Cenário Econômico Nacional – 25/04/2022

Cenário Econômico Nacional – 25/04/2022

Cenário Econômico Nacional – 25/04/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Busca por crédito sobe 5% em março, revela INDC da Neurotech

A procura por financiamento no Brasil cresceu 5% em março em relação a fevereiro e subiu 25% na comparação com o terceiro mês de 2021, de acordo com o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). Na comparação de março com fevereiro, o destaque foi a busca por crédito no varejo, com alta de 31%. Em seguida, aparece o setor de bancos e financeiras, com expansão de 5%. Neste confronto mensal, somente a categoria de serviços apresentou queda, de 22%.

Para o diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, Breno Costa, o recuo em serviços pode ser provisório, visto como algo “sazonal” para o período, lembrando que houve aumento no confronto com março de 2021, de 126%.

Com este crescimento, o setor de serviços ocupa a liderança entre as altas na comparação interanual. Na sequência, aparece o varejo, com expansão de 85% no INDC ante março do ano passado. Já a demanda por crédito do segmento financeiro cresceu 1% no período.

A despeito do cenário de aperto monetário e inflação crescente no Brasil, o INDC mantém dinâmica de retomada desde o início da série, em janeiro de 2020, observa Costa. “Observamos uma forte recuperação em crédito de maio a agosto de 2021. A tendência no momento é de razoável estabilidade, mas num patamar 40% maior que o pré-pandemia”, estima.

Apesar dessa percepção, pondera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem alta de 11,30% no acumulado de 12 meses terminados em março. Como lembra, a disparada da inflação, trouxe um ciclo de aumento das taxas de juros e consequente pressão no resultado dos concessores de crédito.

“O fator de incerteza sobre o futuro próximo também está presente, dado o ano de eleição presidencial e a guerra na Ucrânia. Muitos vetores estão atuando sobre o setor de crédito e temos cautela no momento para apontar uma tendência clara para o curto prazo”, avalia Costa.

Consumo: Brasileiros perdem conquistas do Real com disparada dos preços

O choque de preços que levou a inflação em março a 1,62%, a maior marca para o mês em 28 anos, e a dos últimos 12 meses a 11,30% provocou uma perda abrupta de conquistas de consumo dos brasileiros desde o Plano Real. Carne, iogurte, queijo, bolacha recheada, itens que tinham ficado acessíveis nas últimas décadas, agora estão deixando a lista de compras de parte da população – o que é o exemplo mais visível de uma situação de perda de renda, desemprego elevado e custos mais altos.

Nos últimos meses, 73,1% dos consumidores deixaram de comprar carne, quase 10% cortaram iogurte, queijo, laticínios e bebidas alcoólicas e perto de 6% não levaram para a casa biscoito e feijão, alimento básico, revela pesquisa do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), feita pela JFP Consultoria e obtida pelo Estadão.

O estudo, que ouviu no início do mês 200 consumidores com renda familiar de até dez salários mínimos (R$ 12.120) quando faziam compras em supermercados da capital paulista, mostra que 52% deixaram de consumir algum produto entre alimentos, bebidas, itens in natura e artigos de limpeza. Com a disparada dos preços, 79% dos entrevistados passaram a levar um volume menor de itens para casa.

O zelador Marcelo Domingos dos Santos, de 50 anos, é um dos que frearam o consumo. Ele gasta hoje R$ 700 na compra de supermercado, sem levar tudo o que precisa para casa, onde vive com a mulher e dois filhos. Até pouco tempo atrás, desembolsava R$ 500 e saía do supermercado com o carrinho cheio.

“Faz um ano que diminuímos o consumo de carne. Até a moída está difícil de comprar”, diz. O iogurte, um dos símbolos da melhora do consumo trazida pelo Plano Real, ele nem lembra quando comprou pela última vez.

Balança comercial tem superávit de US$ 1,932 bilhão na 3ª semana de abril

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 1,932 bilhão na terceira semana de abril de 2022. De acordo com dados divulgados na noite de segunda-feira (18), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 6,590 bilhões e importações de US$ 4,657 bilhões.

Em abril, o resultado comercial acumula superávit de US$ 5,482 bilhões. No ano, o saldo é positivo em US$ 17,281 bilhões.

A média diária das exportações registrou nas três primeiras semanas de abril aumento de 19,5%, com queda de 2,8% em agropecuária, crescimento de 38,6% em Indústria da transformação e de 12,5% em produtos da indústria extrativa.

Já as importações subiram 25,3%, com alta de 25,4% em agropecuária, queda de 8,6% em indústria extrativa e crescimento de 28,4 % em produtos da indústria da transformação, sempre na comparação pela média diária.

Maioria dos preços dos combustíveis volta a subir, diz ANP; diesel tem recuo

A redução de 5,6% promovida pela Petrobras no gás de cozinha no último dia 9 já perdeu efeito e o combustível voltou a subir na semana de 10 a 16 de abril, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A gasolina também teve leve alta, enquanto o diesel registrou ligeiro recuo na comparação com a semana anterior.

O preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 13 quilos, ou gás de cozinha, subiu de R$ 113,54 para R$ 113,66, com o mais caro voltando ao patamar de R$ 160,00, contra R$ 150,00 uma semana antes, no Centro-Oeste. O mais barato foi encontrado a R$ 78,00 no Nordeste.

A gasolina subiu 0,3%, para o preço médio de R$ 7,219 o litro, com o preço mais alto e o mais baixo registrados no Sudeste, de R$ 8,499 e R$ 6,099, respectivamente. O preço médio de venda do diesel no País caiu 0,2%, ara R$ 6,587 o litro, com o mais caro a R$ 7,900 na região Norte e o mais barato a R$ 5,200 na região Sudeste.

O preço do petróleo continua volátil no mercado internacional, impactado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e tem girado em torno dos US$ 100 o barril, com alguma redução no preço dos derivados. No caso do Brasil, a valorização do real frente ao dólar também tem refletido nos preços, mesmo que de forma quase imperceptível para o consumidor.

Mesmo com os preços elevados, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) afirma que não há condições para a importação por pequenas e médias empresas, levando em conta o preço do petróleo, os custos do frete marítimo e o câmbio.

Na terça-feira (19), a Abicom estimou uma defasagem média dos preços internos dos derivados de petróleo em 14% para o óleo diesel e 6% para a gasolina, em relação ao preço de paridade de importação (PPI), política praticada pela Petrobras.

Nos portos usados como parâmetro pela estatal, a defasagem chega a tingir 16% no caso do diesel (Santos e Araucária) e 8% na gasolina nos mesmos portos.

No porto de Aratu, Bahia, onde fica a única refinaria relevante privada brasileira, a defasagem é de 8% para o diesel e de 4% na gasolina. A Refinaria de Mataripe tem feito reajustes quase semanais dos preços, ao contrário da Petrobras, que tem mantido os preços congelados por algum tempo para evitar o repasse imediato da volatilidade do mercado internacional para o mercado brasileiro.

Pesquisa Serasa/Opinion Box mostra que renda caiu para 34% da população na pandemia

Pesquisa inédita realizada pela Serasa em parceria com a Opinion Box revela que 34% da população brasileira teve perda de renda em consequência dos dois anos da pandemia da Covid-19. No entanto, segundo o mesmo trabalho, 63% do universo de 2.032 pessoas ouvidas disse ter aumentado seus gastos. Estas mesmas pessoas afirmaram também ter observados as maiores altas de preços nos supermercados.

“Esse contexto não impediu que 51% dos brasileiros mantivessem o pagamento das contas em dia, adotando como principal medida o corte das despesas desnecessárias”, afirmam os responsáveis pelo estudo.

Os moradores do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo foram os que menos recorreram a essa saída e também os que menos precisaram de uma atividade extra para complementar a renda. Muitas lições de como lidar com o dinheiro foram assimiladas no confinamento. Segundo as consultas da Serasa e da Opinion Box, 67% dos entrevistados de todo o País disseram que agora dão mais importância em ter dinheiro guardado, 62% admitiram ter aprendido a cuidar melhor do dinheiro, 54% perceberam que gastavam muito com o que não precisava, 42% passaram a fazer um planejamento financeiro e 48% declararam ter uma reserva guardada.

A pesquisa constatou que, ao pagar contas, os brasileiros deram prioridade para planos de saúde (88%), seguros (87%), serviços de assinatura como plataformas de streamings (84%), escolas ou faculdades (82%) e aluguel (81%). Os pagamentos em dia das contas da área de saúde revelam que a população se preocupa com o próprio bem-estar. “Com maior tempo de permanência em casa, era esperado que as formas de entretenimento também migrassem para dentro dos lares, colocando as plataformas de streamings como uma das prioridades no ranking de pagamentos. Como as instituições de ensino encontraram no modelo digital uma forma de dar continuidade aos cursos, aumentou o pagamento pontual das mensalidades. E o pagamento da moradia, mesmo com o desafio da redução de renda para muitos, também segue como uma das prioridades.

Produção industrial sobe em março, mas queda no consumo preocupa

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou os resultados da sondagem industrial do primeiro trimestre. A entidade destacou o crescimento forte da produção industrial entre fevereiro e março, mas também o aumento da preocupação dos empresários com a queda no consumo.

Em março, a produção industrial subiu para 54,4 pontos, resultado que está acima da linha divisória entre queda e crescimento. O índice não ficava acima dos 50 pontos desde dezembro.

O movimento é normal para o primeiro trimestre, mas a CNI destacou que a retomada deste ano, de 47,9 em fevereiro para 54,4 em março, “supera a aceleração esperada no período”. A média da série histórica para o mês de março é de 51 pontos.

O emprego industrial, por sua vez, manteve-se praticamente estável, em 50,1 pontos. Em fevereiro, o índice que mede a evolução da oferta de trabalho na indústria havia ficado em 49,2 pontos, o que significa queda no número de vagas ofertadas. Em março ano passado, o patamar estava nos mesmos 50,1 pontos.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) aumentou 1 ponto percentual, para 69%, de fevereiro para março de 2022. O resultado está 2 pontos percentuais acima da média dos meses de março. O percentual vem em trajetória de crescimento desde janeiro de deste ano.

A sondagem industrial mede também quais são os principais problemas enfrentados pela indústria, de acordo com o empresariado. Com 58,8% das menções, a falta ou o alto custo de matéria-prima permanece há sete trimestres como principal preocupação.

Entretanto, a escassez de insumos vem perdendo força como principal preocupação da indústria, frisou a CNI. As menções ao problema caíram 1,8 ponto percentual na última passagem de trimestre, e recuou 8,4 pontos percentuais frente a março do ano passado.

Enquanto isso, cresce a preocupação com a queda no consumo, que no primeiro trimestre deste ano figurou em 25,5% das respostas dos empresários. No segundo trimestre de 2021, esse problema aparecia em 19,4% das menções.

O gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, explica que, isoladamente, o percentual não parece ser tão alto, mas a alta nas menções ao problema indica haver uma demanda insuficiente no momento em que a oferta começa a se ajustar. Para o economista, “o problema de demanda fica mais evidente. É realmente uma situação muito complicada”.

Há quatro trimestres cresce também a preocupação da indústria com a alta nas taxas de juros. Entre os dois últimos trimestres, o problema passou de 14,2% para 20,8% das menções, a alta mais expressiva da sondagem. No fim do ano passado, apenas 7,6% consideravam os juros um obstáculo ao seu negócio, segundo a CNI.

Menções a dificuldades na logística de transporte ficaram com 13,8%das respostas, ante 11,8% no trimestre anterior. Esse é o terceiro trimestre seguido de alta. O segundo problema mais mencionado segue sendo a alta carga tributária, com 30,4% das repostas, queda em relação aos 33,2% registrados no trimestre anterior.

Intenção de consumo das famílias cresce pelo quarto mês

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu 2,7% na passagem de março para abril. Foi a quarta alta consecutiva do indicador, que atingiu 78,5 pontos em uma escala de 0 a 200 pontos, o maior nível desde maio de 2020 (81,7 pontos).

O indicador ainda continua abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que acontece desde abril de 2015. Na comparação com abril de 2021, houve uma alta de 11,1%, de acordo com a CNC.

Na comparação com março deste ano, todos os sete componentes da ICF tiveram alta. Os destaques ficaram com perspectiva profissional (5,7%), renda atual (3,4%) e momento para a compra de bens duráveis (3,3%). Com um crescimento de 2,8%, emprego atual atingiu a maior pontuação (103,9) entre os componentes e foi o único acima do nível de satisfação.

Na comparação com abril de 2021, cinco componentes tiveram alta, com destaque para perspectiva de consumo (20,1%), emprego atual (16,9%) e nível de consumo atual (16,6%). Dois componentes tiveram queda: momento para a compra de bens duráveis (-4,3%) e acesso ao crédito (-2,1%).

Servidores do Banco Central interrompem greve por 2 semanas por ‘voto de confiança’

Os servidores do Banco Central resolveram dar um “voto de confiança” ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e suspender a greve por duas semanas na tentativa de avançar nas negociações por recomposição salarial e reestruturação de carreiras, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad. Até dia 2 de maio, a categoria adotará operação-padrão, em que as atividades funcionam em ritmo mais lento, e retomará as paralisações diárias de 4h, de 14h às 18h, estratégia já adotada de 17 a 31 de março.

Segundo Faiad, a proposta estudada pelo governo de reajuste de 5% é insuficiente e a categoria vai apresentar uma contraproposta: abrir mão do reajuste de 27% desde janeiro de 2022, considerando apenas a partir de julho, para reduzir o impacto orçamentário este ano. “Além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial.” Até dia 2, a categoria vai esperar uma resposta à contraproposta ou nova proposta oficial do governo.

“Nós declaramos que 5% são insuficientes, apresentamos uma contraproposta abrindo mão de que o reajuste de 27% seja no primeiro semestre de 2022, permitindo que a Medida Provisória tenha validade apenas a partir de 1/7/2022, e, além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial”, disse, em nota.

Na terça-feira (19), segundo o representante sindical, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que 5% era a proposta oficial do governo e garantiu a implementação de dois pontos da pauta não salarial da categoria, que envolve também taxa de supervisão, considerar as carreiras do BC atividades exclusivas do Estado e aumento da autonomia do BC. Além disso, prometeu uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Campos Neto, porém, pediu confidencialidade sobre os pontos que seriam atendidos. “A tônica é um voto de confiança”, reforçou Faiad. “Apresentamos contraproposta e vamos negociar.”

A greve dos servidores do BC começou no dia 1º de abril. O movimento atrasa diversos boletins e publicações do BC, dentre eles, o Boletim Focus, importante divulgação para acompanhar as expectativas para indicadores como o IPCA. O BC ainda não se pronunciou sobre a decisão da categoria nesta terça e nem se há nova data para as publicações atrasadas.

Guedes: Riscos para a estabilidade financeira aumentaram significativamente

Em discurso programado para a próxima quinta-feira (21), durante reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmará que os riscos para a estabilidade financeira aumentaram significativamente desde o último encontro do organismo internacional.

No pronunciamento, Guedes representará o Brasil e outros dez países. São eles Cabo Verde, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Suriname, Timor-Leste e Trinidad e Tobago.

“Os riscos para a estabilidade financeira aumentaram significativamente desde a última vez que nos encontramos. A alta incerteza em torno das perspectivas globais, bem como os choques significativos sobre a inflação e o sobre a geopolítica, impulsionaram a volatilidade do mercado. Embora nenhum grande evento financeiro tenha ocorrido até agora, as repercussões para os mercados financeiros ainda estão ocorrendo. Com inflação mais alta, taxas de juros mais altas e curvas de juros mais acentuadas, as pressões tendem a crescer”, dirá Guedes.

O ministro da Economia também declarará que analistas e o próprio FMI consideraram, de maneira errada, que a inflação global foi impulsionada pela a oferta e que diminuiria com a recuperação econômica.

“A inflação estava sendo alimentada também pela demanda excessiva alimentada por estímulos políticos consideráveis durante a pandemia e pelo desaparecimento da arbitragem trabalhista global”, afirmará.

Guedes também pedirá aos membros do FMI para fechar uma posição em defesa do multilateralismo e da cooperação da global. O temor do ministro da Economia é de que as nações adotem práticas protecionistas que fragmentem a economia mundial.

O ministro também voltará a repetir eu o Brasil e os demais países condenam a invasão da Rússia à Ucrânia. Além disso, pedirá por um cessar-fogo, seguido do fim das sanções econômicas aos russos.

Comitê da Câmara de Comércio Exterior aprova novas reduções de tarifas

Um conjunto de pleitos para a redução de tarifas de importação foi aprovado pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia. Os pedidos são para zerar o imposto de 15 itens para evitar desabastecimento no país e outros para baixar a 2%, de forma permanente, as alíquotas de 13 produtos na Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul.

Segundo o Ministério da Economia, as medidas ainda serão enviadas para apreciação dos demais membros do bloco, na Comissão de Comércio do Mercosul (CCM) e no Comitê Técnico N°1 – Tarifas, Nomenclatura e Classificação de Mercadorias (CT-1).

“Os cortes incluem alíquotas de substâncias químicas utilizadas na produção de maquiagens e tinturas; corantes de cabelos; éter para fabricação de concreto; tintas para impressão; máquinas de café; raquetes de tênis e proteínas para indústria de alimentos. Os casos foram aprovados por recomendação do Comitê de Alterações Tarifárias (CAT) da Camex e serão encaminhados à Comissão de Comércio do Mercosul”, detalhou a Camex.

Em outro voto, também conforme recomendação do CAT, o Gecex aprovou 13 pleitos de alterações permanentes na TEC, baixando para 2% alíquotas que hoje estão entre 10% e 16%. A medida inclui produtos químicos usados por diversos segmentos industriais, além de itens para bicicletas, eletroímãs, alho em pó, chapas, folhas e tiras de alumínio. Esses pleitos ainda deverão ser analisados pelo CT-1.

Na mesma reunião, o Gecex votou pela inclusão de mais um produto na chamada Lista Covid, com redução tarifária a zero para o medicamento Baricitinibe. No início deste mês, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação deste fármaco para o tratamento da Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS). O composto é utilizado para tratamento de pacientes adultos com Covid-19 hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal.

Governo estima déficit primário de R$ 65,91 bilhões em 2023

As contas públicas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) deverão fechar 2023 com déficit primário de R$ 65,91 bilhões. A meta fiscal consta do Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023, enviado ao Congresso Nacional.

O déficit primário representa o resultado das contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Com o déficit previsto para o próximo ano, esse será o décimo ano seguido de contas públicas no negativo.

O projeto da LDO prevê déficits até pelo menos 2024, totalizando 11 anos seguidos de resultados negativos. O texto projeta déficit de R$ 27,89 bilhões em 2024 e superávit primário de R$ 33,7 bilhões em 2025.

Apesar de mais um resultado negativo para o próximo ano, o déficit é inferior à meta de R$ 170,5 bilhões estipulada para este ano. Por causa da melhoria da arrecadação nos últimos meses, o Ministério da Economia avalia que essa meta será cumprida com folga. No fim de março, a pasta tinha reduzido para R$ 66,906 bilhões a projeção de déficit primário para este ano.

Tradicionalmente, a LDO contém um anexo de riscos fiscais de médio prazo. O projeto enviado nesta sexta-feira ao Congresso estima um risco de R$ 859 bilhões com decisões judiciais desfavoráveis. Entre essas ações, estão dívidas ligadas ao antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef). Nos últimos anos, os estados têm conseguido ganhar, na Justiça, o direito de receber a diferença entre os valores recebidos no Fundef e o montante devido pela União.

As dívidas do Fundef foi um dos principais fatores que levaram o governo a conseguir a aprovação, no ano passado, das emendas constitucionais que parcelaram o pagamento de precatórios (dívidas reconhecidas definitivamente pela Justiça) e mudaram o cálculo do teto federal de gastos. Os outros fatores usados pelo governo para a aprovação das propostas de emenda à Constituição foram o impacto da inflação sobre gastos obrigatórios, como a Previdência Social, e o pagamento do benefício de R$ 400 do Auxílio Brasil, que vigorará até o fim deste ano.

O PLDO traz parâmetros que orientam a elaboração do Orçamento do ano seguinte. Em tese, o projeto precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional até o fim do semestre legislativo, na metade de julho. Caso contrário, a pauta do Congresso ficará trancada.

Pacote no Congresso eleva gastos em R$ 25,5 bilhões e pressiona teto

Uma bomba fiscal de aproximadamente R$ 25,5 bilhões pode ser acionada neste ano com projetos aprovados no Congresso Nacional ou que estão em estágio avançado de discussão nos bastidores, conforme cálculo do economista Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, repassado ao Estadão/Broadcast.

O custo tem impacto no teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação e que foi alterada no ano passado para ampliar os gastos de interesse eleitoral. O limite atual, mesmo já ampliado, não é suficiente para comportar as medidas aprovadas pelos parlamentares.

O presidente Jair Bolsonaro tem vetado algumas medidas com impacto fiscal, alegando falta de compensação e conflito com interesses do Executivo, mas há ameaça de que os vetos sejam derrubados no Congresso. Para o economista Marcos Mendes, um dos criadores do teto, a situação aumenta a pressão por uma nova flexibilização do limite fiscal este ano.

Uma das medidas é a Lei Paulo Gustavo, vetada por Bolsonaro, o que causou uma reação no meio artístico. O projeto foi batizado com o nome do ator morto em 2021 em decorrência da Covid-19 e repassa R$ 3,9 bilhões para o setor cultural neste ano. Os parlamentares se mobilizam para derrubar o veto no Congresso, forçando o governo a incorporar o gasto no Orçamento.

Um repasse semelhante foi aprovado pela Lei Aldir Blanc 2, que torna o auxílio ao segmento cultural permanente a partir de 2023, com impacto de R$ 3 bilhões nas contas do governo. O projeto também deve ser vetado pelo Palácio do Planalto.

No ano passado, por iniciativa do governo, o Congresso aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios limitando o pagamento de despesas com sentenças judiciais. A PEC também mexeu na regra do teto, mudando a forma de cálculo, o que abriu um espaço de R$ 113 bilhões neste ano. Além do Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família, a folga foi ocupada por emendas parlamentares e pelo fundo eleitoral.

“O Congresso está colocando as prioridades dele à frente das prioridades do País. Primeiro, ele colocou fundo de financiamento partidário, depois fundo de financiamento de campanha, depois emendas parlamentares e agora está aprovando projetos para grupos de interesses específicos”, afirma o economista Marcos Mendes.

Além de criticar o uso do dinheiro público por artistas, Bolsonaro defendeu o veto à Lei Paulo Gustavo para garantir espaço no Orçamento para um socorro às Santas Casas, medida em tramitação no Legislativo, e atender à demanda do agronegócio por recursos para agricultores atingidos pela seca e pela equalização do Plano Safra. “Se o pessoal mantiver meu veto, temos como resolver o problema das Santas Casas e ajudar o nosso agronegócio”, disse Bolsonaro este mês.

O relator do projeto no Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), afirmou que o veto deve ser analisado na próxima sessão do Congresso, que deve ocorrer em maio. “Vamos derrubá-lo (o veto) para manter investimentos importantíssimos na cultura brasileira”, disse.

Com o espaço no teto limitado, as medidas aprovadas pelo Congresso acabam comprometendo outros interesses do Palácio do Planalto, como a proposta de dar um reajuste de 5% a todos os servidores públicos.

Na relação das medidas com impacto fiscal há também a transferência para beneficiários do Programa Emergencial do Setor de Eventos, com custo de R$ 2,5 bilhões, que já teve o veto derrubado, e outras medidas que estão na fila de vetos a serem analisados pelo Congresso, como a transferência para agricultores familiares de baixa renda, de R$ 3 bilhões.

Ciro Gomes inicia nova etapa de estratégia para tentar quebrar polarização entre Lula e Bolsonaro

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, iniciará nesta semana a terceira etapa da estratégia de comunicação na internet. Ciro lançará um clipe para se colocar como alternativa à polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A coordenação da campanha de Ciro aposta que, se o pré-candidato conseguir se consolidar no terceiro lugar nas intenções de voto, com mais dois dígitos, poderá atrair a atenção do eleitorado insatisfeito com o cenário atual.

O slogan “Tá na hora de você olhar pro Ciro” foi criado pela equipe do marqueteiro João Santana, contratada pelo PDT.

Na música do novo vídeo, gravado em ritmo de pagode, a letra faz duras críticas a Lula e a Bolsonaro. “Tá cansado dos mesmos de sempre, de seguir no mesmo giro? Saber que um rouba, mas faz, e o outro, esse rouba sem fazer”, diz a letra.

Nos primeiros vídeos lançados por Ciro, havia um tom de ataque a Lula e a Bolsonaro. Nesta nova fase, a estratégia é tentar chamar a atenção do eleitor para o próprio Ciro Gomes e suas propostas. E Ciro aparece visitando comunidades mais carentes.

Segundo um integrante da campanha, a ação “Tá na hora de você olhar pro Ciro” foi criada com base em pesquisas qualitativas de demonstram que há uma crescente dúvida, em amplos setores do eleitorado, agora que as eleições estão ficando mais próximas.

Segundo a pesquisa Datafolha divulgada em 24 de março, quando o ex-juiz Sergio Moro ainda estava filiado ao Podemos e se apresentava como pré-candidato à Presidência, Lula aparecia em primeiro lugar com 43% das intenções de voto; Bolsonaro aparecia em segundo, com 26%; Moro em terceiro, com 8%; e Ciro em quarto lugar, com 6%.

PT entra com ação popular contra a venda da Eletrobras

O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com ação popular contra a venda da Eletrobras na Justiça Federal de Brasília. A ação se baseia na subavaliação da descotização das hidrelétricas da estatal, o que foi reconhecido pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo. Segundo o ministro, a Eletrobras deveria ser vendida pelo dobro do que está sendo avaliada.

Assinada por nomes de destaque no Partido dos Trabalhadores, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, o ex-ministro e deputado Patrus Ananias, senador Jean-Paul Prates, entre outros, a ação pede a “nulidade das medidas CME (Custo Marginal de Expansão) empregadas no cálculo do valor adicionado aos novos contratos de geração de energia da Eletrobras em razão do desprezo do CME – Potência na medida do CME, ocasionando uma subavaliação de R$ 46 bilhões no valor de privatização”.

Esta é mais uma tentativa do partido de travar a privatização da Eletrobras, que de acordo com o candidato líder das pesquisas à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, terá sua venda revertida no caso da sua vitória.

Na quarta (20), a previsão é de que o TCU avalie a segunda etapa da privatização da companhia, mas a expectativa é de que o ministro Vital do Rêgo peça vista do processo, o que pode atrasar a operação pretendida pelo governo Bolsonaro.

“Desprezar o importante ativo financeiro que é a reserva de potência das hidrelétricas é o mesmo que desprezar todo patrimônio financeiro que as hidrelétricas podem gerar ao longo dos 30 anos dos novos contratos de geração de energia”, argumenta o PT na ação.

A descotização consiste em desfazer os atuais contratos de fornecimento de energia elétrica, atualmente firmados entre as usinas hidrelétricas e as distribuidoras de energia, operantes em regime de cotas, para que as hidrelétricas passem a dispor da energia como produtor independente de energia.

Meirelles defende privatização do BB e diz que já discutiu assunto com Doria

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles defendeu na terça-feira (19), a privatização do Banco do Brasil e acrescentou que já chegou a discutir o assunto com o ex-governador de São Paulo e atual pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria.

Meirelles, que participou de webinar organizada pela CM Capital, disse que não faz sentido o governo federal manter duas grandes instituições financeiras nos portes de Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Ainda de acordo com o ex-ministro, que no começo deste mês deixou o cargo de secretário de Fazenda do Estado de São Paulo para poder concorrer a algum cargo eletivo, sinalizou que privatizar o BB seria mais fácil por se tratar de uma instituição que tem grande quantidade de ações espalhadas pelo mercado.

“Não faz sentido o governo federal ter duas grandes instituições financeiras”, disse o ex-ministro durante sua apresentação.

Meirelles também defendeu a privatização do que ele chamou de “as grandes estrelas”, como a Eletrobras, por exemplo.

Segundo Meirelles, num cenário em que o Banco do Brasil fosse privatizado, a Caixa Econômica Federal seria levada a focar suas atividades em ações sociais.

Ele defendeu que um governo eleito com a força popular sempre reúne condições de no primeiro ano de governo discutir programas consistentes de reformas e privatizações com o Congresso.

Câmara avança na proposta de internet gratuita para estudantes

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto base da proposta que cria o Programa Internet Brasil. A iniciativa, apresentada por meio de um substitutivo à Medida Provisória 1077/21, prevê o acesso gratuito à internet em banda larga móvel aos estudantes da educação básica da rede pública de ensino de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Segundo o relator do substitutivo, deputado Sidney Leite (PSD-AM), a ideia é alcançar os estudantes do CadÚnico matriculados também nas escolas das comunidades indígenas e quilombolas e nas escolas especiais sem fins lucrativos, que atuam exclusivamente nessa modalidade. O acesso gratuito à internet poderá ser concedido a mais de um estudante por família. Serão distribuídos chips, pacote de dados ou dispositivo de acesso aos estudantes, principalmente celulares.

O substitutivo de Sidney Leite também incluiu no texto um “jabuti”, ou seja, um assunto estranho ao texto original da MP. O trecho diz respeito à renovação de outorgas de radiodifusão.

Segundo o relator, o Ministério das Comunicações deverá reconhecer pedidos apresentados fora do prazo para a renovação da concessão ou permissão de serviços de radiodifusão, desde que encaminhados ou protocolados até a data de publicação da lei de conversão da MP.

Depois de ter a votação concluída na Câmara, a matéria seguirá para o Senado.

Lira admite risco de aumento no valor do Auxílio Brasil em votação de MP na Câmara

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), admitiu o risco de aumento no valor do Auxílio Brasil durante a tramitação da Medida Provisória (MP) que elevou o pagamento do benefício para R$ 400. Lira disse que a votação deve ocorrer na semana que vem. Nos bastidores, contudo, o governo atua para travar a análise da matéria e impedir que a oposição eleve o valor para R$ 600.

“Acima de tudo, temos que ter responsabilidade”, afirmou Lira, sobre a votação da MP. “De vez em quando, quando o Congresso não pesa a mão direito sobre as contas públicas, ele desequilibra”, emendou. O presidente da Câmara disse que a população tem sofrido com o aumento no preço dos combustíveis e a inflação, mas enfatizou que esses fenômenos são mundiais.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de aumento do valor do benefício, Lira respondeu que “risco sempre tem”. “Vai ser tratada com toda a responsabilidade, um debate claro no plenário, das possibilidades de se manter o texto ou se alterar o que o plenário, a maioria dos deputados, achar que é conveniente”, afirmou.

O Auxílio Brasil é um dos trunfos do presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar a reeleição em outubro. O recente ganho de fôlego político do chefe do Executivo, com aumento das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, é atribuído, em parte, ao pagamento do benefício, que substituiu o Bolsa Família criado nos governos do PT. No primeiro mês da mudança no programa social, os beneficiários receberam, em média, R$ 224. Com a edição de uma MP em dezembro, o valor foi elevado para R$ 400.

Como o prazo para o Congresso aprovar ou rejeitar a MP do Auxílio Brasil sem que a medida perca validade termina em 16 de maio, o governo avalia que ainda tem tempo para articular com os deputados a manutenção do texto. A oposição, mesmo correndo o risco de dar a Bolsonaro um ganho eleitoral, está disposta a defender o benefício de R$ 600, por meio da aprovação de uma emenda à MP. Na visão de parlamentares de esquerda, a “paternidade” da benesse depende da narrativa que se mostrar mais eficaz.

Governo apresenta plano de ação em defesa de crianças indígenas

O governo federal apresentou a lideranças indígenas o Plano de Ação de Defesa das Garantias de Direitos das Crianças e Jovens Indígenas. A reunião entre governo e indígenas ocorreu em Roraima, com a presença da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto.

“Este plano está sendo construído com muito diálogo com a comunidade e os gestores locais, que conhecem realmente a realidade da população. É um olhar especial do nosso governo para aqueles que representam o futuro, as crianças e jovens”, disse a ministra.

Segundo o governo, o plano conta com 38 ações divididas em quatro eixos: capacitações e diagnósticos; ações práticas (para a redução da violência); revisões normativas e projetos de lei; e mobilização e participação social. O documento deve ser implementado, inicialmente, em comunidades indígenas dos estados de Mato Grosso (Xavante), Mato Grosso do Sul (Dourados-Guarani Kaiowá) e Roraima (Yanomami).

O plano foi elaborado pelo Grupo de Trabalho (GT) sobre Crianças e Jovens Indígenas em Situação de Vulnerabilidade, instituído pelo ministério. Integrantes do GT que acompanharam a agenda discutiram futuras parcerias para reforçar o enfrentamento a situações de vulnerabilidade em aldeias localizadas nos municípios de Caracaraí (RR), Alto Alegre (RR), Amajarí (RR), Boa Vista, Mucajaí (RR) e Iracema (RR).

Lula quer político para comandar economia, mas não fala em nomes

Em meio a especulações sobre quem seria seu ministro da Fazenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se recusado a falar em nomes mesmo dentro do seu círculo mais próximo, mas tem um perfil claro de quem pretende ver comandando a economia em seu governo: um político, com bom trânsito no Congresso, mas com experiência em gestão de contas públicas.

Enquanto o mercado pressiona membros do PT em almoços e jantares paras saber mais sobre os planos econômicos do ex-presidente, seus conselheiros mais próximos garantem que Lula nunca mencionou um nome, apesar de ter o perfil de quem pretende ver no comando da economia.

“Lula nunca fala sobre nomes, é muito cedo para isso. Ele tem um perfil. Ele quer um político, alguém com boas relações com o Congresso, que já conheça economia e contas públicas. O que ele não quer é um acadêmico, que siga essa ou aquela tendência, e ele não quer alguém do mercado financeiro”, disse a Reuters um dos seus auxiliares mais próximos.

O perfil se encaixa em alguns nomes circulando internamente no PT e que foram recentemente citados como possíveis escolhas pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega em um almoço com empresários organizados pelo think thank Esfera Brasil.

Entre eles estão, por exemplo, os ex-governadores petistas Wellington Dias (Piauí) e Camilo Santana (Ceará) e o governador da Bahia, Rui Costa, também do PT.

Outro nome na lista de Mantega foi o do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, que, apesar de ser do PSB, partido que se coligará com o PT nas eleições nacionais, tendo o ex-governador Geraldo Alckmin como candidato a vice, é bastante próximo de Lula.

Mantega confirmou à Reuters que de fato falou os quatro nomes, mas esclareceu que eram apenas possibilidades, com base nas indicações que Lula já deu de que o ministro da Fazenda deve ser um político.

Legislativo quer dar palavra final sobre cassação de parlamentares

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar garantir que o Legislativo tenha a palavra final em casos de cassação de parlamentares em julgamentos da Corte.

A medida foi tomada no mesmo dia em que a Suprema Corte decidiu condenar o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) a 8 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes e coação no curso do processo. Silveira também foi apenado com a perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos após o fim dos recursos, penas que podem tornar o parlamentar inelegível temporariamente.

Enquanto o Supremo tem defendido que cabe ao Congresso apenas cumprir a decisão do Judiciário, sem citar o parlamentar e com base em uma ação de 2018 que trata do tema, Lira argumenta no recurso que, “diante das condenações penais transitadas em julgado, compete às Casas do Congresso Nacional decidir pela perda do mandato eletivo”.

Ontem, pouco antes do início do julgamento, Daniel Silveira foi à tribuna da Câmara e, além de duras críticas a ministros da Suprema Corte, lamentou o fato de Lira não ter pautado a proposta que suspendia a ação penal contra ele.

Mesmo com a condenação de ontem, Daniel Silveira continuará em liberdade, no exercício do mandato de deputado federal, pelo menos por enquanto. Isso porque a defesa do deputado ainda pode entrar com os chamados embargos declaratórios, instrumentos usados para apontar possíveis falhas no processo e tentar diminuir a pena. O prazo para apresentação do recurso é de até cinco dias depois do julgamento.

Segundo entendimento do STF, réus podem ser presos e a pena passa a ser cumprida somente após o trânsito em julgado do caso, ou seja, quando são esgotadas todas as possibilidades de recurso.

Inflação: Com gasolina cara, mercado de bairro ganha a preferência

A mudança de hábito de consumo do brasileiro provocada pela disparada da inflação vai além da redução das quantidades de produtos básicos comprados e da eliminação de outros. Ela atinge também a escolha de quando e onde comprar. É que o forte aumento dos combustíveis impôs despesas adicionais com transporte. Pesquisa Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga) mostra, por exemplo, que 67% dos consumidores estão indo às compras com menos frequência e quase a metade (46%) admite que o aumento do preço do combustível influi na escolha da loja onde faz a despesa. A preferência passou a ser pelo mercado de vizinhança, onde se pode ir a pé. Esse é o local escolhido por 46,3% dos entrevistados, superando os supermercados (29,6%), os hipermercados (22,2%) e até o comércio online (20,4%).

Por causa do movimento menor que há nesses estabelecimentos e o giro mais lento das mercadorias, Álvaro Furtado, presidente do Sincovaga, explica que a loja de vizinhança demora mais tempo para atualizar os preços. Também por esse motivo, a loja de vizinhança ganha a preferência do consumidor num ambiente de inflação alta, argumenta.

Pesquisar preços (75,3%), dar prioridade às promoções (61%) e experimentar marcas mais acessíveis (59,7%) têm sido as estratégias usadas para fazer a compra se encaixar no orçamento.

Um resultado da pesquisa que chama muito atenção é que em dois anos, desde o início da pandemia, 67% dos entrevistados já trocaram de marca de produto duas vezes para economizar.

“Isso é o retrato da pobreza”, diz Furtado. A troca de marca mostra que quem precisa colocar comida na mesa compra o que o dinheiro permite, afirma. “O duplo downgrade (rebaixamento) de marca aponta a gravidade da situação econômica e social que a gente vive”, diz o consultor de varejo Eugênio Foganholo, sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial.

Além do repique dos preços de vários itens, influenciados pela guerra recente entre Ucrânia e Rússia, o pano de fundo dessas mudanças no consumo, segundo Furtado e Foganholo, é o estrago que a inflação tem provocado na renda, reduzindo a capacidade de compra dos cidadãos.

No trimestre encerrado em fevereiro, o último dado disponível, a renda média real do trabalhador, que inclui também a informalidade, foi de R$ 2.511, um resultado 8,8% menor em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua do IBGE.

Reclamações contra companhias aéreas sobem 94% no primeiro trimestre, diz Senacon

As reclamações no Portal Consumidor.gov.br sobre transporte aéreo, durante o primeiro trimestre deste ano, quase dobraram em comparação ao mesmo período de 2021. Entre janeiro e março de 2022, foram 43.605 reclamações contra 22.458 registros no ano passado, crescimento de 94%. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Segundo a pasta, o problema mais demandado envolve atrasos e dificuldades de reembolso, com 35.590 registros em 2022. O segundo maior motivo de reclamação é o cancelamento de voo, com 4.592 manifestações. E em terceiro lugar está a oferta não cumprida ou serviço não fornecido, no período de janeiro a março deste ano.

O índice de solução das reclamações deste ano tem sido de 70,88% e o tempo de resposta tem sido, em média, de 6 dias. Dos 61 itens de avaliação das companhias aéreas, os mais reclamados pelos consumidores são: a dificuldade de reembolso, o cancelamento de voos e a dificuldade de comunicação.

Para reverter o cenário negativo, a Secretaria Nacional do Consumidor emitiu uma orientação aos Procons de todo o país. O documento pede a verificação de denúncias de descumprimento de cláusulas pelas empresas.

Entre 2020 e 2021 foram registradas 101.661 reclamações no Consumidor.gov.br contra as três companhias aéreas operantes no Brasil. Destas, 38.667 se referiram a dificuldade de reembolso, 20.430 eram referentes a cancelamento de voo e outras 11.708 queixas, referentes à ineficácia do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).

O levantamento considera o período entre 2020 e 2021. Essa é a primeira vez que o governo federal divulga dados específicos sobre a atuação do setor aéreo no período mais crítico da pandemia.

Aliansce Sonae faz nova proposta de fusão com BRMalls, com R$ 1,25 bilhões e ações

A Aliansce Sonae informou que apresentou ao Conselho de Administração da BR Malls Participacoes SA nova proposta de combinação de negócios entre as empresas, com relação de troca mais favorável aos acionistas da BRMalls. O documento dá continuidade aos Fatos Relevantes divulgados pela companhia em 14 de janeiro e 14 de março de 2022.

A nova proposta, formalizada após entendimentos mantidos entre a administração da companhia e acionistas da BRMalls prevê o pagamento em dinheiro no valor de R$ 1,25 bilhão e a entrega de 326.339.911 ações da companhia – o que corresponde a uma relação de substituição de 1 ação emitida pela BRMalls para 0,3940 ação da companhia.

A Aliansce Sonae informou, ainda, que a administração da BRMalls sinalizou, em reunião realizada que, após o recebimento da nova proposta, realizará na terça-feira (19), uma reunião do Conselho de Administração para avaliar os termos ajustados, bem como para deliberar sobre as medidas necessárias para submeter a combinação de negócios aos acionistas da BRMalls, reunidos em Assembleia Geral Extraordinária a ser convocada.

Acelen investirá R$ 500 milhões em refinaria na Bahia

A Acelen informou que investirá 500 milhões de reais no ciclo de paradas programadas de manutenção na Refinaria de Mataripe, ao longo dos próximos 12 meses, buscando realizar as melhorias necessárias para otimizar a capacidade operacional.

O investimento na refinaria situada na Bahia, que foi comprada junto à Petrobras, é parte do plano estratégico da Acelen de modernizar a planta de 70 anos com o objetivo de ampliar os níveis operacionais de 65% em 2021 para mais de 97% da capacidade instalada.

“São 500 milhões de reais para torná-la mais competitiva e prepará-la para o futuro”, disse o VP de operações da empresa, Celso Ferreira, em nota.

Segundo a companhia, a estratégia vai possibilitar à Acelen a oportunidade de apresentar novos produtos, otimizar o atendimento aos seus clientes e expandir sua produção para outros mercados.

Serão gerados mais de 4 mil postos de trabalho até o pico das atividades da parada previsto para outubro de 2022, acrescentou.

Das 26 unidades de produção da Refinaria de Mataripe, 11 passarão por paradas programadas nesse período.

A refinaria baiana foi a primeira das oito unidades que a Petrobras colocou à venda a ter seu desinvestimento concluído.

A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assumiu a gestão da refinaria no final do ano passado.

Vale: produção do Sistema Sudeste sobe 10,6% no 1º trimestre

A produção do Sistema Sudeste da Vale foi 10,6% maior no primeiro trimestre de 2022 do que um ano antes, atingindo 14,955 milhões de toneladas, informou a companhia em relatório de produção. O desempenho ocorreu apesar das fortes chuvas de janeiro em Minas Gerais.

Segundo a empresa, o desempenho ocorreu graças à produtividade acima do esperado no processo de filtragem de Itabira, especialmente nas plantas de Conceição. Outro fator positivo foi a produção mais forte em Timbopeba, após o comissionamento de três linhas de beneficiamento em março do ano passado.

“A planta de filtragem de rejeitos de Brucutu entrou em comissionamento em abril e a Vale espera o startup da barragem Torto até o final de 2022. O atingimento da capacidade total de Brucutu também depende do contínuo licenciamento e da preparação de áreas para a disposição de rejeitos filtrados e estéril”, informou a Vale, no documento.

A Vale espera iniciar as obras de alteamento da barragem Itabiruçu em abril e as primeiras etapas do alteamento deverão ser concluídas no fim deste ano, informou a mineradora. Isso deverá permitir o aumento da capacidade do complexo Itabira.

Vendas comparáveis do GPA crescem 11,2% no 1º trimestre, com impulso do Grupo Éxito

O grupo varejista GPA, dono da bandeira Pão de Açúcar, informou que suas vendas comparáveis do primeiro trimestre atingiram 11,1 bilhões de reais, um aumento de 11,2% ante mesma etapa de 2021.

O crescimento foi liderado pela unidade Grupo Éxito, que reúne as operações do grupo para Colômbia, Uruguai e Argentina, com aumento de 20,8%, refletindo “aumento do tráfego em lojas e reabertura econômica com a retomada do turismo”.

No Brasil, a receita bruta de vendas somou 3,8 bilhões de reais, alta de apenas 1%, com o GPA citando “cenário macroeconômico desafiador, queda de venda do mercado no segmento premium e mudanças operacionais”.

Confiança dos donos de pequenos negócios volta a crescer, diz estudo

A confiança dos donos de pequenos negócios cresceu em março, segundo mês consecutivo de alta, segundo estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

As altas foram influenciadas, principalmente, por uma melhora na percepção das micro e pequenas empresas sobre a situação atual dos negócios.

Segundo o estudo, o Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) teve alta de 1,6 ponto, atingindo 91,6 pontos, o mais alto desde o início deste ano e superior ao mesmo período dos anos de 2020 e 2021, quando foram detectados os índices de 90,3 e 80,5, respectivamente.

O aumento da confiança foi detectado nos três principais setores da economia analisados: comércio, serviços e indústria de transformação.

A sondagem econômica desse estudo leva em consideração a percepção dos empresários sobre a situação atual e a expectativa para o futuro. Se comparado a janeiro, quando o IC-MPE somou 89,6 pontos, o índice de março indica uma melhora de quase dois pontos.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, esse resultado pode sinalizar uma perspectiva melhor dos pequenos negócios, apesar dos obstáculos que a economia brasileira ainda tem enfrentado.

“As empresas sinalizam uma possível recuperação da queda causada, no início do ano, pelo surto de influenza e ômicron. Ainda existem dificuldades relacionadas à obtenção de matéria-prima, custo dos insumos, pouco capital de giro, alta de juros e menores margens, mas acreditamos que, no curto prazo, a Política Nacional de Apoio e Desenvolvimento de Micro e Pequenas Empresas (PNADEMPE) pode ajudar a melhorar essa situação”, explica Melles.

Os empreendedores da indústria foram os que apresentaram o maior índice de confiança, chegando a 95,4 pontos.

“Após somar dois meses de queda, a indústria apresentou um incremento de 1 ponto devido a melhoria das expectativas para o futuro”, explica Melles.

Construtoras miram cliente de alta renda

Os lançamentos e as vendas de imóveis cresceram nos primeiros três meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, mas os números devem ser lidos com cautela, de acordo com analistas. Dados compilados pelo Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com base nos relatórios divulgados por 15 incorporadoras listadas na Bolsa mostram que os lançamentos no primeiro trimestre alcançaram R$ 6,3 bilhões, avanço de 14,8% em relação ao mesmo período de 2021.

As vendas líquidas (descontados os distratos) alcançaram R$ 6,4 bilhões, aumento de 6,7% na mesma base de comparação anual. Já a velocidade média trimestral de vendas (que mede as vendas em relação ao estoque total) caiu de 22,9% para 18,1%.

Um dos fatores que explicam a alta é a base de comparação mais fraca, já que o começo de 2021 foi marcado pela pandemia. Além disso, 2022 não será um ano fácil para o mercado imobiliário, com inflação e juros elevados, preços dos imóveis em alta, poder de compra abalado e incertezas típicas de ano eleitoral.

Assim, as incorporadoras passaram a priorizar projetos de alto padrão, destinados a pessoas com maior poder de compra e que sentem menos as crises.

Um exemplo da revisão no plano de negócios para se adaptar à nova situação é a Mitre (SA:MTRE3), que apostou na diversificação. A incorporadora criou uma linha de alto luxo, com apartamentos a mais de R$ 25 mil por m², que combinam arquitetura de grife e localização em áreas nobres. Ao mesmo tempo, criou uma linha mais econômica, na faixa de R$ 7 mil a R$ 9 mil por m² e com unidades menores.

Um destaque positivo, segundo analistas, foi a Cyrela (SA:CYRE3). A incorporadora mais que dobrou os lançamentos. Ao todo foram seis empreendimentos, sendo 59% das unidades voltadas ao público de alta renda e 29% para o de média renda.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (26), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,25%, ante 13,05% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou inflação de 1,85% na segunda prévia de abril, após 0,90% na mesma leitura do mês passado e de 1,74% no encerramento do período.

Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV) e foram divulgados na quarta-feira (20).

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (26), a projeção para o IGP-M ficou em 12,35%, ante 11,54% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A meta de inflação no Brasil, definida anualmente, não deve ser reduzida abaixo de 3%. Isso já seria suficiente, e menos pode até ser prejudicial. Esta é a avaliação de economistas ouvidos pelo UOL. O CMN (Conselho Monetário Nacional) é quem define essa meta do IPCA (o índice “oficial” de preços), e haverá uma reunião em junho. Segundo esses especialistas, a tendência é parar de reduzir a meta, que vinha caindo há anos.

A percepção é de que os 3% estabelecidos para 2024 já são baixos o suficiente e serão repetidos no ano seguinte. Os especialistas avaliam que, desde que o sistema de metas de inflação foi adotado, em 1999, finalmente o Brasil tem um objetivo para o IPCA compatível com os dos demais países emergentes. Uma meta menor acabaria prejudicando a economia porque os juros teriam de ficar mais altos, o que afeta consumo, produção e emprego.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (26), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 7,65%, ante 7,46% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O FMI revisou a projeção de alta do PIB do Brasil em 2022 de 0,3% para 0,8%, ou seja, uma alta de 0,5 ponto percentual acima à estimativa de janeiro. Por outro lado, reduziu de 1,6% para 1,4% a estimativa de expansão do PIB brasileiro em 2023, conforme dados do relatório Panorama Econômico Global (WEO, na sigla em inglês) divulgados na terça-feira (19).

As novas previsões do FMI para o PIB brasileiro, apesar de mais otimistas do que as do mercado, cuja mediana de 23 de março do boletim Focus, do Banco Central, apontava altas de 0,5%, em 2022, e de 1,3%, em 2023, são mais pessimistas do que as projeções do Ministério da Economia no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023, que preveem avanços de 1,5% e 2,5% no PIB deste ano e do próximo.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (26), a projeção para o PIB ficou em 0,65%, ante 0,56% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (18), o Ibovespa fechou em queda, em dia de nova leitura em alta para a inflação, desta vez pelo IGP-10, e de ganho para os preços do petróleo, com o Brent negociado perto de US$ 115 por barril na máxima da sessão, a cautela do mercado foi reforçada pela queda de braço entre governo e funcionalismo federal, parte do qual em greve, em meio à insatisfação com o reajuste linear, de 5%, proposto a todos pelo Planalto. O índice Ibovespa teve queda de 0,43%, a 115.687,25 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,8 bilhões.

Na terça-feira (19), o Ibovespa fechou em queda, ainda que tenha recuperado algum terreno na última hora de pregão. O recuo contrastou com a alta firme das ações em Wall Street, diante de certo otimismo com os primeiros resultados da temporada de balanços trimestrais. Vale caiu antes de resultados operacionais a serem divulgados à noite e com queda do preço do minério de ferro na Ásia. Do outro lado, Petrobras subiu, apesar do preço do petróleo ter recuado, e limitou as perdas do índice em reação à notícia sobre potencial venda de participação na companhia pelo BNDES. O índice Ibovespa teve queda de 0,42%, a 115.198,40 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,1 bilhões.

Na quarta-feira (20), o Ibovespa fechou em queda, pela quarta sessão consecutiva, pressionado por Vale e siderúrgicas, após resultados do primeiro trimestre, em sessão sem direção comum em Wall Street. Natura desabou mais de 15% e também foi destaque negativo, enquanto Eletrobras disparou em meio à discussão sobre o período de pedido de vista em julgamento sobre privatização da companhia no Tribunal de Contas da União (TCU). O índice Ibovespa teve queda de 0,62%, a 114.343,78 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,1 bilhões.

Na quinta-feira (21), feriado de Tiradentes, sem operações na bolsa.

Na sexta-feira (22), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 2,19%, a 111.839,11 pontos. Após queda das ações em Wall Street na véspera, quando os mercados brasileiros estavam fechados, e em meio à nova manhã negativa no exterior por perspectiva de aperto monetário mais agressivo nos Estados Unidos. No Brasil, o foco também estava na política monetária, depois de declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enquanto a cena política voltava ao radar. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 2,86%, a 111.077,51 pontos. O volume financeiro somou R$ 33,8 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (22), por volta das 12h06, o dólar registrava alta de 2,72%, cotado a R$ 4,7464 na venda. O dólar chegou a saltar mais de 2% e superar com folga a marca de 4,70 reais nesta sexta-feira (22), impulsionado globalmente por apostas em maior agressividade do banco central dos Estados Unidos em seu aperto monetário, enquanto o noticiário político local elevava a cautela de investidores.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (22) cotado a R$ 4,8051, o dia foi de forte ajuste de posições no câmbio, movimento ditado pelo nervosismo global que catapultou o dólar lá fora a máximas em mais de dois anos, por receios de um aperto monetário ainda mais acelerado nos EUA.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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25/04/2022