Cenário Econômico Nacional – 10/01/2022

Cenário Econômico Nacional – 10/01/2022

Cenário Econômico Nacional – 10/01/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central


Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

  • Governo recebe R$ 62 bilhões do BNDES, abaixo do esperado
  • Entra em vigor o novo salário mínimo de R$ 1.212,00
  • Impacto do aumento do mínimo nas despesas obrigatórias em 2022 será de R$ 40,8 bilhões
  • Secretário de Comércio Exterior destaca recuperação de exportações para EUA e EU
  • Balança comercial fecha 2021 com superávit de US$ 61 bilhões, diz Ministério da Economia
  • Após três anos, Brasil volta a registrar saldo positivo na entrada de dólares na economia, diz BC
  • FipeZap: preços dos imóveis residenciais têm maior alta em sete anos em 2021
  • Produção industrial cai 0,2% em novembro e tem 6ª queda seguida
  • FGV: indicador de emprego tem segunda queda consecutiva
  • Alimentos ficam 28% mais caros em 2021; é o maior nível em 10 anos
  • Bolsonaro sanciona desoneração da folha e mudança em estatuto de micro e pequenas e empresas
  • Bolsonaro é internado com obstrução intestinal, sem previsão de alta; Planalto diz que ele passa bem
  • Governadores pedirão à Anvisa que aprove aplicação da Coronavac em crianças menores de 5 anos
  • Para Planalto, ataque especulativo contra Flávia Arruda é pretexto para debandada de deputados do Centrão
  • Bolsonaro sanciona projeto que regulamenta cobrança de ICMS em vendas interestaduais
  • Governo não exigirá receita médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid
  • Petistas defendem Dilma após críticas por vice-presidente do partido
  • Bolsonaro prorroga até 2040 contratação de energia produzida por térmicas de carvão em Santa Catarina
  • Bolsonaro veta renegociação de dívidas para MEIs, micro e pequenas empresas
  • AGU diz ao STF que governo buscou ‘decisão segura’ sobre vacinação de crianças
  • Hidrovias do Brasil contrata financiamento para inovação tecnológica de R$ 38 milhões
  • Gol anuncia aprovação da aquisição da MAP Transportes Aéreos pelo Cade
  • Hapvida espera concluir aquisição da Intermédica no início de fevereiro
  • Cruzeiros têm 798 novos casos de Covid-19 em 9 dias, diz Anvisa
  • Alta nos casos de Covid e influenza afasta tripulantes da Azul e já afeta voos
  • Cade aprova compra de participação no Reclame Aqui pela Stone
  • Distribuição de veículos espera alta de 4,6% nas vendas em 2022, diz Fenabrave
  • Uber Eats deixará de fazer entregas de restaurantes a partir de 8 de março
  • Selic
  • IGP-M
  • IPCA
  • PIB
  • Mercado acionário e câmbio

Governo recebe R$ 62 bilhões do BNDES, abaixo do esperado

Numa queda de braço com o Ministério da Economia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) descumpriu o acordo fechado no início de 2021 que previa a devolução de R$ 100 bilhões dos empréstimos feitos pelo Tesouro ao banco estatal.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, contava com a devolução desses R$ 100 bilhões na sua estratégia para reduzir a dívida pública em 2021, depois dos gastos maiores com a estratégia de combate da pandemia da covid-19, a partir de março de 2020.

Nas projeções para a dívida bruta, a equipe econômica contava com o cumprimento do cronograma de devolução de R$ 100 bilhões em 2021 e de mais R$ 54 bilhões em 2022. Para 2021, o governo projetava uma dívida de 80,6% do Produto Interno Bruto (PIB), com queda para 79,5% no ano seguinte. Esse cenário agora terá de ser alterado.

O BNDES fez esta semana o último pagamento do ano, no valor de R$ 3,5 bilhões, totalizando R$ 62, 6 bilhões de devolução antecipada em 2021. Outros R$ 4,6 bilhões foram pagos referentes às parcelas ordinárias.

Os empréstimos do Tesouro ao BNDES marcaram a política econômica dos governos Lula e Dilma Rousseff e serviram para bancar o financiamento de empresas com juros mais baratos e taxas subsidiadas.

Após o Tribunal de Contas da União determinar a irregularidade das operações, há quase cinco anos, foi fechado um cronograma de devoluções, após certa resistência do BNDES, que chegou a ser cobrado pelo Ministério Público junto ao TCU no que se refere à realização dos pagamentos.

Em março deste ano, no entanto, o próprio banco de fomento havia confirmado que devolveria antecipadamente os valores em proposta encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU). O plenário do TCU considerou irregulares os contratos de empréstimos firmados entre a União e os bancos públicos realizados por meio da emissão direta de título do Tesouro, seja para a realização de políticas públicas setoriais ou para aumento de capital da instituição financeira.

O objetivo da devolução é viabilizar a redução do saldo da dívida pública mobiliária federal e do montante projetado de subsídios creditícios. Mas a operação sempre foi alvo de resistência do banco, que contava com parte dos títulos repassados pelo Tesouro no seu caixa para reforçar o seu lucro.

Questionado pelo Estadão, o banco alegou que o plano de devolução tinha dois cronogramas de antecipação distintos: um de compromisso firme, no qual as antecipações deveriam observar o ritmo do retorno dos recursos empregados em operações de crédito, e outro chamado de “melhores esforços”, cuja efetiva execução está sujeita ao atendimento de “certas condições” precedentes que terminaram por não se realizar.

No comunicado, o BNDES não explicou que condições seriam essas. Mas reconheceu que o cronograma de melhores esforços é uma forma de acelerar a liquidação antecipada que está sujeita a determinados condicionantes que não levem “à perda financeira do banco”.

Entra em vigor o novo salário mínimo de R$ 1.212,00

Começou a valer, a partir do sábado (01), primeiro dia do ano de 2022, o novo valor do salário mínimo no Brasil, que passa a ser de R$ 1.212,00 por mês. A mudança foi oficializada na sexta-feira (31), último dia de 2021, por meio de uma medida provisória (MP) assinada pelo presidente Jair Bolsonaro.

O novo valor considera a correção monetária pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) de janeiro a novembro de 2021 e a projeção de inflação de dezembro de 2021, estimada pela área técnica do Ministério da Economia. No total, o aumento será de 10,18% em relação ao valor anterior, que era de R$ 1.100,00.

Os estados também podem ter salários mínimos locais e pisos salariais por categoria maiores do que o valor fixado pelo governo federal, desde que não sejam inferiores ao valor do piso nacional.

O novo mínimo altera o valor de cálculo de benefícios previdenciários, sociais e trabalhistas. No caso das aposentadorias e pensões por morte ou auxílio-doença, os valores deverão ser atualizados com base no novo mínimo. O mesmo vale para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que corresponde a um salário mínimo e é pago a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Cálculos das contribuições dos trabalhadores ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também serão reajustados. Uma portaria do Ministério da Economia deverá ser publicada, nos próximos dias, com a oficialização dos novos valores.

Impacto do aumento do mínimo nas despesas obrigatórias em 2022 será de R$ 40,8 bilhões

O reajuste do salário mínimo em 2022 aumentará despesas do governo federal em cerca de R$ 40,8 bilhões, de acordo com cálculos do Ministério da Economia. Na sexta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro editou medida provisória que fixa em R$ 1.212 o valor do salário mínimo que começou a vigorar a partir de sábado dia 01 de janeiro. O valor é R$ 112,00 acima dos atuais R$ 1.100,00, mas, pelo terceiro ano seguido, não representa ganho real para o bolso do brasileiro.

De acordo com as estimativas do governo, para cada aumento de R$ 1,00 no salário mínimo, despesas com benefícios previdenciários, abono, seguro desemprego e Benefícios de Prestação Continuada (BPC) aumentam em aproximadamente R$ 364,8 milhões no ano de 2022.

Apesar da pressão política por um reajuste acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o governo não promoveu aumento real do salário mínimo por causa do impacto que causaria nas contas públicas, já que os benefícios da Previdência e também sociais estão atrelados ao valor. O reajuste para 2022 repõe apenas a perda no poder de compra dos brasileiros, devido à alta de preços ao longo de 2021.

A última vez que o salário mínimo teve ganho real foi no início de 2019, primeiro ano de mandato de Bolsonaro, quando ele assinou um decreto atualizando o valor do piso de acordo com a política de valorização aprovada no governo Dilma Rousseff (PT) e válida de 2016 a 2019.

Secretário de Comércio Exterior destaca recuperação de exportações para EUA e UE

O secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, destacou a recuperação das exportações brasileiras para destinos como Estados Unidos, que subiu 44,9% em 2021, e União Europeia, que aumentou 32,1%. Houve aumento também nas vendas para a China (28%), que continua sendo o principal comprador dos produtos brasileiros, e para o Mercosul, de 37%. Ele ressaltou ainda que, depois das frustrações registradas no ano passado por causa de questões climáticas, a safra de grãos deve ser recorde neste ano.

O crescimento das importações brasileiras em 2021, de 38,2%, está relacionado ao aumento na importação de combustíveis e energia elétrica, reflexo da crise hídrica enfrentada pelo país, além de compras de itens como vacina e insumos industriais. Além disso, a desvalorização do real, que deixou mais caros os itens importados, também contribuiu para o resultado.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia ressaltou que o aumento na corrente de comércio (soma de importações e exportações) de 35,8% reflete o crescimento das exportações (34%) e a alta “mais significativa” nas importações (38,2%). “Tivemos surpresa positiva nas importações. Há correlação de aumento das importações e recuperação da economia brasileira”, completou.

Balança comercial fecha 2021 com superávit de US$ 61 bilhões, diz Ministério da Economia

O Ministério da Economia informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 61 bilhões em 2021, valor abaixo do previsto pelo governo.

O valor é 21,1% superior ao saldo de 2020, quando, na média diária, houve superávit de US$ 50,4 bilhões (valor revisado).

O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando acontece o contrário, isto é, as importações superam as exportações, o resultado é de déficit.

Ao todo, em 2021:

  • as exportações somaram US$ 280,4 bilhões;
  • as importações somaram US$ 219,4 bilhões.

Considerando a média diária, o Brasil exportou 34% a mais na comparação com 2020, e registrou importações 38,2% maiores no período.

Em dezembro, a balança brasileira registrou superávit de R$ 3,9 bilhões, valor 39,7% superior ao registrado no mesmo mês de 2020, considerando a média diária. Ao longo de todo o ano de 2021, o resultado da balança só foi negativo nos meses de janeiro e novembro.

O superávit de 2021 aconteceu em um ano marcado pelo crescimento dos preços das “commodities” (produtos com cotação básica, como alimentos, petróleo e minérios) e pela alta do dólar.

Apesar de superavitário, o resultado da balança comercial de 2021 ficou abaixo do previsto pelo governo.

Na última revisão, feita em setembro, o Ministério da Economia projetava superávit de US$ 70,9 bilhões neste ano.

Em julho, o ministério previa que o ano de 2021 terminaria com um superávit ainda maior, de US$ 105,3 bilhões.

Uma desaceleração nos preços dos produtos exportados pelo Brasil e aumento na demanda por combustíveis importados estão entre os motivos que levaram a um superávit menor do que o projetado, segundo o governo.

Após três anos, Brasil volta a registrar saldo positivo na entrada de dólares na economia, diz BC

O Banco Central informou na quarta-feira (05) que o ingresso de dólares na economia brasileira superou a retirada em US$ 6,134 bilhões em 2021.

Na prática, este é o primeiro resultado positivo em três anos. Isso porque, desde 2018, a retirada da moeda estrangeira vinha superando a entrada. A série histórica do BC começou em 1982.

Nos últimos três anos, a retirada de dólares superou a entrada em:

  • US$ 27,9 bilhões em 2020;
  • US$ 44,7 bilhões em 2019;
  • US$ 995 milhões em 2018.

O último saldo positivo havia sido registrado em 2017, quando entraram US$ 625 milhões no país. O resultado de 2021 é o melhor em 6 anos, em 2015, a entrada de recursos na economia brasileira totalizou US$ 9,414 bilhões.

A entrada de dólares se dá quando investidores enviam dinheiro ao Brasil para pagar por compra de produtos brasileiros ou para realizar aplicações financeiras e investimentos em empresas, por exemplo.

O dólar sai quando esses investidores retiram recursos do Brasil para, normalmente, aplicar em outros países, ou para pagar pelas importações realizadas. Essas operações ocorrem por meio de remessas feitas por bancos contratados por esses investidores.

O dólar encerrou 2021 com alta de 7,47% contra o real, cotado a R$ 5,5748. Em 2020, a moeda norte-americana avançou 29% em relação à brasileira.

FipeZap: preços dos imóveis residenciais têm maior alta em sete anos em 2021

Os preços dos imóveis residenciais encerraram 2021 com uma alta acumulada de 5,29%, o maior avanço desde 2014, quando houve uma elevação nominal de 6,70%, segundo pesquisa divulgada na quarta-feira (05) pelo FipeZap.

Apesar do avanço, resultado ainda está abaixo da inflação projetada para o período, de 9,28%.

O preço médio de venda de imóveis em dezembro, por sua vez, subiu 0,48%, após um avanço de 0,53% em novembro. O índice também ficou abaixo da inflação esperada para o mês, de 0,68%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês será divulgado em 11 de janeiro e, se a previsão se confirmar, o valor dos imóveis em dezembro terá registrado queda real (descontada a inflação) de 0,20%.

O FipeZap monitora a variação do preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 cidades.

A alta nos preços dos imóveis em 2021 ocorreu em um cenário de juros baixos, mas em tendência de alta no final do ano por conta da disparada da inflação. Em dezembro, o Copom ajustou a Selic para 9,25% ao ano.

Produção industrial cai 0,2% em novembro e tem 6ª queda seguida

A produção industrial brasileira caiu 0,2% em novembro, na comparação com outubro, na sexta retração mensal consecutiva, evidenciando as dificuldades de recuperação enfrentadas pelo setor, segundo os dados divulgados na quinta-feira (06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação a novembro de 2020, houve queda de 4,4%. No ano, a indústria acumula alta de 4,7% até novembro. Em 12 meses, a intensidade de crescimento foi reduzida para 5%.

A média móvel trimestral encerrado em novembro ficou em -0,5%.

“Apesar de acumular, nos 11 meses de 2021, um avanço de 4,7% frente ao mesmo período do ano anterior, a indústria continua a se afastar cada vez mais do patamar pré-pandemia”, destacou o IBGE.

Com mais uma queda, a indústria se encontra 4,3% abaixo do patamar de antes da pandemia, de fevereiro de 2020, e 20,4% abaixo no nível recorde registrado em maior de 2011.

O resultado frustrou as expectativas. A projeção de pesquisa da Reuters com economistas era de alta de 0,1% na variação mensal e de queda de 4,2% na base anual.

A queda de 0,2% em novembro foi acompanhada por pouco menos da metade (12) dos 26 ramos pesquisados, com destaque para os produtos de borracha e de material plástico (-4,8%), que perderam toda a expansão acumulada (3,5%) nos meses de setembro e outubro, e metalurgia (-3,0%), que acumulou perda de 7,7% em 3 meses.

Outras contribuições negativas relevantes vieram de produtos de metal (-2,7%), de bebidas (-2,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,6%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-4,5%) e de produtos diversos (-4,5%).

FGV: indicador de emprego tem segunda queda consecutiva

O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve queda de 1,2 ponto em dezembro, encerrando 2021 com 81,8 pontos. É a segunda queda consecutiva do indicador, que chegou ao menor patamar desde abril do ano passado.

O Iaemp busca antecipar tendências do mercado de trabalho para os próximos meses e é calculado com base em entrevistas com consumidores e empresários da indústria e do setor de serviços.

Cinco dos sete componentes do indicador tiveram queda, com destaque para a situação atual dos negócios da indústria, que recuou 7 pontos, e para tendências dos negócios de serviços, que cedeu 3 pontos. Os dois componentes que tiveram alta foram situação atual dos negócios de serviços (2,5 pontos) e emprego previsto da indústria (2,2 pontos).

“A desaceleração da economia no final de 2021, observada nos principais setores, parece ser o principal fator para esse resultado já que a pandemia, neste momento, parece controlada. Para os primeiros meses de 2022, é difícil vislumbrar um cenário muito favorável para o mercado de trabalho considerando o frágil ambiente macroeconômico que deve persistir no curto prazo”, afirma o economista da FGV Rodolpho Tobler.

Alimentos ficam 28% mais caros em 2021; é o maior nível em 10 anos

Os preços mundiais dos alimentos saltaram 28% em 2021, para seu nível mais alto em 10 anos, e as esperanças de um retorno a condições de mercado mais estáveis neste ano são mínimas, disse Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), a agência de alimentos da ONU.

O índice de preços dos alimentos da FAO, que acompanha as commodities alimentares mais comercializadas globalmente, teve média de 125,7 pontos em 2021, a maior desde 2011, quando atingiu 131,9 pontos.

O índice mensal diminuiu ligeiramente em dezembro, mas subiu nos últimos quatro meses consecutivos, refletindo retrocessos na colheita e a forte demanda no ano passado.

Os preços mais altos dos alimentos contribuíram para um aumento mais amplo da inflação, à medida que as economias se recuperam da crise causada pela pandemia de Covid-19, e a FAO alertou que os custos mais altos estão colocando as populações mais pobres em risco nos países que dependem das importações.

Em sua última atualização, a agência de alimentos da ONU estava cautelosa sobre se as pressões sobre os preços poderiam diminuir este ano.

“Embora os preços normalmente altos devam dar lugar ao aumento da produção, o alto custo dos insumos, a pandemia global em curso e as condições climáticas cada vez mais incertas deixam pouco espaço para otimismo sobre um retorno a condições de mercado mais estáveis, mesmo em 2022”, afirmou o economista sênior da FAO, Abdolreza Abbassian, em um comunicado.

Um aumento no preço dos fertilizantes, ligado por sua vez aos preços crescentes da energia, aumentou o custo dos chamados insumos usados pelos agricultores para produzir safras, levantando dúvidas sobre as perspectivas de rendimento das colheitas para o próximo ano.

Bolsonaro sanciona desoneração da folha e mudança em estatuto de micro e pequenas e empresas

O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que renova a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores da economia que mais empregam no país, garantindo a prorrogação por mais dois anos do benefício que se encerraria no final de 2021, informou neste sábado a Secretaria-Geral da Presidência.

“Segundo essa medida, as empresas podem optar por deixar de pagar a contribuição previdenciária calculada sobre a folha de pagamentos e continuar a contribuir com base na sua receita bruta. Assim, as empresas passam a ter um maior incentivo para a contratação de pessoal”, disse a Secretaria-Geral em nota.

A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na sexta-feira, último dia do ano.

Como se trata de prorrogação de benefício fiscal já existente, não será necessária nova compensação fiscal, de acordo com o governo, nos termos de orientação emitida pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No entanto, o Executivo precisou editar uma medida provisória revogando a necessidade de a União compensar o valor da desoneração.

“Com a correção na metodologia antiga, não haverá criação de nova despesa orçamentária, o que tornou possível sancionar a prorrogação da desoneração com os recursos já existentes no Orçamento”, disse a Secretaria-Geral.

A legislação sancionada também prorroga o prazo referente a acréscimo de alíquota da Contribuição Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Cofins-Importação).

O governo vinha estudando fontes alternativas de receita para compensar o que deixará de ser arrecadado com a desoneração. Além de uma possível prorrogação da sobretaxa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até 2023, o governo avaliava manter em patamar elevado a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) cobrada de instituições financeiras.

Bolsonaro também sancionou na edição extra do Diário Oficial projeto que altera o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

“A sanção ao projeto será importante para promover o empreendedorismo e o desenvolvimento dos micro e pequenos empreendedores, especialmente aos que atuam com transporte de cargas”, disse a Secretaria-Geral.

Bolsonaro é internado com obstrução intestinal, sem previsão de alta; Planalto diz que ele passa bem

Em uma nota divulgada no início da manhã de segunda-feira (03), a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência (Secom), informou que o presidente Jair Bolsonaro passa bem após ter sido internado com obstrução abdominal.

Bolsonaro sentiu dores abdominais durante as férias em Santa Catarina e, na madrugada, foi hospitalizado em São Paulo.

“A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) informa que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, após sentir um desconforto abdominal, deu entrada no Hospital Nova Star, em São Paulo, na madrugada de segunda-feira (03), para a realização de exames. A Secom informa, ainda, que o Presidente passa bem e que mais detalhes serão divulgados posteriormente, após atualização do boletim médico”, informou a Secom.

O presidente postou em suas redes sociais uma foto no hospital. O presidente disse que começou a passar mal após o almoço do domingo (02) e que em breve fará novos exames.

O hospital Vila Nova Star disse em boletim médico que não há previsão de alta e que Bolsonaro está estável e em tratamento. Informou também que o médico que cuida do presidente, Antônio Luiz Macedo, que está voltando das Bahamas, vai assumir o caso.

“O Hospital Vila Nova Star informa que o Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, deu entrada na unidade na madrugada de segunda-feira (03), devido a um quadro de suboclusão intestinal. Ele está estável, em tratamento e será reavaliado ao longo desta manhã pela equipe do Dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo. No momento, sem previsão de alta”, informou a instituição.

Governadores pedirão à Anvisa que aprove aplicação da Coronavac em crianças menores de 5 anos

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do Fórum de Governadores, quer organizar para os próximos dias uma reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pedir pressa na avaliação sobre a aplicação da Coronavac em crianças menores de 5 anos.

Atualmente, a única vacina autorizada para uso pediátrico é a da Pfizer, para crianças de 5 a 11 anos.

A reunião, se confirmada, será feita com a participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de outros governadores.

Wellington Dias afirma que médicos têm alertado que crianças menores de cinco anos precisam entrar no esquema vacinal da Covid porque já frequentam creches e escolas infantis.

A preocupação é com a garantia da imunização das crianças com a perspectiva da volta às aulas já nas próximas semanas.

Na segunda-feira (03), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as doses de vacinas para crianças devem chegar em janeiro ao Brasil e serem distribuídas aos estados (veja no vídeo acima).

Segundo o Instituto Butantan, que produz a Coronavac no Brasil, a vacina tem sido usada em crianças de 3 a 11 anos em países como China, Chile, Equador, Hong Kong, Indonésia e Camboja. Outros países avaliam a vacinação.

Até o momento, o Ministério da Saúde não incluiu a vacinação de crianças no Programa Nacional de Vacinação, apesar da autorização da Anvisa.

Dias afirma que, na pauta com a Anvisa, está também uma atualização sobre testes da vacina da Pfizer para crianças a partir se seis meses e estratégias para acelerar a vacinação já aprovada.

Para Planalto, ataque especulativo contra Flávia Arruda é pretexto para debandada de deputados do Centrão

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro enxergaram no ataque especulativo contra a ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, um pretexto para o início de uma debandada de deputados do Centrão no Nordeste.

Essa semana, o líder do Republicanos, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), da Paraíba, pediu a cabeça de Arruda com o argumento de que a ministra não cumpriu acordos feitos para liberação de verbas por meio de emendas.

No Planalto é ressaltado que nunca se liberou tanto dinheiro para parlamentares como agora, principalmente, com as emendas de relator. Este ano foram empenhados R$ 15,256 bilhões dos R$ 16,865 previstos no Orçamento de 2021 para este tipo de verba.

“Motta até tem razão de cobrar acordo, mas não pode ser insaciável. Tudo tem limite”, argumentou ao blog um auxiliar palaciano.

O movimento é visto com preocupação por aliados do Bolsonaro. A avaliação é que deputados do Centrão estão com dificuldade de subir no palanque pela reeleição do presidente, especialmente no Nordeste, por causa da rejeição elevada.

A avaliação no Planalto é que ao atacar Flávia Arruda diretamente, o deputado Hugo Motta mira o presidente Jair Bolsonaro e com isso tenta se afastar do governo. Tanto, que o próprio Bolsonaro saiu em defesa da ministra palaciana em entrevista em São Paulo.

“A indicação da Flávia Arruda foi minha. Por que eu a indiquei? Não é por ser mulher, por nada. É pela competência dela. Agora, onde a Flávia Arruda está errando? Desconheço. Se por ventura estiver errando, como acontece, né, eu chamo e converso com ela. Ela não será demitida jamais pela imprensa”, afirmou Bolsonaro na quarta-feira (05).

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também saiu em defesa de Arruda.

Para o Planalto, outros parlamentares do Centrão também estão em busca de uma desculpa para abandonar o barco de Bolsonaro.

Bolsonaro sanciona projeto que regulamenta cobrança de ICMS em vendas interestaduais

O presidente Jair Bolsonaro sancionou um projeto de lei que regulamenta a cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em vendas interestaduais destinadas a consumidor não contribuinte, ou seja, quando o consumidor está em um estado diferente de onde foi feita a compra.

O texto teve a tramitação concluída no Congresso em dezembro. A sanção de Bolsonaro foi publicada na edição de quarta-feira (05) do “Diário Oficial da União”.

Até 2015, a legislação destinava ao estado de origem do produto todo o ICMS devido, mesmo em operações cujo consumidor estava em outro estado (e, assim, não era um consumidor contribuinte do ICMS).

Com o crescimento do comércio eletrônico, surgiu a necessidade de rever as regras sobre origem e destino. O Congresso aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em 2015 estabelecendo que:

  • No estado de origem, é cobrada apenas a alíquota interestadual do ICMS
  • No estado do destino, é cobrada a diferença entre a alíquota interna desse estado e o que já foi cobrado na origem

Mas essa norma foi regulamentada por meio de convênios do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Consefaz), com regras sobre a base de cálculo, o recolhimento de cada parcela e a forma de cálculo do ICMS pertencente aos estados de origem e de destino do produto, o que, posteriormente, foi questionado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com isso, o STF determinou que o Congresso aprovasse uma lei regulamentando as regras. Foi essa lei que, agora, Bolsonaro sancionou.

Governo não exigirá receita médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid

O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (5) as regras para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, e abriu mão da exigência de receita médica para imunização dessa faixa etária.

Segundo o ministério, o primeiro lote de vacinas pediátricas deve chegar ao país no próximo dia 13. A distribuição aos estados começará a ser feita no dia seguinte, se o cronograma for cumprido, o que permitiria o início da vacinação nos municípios entre os dias 14 e 15 deste mês.

De acordo com o governo, a vacinação infantil ocorrerá:

  • em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente e para crianças quilombolas e indígenas;
  • sem necessidade de autorização por escrito, desde que pai, mãe ou responsável acompanhe a criança no momento da vacinação;
  • com intervalo de oito semanas, um prazo maior que o previsto na bula, de três semanas.

Apesar de não exigir a receita médica, o Ministério da Saúde disse orientar que os pais “procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização”.

Petistas defendem Dilma após críticas por vice-presidente do partido

Parlamentares do PT defenderam a ex-presidente Dilma Rousseff após o vice-presidente do partido, Washington Quaquá, voltar a dizer que ela não tem mais relevância eleitoral.

“Me perguntaram se ela teria relevância na campanha do Lula e eu disse que não, pois ela não tem mais relevância eleitoral”, disse ele em entrevista à revista Fórum. “Não fui desrespeitoso. A política não é só eleição, mas em termos eleitorais não vejo como ela pode contribuir com uma figura eleitoralmente grande como a de Lula”.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que as afirmações do vice são “injustas, absurdas e preconceituosas”. “Minha total solidariedade à Dilma diante das inaceitáveis manifestações do Quaquá. É um dirigente do PT, suas falas ganham repercussão contra nós além de serem injustas, absurdas e preconceituosas. Sinceramente não entendo as motivações em provocar toda essa polêmica absurda!”, escreveu ele no Twitter.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também se manifestou, dizendo que não aceitará que a luta das mulheres petistas seja desqualificada. “Meu apoio e solidariedade a ex-presidenta Dilma. Jamais aceitaremos que nossa força e luta sejam desqualificadas. Dilma, assim como todas as mulheres do PT, são relevantes na história, na construção e na política do Brasil”, escreveu.

Bolsonaro prorroga até 2040 contratação de energia produzida por térmicas de carvão em Santa Catarina

O presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei, aprovado pelo Congresso, que prorroga até 2040 a contratação de energia elétrica produzida pelo Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, no sul de Santa Catarina. A sanção foi publicada no “Diário Oficial da União” (DOU) de quinta-feira (06).

O parque é formado por três usinas termelétricas movidas a carvão mineral, combustível considerado pelos especialistas como um dos mais poluentes do mundo. As usinas a carvão vêm sendo desativadas em vários países e substituídas, entre outras, por térmicas movidas a gás natural, combustível menos poluente.

Segundo a Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), o custo de contratação da energia gerada pelo complexo é de R$ 2,24 bilhões ao ano, sendo que era possível economizar R$ 840 milhões se fosse contratada energia de usinas mais competitivas, como as eólicas e solares.

Victor Iocca, gerente de energia elétrica da Abrace, lembra que o valor é pago por todos os consumidores de energia, do mercado livre e regulado, através de um encargo embutido na tarifa de energia.

“A lei obriga os brasileiros a contratar energia do carvão que é mais cara e suja, sendo que a gente poderia contratar de energias competitivas, como a eólica e solar, até mesmo optar por térmicas a gás”, explica Iocca. O governo não informou valores ao sancionar a lei.

Na prorrogação dos contratos, o Ministério de Minas e Energia (MME) deverá se comprometer com a compra da energia gerada pelas usinas, na modalidade de reserva. Com isso, a energia produzida pelo complexo ficará à disposição do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para ser usada quando necessário. Por exemplo, quando houver escassez da energia produzida pelas hidrelétricas.

O preço a ser pago será calculado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Pelo menos 80% do carvão usado pelas usinas do complexo para gerar energia precisa sair da região carbonífera de Santa Catarina.

Bolsonaro veta renegociação de dívidas para MEIs, micro e pequenas empresas

O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o projeto que previa a criação de um programa de renegociação de dívidas para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte enquadrados no Simples Nacional. O veto foi publicado no “Diário Oficial da União” na sexta-feira (07).

Bolsonaro justificou que a proposta incorre em vício de inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público, uma vez que, ao instituir o benefício fiscal, implicaria em renúncia de receita.

A Câmara dos Deputados aprovou o projeto em dezembro.

O programa foi batizado de Renegociação em Longo Prazo de débitos para com a Fazenda Nacional ou devidos no âmbito do Simples Nacional (Relp). Pelo texto, o prazo para adesão se encerraria um mês após a sanção da proposta.

O projeto beneficiaria, inclusive, empresas que estivessem passando por recuperação judicial. Pela proposta, as empresas poderiam dar uma entrada em até oito vezes. O valor da entrada variava de acordo com a queda de faturamento dos empresários.

O prazo para pagamento das dívidas era de 180 meses após o pagamento da entrada. As parcelas teriam vencimento entre o último dia do mês seguinte à publicação da lei e o último dia do oitavo mês após a publicação.

Os descontos poderiam chegar a 90% nas multas e nos juros e a 100% no caso dos encargos legais, a depender das perdas das empresas no ano passado.

As condições mais vantajosas, segundo o texto, seriam oferecidas às empresas que registraram maiores quedas de faturamento, na comparação entre os anos de 2019 e 2020. Além disso, os valores das primeiras 36 prestações também seriam reduzidos.

Segundo o relator da matéria, deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP), a reabertura do prazo de adesão ao programa iria “injetar, em período curto, recursos nos cofres públicos, decorrentes da adesão dos devedores”.

“Ao invés de impactar negativamente o orçamento público, o parcelamento dará ensejo a um aumento imediato da arrecadação. Na medida em que estabelece condições mais adequadas para a liquidação de débitos de difícil recuperação, a proposição tem o condão de possibilitar o ingresso imediato de recursos públicos, em especial diante da exigência do pagamento de entrada, ainda este ano, em algumas modalidades de extinção de débitos”, escreveu em seu parecer.

AGU diz ao STF que governo buscou ‘decisão segura’ sobre vacinação de crianças

Em resposta a despacho do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo Jair Bolsonaro enviou na noite de quarta-feira (5), à corte máxima, manifestação alegando que foram tomadas “todas as providências cabíveis para uma decisão segura e responsável” sobre a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Imunização.

A posição foi externada após o Ministério da Saúde divulgar os detalhes da imunização de crianças, 20 dias depois de a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso da vacina da Pfizer para crianças e após declarações do chefe da pasta, Marcelo Queiroga, de que as mortes pela doença nessa faixa etária estão em nível que não demanda “decisões emergenciais”.

No documento protocolado na corte, a Advocacia-Geral da União sustentou que a realização da consulta e da audiência pública sobre o assunto, rechaçadas por especialistas e pela comunidade científica, teve o objetivo de “agregar conhecimento técnico com aquele proveniente de representantes da administração pública, legislativo, sociedades científicas e sociedade civil, aumentando a segurança” da decisão sobre a imunização de crianças.

A AGU havia sido instada a se manifestar no âmbito de uma ação movida por partidos de oposição que, desde outubro de 2020, cobram medidas mais efetivas para a imunização da população contra o novo Coronavírus. Após a Anvisa aprovar a vacina da Pfizer para crianças, o PT pediu que o Ministério da Saúde seja obrigado a estabelecer um cronograma para a distribuição dos imunizantes a crianças na faixa dos 5 aos 11 anos.

Vinte dias depois do aval da Anvisa, o Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, a autorização para a aplicação da vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, sem exigência de prescrição médica, como o governo havia indicado em um primeiro momento. O intervalo da aplicação das duas doses pediátricas será de 8 semanas e a imunização começa ainda em janeiro. A pasta não fixou uma data específica para o início da vacinação.

Consideração o anúncio feito pelo Ministério da Saúde, a AGU defendeu ao Supremo que seja reconhecida a “perda do objeto” das ações que tratavam da inclusão de crianças no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.

A política da imunização das crianças conta com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e de especialistas de todo mundo, sendo que em diversos países a vacinação de tal população já foi iniciada. No entanto, o assunto enfrentou resistência do presidente Jair Bolsonaro e de apoiadores da ala ideológica do governo.

Após a Anvisa avalizar a vacinação de crianças, Bolsonaro chegou a ameaçar divulgar os nomes dos diretores técnicos da autarquia. O discurso foi acompanhado pela base aliada do chefe do Executivo.

Hidrovias do Brasil contrata financiamento para inovação tecnológica de R$ 38 milhões

A Hidrovias do Brasil divulgou que o conselho de administração da companhia aprovou o financiamento para projeto de inovação tecnológica com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a HBVDC, sociedade controlada pela companhia, no valor de até R$ 38 milhões, no prazo de 120 meses.

Além disso, foram aprovados os instrumentos de garantia financeira necessários para a execução da operação, podendo ser seguro garantia ou fiança bancária.

Gol anuncia aprovação da aquisição da MAP Transportes Aéreos pelo Cade

A Gol anunciou na segunda-feira (03), por meio de fato relevante enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que emitiu, em 30 de dezembro de 2021, despacho referente à aquisição da MAP Transportes Aéreos, confirmando que a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a operação sem restrições.

Segundo comunicado, a decisão de aprovação se tornará definitiva no prazo de 15 dias corridos a partir de sua publicação, não havendo recurso de terceiros ou avocação pelo Tribunal do Cade.

A MAP será adquirida por R$ 28 milhões em dinheiro e ações, a ser pago após o cumprimento de todas as condições precedentes, composto por 100.000 ações GOLL4 a R$ 28 por ação e R$ 25 milhões em dinheiro a serem pagos em 24 parcelas mensais. No fechamento, a Gol assumirá até R$ 100 milhões de compromissos financeiros da MAP.

Hapvida espera concluir aquisição da Intermédica no início de fevereiro

A Hapvida anunciou na terça-feira (03) que espera concluir a compra da rival Notre Dame Intermédica no início de fevereiro, após a operação ser aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“A próxima etapa contempla o fechamento da operação que deverá ocorrer no início de fevereiro de 2022”, afirmou a Hapvida em fato relevante.

Pouco antes da publicação a B3 suspendeu os negócios com ações da empresa.

Cruzeiros têm 798 novos casos de Covid-19 em 9 dias, diz Anvisa

Cinco embarcações que operam no Brasil registraram 798 novos casos de Covid-19 em apenas 9 dias. O dado representa um crescimento em 25 vezes das infecções confirmadas nos primeiros 55 dias da temporada de navios de cruzeiro, quando 31 pessoas estavam contaminadas, disse a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o órgão, o aumento exponencial dos casos reforça a necessidade da sua Nota Técnica, em que recomendou ao Ministério da Saúde a suspensão provisória imediata da temporada de navios de cruzeiro no Brasil.

No total, desde o início da temporada, no dia 1 de novembro, foram confirmados 829 casos de infecção entre tripulantes e passageiros dessas embarcações.

Deste número, 60% se trata de tripulantes. Segundo a Anvisa, isso ocorre por serem viajantes que passam maior período de permanência nos navios. Para a organização, essas ocorrências apontam maior grau de risco à condição sanitária desses cruzeiros.

De acordo com a nota da Agência, com representantes do Ministério da Saúde, estados e municípios apoiaram a posição do órgão pela suspensão provisória da temporada de navios de cruzeiro no Brasil.

Alta nos casos de Covid e influenza afasta tripulantes da Azul e já afeta voos

O aumento de casos de Covid e de influenza em todo o país começa a impactar os voos e as operações da Azul. A empresa aérea é a líder em transportes de passageiros no Brasil nos últimos 12 meses, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aéreo (Anac).

“Nos últimos dias, começamos a ser afetados por um alto número de dispensas médicas, tanto no grupo de voo quanto em nossos times de solo, Azulcenter [central de atendimento da empresa] e demais áreas administrativas. Por conta disso, os próximos dias serão mais desafiadores para nossa operação como um todo e já começamos a realizar alguns ajustes para enfrentar essa situação”, disse na quarta-feira (05) o presidente da empresa, John Rodgerson, em comunicado distribuído a funcionários a que o g1 teve acesso.

As dispensas ocorrem diante da necessidade de isolamento de tripulantes com síndromes gripais como Covid-19, em meio ao avanço da variante Ômicron, e do vírus H3N2 da influenza.

O texto da Azul diz ainda que o número alto de dispensas médicas “está afetando diversos setores da economia, não só no Brasil, mas em outros países”. Rodgerson reforça o fato de a empresa não ter nenhum tripulante internado graças à vacinação e ao fato de a variante Ômicron ser, aparentemente, menos agressiva que as anteriores. O presidente da Azul pede ainda para que os funcionários sigam se vacinando e tomando medidas de proteção, como uso de máscaras e protocolos de higiene.

Cade aprova compra de participação no Reclame Aqui pela Stone

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a compra de participação no Reclame Aqui pela Stone (NASDAQ:STNE) (SA:STOC31). A operação foi notificada pelas empresas ao órgão em 21 de dezembro do ano passado.

Pelo negócio, a Stone adquire 50% da Reclame Aqui.

“A Operação se insere na estratégia do Grupo Stone de ampliar o leque de serviços ofertados aos seus clientes, além de ser uma oportunidade para os vendedores de alavancar o desenvolvimento do seu negócio, a partir da incorporação da expertise do Grupo Stone”, informou a empresa, ao Cade.

Distribuição de veículos espera alta de 4,6% nas vendas em 2022, diz Fenabrave

As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em 2022 devem subir 4,6%, para 2,216 milhões de unidades, estimou a associação de concessionárias de veículos, Fenabrave, na quinta-feira (06).

A primeira expectativa da entidade para o setor foi feita após um 2021 em que os emplacamentos de veículos no país cresceram 2,98%, para 2,119 milhões de unidades, bem abaixo das previsões iniciais da indústria divulgadas quando a crise de fornecimento de peças e novas ondas de Covid-19 ainda não tinham atingido o setor.

“Ainda vivemos uma crise global, de abastecimento de insumos e componentes na indústria, e novos desafios têm surgido para o setor, como os constantes aumentos nas taxas de juros, que vêm impactando nos financiamentos”, afirmou em comunicado à imprensa o novo presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior.

A expectativa da entidade para a venda de automóveis em 2022 é de alta de 2,9%, a 1,6 milhão de unidades. Para comerciais leves, segmento formado por utilitários esportivos (SUV), picapes e vans, a Fenabrave espera crescimento de 9,7%, para 456,8 mil veículos.

A associação também aposta em expansão de 7,3% nos licenciamentos de caminhões, a 136,6 mil unidades, e de aumento de 8% nos emplacamentos de ônibus, para 19.180 veículos.

Uber Eats deixará de fazer entregas de restaurantes a partir de 8 de março

O aplicativo de delivery Uber Eats deixará de fazer entregas de restaurantes a partir do dia 8 de março. A companhia disse que continuará funcionando, mas somente para itens de supermercados e lojas.

“A partir de agora, a empresa vai trabalhar em duas frentes: com a Corner shop by Uber, para serviços de intermediação de entrega de compras de supermercados, atacadistas e lojas especializadas; e de entrega de pacotes pelo Uber Flash”, afirmou a companhia.

O aplicativo disse ainda que planeja expandir no Uber Direct, uma opção corporativa que permite que lojas façam entregas no mesmo dia para seus clientes, e em meios de transporte, como motos e táxis, para oferecer seus produtos.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) disse que o fim do Uber Eats no Brasil deixa o setor com “muita apreensão”.

Para Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, a descontinuação do serviço representa uma significativa perda de competitividade no mercado de delivery.

Em outubro de 2019, a Uber comprou participação majoritária da startup chilena Cornershop e integrou os pedidos de supermercado ao Uber Eats.

No Brasil, mercado de delivery por aplicativos é dominado pelo iFood, com mais de 70% de participação.

Em março passado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proibiu a empresa de realizar novos contratos de exclusividade com restaurantes após uma reclamação conjunta do Uber Eats e do Rappi.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 11,75%, ante 11,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Os contratos de locação em andamento, com aniversário em janeiro de 2022 e correção pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), medido pela Fundação Getúlio Vargas, poderão ser reajustados em 17,78%. Com alta de 0,87% no mês de dezembro passado, fecha-se o comportamento dos preços no período de 12 meses compreendido entre janeiro e dezembro de 2021.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (10), a projeção para o IGP-M ficou em 5,56%, ante 5,49% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A mediana apurada no Relatório Focus para o IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 continua a apontar para o segundo ano consecutivo de rompimento da meta a ser perseguida pelo Banco Central (BC). A projeção continuou em 5,03%, contra 5,00% do teto da meta deste ano. Há um mês, a previsão era de 5,02%.

Para 2021, a mediana cedeu marginalmente de 10,02% para 10,01%, mas é quase o dobro da banda superior do objetivo inflacionário (5,25%). A estimativa era de 10,18% há quatro semanas.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (10), os economistas mantiveram as estimativas do IPCA para 5,03%, ante 5,03% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O agronegócio e setores correlatos, como a indústria de tratores e equipamentos, os serviços agropecuários e a exportação de matérias-primas agropecuárias, serão praticamente os únicos motores com que a economia brasileira poderá contar em 2022. É consenso entre economistas ouvidos pelo Estadão que o avanço da cadeia da agricultura e da pecuária, projetado entre 3,5% e 5%, deve evitar um desempenho ainda pior do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano.

Por enquanto, o mercado espera um aumento do PIB de 0,5% para 2022, segundo o mais recente Boletim Focus do Banco Central (BC). É um tombo em relação ao crescimento previsto para 2021, de 4,5%, e um resultado insuficiente para dar conta do crescimento da população, de cerca de 0,7%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (10), A projeção para o PIB ficou em 0,28%, ante 0,36% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (03), o Ibovespa fechou em queda, o recuo ocorreu sob influência de ações ligadas ao consumo interno, mais sensíveis à taxa de juros e à inflação, como construção e varejo, e apesar dos ganhos dos papéis de maior peso no índice, incluindo Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE3) e grandes bancos. O índice Ibovespa teve queda de 0,86%, a 103.921,59 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,7 bilhões.

Na terça-feira (04), o Ibovespa fechou em queda, o movimento foi descolado do exterior, onde as principais bolsas fecharam em alta, além das discussões sobre juros e das movimentações do petróleo. O índice Ibovespa teve queda de 0,39%, a 103.513,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,9 bilhões.

Na quarta-feira (05), o Ibovespa fechou em queda, com o mercado avaliando a ata da última reunião do Fomc, comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos, divulgada a tarde. O dólar disparou e as taxas do DI tiveram altas consideráveis. Lá fora, as bolsas de Nova York fecharam no vermelho, com o Nasdaq caindo mais de 3%. O índice Ibovespa teve queda de 2,42%, a 101.005 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,9 bilhões.

Na quinta-feira (06), o Ibovespa fechou em alta, embora tenha perdido força no final, em sessão volátil no exterior, com investidores ainda refletindo um discurso mais firme do Federal Reserve (Fed) na véspera. O índice chegou a subir 1,2% na máxima com o suporte de ações de commodities e de bancos, mas recuou posteriormente. O índice Ibovespa teve alta de 0,55%, a 101.561,05 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,4 bilhões.

Na sexta-feira (07), por volta das 13h27, o índice Ibovespa operava em alta de 0,25%, a 101.819,97 pontos. À medida que investidores digeriam importante dado de emprego nos Estados Unidos divulgado pela manhã, em sessão volátil e esvaziada de influências domésticas. Empresas de commodities ajudavam positivamente o índice, enquanto ações de companhias relacionadas ao consumo estavam na ponta oposta. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 1,14%, fechando a 102.719,47 pontos. O volume financeiro somou 26,3 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (07), por volta das 13h38, o dólar registrava queda de 0,77%, cotado a R$ 5,6390 na venda. Com investidores digerindo um relatório de emprego dos Estados Unidos que, embora mais fraco do que o esperado, segue condizente com um mercado de trabalho apertado, reforçando expectativas de aumentos antecipados de juros na maior economia do mundo.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (07) cotado a R$ 5,6318, em meio a uma correção global de baixa na divisa norte-americana conforme o mercado tentou decifrar dados mistos de emprego nos Estados Unidos e seus impactos sobre o cenário de alta de juros por lá.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
10/01/2022