. Na quinta (17), o mercado abriu ainda conservando o otimismo.

Zona do Euro tem desempenho melhor em dezembro, mas ainda contrai

De acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI), a economia na zona do euro teve um desempenho muito melhor em dezembro do que o esperado, mesmo que tenha contraído levemente.

A indústria teve forte crescimento devido às exportações e o desempenho ótimo da Alemanha. Já o setor de serviços teve queda em virtude das medidas de isolamento social.

O PMI composto preliminar da HIS Markit subiu a 49,8 em dezembro contra 45,3 em novembro. A expectativa era de 45,8 em dezembro. A indústria teve um PMI de 55,5 e o setor de serviços 47,3. Qualquer valor acima de 50 indica crescimento.

A Reuters projetou uma contração da economia em 2,6% no último trimestre deste ano.

Continuam as discussões sobre um possível acordo para o Brexit

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse na terça (15) que o mais provável é que não haja acordo comercial para a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia. Apesar disso, sua equipe ainda tenta chegar num pacto.

Johnson quer alcançar um acordo, mas revelou que não há qualquer custo. De acordo com ele, o acordo precisa respeitar a independência e soberania do Reino Unido. Os principais entraves estão nos direitos de pesca e regras corporativas de fair play.

Já o negociador da União Europeia, Michel Barnier, disse na segunda (14) que um acordo ainda é possível se houver esforços para que isso se realize. De acordo com ele, os negociadores prometeram fazer um “esforço adicional” no domingo para chegarem ao pacto.

UE estuda multas e outras restrições à gigantes da tecnologia

Seguindo um caminho que está contagiando as principais economias do mundo, a União Europeia estuda restrições às empresas gigantes da tecnologia como o Google, Amazon e Apple. A justificativa é que essas empresas cresceram demais tendo acesso a dados e desleal concorrência.

Tudo indica que as empresas serão proibidas de usarem dados de usuários de negócios para competir com eles ou para tratar seus próprios serviços de maneira mais favorável nos rankings, entre outras obrigações.

Empresas que infringirem as regras de forma sistemática poderiam receber ordens da União Europeia para providenciarem mudanças comportamentais e estruturais, como a saída de determinados negócios.

Ainda não há definição exata das regras, mas tudo indica que será apresentado um pesado pacote de contenção do poder das gigantes da tecnologia. As grandes empresas de redes sociais que não retirar postagens ilegais poderão receber multa de 6% da receita global. E o uso ilegal dos dados dos usuários pode acarretar em multas de 10% sobre a receita anual.

Alemanha ganhou 7 bilhões com novos títulos em 2020

Na terça (15), o Ministério das Finanças da Alemanha revelou que o país ganhou mais de 7 bilhões de euros com a emissão de novos títulos este ano. Isso aconteceu devido à prática de juros negativos que levou os custos gerais do serviço da dívida de Berlim para mínimas históricas.

O rendimento médio dos novos títulos alemães emitidos até o final de novembro foi de menos 0,56%, resultando em receitas de 7,07 bilhões de euros.

Medidas mais rígidas contra a pandemia na Alemanha eleva risco de recessão

Na quarta (16) o Instituto Ifo revelou a projeção que a economia alemã se expandirá menos do que o previsto em 2021 devido às medidas de lockdown mais rígidas implementadas a partir de 2 de novembro e se intensificando na semana passada. Essas medidas tem retido consumidores e empresas.

A antiga previsão de crescimento era de 5,1%, mas agora com o corte passou a ser de 4,2%. Para 2022 houve elevação das expectativas, a projeção antes estava em 1,7% e agora passou a ser 2,5%. Para 2020 como um todo, espera-se uma queda de 5,1%.

Perspectivas do Banco Central da França para a economia no final de 2021

François Villeroy, presidente do Banco Central da França disse na segunda (14) que as expectativas para a economia de uma recuperação de 5% em 2020 e 2021 tem como base o pressuposto de que os efeitos da vacina serão sentidos até o final do próximo ano.

A projeção é que a economia francesa se recupere em 2021, mas não tão rapidamente quanto era esperado anteriormente. Após contrair cerca de 9% este ano, a França deve registrar crescimento em torno de 5% em 2021 e 2022.

Assim como na Alemanha e nos depois países que sentiram a segunda onda da pandemia, esse crescimento foi prejudicado pelas novas medidas de lockdown.

Rússia criará imposto sobre exportação de trigo

Assim como no Brasil, o preço dos alimentos na Rússia disparou devido às exportações devido à desvalorização da moeda local. Para conter esse avanço do preço, a Rússia deve adotar impostos sobre exportação do trigo.

Já os produtores de açúcar e óleo de girassol farão acordo com redes de varejistas para a redução dos preços. Caso isso não funcione, o governo colocará impostos sobre a exportação também desses produtos e ainda reduzirá as taxas de importação de cana-de-açúcar.

Mercado acionário Chinês

Com os anúncios do Banco Central da China de mais suporte à economia e garantia da liquidez, o mercado acionário teve alta ao longo de toda semana, os ganhos foram sobretudo nas blue-chips. Na segunda (14) o CSI300 teve alta de 0,92% e o Xangai ganhou 0,66%. Na terça (15) o CSI300 teve ganho de 0,21%, já o Xangai perdeu 0,06%. Na quarta (16), de novo o CSI300 teve ganho de 0,18 e o Xangai conseguiu se manter estável. Na quinta (17), o CSI300 teve expansão de 1,28% e o Xangai também alta de 1,13%.

Recuperação industrial da China acelera em novembro

Puxada pelas exportações e pelo consumo interno, a produção industrial da China cresceu num ritmo mais forte em 20 meses na China.

A Agência Nacional de Estatísticas da China revelou na terça (15) que a expansão da produção industrial acelerou 7% em novembro em comparação com o mesmo período no ano anterior. Essa expansão está de acordo com as previsões e maior que o crescimento de outubro que foi de 6,9%.

As vendas no varejo avançaram 5% na comparação anual, pouco abaixo da expectativa de crescimento de 5,2%, mas acima do aumento de 4,3% de outubro. Já o investimento em ativo fixo subiu 2,6% entre janeiro e novembro, até outubro havia subido 1,8%. O investimento em ativo fixo do setor provado expandiu 0,2%, até outubro havia tido uma queda de 0,7%.

Banco Central Chinês injeta 950 bilhões de yuans em fundos de médio prazo

Depois de inadimplências de títulos corporativos recentemente, o Banco Central fez aportes de bilhões em fundos de médio prazo para garantir a liquidez. Foram 950 bilhões de yuans em instrumentos de médio prazo a instituições financeiras.

A autarquia manteve a taxa de juros pelo oitavo mês consecutivo, em 2,95%. Os participantes do mercado não esperam nenhuma mudança na taxa primária referencial de empréstimo em sua fixação mensal na próxima segunda-feira.

Japão aprova terceiro orçamento suplementar para financiar pacote de estímulo

Na terça (15), houve a aprovação de terceiro pacote suplementar para financiar o pacote de estímulos para a economia em virtude da crise causada pela pandemia da Covid19. O total do pacote é da ordem de 708 bilhões de dólares.

A crise fez com que o governo japonês adiasse as reformas fiscais. O país é detentor da maior relação entre dívida e PIB, a dívida é quase duas vezes o PIB. O Ministro das Finanças disse que esse é o momento de prosseguir para alcançar o renascimento econômico e a reforma fiscal para não causar perda de confiança nas finanças e superar a crise.

Sudão é retirado da lista de países que financiam terrorismo

Na segunda (14), os Estados Unidos retiraram o Sudão da lista de países que apoiam e financiam atividades terroristas encerrando quase três décadas de isolamento global.

A medida é reflexo de uma decisão anunciada por Trump, ele disse que retiraria o país da lista em troca de US$ 335 milhões como compensação pelas vítimas de 1998 nas embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia.

Agora somente três países continuam na lista: Coreia do Norte, Irã e Síria.

Research Matarazzo & Cia. Investimentos 
https://blog.matarazzo-cia.com/ 
18/12/2020