Cenário Econômico Nacional – 10/05/2021

Cenário Econômico Nacional – 10/05/2021

Cenário Econômico Nacional – 10/05/2021 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Tabela Focus

Fonte: Banco Central
  • Bolsa brasileira chega a 1 milhão de mulheres como investidoras pessoas físicas
  • Brasil supera 15 milhões de casos de Covid-19; mortes atingem 416.949
  • G20 promete “financiamento total” de esquema de compra de vacinas da OMS, mostra documento
  • Butantan pode atrasar entrega de vacinas e critica declarações de governo Bolsonaro sobre China
  • BB anuncia renúncia de mais dois vice-presidentes: Carlos Bonetti e Bernardo Rothe
  • Roberto Castello Branco é eleito para o conselho de administração da Vale
  • Câmara instala comissão para debater mudanças no sistema eleitoral
  • Câmara aprova texto-base de PL que revoga Lei de Segurança Nacional
  • Senado foca em reforma tributária ampla
  • IBGE está pronto para realizar o Censo em 2021, mas aguarda recursos, diz Rios Neto
  • Contas públicas têm superávit de R$ 4,98 bilhões em março; dívida cai para 89,1% do PIB
  • Petrobras reduz preços do diesel e da gasolina
  • Balança comercial tem superávit de US$ 10,34 bilhões em abril, maior saldo mensal em 33 anos
  • Petrobras fecha venda de termelétricas na Bahia por R$ 95 milhões
  • Crédito bancário acumula R$ 4,5 trilhões no primeiro ano da pandemia, diz Febraban
  • Economia defende veto a novo adiamento de prazo para declaração do IR
  • Preços dos imóveis sobem abaixo da inflação em abril; em 12 meses, queda real é estimada em 2,5%
  • Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul lideram perdas econômicas na pandemia, aponta Firjan
  • Produção industrial cai 2,4% em março e setor fecha 1º trimestre com retração
  • Venda de veículos tem queda de 7,5% em abril, diz Anfavea
  • IGP-DI acumula inflação de 33,46% em 12 meses
  • Governo federal paga R$ 477 milhões em dívidas de estados e municípios em abril
  • Selic
  • IGP-M
  • IPCA
  • PIB
  • Mercado acionário

Bolsa brasileira chega a 1 milhão de mulheres como investidoras pessoas físicas

A B3 chegou, no fim de abril, a 1 milhão de CPFs femininos dentre todas as pessoas físicas que investem na bolsa de valores brasileira. Desde 2011, último dado disponível, o aumento de mulheres investidoras foi de 590%.

No último balanço, de 30 de abril, eram 1.007.982 mulheres com contas abertas na bolsa. Ainda que sejam minoria, a fatia de mulheres também é a maior em 10 anos: elas são 27,34% do total.

Os homens são 2.679.044, ou 72,66% das contas abertas. Ao todo, a bolsa chegou a 3.687.026 milhões de investidores, um aumento de 532% desde 2011.

O crescimento de investidores na bolsa aceleraram bastante com a queda recente das taxas de juros. De 2018 a 2019, o número passou de 813 mil para 1,6 milhão. Em 2020, a quantia subiu para 3,2 milhões.

A aceleração de mulheres na bolsa foi ainda mais intensa. A parcela de mulheres em 2018 era de 22,06%. Em 2020, chegou a 26,24%.

O fim de março, a B3 atingiu a marca de 3,5 milhões de investidores pessoas físicas. Nos 3 primeiros meses do ano, o número de novos ingressantes chega a 331,9 mil.

A evolução mostra que o maior interesse por investimentos em renda variável continua, mesmo com a elevação da taxa básica de juros (Selic) em março, que passou de 2% para 2,75% ao ano.

Os investidores pessoas físicas representam cerca de 20% dos negócios na bolsa do Brasil, também em tendência de alta. A maioria esmagadora está na região Sudeste. Os quatro estados reúnem 73,4% das pessoas físicas na B3.

Brasil supera 15 milhões de casos de Covid-19; mortes atingem 416.949

O Brasil se tornou, na quinta-feira (06), o terceiro país do mundo a superar a marca de 15 milhões de casos confirmados de Coronavírus, depois dos Estados Unidos e Índia, com o registro de 73.380 novas infecções elevando o total a 15.003.563, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Também foram contabilizados 2.550 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que faz com que o total de vítimas fatais de doença no país chegue a 416.949 – a segunda maior contagem do mundo, abaixo apenas dos EUA.

Depois de atingir um pico de 4.249 mortes em um único dia, em 8 de abril, na esteira da disseminação de uma variante mais transmissível do Coronavírus, o país tem verificado recentemente uma estabilização dos índices da pandemia, ainda que em patamares elevados.

O recorde diário de mortes, visto no início do mês passado, ocorreu pouco após o registro da máxima diária de casos, em 25 de março, quando foram contabilizadas 100.158 novas infecções.

Mesmo com os altos números absolutos reportados pelo Ministério da Saúde, o baixo índice de testagem para o Coronavírus no Brasil faz com que o número real de infectados tenda a ser muito maior, segundo o infectologista Roberto Medronho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O Estado brasileiro mais afetado pela Covid-19, São Paulo, atingiu na quinta (06) as marcas de 2.969.680 casos e 99.406 mortes.

Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo Coronavírus registradas, com 1.396.534 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, com 45.914 mortes.

O governo federal ainda reporta 13.591.335 pessoas recuperadas da Covid-19 e 995.279 pacientes em acompanhamento.

G20 promete “financiamento total” de esquema de compra de vacinas da OMS, mostra documento

Líderes de nações do G20 se comprometerão, pela primeira vez, a financiar totalmente um esquema da Organização Mundial da Saúde (OMS) para distribuir vacinas e remédios contra Covid-19 a nações mais pobres, mostra o esboço das conclusões de uma cúpula, uma medida que desbloquearia quase 20 bilhões de dólares.

O documento, sujeito a alterações, antes de uma cúpula de saúde global a ser realizada em Roma no dia 21 de maio, ainda diz que os líderes das 20 maiores economias do mundo estão comprometidos com ações urgentes para aumentar a capacidade produtiva de tecnologias anti-Covid-19 neste ano, mas omite uma menção a dispensas de patentes de vacinas.

De acordo com o esboço, pela primeira vez os líderes expressarão um compromisso explícito de “financiar justa e totalmente a estratégia de Acesso ao Acelerador de Ferramentas contra a Covid-19”, que é o esquema da OMS para tornar vacinas e remédios contra Covid-19 e exames disponíveis a todo o mundo.

O esquema foi lançado em abril de 2020 e ainda está profundamente subfinanciado – dos mais de 34 bilhões de dólares que busca para desenvolver, adquirir e distribuir vacinas e remédios anti-Covid-19 em todo o mundo, ainda carece de 19 milhões.

Em comunicados anteriores, líderes do G20 disseram que tratarão das necessidades financeiras globais, mas sem assumir nenhum compromisso financeiro firme. Na quarta-feira (05), ministros das Relações Exteriores do G7, cujos países são todos membros do G20, reiteraram seu desejo de dar apoio financeiro ao esquema, mas não chegaram a dizer que atenderão todas suas necessidades financeiras.

Butantan pode atrasar entrega de vacinas e critica declarações de governo Bolsonaro sobre China

O Instituto Butantan pode atrasar entregas da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Ministério da Saúde por falta de insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da China, e o presidente da instituição Dimas Covas responsabilizou a postura do governo do presidente Jair Bolsonaro com o país asiático pelo atraso na chegada do insumo.

Bolsonaro insinuou em discurso, na quarta-feira (05), que o novo Coronavírus, causador da Covid-19, pode ter sido criado pela China como parte de uma “guerra bacteriológica”, nas palavras do presidente. Recentemente, o ministro da Economia Paulo Guedes, disse em uma reunião, que ele não sabia que estava sendo gravada, que o Coronavírus teria sido criado por chineses.

Em entrevista coletiva para marcar a entrega de uma remessa de 1 milhão de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do ministério, Covas afirmou que o atraso na chegada do IFA não se deve a problemas na produção da Sinovac, que envia a matéria-prima ao Brasil para o Butantan envasar doses da vacina, mas sim, a demora na autorização de envio pelo governo chinês.

Dimas Covas disse que as declarações recentes contrárias à China, vindas de autoridades do governo federal, têm dificultado a liberação das remessas de IFA pelo governo chinês.

O Butantan esperava, para a primeira quinzena de maio, a chegada de um lote de 6 mil litros de IFA da China, mas Covas disse que a expectativa é que somente 2 mil litros cheguem ao país até o dia 13.

Ele afirmou que, na semana que vem, o Butantan prevê entregar 3 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde, e alertou que, uma vez processado o lote de 3 mil litros, equivalentes a 5 milhões de doses, que chegou em 19 de abril, o Butantan não terá IFA para envasar doses.

Com a entrega desta quinta, o Butantan enviou 43,05 milhões de doses da CoronaVac ao PNI.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a CoronaVac responde atualmente por 75,3% das vacinas contra Covid-19 já aplicadas no Brasil.

BB anuncia renúncia de mais dois vice-presidentes: Carlos Bonetti e Bernardo Rothe

O Banco do Brasil informou, na segunda-feira (3), que Carlos Bonetti, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos, e Bernardo de Azevedo Silva Rothe, vice-presidente de Negócios de Atacado, renunciaram aos respectivos cargos. A saída ocorrerá cerca de um mês após a posse do novo presidente, Fausto Ribeiro.

De acordo com o banco, eles vão se aposentar e deixarão os cargos a partir do dia 17 de maio. Essa é a segunda leva de mudanças, na diretoria do BB, desde que Fausto de Andrade Ribeiro assumiu o comando da instituição, no início do mês passado.

O vice-presidente Financeiro Carlos da Costa André, já havia sido substituído por José Ricardo Fagonde Forni, e o vice-presidente Corporativo Mauro Ribeiro Neto, foi trocado por Ênio Mathias Ferreia.

Ana Paula Teixeira de Sousa foi indicada ao cargo de vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos e João Carlos de Nóbrega Pecego foi indicado ao cargo de vice-presidente de Negócios de Atacado. As indicações iniciam o processo de aprovação nas instâncias competentes de governança do BB, com vistas à eleição pelo Conselho de Administração.

O novo presidente-executivo do Banco do Brasil, empossado após o presidente Jair Bolsonaro demitir seu antecessor, André Brandão, devido a planos de fechamento de agências, disse em maio que vai priorizar melhoria da eficiência da instituição e desinvestimento em ativos não essenciais.

“É inegociável buscar eficiência, lucros crescentes, rentabilidade compatível com as principais instituições financeiras”, escreveu Fausto Ribeiro, em carta aos funcionários do Banco do Brasil, citando um ambiente competitivo mais desafiador.

Bolsonaro confirmou Ribeiro como o novo presidente-executivo do BB em 2 de abril, em um movimento que levou dois membros do conselho a renunciar por causa do que eles descreveram como “falta de experiência do executivo”.

Entre suas prioridades, Ribeiro também citou a venda de ativos não essenciais. O BB colocou à venda, por exemplo, sua unidade de gestão de ativos.

Roberto Castello Branco é eleito para o conselho de administração da Vale

O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco foi eleito, na segunda-feira (3), para o conselho de administração da Vale para o biênio de 2021 a 2023.

Castello Branco deixou o comando da Petrobras em abril. Ele foi substituído pelo general Joaquim Luna e Silva.

Castello Branco foi eleito em assembleia geral ordinária como um dos integrantes independentes do conselho da Vale. Além dele, foram eleitos José Luciano Duarte Penido (eleito presidente do Conselho), Ollie Oliveira, Marcelo Gasparino, Mauro Cunha, Murilo Passos, Rachel Maia e Roger Downey.

Os membros não-independentes são Fernando Buso (eleito vice-presidente do Conselho), José Maurício Coelho, Eduardo Rodrigues Filho e Ken Yasuhara.

Pelos empregados da companhia, foi eleito Lúcio Azevedo.

A eleição do conselho de administração marca um processo de restruturação societária iniciado em 2017 e que transforma a mineradora numa corporação sem controle definido. Antes dessa eleição, a Vale tinha apenas três membros independentes em seu conselho.

Câmara instala comissão para debater mudanças no sistema eleitoral

A Câmara dos Deputados instalou, na terça-feira (4), uma comissão especial para discutir a reforma eleitoral. A base da reforma é a Proposta de Emenda à Constituição, de autoria do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que adia a realização de eleições marcadas para data próxima a um feriado.

O Parlamento tem até o início de outubro para aprovar regras que sejam válidas para a eleição de 2022. A comissão é composta por 34 membros titulares e 34 suplentes. O deputado Luis Tibé (Avante-MG) será o presidente da comissão e a deputada Renata Abreu (Pode-SP) será a relatora.

Os deputados devem propor outras mudanças, como a reserva de vagas para deputadas mulheres e o incentivo à realização de plebiscitos e referendos. Entre os temas polêmicos em discussão está o chamado “distritão”. Por esse sistema, são eleitos os vereadores e deputados (estaduais e federais) mais votados, como ocorre atualmente na escolha de prefeitos, governadores e presidente da República. Não será considerada a proporcionalidade do total de votos recebidos pelos partidos e coligações.

Para o deputado Henrique Fontana (PT-RS) a implementação do “distritão” no país pode prejudicar os programas dos partidos e favorecer personalidades famosas. “A adoção do “distritão” elevaria o problema do personalismo. Não se muda os rumos do país com a reunião de personalidades”, disse. Na avaliação do deputado Glaustin da Fokus (PSC-GO), a proposta pode dar mais transparência no sistema eleitoral. “Atualmente, o voto do eleitor pode ser contabilizado para eleger um candidato que ele não escolheu”, argumentou.

Câmara aprova texto-base de PL que revoga Lei de Segurança Nacional

A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (4), o texto-base do projeto de lei que revoga a Lei de Segurança Nacional e acrescenta no Código Penal uma nova seção para tipificar 10 crimes contra a democracia em cinco capítulos. Entre eles, os crimes de interrupção de processo eleitoral, fake news nas eleições e atentado ao direito de manifestação. Neste momento, parlamentares analisam destaques que ainda podem modificar trechos do projeto.

O texto prevê, no capítulo dos crimes contra a cidadania, a proibição de impedir, com violência ou ameaça grave, o exercício pacífico e livre de manifestação de partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos, órgãos de classe ou demais grupos políticos, associativos, étnicos, raciais, culturais ou religiosos.

A pena instituída é de 1 a 4 anos de reclusão, mas aumenta para 2 a 8 anos se da repressão resultar lesão corporal grave. No caso de morte, vai para 4 a 12 anos.

De acordo com a relatora, deputada Margareth Coelho (PP-PI), a proposta busca revogar a Lei 7.170/1983, a chamada Lei de Segurança Nacional, e estabelecer uma nova legislação, agora voltada à tipificação dos crimes contra o Estado Democrático de Direito e a humanidade.

“A propositura, composta de 25 artigos, sugere os seguintes tipos penais: atentado contra a soberania, traição, atentado separatista, espionagem, serviço de espionagem, aerofotogrametria, sensoriamentos ilícitos, auxílio a espião, revelação, divulgação de segredo de Estado, insurreição, organização paramilitar, armamento militar, invasão de um Estado por outro, genocídio, terrorismo, desaparecimento de pessoas e informação falsa”, explicou.

Contrários à proposta, deputados do PSL tentaram obstruir a votação e estender a discussão do dispositivo por meio de uma comissão especial. Na avaliação do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), a Lei de Segurança Nacional esttá sendo usada para perseguir quem faz críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Se é para torná-la melhor, ela deveria estar sendo melhorada, aprimorada. Da forma como está, ela traz consigo diversos dispositivos ruins da antiga Lei de Segurança Nacional, e também traz questões muito piores para a nova legislação. Ela permite, por exemplo, que ações de grupos armados sejam legitimadas, legalizadas, que ações como de black blocs ou de MTST [Movimento dos Trabalhadores Sem Teto] sejam praticadas livremente e não sejam punidas”, afirmou o deputado.

Para o líder da minoria, deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), a atual legislação tem sido usada para perseguir políticos e ativistas. Na avaliação do congressista, a Lei de Segurança Nacional era a estrutura legal da ditadura militar.

“Derrubar a Lei de Segurança Nacional é fundamental para quem tem compromisso com a democracia. Esse painel é muito ilustrativo daqueles que defendem a democracia e daqueles que defendem a ditadura, defendem a tortura e que precisam ser derrotados neste plenário e na vida política brasileira. É disso que se trata”, argumentou Freixo.

Senado foca em reforma tributária ampla

A queda de braço em torno do fatiamento ou não da reforma tributária deflagrou um clima de insatisfação entre parlamentares, secretários estaduais de Fazenda e representantes do setor produtivo, que tentam manter viva a discussão da reforma ampla apresentada na terça-feira pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

A divisão da proposta, em quatro partes, é defendida pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), com aval do ministro da Economia Paulo Guedes, mas enfrenta resistências.

Antes mesmo do fim da leitura do parecer, Lira anunciou, na terça-feira (04), a extinção da comissão e remeteu o texto ao plenário da Câmara, onde deve ser desmembrado em quatro partes e ter novos relatores. Na prática, a decisão de Lira “joga no lixo” o parecer de Ribeiro, que buscava unificar tributos sobre consumo federais, estaduais e municipais. Técnicos veem risco de as discussões retornarem à estaca zero, provocando atrasos em uma das reformas consideradas essenciais para melhorar o ambiente de negócios.

Congressistas favoráveis à proposta ampla de Ribeiro optaram por ignorar o anúncio de Lira de que a comissão mista da reforma tributária, composta por deputados e senadores, está extinta. Vice-presidente do colegiado, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), diz que está mantido o cronograma que prevê apresentação do relatório final na próxima terça-feira. “Os atos de Lira não têm influência porque a comissão é independente”, disse Rocha.

A estratégia é fazer com que o texto chegue à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, longe da alçada de Lira. A opção é viável porque uma das propostas abrangidas no parecer é a PEC 110, apresentada por senadores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se mostrou favorável à continuidade da comissão mista em nota emitida ainda na noite de terça-feira (04).

Embora tenha desagradado aos parlamentares, o ato do presidente da Câmara foi bem recebido pela equipe econômica, que quer o fatiamento da proposta. Guedes é crítico da proposta de Ribeiro e vê risco de a União ter de arcar com compensação bilionária a Estados e municípios por eventuais perdas de arrecadação com a reforma. A fatura poderia atingir R$ 400 bilhões e é considerada impraticável pela equipe econômica. A interlocutores, o ministro da Economia tem dito que, se o objetivo dos parlamentares for “saquear” a União por meio do fundo de compensação, é preferível “deixar como está”, sobretudo em um contexto de recordes de arrecadação no governo federal. O fatiamento da reforma, por sua vez, é considerado uma estratégia eficaz para o governo ter “maior controle” sobre o resultado.

IBGE está pronto para realizar o Censo em 2021, mas aguarda recursos, diz Rios Neto

O novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Eduardo Rios Neto disse, na sexta-feira (30), que o órgão tem protocolos prontos para a realização do Censo em 2021, mesmo em meio à pandemia do Coronavírus, mas cabe ao órgão esperar por recursos e avaliar gravidade epidemiológica para que a pesquisa seja realizada.

Na semana passada, o Ministério da Economia informou que o Orçamento de 2021 não trazia recursos para a realização do Censo Demográfico e que, portanto, a pesquisa seria novamente adiada. O montante aprovado destina apenas R$ 71 milhões para a pesquisa – menos de 5% do custo acordado.

O corte foi amplamente criticado, pois a falta de realização do Censo compromete a eficiência das políticas públicas brasileiras. Atendendo a reclamações na Justiça, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na quarta-feira (28), que o governo federal tome as providências para realizar o Censo.

Segundo Rios Neto, o IBGE tem capacidade de realizar a pesquisa, mas o aporte de recurso maior é preciso “a fim de garantir a economicidade e a tecnicidade das atividades de planejamento”.

“O projeto do Censo Demográfico está pronto e estamos preparados para sua realização em 2021”, disse o presidente do IBGE.

Segundo ele, inclusive, a evolução da Covid-19 será determinante para o início dos trabalhos, mas afirma que os protocolos de saúde estão em “constante aperfeiçoamento” e a coleta poderia inclusive misturar visitas presenciais e preenchimento de informações por meio digital.

O economista cita como exemplo, a adaptação feita pelo IBGE para as pesquisas de emprego do instituto (Pnad Contínua) e a criação da Pnad Covid-19, ambas realizadas por telefone. Parte da sondagem do Censo, porém, precisa se manter presencial e será avaliado o risco à população e aos recenseadores para que todos tenham segurança do ponto de vista sanitário.

“Recomposto o orçamento e avaliada a tecnicidade, tomaremos a decisão [de iniciar]. Houve uma relativa desmotivação em segmentos do IBGE, parte pelo temor da pandemia e parte pelo corte de recursos. Com o dinheiro volta e uma avaliação técnica da pandemia, avaliaremos a volta. Há um relativo grau de incerteza da pandemia”, diz.

Rios Neto não soube precisar se o prazo para realizar a pesquisa pode aumentar com novos protocolos. Os concursos para recenseadores, por exemplo, continuam suspensos e é perfeito exemplo de como uma demora de chegada dos recursos pode inviabilizar a coleta de dados.

“Neste momento, compete ao instituto assistir os poderes, executivo e legislativo, assim como prestar as informações técnicas necessários aos Judiciário para que os desdobramentos da referida liminar sejam avaliados, tendo em vista os parâmetros técnicos e o bem comum do país”, disse.

Contas públicas têm superávit de R$ 4,98 bilhões em março; dívida cai para 89,1% do PIB

As contas do setor público consolidado registraram superávit primário de R$ 4,981 bilhões em março, informou o Banco Central, na sexta-feira (30). Os dados englobam as contas do governo federal, estados, municípios e empresas estatais.

Isso significa que, no período, as receitas com impostos do setor público superaram as despesas. A conta não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública.

Trata-se do melhor resultado para meses de março desde 2012, ou seja, em nove anos. Em março do ano passado, houve déficit (despesas superaram as receitas) de R$ 23,655 bilhões.

No mês passado, ainda de acordo com o BC:

  • o governo federal respondeu por um superávit primário de R$ 3,938 bilhões;
  • os Estados e municípios apresentaram um resultado positivo (superávit) de R$ 1,096 bilhão;
  • as empresas estatais registraram um déficit primário de R$ 53 milhões.

De acordo com números da Receita Federal, o resultado das contas públicas, em março deste ano, está relacionado com uma arrecadação recorde de impostos, que ainda não sofreu os efeitos da segunda onda da Covid-19. Segundo o órgão, possíveis impactos podem aparecer de abril em diante.

Além disso, como o Orçamento de 2021 ainda não tinha sido aprovado, os gastos públicos ainda estavam contidos — as regras limitam as despesas até a sanção da peça orçamentária. O orçamento de 2021 foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro somente neste mês de abril.

No acumulado do primeiro trimestre deste ano, ainda segundo o BC, as contas públicas registraram um superávit primário de R$ 51,586 bilhões.

Com isso, houve melhora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o saldo positivo somou R$ 11,720 bilhões.

Segundo dados do BC, o superávit fiscal, dos três primeiros meses deste ano, é o melhor para esse período desde o início da série histórica, em dezembro de 2001. Os valores não foram corrigidos pela inflação.

Para este ano, o setor público está autorizado a registrar déficit primário de até R$ 250,89 bilhões.

Porém, com a autorização do Congresso Nacional para excluir da meta algumas despesas extraordinárias relacionadas à Covid-19, estimadas em cerca de R$ 100 bilhões até o momento, o rombo será maior que a meta.

Em todo o ano passado, por influência da pandemia de Covid-19, o resultado negativo bateu recorde ao somar R$ 702,9 bilhões.

Petrobras reduz preços do diesel e da gasolina

A Petrobras informou, na sexta-feira (30), que vai reduzir o preço médio do litro do diesel e da gasolina nas refinarias a partir do sábado (1), no que marca o primeiro reajuste desde a posse do novo presidente da empresa, o general Joaquim Silva e Luna.

Os preços médios nas refinarias serão de R$ 2,59 por litro para a gasolina (queda de 1,9% ou redução de 5 centavos) e de R$ 2,71 por litro para o diesel (queda de 1,8% ou redução de 6 centavos por litro).

No dia 15 de abril, a Petrobras tinha anunciado uma reajuste nos valores do diesel e da gasolina. Na ocasião, os preços do diesel foram elevados em 3,8%, enquanto a gasolina subiu 1,9%.

“Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível e evita o repasse imediato da volatilidade externa para os preços internos”, informou a estatal em comunicado.

O reajuste vem já sob a gestão de Luna, que tomou posse em 19 de abril, depois de confirmação pelo conselho de administração da estatal. Ele foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo após descontentamentos com a política de preços de combustíveis da administração anterior, comandada por Roberto Castello Branco.

Ao assumir a presidência da Petrobras, Luna disse que buscará reduzir a volatilidade dos preços de combustíveis sem “desrespeitar” a paridade de importação, em discurso que agradou investidores e fez as ações da companhia subirem no dia.

Apesar da redução dos preços, a partir do sábado (1), os combustíveis acumulam forte aumento no ano. Na parcial de 2021, a gasolina subiu 40,7% nas refinarias e o diesel aumentou 34,1%.

Em dezembro, o litro da gasolina custava em média R$ 1,84. Já o do diesel saía a R$ 2,02.

A Petrobras reafirmou, na sexta-feira (30), que sua política de preços de combustíveis são “associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio” e têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais.

Na véspera, o barril de Brent, referência internacional, fechou em alta de 1,90%, enquanto que nos EUA o barril de WTI avançou 1,80%, atingindo valor máximo em seis semanas. Já o dólar fechou em queda, cotado a R$ 5,3370 – menor patamar desde 26 de janeiro.

“Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biodiesel e etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”, acrescentou.

Balança comercial tem superávit de US$ 10,34 bilhões em abril, maior saldo mensal em 33 anos

A balança comercial registrou superávit recorde de US$ 10,349 bilhões em abril, informou o Ministério da Economia, na segunda-feira (3).

O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Se ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.

No mês passado, as vendas externas somaram US$ 26,481 bilhões e as compras do exterior totalizaram US$ 16,132 bilhões, segundo números oficiais.

De acordo com o governo, esse é o maior superávit comercial para um único mês desde o início da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio (hoje fundido à Economia), em janeiro de 1989.

Até então, o maior superávit mensal havia sido registrado em julho do ano passado, quando as exportações superaram as compras do exterior em US$ 7,601 bilhões (valor revisado).

O bom resultado, entre outros fatores, está relacionado à forte demanda mundial por produtos básicos, como alimentos e minério de ferro, além da disparada do dólar no Brasil – que torna as vendas externas brasileiras mais rentáveis.

O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, disse que as vendas de soja tiveram destaque no resultado de abril.

“Demanda mundial aquecida, com preços em alta, e um embarque de soja mais concentrado. Esses são os principais fatores que favoreceram esse resultado [das exportações] de abril”, afirmou Brandão.

“Até março, o principal fator que explicava o aumento das exportações era o preço. Com esse grande aumento das quantidades [de embarques], chegou a esse bom resultado, com valor recorde exportado de mais de 26 bilhões de dólares. Destaco a agropecuária, sobretudo a soja. Chegamos a um volume de exportação de soja neste mês [de abril] de 17,4 milhões de toneladas, um recordo absoluto para embarque de soja”, completou o subsecretário.

No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, o governo informou que a balança teve saldo positivo de US$ 18,257 bilhões, valor 103,9% maior do que o registrado em no mesmo período de 2020, quando foi registrado um saldo positivo de US$ 8,955 bilhões.

De janeiro a abril, as exportações somaram US$ 82,130 bilhões, uma alta de 26,6% na média diária em relação ao mesmo período do ano passado, e as importações somaram US$ 63,873 bilhões, uma alta de 14%.

Segundo o Ministério da Economia, a média diária das exportações em abril deste ano foram 50,5% maiores na comparação com o mesmo mês em 2020.

Os preços dos produtos enviados para o exterior subiram 14,6% no acumulado de janeiro a abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020. A maior alta foi na indústria extrativa, com 41,6%.

Petrobras fecha venda de termelétricas na Bahia por R$ 95 milhões

A Petrobras informou, na segunda-feira (3), que assinou com a São Francisco Energia, subsidiária da Global Participações em Energia, um contrato de R$ 95 milhões para a venda das três usinas termelétricas movidas a óleo combustível em Camaçari, na região metropolitana de Salvador.

As termelétricas do Polo Camaçari englobam as usinas Arembepe, Bahia 1 e Muricy, com potência total instalada de 329 megawatts.

O valor não considera os ajustes previstos em contrato até o fechamento da transação, enquanto o acordo está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, como aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da reguladora Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O polo tem contratos de comercialização de energia no ambiente regulado com vigência até dezembro de 2023 para as UTEs Arembepe e Muricy, e até dezembro de 2025, para a UTE Bahia.

A Petrobras disse ainda, que o projeto de desinvestimento da UTE Canoas, localizada no Rio Grande do Sul, permanece em andamento e as etapas subsequentes do processo serão divulgadas ao mercado oportunamente.

A Petrobras havia iniciado a fase não vinculante para a venda de quatro usinas termelétricas – as três de Camaçari e uma em Canoas (RS) – em junho de 2020.

Crédito bancário acumula R$ 4,5 trilhões no primeiro ano da pandemia, diz Febraban

A concessão de crédito, pelos bancos brasileiros, atingiu recorde no primeiro ano de pandemia do Coronavírus. Um levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com base em dados do Banco Central, mostra que o saldo entre março de 2020 e março de 2021 foi de R$ 4,5 trilhões, uma média de R$ 347,3 bilhões por mês.

Por essa métrica, os 12 meses de pandemia tiveram média mensal de empréstimos 6,3% maior que o ano de 2019. O maior volume, de crédito livre, chegou a uma média de 304,3 bilhões, alta de 1,7% em relação a 2019. O crédito direcionado subiu 56,4%, mas parte de média bem mais baixa: de R$ 27,5 bilhões para R$ 42,9 bilhões ao mês.

Nessa janela de pandemia, a média de crédito entregue à Pessoa Jurídica teve aumento de 12,1% comparado a 2019, chegando a R$ 168,4 bilhões. A Pessoa Física manteve liderança, mas subiu menos: alta de 1,4%, atingindo R$ 178,9 bilhões ao mês.

“Mesmo em um período de intensa crise econômica, decorrente da pandemia, o crédito mostrou uma expansão robusta e disseminada entre seus diversos segmentos, reforçando o importante papel que desempenhou para evitar uma recessão ainda mais aguda em 2020, além de ajudar atualmente no processo de recuperação”, diz Isaac Sidney, presidente da Febraban, em nota.

A Febraban ressalta ainda que o estoque de crédito bancário atingiu seu maior patamar já registrado em março deste ano, chegando a R$ 4,1 trilhões. Comparado a fevereiro de 2020, a alta foi de 17,8%. “Com o forte avanço, a relação crédito/PIB passou de 46,7% (em fevereiro de 2020) para 54,4% (em março de 2021), também atingindo volume inédito”, diz nota da entidade.

Economia defende veto a novo adiamento de prazo para declaração do IR

O Ministério da Economia recomendou que o presidente Jair Bolsonaro vete projeto aprovado pelo Congresso Nacional que prorroga para 31 de julho o prazo para a entrega da declaração do imposto de renda e pagamento da primeira cota do tributo.

A data para o envio da declaração já foi estendida, pelo próprio governo, de 30 de abril para 31 de maio.

Em nota, o ministério disse que a prorrogação de três meses do prazo para o pagamento do IR pelos contribuintes apurado na declaração, sem alteração no cronograma original de restituições, conforme previsto no projeto, “teria como consequência um fluxo de caixa negativo”.

Essa diferença entre receitas e despesas afetaria a disponibilidade de recursos para medidas de enfrentamento ao impacto econômico da pandemia, incluindo o auxílio emergencial e o programa de proteção ao emprego, disse a Economia em nota.

“Da mesma forma, Estados e Municípios teriam redução considerável nos recursos destinados aos fundos de participação que subsidiam, entre outros, gastos com saúde para o combate à pandemia.”

Segundo a Economia, os números de entregas de declaração até o momento estão em linha com o fluxo de anos anteriores, indicando que a pandemia não tem sido uma restrição para os contribuintes.

Preços dos imóveis sobem abaixo da inflação em abril; em 12 meses, queda real é estimada em 2,5%

Os preços dos imóveis residenciais tiveram nova alta em abril, de 0,30%, segundo dados divulgados, na quarta-feira (5), pela Fipezap. A variação, no entanto, voltou a ficar abaixo da inflação, estimada em 0,32% no período (os dados do IPCA, considerado a inflação oficial do país, serão divulgados em 11 de maio).

Em 12 meses, o valor médio nominal dos imóveis anunciados teve alta de 4,10% – também abaixo dos 6,77% da inflação no mesmo período. Com isso, os preços reais tiveram queda de 2,5% nos 12 meses até abril.

No acumulado do ano, os imóveis ficaram 1,1% mais caros, enquanto a inflação estimada para o IPCA ficou em 2,38% – representando uma queda real de 1,24% nos preços dos imóveis.

Apenas 2 das 16 capitais pesquisadas tiveram queda nos preços dos imóveis em abril: Fortaleza (-0,06%) e Brasília (-0,01%).

Na outra ponta, Maceió liderou a alta, com variação de 1,5%, seguida por Florianópolis (+1,16%), João Pessoa (+0,90%), Vitória (+0,88%), Campo Grande (+0,79%) e Belo Horizonte (+0,74%).

O preço médio por metro quadrado, por sua vez, segue mais caro no Rio de Janeiro, de R$ 9.518, seguido por São Paulo (R$ 9.464) e Brasília (R$ 8.166).

Já entre as capitais monitoradas com menor valor médio de venda residencial, a Fipezap destaca Campo Grande (R$ 4.377/m²), Goiânia (R$ 4.592/m²) e João Pessoa (R$ 4.651/m²).

Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul lideram perdas econômicas na pandemia, aponta Firjan

Um levantamento, divulgado na quarta-feira (5), pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostrou que Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul são os Estados que registraram as quedas mais intensas da atividade econômica em 12 meses de pandemia. O Pará foi o único que registrou crescimento no período.

A análise considerou os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para os três grandes setores da economia – indústria, comércio e serviços – para os 14 estados onde é realizada a Pesquisa Industrial Mensal. Juntos, estes estados representam 87,8% do PIB nacional e 79,8% da população, segundo os dados do IBGE.

Segundo a Firjan, a atividade econômica do país teve queda de 6,7% no acumulado entre março de 2020 e fevereiro de 2021. Os estados com o maior peso do setor de serviços no PIB foram os que registraram as perdas mais intensas.

“O setor de serviços foi fortemente impactado pela pandemia por conta das proibições e restrições. Então os estados que têm grande peso do setor em sua economia foram os mais penalizados”, explicou o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart.

O economista destacou, que no Rio de Janeiro, onde o setor de serviços representa quase 70% do PIB, a queda da atividade econômica nos 12 meses de pandemia “só não foi mais intensa devido ao desempenho da indústria extrativa”.

Foi o desempenho da indústria que também minimizou o impacto econômico da pandemia no Pará, único dos 14 estados analisados que registraram taxa de crescimento positiva em 12 meses. A Firjan enfatizou que a participação da indústria no PIB paraense é 10 pontos percentuais acima da média nacional.

A Firjan concluiu o estudo classificando como “crítico” o comportamento da atividade econômica nos estados analisados e apontou que “a velocidade e o sucesso do programa de imunização contra a Covid-19 são imprescindíveis para que o país consiga superar a crise gerada pela pandemia”.

Produção industrial cai 2,4% em março e setor fecha 1º trimestre com retração

A produção industrial brasileira caiu 2,4% em março, na comparação com fevereiro, segundo divulgou, na quarta-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da segunda queda mensal seguida e de um recuo mais intenso do que o observado em fevereiro (-1%), quando houve a interrupção de uma trajetória de 9 meses consecutivos de recuperação.

Na comparação com março de 2020, porém, houve alta de 10,5% – sétima taxa positiva consecutiva nessa base de comparação.

Com o resultado de março, o setor industrial encontra-se 16,5% abaixo do patamar recorde registrado em maio de 2011, voltando para o nível “exatamente igual ao pré-pandemia, ou seja, àquele observado em fevereiro de 2020”, destacou o gerente da pesquisa, André Macedo.

O pesquisador lembrou que, de maio de 2020 a janeiro de 2021, houve ganho acumulado de 40,1%, o que fez a produção industrial superar o patamar pré-pandemia. “Com as perdas de fevereiro e março deste ano, nós zeramos esse acumulado que tinha até o mês de janeiro”, explicou.

A interrupção da trajetória de recuperação da indústria acontece em meio à intensificação das medidas para frear o avanço da pandemia de Coronavírus.

“Esses dois resultados negativos têm como plano de fundo o próprio recrudescimento da pandemia. Isso faz com que haja maior restrição das pessoas, o que provoca a interrupção das jornadas de trabalho, paralisações de plantas industriais, e atrapalha toda a cadeia produtiva, levando ao encarecimento e à falta de insumos para o processo produtivo. Isso afeta o processo de produção como um todo”, destacou o gerente da pesquisa.

Com o resultado, a indústria encerrou o primeiro trimestre do ano com queda de 0,4% na comparação com o 4º trimestre de 2020.

“Essa queda interrompe dois trimestres seguidos de crescimento”, enfatizou Macedo.

Já na comparação com os 3 primeiros meses de 2020, houve alta de 4,4%. “Esse resultado acentua o crescimento observado no 4º trimestre de 2020, que teve alta de 3,4%. Estes dois trimestres de crescimento interromperam uma sequência de oito trimestres seguidos de taxas negativas nesta base de comparação [trimestre contra trimestre imediatamente anterior]”, enfatizou o pesquisador.

Em 12 meses, o setor acumula uma perda de 3,1%, com taxas negativas em 11 das 26 atividades industriais. O IBGE destacou, porém, que a taxa nesta métrica foi a menos intensa desde abril de 2020 (-2,9%).

O desempenho da indústria em março, porém, foi melhor do que o esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 3,5% na variação mensal e de alta de 7,6% na base anual.

Venda de veículos tem queda de 7,5% em abril, diz Anfavea

A venda de autoveículos teve uma queda de 7,5% em abril, com o licenciamento de 175,1 mil unidades, ante as 189,4 mil vendidas no mês de março. Já na comparação com abril do ano passado, foi registrado um aumento de 214,2% nas vendas, já que naquele período foram comercializados no mercado interno 55,7 mil unidades.

No acumulado do ano, o crescimento foi de 14,5%, ao totalizar 703,0 mil veículos licenciados. Os dados foram divulgados, no dia 7 de maio, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Vale lembrar que abril teve três dias úteis a menos e que em abril do ano passado as concessionárias e Detrans estavam fechados. Abril do ano passado foi muito difícil, com muitas cidades fechadas. Abril deste ano foi um mês bom para emplacamentos, com 8.757 vendas por dia, número superior ao mês de março em 6,3%”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

Ele destacou que o crescimento dos números no setor depende de como a economia se comportará nos próximos meses, de como será a imunização da população, como as cidades serão liberadas e como será o enfrentamento dos desafios da logística, um dos pontos de preocupação do setor.

A produção em abril foi de 190,9 mil, o que representou uma queda de 4,7% na comparação com março. Quando comparada a abril de 2020, a produção de novos veículos teve aumento de 10.236,1%. Em abril do ano passado foram produzidas 1,8 mil unidades. A soma dos veículos produzidos entre janeiro e abril foi de 788,7mil, 34,2% a mais do que os 587,7 mil veículos produzidos nesse mesmo período em 2020.

“É um número importante, lembrando que no início do mês ainda tínhamos algumas montadoras com as fábricas paradas, por conta da decisão de parar no final de março. Considerando todo o cenário de falta de componentes, semicondutores e logística, é um número razoável. No acumulado, o percentual é tão alto que não faz sentido, já que é resultado de uma distorção causada pela situação do ano passado, com uma paralisação muito forte”, destacou Moraes. 

Segundo o balanço mensal da entidade, as exportações em abril caíram 7,9% ao atingir 33,9 mil unidades, número que em março chegou a 36,8mil. Já na comparação com o quarto mês do ano passado, quando as unidades vendidas no mercado externo foram de 7,2 mil veículos,369,7%. A soma dos veículos exportados entre janeiro e abril foi de 129,6 mil, 34,7% a mais do que o resultado desse período no ano de 2020.

“Também tivemos dificuldade das exportações em abril do ano passado, por conta da pandemia, que também estava chegando aos principais mercados. Apesar de o número deste ano ser alto e um crescimento importante, a base de comparação do ano passado é muito baixa. Cabe destacar que as empresas têm procurado exportar o máximo possível para compensar, procurando mercados importantes para nós que aos poucos estão retomando as atividades”, explicou.

Moraes disse ainda que, o estoque de veículos é de 97 mil unidades, sendo 73 mil nas concessionárias e 24 mil nas fábricas, número que permanece nesse patamar desde novembro do ano passado. “Estamos girando em 17 dias de estoque, o que é um estoque justo, mas adequado considerando a situação”.

O nível de emprego no setor automobilístico está estável com o total de 104,7mil postos de trabalho ocupados. “O número de empregos cresceu quando comparado com dezembro de 2020. São 3,464 mil funcionários adicionais. Em dezembro de 2020 havia 101,223 mil funcionários”, afirmou o presidente da Anfavea.

IGP-DI acumula inflação de 33,46% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou inflação de2,22% em abril, taxa superior à apurada em março (2,17%). Com isso, o índice acumula taxas de inflação de 10,38% no ano e de 33,46% em 12 meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A alta da taxa de março para abril foi puxada pelos preços no atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo passou de 2,59% em março para 2,90% em abril.

Por outro lado, as taxas de inflação do Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, e do Índice Nacional de Custo da Construção caíram.

O Índice de Preços ao Consumidor passou de 1% em março para 0,23% em abril. Já o Índice da Construção recuou de 1,30% para 0,90% no período.

Governo federal paga R$ 477 milhões em dívidas de estados e municípios em abril

A Secretaria do Tesouro Nacional informou, na sexta-feira (7), que a União pagou R$ 477 milhões em dívidas atrasadas dos estados e municípios brasileiros em abril.

Os estados do Rio de Janeiro (R$ 183,88 milhões), Minas Gerais (R$ 194,48 milhões) e Goiás (R$ 78,30 milhões) concentram a maior parte dos pagamentos feitos pelo governo federal.

Os valores foram pagos porque a União é garantidora de operações de crédito, junto a instituições financeiras, desses Estados e municípios.

Nos quatro primeiros meses deste ano, as dívidas de estados e municípios quitadas pela União somam R$ 2,522 bilhões, segundo números do Tesouro Nacional.

No ano passado, o Tesouro Nacional honrou R$ 13,33 bilhões das dívidas estaduais e municipais.

Desde 2016, a União realizou o pagamento de R$ 35,336 bilhões com o objetivo de honrar garantias concedidas a operações de crédito, informou o Tesouro Nacional.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

Atualmente a taxa Selic está a 3,5%, sendo a próxima reunião do COPOM agendada para 15 e 16 de junho.

O mercado financeiro manteve em 5,50% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021, o que embute novas altas na taxa de juros neste ano.

Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram a expectativa para a taxa Selic de 6,13% para 6,25% ao ano, o que pressupõe alta maior do juro básico no próximo ano.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice subiu 0,50% na primeira prévia de abril, segundo divulgou, na sexta-feira (9), a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na leitura realizada no mesmo período de março, o índice havia registrado taxa de 1,95%.

IGP-M fica em 1,17% na 2ª prévia de abril e acumula 31,57% em 12 meses.

IPCA

Os economistas do mercado financeiro elevaram sua estimativa média de inflação em 2021 pela quarta semana seguida, e passaram a prever uma expansão maior da economia. As informações constam do relatório “Focus”, divulgado na segunda-feira (3), pelo Banco Central (BC).

Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano subiu de 5,01% para 5,04%.

A previsão de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%, e se aproxima do teto do sistema de metas: 5,25%. Isso porque, pelo sistema atual, a inflação será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25% em 2021.

PIB

No caso do Produto Interno Bruto de 2021, os economistas do mercado financeiro subiram a estimativa para o crescimento de 3,09% para 3,14%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para 2022, o mercado baixou a previsão de alta do PIB de 2,34% para 2,31%.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia da Covid-19, que tem afetado o nível de atividade da economia mundial.

Na segunda-feira 03.05.2021 – O Ibovespa fechou em leve alta. A bolsa operou com valorização de 0,27% alcançando os 119.209,48 pontos.

Já na terça-feira 04.05.2021 – O Ibovespa fechou em queda hoje, voltando aos 117 mil pontos.

Na quarta-feira 05.05.2021 – Em dia de cenário externo favorável e balanço positivo da Gerdau, o Ibovespa fechou o pregão em alta de 1,57%, a 119.564 pontos.

Na quinta-feira 06.05.2021 – O Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,30%, aos 119.920,61 pontos com giro financeiro de R$ 36,3 bilhões.

Na sexta-feira 07.05.2021 – O Ibovespa ganhou impulso e fechou à marca dos 122.038,11 pontos, uma alta de 1,77%.

FONTES

www.globo.com.br | www.g1.com.br | www.investing.com.br | www.exame.com.br/investwww.valoreconomico.com.br | https://agenciabrasil.ebc.com.br | https://www.reuters.com | www.uol.com.br | www.rtpnoticias.com.br | www.r7.com | www.uol.com.br

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
www.matarazzo-cia.com/blog/
10/05/2021