Cenário Econômico Nacional – 09/05/2022

Cenário Econômico Nacional – 09/05/2022

Cenário Econômico Nacional – 09/05/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Inflação projetada pelo mercado para 2022 sobe pela 16ª semana

O mercado financeiro voltou a subir suas projeções para a inflação deste ano, de acordo com o Relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Pelas novas estimativas, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 7,89%. Essa foi a 16ª alta consecutiva.

Há uma semana, a projeção para o índice estava em 7,65%, e há quatro semanas, em 6,97%. O patamar atual encontra-se acima da meta oficial para a inflação deste ano, que é de 3,5% com tolerância de 1,5% para mais ou para menos.

As projeções para 2023 subiram ligeiramente. Para o mercado financeiro, no ano que vem a inflação deve fechar em 4,1% (4% há uma semana). Para 2024, a estimativa fica estável em 3,2%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos, a previsão segundo o Focus é que a economia do país cresça 0,7% neste ano. Na semana passada, a expectativa era de 0,65%, e há um mês, 0,52%.

Nesta semana, as estimativas relativas à taxa de juros Selic (13,25% ao ano ao fim de 2022) e o câmbio (dólar a R$ 5,00 em dezembro) ficarão estáveis. Para 2023, contudo, a expectativa é que a Selic fique em 9,25% ao ano, contra 9% da semana passada. A projeção para o câmbio ao fim do ano subiu de R$ 5,00 para R$ 5,04 para um dólar.

Esta é a segunda divulgação semanal do Boletim Focus desde a interrupção da greve dos servidores do Banco Central, que fez o relatório deixar de ser divulgado por três semanas.

‘Governo parece gostar de inflação’, diz presidente da Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse ao Estadão que a alta de tributos para o setor tornará mais caras linhas de crédito importantes para a recuperação econômica, como financiamento imobiliário e de veículo, crédito consignado e capital de giro. Ele diz que a medida não ajuda o Banco Central, que está sozinho no “dificílimo” desafio de mitigar os efeitos da inflação de dois dígitos.

Ao aumentar impostos, o governo errou e escolheu, de novo, onerar o consumidor, o que vai encarecer ainda mais o crédito bancário. É intrigante que, havendo setores muito mais lucrativos e com volumes elevados de incentivos fiscais, os bancos venham a ser penalizados com mais carga tributária. Nesses dois anos de pandemia, os bancos foram essenciais para preservar empregos e empresas com R$ 8,5 trilhões em crédito, irrigando toda a economia. Fomos o 16º setor mais rentável em 2020, ou seja, 15 outros ficaram à frente no quesito rentabilidade, mas só os bancos estão pagando a conta.

É, no mínimo, uma péssima sinalização para quem precisa de crédito. Qualquer porcentual de aumento de imposto para os bancos impacta diretamente no custo dos empréstimos, que já estão caros. A incidência de mais impostos sobre o crédito, mesmo com um pequeno aumento temporário, pressiona o spread (a diferença entre o custo de captação do dinheiro pelo banco e o que ele cobra do cliente), e pior, num momento em que a sociedade está suportando uma forte subida da taxa básica de juros, que o Banco Central, corretamente, se vê na contingência de agir para conter a escalada da inflação. A medida, embora possa até mirar nos bancos, acerta uma vez mais o consumidor e torna mais caras linhas importantes no processo de recuperação econômica, como financiamento imobiliário e de veículo, crédito consignado e capital de giro.

Índice de Atividade Econômica do BC tem alta de 0,34% em fevereiro

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central, indica que a economia brasileira cresceu 0,34% em fevereiro, na comparação dessazonalizada com janeiro.

O Banco Central revisou a queda apresentada em janeiro, que passou de 0,99% para 0,73%. Em fevereiro, o IBC-Br marcou 139,83 pontos, próximo ao patamar de dezembro (139,85).

No acumulado de 12 meses, a atividade econômica registra alta de 4,82%. O índice de 12 meses é mais estável que os indicadores mensais, que são alvo de frequentes revisões.

O IBC-Br, que possui frequência mensal, é considerado pelo mercado uma espécie de prévia do cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, que é divulgado com frequência trimestral pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Os dois indicadores, contudo, possuem metodologias de cálculo diferentes.

Produção industrial tem alta de 0,3% em março, diz IBGE

A produção da indústria brasileira teve alta de 0,3% em março deste ano, na comparação com o mês anterior. É a segunda alta consecutiva do indicador, que já havia crescido 0,7% em fevereiro. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada na terça-feira (03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado de 12 meses, a indústria nacional teve crescimento de 1,8%. Apesar disso, houve quedas de 2,1% na comparação com março de 2021. No acumulado do primeiro trimestre, o setor recuou 4,5%.

Na passagem de fevereiro para março, a indústria cresceu em 14 das 26 atividades pesquisadas, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (6,9%), outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%).

Já entre os 12 ramos com queda na produção, os principais recuos foram observados produtos alimentícios (-1,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%).

Analisando-se as quatro grandes categorias econômicas da indústria, três tiveram alta de fevereiro para março: bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (8%), bens de consumo duráveis (2,5%) e bens intermediários, ou seja, os insumos industrializados usados no setor produtivo (0,6%).

Os bens de consumo semi e não duráveis foram a única grande categoria em queda no período (-3,3%).

O pesquisador do IBGE André Macedo explicou que as altas de fevereiro e março não foram suficientes para eliminar as perdas de janeiro (-2%). Alguns fatores dificultam a retomada da indústria brasileira, como a oferta afetada pelo mercado internacional e a demanda doméstica.

Além disso, as indústrias também sentem um aumento do custo de produção e uma escassez de algumas matéria-prima. Ele explica ainda que a inflação diminui a renda disponível e os juros altos encarecem o crédito.

Setor de serviços do Brasil cresce em abril no ritmo mais forte em 15 anos, mostra PMI

O setor de serviços do Brasil iniciou o segundo trimestre com a maior taxa de crescimento em 15 anos, graças ao aumento da demanda diante da redução das restrições para conter a pandemia, e apesar de uma inflação recorde dos preços cobrados em abril, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O dado divulgado nesta quarta-feira pela S&P Global mostrou que o PMI de serviços avançou a 60,6 em abril de 58,1 em março, leitura que ficou abaixo somente da de 60,8 vista em abril de 2007, apenas o segundo mês da pesquisa.

O resultado foi favorecido pela suspensão das restrições contra a Covid-19, políticas públicas favoráveis e recuperação da demanda, de acordo com a S&P Global. Leitura acima de 50 indica expansão da atividade.

As novas encomendas de serviços expandiram em abril no ritmo mais forte em pouco menos de 15 anos, com destaque para os serviços ao consumidor.

O mês foi marcado pela forte elevação dos custos dos insumos do setor de serviços, com a taxa de inflação atingindo o segundo nível na história da pesquisa, atrás apenas do recorde de novembro. Os entrevistados citaram a força do dólar, além de custos mais elevados de combustíveis, matérias-primas, transportes e serviços públicos.

Isso foi repassado ao consumidor, com a taxa de preços cobrados batendo assim um recorde na série histórica, com destaque para o subsetor de Transporte, Informação e Comunicação.

Ainda assim, a melhora das condições de demanda associada à substituição de funcionários dispensados durante o pico da Covid-19 ajudou na criação de vagas de trabalho em abril pelo 11º mês seguido e no ritmo mais forte desde junho de 2007.

“O aumento da demanda se traduziu na melhor rodada de criação de empregos entre os fornecedores de serviços desde meados de 2007, em um bom sinal para o mercado de trabalho e consumo futuro”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima.

Em relação ao futuro, os fornecedores de serviços do Brasil mostraram forte otimismo, com o nível de sentimento positivo atingindo o maior patamar em sete meses. As empresas preveem melhoras na economia, bem como nas condições de demanda, criação de empregos e aumento do investimento.

O resultado do setor de serviços ajudou o PMI Composto do Brasil a subir de 56,6 em março para 58,5 em abril, maior nível desde outubro de 2007.

Alimentos pesam e IPC-Fipe acelera alta a 1,62% em abril

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo passou a subir 1,62% em abril após alta de 1,28% em março, com os preços de alimentos pesando com força no índice.

Os dados informados na quarta-feira (04) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que a alta de 3,38% do grupo Alimentação exerceu o maior peso sobre o resultado do mês, depois de avançarem 2,43% em março.

Também se destacaram os avanços de 2,06% dos Transportes em abril, bem como a alta de 1,71% das Despesas Pessoais, depois de altas respectivamente de 1,68% e 0,96% no mês anterior.

O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.

Selic vai a 12,75% e BC indica novo aumento na reunião de junho

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cumpriu na quarta-feira (04), a promessa de elevar a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 11,75% para 12,75% ao ano, e sacramentou o mais longo ciclo de aperto monetário ininterrupto da história do comitê, após 10 aumentos seguidos. O Copom, porém, abriu mão de finalizar o ciclo neste mês, diante de uma inflação que não para de surpreender e de notícias preocupantes no cenário internacional.

A decisão foi tomada horas depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), também preocupado com as pressões sobre os preços, elevar a taxa básica de juros para o intervalo entre 0,75% e 1%, uma alta de 0,5 ponto porcentual. O Fed não fazia uma elevação dessa magnitude desde maio de 2000.

Tanto nos EUA quanto no Brasil, um aumento dos juros encarece o crédito e o custo da dívida pública, elevando o risco de uma desaceleração maior da economia. Com financiamento mais caro, empresas podem segurar investimentos, com impacto no emprego e na renda. Juros mais altos nos EUA tendem ainda a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar frente a outras moedas, afetando economias emergentes como a brasileira.

No Brasil, o Copom sinalizou que pode fazer um novo movimento de alta, em menor escala, na próxima reunião, em junho. O mercado financeiro aposta em um aumento de 0,5 ponto. Citando mais de uma vez a conjuntura econômica incerta, o BC preferiu, desta vez, não cravar sua atuação para um período maior de tempo, como fez nas comunicações do Copom de março.

“Para a próxima reunião, o comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude. O comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação”, disse o BC, no comunicado da decisão.

Indicador de emprego da FGV avança 4,5 pontos em abril

O Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avançou 4,5 pontos de março para abril deste ano. Com o resultado, o indicador atingiu 79,5 pontos, o maior nível desde dezembro de 2021 (81,8 pontos).

O Iaemp antecipa tendências do mercado de trabalho, com base em entrevistas com consumidores e com empresários dos setores da indústria e de serviços.

Segundo a FGV, em abril os sete componentes do Iaemp contribuíram para a alta do indicador, com destaque para a situação atual dos negócios dos serviços (alta de 1,6 ponto) e da indústria (alta de 1,2 ponto).

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 8,148 bilhões em abril

A balança comercial brasileira registrou superávit de 8,148 bilhões de dólares em abril, informou o Ministério da Economia na quinta-feira (05). O resultado é o segundo melhor para o mês da série histórica iniciada em 1998 com dados ajustados, perdendo apenas para o saldo de abril de 2021, que ficou positivo em 9,963 bilhões de dólares.

O dado veio abaixo da expectativa de mercado, que apontava saldo positivo de 9,726 bilhões de dólares para o período, segundo pesquisa Reuters.

O número do mês passado é resultado de 28,902 bilhões de dólares em exportações e 20,754 bilhões de dólares em importações.

A divulgação das informações, inicialmente prevista para segunda-feira desta semana, foi feita com atraso por conta da operação padrão de servidores que pressionam o governo por reajustes salariais.

Na divulgação dos dados de março, o Ministério da Economia revisou fortemente a projeção para o resultado da balança em 2022, impulsionada por melhor perspectiva para as exportações. De acordo com a estimativa da pasta, o saldo comercial do ano deve ficar positivo em 111,6 bilhões de dólares ante projeção de 79,4 bilhões de dólares feita em janeiro.

IGP-DI cai e tem inflação de 0,41% em abril, diz FGV

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve inflação de 0,41% em abril deste ano, taxa inferior aos 2,37% observados em março. Com o resultado, o indicador acumula taxa de 6,44% no ano e 13,53% em 12 meses.

Em abril de 2021, o IGP-DI havia registrado inflação de 2,22% no mês e 33,46% em 12 meses. Os dados foram divulgados na sexta-feira (06) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A queda da taxa de março para abril foi puxada pelo atacado, medido pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), e pelo varejo, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

A inflação medida pelo IPA caiu de 2,8% em março para 0,19% em abril. Já a taxa do IPC recuou de 1,35% para 1,08% no período.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por outro lado, teve alta na taxa, ao passar de 0,86% em março para 0,95% em abril.

Presidente recebe balanço de plano para acolher juízas do Afeganistão

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu na segunda-feira (02), no Palácio do Planalto, com a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil. Após o encontro, ela falou com a imprensa sobre a visita. A AMB lidera, desde o ano passado, uma campanha humanitária para que o Brasil acolha juízas do Afeganistão, que passaram a ficar sob ameaça após a tomada de controle do país pelo grupo islâmico Talibã, cujo regime político envolve uma série de restrições ao trabalho e educação das mulheres.

“Na verdade, eu vim agradecer, porque foi através de uma iniciativa do presidente que a gente montou, com a Casa Civil, o plano com a emissão de vistos provisórios. E esse modelo que o Brasil adotou foi o modelo vencedor, tanto que em nenhum outro país a gente teve um acolhimento como esse, bem-sucedido”, afirmou Renata Gil.

Em outubro de 2021, dez magistrados afegãos e seus familiares, a maioria mulheres, chegaram ao Brasil após receberem visto humanitário do governo brasileiro. A ação foi coordenada pela AMB, em parceria com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), após informações de que pelo menos 270 juízas estavam em situação de vulnerabilidade no país do Oriente Médio, em meio à ascensão do Talibã.

A concessão do visto temporário e de autorização de residência foi regulamentada pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Justiça e Segurança Pública. Segundo Renata Gil, uma segunda parte do plano de acolhimento das juízas afegãs foi entregue ao presidente da República.

“Eu vim entregar a parte final do plano, que está todo desenhado. Esse plano foi entregue ao governo federal, foi entregue também às autoridades nos países que a gente tem visitado”, informou.

Além de tratar do acolhimento humanitário, a assessoria da AMB informou que Renata Gil e Jair Bolsonaro também conversaram sobre a campanha Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica, que incentiva mulheres vítimas de ameaças e agressões a pedir ajuda por meio de um X vermelho na palma da mão. A campanha também é uma iniciativa da associação dos magistrados.

Pesquisas internas mostram crescimento de Lula em Estados-chave e animam PT

Apesar de as pesquisas mais recentes terem mostrado um crescimento do presidente Jair Bolsonaro, especialmente depois da saída do juiz Sérgio Moro da disputa pelo Palácio do Planalto, levantamentos feitos pelo PT e análises de pesquisas regionais deixaram a cúpula do partido otimista.

Lula, que lidera as pesquisas nacionais de intenção de voto, teria crescido em locais onde a disputa com Bolsonaro estaria mais acirrada, notadamente Rio Grande do Sul e São Paulo, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters.

As análises foram apresentadas a Lula, ao companheiro de chapa, Geraldo Alckmin, e à cúpula petista em uma reunião de dia inteiro nesta segunda-feira, em São Paulo.

“O cenário melhorou sim, está bom para nós”, disse uma das fontes, ressaltando que não tem nada ganho, mas que os sinais são positivos.

O partido comemorou especialmente o que teria sido um aumento significativo no Rio Grande do Sul, que teria levado Lula a ultrapassar Bolsonaro. Em 2018, o presidente venceu no Estado e, até poucas semanas, as pesquisas mostravam uma disputa apertada, com a diferença entre os dois dentro da margem de erro.

Também em São Paulo, na análise apresentada ao PT pelo pesquisador Marcos Coimbra, da Vox Populi, Lula teria uma diferença maior a seu favor.

Os problemas maiores para o petista se concentram ainda em Santa Catarina e no Centro-Oeste, região onde Lula perde para Bolsonaro em todos os Estados.

Todas as pesquisas apresentadas são para consumo interno do partido e não foram registradas, por isso não podem ser divulgadas oficialmente.

Os dados alimentam o planejamento de viagens e eventos que a campanha começa a preparar para o ex-presidente e seu companheiro de chapa. Entre os locais previstos para as próximas semanas, uma mistura de Estados onde Lula vence nas pesquisas, Minas Gerais, Pará e Amazonas, entre eles, e outros em que a situação é difícil.

TSE cancela convite para UE observar eleições após objeção do governo

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retirou o convite que havia feito para que representantes da União Europeia acompanhassem como observadores as eleições de outubro, após reclamações do governo do presidente Jair Bolsonaro sobre a presença desse tipo de missão diplomática durante o pleito.

O TSE afirmou, em nota, que em conversas preliminares com representantes da UE “constatou que não estavam presentes todas as condições necessárias para viabilizar uma missão integral de observação eleitoral”

A corte eleitoral explicou que uma missão europeia acarretaria na visita de dezenas de técnicos e trataria de diversos temas relacionados ao sistema eleitoral.

“Nos próximos meses, se for verificada a necessidade e o interesse de ambos os lados, poderá haver uma participação mais reduzida e de caráter técnico de membros da UE no período eleitoral”, acrescentou o tribunal.

O porta-voz de Relações Exteriores da Comissão Europeia, Peter Stano, por sua vez, informou que a UE havia recebido inicialmente uma carta-convite do TSE no início de março para implantar uma Missão Exploratória, medida que demandaria o exame da utilidade, oportunidade e viabilidade de ela ser efetivada.

“No entanto, o TSE nos informou que não prosseguirá com seu pedido de março, devido a reservas expressas pelo governo brasileiro”, afirmou Stano em um comunicado. “Nessas circunstâncias, não enviaremos uma missão exploratória ao Brasil para avaliar uma possível Missão de Observação Eleitoral da UE”, acrescentou.

O porta-voz explicou que, em geral, o envio de “missões eleitorais para um país anfitrião sempre exige uma carta convite formal e um consenso geral entre as instituições sobre a possibilidade de convidar uma missão, o que não ocorre atualmente no Brasil”.

A informação do recuo do TSE e do cancelamento do convite à UE foi divulgada primeiramente pelo site Nexo e confirmada posteriormente por fontes à Reuters.

Arthur Lira diz que números atuais mostram recuperação do desemprego

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez na terça-feira (03) uma análise do cenário do desemprego no país. Durante a Comissão Geral, no plenário da Casa, para debater o diagnóstico, as desigualdades e as perspectivas do mundo do trabalho no Brasil, o deputado destacou que apesar de em 2020 e 2021 o país ter registrado recordes de desempregados, na casa de 15%, os números mais atuais revelam processo de recuperação em curso. “A taxa de desocupação caiu para 11% no trimestre encerrado em janeiro deste ano, menor resultado para o período desde 2016, sendo que ainda temos 12 milhões de brasileiros à espera de um salário”, disse.

Lira lembrou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março foi o maior para o mês em 20 anos, o que reduziu ainda mais o poder de compra do brasileiro. O indicador é considerado o termômetro oficial da inflação no Brasil. “A cada dez trabalhadores, quatro são informais e não há sinais de que esse índice possa apresentar redução em curto prazo”, avaliou. Segundo ele, os mais prejudicados são aqueles “já vitimados pela exclusão social”.

Ao destacar o cenário econômico atual, Lira reafirmou o compromisso dos deputados com a continuidade da melhoria dos índices de desemprego e o fortalecimento de “políticas econômicas responsáveis”. Nesse sentido, avaliou que o trabalho remoto, adotado por muitos setores produtivos durante a fase mais dura da pandemia de Covid-19, prejudicou os que não tinham meios, equipamentos e tecnologias para trabalhar de casa. “É crucial que os embates políticos olhem para esses elementos da realidade trabalhista. O poder público deve proporcionar crescimento da economia e geração de empregos formais, que dependem da melhoria do ambiente de negócios e atração de investidores”, defendeu.

Câmara aprova PL que amplia medidas protetivas para crianças

A Câmara dos Deputados aprovou as emendas apresentadas pelo Senado a um projeto de lei que estabelece medidas protetivas específicas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar. Texto também considera como crime hediondo o assassinato de crianças menores de 14 anos.

Pelo projeto, a Lei Maria da Penha passa a ser tomada como referência na adoção de medidas protetivas procedimentos policiais e legais e de assistência médica e social em relação a casos de violência contra crianças e adolescentes.

Nesses crimes, independente da pena, ela não poderá ser convertida em cesta básica ou multa de forma isolada.

O texto segue para sanção presidencial.

Regularização de título eleitoral leva TSE a suspender outros serviços

O aumento no número de atendimentos registrados pelo site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para solicitação virtual de títulos de eleitor e requerimentos de alistamento eleitoral (RAEs) nos cartórios, na reta final do cadastramento, levaram o TSE a tirar do ar, temporariamente, alguns serviços que não impactam a retirada do título ou a regularização do registro do eleitor.

De acordo com o tribunal, mais de 1,1 milhão de atendimentos a eleitores foram feitos em 36 horas por meio dos sistemas Título Net e Elo. “Ao todo, até as 15h de terça (03), foram f640 mil solicitações realizadas de forma virtual (Título Net) e 527 mil requerimentos de alistamentos eleitorais (RAEs) nos cartórios (sistema Elo), o que totaliza 1,167 milhão de atendimentos em 36 horas”, informou o TSE.

Entre os serviços que podem ser acessados via Título Net estão requerimento da primeira via do título (alistamento), mudança de domicílio eleitoral (transferência), alteração de dados pessoais e local de votação para eleitores com mobilidade reduzida, além da revisão para regularização da inscrição cancelada.

“Por conta do alto volume de solicitações na reta final, antes do fechamento do cadastro de eleitores, a Justiça Eleitoral (JE) priorizará os atendimentos no Título Net e no sistema Elo. Assim, serviços como os do aplicativo e-Título, que não impactam a retirada do título ou a regularização do registro do eleitor, estarão fora do ar até o dia 5 de maio”, justificou o tribunal.

Ainda segundo o TSE, solicitações de emissão, transferência ou regularização do título feitas até as 23h59 de quarta-feira (04) terão os pedidos analisados e decididos em tempo hábil pela Justiça Eleitoral.

“O andamento da solicitação pode ser acompanhado pela internet na página do TSE”, acrescenta o tribunal, ao informar que os requerimentos apresentados até esta data serão examinados e respondidos no prazo de um mês, e que não serão permitidas emissões, transferências e mudanças de cadastro eleitoral a partir de quinta-feira (05).

O TSE informou que divulgará pela internet, em 11 de julho, o quantitativo final de eleitoras e eleitores aptos a votar em cada município.

Senado aprova MP com piso permanente de R$ 400 para Auxílio Brasil

O Senado aprovou a medida provisória (MP) que aumentou o valor mínimo do Auxílio Brasil para R$ 400. O texto torna esse piso permanente. O texto saiu da Câmara no fim de abril e sofreu alterações antes de chegar ao Senado. Agora, a matéria segue para sanção presidencial.

A MP enviada pelo governo previa o pagamento desse complemento somente até dezembro desse ano, mas líderes partidários, ainda na Câmara, pressionaram pela mudança. A estimativa é que o governo precise de R$ 41 bilhões por ano para pagar o complemento do benefício, quase o mesmo valor usado para pagar o Auxílio Brasil, cerca de R$ 47,5 bilhões.

O Auxílio Brasil foi o programa social criado pelo governo em substituição ao Bolsa Família, criado em 2003. Os deputados também alteraram o projeto, incluindo um trecho que limita a 30% o desconto nos pagamentos do Auxílio Brasil decorrentes de recebimento indevido do seguro-defeso no passado.

A ampliação do Auxílio Brasil foi viabilizada após aprovação da PEC dos Precatórios, que incluiu um dispositivo que determina que todo brasileiro em situação de vulnerabilidade tem direito a uma renda familiar básica, garantida pelo poder público.

Câmara aprova MP que cria Sistema Eletrônico de Registros Públicos

A Medida Provisória (MP 1085/21), que cria o Sistema Eletrônico dos Registros Públicos (Serp), foi aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados na quinta-feira (05). Pelo texto, que agora segue para apreciação do Senado, os cartórios devem realizar seus atos por meio eletrônico e devem ser interconectados.  A mudança vai permitir, por exemplo, que um cartório faça uma consulta eletrônica sobre algo registrado em outra cidade.

O texto aprovado pelos deputados prevê que a interligação seja efetivada até 31 de janeiro de 2023. Os recursos, para a adoção do novo sistema, virão de um fundo subvencionado pelos cartórios. Já a operação nacional do Serp será de responsabilidade de pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, nos termos a serem estabelecidos pela Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“O Serp moderniza o sistema de cartórios brasileiro, prevendo o atendimento remoto dos usuários de todas as serventias por meio de acesso à internet”, afirmou o relator da matéria, deputado Isnaldo Bulhões Jr (MDB-AL).  Ele apresentou parecer favorável à MP original e rejeitou as 316 emendas apresentadas ao texto.

A medida provisória foi criticada por partidos de oposição. O vice-líder da minoria na Casa, deputado Henrique Fontana (PT-RS), criticou o fato de o sistema ser operado por uma estrutura privada. “Alguém aqui acha razoável entregar todo o restrito do país para uma estrutura privada?”, questionou. A mesma crítica foi feita pelo deputado Glauber Braga (Psol-RJ). “A estrutura de dados nacional tem que ser pública”, afirmou. Um destaque do PT pretendia excluir essa possibilidade, mas foi derrubado durante votação.

Governo falará com Congresso sobre projeto que pode sustar reajustes de energia

O governo federal vai buscar diálogo com o Congresso sobre o projeto em tramitação na Câmara que propõe sustar reajustes de tarifas de energia elétrica, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na quinta-feira (05).

“É muito dialogo, vamos conversar e buscar soluções para essa questão que não é uma questão do Brasil, mas mundial”, afirmou Albuquerque a jornalistas, após participação em evento em São Paulo.

Questionado se já existe algum plano em avaliação, ele disse que o governo está permanentemente trabalhando em formas de reduzir as tarifas de energia.

Mais cedo, Albuquerque ressaltou em discurso no evento que o Brasil precisa respeitar os pilares que garantem o crescimento e desenvolvimento do setor elétrico, como segurança jurídica e regulatória, previsibilidade e governança. “Isso nós construímos e temos que preservar, ou seja, respeito aos contratos”.

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira um requerimento de urgência para um projeto de decreto legislativo (PDL) que prevê suspender o reajuste aprovado para a Enel Ceará em 2022, mas o relator da proposta declarou que quer ampliar o texto para abarcar outras distribuidoras.

A proposta é ilegal e, em última instância, pode prejudicar a prestação dos serviços aos consumidores e elevar a percepção de risco de investidores do setor, segundo advogados e analistas ouvidos pela Reuters.

Para o diretor da agência reguladora Aneel Sandoval Feitosa, a discussão sobre os elevados reajustes das tarifas de energia é uma “atitude nobre” do Congresso, mas há caminhos mais “pautados no diálogo” para se fazer isso.

“A agência tem todos os seus processos baseados em procedimentos que passam por consulta pública, são transparentes, e de amplo conhecimento da sociedade brasileira. A oportunidade de falar com o Parlamento será importante para mostrar tudo isso”, disse a jornalistas, após participação em evento.

Lula mantém liderança na corrida ao Planalto com 44%, Bolsonaro soma 31%, diz Ipespe

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança da disputa pela Presidência da República na eleição de outubro com 44% da preferência do eleitorado, contra 31% do presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira (06).

Em relação ao levantamento anterior do instituto, feito duas semanas atrás, Lula oscilou negativamente um ponto dentro da margem de erro, de 45% para 44%, enquanto Bolsonaro manteve o mesmo porcentual.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) obteve 8%, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) 3% e o candidato do Avante André Janones, 2%. A senadora pelo MDB Simone Tebet e o pré-candidato pelo Novo Luiz Felipe d’Ávila alcançaram 1% das intenções cada um. Os demais não pontuaram.

Nas simulações de segundo turno feitas pelo instituto, Lula vence todos os adversários. No cenário mais provável, de acordo com os dados da pesquisa, o petista bateria Bolsonaro por 54% a 34%, mesmo patamar apontado pelo levantamento anterior do Ipespe.

O Ipespe ouviu 1.000 pessoas por telefone de todas as regiões brasileiras entre os dias 2 e 4 de maio. A margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais.

Faturamento de bares e restaurantes deve aumentar 30% no Dia das Mães

O faturamento dos bares e restaurantes no país deverá aumentar 30% no final de semana do Dia da Mães, comemorado no próximo domingo (08), em comparação ao mesmo período do ano passado. A previsão é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), divulgada na segunda-feira (02).

De acordo com a entidade, em algumas capitais, o faturamento deverá ser maior inclusive do que o registrado no final de semana do Dia das Mães de 2019, antes da pandemia de Covid-19. Em Belo Horizonte a expectativa é de 20% a mais do que o faturamento de 2019; em São Paulo e no Rio de Janeiro, 15% maior.

“O dia das mães é o segundo melhor dia do ano em relação ao movimento nos restaurantes, ficando atrás somente do Dia dos Namorados. Este ano estamos caminhando para o fim da pandemia. E o fim das restrições, somado à vacina, gera ainda mais confiança para consumidor, que deve voltar a encher as mesas dos restaurantes nessa data especial”, destacou o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

Novo presidente da Anfavea fala em ‘primeiro passo’ para reforma tributária

Após abrir seu mandato na entidade que representa as montadoras com um discurso que deu ênfase à reindustrialização do País, o novo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse na segunda-feira (02), que não jogou a toalha em relação à aprovação, até dezembro, da reforma tributária, apesar das dificuldades de avanço nessa frente em ano eleitoral.

Em sua primeira entrevista coletiva à imprensa no cargo, Leite considerou que o jogo da reforma tributária neste ano não está perdido, lembrando que a modernização do sistema como o Brasil recolhe impostos tem sido um dos principais do diálogo das entidades do setor produtivo com o governo.

“Precisamos dar o primeiro passo na reforma tributária para o Brasil se tornar competitivo. Acreditamos na reforma tributária, e com o senso de urgência que é necessário”, reforçou o representante da indústria de veículos.

Citando a desorganização das cadeias globais de produção, cuja consequência são as paradas de fábricas por falta de peças, em especial componentes eletrônicos, Leite considerou que o momento exige atenção para a retomada dos investimentos na industrialização e desenvolvimento de fornecedores no País. “O Brasil não pode exportar apenas para a América Latina”, frisou Leite.

Ele acrescentou que a transição tecnológica, com a ascensão dos sistemas de propulsão elétrica, coloca um desafio para indústria, porém os caminhos para o Brasil não ficar atrás na corrida das novas tecnologias vêm sendo discutidos com os governos federal e estaduais. “O desafio é que os investimentos acompanhem as novas rotas tecnológicas. Não podemos criar um descompasso dos fornecedores com o que está sendo feito no mundo”, pontuou.

O novo presidente da Anfavea terá na terça-feira (03) seu primeiro encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, após assumir nesta segunda-feira o comando da associação que representa as montadoras de veículos. Durante entrevista coletiva à imprensa, Leite informou que estará acompanhado de presidentes de montadoras para discutir, entre outros assuntos, os resultados e tendências do corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciado no fim de fevereiro.

O corte adicional no imposto, anunciado na semana passada, excluiu as categorias de veículos onde estão os maiores volumes do mercado.

Embora tenha levantado a bandeira da indústria pela zeragem do IPI, Leite evitou fazer críticas ao governo. Preferiu destacar que as sinalizações do Planalto têm sido no sentido de corte linear do tributo.

Desempenho de micros e pequenas indústrias cresce, diz CNI

O primeiro trimestre de 2022 foi positivo para micros e pequenas indústrias, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Panorama da Pequena Indústria indica melhora no Índice de Desempenho, que registrou a melhor média (45,5 pontos) no primeiro trimestre do ano desde 2012. O Índice de Perspectiva também apresenta um aumento de 3 pontos quando comparado com o mesmo período de 2021. Apesar dos dados positivos, as condições financeiras apresentaram recuo de 3,7 pontos nos primeiros meses de 2022, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O problema principal para as micro e pequenas empresas (MPEs) reside na falta ou alto custo de matéria-prima.

“A preocupação com a falta e o alto custo das matérias-primas aumentou na passagem do quarto trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022, diferentemente do que aconteceu com as empresas de maior porte. O desempenho da pequena indústria no trimestre foi positivo, mas esse problema segue travando o que poderia ser um melhor resultado. A piora da situação financeira é outro reflexo desse problema de insumos”, disse o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

O Panorama da Pequena Indústria reúne quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de 0 a 100 pontos. Quanto maior ele for, melhor é a performance do setor.

O desempenho das pequenas indústrias foi positivo no primeiro trimestre de 2022. O indicador registrou 43,3 pontos em janeiro de 2022, resultado abaixo da média histórica (43,5 pontos), porém, nos meses seguintes, o desempenho melhorou. Na passagem para fevereiro, o índice cresceu 1,8 ponto e, em março, mais 2,9 pontos.

Já o Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias recuou para 41 pontos no primeiro trimestre de 2022. Na comparação com o quarto trimestre de 2021, o indicador mostra queda de 1 ponto, ou seja, revela uma piora da situação financeira no primeiro trimestre de 2022.

Apesar da queda, o índice permanece acima de sua média histórica (37,8 pontos). O dado indica que a situação financeira deste trimestre apresentou resultado relativamente mais favorável que o de outros trimestres.

A falta ou alto custo de matéria-prima permaneceu no primeiro lugar do ranking de principais problemas enfrentados pelas MPEs da indústria extrativa, de transformação e da construção. A elevada carga tributária se manteve na segunda posição também para os três segmentos industriais.

Venda de veículos novos em abril tem leve avanço ante março, diz Fenabrave

Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil no mês passado tiveram alta de 0,3% na comparação com março, para 147,24 mil unidades, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação de concessionárias, Fenabrave.

Na comparação com abril do ano passado, porém, os emplacamentos mostraram queda de 15,9%.

De janeiro a abril, as vendas de veículos novos no país acumulam recuo de 21,35%, para 552,82 mil unidades.

Iguatemi tem prejuízo de R$ 16,4 milhões no 1º trimestre

A rede de shoppings Iguatemi teve prejuízo líquido de R$ 16,4 milhões no primeiro trimestre de 2022, o que representa uma reversão frente ao lucro de R$ 39,8 milhões no mesmo período de 2021.

O impacto foi causado pela queda nas ações da Infracommerce, empresa de serviços para o comércio eletrônico na qual a Iguatemi tem uma participação de 11,2%. Neste ano, as ações dessa empresa recuaram cerca de 65%.

O investimento da Iguatemi é feito via fundo, com marcação a mercado periodicamente. O impacto negativo não teve efeito no caixa da operadora de shoppings. Excluindo a Infracommerce, a Iguatemi teria reportado lucro líquido de R$ 40,9 milhões.

Os outros indicadores apresentaram melhoras, principalmente pela volta do movimento nos shoppings, com recuperação das vendas dos lojistas e da cobrança dos aluguéis dos pontos comerciais pela Iguatemi.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 147,8 milhões, aumento de 53,7% na mesma base de comparação anual. A margem Ebitda subiu 8,2 pontos porcentuais, para 64,7%.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) foi de R$ 22,3 milhões, queda de 71%. Já a receita líquida foi a R$ 228,3 milhões, crescimento de 34,3%.

A dívida bruta chegou ao fim do primeiro trimestre de 2022 em R$ 3,250 bilhões, 1,5% abaixo do quarto trimestre de 2021. A companhia tinha em caixa R$ 1,752 bilhão, queda de 4,8% nesse mesmo período. Com isso, a dívida líquida ficou em R$ 1,453 bilhão, com alavancagem (relação entre dívida e Ebitda) de 2,43 vezes, ante 2,57 vezes no período imediatamente anterior.

Volkswagen paralisa fábrica no ABC paulista por 20 dias por falta de semicondutores

A Volkswagen vai parar por 20 dias a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a partir da próxima segunda-feira (09).

O motivo é a crise global de semicondutores, que também, como já tinha sido anunciado, fez a montadora suspender nesta última segunda (02) o segundo turno da fábrica que monta o utilitário esportivo T-Cross no Paraná.

Enquanto na unidade paranaense os funcionários tiveram contratos de trabalho suspensos, o chamado layoff, que pode durar cinco meses, no ABC, os trabalhadores dos dois turnos terão férias coletivas nas próximas três semanas.

Segundo o sindicato dos metalúrgicos do ABC, 2,5 mil operários da Volks vão entrar em férias na unidade, onde são produzidos os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro.

Totvs tem forte alta das receitas no 1º trimestre, mas despesas comprimem margem

A produtora de softwares de gestão e de serviços financeiros Totvs teve avanço modesto do lucro no primeiro trimestre, uma vez que o aumento robusto das receitas em suas principais linhas de negócios foi compensada em parte por maiores despesas com remuneração a empregados.

A companhia anunciou que sua receita líquida de janeiro a março alcançou 981,1 milhões de reais, um aumento de 36,2% contra um ano antes, com incremento de 25,5% em seu negócio principal de receita de gestão, enquanto a unidade de business performance cresceu 16 vezes e a de serviços financeiros cresceu 48,6%.

A Totvs frisou que teve o maior patamar trimestral de receita de licenças dos últimos nove anos e, mesmo elevando preços, não perdeu clientes.

Porém, as despesas comerciais subiram 42,7%, enquanto as gerais e administrativas evoluíram 38%, estas refletindo a aplicação de dissídio sobre salários.

Com isso, o resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado cresceu 17,5% ano a ano, para 223,3 milhões de reais, mas a margem Ebitda ajustada caiu 3,3 pontos percentuais, a 23,6%.

No mês passado, a Totvs anunciou um acordo por meio do qual terá como sócio na Totvs Techfin, seu negócio de serviços financeiros o Itaú Unibanco, do qual receberá 860 milhões de reais pela fatia.

CNC: com inflação alta, volume de vendas para o Dia das Mães cai

O volume de vendas do comércio varejista para o Dia das Mães deverá chegar a R$ 14,42 bilhões, uma queda de 1,8% em relação à movimentação financeira real, isto é, descontada a inflação, do ano anterior, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em 2021, o volume de vendas chegou a R$ 14,68 bilhões.

A estimativa leva em conta a inflação elevada e os juros em alta, avaliou hoje (5), em entrevista à Agência Brasil, o economista da CNC Fabio Bentes, responsável pela pesquisa.

“Não poderia ser diferente, diante das condições atuais de consumo, quando a gente está com uma inflação de dois dígitos já há algum tempo, taxas de juros no maior patamar dos últimos cinco anos e a gente tem um rendimento médio da população apresentando queda real de 6%, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, disse Bentes.

“Não daria para esperar crescimento diante dessas condições. Ainda que se considere a reabertura total do comércio, o consumidor está com o bolso ainda prejudicado pela inflação alta, juros em alta e, principalmente, pela questão do mercado de trabalho, que precisa ser melhor endereçada”, completou o economista.

Apesar da redução projetada para a data, o número é superior aos R$ 8,8 bilhões registrados em 2020, no auge da pandemia de Covid-19, quando grande parte dos estabelecimentos estava fechada. “O varejão do Dia das Mães estava fechado, em maio de 2020, e a gente estava lutando para criar condições de reabertura”, lembrou Fabio Bentes.

“Em 2021, o cenário já era melhor e, em 2022, apesar de a pandemia ainda existir, ela está mais enfraquecida. O problema é a conjugação de fatores de consumo, que não têm sido favoráveis para a expansão das vendas”, completou Bentes.

A pesquisa da CNC revela que, pela primeira vez, nenhum dos 26 itens que compõem a cesta de bens e serviços avaliados deverá ter retração, na comparação com o ano anterior. A variação média desses itens, da ordem de 10,6%, deverá ser a maior da série histórica iniciada em 2013, pressionada pela inflação corrente. Os itens medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), acumulado em 12 meses, destacam as variações nos preços de eletrodomésticos, como refrigeradores (+27,8%) e fogões (+24,9%). Do mesmo modo, itens de mobiliário associados à data comemorativa também tendem a apresentar variação significativa (+19,4%), o que deverá desestimular a busca por esses produtos, especialmente considerando a tendência recente de elevação do custo do crédito.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu na quarta-feira (04) a meta para a taxa básica de juros (Selic) em mais 1 ponto percentual, para 12,75% ao ano, mesma dose aplicada na reunião anterior. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, após o próprio comitê ter sinalizado isso aos investidores 42 dias atrás. No comunicado, o Copom tirou uma dúvida do mercado e indicou que o clico de alta na Selic vai continuar na próxima reunião, mas que o ritmo de elevação será em magnitude menor.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

IPCA

A mediana das projeções dos economistas do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022 subiu de 7,65% para 7,89%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado na segunda-feira (02) com estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2023, também subiu, de 4,00% para 4,10%. Para 2024, permaneceu em 3,20%

PIB

As projeções para o crescimento do PIB brasileiro em 2022 estão aumentando há cinco semanas, segundo expectativas apuradas pelo relatório Focus, do Banco Central (BC). Passaram de 0,5% para 0,7%. No mesmo período, o ponto médio das projeções para 2023 caiu de 1,5% para 1%. Mas por que isso acontece? “É um efeito da base de comparação: quando um ano sobe, o outro desce”, diz Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

Uma série de fatores está ajudando nas expectativas para 2022. Segundo o economista Rodolfo Margato, a economia brasileira mostrou sinais de resiliência no início de 2022, com reabertura, principalmente no segmento de serviços; recuperação sólida do emprego, foram 615,2 mil postos de trabalho abertos no primeiro trimestre, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged); e dinâmica favorável dos preços das commodities.

“Os juros altos têm afetado negativamente o crescimento, mas, por outro lado, o cenário positivo de preços de commodities e estímulos fiscais são fatores que contribuem positivamente para a demanda agregada no curto prazo”, destacam os economistas.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (02), o Ibovespa fechou em queda, mesmo com alta em Wall Street, em dia negativo para os ativos domésticos diante de preocupação com a economia chinesa, temor por inflação e expectativa por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. B3, Vale e Petrobras foram as principais fontes de pressão sobre o índice. Aéreas também cederam. Na ponta oposta, Suzano e GPA ficaram entre os poucos destaques de alta. O índice Ibovespa teve queda de 1,15%, a 106.638,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,4 bilhões.

Na terça-feira (03), o Ibovespa fechou em queda, após variar entre tímidas perdas e ganhos durante o pregão, uma vez que os investidores adotaram postura de cautela antes de decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil previstas para esta semana. Petrobras e bancos foram os principais impulsos ao índice, enquanto B3, Vale e WEG fizeram pressão no lado oposto. O índice Ibovespa teve queda de 0,10%, a 106.528,09 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,1 bilhões.

Na quarta-feira (04), o Ibovespa fechou em alta, disparando junto com Wall Street após o presidente do Banco Central norte-americano, Jerome Powell, dizer que a instituição não considera ativamente uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros para segurar a inflação. Petrobras foi a maior contribuição positiva ao índice, na esteira da alta do preço do petróleo e em meio à expectativa de resultados. Vale e frigoríficos caíram na ponta oposta. O índice Ibovespa teve alta de 1,7%, a 108.343,74 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,6 bilhões.

Na quinta-feira (05), o Ibovespa fechou em queda, seguindo Wall Street, à medida que o mercado reavaliou as comunicações de política monetária do banco central norte-americano que levaram à disparada das bolsas na véspera. Na cena local, a indicação de extensão do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central também pesou nos negócios. Vale, B3 e Bradesco foram as que exerceram as maiores pressões sobre o índice, enquanto Suzano, Gerdau, Gerdau Metalúrgica e Klabin foram as únicas a fecharem em alta. O índice Ibovespa teve queda de 2,81%, a 105.304,19 pontos. O volume financeiro somou R$ 31,8 bilhões.

Na sexta-feira (06), por volta das 12h30, o índice Ibovespa operava em alta de 0,75%, a 106.099,05 pontos. Após ter caído forte mais cedo, à medida que investidores digeriam os efeitos de um mercado de trabalho robusto na política monetária dos Estados Unidos. Localmente diversos resultados de empresas estavam em foco. Vale, B3 e Weg estavam entre as quedas mais relevantes ao movimento do índice, enquanto Itaú Unibanco, Petrobras e Lojas Renner subiam, os dois últimos após divulgarem balanços. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,16%, a 105.134,73 pontos. O volume financeiro somou R$ 31,7 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (06), por volta das 12h47, o dólar registrava alta de 0,59%, cotado a R$ 5,0462 na venda. O dólar engatava nova alta na sexta-feira (06), chegando a superar os 5,11 reais nos picos do dia, em meio a sentimento ainda frágil no exterior por temores de que o Banco Central dos Estados Unidos será forçado a elevar os juros de maneira mais rápida, apesar dos vários riscos enfrentados pela economia global.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (06) cotado a R$ 5,0754, superando a barreira de R$ 5,10 nos momentos de maior pressão, e encerrou a primeira semana de maio com valorização de 2,68%, vindo de uma escalada de 3,81% em abril.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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09/05/2022