Cenário Econômico Internacional – 18/03/2022

Cenário Econômico Internacional – 18/03/2022

Cenário Econômico Internacional – 18/03/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Internacional desta semana:

  • Calote russo não é mais “improvável”, mas não é gatilho para crise financeira global, diz FMI
  • Guerra na Ucrânia levanta o espectro de uma ordem internacional fragmentada
  • Aliados juntam-se ao G7 para retirar tratamento privilegiado da Rússia na OMC, diz a UE
  • Começa a reunião da OTAN para definir nova estratégia na guerra da Ucrânia
  • Mercado acionário dos EUA
  • Dólar
  • Governo chileno apresentará reforma tributária no primeiro semestre
  • China enfrentará consequências se ajudar Rússia a evitar sanções sobre Ucrânia, dizem EUA
  • Guerra, pandemia e inflação são desafio triplo para Fed
  • Consumidores dos EUA gastarão US$ 1 trilhão em compras online em 2022, diz estudo
  • Pfizer pede aos EUA que autorizem 4ª dose de vacina Covid para idosos
  • Sanções a instituições financeiras da Rússia forçam bancos dos EUA a se adaptar
  • Fed anuncia aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros nos EUA
  • Canadá proíbe canais russos de notícias RT e RT France
  • Mercado acionário europeu
  • Rússia proíbe Instagram de operar no país, em meio ao conflito na Ucrânia
  • Zona do euro apoiará postura fiscal neutra, mas flexível, em 2023 em meio a guerra na Ucrânia
  • Volkswagen prioriza China e EUA em meio à instabilidade na Europa
  • BCE diz a bancos para monitorarem clientes russos após aperto de sanções
  • Russos anunciam produtos do McDonald’s em site após fechamento das lojas no país
  • Montadoras de veículos são alvos de blitz de reguladores antitruste da UE
  • HSBC britânico firma promessa climática após pressão de ativistas
  • Credores da Rússia aguardam fundos após Moscou dizer que pagamento da dívida foi feito
  • Mercado acionário na Ásia
  • China deve reduzir custos de empréstimo de médio prazo com riscos crescentes da Covid
  • Filipinas convoca embaixador chinês por ‘intrusão’ de navio da Marinha
  • Japão impõe novas sanções a bilionário russo e outros 16 russos
  • China teme ser impactada por sanções da Rússia, diz ministro das Relações Exteriores
  • Terremoto de magnitude 7,1 atinge área de Fukushima, no Japão
  • China diz que Taiwan ‘se aproveita’ da Ucrânia enquanto ilha envia mais ajuda
  • Tailândia enfrenta eleições antecipadas à medida que as rachaduras da coalizão aumentam
  • Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã diz que EUA precisam tomar decisão de reviver acordo nuclear
  • Deputados do Iraque votarão para presidente em 26 de março
  • Fundo Nacional de Desenvolvimento da Arábia Saudita injetará US$ 152 bilhões na economia local até 2030, diz príncipe herdeiro
  • ONU alerta para riscos da crise na Líbia
  • Presidente libanês visitará o Vaticano na próxima semana

Calote russo não é mais “improvável”, mas não é gatilho para crise financeira global, diz FMI

A Rússia pode dar calote em suas dívidas após sanções sem precedentes devido à invasão da Ucrânia, mas isso não desencadearia uma crise financeira global, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, no domingo (13).

Georgieva disse ao programa “Face the Nation” da CBS que as sanções impostas pelos Estados Unidos e outras democracias já estavam tendo um impacto “severo” na economia russa e desencadeariam uma profunda recessão neste ano.

A guerra e as sanções também teriam efeitos significativos sobre os países vizinhos que dependiam do fornecimento de energia da Rússia e já resultaram em uma onda de refugiados comparada com a observada durante a Segunda Guerra Mundial, disse ela.

A Rússia chama suas ações na Ucrânia de “operação especial”.

As sanções também limitam a capacidade da Rússia de acessar seus recursos e pagar suas dívidas, o que significa que um calote não é mais visto como “improvável”, disse Georgieva.

Questionada se tal inadimplência poderia desencadear uma crise financeira em todo o mundo, ela disse: “Por enquanto, não”.

A exposição total dos bancos à Rússia somou cerca de 120 bilhões de dólares, um valor que, embora não insignificante, “não era sistematicamente relevante”, disse ela.

Georgieva disse na semana passada que o FMI reduziria a previsão anterior de crescimento econômico global de 4,4% em 2022 como resultado da guerra, mas disse que a trajetória geral permanece positiva.

O impacto seria mais grave em termos de aumento dos preços das commodities e da inflação, potencialmente levando à fome e à insegurança alimentar em partes da África, disse ela.

Guerra na Ucrânia levanta o espectro de uma ordem internacional fragmentada

A ONU está enfrentando o mais sério desafio à ordem mundial internacional em que a organização se apoia desde sua fundação, há 76 anos.

A guerra Rússia-Ucrânia está ameaçando derrubar a ONU como a conhecemos, potencialmente inaugurando o fim do multilateralismo. Há uma tentativa da Ucrânia e seus aliados na ONU de retirar a Federação Russa de seu assento no Conselho de Segurança, e alguns chegam a pedir que a Assembleia Geral expulse a Rússia da ONU completamente.

Essas ligações surpreenderam diplomatas e observadores e levaram a discussões frenéticas sobre a legalidade, bem como a probabilidade de isso acontecer e o que isso pode significar para o futuro da organização, com alguns descrevendo o esforço como abrir uma caixa de Pandora. Não há como dizer onde isso vai parar.

O primeiro sinal de que as placas tectônicas da própria ordem mundial estavam sendo abaladas veio durante a reunião do Conselho de Segurança na noite em que a notícia do ataque russo à Ucrânia chegou ao Conselho durante a sessão, presidida por ninguém menos que o Representante Permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, o presidente do Conselho de Segurança para o mês de fevereiro.

Sergiy Kyslytsya, embaixador da Ucrânia na ONU, questionou na reunião a legitimidade da adesão da Federação Russa à ONU e disse que o embaixador russo deveria entregar a presidência do Conselho de Segurança a um “membro legítimo”.

Kyslytsya dirigiu-se ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, presente à reunião, e pediu-lhe que solicitasse ao secretariado que “distribua entre os membros do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral uma decisão do Conselho de Segurança datada de dezembro de 1991 que recomenda que a Federação Russa possa ser membro desta organização, bem como uma decisão da Assembleia Geral datada de dezembro de 1991, onde a Assembleia Geral dá as boas-vindas à Federação Russa a esta organização.”

Ele disse que “seria um milagre se a secretaria fosse capaz de produzir tais decisões”. Isso porque eles não existem.

A Federação Russa herdou o assento da União Soviética na ONU sem passar pelo processo adequado de solicitação e obtenção do assento permanente no Conselho de Segurança ou participação na Assembleia Geral.

Especialistas estão céticos que a medida ucraniana terá sucesso por muitas razões, mas a principal delas é o poder de veto da Rússia, que pode se juntar à China para impedir a expulsão.

Isso não impede os ucranianos, no entanto, de continuar sua campanha para expulsar a Rússia da ONU e despojá-la de seu assento permanente no Conselho de Segurança.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou no Twitter que, em uma ligação com Guterres, ele falou sobre tirar o assento permanente da Rússia depois que a Rússia usou seu veto para bloquear a adoção da resolução do Conselho de Segurança condenando sua invasão da Ucrânia.

Há também um procedimento para admitir ou expulsar um membro da ONU. Essas regras estão expressas nos artigos 3, 4, 5 e 6 da Carta da ONU. O Artigo 5 estipula que um membro da ONU “contra o qual ação preventiva ou coercitiva tenha sido tomada pelo Conselho de Segurança pode ser suspenso do exercício dos direitos e privilégios de membro pela Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança”.

A expulsão de um membro também se enquadra no artigo 6º, que abre a porta para a expulsão de um membro que “viola persistentemente” os princípios da carta, pela Assembleia Geral, mas também exige uma recomendação do Conselho de Segurança.

A África do Sul foi suspensa da Assembleia Geral em 1974 devido a sua política de apartheid, mas com uma recomendação do Conselho de Segurança.

Aliados juntam-se ao G7 para retirar tratamento privilegiado da Rússia na OMC, diz a UE

Nove outros países se juntaram ao G7 para retirar da Rússia seu tratamento privilegiado no comércio após a invasão da Ucrânia, disse na terça-feira (15) o chefe comercial da União Europeia, Valdis Dombrovskis.

Os países do G7 anunciaram na sexta-feira a revogação do status da Rússia de “nação mais favorecida”, abrindo caminho para adotar tarifas mais elevadas sobre as importações russas do que aquelas aplicadas a outros parceiros da OMC ou proibir completamente certos produtos russos.

Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, afirmou em comunicado que Albânia, Austrália, Islândia, Moldávia, Montenegro, Nova Zelândia, Macedônia do Norte e Coreia do Sul também irão parar de concordar com o status da Rússia de “nação mais favorecida”.

Dombrovskis disse que a medida aprofundou a posição da Rússia de pária aos olhos da comunidade global, acrescentando que o grupo ocidental também vai suspender o acesso de Belarus, aliado russo, à Organização Mundial do Comércio.

Começa a reunião da OTAN para definir nova estratégia na guerra da Ucrânia

Os ministros da Defesa da OTAN estão reunidos na quarta-feira (16) na sede da aliança militar em Bruxelas, em caráter extraordinário, para avaliar quais deverão ser os próximos passos em meio a escalada de violência na guerra. Ucrânia, Finlândia, Suécia e Geórgia, países que não fazem parte da organização, além de representantes da União Europeia, também participam do encontro.

Às vésperas da reunião extraordinária, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que “nós, a aliança, devemos rever nossa posição militar” depois da invasão russa na Ucrânia. Na coletiva para a imprensa, Stoltenberg explicou que concretamente isso “deve significar um aumento substancial das tropas na parte oriental da Otan”, com o envio de mais 40 mil soldados.

“A invasão russa na Ucrânia e sua integração militar com Belarus formam uma nova realidade de segurança no continente europeu. E nós devemos rever nossa posição militar diante desta nova realidade”, prosseguiu. Stoltenberg disse estar preocupado com a possibilidade de a Rússia organizar uma operação clandestina, sob bandeira falsa, para usar armas químicas e biológicas na Ucrânia.

Mais cedo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu que seu país não poderá integrar a OTAN, uma das exigências da Rússia para o cessar-fogo. “Ouvimos durante anos que as portas estavam abertas, mas também ouvimos dizer que não podíamos aderir. Esta é a verdade e temos que reconhecê-la”, declarou Zelensky. A OTAN vem apoiando a Ucrânia de diferentes maneiras, há anos. Desde a anexação da Criméia, em 2014, a aliança militar treina soldados e fornece armamentos e equipamentos militares, mas a adesão do país nunca esteve sob a mesa de negociações da organização.

Na quarta-feira (16), os ministros da Defesa da OTAN devem abrir as discussões abordando medidas concretas para reforçar a segurança a longo prazo, em todas as áreas. O reforço das defesas aéreas e antimísseis, o reforço marítimo e a ciberdefesa, assim como a manutenção de exercícios militares também estão na agenda do encontro.

Jens Stoltenberg pediu para que os membros da OTAN aumentem suas contribuições com pelo menos 2% do Produto Interno Bruto de cada país à defesa e também afirmou que a China “deveria se unir ao mundo e condenar a Rússia”.

Mercado acionário dos EUA e câmbio ao longo da semana

Na segunda-feira (14), as bolsas de valores de Nova York fecharam em queda, em mais uma sessão na qual o desenrolar da guerra na Ucrânia foi o principal alvo de atenção dos investidores. Sinalizações sobre tratativas diplomáticas para o conflito chegaram a impulsionar os índices, mas, ao longo da sessão, o otimismo no tema foi reduzido. A semana conta a ainda com a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). De olho em uma provável alta de juros, os rendimentos dos Treasuries subiram, pressionando as ações, especialmente de tecnologia. O índice Dow Jones fechou estável, a 32.945,24 pontos. O índice S&P 500 teve queda de 0,74%, a 4.173,11 pontos. E o índice Nasdaq teve queda de 2,04%, a 12.581,22 pontos.

Na terça-feira (15), as bolsas de valores de Nova York fecharam em alta, após nova queda nos preços do petróleo e uma leitura mais suave do que o esperado dos preços ao produtor ajudarem a aliviar temores inflacionários entre investidores, com o foco se voltando ao próximo anúncio de política monetária do banco central dos EUA. O índice Dow Jones teve alta de 1,82%, a 33.544,34 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 2,14%, a 4.262,45 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 2,92%, a 12.948,62 pontos.

Na quarta-feira (16), as bolsas de valores de Nova York fecharam em alta, em sessão intensamente marcada pela decisão de política monetária do Federal Reserve. Após a elevação de juros em 0,25 ponto porcentual pela autoridade, as ações chegaram a ficar pressionadas, mas o ímpeto de ganhos foi retomado durante a coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell. O índice Dow Jones teve alta de 1,55%, a 34.063,10 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 2,24%, a 4.357,86 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 3,77%, a 13.436,55 pontos.

Na quinta-feira (17), as bolsas de valores de Nova York operavam em alta, depois de forte alta dos índices de Wall Street na sessão anterior após o Federal Reserve elevar os juros, com investidores acompanhando as discussões de paz entre Rússia e Ucrânia. Por volta das 13h22, o índice Dow Jones registrava alta de 0,41%, a 34.202,45 pontos. O índice S&P 500 registrava alta de 0,46%, a 4.378,02 pontos. E o índice Nasdaq registrava alta de 0,081%, a 13.968,03 pontos.

DÓLAR

Fechando a semana, na sexta-feira 11.03.22 – O dólar comercial encerrou a sexta-feira (11) cotado a R$ 5,0541 com alta de 0,76%. Depois de furar o suporte de 5 reais e novamente não se sustentar abaixo dessa marca, num dia de força da moeda norte-americana contra a maioria de seus rivais e novas quedas nos mercados de ações, reflexo do sentimento ainda frágil do investidor em meio à guerra na Ucrânia.

Na segunda-feira (14) – O dólar à vista registrou alta de 1,30%, cotado a R$ 5,1200 na venda. Com investidores remontando posições defensivas em meio a uma conjunção negativa de fatores e externos e domésticos. Com o melhor desempenho entre divisas emergentes neste ano, o real amargou de longe nesta segunda-feira, 14, a maior baixa entre seus pares. O dólar oscilou entre R$ 5,1385 na máxima e R$ 5,0381 na mínima.

Na terça-feira (15) – O dólar à vista registrou alta de 0,76%, cotado a R$ 5,1591 na venda. A depreciação da taxa de câmbio, ocorreu em sintonia com novo dia de perdas na bolsa de valores brasileira, mais uma vez pela queda dos preços das commodities. O rali das matérias-primas nas últimas semanas havia oferecido um escudo aos ativos domésticos, em meio ao chacoalhão global decorrente da guerra da Ucrânia e de suas consequências econômicas. O dólar oscilou entre R$ 5,1691 na máxima e R$ 5,0941 na mínima.

Na quarta-feira (16) – O dólar à vista registrou queda de 1,27%, cotado a R$ 5,0934 na venda. A apreciação do real se deu no bojo da onda de recuperação do apetite ao risco no exterior, amparada por sinais de avanço nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Houve também um aceno do governo chinês de medidas de estímulos ao mercado de capitais e imobiliário, o que ensejou uma recuperação dos preços do minério de ferro. O dólar oscilou entre R$ 5,1564 na máxima e R$ 5,0914 na mínima.

Na quinta-feira (17) – Por volta das 13h17, o dólar operava em queda de 0,95% cotado a R$ 5,0448 na venda. O salto do petróleo, considerado variável-chave para os próximos passos do Copom, favorece moedas emergentes e ligadas a commodities, como o real, mas também realimenta as pressões inflacionárias e do presidente Jair Bolsonaro por medidas para controlar os preços dos combustíveis, o que gera cautela fiscal e ajudou a dar impulso ao dólar, pelo menos de forma pontual por enquanto.

Governo chileno apresentará reforma tributária no primeiro semestre

O governo do novo presidente chileno, Gabriel Boric, enviará seu projeto para uma ampla reforma tributária focada em pessoas, recursos naturais e impostos verdes durante o primeiro semestre do ano, disse o novo ministro da Fazenda, Mario Marcel, em sua primeira entrevista no cargo.

O respeitado ex-presidente do Banco Central terá entre seus desafios impulsionar a prometida modificação tributária, que buscará aumentar a arrecadação em cinco pontos do Produto Interno Bruto (PIB) em quatro anos.

Em entrevista à Reuters horas depois da posse, o chefe das Finanças Públicas disse que a sua intenção é abrir um amplo diálogo e concluir um “pacto fiscal” que possa durar muito tempo para evitar tanta variabilidade entre uma administração e outra.

“Isso com a ideia de que a partir disso podemos construir um projeto de reforma tributária que vamos enviar ao Congresso de qualquer maneira no primeiro semestre”, assegurou.

Ele também explicou que a modificação poderia ser separada em diferentes pacotes para que as coisas em condições de avançar mais rápido no Congresso possam dar espaço e mais tempo para as coisas que exigem mais discussão.

Marcel revelou ainda que a reforma será mais centrada na tributação de pessoas, recursos naturais e impostos verdes, uma vez que com o ajuste do imposto corporativo em 2014 “a verdade é que já não há muito espaço para aumentar a carga fiscal das empresas sem que haja um efeito sobre a competitividade”.

Os mercados financeiros comemoraram a designação do ex-presidente do Banco Central como um sinal de moderação no ritmo das reformas prometidas por Boric, que propõe mudanças profundas no sistema de livre mercado que marcou o Chile nas últimas décadas.

Sobre a aplicação de um novo royalty de mineração no maior produtor mundial de cobre e segundo maior produtor de lítio, Marcel disse que apresentará indicações ao projeto que já está sendo discutido no Congresso, já que não é prático começar do zero.

Com relação às projeções econômicas, Marcel disse que ainda não tem atualização própria, mas ficou satisfeito com o intervalo estimado pelo Banco Central em dezembro, quando projetava crescimento do PIB entre 1,5 e 2,5%.

China enfrentará consequências se ajudar Rússia a evitar sanções sobre Ucrânia, dizem EUA

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, que deve se reunir com o importante diplomata chinês Yang Jiechi em Roma na segunda-feira (14), alertou Pequim que certamente enfrentará consequências se ajudar Moscou a evitar sanções abrangentes sobre a guerra na Ucrânia.

Sullivan disse à CNN que os Estados Unidos acreditam que a China estava ciente de que a Rússia estava planejando alguma ação na Ucrânia antes da invasão, embora Pequim possa não ter entendido toda a extensão do que foi planejado.

Agora, disse ele, Washington está observando atentamente para ver até que ponto Pequim fornece apoio econômico ou material à Rússia e haverá consequências se isso ocorrer.

“Estamos comunicando diretamente, em particular a Pequim, que absolutamente haverá consequências”, disse Sullivan. “Não permitiremos que isso avance e que haja uma tábua de salvação para a Rússia dessas sanções econômicas de qualquer país, em qualquer lugar do mundo.”

Um alto funcionário do governo disse que a guerra na Ucrânia seria um “tema significativo” durante a reunião de Sullivan com Yang, que faz parte de um esforço mais amplo de Washington e Pequim para manter canais abertos de comunicação e administrar a competição entre as duas maiores economias do mundo.

“Esta reunião está ocorrendo no contexto da guerra injustificada e brutal da Rússia contra a Ucrânia, e como a China se alinhou com a Rússia para avançar sua própria visão da ordem mundial, então eu espero, impacto da guerra da Rússia contra a Ucrânia na segurança regional e global”, disse a fonte.

Nenhum resultado específico é esperado da reunião, acrescentou a fonte, falando sob condição de anonimato.

Guerra, pandemia e inflação são desafio triplo para Fed

Em dezembro, no que agora parece uma época mais simples, quando a pandemia era a maior preocupação, as autoridades do Federal Reserve acataram a visão de que poderiam domar a inflação com aumentos modestos de juros, conforme a economia e o mercado de trabalho dos Estados Unidos prosperavam.

Uma guerra na Europa se soma agora à crise da saúde, e, quando as autoridades do banco central dos EUA se reunirem nesta semana, elas terão de avaliar quanto dano foi causado a essa perspectiva otimista e se suas esperanças de um “pouso suave” da economia foram reduzidas ou até mesmo completamente eliminadas.

É quase certo que o Fed aumentará sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual ao fim de sua reunião de política monetária de dois dias, na quarta-feira (16). Mais importantes serão as projeções que mostrarão até que ponto as autoridades acreditam que os custos dos empréstimos precisarão subir neste ano e em 2023 e 2024 para domar a inflação, que tem ultrapassado as expectativas.

Se suas perspectivas para a taxa básica de juros ultrapassarem o que é considerado um nível neutro, de cerca de 2,50%, isso significaria que o clima dentro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) mudou e seus membros veem a necessidade de eventualmente conter a economia, correndo um risco maior de recessão, para domar os preços crescentes. Em dezembro, a maioria das autoridades do Fed projetou que os juros só precisariam subir para 2,10% até o final de 2024.

“Não há dúvida de que o Fomc começará a aumentar os juros. O que todos querem saber é: o que o Fed fará a seguir?” escreveram Roberto Perli e outros analistas da Piper Sandler. Se novas projeções mostrarem a meta para os juros básicos acima de 2,50% nos próximos anos, isso “sinalizaria que a maioria do Fomc está tão preocupada com a inflação que não se importa em arriscar uma recessão para derrubá-la rapidamente.”

Os ciclos de alta de juros do Fed geralmente vêm com sua orientação particular, com palavras como “comedido” ou “gradual” incorporadas às declarações de política monetária para sinalizar o ritmo pretendido do aperto. Jerome Powell, chair do Fed, tem usado recentemente termos menos concretos, como “ágil”, para caracterizar uma conduta que deve incluir aumentos constantes de juros neste ano, mas que pode precisar ser acelerada ou desacelerada em resposta a eventos e condições que mudam constantemente.

“Nem os dados nem a sorte favoreceram o Fed” nas últimas semanas, escreveu Tim Duy, economista-chefe para EUA da SGH Macro Advisors.

Powell, em depoimento ao Congresso no início deste mês, deixou claro que seu foco está na inflação e que ele está pronto para elevar os juros, se necessário, a ritmo mais agressivo, de 0,5 ponto percentual, caso os aumentos de preços não desacelerem.

Mas ele também reconheceu que o mundo ficou mais complicado, de uma forma que pode levar tempo para entender.

A guerra na Ucrânia “é um divisor de águas e estará conosco por muito tempo”, disse Powell ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados em 2 de março. “Há eventos ainda por vir, e não sabemos qual será seu efeito real sobre a economia dos EUA. Não sabemos se esses efeitos serão duradouros ou não.”

Consumidores dos EUA gastarão US$ 1 trilhão em compras online em 2022, diz estudo

Os gastos em compras online de consumidores dos Estados Unidos poderão atingir um recorde de 1 trilhão de dólares este ano, graças às mudanças impulsionadas pela pandemia, mostrou um relatório do Adobe Analytics na terça-feira (15).

A previsão representa um salto de 13% em relação a 2021 e segue um gasto total de 1,7 trilhão de dólares ao longo de dois anos da crise do Covid-19, a partir de março de 2020.

“A pandemia foi um momento importante para o comércio eletrônico. Não apenas acelerou o crescimento em quase dois anos, mas também impactou os tipos de bens que os consumidores estão dispostos a comprar online”, disse Vivek Pandya, analista-chefe da Adobe Digital Insights.

Os gastos online com mantimentos dispararam na pandemia, aumentando 7,2% no ano passado, depois de mais do que dobrar em 2020, já que os consumidores preferiam a segurança e a conveniência das entregas em domicílio.

Isso em comparação com um crescimento apenas modesto para vestuário, enquanto os eletrônicos consolidaram sua posição como a principal categoria em compras online.

“O comércio eletrônico está sendo remodelado pelas compras de supermercado, um setor com descontos mínimos em comparação com categorias como eletrônicos e vestuário”, disse Patrick Brown, vice-presidente de marketing de crescimento da Adobe.

A previsão para 2022 é apoiada por sinais de demanda robusta dos consumidores, mesmo com o aumento dos preços de produtos.

Pfizer pede aos EUA que autorizem 4ª dose de vacina Covid para idosos

A Pfizer e sua parceira BioNTech pediram aos reguladores dos EUA que autorizem uma dose de reforço adicional de sua vacina Covid-19 para idosos, dizendo que dados de Israel sugerem que os idosos se beneficiariam.

Atualmente, os EUA pedem duas doses primárias seguidas meses depois por uma dose de reforço para todos com 12 anos ou mais. O novo aplicativo busca adicionar um quarto tiro apenas para a população acima de 65 anos que foi mais atingida pela pandemia.

A Food and Drug Administration e os Centros de Controle de Doenças teriam que aprovar o pedido. Nesse caso, uma questão-chave seria quando os idosos seriam aconselhados a arregaçar as mangas.

Embora as autoridades digam que as vacinas continuam a oferecer forte proteção contra doenças graves, elas não resistiram tão bem a infecções mais leves, especialmente aquelas causadas pelo mutante Ômicron. Com os casos de Covid-19 finalmente caindo após o intenso aumento de Ômicrons, os especialistas em saúde pública estão começando a olhar para os próximos passos que podem ser necessários, se uma nova variante surgir ou, exceto isso, tentar reforçar a proteção contra o Coronavírus no outono. ao mesmo tempo, as pessoas são vacinadas contra a gripe.

Falando ao “Face the Nation” da CBS no domingo, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, sinalizou os planos da empresa.

“A proteção que você está recebendo do terceiro, é boa o suficiente, na verdade muito boa para hospitalizações e mortes. Não é tão bom contra infecções”, disse ele. “Mas estamos apenas enviando esses dados ao FDA e então veremos o que os especialistas também dirão fora da Pfizer.”

A campanha de reforço nos EUA foi baseada em evidências de que a eficácia das injeções, principalmente contra infecções mais leves, estava diminuindo cerca de seis meses após a última dose. Os pedidos de uma terceira dose cresceram quando ficou claro que as vacinas não eram tão fortes contra o mutante Ômicron quanto contra as versões anteriores do vírus.

Muitos cientistas dizem que o objetivo final da vacinação é prevenir doenças graves, não infecções leves, e os dados iniciais do CDC mostram que as vacinas ainda estão fazendo um bom trabalho nisso. Durante a onda Ômicron, a eficácia contra a hospitalização foi de 91% em pessoas que receberam o reforço dois meses antes e 78% no quarto mês após o reforço.

A Pfizer baseou seu novo aplicativo em dados de Israel, que já estava oferecendo um segundo reforço para pessoas com 60 anos ou mais e profissionais de saúde.

Embora alguns dados iniciais não tenham deixado claro quanto benefício outro tiro ofereceu, ou por quanto tempo, a Pfizer disse na terça-feira que uma análise dos registros de saúde de mais de 1,1 milhão de idosos israelenses mostrou que as infecções confirmadas foram duas vezes menores e as taxas de doenças graves foram quatro vezes menores entre aqueles que receberam dois reforços em vez de apenas um.

A Pfizer também citou um estudo em andamento de profissionais de saúde que rastreou um salto nos anticorpos de combate ao vírus após receber o reforço adicional.

Nos EUA, até agora, uma quarta dose é recomendada apenas para pessoas com sistema imunológico gravemente enfraquecido, que precisam de três doses para obter a melhor chance de qualquer proteção.

Sanções a instituições financeiras da Rússia forçam bancos dos EUA a se adaptar

Os bancos dos Estados Unidos mostram-se cautelosos em relação às sanções contra a Rússia, a fim de garantir que seja cumprida a crescente lista de exigências, enquanto garantem que pagamentos legais fluam para o país e a Ucrânia. Antes da invasão russa à Ucrânia, instituições financeiras gastaram anos reforçando sistemas de controle e acrescentando recursos de compliance, conforme as sanções tornavam-se um instrumento cada vez mais importante da política externa dos EUA.

Mas o ritmo, o volume e as exigências variadas das sanções e outras restrições impostas após a invasão representam complexos desafios para as instituições financeiras, inclusive para empresas de criptomoedas.

Os EUA e aliados têm imposto sanções econômicas e comerciais contra a Rússia e Belarus nas últimas semanas, inclusive a bancos russos estatais.

Os regimes de sanções, porém, variam com relação a quem ou o que está listado.

Especialistas dizem que as instituições financeiras precisam também comunicar a importância da compliance entre suas unidades, para evitar riscos à reputação e punições financeiras.

Fed anuncia aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros nos EUA

O Federal Reserve anunciou o tão esperado aumento de taxa de juros, o primeiro desde 2018, em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 0,25% e 0,5%, conforme comunicado após conclusão da reunião do Fomc (Federal Open Market Commitee) de quarta-feira (16).

A decisão era esperada há algum tempo e já elevou o custo das hipotecas residenciais e outros tipos de crédito em antecipação à atuação do Fed para conter a alta dos preços, que já está no ritmo mais forte em 40 anos.

Junto com a decisão, o comitê também apontou altas nas taxas em cada uma das seis reuniões restantes deste ano, projetando juros entre 1,75% e 2% até o final do ano. O comitê vê mais três aumentos em 2023.

A decisão foi aprovada por 8 integrantes do comitê nesta quarta, com apenas uma dissidência. Foi a de James Bullard, do Fed de St. Louis, que votou por uma alta mais agressiva, de 0,5 ponto percentual.

O Fomc tem a meta de alcançar uma inflação de 2% no longo prazo. “Com o adequado fortalecimento da política monetária, o Comitê espera que a inflação volte ao seu objetivo de 2% e o mercado de trabalho continue forte”, por isso decidiu aumentar taxa e “prevê que os aumentos contínuos serão apropriados”.

Canadá proíbe canais russos de notícias RT e RT France

O Canadá proibiu oficialmente os provedores de serviços de transmitir os canais de notícias russos RT (anteriormente Russia Today) e RT France, indicando que sua programação não é de “interesse público”.

“A liberdade de expressão e a diversidade de pontos de vista são elementos essenciais de nossa democracia. Contudo, transmitir no Canadá é um privilégio, não um direito”, explicou Ian Scott, presidente do Conselho Canadense de Radiodifusão e Telecomunicações (CRTC, na sigla em inglês).

O órgão público também se mostrou preocupado com a “programação de um país estrangeiro que busca solapar a soberania de outro, difamar os canadenses de uma determinada origem étnica e minar as instituições democráticas no Canadá”.

Acusados de serem instrumentos de “desinformação” de Moscou no contexto de sua guerra contra a Ucrânia, os meios estatais russos RT e Sputnik já foram banidos da União Europeia, e suas transmissões por televisão e internet estão proibidas desde 2 de março.

Lançado em 2005 como “Russia Today”, a emissora estatal RT se expandiu nos últimos anos com canais e sites em vários idiomas, incluindo inglês, francês, espanhol, alemão e árabe.

Mercado acionário europeu

Na segunda-feira (14), as bolsas europeias fecharam a maioria em alta, em meio a esperanças sobre esforços diplomáticos de Ucrânia e Rússia para encerrar o conflito que já dura semanas, enquanto os papéis da Volkswagen tiveram alta depois que a montadora alemã dobrou seu lucro operacional. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 1,20%, a 436,35 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 1,75%, a 6.369,94 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 2,21%, a 13.929,11 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 0,60%, a 5.574,56 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 1,13%, a 8.234,40 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,53%, a 7.193,47 pontos.

Na terça-feira (15), as bolsas europeias fecharam a maioria em queda, com setores ligados a commodities liderando as perdas, em meio a preocupações sobre o salto de casos de Coronavírus na China aumentando o nervosismo antes de um aguardado aumento de juros nos Estados Unidos. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,28%, a 435,12 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 0,23%, a 6.355,00 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,09%, a 13.917,27 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 0,16%, a 5.565,44 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 0,02%, a 8.236,10 pontos. O índice FTSE 100 teve queda de 0,25%, a 7.175,70 pontos.

Na quarta-feira (16), as bolsas europeias fecharam em alta, depois de novas negociações entre Rússia e Ucrânia, ampliando ganhos anteriores provocados pela promessa da China de adotar mais medidas de estímulo para impulsionar a economia. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 3,06%, a 448,45 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 3,68%, a 6.588,64 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 3,76%, a 14.440,74 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 1,02%, a 5.622,30 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 1,75%, a 8.380,40 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 1,62%, a 7.291,68 pontos.

Na quinta-feira (17), as bolsas europeias fecharam a maioria em alta, um dia após o Federal Reserve elevar juros pela primeira vez desde 2018. Investidores também aguardam dados de inflação da zona do euro e decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE). O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,39%, a 450,19 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 0,46%, a 6.618,87 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,33%, a 14.393,05 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 1,15%, a 5.686,94 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 0,39%, a 8.413,00 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 1,25%, a 7.382,83 pontos.

Rússia proíbe Instagram de operar no país, em meio ao conflito na Ucrânia

O regulador estatal de mídia da Rússia, Roskomnadzor, proibiu oficialmente o Instagram de operar no país, após uma batalha entre Moscou e a controladora da empresa de mídia social, a Meta Platforms, por conteúdo relacionado à invasão da Ucrânia.

O imbróglio começou depois que as tropas russas entraram na Ucrânia no mês passado, levando a Meta a bloquear alguns meios de comunicação afiliados ao Kremlin.

A proibição faz parte de uma repressão mais ampla de Moscou contra pessoas que expressam oposição à guerra, que o governo russo chama de “operação militar especial”. As forças de segurança estão patrulhando algumas das maiores cidades da Rússia, detendo pessoas que tentam organizar protestos contra a invasão.

A Rússia disse que não planeja banir a ferramenta de mensagens WhatsApp da Meta. O Facebook já havia sido banido no país.

Zona do euro apoiará postura fiscal neutra, mas flexível, em 2023 em meio a guerra na Ucrânia

Os ministros das Finanças da zona do euro devem endossar na segunda-feira (14) a visão da Comissão Europeia de que a política fiscal deve passar de estimulativa a neutra em 2023, mas que as autoridades precisam estar prontas para desembolsar mais dinheiro caso a guerra na Ucrânia o faça necessário.

Os ministros das Finanças dos 19 países que compartilham o euro se reúnem na segunda-feira (14) para discutir sua posição fiscal no ano que vem, à medida que a invasão da Ucrânia pela Rússia aumenta a incerteza e os riscos para o crescimento econômico da UE, que ainda está se recuperando após a pandemia.

A Comissão Europeia recomendou em 2 de março que os governos da UE mudem para uma postura fiscal neutra em 2023, partindo de uma postura de apoio agora, mas fiquem prontos para se adaptar rapidamente caso a crise na Ucrânia produza novos desafios para o resto da Europa.

“Há boas razões para estarmos otimistas sobre a resiliência de nossas economias, mas estamos em uma situação em que a incerteza é muito alta e os riscos negativos aumentaram, então percebemos que precisamos estar prontos para atualizar nossas premissas e ajustar nossas políticas conforme necessário”, disse uma autoridade da zona do euro envolvida na preparação das negociações.

Os ministros da zona do euro não discutirão sanções impostas à Rússia, porque farão isso com seus colegas da UE fora da zona do euro na terça-feira (15).

Volkswagen prioriza China e EUA em meio à instabilidade na Europa

A Volkswagen está transferindo sua produção para a China e os Estados Unidos como resultado da guerra na Ucrânia e priorizará o país asiático este ano, disse Herbert Diess, presidente-executivo da empresa, em uma teleconferência na terça-feira (15).

A montadora suspendeu a produção na Rússia após a invasão da Ucrânia pelo país.

“Vamos transferir mais (produção) para a China por causa da situação na Europa”, disse Diess. Quando perguntado sobre como a montadora reagiria no caso de a China atacar Taiwan, ele disse não acreditar que o país tomaria tal medida.

“A China tem grande interesse em manter as fronteiras abertas”, disse Diess. “Achamos que é um trunfo para nós sermos fortes na China. A China é uma fortaleza para nós.”

A falta de chicotes elétricos normalmente provenientes da Ucrânia foi a restrição mais significativa da cadeia de suprimentos até o momento, disse Diess.

Se não a produção não puder ser realocada entre três e quatro semanas, as perspectivas da montadora precisarão ser revisadas, afirmou o executivo.

BCE diz a bancos para monitorarem clientes russos após aperto de sanções

Reguladores da União Europeia (UE) determinaram a alguns bancos que examinem transações de todos os clientes russos e bielorrussos, incluindo residentes da UE, para garantir que não sejam usados ​​para contornar sanções ocidentais contra Moscou, disseram três fontes à Reuters.

As instruções dos supervisores do Banco Central Europeu (BCE) significam que dezenas de milhares de russos e bielorrussos residentes na UE enfrentam intensa vigilância, com bancos em alerta para grandes pagamentos e depósitos, bem como novos pedidos de crédito, disseram as fontes a par do tema.

Embora as sanções contra Moscou isentem pessoas que possuam autorizações de residência temporárias ou permanentes da UE, impõem algumas restrições aos acessos russos a serviços bancários, incluindo impedir que os bancos aceitem depósitos acima de 100 mil euros de cidadãos ou entidades russas.

A medida do BCE coloca até mesmo residentes da UE sob maior escrutínio e dificulta para eles operarem contas bancárias, com uma das fontes dizendo que alguns já estavam enfrentando restrições na Espanha.

O BCE verifica se os bancos que supervisiona “têm as medidas necessárias para cumprir as sanções”, inclusive em relação a transações e relacionamentos com clientes, mas não emitiu diretrizes além das regras da UE, disse um porta-voz do BCE.

Equipes de supervisão conjunta do banco central disseram aos bancos para reforçarem o controle dos residentes da UE também se eles vierem da Rússia ou de Belarus, disseram as fontes, de bancos e agências de vigilância.

Embora não seja papel do BCE policiar sanções, os supervisores temem que os bancos do bloco poderem incorrer em pesadas multas se seus clientes canalizarem dinheiro em nome de indivíduos sancionados, disseram duas fontes.

Russos anunciam produtos do McDonald’s em site após fechamento das lojas no país

Russos estão vendendo produtos do McDonald’s em um site de anúncios após o fechamento das lojas no país, e itens populares como Big Macs e McMuffins são oferecidos a preços bastante inflacionados, em um deles, o lanche mais famoso da rede fast food foi anunciado por mais de R$ 180,00.

Um vendedor da capital Moscou anunciou um Big Mac por cerca de US$ 36 (R$ 185 na cotação atual), segundo o site “Business Insider”. O “índice Big Mac” da revista “The Economist” aponta que o hambúrguer custa 135 rublos na Rússia (cerca de US$ 1,25 ou R$ 6,37).

Um outro anunciou uma torta por 849 rublos (cerca de R$ 40) e fez questão de destacar as qualidades do produto: “Torta quente do lendário McDonald’s! Prove o queijo cremoso de cereja e framboesa”. Cheeseburgers duplos congelados são vendidos por astronômicos 50 mil rublos (R$ 2,3 mil).

Os anúncios são feitos no Avito, um site de classificados russo descrito no LinkedIn como o mais popular da Rússia.

Montadoras de veículos são alvos de blitz de reguladores antitruste da UE

Reguladores antitruste da União Europeia promoveram ações de fiscalização em várias empresas e associações automotivas em vários países do bloco por suspeita de violação de regras de defesa da concorrência.

A Comissão Europeia também enviou pedidos de informações às empresas, sem divulgar os nomes delas.

“As inspeções e pedidos de informação dizem respeito a um possível conluio em relação à recolhimento, tratamento e recuperação de carros no fim da vida útil que são considerados resíduos”, disse o órgão de concorrência da UE em comunicado. A montadora alemã BMW disse que recebeu um pedido de informações e que vai responder a ele.

A Mercedes Benz disse que não espera ser multada porque propôs leniência e está cooperando com a Comissão e a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA).

A Ford disse em comunicado que recebeu uma notificação da CMA “relativa à reciclagem de veículos antigos ou descartados, especificamente carros e vans, também conhecidos como veículos em fim de vida”.

“Dada a situação em andamento, seria inapropriado dizermos mais neste estágio, exceto afirmar que cooperaremos totalmente com a fiscalização da CMA”, disse a montadora dos EUA.

A Renault disse que “confirma que foi visitada hoje por investigadores da Comissão Europeia” e está cooperando plenamente.

A Volkswagen e sua marca premium Audi se recusaram a comentar o assunto. As montadoras Stellantis e Ferrari não responderam imediatamente a pedidos de comentários.

A CMA também abriu uma investigação sobre vários fabricantes de veículos não identificados e alguns órgãos do setor e disse que estava cooperando com a comissão.

As empresas que forem pegas em violação das regras contra formação de cartel da UE podem enfrentar multas de até 10% de seu faturamento global.

Na última década, a comissão emitiu multas totais de cerca de 2,2 bilhões de euros contra cartéis de autopeças que lidam com produtos que vão de freios a chicotes elétricos, cintos de segurança e airbags.

HSBC britânico firma promessa climática após pressão de ativistas

O HSBC britânico endureceu seus compromissos climáticos e prometeu maior abertura sobre seu progresso nesta quarta-feira, após pressão de ativistas que disseram que agora retirariam uma resolução prevista para sua próxima reunião de acionistas.

O HSBC disse que cortaria o financiamento para a indústria de combustíveis fósseis em linha com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5° Celsius acima da média pré-industrial e, a partir do próximo ano, publicará detalhes de como está implementando suas metas.

O HSBC, que está sob intensa pressão dos investidores, também disse que publicará dados específicos do setor mais amplos sobre como seus clientes estão reduzindo as emissões de carbono, à medida que o segundo maior credor da Europa em ativos intensifica os esforços.

Um grupo de investidores coordenado pela ONG de investimento responsável ShareAction disse que, como resultado, estava retirando uma resolução que pedia ao HSBC que fechasse brechas em sua política.

“Os compromissos de hoje são um passo importante para o HSBC que mostra o impacto do envolvimento dos acionistas”, disse a presidente-executiva da ShareAction, Catherine Howarth, citando o financiamento de combustíveis fósseis e a promessa de atualizar as políticas de combustíveis fósseis do banco.

Cientistas alertam para danos irreparáveis ​​se o mundo não atingir sua meta climática e o HSBC respondeu este ano dizendo que avaliaria todas as suas políticas para refletir as melhores práticas, incluindo petróleo e gás, Ártico e Amazônia.

“Como maior fornecedor de financiamento da Europa para os principais expansores de petróleo e gás, o HSBC deve agir de forma decisiva”, disse Howarth.

Credores da Rússia aguardam fundos após Moscou dizer que pagamento da dívida foi feito

A Rússia afirmou na quinta-feira (17) que fez o pagamento de dívidas que venciam esta semana, mas o anúncio não encerrou a espera pelo que pode ser o primeiro calote de empréstimos externos de Moscou em mais de um século, já que os credores afirmam que ainda não receberam os fundos.

A Rússia deveria pagar na quarta-feira (16) 117 milhões de dólares em cupom em dois títulos soberanos denominados em dólares, considerado o primeiro teste sobre se Moscou honraria suas obrigações depois da imposição de sanções ocidentais.

O país tem um período de carência de 30 dias após o prazo de quarta-feira (16).

As sanções devido à guerra na Ucrânia eliminaram a Rússia do sistema financeiro global e bloquearam a maior parte de suas reservas de ouro e moeda estrangeira, enquanto Moscou adotou contramedidas em resposta, tudo isso está complicando os pagamentos.

O Ministério das Finanças da Rússia afirmou nesta quinta-feira que a ordem para pagar os 117 milhões de dólares foi cumprida, e que vai atualizar o mercado separadamente sobre se o pagamento foi depositado na conta do agente de pagamento Citibank.

O braço do Citi em Londres não quis comentar.

Por sua vez, uma série de credores e fontes familiarizadas com a situação na Ásia e na Europa disseram que os fundos ainda não foram recebidos pelos credores.

O Ministério das Finanças havia planejado enviar o volume equivalente do pagamento de juros em rublos se o pagamento em dólares não chegasse aos detentores de títulos estrangeiros, algo que a agência de crédito Fitch disse que representaria um default soberano se não for corrigido dentro do período de carência.

Mercado acionário na Ásia

Na segunda-feira (14), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em queda, em meio a uma nova onda de infecções por Covid-19 na China e os desdobramentos da guerra russo-ucraniana. O índice Xangai teve queda de 2,60%, a 3.223,53 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 0,58%, a 25.307,85 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 4,97%, a 19.531,66 pontos. O índice CSI300 teve queda de 3,06%, a 4.174,76 pontos.

Na terça-feira (15), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em queda, em meio a preocupações de que novos surtos de Covid-19 voltem a comprometem a atividade econômica chinesa. O índice Xangai teve queda de 4,95%, a 3.063,97 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 0,15%, a 25.346,48 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 5,72%, a 18.415,08 pontos. O índice CSI300 teve queda de 4,57%, a 3.983,81 pontos.

Na quarta-feira (16), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em queda, à medida que ações na China continental e em Hong Kong se recuperaram com vigor de fortes perdas de ontem depois de Pequim acenar com mais apoio à economia. O índice Xangai teve alta de 3,48%, a 3.170,71 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 1,64%, a 25.762,01 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 9,08%, a 20.087,50 pontos. O índice CSI300 teve alta de 4,32%, a 4.156,08 pontos.

Na quinta-feira (17), as bolsas asiáticas fecharam em alta, acompanhando Wall Street, que na quarta-feira (16) vivenciou um rali após o Federal Reserve anunciar seu primeiro aumento de juros desde 2018, e ainda sustentadas por uma promessa da China de dar apoio à sua economia. O índice Xangai teve alta de 1,40%, a 3.215,04 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 3,46%, a 26.652,89 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 7,04%, a 21.501,23 pontos. O índice CSI300 teve alta de 1,96%, a 4.237,70 pontos.

China deve reduzir custos de empréstimo de médio prazo com riscos crescentes da Covid

O Banco Central da China deve rolar empréstimos de médio prazo e reduzir os juros pela segunda vez este ano, mostrou uma pesquisa da Reuters na segunda-feira (14), à medida que uma nova onda de infecções por Coronavírus pesa sobre a economia.

Vinte e nove de 49 operadores e analistas, ou 59% de todos os entrevistados, previram uma redução na taxa de juros da ferramenta de empréstimo de médio prazo (MLF, na sigla em inglês) de um ano na terça-feira, quando o Banco Central deve renovar 100 bilhões iuanes (15,75 bilhões de dólares) desses empréstimos.

Entre eles, 22 esperam um corte de 10 pontos-base na MLF, enquanto os outros sete participantes preveem declínio marginal de 5 pontos.

Dos 20 entrevistados restantes, 13 acreditam que o Banco do Povo da China injetará dinheiro adicional no sistema bancário além dos 100 bilhões de iuanes que serão rolados.

“O agravamento da Covid pode levar Pequim a intensificar as medidas de flexibilização”, disse Lu Ting, economista-chefe para China da Nomura, em nota.

A China está passando por um ressurgimento da Covid, com o país registrando a maior quantidade de casos locais sintomáticos diários em dois anos no fim de semana.

Filipinas convoca embaixador chinês por ‘intrusão’ de navio da Marinha

As Filipinas convocaram o embaixador da China na segunda-feira (14) para explicar o que chamou de “intrusão ilegal e presença persistente” de um navio da marinha chinesa em águas entre algumas das maiores ilhas do arquipélago.

O Ministério das Relações Exteriores em um comunicado disse que um navio de reconhecimento da marinha chinesa entrou em águas Filipinas sem permissão e permaneceu de 29 de janeiro a 1º de fevereiro, ignorando repetidos pedidos para sair.

Ele foi detectado no Grupo de Ilhas Cuyo, perto de Palawan, e na ilha Apo, perto de Mindoro, uma presença que o ministério disse que “não constitui passagem inocente e violou a soberania filipina”.

A China tem sido acusada por países ocidentais de agressão ao enviar centenas de guarda costeira e embarcações de pesca nas zonas econômicas exclusivas de seus vizinhos e interromper o trabalho de pesca e exploração de energia, longe de seu continente.

A implantação de navios militares em águas às quais a China não tem reivindicações é rara, no entanto. A embaixada da China em Manila não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O Ministério das Relações Exteriores das Filipinas não disse por que esperou seis semanas para relatar o incidente. O ministro da Defesa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Apesar dos esforços para construir laços mais estreitos com a China, as Filipinas tornaram-se mais críticas de suas ações, incluindo o que chama de “enxame” de navios de pesca tripulados por milícias nas ilhas disputadas de Spratly e o bloqueio de uma missão de reabastecimento militar.

A última vez que um embaixador chinês foi convocado foi em abril do ano passado.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse em janeiro que Pequim não usaria sua força para “intimidar” seus vizinhos menores.

Japão impõe novas sanções a bilionário russo e outros 16 russos

O Japão decidiu congelar os ativos de mais 17 russos, elevando para 61 o número total alvo de sanções pela invasão russa da Ucrânia, informou o Ministério das Finanças na terça-feira (15).

A medida foi tomada depois que os Estados Unidos impuseram na sexta-feira (11) sanções a uma série de indivíduos russos, incluindo o bilionário Viktor Vekselberg e 12 membros da Duma, a câmara baixa do parlamento russo.

Vekselberg também foi alvo das sanções do Japão, assim como 11 membros da Duma e cinco membros da família do banqueiro Yuri Kovalchuk, disse o Ministério das Finanças.

O Japão agirá de acordo com outras nações do Grupo dos Sete (G7) nas sanções, disse o principal porta-voz do governo, Hirokazu Matsuno.

“Quanto às sanções a seguir, continuaremos observando as condições e, junto com outras nações do G7, responderemos adequadamente”, disse Matsuno a repórteres em entrevista coletiva.

Tóquio também impôs sanções ao banco central da Rússia e sete bancos privados, entre outras organizações, bem como vários indivíduos, bancos e organizações bielorrussos do país por seu apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Como parte das restrições mais fortes contra Moscou, o Japão também disse que ampliará a proibição de exportação para a Rússia, incluindo 31 itens como semicondutores, equipamentos de comunicação, sensores e radares, além de 26 pacotes de tecnologia a partir de sexta-feira (18).

China teme ser impactada por sanções da Rússia, diz ministro das Relações Exteriores

A China não quer ser impactada por sanções econômicas ocidentais à Rússia, disse o Ministério das Relações Exteriores, à medida que aumenta a pressão sobre Pequim para retirar o apoio de uma Moscou isolada.

Pequim se recusou a condenar sua aliada próxima Rússia por sua invasão da Ucrânia, enquanto culpa os Estados Unidos e a “expansão para o Leste” da Otan pelo agravamento das tensões.

Moscou e Pequim se aproximaram nos últimos tempos, no que Washington vê como uma aliança cada vez mais hostil das potências nucleares autoritárias.

“A China não é parte da crise, muito menos quer ser afetada pelas sanções”, disse o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, de acordo com a leitura de um telefonema com seu colega espanhol, José Manuel Albares.

A China “sempre se opôs ao uso de sanções para resolver problemas, muito menos sanções unilaterais que não têm base no direito internacional”, disse Wang, segundo a leitura.

Cerca de três semanas depois que as tropas russas entraram na Ucrânia, as forças de Moscou bombardearam e cercaram várias cidades e vilas.

Os comentários de Wang foram publicados após uma reunião de sete horas entre autoridades de alto escalão dos EUA e da China em Roma, na qual Washington disse que os EUA expressaram preocupação com o “alinhamento” entre Rússia e China.

Terremoto de magnitude 7,1 atinge área de Fukushima, no Japão

Um poderoso terremoto de 7,3 graus de magnitude sacudiu o leste do Japão na noite de quarta-feira (16), sacudindo a capital Tóquio e provocando um alerta de tsunami para partes da costa nordeste, informou a Agência Meteorológica do Japão.

O terremoto foi centrado na costa da região de Fukushima a uma profundidade de 60 km. Pouco depois de atingir às 23h36, um alerta para ondas de tsunami de 1 metro foi emitido para partes da costa nordeste.

A mesma região foi atingida por um grande terremoto seguido por um tsunami em 2011 que desencadeou o desastre nuclear de Fukushima.

China diz que Taiwan ‘se aproveita’ da Ucrânia enquanto ilha envia mais ajuda

O governo da China criticou na quarta-feira (16) a ajuda humanitária de Taiwan à Ucrânia e as sanções à Rússia como “aproveitando as dificuldades de outros” depois que a ilha anunciou que estava enviando mais fundos doados pelo público para refugiados.

A guerra na Ucrânia conquistou ampla simpatia em Taiwan, com muitos vendo paralelos entre a invasão da Rússia e a ameaça militar representada pela China, que vê a ilha democraticamente governada como seu próprio território.

Taiwan aderiu às sanções lideradas pelo Ocidente contra a Rússia.

Questionado sobre a ajuda e as sanções de Taiwan em uma entrevista coletiva em Pequim, Zhu Fenglian, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan da China, disse que o governo de Taiwan está tentando se apegar à questão para seus próprios propósitos.

“As autoridades do Partido Democrático Progressista estão usando a questão da Ucrânia para validar sua existência e pegar carona em uma questão quente, aproveitando as dificuldades de outros”, disse ela, referindo-se ao partido no poder de Taiwan.

“Suas tentativas de incitar o confronto e criar hostilidade por meio de manipulação política não terão sucesso.”

O governo de Taiwan diz que na Ucrânia tem o dever de estar ao lado de outras democracias.

Na noite de terça-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan anunciou uma segunda doação de US$ 11,5 milhões para ajudar os refugiados após uma doação inicial de US$ 3,5 milhões neste mês. A presidente Tsai Ing-wen doou um mês de seu salário.

“Durante este conflito, o povo taiwanês demonstrou compaixão sem limites”, disse o ministério citando o ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, em um evento com a presença de vários diplomatas ocidentais de alto escalão de Taipei, incluindo o embaixador de fato da União Europeia.

A China, que se recusou a condenar a invasão russa, disse na semana passada que a Cruz Vermelha chinesa forneceria assistência humanitária no valor de 5 milhões de yuans (US$ 786.000) à Ucrânia, sua primeira ajuda anunciada publicamente ao país desde a guerra.

Tailândia enfrenta eleições antecipadas à medida que as rachaduras da coalizão aumentam

O primeiro-ministro da Tailândia, em apuros, conversará com líderes partidários em sua coalizão governista na quinta-feira (17), enquanto busca controlar as crescentes divisões que podem levar a eleições antecipadas ainda este ano.

Prayut Chan-O-Cha lidera uma ampla coalizão que enfrenta críticas por sua má gestão da Covid-19, uma economia pandêmica ainda em crise e tensões ferventes sobre os enormes protestos pró-democracia de 2021 que dominaram os últimos 12 meses.

A atmosfera política turbulenta na segunda maior economia do Sudeste Asiático viu uma oposição enfraquecida agitar para que o primeiro-ministro renuncie, pedindo um debate de desconfiança quando o parlamento retomar em maio.

E na segunda-feira, o mentor de Prayut, o vice-primeiro-ministro Prawit Wongsuwan, disse que eleições antecipadas podem ser realizadas depois que a Tailândia sediar a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em novembro.

Embora o vice-primeiro-ministro não tenha poder sobre quando as pesquisas são realizadas, é a primeira indicação do governo na data das eleições nacionais, meses antes do término do mandato de Prayut em março de 2023.

Falando após os comentários de seu vice, Prayut se recusou a comentar sobre uma possível data da eleição.

Se as pesquisas forem realizadas após a cúpula da APEC, ou antes, os analistas dizem que podem retornar um resultado desfavorável para Prayut.

“Muitos tailandeses querem ver o general Prayut fora do cargo”, disse o professor Thitinan Pongsudhirak, da Universidade Chulalongkorn de Bangkok.

“A economia não vai bem. A população ainda se lembra da incompetência inicial da pandemia quando não havia vacinas no país.”

A economia da Tailândia foi atingida pela pandemia, crescendo apenas 1,6% no ano passado após uma contração de 6,2% em 2020, seu pior desempenho desde a crise financeira asiática de 1997.

Paul Chambers, do Centro de Estudos Comunitários da ASEAN da Universidade Naresuan, na Tailândia, acredita que quanto mais tempo o primeiro-ministro puder adiar as eleições, melhor será para ele.

“Prayut é tão impopular hoje que só pôde ser reeleito com a ajuda do Senado”, disse ele, em referência à segunda câmara de Bangkok, repleta de figuras pró-governo.

“Assim, esperar o máximo possível que o Senado o ajude a vencer a reeleição ajuda Prayut a manter seu poder.”

O ex-chefe do Exército, que liderou um golpe em 2014 antes de assumir o poder como primeiro-ministro após a eleição de 2019, lidera uma coalizão de 16 partidos que detém 248 assentos em comparação com os 208 da oposição.

Mas sua base está se fragmentando. Em janeiro, uma facção de 20 parlamentares de seu partido Palang Pracharat foi expulsa por disputas internas.

E no mês passado, sete ministros de um partido de coalizão júnior se recusaram a participar de uma reunião de gabinete consecutiva sobre uma extensão da concessão da ferrovia urbana Sky Train de Bangkok.

Prayut procurou fortalecer sua coalizão alcançando grupos menores e deve angariar apoio suficiente para sobreviver a um debate de desconfiança apresentado pela oposição quando o parlamento se reunir novamente em maio.

Titipol Phakdeewanich, reitor da faculdade de ciências políticas da Universidade Ubon Ratchathani, disse que o mecanismo é mais um medidor de pressão para a oposição e não deve derrubar o governo.

De qualquer forma, a constituição redigida em 2017 inclina a balança a favor dos partidos pró-militares.

Em 2019, o partido de Prayut era apenas o segundo maior em termos de cadeiras, mas com a ajuda do Senado, repleto de apoiadores, conseguiu formar uma coalizão.

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã diz que EUA precisam tomar decisão de reviver acordo nuclear

Os Estados Unidos precisam tomar uma decisão para retomar o acordo nuclear com o Irã, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Teerã, Saeed Khatibzadeh, na segunda-feira (14).

As negociações para reviver o pacto nuclear de 2015 com o Irã enfrentam a perspectiva de colapso depois que uma demanda russa de última hora forçou as potências mundiais a pausar as negociações por tempo indeterminado, apesar de ter um texto amplamente concluído.

“Atualmente, estamos descansando das negociações nucleares”, disse Khatibzadeh.

“Não estamos a ponto de anunciar um acordo agora, pois há algumas questões importantes em aberto que precisam ser decididas por Washington.”

“Assim que recebermos suas decisões, poderemos retornar a Viena e chegar a um acordo final.”

As tensões aumentaram desde que o Irã atacou a cidade de Irbil, no norte do Iraque, no domingo, com uma dúzia de mísseis balísticos em um ataque sem precedentes à capital da região autônoma curda iraquiana que parecia ter como alvo os Estados Unidos e seus aliados.

A mídia estatal iraniana disse que a Guarda Revolucionária do Irã realizou o ataque contra “centros estratégicos” israelenses em Irbil, sugerindo que foi uma vingança pelos recentes ataques aéreos israelenses que mataram militares iranianos na Síria.

Deputados do Iraque votarão para presidente em 26 de março

O parlamento iraquiano agendou na terça-feira (15) uma sessão para 26 de março para que os deputados realizem uma votação adiada sobre o presidente do país.

O Parlamento também divulgou uma lista final de 40 candidatos ao cargo, um papel em grande parte cerimonial reservado aos curdos.

Entre os favoritos estão Barham Saleh, titular e membro da União Patriótica do Curdistão, e Rebar Ahmed, do Partido Democrático do Curdistão, rival do PUK.

A falta de quórum e questões legais atrasaram a disputa, aumentando a incerteza política do Iraque, marcada pela guerra, porque o presidente precisa nomear um primeiro-ministro apoiado pelo maior bloco do parlamento.

Em 13 de fevereiro, a Suprema Corte descartou a candidatura do político veterano Hoshyar Zebari, apoiado pelo KDP, após uma queixa apresentada contra ele por acusações de corrupção de anos.

A política iraquiana foi ainda mais tumultuada após as eleições gerais de outubro de 2021, que foram marcadas por uma participação recorde, ameaças e violência pós-eleitorais e um atraso de vários meses até que os resultados finais fossem confirmados.

Negociações intensas entre grupos políticos desde então não conseguiram formar uma coalizão parlamentar majoritária para nomear um novo primeiro-ministro para suceder Mustafa Al-Kadhemi.

O maior bloco político liderado pelo incendiário clérigo xiita Moqtada Sadr apoiou Zebari à presidência.

As tensões aumentaram no domingo com ataques de mísseis iranianos em Irbil, capital de uma região autônoma curda no norte do Iraque.

Teerã disse que o ataque teve como alvo sites israelenses, mas as autoridades curdas negaram tal presença.

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Arábia Saudita injetará US$ 152 bilhões na economia local até 2030, diz príncipe herdeiro

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Arábia Saudita injetará 570 bilhões de libras esterlinas (US$ 152 bilhões) na economia do Reino até 2030, disse o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.

Em um comunicado para marcar o lançamento da estratégia para o fundo, conhecido como NDF, o príncipe herdeiro disse que contribuirá para triplicar a participação do PIB não petrolífero para SR605 bilhões no mesmo período.

O NDF, por meio de seus fundos e bancos de desenvolvimento, triplicará a participação do setor privado no PIB até 2030, informou o comunicado da Saudi Press Agency.

Stephen Groff, governador da NDF, disse: “Na NDF, temos uma enorme oportunidade de aumentar a eficiência dos fundos e bancos de desenvolvimento do governo em termos de identificação e investimento em oportunidades de financiamento em todo o Reino”.

“Nosso objetivo é nos tornarmos uma marca global de excelência em financiamento de desenvolvimento por meio da integração, alinhamento e facilitação de sinergias entre parceiros”, acrescentou.

O fundo foi estabelecido por ordem real em 2017, de acordo com seu site. Foi mandatado para melhorar o desempenho dos fundos e bancos de desenvolvimento, bem como capacitar os fundos e bancos de desenvolvimento para melhor cumprir as prioridades de desenvolvimento e as obrigações econômicas relacionadas à Visão 2030 do Reino.

Supervisiona as atividades de financiamento realizadas por seus fundos e bancos de desenvolvimento e alinha suas diversas políticas. O NDF injetou mais de SR 690 bilhões por meio de suas afiliadas desde a sua criação, tornando-se um dos maiores fundos de financiamento de desenvolvimento em termos de proporção de ativos em relação ao PIB nas economias do G20, com ativos no valor de SR 496 bilhões, acrescentou o comunicado.

ONU alerta para riscos da crise na Líbia

A crise pelo controle do poder executivo na Líbia pode levar à instabilidade e governos paralelos, disse o chefe de assuntos políticos da ONU ao Conselho de Segurança na quarta-feira (16).

“A Líbia está agora enfrentando uma nova fase de polarização política, que corre o risco de dividir suas instituições mais uma vez e reverter os ganhos alcançados nos últimos dois anos”, disse Rosemary DiCarlo.

A crise política da Líbia se agravou desde o colapso de uma eleição marcada para dezembro, planejada como parte de um processo de paz para reunificar o país após anos de caos e guerra após uma revolta apoiada pela Otan em 2011.

O parlamento declarou expirado o governo de unidade interino que deveria supervisionar o período que antecedeu as eleições e nomeou Fathi Bashagha como o novo primeiro-ministro neste mês.

O primeiro-ministro do governo de unidade, Abdulhamid Al-Dbeibah, recusou-se a ceder o poder, no entanto, facções armadas que apoiam cada lado se mobilizaram dentro e ao redor da capital.

A ONU está tentando resolver a crise pressionando por novas eleições em breve e pediu a órgãos políticos que se juntem a um comitê para resolver disputas constitucionais e legais que ajudaram a torpedear a votação planejada para dezembro.

“Observamos uma retórica cada vez mais ameaçadora, tensões políticas crescentes e lealdades divididas entre os grupos armados no oeste da Líbia”, disse DiCarlo.

Ela acrescentou que houve desenvolvimentos preocupantes, incluindo a suspensão de voos domésticos dentro da Líbia e o movimento na semana passada por algumas forças que apoiam os dois lados em direção à capital.

Presidente libanês visitará o Vaticano na próxima semana

O presidente libanês Michel Aoun visitará o Vaticano e se reunirá com o Papa Francisco na próxima semana.

A visita de Aoun, planejada para 21 de março, segue uma visita de uma delegação papal, não incluindo o papa, ao Líbano no início de fevereiro. Aoun visitou anteriormente o Vaticano em março de 2017.

A visita da próxima semana foi anunciada por Farid Elias Khazen, embaixador libanês na Santa Sé.

“A atenção da Santa Sé, como a de todo o mundo, está atualmente focada na guerra na Ucrânia”, mas o Vaticano continua envolvido com os assuntos libaneses “em todos os níveis”, disse ele.

O Líbano realizará eleições parlamentares em maio. Mais de 1.000 pessoas se inscreveram para concorrer como candidatos.

O país tem um sistema político complexo que garante posições de destaque para pessoas dependendo de sua seita.

O presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro deve ser um muçulmano sunita e o presidente do Parlamento deve ser um muçulmano xiita.

O sistema sectário é resultado da longa história de tensões inter-religiosas do Líbano, que eclodiu em uma guerra civil na década de 1980.

FONTES

CNBC | World 24 | CNN | ADVFN | Reuters | BBC | News24 | G1 | Investing | TC | Arab | Associated Press | Euro News | CNA Asia | Istoé Dinheiro | NYT

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
www.matarazzo-cia.com/blog
18/03/2022