Cenário Econômico Nacional – 14/02/2022

Cenário Econômico Nacional – 14/02/2022

Cenário Econômico Nacional – 14/02/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central


Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

  • Gastos com juros da dívida pública sobem R$ 136 bilhões em 2021, valor que supera orçamento do Auxílio Brasil
  • Inflação pelo IGP-DI acelera alta para 2,01% em janeiro com pressão de commodities e combustíveis
  • Copom projeta novo estouro da meta de inflação em 2022 e indica alta menor do juro em março
  • Brasil e Estados Unidos colocam em vigor acordo comercial e de transparência
  • IPCA: inflação fica em 0,54% janeiro, maior para o mês desde 2016
  • Procura pelo rotativo do cartão de crédito em 2021 é a maior em dez anos, revela Banco Central
  • ICMS sobre combustíveis representa 14,7% da arrecadação dos estados, mostra levantamento
  • Brasil registra saldo positivo de 2,6 milhões de novas empresas em 2021
  • Turismo deixou de faturar R$ 473,7 bilhões com pandemia, diz CNC
  • ‘Prévia’ do PIB do Banco Central indica que economia brasileira teve crescimento de 4,5% em 2021
  • Justiça Federal rejeita denúncia contra Temer, Moreira Franco e mais seis por corrupção e lavagem de dinheiro
  • Inflação dos combustíveis gera ‘corrida de propostas’ no Congresso
  • Bolsonaro na Rússia: como visita a Putin pode afetar relação com EUA
  • Rosa Weber determina que INSS e Defensoria informem sobre análise de benefícios previdenciários
  • Ministério da Economia regulamenta compra de passagem aérea em classe executiva para ministros e servidores
  • Lula mantém liderança em corrida ao Planalto seguido por Bolsonaro, diz Genial/Quaest
  • Senado aprova PEC que determina o reinvestimento de 70% de outorgas no setor de infraestrutura
  • PT e PSB se encontram em Brasília para tentar desatar impasses para formar federação
  • Governo fará leilão conjunto de aeroportos Galeão e Santos Dumont em 2023
  • ‘Marina Silva não foi convidada’, diz Ciro Gomes sobre vaga de vice na chapa presidencial
  • Saraiva revê plano de recuperação judicial com dívida de R$ 271,5 milhões
  • Após Petz, Cobasi e Petlove devem ir às compras
  • Venda de cimento cai no Brasil em janeiro, diz Snic
  • Vendas de veículos caem 38,5% em janeiro, aponta Anfavea
  • Klabin tem resultado dentro do esperado no 4º trimestre
  • Produção industrial fecha 2021 com alta em 9 de 15 locais pesquisados
  • Setor de serviços cresceu 10,9% em 2021, informa o IBGE
  • Consumo doméstico cresce 3,04% em 2021, mostra pesquisa
  • Usiminas eleva preços de aço para montadoras e distribuição, e prevê novas altas adiante
  • Selic
  • IGP-M
  • IPCA
  • PIB
  • Mercado acionário e câmbio

Gastos com juros da dívida pública sobem R$ 136 bi em 2021, valor que supera orçamento do Auxílio Brasil

A disparada da inflação no ano passado e o aumento da taxa básica de juros para tentar contê-la não afetaram apenas o bolso dos brasileiros. Esses fatores também geraram um aumento nas despesas com juros da dívida pública pela União, que cresceram R$ 136 bilhões no ano passado.

Somente esse crescimento supera todo o orçamento do novo programa social do governo Bolsonaro, o Auxílio Brasil, estimado em R$ 89,1 bilhões para 2022 (leia mais abaixo).

Segundo números divulgados pelo Banco Central, as despesas totais com juros passaram de R$ 312,4 bilhões em 2020 para R$ 448,3 bilhões no último ano, de acordo com dados oficiais.

Esse foi o primeiro aumento nas despesas com juros da dívida pública desde 2015, ou seja, em seis anos. Naquele ano, os gastos com juros avançaram R$ 190,4 bilhões.

De acordo com o BC, essa alta está relacionada, principalmente, com o crescimento da inflação, pois 33% da dívida líquida está atrelada à variação dos preços.

Se a inflação sobe, avança também a despesa com juros. A alta da inflação aumentou as despesas com juros em R$ 87,510 bilhões em 2021.

Além disso, as sucessivas elevações da taxa básica de juros da economia pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, para conter justamente alta dos preços, também impactaram as despesas com juros.

A alta da taxa Selic, que estava em 2% ao ano no fim de 2020 e avançou para 9,75% ao ano no fechamento do ano passado (o maior valor em mais de quatro anos), contribuiu para elevar pagamento de juros em R$ 71,787 bilhões em 2021.

Outro fator que também influenciou as despesas com juros da dívida pública no ano passado foi a desvalorização cambial, mas nesse caso o impacto foi positivo.

O aumento do dólar de 7,47% contra o real em 2021, para R$ 5,5748, gerou mais perdas com os chamados “swaps cambiais”, que funcionam como uma venda de moeda no mercado futuro.

Entretanto, como as perdas do Banco Central no ano passado com esses contratos de “swaps cambiais”, de R$ 22,324 bilhões, foram menores do que em 2020 (40,8 bilhões), houve uma queda de R$ 18,5 bilhões nos gastos com juros nesse item, explicou a instituição.

Inflação pelo IGP-DI acelera alta para 2,01% em janeiro com pressão de commodities e combustíveis

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 2,01% em janeiro, iniciando 2022 com aceleração ante a taxa de 1,25% de dezembro, segundo dados divulgados na segunda-feira (07) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 1,78%, e levou o índice a acumular alta de 16,71% em 12 meses.

Em janeiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, avançou 2,57%, depois de ganhar 1,54% no mês anterior.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, esse resultado foi reflexo da aceleração de commodities e combustíveis. O minério de ferro também teve contribuição expressiva, de 30%, na aceleração da taxa do IPA, embora tenha arrefecido a alta para 11,33% em janeiro, de 17,62% no mês anterior.

“Além da contribuição do minério, soja (de 0,89% para 5,55%), milho (de -0,02% para 8,40%) e diesel (de 0% para 5,13%) também registraram aumentos e contribuíram para a elevação da inflação medida pelo IGP-DI”, acrescentou Braz.

Para o consumidor, a pressão diminuiu, já que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, passou a subir 0,49% no período, depois de alta de 0,57% em dezembro.

Entre os grupos componentes do índice ao consumidor, o destaque foi da Habitação, que desacelerou a alta a 0,13% no mês passado, ante 1,10% em dezembro, após queda de 1,76% dos preços da tarifa de eletricidade residencial. No mês anterior, este item havia subido 3,06%.

Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) acelerou a alta a 0,71% em janeiro, de 0,35% no mês anterior.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Copom projeta novo estouro da meta de inflação em 2022 e indica alta menor do juro em março

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central estimou na terça-feira (08) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar acima do teto de 5% neste ano, o que representará, se confirmado, o estouro da meta de inflação pelo segundo ano consecutivo.

De acordo com o BC, a inflação deverá somar 5,4%. neste ano. A informação consta na ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia foi elevada de 9,25% para 10,75% ao ano, pela primeira vez em dois dígitos em quatro anos e meio. A instituição também indicou um aumento menor da Selic em março.

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

O juro básico, fixado a cada 45 dias nas reuniões do Copom, é o principal instrumento do Banco Central para conter o aumento de preços. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, pode reduzir os juros.

  • Na ata do Copom, o BC informou que uma “possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais [petróleo e alimentos, por exemplo] em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário de referência [IPCA de 5,4% em 2022]”.
  • Entretanto, acrescentou que “por outro lado, políticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda agregada ou piorem a trajetória fiscal futura [alta dos gastos públicos em ano eleitoral] podem impactar negativamente preços de ativos importantes [como o dólar, e impulsionar a inflação] e elevar os prêmios de risco do país”.

No último ano, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015 e acima do teto da meta de inflação, de 5,25%. Por conta disso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, teve de escrever uma carta aberta, na qual avaliou que a alta nos preços de commodities (produtos básicos, como alimentos e petróleo), da energia e falta de insumos levaram país a superar a meta.

Na ata do Copom, o BC informou que a decisão de subir o juro na semana passada para 10,75% ao ano é “compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui o anos-calendário de 2022 e, em grau maior, o de 2023”. Com isso, o BC reforçou o cenário em que a inflação retorna para a meta somente no próximo ano.

Para o próximo encontro, em meados de março, a previsão do mercado financeiro, até o momento, é de que a elevação da taxa Selic será de um ponto percentual, para 11,75% ao ano.

Brasil e Estados Unidos colocam em vigor acordo comercial e de transparência

Após ser aprovado internamente por Brasil e Estados Unidos, o protocolo sobre regras comerciais e de transparência entre os dois países entrou em vigor. O documento foi assinado em outubro de 2020 e moderniza o Acordo de Cooperação Econômica e Comercial (Atec) de 2011. Com base no Acordo Estados Unidos-Canadá-México, o protocolo adiciona novos compromissos sobre facilitação do comércio, boas práticas regulatórias e anticorrupção.

A confecção do documento vem sendo discutida há mais de dez anos. Em abril passado, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso anexos elaborados pelos ministérios da Economia e das Relações Exteriores. O material é composto por detalhes de entendimentos sobre facilitação de comércio e administração aduaneira, boas práticas regulatórias e anticorrupção. Os anexos foram aprovados pelos deputados e senadores.

Apesar de não serem mais o maior parceiro comercial do Brasil (estão em segundo lugar, atrás da China), os Estados Unidos venderam e compraram do País valores inéditos no ano passado. O comércio entre os dois países atingiu US$ 70,5 bilhões em 2021, com as exportações domésticas somando US$ 31,1 bilhões – um crescimento de 45% em relação a 2020, que tinha registrado uma queda de 23%. Ainda assim, a balança bilateral ficou negativa para o Brasil em US$ 8,3 bilhões, o maior déficit dessa ponte desde 2013.

De acordo com uma fonte do governo ouvida pelo Broadcast, o protocolo facilitará o comércio principalmente em relação à redução de barreiras não tarifárias.

De qualquer forma, esta é mais uma empreitada isolada em relação ao Mercosul, já que o acordo vale apenas para o Brasil, e não para o bloco. No início das discussões, o Mercosul era um dos pontos debatidos, mas acabou não se desenvolvendo. “O protocolo é uma oportunidade para o Brasil demonstrar sua disposição e capacidade de cumprir altos padrões de governança e transparência”, considerou o embaixador Jayme White em nota oficial divulgada pelo governo americano.

Quando passou pelo Senado, a relatora do projeto, senadora Kátia Abreu (PP-TO), disse que o protocolo se escora em dois outros pilares, além da facilitação do comércio: boas práticas regulatórias e medidas anticorrupção. Por isso, segundo ela, o documento dará segurança jurídica e estimulará o fluxo comercial entre os dois países. A primeira intenção de um Acordo Brasil-Estados Unidos de Comércio e Cooperação Econômica foi assinada em 2011.

IPCA: inflação fica em 0,54% janeiro, maior para o mês desde 2016

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou 0,54% em janeiro, após ter registrado taxa de 0,73% em dezembro, segundo os dados divulgados na quarta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de ter desacelerado pelo 3º mês seguido frente ao mês anterior, “foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016 (1,27%)”, destacou o IBGE.

O índice de janeiro foi impactado principalmente pela alta dos preços de alimentos (1,11%) e pelo recuo nos transportes, com destaque para a queda nos preços da gasolina (-1,14%), do etanol (-2,84%) e das passagens aéreas (-18,35%).

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Apesar da aceleração, a taxa acumulada segue abaixo da registrada nos meses de outubro e novembro.

Em 2021, a inflação oficial foi de 10,06%, sendo a maior alta desde 2015.

A taxa de janeiro de 2022 ficou levemente abaixo da mediana das projeções de 42 instituições financeiras e consultorias, ouvidas pelo Valor Data, de uma expansão de 0,56%.

A maior variação mensal veio de artigos de residência (1,82%), com destaque para eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV, som e informática (1,38%).

A maior pressão, porém, veio dos aumentos dos preços do grupo alimentação e bebidas (1,11%), que teve o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).

“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%”, explicou o analista da pesquisa, André Filipe Almeida.

Os principais destaques de alta entre os alimentos foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%). Além disso, os preços do café moído (4,75%) subiram pelo 11º mês consecutivo, acumulando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros destaques foram a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%).

Procura pelo rotativo do cartão de crédito em 2021 é a maior em dez anos, revela Banco Central

As concessões de empréstimos por meio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas avançaram em 2021 e bateram recorde, segundo números do Banco Central.

A série histórica da instituição, para anos fechados, tem início em 2012. Com isso, esse é o maior patamar em dez anos.

O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não consegue pagar o valor total da fatura na data do vencimento. A parcela que deixou de ser pago é considerada nas estatísticas do BC como essa linha de financiamento.

De acordo com o BC, o crédito concedido pelas instituições financeiras no cartão de crédito rotativo somou R$ 224,7 bilhões em 2021, uma média mensal de R$ 18,7 bilhões.

Isso representa um crescimento de 23% na comparação com os 182,7 bilhões (ou R$ 15,2 bilhões) por mês, registrados no ano anterior.

O aumento da procura pelo cartão de crédito rotativo ficou acima da expansão média das concessões de todo crédito bancário em 202, de 19%.

Esse crescimento também coincidiu com a alta dos juros, da inflação e no endividamento das famílias com os bancos. Em relação à renda acumulada em 12 meses, o endividamento atingiu 51,1% em outubro do ano passado (último dado disponível), novo recorde.

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), a alta no endividamento dos brasileiros, acompanhada por uma maior demanda pelo cartão de crédito rotativo, reflete o momento difícil da economia brasileira.

“É um processo não só de endividamento elevado, mas desemprego elevado, mas também de queda de renda frente à uma alta da inflação, à uma pandemia que desarranjou a estrutura familiar com a relação à renda: alguém morreu ou perdeu o emprego, ou renda foi reduzida pela menor quantidade de trabalho”, explicou.

ICMS sobre combustíveis representa 14,7% da arrecadação dos estados, mostra levantamento

Uma eventual redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) cobrado sobre os combustíveis pode trazer uma perda relevante de arrecadação para os estados.

O ICMS é o principal imposto arrecadatório dos governadores, e boa parte dele vem da incidência sobre gasolina e diesel. No ano passado, o total de tributos estaduais arrecadados pelos 26 estados e pelo Distrito Federal somou R$ 689,4 bilhões, sendo R$ 101,3 bilhões provenientes do imposto que incide sobre combustíveis, segundo um levantamento realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP).

Em nove estados, o ICMS sobre combustíveis representa mais de 20% da receita tributária que entra no caixa dos governadores.

A cobrança do ICMS no preço dos combustíveis se tornou um embate público entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores. Com frequência, Bolsonaro cobra dos estados uma redução do imposto para ajudar na queda dos preços da gasolina e do diesel.

“Uma mudança na cobrança do ICMS vai ter um impacto muito significativo, sobretudo para os estados que têm uma malha rodoviária importante”, afirma Daniel Duque, gerente da inteligência técnica do CLP.

“O Centro-Oeste é uma região muito dependente do ICMS de combustíveis, dado que o agronegócio depende do escoamento da produção para os portos”, acrescenta.

Pressionados por Bolsonaro, os governadores anunciaram o congelamento do ICMS em novembro do ano passado. Em janeiro, a medida foi renovada e vale até março.

Brasil registra saldo positivo de 2,6 milhões de novas empresas em 2021

O Ministério da Economia informou na quarta-feira (9) que foram abertas no país 4,026 milhões de empresas em 2021, um recorde histórico em um ano. No mesmo período, no entanto, foram fechadas 1,410 milhões de empresas. O saldo de novos negócios ficou positivo em 2,615 milhões.

O quantitativo de empresas abertas representa um aumento de 19,7% em relação a 2020. Atualmente, há 18,915 milhões de empresas ativas no Brasil. Os dados constam no Mapa de Empresas, uma plataforma digital do Ministério da Economia, que fornece dados sobre o registro empresarial no país. A cada quatro meses, o serviço tem as informações atualizadas.

O estado do Amapá foi o que apresentou o maior crescimento percentual de empresas abertas em 2021, com aumento de 40,9% em relação ao ano de 2020, seguido por Alagoas (39,2%), Piauí (33%), Paraíba (31,1%) e Bahia (30,6%). Já o Mato Grosso do Sul registrou o menor crescimento de abertura de empresas, 13,6%. Rio de Janeiro (13,7%), Espírito Santo (15,3%), Paraná (15,5%) e Distrito Federal (15,6%) foram as outras unidades da federação que registraram menor expansão de novos negócios ao longo do ano passado.

Do total de empresas ativas no Brasil, quase metade (48,5%) é do setor de serviços, seguida pelas empresas de comércio (33%), indústria de transformação (9,3%), construção civil (7,9%), agropecuária (0,7%), extrativa mineral (0,1%) e outras (0,5%).

Em relação ao tipo de negócio, a grande maioria, cerca de 13,2 milhões – do total de 18,9 milhões – são empresas individuais, incluindo o microempreendedor individual (MEI). Em seguida, vêm as empresas Sociedade Empresária Limitada, com 4,4 milhões de registros. Os negócios no formato Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) somam 984.573, as Sociedades Anônimas são 175.355 e as cooperativas totalizam 34.520 no país. Os demais tipos de empresas somam 64.419.

Segundo o Mapa, o tempo médio de abertura de empresas diminuiu quase um terço em relação ao registrado em janeiro de 2019, caindo de cinco dias e 9 horas para dois dias. Além disso, 57% dos novos negócios já são abertos em menos de um dia.

Turismo deixou de faturar R$ 473,7 bilhões com pandemia, diz CNC

A recuperação parcial do setor de turismo em 2021 serviu apenas para diminuir as perdas, sugerem estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Nos cálculos da entidade, o setor deixou de faturar R$ 214 bilhões no ano passado. Com isso, as atividades turísticas acumularam, do início da pandemia, em 2020, a dezembro de 2021, uma perda total de R$ 473,7 bilhões nas receitas.

O acompanhamento das perdas de faturamento vem sendo feito pela CNC desde o início da pandemia. Toma como base o ritmo de receitas do setor em janeiro e fevereiro de 2020, antes de a Covid-19 se abater sobre a maioria dos países.

“O quadro adverso ainda não se reverteu. Ao contrário dos demais serviços, as atividades turísticas ainda operam ‘no vermelho’ em relação ao início da crise sanitária, embora haja, claramente, uma tendência de redução das perdas mensais ao longo dos últimos meses”, diz um trecho do relatório divulgado pela Divisão Econômica da CNC.

Na tendência de redução de perdas, o faturamento de dezembro passado ficou R$ 10,2 bilhões abaixo do padrão anterior à pandemia. No auge das perdas, em julho de 2020, a frustração de receitas foi de R$ 34,9 bilhões.

A recuperação parcial do setor de turismo tampouco foi suficiente para retomar a quantidade de postos de trabalho perdidos. Nos cálculos da CNC, 476 mil vagas formais foram fechadas em 2020, nos registros do Caged, cadastro administrativo de admissões e demissões do Ministério do Trabalho. Em 2021, na retomada, o saldo entre admissões e demissões aponta para a criação de 150,9 mil postos de trabalho, menos de um terço do total perdido.

Nas projeções da CNC, nem em 2022 o setor de turismo recuperará as perdas da pandemia. Em 2021, o volume de serviços prestados nas atividades turísticas cresceu 21,1% ante 2020, como informou nesta quinta-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com o crescimento do ano passado, as atividades turísticas chegaram a dezembro passado 11,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020, antes da pandemia. Só que a CNC estima que essas atividades crescerão apenas 1,7% este ano.

“O turismo, afetado pela conjuntura econômica menos favorável e prejudicado pelo cancelamento de eventos relevantes no processo de geração de receitas, tende a crescer menos”, diz o relatório da CNC.

‘Prévia’ do PIB do Banco Central indica que economia brasileira teve crescimento de 4,5% em 2021

O Banco Central informou na sexta-feira (11) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) da instituição, considerado uma “prévia” do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), indica que a economia brasileira registrou crescimento 4,5% em 2021.

O resultado oficial do PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, será divulgado somente em 4 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Se o PIB confirmar o IBC-BR, mostrará recuperação da economia brasileira após o forte tombo de 4,1% registrado em 2020 causado pela pandemia de Covid. A queda em 2020 representou a maior contração desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1996.

Apesar do crescimento em 2021, a economia tem sido freada, nos últimos meses pelo aumento da inflação, que ultrapassou a barreira dos 10% no ano passado pela primeira vez desde 2015, e pela alta da taxa básica de juros, que atingiu 10,75% ao ano em fevereiro, o maior patamar em quatro anos e meio.

De acordo com o IBC-Br, em dezembro de 2021, a economia teve expansão de 0,33%. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes.

Já no último trimestre de 2021, o indicador ficou estagnado, ao fechar em 0,01%, indicando que a economia brasileira desacelerou no segundo semestre do ano passado.

Os números oficiais do IBGE comprovam a desaceleração. No terceiro trimestre, o PIB veio negativo e trouxe de volta a chamada recessão técnica, que se caracteriza por dois trimestres seguidos de retração. Na prática, isso serve como um sinal de alerta, uma indicação de que algo não vai bem.

Justiça Federal rejeita denúncia contra Temer, Moreira Franco e mais seis por corrupção e lavagem de dinheiro

O juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, rejeitou uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco e outras seis pessoas, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão é de sexta-feira (04) e cabe recurso.

O caso envolvia as supostas irregularidades investigadas no âmbito da operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato no Rio.

Segundo o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, a denúncia, “a pretexto de ‘contextualizar os fatos divaga a respeito de condutas que são objeto de outros processos-crimes”.

O magistrado citou, por exemplo, o momento em que o pedido “passa a discorrer sobre ‘crimes antecedentes’, dentre os quais a imputação pelo chamado ‘QUADRILHÃO DO PMDB’ (sic), em que os Réus foram absolvidos por esse Juízo Federal em virtude da atipicidade da conduta de formação de organização criminosa”.

“Tenho que a denúncia deva ser rejeitada, seja por inépcia, seja por ausência de justa causa”, afirmou o magistrado.

Segundo o juiz, a denúncia apresentada pelo MPF não tem “descrição objetiva de todas as circunstâncias dos atos ilícitos”, uma exigência do Código de Processo Penal.

De acordo com Bastos, a denúncia “imputa aos denunciados conduta desprovidas de elementos mínimos que lhe deem verossimilhança”.

“A inicial acusatória alonga-se na descrição de inúmeros ilícitos penais autônomos sem revelar, especificamente, as circunstâncias que consistiram no oferecimento e aceitação de propina para que os agentes públicos e políticos denunciados advogassem em favor de empresas contratantes com a Administração Pública. Ao narrar as supostas corrupções passiva e ativa imputadas a todos os Réus, a denúncia, ampla e genérica, não é capaz de delimitar os contornos do fato típico”, afirmou o magistrado.

Inflação dos combustíveis gera ‘corrida de propostas’ no Congresso

A disparada no preço dos combustíveis e do gás de cozinha fez com que, nas últimas semanas, integrantes do governo e parlamentares protagonizassem uma “corrida” de apresentação de propostas no Congresso Nacional.

Os textos sugerem diferentes medidas para evitar que os múltiplos fatores que pressionam a inflação desse setor sejam repassados ao consumidor final, e que, com isso, os preços fiquem ainda maiores.

Pelo menos duas propostas de Emenda à Constituição (PECs) e dois projetos de lei sobre o tema estão em discussão simultânea no parlamento. Até a sexta-feira (04), ainda não era possível cravar qual das propostas vai avançar no Congresso.

A ideia de aprovar novas regras para reduzir o preço dos combustíveis partiu do próprio governo, que, entre outras coisas, teme o impacto negativo da inflação na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

A equipe econômica, no entanto, defende um texto bem mais “modesto” que as propostas na mesa até o momento. Técnicos do Ministério da Economia defendem reduzir, ou até zerar, apenas os impostos que incidem sobre o óleo diesel e o gás de cozinha.

Parlamentares e integrantes da “ala política” do governo, no entanto, defendem propostas mais amplas, que também permitem derrubar a zero os impostos sobre a gasolina e o etanol. A ideia tem a simpatia da Casa Civil de Bolsonaro, por exemplo, como informou a colunista do g1 Ana Flor.

Há congressistas que vão além e propõem ainda mais: auxílio a caminhoneiros e criação de um fundo de estabilização do preço dos combustíveis.

Em comum, todas as opções driblam a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ao permitir que impostos sejam reduzidos ou zerados sem medida de compensação, redução de alguma despesa ou aumento de outro imposto.

As propostas em análise também ultrapassam o tema dos combustíveis e do gás de cozinha e incluem os chamados “tributos extrafiscais” (que têm outras funções além de encher os cofres públicos). Está na mira, por exemplo, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ideia que partiu do próprio governo.

Se aprovadas, as propostas vão contribuir para aumentar o rombo nas contas públicas em 2022, já que União, estados e municípios poderão abrir mão de arrecadação. O Orçamento sancionado já prevê déficit de R$ 79,3 bilhões para a União.

Bolsonaro na Rússia: como visita a Putin pode afetar relação com EUA

A decisão do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de visitar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em meados de fevereiro, abriu um novo flanco de tensões na relação com o governo dos Estados Unidos. À BBC News Brasil, profissionais da diplomacia americana chamaram a decisão do mandatário brasileiro de “insana” e “sem sentido”.

Embora Brasil e Rússia componham o bloco de emergentes Brics (junto com China, Índia e África do Sul) e mantenham relações comerciais e diplomáticas há tempos, a viagem de Bolsonaro ao país do Leste Europeu caiu mal para os norte-americanos especialmente pelo momento em que ocorrerá.

EUA e Rússia protagonizam duro embate político internacional. De um lado, os russos estacionaram mais de cem mil soldados na fronteira com a Ucrânia e ameaçam invadir o país a qualquer momento se os americanos e seus aliados ocidentais não interromperem qualquer processo para a entrada da Ucrânia na Otan, a aliança militar do Atlântico Norte.

De outro lado, os americanos abastecem o governo ucraniano com armas e já deslocaram mais de 3 mil soldados para bases da Otan na Romênia e na Polônia. O risco é que a situação, que até agora gerou ásperas discussões na ONU e trocas de acusações de parte a parte, evolua para uma guerra na Europa.

É nesse contexto que Bolsonaro desembarcará em Moscou no dia 14 de fevereiro.

“É como assistir a uma criança correndo na pista para tentar atravessar uma rodovia expressa e movimentada”, afirmou à BBC News Brasil um ex-alto diplomata americano, que já trabalhou no Brasil, a respeito da visita do presidente brasileiro à Rússia.

Na semana passada, oficiais do Departamento de Estado agiram para expressar claramente o descontentamento dos EUA com os planos brasileiros.

Há dez dias, consultado pela BBC News Brasil, o Departamento de Estado afirmou, por nota, que “o Brasil tem a responsabilidade de defender os princípios democráticos e proteger a ordem baseada em regras, e reforçar esta mensagem para a Rússia em todas as oportunidades”.

Rosa Weber determina que INSS e Defensoria informem sobre análise de benefícios previdenciários

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e a Defensoria Pública da União apresentem informações, em cinco dias, sobre o tempo para a concessão de benefícios previdenciários a segurados.

Rosa Weber é a relatora de uma ação do partido PDT, que contesta na Corte o que considerou demora do INSS em analisar os requerimentos administrativos de segurados. A sigla defende que o instituto deve respeitar o prazo máximo de 90 dias para análise, estabelecido em um acordo firmado entre o INSS e o Ministério Público Federal.

O acerto uniformiza prazos de perícias médicas para a concessão de auxílios e benefícios do INSS e foi validado pelo Supremo em fevereiro de 2021. O entendimento previa que o instituto fará perícias médicas em prazos que variam entre 30 e 90 dias, conforme o tipo de benefício solicitado.

Segundo o partido, a falta de estrutura operacional e de pessoal vem fazendo com que a Previdência descumpra este acordo, o que gera uma fila de mais de dois milhões de pedidos de aposentadorias, pensões, licenças e demais benefícios.

“À medida que os prazos acordados para a conclusão da análise de requerimentos previdenciários não são cumpridos, tem-se, por si só, a geração de um estado de profunda insegurança entre os segurados, que passam a não dispor de qualquer previsibilidade em relação a quando terão acesso a determinada prestação, que, na imensa maioria das vezes, é vital para a subsistência sua e da unidade familiar”, afirmou a sigla.

Weber também determinou o envio do processo à Procuradoria-Geral da República e à Advocacia-Geral da União para que eles apresentem pareceres sobre o pedido da legenda para obrigar o INSS a respeitar os prazos pactuados.

Ministério da Economia regulamenta compra de passagem aérea em classe executiva para ministros e servidores

O Ministério da Economia regulamentou a compra de passagens aéreas internacionais em classe executiva para ministros e servidores federais. A autorização para viagens em classe executiva foi dada em janeiro deste ano por meio de decreto do presidente Jair Bolsonaro, mas ainda faltava uma norma para regulamentar a mudança.

Antes do decreto de janeiro, a regra estabelecia que esse tipo de viagem deveria priorizar a tarifa em classe econômica. Se a autoridade quisesse ir para a classe executiva, deveria pagar a diferença por conta própria.

A regulamentação da compra de passagem para classe executiva foi publicada no “Diário Oficial da União” de quarta-feira (09), por meio de instrução normativa. O texto foi assinado pelo Secretário de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Castelliano de Vasconcelos, e entra em vigor imediatamente.

A nova regra vale para voos internacionais com tempo de duração superior a sete horas para:

  • ministros de Estado
  • servidores ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança dos níveis descritos pelo governo federal como FCE-17, CCE-17 ou CCE-18
  • servidores que estejam substituindo ou representando autoridades

A instrução normativa que regulamenta a compra das passagens também determina que não pode ser comprometida a “estimativa e a disponibilidade orçamentária do órgão ou entidade para emissão de passagens aéreas”. Além disso, prevê que a “tarifa deve privilegiar o menor preço, prevalecendo, sempre que possível, a tarifa em classe econômica”.

Lula mantém liderança em corrida ao Planalto seguido por Bolsonaro, diz Genial/Quaest

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém uma liderança folgada para a eleição presidencial de outubro, à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que também tem grande vantagem sobre os demais presidenciáveis, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira (09).

De acordo com o levantamento, na média dos cenários testados, Lula soma 46% da preferência do eleitorado, oscilando um ponto para cima em relação à pesquisa anterior feita no mês passado. Bolsonaro vem em segundo com 24%, ante 23% na sondagem anterior.

Bem distante, aparecem o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) com 8%, ante 9% na pesquisa anterior, e Ciro Gomes (PDT), com 7%, ante 5%.

Outros possíveis candidatos, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o deputado federal André Janones (Avante-MG), a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Felipe D’Àvila (Novo) não passam de 3% da preferência nos cenários simulados.

Na pesquisa espontânea, quando não é apresentada ao eleitor uma lista de possíveis candidatos, os indecisos lideram com 48%, Lula tem 28%, Bolsonaro 16% e outros somam 4%. O prazo definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para definição de candidaturas é 15 de agosto.

O levantamento apontou ainda que Lula venceria todos os adversários em um eventual segundo turno. No duelo apontado como mais provável pela pesquisa, o petista venceria Bolsonaro por 54% a 30%.

A sondagem apontou ainda que 51% têm uma avaliação negativa do governo Bolsonaro, um ponto percentual a mais que na pesquisa do mês passado, ao passo que 22% veem a gestão de forma positiva, mantendo o patamar de janeiro, e 25% a veem como regular, também mesmo patamar do levantamento anterior.

Na pesquisa encomendada pela Genial, o instituto Quaest ouviu 2 mil pessoas entre os dias 3 e 6 de fevereiro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Senado aprova PEC que determina o reinvestimento de 70% de outorgas no setor de infraestrutura

O Senado aprovou na quarta-feira (09) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que determina que pelo menos 70% dos recursos obtidos com outorgas onerosas de obras e serviços de transportes sejam reinvestidos no próprio setor de infraestrutura.

Aprovada em primeiro turno por 65 votos a 5 e em segundo turno por 60 votos a 4, a PEC segue para a Câmara dos Deputados, uma vez que teve origem no Senado.

“É fundamental constatar que a infraestrutura brasileira é ainda precária em face das necessidades logísticas da nação, que o investimento público é limitado, e que contingenciamentos excessivos dos investimentos previstos acarretam em paralisação de obras, aumento de custos, ineficiências na execução dos empreendimentos, ou mesmo incapacidade de retomada dos trabalhos, legando ao país o duplo infortúnio de desperdício de recursos e de ausência dos efeitos positivos que uma infraestrutura adequada viria a gerar em nosso desenvolvimento”, diz o relator, senador Jayme Campos (DEM-MT), em seu parecer.

A PEC estabelece que “dos valores arrecadados anualmente como contrapartida pela outorga de serviços e de infraestrutura de transporte aéreo, aquaviário e terrestre de responsabilidade da União, pelo menos 70% deverão ser reinvestidos no desenvolvimento e fomento dos serviços e infraestruturas de transporte”.

PT e PSB se encontram em Brasília para tentar desatar impasses para formar federação

Líderes do PT e do PSB fizeram uma reunião na quinta-feira (10) para discutir a federação, liberada definitivamente na quarta-feira (9) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Também participam da reunião representantes do PCdoB e PV.

Por 10 votos a 1, o STF decidiu manter a validade da lei que prevê as chamadas federações partidárias, união de partidos para atuar de maneira unificada por um período mínimo de quatro anos, nas eleições. A decisão vale já para as eleições de outubro de 2022.

Há dois impasses que petistas e pessebistas tentam resolver na reunião: um deles é o nome do candidato ao governo de São Paulo. Em entrevista na quarta, o ex-presidente Lula afirmou que pretende lançar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ao Executivo do estado. Também na quarta, depois da entrevista de Lula, Márcio França compartilhou em rede social uma notícia em que ele afirma que será candidato, acompanhada do comentário “foguete não tem ré”.

O outro impasse diz respeito à organização interna da federação: o PSB reclama da composição da assembleia da união dos partidos, que prevê 15 cadeiras para os pessebistas e 27 para o PT.

Os deputados federais do PSB, que na maioria são favoráveis à federação, fizeram ontem uma proposta para a direção do partido com o objetivo de destravar as negociações com o PT.

A proposta deve ser levada ao encontro desta quarta com os petistas e prevê que o número de prefeitos e de vereadores eleitos também seja usado para calcular proporcionalidade de representação na assembleia da federação, e não só o de deputados. Também querem que o quórum para a tomada de decisão passe de 2/3 para 4/5 e que seja instituído poder de veto para os partidos minoritários.

Governo fará leilão conjunto de aeroportos Galeão e Santos Dumont em 2023

O governo federal pretende relicitar no próximo ano o aeroporto de Galeão, no Rio de Janeiro, em conjunto com o terminal carioca Santos Dumont, afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

O anúncio foi feito depois que a concessionária RIOgaleão anunciou mais cedo que decidiu devolver a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, em meio a impactos da Covid-19 sobre o setor aeroportuário.

“O pedido de devolução veio antes do que a gente imaginava”, disse Freitas a jornalistas após o anúncio da RIOgaleão. “Vamos agora estudar (a concessão) dos dois aeroportos conjuntamente. Isso resolve uma série de questões que estavam sendo manifestadas pelo setor produtivo do Rio”, acrescentou.

Com a devolução da concessão, a modelagem da sétima rodada de leilões de aeroportos do país, prevista para ocorrer ainda neste semestre e que incluía Santos Dumont em um lote isolado, será revista novamente.

No final de janeiro, após reclamações do governo do Rio de Janeiro e da concessionária sobre riscos de concorrência predatória com Santos Dumont após o leilão da sétima rodada, o ministro anunciou que o aeroporto ficaria isolado em um bloco, em vez de ser incluído num lote com os terminais de Jacarepaguá (RJ) e os aeroportos mineiros em Montes Claros, Uberlândia e Uberaba.

A RIOgaleão é controlada pela Changi Airports, de Cingapura, com 51%, e Infraero (49%), consórcio que pode ter direito a indenização por conta de investimentos feitos para ampliar capacidade e outros fatores. O contrato, assinado em 2013 após lance vitorioso de 19 bilhões de reais, teria prazo até 2039.

O contrato da concessão do Galeão foi renegociado em 2017 e a concessionária ficou sem precisar fazer pagamentos anuais da outorga até este ano. A partir de 2023, segundo informaram membros do governo na entrevista com o ministro, a RIOgaleão teria que retomar os pagamentos.

A parcela de 2023 seria de 1,1 bilhão de reais, seguida por pagamentos anuais de 1,2 bilhão entre 2024 e 2028. Depois disso, o valor anual subiria para 1,7 bilhão de reais até 2039.

Freitas afirmou que o valor a ser obtido em um novo leilão poderá ser usado para pagamento da indenização à concessionária atual, que continuará administrando o aeroporto até que o vencedor do novo certame assuma as operações.

A expectativa do ministro é que a estruturação do projeto do novo leilão com os dois aeroportos fique pronta no início de 2023. A partir daí, a proposta do certame seria submetida a consulta pública. O Tribunal de Contas da União também precisa aprovar o plano e a previsão é que o certame ocorra no segundo semestre do ano que vem, disse Freitas.

Questionado sobre risco de monopólio pelo fato dos dois terminais ficarem sob comando de um mesmo grupo, o ministro afirmou que tal situação “existe em várias cidades do mundo”.

‘Marina Silva não foi convidada’, diz Ciro Gomes sobre vaga de vice na chapa presidencial

Cumprindo agenda em Belo Horizonte, na sexta-feira (11), Ciro Gomes disse durante entrevista para a Rádio Super FM que não convidou Marina Silva (Rede) para vice em sua chapa.

Segundo apurado pela jornalista Júlia Duailibi, integrantes da campanha pedetista avaliam Marina como “vice dos sonhos” de Ciro, pré-candidato à presidência da república pelo PDT.

“Seria um privilégio ter um mineiro, ou mineira, melhor ainda, na chapa para ajudar a reestruturar o Brasil. Venho de um estado pequeno. Marina Silva não foi convidada. Estou na etapa de posicionar a candidatura”, disse.

Na sexta-feira (11), Ciro tem um encontro marcado com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) às 16h, mas disse que veio apenas “dar um abraço” em um velho amigo.

“O partido do Kalil tem candidato à presidência e é um mineiro. Não posso chegar para o Kalil, na terra dele, e querer dividir palanque. Tenho que dar o tempo que o mineiro ama. Vou dar um abraço no meu velho amigo. Fui o segundo candidato mais votado em BH. Apoiamos ele para prefeito sem exigir nada. Mario Heringer é meu representante. Ele conversa com Zema, Mediolli e fico olhando admirado. Meu papel é pisar devagarinho e manter relacionamento sólido com os políticos de Minas Gerais”, disse ele.

Ele ainda falou que vai se reunir com a prefeitura de Contagem, que é do PT: “Marília Campos me convidou para um café, vou passar lá”.

Saraiva revê plano de recuperação judicial com dívida de R$ 271,5 milhões

Em recuperação judicial desde 2018, a Saraiva que foi a maior rede de livrarias do Brasil, ainda tem o futuro incerto, sem um acordo definitivo entre seus credores. A companhia fechou 2021 com uma dívida de R$ 271,5 milhões, patrimônio negativo de R$ 560,7 milhões e prejuízo de R$ 15,7 milhões, segundo dados divulgados na sexta-feira (04).

O Banco do Brasil e o Itaú Unibanco são os principais bancos credores da companhia. Na próxima quarta-feira (09), uma versão mais atualizada do plano de recuperação de judicial deve ser apresentado, a fim de ser levado à votação em assembleia de credores marcada para o dia 16 deste mês, a partir das 14h, segundo a RV3 Consultores, administradora judicial do caso.

Enquanto não for votado um aditivo ao plano de recuperação judicial sobre a forma de pagamento aos credores, os papéis da Saraiva negociados na Bolsa caem nos filtros que detectam possíveis movimentos especulativos. Na sexta, a B3 questionou a Saraiva sobre oscilações atípicas entre 20 de janeiro e 3 de fevereiro. Na quinta (03), a ação ON chegou a disparar 49,06%, com volume de negócios bem acima da média. Já a ação PN saltou 57,34% no mesmo dia.

A empresa respondeu que desconhece motivo para justificar as oscilações bruscas dos papéis, citando apenas que recebeu informação de uma acionista sobre a conclusão de negociação relevante com as ações ON, uma operação informada também no dia 4. No comunicado sobre a participação acionária relevante, a Saraiva disse que a acionista Alyssa Nunes Bruscato Costa passou a deter 8,04% do capital da empresa, a título de “investimento pessoal e financeiro, sem objetivos pré-estabelecidos”.

Confira a última assembleia geral de credores da Saraiva, realizada no último dia 26 de janeiro, que não conseguiu votar o aditivo ao plano de recuperação judicial:

A Saraiva não conseguiu ainda vender seus ativos para pagar parte dos seus credores. Houve a proposta de pagá-los com ações, mas foi rejeitada. A situação financeira da empresa se deteriorou no ano passado. Em dezembro, houve uma queda de 64% nas vendas, e a Saraiva atribuiu o resultado à redução nas vendas no e-commerce e nas lojas físicas, divulgou a rede na sexta. A empresa encerrou dezembro com margem bruta de 44%, redução de 14 pontos percentuais em relação a dezembro de 2020.

A Saraiva teve de demitir para reduzir suas despesas. No fim de 2021, contava com 449 colaboradores ativos. Em setembro, cortou oito postos de trabalho. Considerando só as dívidas com bancos e demais instituições de crédito, excluindo o passivo representado pelo arrendamento mercantil de suas lojas, o passivo oneroso do grupo soma R$ 178,3 milhões.

Desse total, a dívida com o Banco do Brasil representa 88%, a do Itaú-Unibanco, aproximadamente 8%, e aquela com fornecedores (SAP e Oracle), cerca de 4%. As dívidas financeiras (fornecedores e bancos, excluindo as despesas com aluguel de lojas) com vencimento nos próximos 12 meses totalizam R$ 31,8 milhões, ou seja, 19% do total de R$ 178,3 milhões, informou a empresa.

Após Petz, Cobasi e Petlove devem ir às compras

O apetite da Petz em aquisições deve se refletir em reação das concorrentes nos próximos meses, com o mercado esperando movimentos de compras pela Cobasi, segunda maior rede do País, e da Petlove, a terceira colocada, mais conhecida pelo e-commerce. A Petz se capitalizou com uma oferta subsequente de ações (follow-on) de R$ 779 milhões e já deu pistas de que suas próximas compras podem vir na área de saúde. Embora ainda não estejam presentes na Bolsa, Cobasi e Petlove têm recursos de aportes feitos por fundos de investimento privado em suas operações.

A área da saúde e bem estar animal devem motivar as três redes, seja pelo lançamento de serviços próprios ou por aquisição de negócios já em andamento.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, mesmo a Cobasi, que costuma ser mais discreta e empreende um crescimento mais paulatino, já formou um comitê destinado a avaliar as melhores oportunidades de aquisição.

Em meados do ano passado, depois de receber R$ 300 milhões do fundo Kinea, do Itaú Unibanco, o presidente da empresa, Paulo Nassar, disse que o dinheiro havia sido usado em expansão de lojas físicas, vendas digitais e na compra da Pet Anjo (que oferece serviços de hospedagem e de passeio para cães, anunciada em junho de 2021). “Novos M&As (fusões e aquisições, na sigla em inglês) devem acontecer. Estão na mesa no atual momento”, afirmou o executivo. A Cobasi se prepara para abrir até 50 novas lojas físicas este ano, os pontos de venda também são usados como minicentros de distribuição para as vendas feitas pela internet.

A Petlove recebeu, em agosto do ano passado, uma injeção de capital de R$ 750 milhões, liderada pela Riverwood Capital, com participação da Softbank Latin America e da Monashees.

A companhia, fundada por Marcio Waldmann, está de olho no status de “unicórnio” (apelido dado às startups que valem mais de US$ 1 bilhão). A empresa comprou, em 2021, a DogHero, de serviços de passeadores e cuidadores de cães e gatos, e fechou parceria com a Porto Seguro para lançar seu plano de saúde para pets.

Apesar de estar capitalizada, a Petlove considera o cenário de inflação alta como um fator que pode reforçar a preferência por movimentos próprios de crescimento ao longo de 2022. A companhia faturou R$ 800 milhões em 2021, com projeção de chegar a R$ 1,1 bilhão neste ano.

Venda de cimento cai no Brasil em janeiro, diz Snic

A comercialização de cimento no país em janeiro caiu 8,8% na comparação com um ano antes e 3,9% sobre o desempenho de dezembro, para 4,54 milhões de toneladas, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela associação de fabricantes, Snic.

“O resultado foi puxado pelo agravamento da situação econômica do país e as questões de natureza sanitária”, afirmou a entidade em comunicado à imprensa se referindo à variante Ômicron, da Covid-19, e à Influenza.

O sindicato de fabricantes de cimento também citou crédito imobiliário mais restrito e desempenho fraco das vendas no Sudeste que foram impactadas por fortes chuvas.

As vendas na região Sudeste despencaram 13,3% em janeiro frente janeiro de 2021, para 2,04 milhões de toneladas. No Nordeste, a comercialização recuou 15,2%, para 951 mil toneladas. No Centro-Oeste houve retração de 5,2%.

As únicas regiões com crescimento nas vendas de cimento no mês passado ante janeiro de 2021 foram Norte e Sul, com altas de 1,5% e 9,2%, respectivamente.

Vendas de veículos caem 38,5% em janeiro, aponta Anfavea

A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou que, em janeiro deste ano, foram vendidos 126,5 mil veículos, o que representa uma queda de 38,5% em comparação a dezembro do ano passado. Na comparação com janeiro do ano passado, a retração foi de 26,1,5%.

Ao divulgar os dados, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, considerou a queda como relevante. “Foi uma queda relevante com relação a dezembro, que foi um mês muito bom, nós puxamos bastante a produção e o emplacamento, em grande parte para entregar muitos veículos pendentes de meses anteriores por falta dos semicondutores”.

O executivo lembrou que janeiro já é tradicionalmente um mês de poucas vendas no mercado de automóveis, no entanto, destacou outros motivos para a retração no mês.

“Janeiro já é esperado uma queda, como acontece todos anos, mas tivemos alguma aspectos que impactaram ainda mais esse resultado, como o alto volume de emplacamento em dezembro, o desequilíbrio na cadeia de suprimentos, e tivemos uma transição no sistema de emplacamentos, como veículos que foram vendidos, mas não foram emplacados no mês de janeiro. Mas esse tema já foi resolvido e o emplacamento já voltou ao normal em fevereiro”, disse.

Moraes disse ainda que as chuvas de verão e a variante Ômicron também foram agravantes que levaram à maior queda nas vendas no primeiro mês do ano.  “Tivemos chuvas acima da média em regiões importante como São Paulo, que é o maior mercado, que impactaram na frequência de consumidores de lojas e inclusive fecharam algumas lojas que tiveram problemas adicionais como alagamentos em determinadas regiões, e obviamente, a variante Ômicron que está afetando a cadeia como um todo, os fornecedores, os fabricantes e o varejo”.

Houve retração ainda na produção de veículos, com queda de 31,1% com relação a dezembro. Segundo o balanço divulgado pela Anfavea, foram fabricadas 145,4 mil unidades no primeiro mês deste ano, enquanto a produção em dezembro do ano passado ficou em 200,4 mil veículos. Comparado com janeiro de 2021, a queda na produção foi de 27,4 %

Klabin tem resultado dentro do esperado no 4º trimestre

A Klabin teve lucro líquido de 1,050 bilhão de reais no quarto trimestre, recuo de 21% ante o mesmo período de 2020 e queda de 14% frente ao trimestre imediatamente anterior.

Já o resultado medido pelo Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 1,88 bilhão de reais no período, alta de 44% em comparação anual. A estimativa média de analistas era de 1,86 bilhão de reais, segundo dados compilados pela Refinitiv.

A receita líquida da companhia cresceu 39% em relação ao quarto trimestre de 2020, mesmo com o volume de vendas tendo variação positiva de apenas 1%, em meio a altas nos preços de papel e celulose.

“A forte demanda combinada ao impacto positivo da desvalorização do real em relação ao dólar e aos reajustes de preços em todos os negócios levou ao forte crescimento da receita líquida no quarto trimestre do ano”, disse a Klabin no balanço.

A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda caiu a 2,9 vezes em dólares, de 4 vezes um ano antes e 3,1 vezes no trimestre imediatamente anterior, por conta do aumento do Ebitda.

Na teleconferência de resultados do terceiro trimestre, em outubro, o vice-presidente financeiro da companhia, Marcos Paulo Conde Ivo, havia dito que a Klabin deveria encerrar o ano com o indicador de endividamento “mais perto da parte inferior da política” da empresa, de 2,5 a 3,5 vezes em dólares.

No acumulado do ano, o lucro líquido foi de 3,4 bilhões de reais, reversão de prejuízo de cerca de 2,4 bilhões de reais em 2020.

Produção industrial fecha 2021 com alta em 9 de 15 locais pesquisados

A produção industrial fechou o ano de 2021 com alta de 3,9%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) divulgada na quarta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado do mês de dezembro, o ano passado fechou com crescimento em 9 dos 15 locais analisados.

“O ano de 2021 fechou no positivo, mas foi volátil durante os meses. No primeiro semestre, a trajetória foi mais crescente, e o ganho acumulado chegou a ser de 13%. Mas, no segundo semestre, houve perda de fôlego e a produção teve sequência de quedas”, disse, em nota, o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida. Na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial apresentou expansão em 10 dos 15 locais pesquisados.

Em 2021, os destaques ficaram para os resultados de Santa Catarina (10,3%), Minas Gerais (9,8%) e Paraná (9%), os primeiros em crescimento absoluto, além de São Paulo (5,2%), a maior influência na expansão apresentada em 2021, muito devido ao tamanho e ao peso do parque industrial paulista.

Onze das 18 atividades da indústria paulista cresceram no ano, com destaque para o setor de veículos, onde caminhões, automóveis e caminhão-trator para reboques tiveram os aumentos mais relevantes. “O setor de máquinas e equipamentos, com aumento na produção de escavadeiras, rolamentos para equipamentos industriais e carregadoras-transportadoras, também contribuiu”, afirmou Almeida.

Segundo o IBGE, no estado catarinense, o setor de vestuário impulsionou o crescimento, com aumento na produção de camisas e blusas femininas de malha e na produção de vestido de malha. A metalurgia também colaborou, com alta em artefatos e peças de ferro fundido.

Setor de serviços cresceu 10,9% em 2021, informa o IBGE

O setor de serviços cresceu 10,9% em 2021, após uma queda de 7,8% em 2020. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou na quinta-feira (10) os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), a taxa do ano passado foi a maior para um fechamento anual desde o início da série histórica em 2012. Em dezembro o setor teve expansão de 1,4% frente a novembro.

Com esse desempenho, o setor de serviços ampliou o distanciamento com relação ao nível pré-pandemia e ficou 6,6% acima do nível de fevereiro de 2020. Além disso, atingiu o seu maior patamar desde agosto de 2015. No entanto, ainda se encontra 5,6% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

Na comparação com dezembro de 2020, o setor apresentou a décima taxa positiva consecutiva, com 10,4%. O acumulado nos últimos 12 meses é de 9,5% até novembro e de 10,9% até dezembro, o que significa que manteve a trajetória ascendente desde fevereiro de 2021, quando registrou queda de 8,6%.

Entre 2012 e 2019 o setor de serviços acumulou uma variação positiva de 0,1%. No biênio 2020-2021 cresceu 2,2%, e boa parte do crescimento acumulado de 2,3% dos últimos 10 anos se deve ao desempenho mais dinâmico de alguns segmentos de serviços em 2021.

“Nos primeiros meses de 2020, o setor de serviços foi duramente afetado em função da necessidade de isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos que prestavam serviços de caráter presencial. Por outro lado, a pandemia trouxe oportunidades de negócios para serviços voltados às empresas como os de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares, que tiveram ganhos mais expressivos e compensaram as perdas dos serviços de caráter presencial”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Os destaques para o resultado de 2021 foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com avanço de 15,1%; e de informação e comunicação, que cresceram 9,4%. As duas atividades superaram as quedas de 7,6% e 1,6%, respectivamente, em 2020.

Consumo doméstico cresce 3,04% em 2021, mostra pesquisa

O consumo nos lares brasileiros manteve trajetória positiva de crescimento e encerrou 2021 com alta acumulada de 3,04%. O índice é monitorado mensalmente pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e foi divulgado em entrevista online. Em dezembro do ano passado, o consumo doméstico subiu 4,27% em relação ao mesmo período anterior. Na comparação entre dezembro e novembro de 2021, o consumo real foi mais acentuado e registrou alta de 22,47%. Segundo a Abras, os indicadores já foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O monitoramento mensal do consumo nos lares Abras abrange todos os formatos operados pelo setor supermercadista, como lojas de vizinhança, minimercados, supermercados, hipermercados, atacarejos e e-commerce (comércio eletrônico).

De acordo com o vice-presidente institucional da Abras, Marcio Milan, para 2022, espera-se crescimento de 2,8% no setor. “Esperamos manter esse crescimento em função da Renda Brasil, que vai se estender por todo o ano, com valor constante, e com maior quantidade de pessoas no consumo. Outro ponto é a sinalização de baixas nos valores de alguns produtos, um fator positivo”, disse Milan.

Ele destacou ainda a recuperação dos dissídios coletivos, que vai influenciar na retomada do setor. “E, quando olhamos o mês de janeiro, o IPCA é 0,54%, é sinalização, é indicativo de que haverá redução da inflação”, acrescentou.

A cesta Abrasmercado encerrou o ano de 2021 com alta acumulada de 10,32%. A cesta nacional, que considera 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK em parceria com a Abras, passou de R$ 635,02 em dezembro de 2020 para R$700,53 em dezembro de 2021.

Na análise regional do desempenho das cestas, a Região Nordeste teve a maior variação no acumulado do ano, com alta de 14,51%. Em seguida, veio a Região Sul, que fechou o ano com alta acumulada de 11,78%.

Nas demais regiões, as variações acumuladas no ano foram, respectivamente, de 9,13% no Sudeste; de 9,02% no Norte; e de 7,44% no Centro-Oeste.

Usiminas eleva preços de aço para montadoras e distribuição, e prevê novas altas adiante

A Usiminas deve aplicar nas negociações com montadoras de veículos para abril as mesmas condições que usou para definir o reajuste de 60% a 70% nos preços do aço que valeram para os contratos de janeiro, afirmou o diretor comercial da siderúrgica, Miguel Homes, na sexta-feira (11).

A empresa define contratos anuais com as em dois períodos, um em janeiro e outro no início do segundo trimestre.

Segundo o executivo, os contratos de janeiro correspondem a cerca de 20% do volume de aço vendido pela siderúrgica ao setor automotivo e os de abril são o restante. Tipicamente, um terço da produção da Usiminas é direcionada ao setor automotivo.

“Já iniciamos as negociações de abril e elas deveriam seguir as negociações de janeiro pois o cenário é muito similar”, disse o executivo durante conferência com analistas e investidores.

Homes também afirmou que a Usiminas elevou preços a distribuidores a partir de fevereiro e que espera que o volume de importações de aço pelo país caia nos próximos meses, após forte expansão em 2021. Segundo ele, apesar do aumento em fevereiro, o preço do aço nacional está no mesmo nível do praticado no mercado internacional. Em geral, o produto para o mercado doméstico embute um prêmio.

A empresa divulgou mais cedo resultado de quarto trimestre recorde, mas as ações da companhia recuavam 5,3% às 13h50, enquanto o Ibovespa mostrava valorização de 1,16%.

O vice-presidente financeiro da Usiminas, Alberto Ono, disse que apesar dos 7 bilhões de reais em caixa e da posição de dívida líquida de 720 milhões, a empresa não mudará a política de pagar dividendo de 25% sobre o lucro, o mínimo obrigatório.

Segundo ele, a Usiminas pretende manter a posição robusta enquanto prepara uma parada para reforma geral do alto forno 3 da usina de Ipatinga, que exigirá investimento bilionário no equipamento e na formação de estoques de placas. Os recursos devem vir da própria geração de caixa da companhia, explicou.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (14), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,25%, ante 11,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços, Mercado (IGP-M) desacelerou a 1,38% na primeira prévia de fevereiro, de 1,41% na mesma prévia de janeiro, informou na manhã de quarta-feira (9) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

No fechamento do mês passado, o índice havia avançado 1,82%.

Nas aberturas, os preços no atacado puxaram o alívio do indicador. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) arrefeceu a 1,75% nesta leitura, de 1,85% na primeira prévia de janeiro.

No primeiro mês fechado, o indicador havia registrado alta de 2,30%.

Em contrapartida, entre a primeira prévia de janeiro e a de fevereiro, a FGV registrou aceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), de 0,19% para 0,27%, e do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), de 0,30% para 0,51%.

Os indicadores haviam avançado 0,42% e 0,64% no fechamento de janeiro, respectivamente.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (14), a projeção para o IGP-M ficou em 7,33%, ante 6,99% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Inflação medida pelo IPCA desacelera, mas é a maior para janeiro em seis anos.

A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), iniciou 2022 com taxa de 0,54% em janeiro, após alta de 0,73% em dezembro de 2021. É o maior resultado para um mês de janeiro desde 2016, quando foi 1,27%. Já o resultado acumulado em 12 meses atingiu a marca de 10,38%, acima dos 10,06% observados em 12 meses anteriores. As informações foram divulgadas há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em janeiro de 2021, o IPCA teve inflação de 0,25%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (14), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 5,50%, ante 5,44% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Banco Central informou na manhã de sexta-feira (11) que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um indicador prévio de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), teve avanço de 0,33% em dezembro na comparação com novembro.

Foi o segundo avanço consecutivo, porém o desempenho foi abaixo do esperado. A expectativa de economistas consultados pela Bloomberg era de que o indicador apresentasse crescimento mensal de 0,5%.

Já era esperada uma desaceleração em relação ao mês anterior, já que em novembro o índice avançou 0,65%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda -feira (14), a projeção para o PIB ficou em 0,30%, ante 0,30% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (07), o Ibovespa fechou em queda, diante de exterior misto, com a queda nos papéis dos setores de saúde, financeiro e de petróleo superando a alta de ações de Vale, siderúrgicas e de JBS. O índice Ibovespa teve queda de 0,22%, a 111.996,40 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,6 bilhões.

Na terça-feira (08), o Ibovespa fechou em alta, após acelerar no final do pregão, com o efeito de dia positivo em Wall Street superando o impacto da queda do petróleo e da indicação pelo Banco Central de aperto monetário para além do esperado por parte do mercado. O índice Ibovespa teve alta de 0,22%, a 112.239,13 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,6 bilhões.

Na quarta-feira (09), o Ibovespa fechou em alta, diante de alta em Wall Street e dos avanços de ações de empresas ligadas ao consumo interno e do setor petrolífero. O índice Ibovespa teve alta de 0,20%, a 112.461,39 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,3 bilhões.

Na quinta-feira (10), o Ibovespa fechou em alta, com suporte dos papéis de bancos, Vale e Petrobras, destoando da forte queda das bolsas em Nova York, diante de expectativas de aperto monetário mais rápido pelo banco-central norte-americano. O índice Ibovespa teve alta de 0,81%, a 113.367,77 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,2 bilhões.

Na sexta-feira (11), por volta das 12h58, o índice Ibovespa operava em alta de 1,16%, a 114.687,63 pontos. Com a alta das ações do Itaú Unibanco, após resultados acima do esperado divulgados pelo banco. O mercado também repercute números de outras empresas locais e o crescimento do índice de atividade econômica IBC-Br em dezembro, enquanto aguarda por declaração do presidente do Banco Central. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,18%, a 113.572,35 pontos. O volume financeiro somou R$ 43,5 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (11), por volta das 14h02, o dólar registrava queda de 0,86%, cotado a R$ 5,1970 na venda. A caminho de engatar sua quinta semana consecutiva no vermelho, já que a percepção de retornos atraentes no mercado doméstico continuava protegendo a moeda brasileira de apostas em aperto agressivo da política monetária pelo Federal Reserve.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (11) cotado a R$ 5,2428, com forte movimento de compra no fim da tarde em meio à piora do humor externo devido à escalada de temores geopolíticos.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
14/02/2022