Cenário Econômico Nacional – 11/10/2021

Cenário Econômico Nacional – 11/10/2021

Cenário Econômico Nacional – 11/10/2021 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central


Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

  • Dívidas de empresas podem limitar expansão econômica do Brasil em 2022, diz Intrum
  • PIX: Começa a valer na segunda-feira (04) limite de transferências à noite
  • Presidente do Banco Central prevê declínio da inflação a partir deste mês
  • Produção industrial cai 0,7% em agosto, terceira queda consecutiva
  • Reforma tributária dá novo passo com imposto dual; entenda o que pode mudar
  • Vendas do comércio caem 3,1% em agosto
  • Saques na poupança superaram os depósitos em R$ 7,719 bilhões em setembro, diz BC
  • BC adia para junho de 2022 prazo para decisão sobre estrutura definitiva do open banking
  • Petrobras anuncia novo aumento no preço da gasolina e do gás de cozinha
  • IPCA: inflação oficial fica em 1,16% em setembro e atinge 10,25% em 12 meses
  • Senado deve votar projeto que cria no Congresso memorial às vítimas de Covid-19
  • Pacheco diz que reforma do IR não pode ser ‘condição única’ para financiar novo Bolsa Família
  • Desoneração da folha: relator na CCJ da Câmara dá parecer favorável ao projeto
  • TSE derruba decisão que tornou Crivella inelegível, e ex-prefeito do Rio recupera direitos políticos
  • Em café com ruralistas, Bolsonaro reafirma importância da eleição de 2022 para composição do STF
  • DEM e PSL aprovam fusão; novo partido se chamará União Brasil
  • Câmara aprova projeto que prevê retorno de gestantes ao trabalho presencial
  • Bolsonaro diz que projeto de ICMS foi modificado para ser aprovado na Câmara
  • STF forma maioria a favor de que estados e municípios decidam sobre vacinação de adolescentes
  • Pequenos empresários são afetados por pane no WhatsApp e Instagram
  • Setor de eventos projeta retomada de 100% da capacidade no fim de 2022
  • Gol tem demanda 37% maior em setembro sobre um ano antes
  • Studios viram febre em SP, mas setor já teme saturação
  • Rede D’Or compra Hospital Aeroporto, na Bahia, por R$ 230 milhões
  • Produção de veículos sobe em setembro, mas venda cai, diz Anfavea
  • Trabalhadores de aplicativos somam 1,4 milhão no Brasil, diz Ipea
  • BRF investe em análise e prevê mitigar cerca de R$ 12,5 milhões em fraudes em 2 anos
  • Selic
  • IGP-M
  • IPCA
  • PIB
  • Mercado acionário e câmbio

Dívidas de empresas podem limitar expansão econômica do Brasil em 2022, diz Intrum

A extensão das renegociações de dívidas com clientes devido aos efeitos prolongados da pandemia da Covid-19 tem mascarado dados de inadimplência no Brasil, mas uma deterioração tende a aparecer nos próximos meses, pressionando ainda mais a atividade econômica do país em 2022.

Esta é a conclusão do presidente no Brasil da empresa sueca de recuperação de crédito Intrum, Ulisses Rodrigues, com base em um estudo recente feito por ela com 700 empresas de vários tamanhos no país.

Segundo o levantamento, seis entre 10 empresas se viram obrigadas a negociar o vencimento das dívidas de seus devedores em 2021. Porém, a grande maioria parece estar chegando ao limite, já que 84% delas classificaram longos prazos de pagamento como “problemáticos”. Logo, a expectativa é de que os níveis de inadimplência subirão nos próximos 12 meses.

Os dados contrastam com o que Banco Central e os grandes bancos do país têm divulgado: índices de inadimplência controlados que os tem levado, inclusive, a reverterem parte das provisões extras que fizeram no ano passado, quando chegaram a prever prejuízos muito maiores com calotes.

Na semana passada, o BC anunciou que o índice de operações de crédito em atraso em agosto ficou estável em 3%.

Mas para Ulisses Rodrigues, presidente da Intrum no Brasil, esse cenário de aparente estabilidade deve-se, entre outros fatores, a renegociações abertas pelos próprios bancos.

A Serasa reconheceu na semana passada que a abertura de linhas de crédito para negociação de dívidas de micro e pequenas empresas induziu um alívio temporário da inadimplência entre empresas, que caiu 0,9% entre julho e agosto.

O levantamento da Intrum foi realizado entre os dias 26 de janeiro e 16 de abril deste ano. A companhia foi criada há cerca de 100 anos na Suécia e está presente 25 países.

PIX: Começa a valer na segunda-feira (04) limite de transferências à noite

Começa a valer na segunda-feira (04) o limite de R$ 1 mil para transferências e pagamentos realizados por pessoas físicas das 20h às 6h, incluindo o PIX. Pessoas jurídicas (empresas) não serão atingidas com a medida.

O limite poderá ser alterado a pedido do cliente, através dos canais de atendimento eletrônicos. Porém, a instituição financeira deve estabelecer prazo mínimo de 24 horas para a efetivação do aumento.

Segundo o Banco Central, os bancos devem oferecer aos seus clientes a opção de cadastrar previamente contas que poderão receber transferências acima dos limites estabelecidos.

O PIX é um mecanismo de transferência de recursos que opera em tempo real, 24 horas por dia. Recentemente, a tecnologia passou a ser utilizada por criminosos para a prática de fraudes.

A limitação de transferências e pagamentos é uma das medidas anunciadas pelo Banco Central para tornar o PIX mais seguro e reduzir a vulnerabilidade dos sistemas às ações de criminosos.

Todas as mudanças devem entrar em vigor em 16 de novembro. Entre as novas medidas, estão o bloqueio preventivo dos recursos em caso de suspeita de fraude e notificações obrigatórias de transações rejeitadas.

O Banco Central também informou que mudou o regulamento do PIX para deixar claro que os bancos devem ser responsabilizados por “fraudes decorrentes de falhas nos seus próprios mecanismos de gerenciamento de riscos”.

Presidente do Banco Central prevê declínio da inflação a partir deste mês

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira (04) que a taxa de inflação no país deve atingir o seu pico em setembro e começar a cair a partir deste mês.

“A gente entende que, quando olha os acumulados em 12 meses, o pico da inflação será setembro, depois a gente começa com uma queda a partir de setembro nos 12 meses”, disse Campos Neto durante transmissão do jornal “Valor Econômico”.

A inflação oficial do país de setembro medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será divulgada na sexta-feira (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, ficou em 10,05% no acumulado em 12 meses, segundo o IBGE.

Campos Neto também disse que três fatores contribuíram para uma inflação mais alta do que o esperado pelo mercado e pelo próprio Banco Central:

  • alta do preço de bens de consumo mais persistente do que o previsto;
  • início do aumento do preço dos serviços, com a abertura da economia; e
  • alta dos preços administrados, como combustíveis e energia, que têm reflexo na cadeia produtiva.

“O que a gente vê é uma inflação de bens mais persistente do que a gente imaginava no mundo, mais persistente no Brasil. A gente começa a ver uma inflação de serviços no Brasil um pouquinho mais alta, mas ainda, quando a gente olha uma média de 12 meses, ela é bastante baixa. Mas a gente ainda tem esse tema de energia, administrados, que está bastante alto, que contaminou bastante a inflação deste ano”, explicou.

Produção industrial cai 0,7% em agosto, terceira queda consecutiva

A produção industrial brasileira caiu 0,7% em agosto, na comparação com julho, na terceira retração mensal consecutiva, apontam os dados divulgados na terça-feira (05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação a agosto de 2020, também houve queda de 0,7%, interrompendo 11 meses seguidos de taxas positivas nessa base de comparação.

“Com o resultado de agosto, a indústria fica 2,9% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado, no cenário pré-pandemia, e 19,1% abaixo do nível recorde, registrado em maio de 2011”, informou o IBGE.

“A entrada desse resultado de agosto acentua ainda mais a distância tanto em relação ao patamar pré-pandemia quanto ao ponto mais alto da série histórica”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo, destacando que esta foi a segunda vez no ano em que a indústria registrou três meses seguidos de queda.

Macedo enfatizou, ainda, que o patamar produtivo de agosto “é o mais baixo desde julho do ano passado” e é equivalente ao registrado em janeiro de 2019.

O resultado veio pior que o esperado. A mediana das estimativas de 28 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, era de queda de 0,4%. As projeções iam de recuo de 1,2% a alta de 1%.

No ano, porém, o setor ainda acumula alta de 9,2%. Em 12 meses, a produção industrial tem avanço de 7,2%, intensificando o crescimento de julho (7%) e mantendo trajetória de recuperação, ainda que em ritmo mais lento.

Reforma tributária dá novo passo com imposto dual; entenda o que pode mudar

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) divulgou na terça-feira (05) seu relatório da proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. O texto cria um imposto dual, reunindo de um lado os impostos federais e, de outro, os tributos estaduais e municipais. A proposta prevê também o Imposto Seletivo (IS) em substituição ao IPI e que incidiria em itens selecionados, como cigarros e bebidas alcoólicas.

Havia uma expectativa de que o novo texto propusesse uma reforma ampla e unificasse todos os tributos em apenas um Imposto de Valor Agregado (IVA).

A separação atende ao desejo do Ministério da Economia, que havia proposto em julho de 2020 a criação da Contribuição sobre Bens e Consumo (CBS), que criava um imposto federal único, unindo PIS e Cofins. O projeto estava parado no Congresso.

A única novidade desde então foi uma segunda fase de reforma, que altera o imposto de renda de pessoas física e jurídica. Ela foi encaminhada pelo governo e aprovada pela Câmara em setembro.

A proposta enviada nesta terça-feira (05) é um novo relatório à PEC 110/2019 que estava parada no Congresso desde julho de 2019. A ideia é criar duas grandes unificações de impostos, em um IVA dual.

  • IVA Federal: CBS (PIS + Cofins)
  • IVA Subnacional: IBS (ICMS + ISS)

O relator afirma que a divisão tem por objetivo dar autonomia a estados e municípios na gestão de sua arrecadação tributária. Haverá, portanto, variação possível entre os entes federativos, mas será uniforme para todas as operações com bens e prestações de serviços. Deverá sempre ser adotado o local de destino da operação, isso tem potencial de reduzir as “guerras fiscais” entre estados.

Para o caso da CBS, o relator propõe que as alíquotas serão fixadas de forma a “manter a arrecadação dos tributos que irá substituir pelo período de dois anos”.

Será adotado também o regime não cumulativo em que é possível ir deduzindo o imposto pago ao longo da etapa de produção via crédito com o objetivo de pagar menos imposto nas etapas seguintes. É algo benéfico para a indústria, por exemplo, que tem várias etapas de produção.

Vendas do comércio caem 3,1% em agosto

As vendas do comércio varejista caíram 3,1% em agosto, na comparação com julho, revertendo os ganhos do mês anterior, segundo dados divulgados na quarta-feira (06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda foi a mais intensa para os meses de agosto da série histórica da pesquisa, que teve início em 2000. Foi também o maior recuo mensal desde dezembro de 2020 (-6,1%).

Na comparação com agosto do ano passado, as vendas recuaram 4,1%, o primeiro recuo após cinco meses de taxas positivas.

Com a mudança de rota, o patamar de vendas do varejo volta a recuar, retrocedendo ao nível de julho de 2020. Segundo o IBGE, o nível de atividade do setor está 4,3% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2020.

O resultado veio pior do que o esperado. Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas eram de altas de 0,7% na comparação mensal e de 2% sobre um ano antes.

“Vários elementos em conjunto contribuem para a taxa negativa. O primeiro é a trajetória anterior, que fez com que o patamar do comércio ficasse mais elevado e muito próximo do recorde. A inflação também continua sendo importante para o resultado, isso fica claro quando se compara com a receita. Também chama a atenção o mercado de trabalho. Teve queda na taxa de desocupação, mas maior ainda na renda. E isso tira capacidade de consumo”, afirmou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O IBGE realizou uma forte revisão dos dados dos últimos meses. Em julho, frente a junho, o comércio tinha avançado 1,2% inicialmente, mas o dado foi revisado para alta de 2,7%. Já o dado de junho foi atualizado para queda de 1,1% em vez da leitura anterior de alta de 0,9%.

Saques na poupança superaram os depósitos em R$ 7,719 bilhões em setembro, diz BC

Em meio à escalada da inflação no País, os saques na poupança superaram os depósitos pelo segundo mês consecutivo, com uma retirada líquida de R$ 7,719 bilhões em setembro, informou o Banco Central (BC). Esse foi o maior saque líquido para meses de setembro na série histórica, iniciada em 1995.

No mês, os aportes na caderneta somaram R$ 282,876 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 290,596 bilhões. Este movimento gerou a retirada líquida total de R$ 7,719 bilhões no mês. Considerando o rendimento de R$ 3,084 bilhões da caderneta em agosto, o saldo total das contas caiu para R$ 1,031 trilhão.

Setembro foi o quinto mês de 2021 em que os saques superaram os depósitos na poupança. Nos meses de janeiro, fevereiro e março, os brasileiros também haviam retirado recursos da caderneta. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a população retirou R$ 23,349 bilhões líquidos da caderneta. Em 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, a poupança chegou a registrar dez meses consecutivos de depósitos líquidos (de março a dezembro).

No ano passado, a caderneta havia sido favorecida pelo pagamento de auxílios à população. Além disso, foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na caderneta, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o próprio BC chamou de “poupança precaucional”.

Em contrapartida, as famílias passaram a enfrentar, no início de 2021, as tradicionais despesas de início de ano (IPTU, IPVA, matrículas de filhos em escolas particulares e gastos com material escolar), além de um ambiente ainda negativo para a economia. Nos primeiros meses do ano, o governo não pagou o auxílio emergencial, o que também impactou os saldos.

Estes fatores favoreceram os saques na poupança de janeiro a março, com muitos brasileiros precisando de recursos para fechar as contas. De abril a julho, porém, o resultado positivo foi influenciado pela volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população. Os depósitos começaram a ser feitos em 6 de abril. Agora, em meio à alta da inflação, a poupança voltou a registrar mais retiradas que aportes.

A poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 6,25% ao ano. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 4,375% ao ano. O porcentual não cobre necessariamente a inflação. Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

BC adia para junho de 2022 prazo para decisão sobre estrutura definitiva do open banking

O Banco Central anunciou na quarta-feira (06) o adiamento para 30 de junho de 2022 do prazo para que os participantes do open banking definam sua estrutura definitiva.

O prazo inicial era 25 deste mês, e a prorrogação, segundo a autarquia, se deu em função de alterações do cronograma das fases iniciais de implementação do open banking e também pelo aumento do seu escopo, com a inclusão de produtos como investimentos e seguros.

“A definição desse novo prazo tem como objetivos possibilitar o direcionamento dos esforços de curto prazo do mercado à implementação das fases e, ao mesmo tempo, possibilitar um maior amadurecimento do mercado quanto ao modelo a ser adotado, tendo em vista esse escopo mais amplo de dados e serviços”, disse o BC em nota.

O open banking permite que clientes de instituições financeiras autorizem o compartilhamento de seus dados cadastrais e de transações, de maneira a fomentar a competição no setor e abrir espaço para a oferta de novos serviços a preços mais baixos.

Petrobras anuncia novo aumento no preço da gasolina e do gás de cozinha

A Petrobras anunciou na sexta-feira (08), mais um reajuste nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. O litro da gasolina vai ficar R$ 0,20 mais caro a partir de sábado (09), e o quilo o GLP vai subir R$ 0,26. Com isso, o gás de cozinha (botijão de 13 kg) sairá das refinarias da estatal custando R$ 50,15 para as distribuidoras.

Para a gasolina A (sem adição de álcool anidro), o preço médio de venda da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço da gasolina na bomba passará a ser de R$ 2,18 por litro em média. A variação é de R$ 0,15 por litro, segundo a empresa.

Já o preço médio de venda do GLP da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 3,60 para R$ 3,86 por kg. O preço do produto não era reajustado havia 95 dias.

A avaliação da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) é de que esse aumento da gasolina, após 58 dias de estabilidade, não é suficiente para equiparar os preços da Petrobras aos do mercado internacional, onde o produto e também sua matéria-prima, o petróleo, estão em recorrente valorização.

“Com o aumento anunciado, as janelas para importações continuam muito fechadas”, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Abicom.

A Petrobras, em comunicado à imprensa, admite que o aumento reflete apenas parte da alta externa. A companhia fala em “elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”.

IPCA: inflação oficial fica em 1,16% em setembro e atinge 10,25% em 12 meses

A inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, acelerou de 0,87% em agosto para 1,16% em setembro, segundo dados divulgados na sexta-feira (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a maior taxa para meses de setembro desde o início do Plano Real, em 1994, quando o índice foi de 1,53%.

Com o resultado, a inflação no acumulado em 12 meses chegou a 10,25%, o que não ocorria há mais de 5 anos. Trata-se também da maior taxa anual desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36%.

Nessa comparação, a gasolina foi o item individual com o maior impacto. Segundo o IBGE, ela representou 1,93 ponto percentual (p.p.) sobre o indicador geral. Ou seja, da taxa de 10,25%, quase 2% são do combustível. Os maiores impactos depois dela vieram da energia elétrica (1,25 p.p.), das carnes (0,67 p.p.) e do gás de cozinha (0,38 p.p.).

Apesar da escalada da inflação, o resultado ficou um pouco abaixo do esperado. A mediana das projeções de 38 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, apontava avanço de 1,25%. O percentual ficou dentro do intervalo das projeções, que iam de 1,13% a 1,42%.

Senado deve votar projeto que cria no Congresso memorial às vítimas de Covid-19

O Senado pode incluir na terça-feira (05) no plenário a votação de um projeto de resolução que cria o memorial às vítimas da Covid. O projeto é um pedido da CPI e faz parte das ações finais da comissão parlamentar de inquérito. O pedido para a votação foi feito pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Segundo Omar, “o pedido foi feito ao Pacheco, que se comprometeu a votar extra-pauta. Isso deve acontecer nesta terça no plenário do Senado”.

O presidente do Senado disse que “havendo o pedido de inclusão de pauta, designarei um relator e avaliarei a possibilidade de incluir extra pauta”. Segundo ele, isso deve ocorrer em breve.

A maquete com o projeto arquitetônico já está pronta. É um vídeo que mostra 27 lápides que representam todas as unidades da federação, em homenagem às vítimas da pandemia. A trilha do vídeo é uma canção do cantor e compositor Ivan Lins.

Pacheco diz que reforma do IR não pode ser ‘condição única’ para financiar novo Bolsa Família

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, afirmou na terça-feira (05) que não parece ser “razoável” a aprovação da reforma do Imposto de Renda sob o pretexto de que a medida é a “condição única” para que o governo consiga criar o Auxílio Brasil, novo programa social que vai substituir o Bolsa Família.

Ainda de acordo com ele, é preciso encontrar alternativas para financiar o novo programa.

A solução encaminhada pelo governo é que a reforma do Imposto de Renda, com o retorno da tributação sobre lucros e dividendos pagos por empresas a seus acionistas, seja a fonte de recursos para o Auxílio Brasil.

Na semana passada, deputados e senadores aprovaram um texto que permite ao governo federal abrir espaço no Orçamento para bancar o novo programa. Ele autoriza o governo a contar com recursos de projetos ainda não aprovados para compensar os gastos com programas de transferência de renda.

A reforma do IR já foi aprovada na Câmara e agora está em análise no Senado.

“Não nos parece razoável discutirmos um novo modelo de IR a pretexto de que essa é a condição única para termos um novo Bolsa Família. Temos de buscar alternativas. O Bolsa Família é fundamental, mas temos de ter a criatividade e saber que há uma arrecadação elevada hoje, que temos outras medidas capazes de fazer valer como fonte de custeio”, declarou.

Segundo o presidente do Senado, não se pode colocar no “colo do Congresso Nacional” a responsabilidade de aprovar um projeto estruturante, como a reforma do IR, como condição para um programa social “com apelo popular e eleitoral inclusive”.

“Essa discussão não calha, temos de ter uma discussão técnica, responsável, e encontrarmos caminho para o Bolsa Família”, acrescentou.

Desoneração da folha: relator na CCJ da Câmara dá parecer favorável ao projeto

O deputado federal Marcelo Freitas (PSL-MG) apresentou parecer favorável ao projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas dos 17 setores da economia que mais empregam no país. Freitas é o relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O projeto já havia passado pela comissão de Finanças e Tributação. Agora, o relatório de Freitas será votado pela CCJ, o que pode acontecer ainda nesta semana. Se aprovada, a proposta seguirá diretamente para o Senado, já que tramita em caráter conclusivo pelas comissões da Câmara.

A desoneração da folha permite às empresas substituir a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%.

Entre os 17 setores da economia que podem aderir a esse modelo estão: as indústrias têxteis, de calçados, máquinas e equipamentos e proteína animal, construção civil, comunicação e transporte rodoviário.

A desoneração está prevista para acabar no fim deste ano. O projeto em análise amplia a medida até 31 de dezembro de 2026, ou seja, por mais cinco anos.

No parecer, Marcelo Freitas não acolheu emendas feitas ao texto. Isso significa que o projeto segue com a proposta original, elaborada pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB).

TSE derruba decisão que tornou Crivella inelegível, e ex-prefeito do Rio recupera direitos políticos

Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram, na terça-feira (05), derrubar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) que tornou inelegível o ex-prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella.

Em 2020, o TRE-RJ determinou que o ex-prefeito ficasse inelegível por 6 anos, por abuso de poder político e conduta vedada a agente público. Com a decisão do TSE, Crivella recupera seus direitos políticos.

No entanto, por decisão da maioria, o Tribunal manteve a condenação ao pagamento de multa pela conduta vedada aos agentes públicos em período eleitoral – o valor foi fixado em R$ 15 mil.

O TSE retomou, nesta terça, o julgamento do caso, que tinha começado em agosto com o voto do relator do processo, ministro Mauro Campbell Marques. Na ocasião, o ministro votou para afastar a sanção de inelegibilidade por abuso de poder político e manter a condenação ao pagamento de multa – mas reduziu a punição em dinheiro de R$ 106 mil para R$ 15 mil.

O julgamento foi reiniciado com o voto do ministro Sérgio Banhos, que concordou com o relator em relação à condenação por abuso de poder político, mas entendeu que a multa por conduta vedada deveria ser maior, R$ 30 mil.

Os ministros Carlos Horbach e Edson Fachin acompanharam a proposta de valor apresentada por Banhos. Já os ministros Alexandre de Moraes, Luís Felipe Salomão e o presidente Luís Roberto Barroso seguiram a proposta do relator de multa em valor menor.

Em café com ruralistas, Bolsonaro reafirma importância da eleição de 2022 para composição do STF

O presidente Jair Bolsonaro reafirmou na quarta-feira (06) a necessidade de ter ministros alinhados com seu campo político no Supremo Tribunal Federal (STF) para aprovar pautas de seu interesse e relembrou, em conversa com deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que o próximo presidente indicará mais dois ministros para a corte.

“Quem se eleger presidente no ano que vem, no primeiro semestre… indica mais dois ministros do STF. Se for alinhado conosco, (nota) 10. Ficam quatro garantidos lá dentro. Além de outros que votam com a gente. Não é que votam com a gente, votam as pautas que têm que ser votadas do nosso lado”, afirmou.

Bolsonaro disse ao grupo de aproximadamente 40 parlamentares entre nomes da FPA e outros que estavam ali apenas por serem aliados de Bolsonaro, como Bia Kicis (PSL-DF), que não estava “pedindo votos” ou se lançando candidato, mas que era preciso pensar bem em quem estaria na Presidência a partir de 2023.

“Então isso é primordial. Ninguém está pedindo voto, nem se lançando candidato. Mas uma pessoa alinhada a nós tem que estar sentada naquela cadeira a partir de 23”, disse.

O presidente tem repetido o fato de que o próximo presidente indicará mais dois ministros e da necessidade de ter mais ministros conservadores e de direita no STF. Apesar de ter amainado as críticas públicas nas últimas semanas, depois de ver crescer as ameaças de impeachment por seus constantes ataques à corte e à democracia, Bolsonaro tem uma relação de conflito constante com o STF.

DEM e PSL aprovam fusão; novo partido se chamará União Brasil

O DEM e o PSL aprovaram, em convenções realizadas na quarta-feira (06) em Brasília, a fusão da entre as duas legendas. O novo partido se chamará União Brasil e o número será o 44.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda precisa aprovar a nova sigla. A cúpula do DEM crê que o processo de fusão leve três meses para ser analisado pelos ministros.

A expectativa, segundo o presidente nacional do DEM, ACM Neto, é de que a fusão leve a formação da maior legenda do país. Entretanto, o processo deve levar à saída de vários filiados dos dois partidos, inclusive congressistas.

Ministro do Trabalho e da Previdência do governo Bolsonaro e filiado ao DEM, Onyx Lorenzoni, votou contrário à união dos partidos e pediu para que a posição dele constasse na ata da convenção.

Mesmo com baixas nos dois partidos, o União Brasil deve contar com a maior bancada na Câmara dos Deputados.

Se considerados os números atuais dos dois partidos, a fusão deixaria o União Brasil com um total de 82 deputados. A segunda maior bancada é a do PT, com 53 deputados.

Câmara aprova projeto que prevê retorno de gestantes ao trabalho presencial

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (06) um projeto de lei que prevê o retorno de gestantes ao trabalho presencial em algumas hipóteses, entre elas, a imunização completa contra Covid-19. O texto agora segue para o Senado.

O projeto altera uma lei, sancionada em maio de 2021, que prevê que, durante o estado de emergência de saúde pública provocado pela Covid-19, a trabalhadora grávida deverá permanecer afastada do trabalho presencial, exercendo as atividades de forma remota, sem prejuízo de sua remuneração.

A relatora da matéria, deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF), argumenta que a legislação atual impõe “excessivo ônus sobre os empregadores”, que “têm de arcar com o pagamento de seus salários durante o período do afastamento”.

Ainda, de acordo com a proposta, as gestantes que iniciaram a imunização, mas ainda não tomaram a 2ªdose da vacina e trabalham em funções consideradas “incompatíveis” com o trabalho remoto, terão sua gravidez considerada de risco e receberão um salário-maternidade até que tomem as duas doses da vacina.

A gestante que optar por não se vacinar contra Covid-19 também poderá retornar ao trabalho presencial.

A proposta estabelece que, nesses casos, a mulher deverá assinar um termo de responsabilidade para retornar ao trabalho, “comprometendo-se a cumprir todas as medidas preventivas adotadas pelo empregador”;

O relatório diz, ainda, que a opção de não se vacinar é “uma expressão do direito fundamental da liberdade de autodeterminação individual, não podendo ser imposto à gestante”.

Bolsonaro diz que projeto de ICMS foi modificado para ser aprovado na Câmara

O presidente Jair Bolsonaro reconheceu que o texto a ser votado pela Câmara dos Deputados para modificar a cobrança do ICMS sobre os combustíveis difere do conteúdo defendido originalmente pelo Executivo, mas disse ser uma alternativa que vem sendo tocada pela Casa para viabilizar a aprovação.

Bolsonaro afirmou que tem buscado uma maneira de solucionar a alta do preço dos combustíveis junto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que prometeu colocar em votação um projeto sobre o imposto estadual ICMS.

“A questão do ICMS, o Lira deve botar em votação o nosso projeto, mas está bastante modificado. O Lira não tem poder para decidir o que vai ser votado lá. Ele é o dono da pauta, mas o que vai ser decidido, o que vai ser votado não é aquilo que muitas vezes a gente quer”, disse o presidente em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais.

“Mas está buscando a sua maneira de atender. Agora, o grande problema do combustível é o ICMS”, afirmou.

Bolsonaro argumentou ainda que parte do combustível do país é importada, e, portanto, sujeita às variações do preço internacional.

O presidente aproveitou para defender que o ICMS incida sobre o valor da gasolina nas refinarias e sobre o valor do etanol na usina.

Na terça-feira (05), Lira apresentou a proposta que vem sendo debatida entre deputados para ir a voto, que tenta equacionar o problema dos preços dos combustíveis a partir de uma mudança na forma de tributação do ICMS sobre o insumo.

Pelo projeto, o imposto estadual terá uma alíquota fixa a ser determinada com base na média dos últimos dois anos. Esse percentual, então, vai vigorar durante um ano, de forma a garantir uma previsibilidade e reduzir os impactos para os consumidores.

Bolsonaro afirmou que o ICMS incide em toda a cadeia de combustíveis e que os governadores arrecadam muito mais por litro vendido. O presidente afirmou que colocou o “dedo na ferida” ao levantar a discussão sobre os impostos que incidem sobre o combustível e sobre o ICMS.

“O imposto federal é o mesmo valor desde janeiro de 2019… coisa que não é a mesma coisa no ICMS”, disse o presidente.

“Os governadores têm arrecadado muito mais por litro de combustível vendido e interessa para eles o preço alto, porque o ICMS incide em cima do preço final da bomba”, acusou. “Nós levantamos essa lebre, nós botamos o dedo na ferida.”

STF forma maioria a favor de que estados e municípios decidam sobre vacinação de adolescentes

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu que cabe a estados e municípios decidirem sobre a vacinação de adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19.

Os ministros analisam, no plenário virtual, uma ação do PSB sobre o tema. O julgamento termina na sexta-feira (08).

Prevalece, até o momento, o voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski. Segundo o ministro, os gestores locais devem seguir recomendações técnicas para este público-alvo, acompanhando as orientações dos fabricantes, da comunidade científica e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Entendo que as autoridades sanitárias locais, caso decidam promover a vacinação de adolescentes sem comorbidades, adequando o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 às suas realidades locais, poderão fazê-lo, desde que deem a necessária publicidade às suas decisões, sempre acompanhadas da devida motivação e baseadas em dados científicos e avaliações estratégicas, sobretudo aquelas concernentes ao planejamento da volta às aulas presenciais nos distintos níveis de ensino”, escreveu.

“Isso, é claro, sem prejuízo da escrupulosa observância das recomendações dos fabricantes das vacinas e aquelas constantes das autorizações expedidas pela Anvisa, notadamente as que dizem respeito aos seus potenciais efeitos colaterais”, completou.

Pequenos empresários são afetados por pane no WhatsApp e Instagram

WhatsApp, Facebook e Instagram ficaram fora do ar na tarde de segunda-feira (04) em uma das panes mais duradouras de suas histórias. Internautas em todo o mundo relataram dificuldade para acessar os três serviços, todos eles pertencem ao Facebook.

Pequenos empreendedores que vendem seus produtos e serviços pelo WhatsApp e Instagram estão com dificuldades para trabalhar na segunda-feira (04), afetados pela instabilidade dos aplicativos.

Restaurantes que funcionam no sistema delivery em Santos, no litoral de São Paulo, tiveram prejuízos com a instabilidade do WhatsApp, Facebook e Instagram na segunda-feira (04). Os comerciantes, que utilizam as redes sociais para oferecer os produtos, relataram dificuldades e queda no número das vendas de até 80%.

Uma empresária de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, cujo estabelecimento tem mais vendas por meio do WhatsApp, informou ao g1 que está enfrentando problemas. “Não consigo falar com fornecedores, nem fazer pagamentos e nem receber dinheiro”, contou Kátia Freire.

A chef de cozinha Daniella Goulart vende marmitas pelo Plano Piloto, em Brasília, e diz que ficou desesperada com a queda do WhatsApp. A falha começou perto da hora do almoço, momento de auge dos pedidos em restaurantes.

A pane global dos aplicativos do Facebook afetou o dia de trabalho de muitas pessoas em todo o mundo e, também, de professores.

A empresa assumiu que o problema foi global e que o apagão decorreu de uma falha interna: um defeito durante alteração em suas configurações. A plataforma informou também que não houve um ataque hacker nem vazamento de dados de usuários.

Setor de eventos projeta retomada de 100% da capacidade no fim de 2022

Shows, exposições, bienal do livro, corridas de rua, feiras corporativas. O mercado de eventos de entretenimento e negócios começa a retomar a presença de público e espera acelerar a atividade nos próximos meses, com o avanço da vacinação e de autorizações do poder público. Um dos primeiros a parar na pandemia, o setor é agora um dos últimos a iniciar a recuperação.

Presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramori Júnior diz que o plano é voltar a operar com 50% da oferta regular do mercado nos próximos três meses. Em 2022, ele espera que 100% da programação de eventos tenha voltado, o que representa, em média, 440 mil eventos no ano.

Recentemente, a Prefeitura de São Paulo autorizou a volta de público aos estádios de futebol e a realização de preparativos para o carnaval. No Rio, o prefeito Eduardo Paes autorizou três eventos-teste em outubro sem exigência de máscara e distanciamento, sendo dois deles para até 5 mil pessoas. A cidade também liberou eventos para até 500 pessoas.

Para Duda Magalhães, sócio e presidente da Dream Factory, empresa de entretenimento ao vivo do grupo Dreamers, do empresário Roberto Medina, o cenário permite investir na retomada dos eventos, quadro que não existia há seis meses. “As prefeituras sinalizam a retomada com base em dados que mostram que os poucos eventos ocorridos não mexeram no ponteiro de contágio e internações”, diz Magalhães.

O setor reconhece, porém, que ainda existem desafios nessa retomada. O mais imediato deles é equilibrar os custos gerados pelos protocolos sanitários e a menor receita provocada pelos limites de ocupação.

Gol tem demanda 37% maior em setembro sobre um ano antes

A companhia aérea Gol divulgou na terça-feira (05) que a demanda por seus voos foi 36,8% maior em setembro do que um ano antes, quando a empresa e todo o setor aéreo ainda sofriam maiores impactos causados pela pandemia.

Na comparação com agosto, a demanda subiu 0,7% enquanto a oferta teve incremento de 2,1%, segundo dados divulgados pela empresa no mês passado.

A companhia afirmou que no terceiro trimestre a demanda foi 87,5% maior que a registrada de julho a setembro de 2020 e que sua oferta de assentos subiu 38,1% em setembro e 82,5% no terceiro trimestre, nos comparativos anuais.

A Gol seguiu sem fazer voos internacionais e transportou um total de 1,6 milhão de passageiros no mês passado, alta de 47,8% sobre setembro de 2020. O número de clientes transportados no trimestre passou de 2,6 milhões para quase 5 milhões.

A ocupação das aeronaves da empresa no terceiro trimestre foi de 81,4% ante 79,3% na comparação anual.

Studios viram febre em SP, mas setor já teme saturação

Uma mudança no Plano Diretor da capital paulista feita em 2014, na gestão de Fernando Haddad, que priorizou o crescimento do mercado imobiliário ao redor dos eixos de transporte público, como o metrô, trouxe uma nova tendência na construção civil em São Paulo: a combinação de apartamentos de dois ou três quartos e pequenos studios em um mesmo empreendimento. Embora a febre dos compactos tenha conquistado investidores de olho na rentabilidade do aluguel, há quem acredite que o potencial desse tipo de imóvel já foi atingido na capital paulista. E o setor espera agora que as regras para construção na cidade passem por uma nova transformação em 2021.

A proliferação dos studios, um nome diferente para as antigas quitinetes, fica clara nos números da consultoria Brain, especializada no setor imobiliário. De janeiro a julho, foram 12,8 mil novas unidades na cidade de São Paulo, caminhando para superar o recorde de 2020, quando foram lançados 19,8 mil apartamentos do tipo. Ou seja: os studios podem representar cerca de um terço do total de lançamentos em 2021: segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi), a estimativa é de que o mercado paulistano atinja entre 65 mil e 70 mil unidades no encerramento de 2021.

A explicação para a tendência, segundo o sócio da consultoria Brain, Fabio Araújo, é que os lançamentos têm respeitado o Plano Diretor da cidade, que obriga que prédios mais altos localizados no entorno de linhas de transporte público tenham uma limitação de vagas de garagem. O objetivo seria privilegiar, nessas regiões mais centrais, apartamentos menores, e, por consequência, de valores mais baixos, permitindo que mais pessoas usem o transporte público.

De acordo com Araújo, construir studios acoplados a apartamentos maiores foi a solução encontrada pelas construtoras para resolver a questão do estacionamento e, assim, atrair o cliente de mais alto padrão. Nessa equação, o studio, sem vaga, abre a possibilidade de que os apartamentos maiores tenham um segundo espaço para o carro. Esse movimento, contudo, só se tornou viável com o interesse de investidores por esse tipo de imóvel, que se tornou um atrativo para o aluguel.

Rede D’Or compra Hospital Aeroporto, na Bahia, por R$ 230 milhões

A Rede D’Or informou na quarta-feira (06) que adquiriu o Hospital Aeroporto, em Lauro de Freitas/BA, pelo valor de firma (firm value) é R$ 230 milhões.

A previsão de Ebitda para o Hospital Aeroporto é de R$ 20 milhões para os 12 meses subsequentes à operação, com parte das sinergias incorporadas. Segundo a Rede d’Or em fato relevante, o negócio “reforça o compromisso” da instituição com a sua estratégia de expansão e visão de longo prazo.

A operação inclui o imóvel, sede do hospital, com potencial construtivo de expansão de, no mínimo, 200 leitos. Atualmente, o hospital conta com 85 leitos. A aquisição está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“A operação reforça o compromisso da companhia com a sua estratégia de expansão e visão de longo prazo e está sujeita à verificação de determinadas condições usuais, dentre elas a aprovação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)”, afirmou a Rede D’Or.

No decorrer dos últimos anos, a expansão inorgânica tornou-se uma tendência no setor.

Produção de veículos sobe em setembro, mas venda cai, diz Anfavea

A indústria de veículos do Brasil teve alta de 5,6% na produção em setembro em relação a agosto, mas as vendas recuaram 10,2% em meio a problemas na oferta gerados entre outros fatores por escassez de componentes, informou nesta quarta-feira a associação que representa o setor, Anfavea.

O setor produziu 173,3 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no mês passado e vendeu 155,1 mil unidades, segundo os dados da entidade.

Na comparação com setembro de 2020, quando o setor ainda acelerava para repor produção paralisada pela pandemia meses antes, a produção recuou 21,3%. Já os licenciamentos tombaram 25,3% na mesma comparação.

Enquanto a produção de carros e comerciais leves caiu 24,3% em setembro sobre um ano antes, o número de caminhões montados cresceu 46,5%. O de ônibus segue mostrando apreensão do setor transportador, mostrando baixa 38,8% no volume produzido, segundo a Anfavea.

Com a falta de componentes e a fraqueza nos principais consumidores de veículos do Brasil, como Argentina, as exportações de setembro tiveram queda de 22,5% na comparação anual, para 23,6 mil veículos montados. No ano, porém, o saldo exibe expansão de 33,8%, a cerca de 277 mil unidades.

Trabalhadores de aplicativos somam 1,4 milhão no Brasil, diz Ipea

Cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil trabalham para aplicativos de transporte de passageiros ou mercadorias no Brasil, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os transportadores por aplicativo representam cerca de 31% do total estimado de 4,4 milhões de pessoas alocadas no setor de transporte, armazenagem e correio no país, segundo o Ipea. As projeções foram feitas com base em dados e pesquisas do IBGE.

Os dados apontam que no primeiro trimestre de 2016, o total de pessoas ocupadas no transporte de passageiros por aplicativo era de cerca de 840 mil. No primeiro trimestre de 2018, o número atingiu 1 milhão e avançou a 1,3 milhão no terceiro trimestre de 2019.

“Por conta da pandemia de Covid-19, houve redução ao longo de 2020, mas o número logo se estabilizou nos dois primeiros trimestres de 2021 em 1,1 milhão de pessoas ocupadas em transporte de passageiros no regime de conta própria, valor 37% superior ao do início da série, em 2016”, informou o Ipea.

“Com a ascensão das plataformas de aplicativos para entregas de mercadorias ou transporte de passageiros e o consequente avanço tecnológico que facilita mais contratações de curto prazo, é possível perceber que a quantidade de pessoas com empregos não tradicionais (como autônomos e trabalhadores temporários) teve um crescimento exponencial nos últimos anos”, afirmou o Ipea.

BRF investe em análise e prevê mitigar cerca de R$ 12,5 milhões em fraudes em 2 anos

A BRF informou na sexta-feira (08) que está aprimorando seus processos internos para evitar fraudes digitais e que a área de Compliance da empresa investirá R$ 1,5 milhão até 2023 no Sykn, Software as a Service (SaaS), criado pelo Centro de Excelência (CoE) da Votorantim, que tem como objetivo criar abordagens preventivas e analisar cenários de risco.

A expectativa é de mitigar cerca de R$ 12,5 milhões em fraudes nos próximos dois anos, utilizando a tecnologia. Em operação desde agosto, o sistema possui uma capacidade 20 vezes maior para analisar dados, agilizando a identificação de irregularidades. Esse investimento é parte dos R$ 700 milhões que serão direcionados para iniciativas de transformação digital da companhia até 2025.

Em nota, Reynaldo Goto, diretor de Compliance da BRF, diz que a tecnologia é fundamental para deixar a operação cada vez mais eficiente, combinando inteligência, velocidade e capacidade analítica. O software cria, em média, 22 mil alertas mensalmente, considerando oito cenários e analisando mais de 2 mil fornecedores.

O executivo explica que com o porte e o volume de negócios da BRF, a ferramenta ajudará, por exemplo, a criar cenários para cerca de 200 mil transações diárias de pagamento da companhia, cruzando cada CNPJ com listas restritivas públicas. Ao encontrar irregularidades, o sistema cria um alerta para que possamos atuar de forma precisa e preventiva.

Irineu Camanho, do Centro de Excelência Votorantim, conta que o produto foi criado primeiramente para atender os clientes internos, mas dado o retorno financeiro obtido, o Centro de Excelência a empresa decidiu oferecer a plataforma para o mercado. “O Sykn é uma solução abrangente que pode ser utilizada em diversas frentes e propósitos, com foco no fortalecimento do ambiente de controles e redução de perdas operacionais nos processos de negócios das empresas. No caso da BRF, apoiamos a área de Compliance na agilidade de suas análises e tomada de decisões relativas as operações transacionais que podem oferecer riscos”, explica.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

A inflação tem sido um dos grandes problemas para o atual governo. Para controlar a inflação, o BC tem atuado no aumento da taxa de juros, a Selic, que está em 6,5% e deve encerrar o ano em 8,25%, segundo projeção do Boletim Focus. No entanto, a expectativa de que a Selic alta controle o preço do câmbio não é muito animadora. Para alguns economistas, a instabilidade política e econômica deve continuar pressionando o câmbio para cima, prejudicando a percepção inflacionária.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (11), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 8,25%, ante 8,25% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (11), a projeção para o IGP-M ficou em 17,60%, ante 17,67% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O mercado financeiro elevou, pela 26ª semana consecutiva, suas projeções para a inflação este ano, desta vez, de 8,45% para alta de 8,51%.

Em meio à maior pressão inflacionária, o mercado financeiro tem estimado uma taxa básica de juros mais elevada nos próximos meses do que a projetada no início do ano.

PIB

O Banco Mundial aumentou sua projeção de crescimento para o Brasil em 2021, mas revisou para baixo o PIB esperado para o próximo ano. Os novos números constam no relatório semestral da instituição divulgado na quarta-feira (06).

Para este ano, a expectativa é de crescimento de 5,3%. No relatório anterior, divulgado em junho, o cálculo era uma alta de 4,5%. Já para o próximo ano, o Banco Mundial passou a prever crescimento de 1,7%, contra 2,5% no documento anterior.

Ambos os números estão abaixo da média para a América Latina e Caribe calculada pela instituição. Segundo o relatório, a região deve crescer 6,3% em 2021 e 2,8% em 2022.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (11), A projeção para o PIB ficou em 5,04%, ante 5,04% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (04), o Ibovespa fechou em forte queda, diante da escalada dos preços do petróleo, receios de piora nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, além da volta de temores envolvendo efeitos de outro calote da chinesa Evergrande. O índice Ibovespa teve queda de 2,22%, a 110.393,09 pontos. O volume financeiro somou R$ 33,2 bilhões.

Na terça-feira (05), o Ibovespa fechou em alta, apesar da retomada do apetite por risco no exterior, impulsionada por dados de atividade (PMI) melhores do que o esperado nos Estados Unidos e na Europa, o Ibovespa não conseguiu sustentar o ritmo de recuperação visto no início da tarde, quando conseguiu se aproximar dos 111,7 mil pontos na máxima do dia. O índice Ibovespa teve alta de 0,06%, a 110.457,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,6 bilhões.

Na quarta-feira (06), o Ibovespa fechou em alta, distante das mínimas da sessão, apoiado principalmente na reação de Wall Street e na recuperação das ações da Vale (SA:VALE3), embora permaneça o desconforto com o cenário externo mais desafiador e persistentes riscos locais. O índice Ibovespa teve alta de 0,09%, a 110.559,57 pontos. O volume financeiro somou R$ 35,8 bilhões.

Na quinta-feira (07), o Ibovespa fechou praticamente estável, perdendo fôlego no final do dia, apesar da trajetória positiva em Wall St. e forte alta da Vale, bem como a disparada do Banco Inter após avanço nos planos para listar suas ações nos EUA. O índice Ibovespa teve leve alta de 0,02%, a 110.585,43 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,6 bilhões.

Na sexta-feira (08), por volta das 13h09, o índice Ibovespa operava em alta de 2,94%, a 113.838,34 pontos. Zerando as perdas na semana, com o setor de mineração e siderurgia entre os destaques, em sessão com números do mercado de trabalho norte-americano e o comportamento da inflação no Brasil sob os holofotes. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 2,03%, fechando a 112.833,20 pontos. O volume financeiro somou 34,2 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (08), por volta das 13h25, o dólar registrava alta de 0,07%, cotado a R$ 5,521 na venda. A pressão decorre do aumento da demanda defensiva antes de fim de semana, que pode ser prolongado para muita gente do mercado que deve emendar com o feriado de terça-feira, 12, no Brasil.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (08) cotado a R$ 5,5161, com troca de sinais em resposta à divulgação do relatório de emprego (payroll) nos EUA e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro (ambos abaixo do esperado), o dólar se acomodou ao longo da tarde, operando ao redor da estabilidade, com investidores preferindo não assumir novas posições.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Agência IBGE

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
11/10/2021