Crise Hídrica: Os impactos na economia com a falta de água

Crise Hídrica: Os impactos na economia com a falta de água

Crise Hídrica: Os impactos na economia com a falta de água 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

O Brasil está passando pela pior seca nos últimos 91 anos. Com a previsão de volta de La Niña, que causa a falta de chuva no Centro-Sul do país durante a primavera, a tendência é que a situação deva piorar nos próximos meses.

A crise hídrica impacta diretamente na produção de alimentos. A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário caiu de 2,6% para 1,7%, conforme um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que a próxima safra de soja e de milho pode ser prejudicada pela estiagem.

Embora o governo tenha adotado medidas, como o aumento tarifário, para garantir o fornecimento de energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alerta que “os recursos são insuficientes para atendimento ao mercado de energia e demandarão novas medidas no curto prazo”.

Para abastecer a demanda brasileira de eletricidade, foi necessário acionar as termelétricas, que produzem uma energia mais cara. Nos últimos 12 meses, a tarifa cobrada pela energia elétrica subiu 16,07%, mais que o dobro da inflação acumulada no período, que ficou em 9,3% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O aumento das tarifas tem um efeito cascata em todos os setores econômicos e poderá limitar o crescimento. Analistas do mercado apontam que, caso se confirmem as previsões de falta de chuva no período de outubro a abril, a inflação medida pelo IPCA deve ficar próximo aos 8% neste ano e no próximo. O PIB total do Brasil pode ter uma perda de até 2 pontos percentuais em 2022, ficando na estagnação.

Quem paga conta de luz todos os meses, no entanto, conhece alguns dos problemas dessa alta: a energia consome uma fatia cada vez maior dos orçamentos domésticos, pressiona outros preços e aperta as contas das famílias. O preço da energia elétrica já subiu quase três vezes mais que a inflação ao longo dos primeiros oito meses de 2021, refletindo em aumento disseminado nos preços de diversos produtos e serviços.

Segundo o coordenador de Índice de Preços ao Consumidor da FGV-Ibre, André Braz, a energia elétrica compromete, aproximadamente, 4,5% do orçamento familiar. Para as famílias mais pobres, o comprometimento é ainda maior, podendo chegar a 6,5% ou 7%.

FONTES

CNBC | CNN | BBC |

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
www.matarazzo-cia.com/blog
08/09/2021