A alta histórica do IGP-M

A alta histórica do IGP-M

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A alta histórica do IGP-M

O índice alcançou uma alta histórica no mês de março de 2,94%, sendo maior do que o nível mais alto alcançado em março de 1995, quando a taxa atingiu 1,12% no mês.

O ano de 2021 começou a ser marcado pela alta do índice de inflação IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), o que impacta os investimentos e negócios.

Mas antes de entender o impacto, é necessário conhecer sua composição.

Composição do IGP-M

Este índice inflacionário é composto por:

  • 60% do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) – Registra a variação no atacado. Em suma, apura a variação dos valores em produtos industriais e agropecuários em transações anteriores ao consumo final;
  • 30% do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) – que avalia o poder de compra do consumidor no modelo varejo;
  • 10% do INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) – que mede a evolução de custos na construção civil, mais especificamente moradia.

O IGP-M é calculado com uma média desses três índices; com pesos apontados de 60%, 30% e 10% respectivamente. Corresponde a parcelas da despesa interna bruta, calculadas com base nas Contas Nacionais.

Cabe destacar que o IGP-M é um dos componentes de fórmulas paramétricas utilizadas por empresas de telefonia e de energia elétrica, ou seja, a base dos reajustes tarifários desses segmentos.

Além disso, ele também é utilizado como o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviço de diversas categorias; como educação e planos de saúde, e se tornou popular por ser amplamente utilizado como referência para o setor imobiliário, para o reajuste de contratos de aluguel.

Histórico IGP

O IGP (Índice Geral de Preços) é um indicador medido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE FGV). Ele foi criado em 1940 para ser uma medida abrangente do movimento de preços, que englobasse não apenas diferentes atividades, como também etapas distintas do processo produtivo. Dessa forma, o IGP é um indicador mensal do nível de atividade econômica do país, englobando seus principais setores (versões).

O IGP possui três versões: o IGP-10 (com base nos preços apurados dos dias 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta), IGP-DI (de 1 a 30) e o mais falado do momento, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que apura informações sobre a variação de preços do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de coleta.

Calculando o IGP-M

O cálculo do IGP-M, assim como o do IGP-10 e IGP-DI, levam em conta a variação de preços de bens e serviços e matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil. Sabendo disso, o resultado desse índice em questão é a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e construção civil (INCC).

Olhando os índices nas tabelas abaixo é possível verificar como a alta foi abrupta e bem elevada.

ÍNDICES 2020 x 2021

Tabela IGP-M Histórico 2021

Tabela IGP-M Histórico 2020

ÍNDICES 2000 a 2019

IGP-M x IPCA

Embora sejam dois índices que têm como objetivo indicar qual foi a variação dos preços, eles carregam consigo algumas diferenças.

A primeira delas é natureza dos órgãos que calculam e divulgam os números. Enquanto o IGP-M fica sob responsabilidade de uma instituição privada (a FGV), o IPCA é atribuído ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outra diferença está na forma de cálculo. O IPCA é obtido a partir da coleta de preços de uma cesta de produtos com mais de 400 itens em algumas capitais pelo país, sendo o enfoque são as famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos, diferentemente do IGPM, que não leva em conta esse recorte.

Sabendo disso, é possível conferir abaixo os índices do IPCA dos últimos 21 anos e sua relação de alta ligada diretamente à alta do IGP-M.

É importante ressaltar que o IPCA foca no varejo e o IGP-M foca no atacado.

IPCA histórico mensal 2021

IPCA histórico mensal 2020

ÍNDICES 2000 a 2019

IGP-M e o dólar

Além da relação com o IPCA, o IGP-M também é afetado com a alta do dólar, isso porque ele é composto por 60% do preço no atacado. É sabido que uma parcela do que o Brasil consome é importado de outros países, portanto com a apreciação do dólar, o preço de compra/venda também aumenta, começando no atacado e depois seguindo ao varejo, o que está ligado diretamente aos índices inflacionários.

O momento agora

Esse alto nível do IGP-M só se assemelha ao alcançado em março de 1995, que foi de 1,12% no mês, uma taxa histórica e temida por muitos brasileiros, inclusive para os que estão com o contrato de aluguel para vencer em abril desse ano.

A correção poderá superar os 30%, principalmente, por conta do dólar valorizado e da alta dos preços dos combustíveis que estão fazendo a inflação do aluguel disparar.

Na atual situação pandêmica, onde a tendência é que essas taxas e índices subam mais, as pessoas estão optando por buscar negociações de preço em contratos, pagamentos, compra e venda.

Research Matarazzo & Cia. Investimentos 
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28/04/2021