Cenário Econômico Nacional – 16/05/2022

Cenário Econômico Nacional – 16/05/2022

Cenário Econômico Nacional – 16/05/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economia se estabiliza em abril, mas sinais são de tração ao longo do ano, avalia BofA

Um indicador do Bank of America para a atividade econômica brasileira ficou “relativamente estável” em abril, após em março encerrar uma sequência de 11 quedas consecutivas, e o ímpeto da economia parece ganhar tração, o que respalda inclinações para cima nas projeções à atividade em 2022.

O indicador coincidente de atividade calculado pelo BofA caiu para -0,46 ponto em abril, contra -0,32 ponto em março (dado revisado ante leitura inicialmente divulgada de -0,41 ponto).

O “tracker” do banco visa ajudar a avaliar melhor a taxa de crescimento subjacente da economia e antecipar pontos de inflexão nos dados. O indicador está em território negativo desde setembro de 2021, o que ainda sugere que a atividade continua “modesta”.

Porém, o BofA aponta melhora na leitura do indicador pela média móvel de três meses, que avançou de -0,52 ponto em março para -0,44 ponto em abril, indicando que a atividade econômica ganhou ímpeto e com expectativa de que continue a se fortalecer.

A instituição financeira espera que o salto nos preços da commodities, que tem beneficiado a economia brasileira, decorrentes dos conflitos entre Rússia e Ucrânia resulte em gatilhos para crescimento doméstico. O BofA prevê avanço de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e de 0,3% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores (aumento de 0,6% em relação ao mesmo trimestre de 2021).

De acordo com o banco, a continuidade do ciclo de aperto monetário pelo Banco Central e tensões políticas que devem crescer com a aproximação das eleições em outubro poderão ter compensações.

“O impulso externo devido à melhora nos termos de troca brasileiros e ao aumento do estímulo fiscal advindo dos cortes de impostos pelo governo e de maiores gastos devem afetar positivamente a renda privada, potencialmente amortecendo a perda de poder de compra devido à alta inflação”, afirmou o BofA em relatório desta semana.

Recuo de commodities deve frear PIB em 2023

O choque de alta das commodities nos últimos meses deve servir de impulso para a economia do Brasil neste ano, por causa das exportações e seus efeitos financeiros. O vento, no entanto, poderá mudar em 2023. Vários economistas consideram em seus cenários de médio prazo uma perda de fôlego nas cotações no próximo ano.

Relatório do Banco Mundial projeta alívios nas cotações das matérias-primas, em 2023 e 2024. Nas projeções do banco, as commodities energéticas deverão recuar, em média, 12,4% em 2023 e 11,9% em 2024. Já o preço das “commodities não energéticas” deverão cair, em média, 8,8% no próximo ano e 3,2% em 2024.

Na mesma linha, o Bradesco projeta um quadro de preços de commodities pressionados no curto prazo, mas com um alívio no médio prazo. Nas contas dos economistas Thiago Angelis e Myriã Bast, que assinam o relatório, os preços globais das matérias-primas estão em média 35% acima dos valores indicados pelos fundamentos da economia global, como oferta e demanda.

Recentes revisões de cenário citaram a moderação nas cotações de commodities a partir de 2023. No mês passado, o Itaú revisou a projeção de crescimento econômico no Brasil em 2022 para 1%, ante 0,2% estimado anteriormente, mas baixou a estimativa de 2023 para 0,2%, ante 0,5% anteriormente, “considerando os juros mais elevados e a expectativa de alguma queda de preços de commodities”.

A MB Associados fez movimento semelhante. Elevou a projeção de crescimento deste ano de zero para 0,5%, mas cortou a estimativa de 2023 também para 0,5%, ante o 1,2% projetado anteriormente. A perda de força esperada nas cotações de commodities é um dos elementos que levaram o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, a reduzir a projeção para o próximo ano.

“Tem dois elementos centrais, um doméstico e um externo, para justificar esse crescimento fraco no ano que vem. O externo é um crescimento mais fraco, uma economia americana talvez em recessão. Isso já jogaria preço de commodity para baixo”, afirmou Vale. “Aqui dentro, a gente tem um cenário de juros.”

Mais otimista, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima crescimento econômico de 1,1% em 2022, seguido de um avanço de 1,7% em 2023. O cenário considera a normalização dos preços de commodities após a resolução do conflito na Ucrânia, a manutenção da sustentabilidade da dívida pública e a melhora da pandemia, explicou Francisco Luna, diretor do Ipea.

“O cenário de 2022 considera que a guerra da Ucrânia tenha efeito (de alta) sobre preços de commodities. Em 2023, consideramos como cenário de referência que a guerra vá acabar. Nossa projeção considera commodities com preços normais”, diz. Segundo Luna, o arrefecimento nos preços das commodities deixa de alavancar segmentos produtores e exportadores, mas, por outro lado, pode permitir que a inflação convirja para a meta perseguida pelo Banco Central em 2023, abrindo espaço para reduções na taxa básica de juros.

Seguindo esse raciocínio, Bráulio Borges, economista da LCA, vê um saldo positivo, no médio prazo. No curto prazo, diz ele, a correção para baixo nas cotações é desfavorável para a atividade, mas, depois, pode favorecer o crescimento se vier acompanhada de alívio na política monetária.

BC vê risco de desaceleração econômica à frente e reconhece deterioração inflacionária

O Banco Central avalia que o aperto das condições financeiras observado na economia cria um risco de desaceleração mais intensa da atividade à frente, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada na terça-feira (10).

O documento mencionou surpresa no movimento de alta de preços e pressões provocadas pela guerra na Ucrânia e demanda global elevada, com deterioração na dinâmica inflacionária do Brasil. E ressaltou que grande parte do efeito contracionista da política monetária ainda não foi observada, assim como seu efeito sobre a inflação corrente.

De acordo com a ata, diante da potencial persistência do processo inflacionário global, a posição mais contracionista da política monetária nos países avançados tem impactado as condições financeiras dos países emergentes.

“O Comitê ressaltou que o crescimento econômico veio em linha com o que era esperado, mas o aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração mais forte que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes”, disse.

Na semana passada, o BC subiu a Selic em 1,0 ponto percentual, a 12,75% ao ano, e disse ser provável uma extensão do ciclo de alta dos juros com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em junho, sem especificar se esse seria o último aumento da taxa.

Na ata, a autoridade monetária disse que a sinalização futura da política monetária foi discutida, reforçando que a opção por estender o ciclo com um ajuste menor foi considerada a mais adequada para garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos.

O BC argumentou ainda que a decisão reflete o aperto monetário já empreendido, reforça a postura de cautela da política monetária e ressalta a incerteza do cenário.

A ata manteve a posição adotada pelo BC na semana passada de não deixar claro se o ajuste na Selic na reunião de junho encerrará o ciclo de aperto monetário para conter a inflação ou se é possível que ocorram novos aumentos à frente.

“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, ressaltou.

Aumento do diesel deve pressionar inflação de outros setores, avaliam economistas

O aumento de 8,87% no preço do diesel nas refinarias, anunciado pela Petrobras, terá impacto direto reduzido no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas alimenta e espalha pressões inflacionárias.

Nas contas da LCA Consultores, o reajuste deve elevar em 0,02 ponto porcentual o IPCA. Isto é, a inflação de 8,04% projetada para este ano pela consultoria ficaria em 8,06%. No entanto, um reajuste de quase 9% num combustível que é a base do transporte de carga da economia brasileira levaria a outros aumentos. “Esse reajuste acaba espalhando as pressões inflacionárias para outros setores, e o efeito indireto é o mais perverso”, afirma o economista André Braz, coordenador de índices de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele observa que, em 12 meses, o diesel já subiu 52,53% (pelo IPCA-15), e um reajuste de 8,87% na refinaria deve representar uma alta entre 4% e 5% sobre um aumento acumulado já muito elevado. Isso só engrossa, segundo ele, a necessidade de correção de preços de vários serviços movidos a diesel.

Nessa lista de serviços, estão os transportes urbano e rodoviário, a movimentação das máquinas no campo para a produção agrícola e, especialmente, o custo do frete de carga.

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse que essa nova alta do diesel elevará o custo do frete e resultará em aumento de preços dos produtos no varejo. “Realmente, precisa ser feita alguma coisa, porque o transporte está entrando em colapso, e quem sofre é a sociedade.”

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, concorda com Braz, da FGV. “Esse aumento do diesel pode se espalhar e pegar toda a cadeia de distribuição”, afirma. Ele ressalta que as pressões inflacionárias que estão se acumulando nos preços dos alimentos e de transportes podem provocar uma revisão da sua projeção da inflação deste ano, de 7,8% para algo chegando a 9%.

Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, vê novas pressões à frente. Ele espera reajuste do preço da gasolina em breve, diante da defasagem da cotação do combustível no mercado interno ante o preço internacional. Isso pode puxar a inflação. Nas suas contas, a defasagem da gasolina hoje é de R$ 0,50 por litro.

IPCA de abril desacelera para 1,06%, mas ainda está acima das estimativas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma alta de 1,06% em abril, acima da previsão de 1,00%, segundo dados divulgados pelo IBGE na quarta-feira (11). O resultado, porém, é inferior aos 1,62% prévios.

O IPCA anual acumulou alta de 12,13%, acima da expectativa do mercado de 12,07% e dos 11,30% apresentados anteriormente.

O Banco Central não divulgou o Boletim Focus nesta semana, em meio à greve de servidores da instituição. O último documento divulgado, do dia 02 de maio, mostrou a 16ª alta consecutiva na projeção para o IPCA para este ano, para 7,89%.

Banco Central age sozinho contra a inflação, afirmam economistas

Enquanto o Banco Central (BC) eleva os juros para esfriar a economia e combater a escalada da inflação, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) atua, em sintonia com o Congresso, como um adversário e aprova medidas que estimulam o consumo, pressionando ainda mais a alta de preços.

Medidas como cortes de impostos, estímulos ao crédito e a liberação do saque extraordinário do FGTS vão na direção contrária do que deveria ser feito para controlar a inflação, segundo economistas. Isso tende a adiar os efeitos dos remédios adotados pelo BC, mantendo a inflação elevada por mais tempo. “É como dirigir um carro e pisar no freio e no acelerador ao mesmo tempo”, diz Fábio Akira. “O freio não terá a mesma eficiência. O mesmo acontece quando políticas de estímulo à demanda atuam contra o aperto monetário.”

Assim como Akira, economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast são categóricos na avaliação de que o BC está sozinho para realizar um trabalho que já seria naturalmente desafiador após a pandemia, quando governos e bancos centrais do mundo todo injetaram dinheiro na economia para evitar um colapso financeiro.

“É uma tarefa hercúlea, essa do BC de combate à inflação. Ele não tem nenhuma ajuda vinda do outro lado da Esplanada”, aponta o ex-diretor de Política Monetária do BC Aldo Mendes.

O governo não compromete a eficácia da política monetária do Banco Central apenas lançando medidas que reforçam a demanda. Os preços refletem também as expectativas, e o Planalto não contribui para melhorar as previsões para a inflação quando alimenta incertezas sobre os rumos das contas públicas.

Para Adauto Lima, economista, enquanto a política monetária tenta esfriar o consumo, o governo lança medidas de expansão no sentido contrário. “Com a surpresa da arrecadação, era para o governo caminhar a um superávit primário, não déficit primário.”

Para conter inflação, governo zera imposto de importação de alimentos

O governo federal anunciou na quarta-feira (11) que vai zerar a alíquota do imposto de importação de sete categorias de produtos alimentícios. A decisão foi tomada pelo Comitê-executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), do Ministério da Economia.

Em coletiva de imprensa para detalhar as medidas, o secretário-executivo da pasta, Marcelo Guaranys, disse que o objetivo da medida é conter o avanço da inflação no país.

“Sabemos que essas medidas não revertem a inflação, mas aumentam a contestabilidade dos mercados. Então, o produto que está começando a crescer muito de preço, diante da possibilidade maior de importação, os empresários pensam duas vezes antes de aumentar tanto o produto. Essa é a nossa lógica com esse instrumento”.

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou em 1,06%. Foi o índice mais alto para um mês de abril desde 1996 (1,26%). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o IPCA, a inflação acumulada em 12 meses está em 12,13%.

Segundo secretária da Câmara de Comércio Exterior, Ana Paula Repezza, a redução de impostos entram em vigor a partir de amanhã (12) e valem até o dia 31 de dezembro deste ano.

Os produtos alimentícios que tiveram a alíquota de importação totalmente zeradas são:

  • carnes desossadas de bovino, congeladas (imposto era de 10,8%);
  • pedaços de miudezas, comestíveis de galos/galinhas, congelados (imposto era de 9%);
  • farinha de trigo (imposto era de 10,8%);
  • outros trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura (imposto era de 9%);
  • bolachas e biscoitos, adicionados de edulcorante (imposto era de 16,2%);
  • outros produtos de padaria, pastelaria, indústria de biscoitos, etc. (imposto era de 16,2%) e
  • milho em grão, exceto para semeadura (imposto era de 7,2%).

O Ministério da Economia informou que o impacto com a renúncia tributária pode chegar a R$ 700 milhões até o final do ano. Não há necessidade de compensação fiscal, por se tratar de um imposto regulatório, e não arrecadatório.

“O imposto de importação tem uma função que não é arrecadatória, a função dele é de regulação de mercado. O motivo por trás é a regulação do mercado, seja para um lado, seja para o outro”, explicou o secretário-executivo adjunto da Camex, Leonardo Diniz Lahud.

Além de zerar a alíquota de importação de produtos alimentícios, a Camex também reduziu ou zerou o imposto sobre outros produtos importados. Dois deles são insumos usados na produção agrícola.

O ácido sulfúrico, utilizado na cadeia de fertilizantes, teve alíquota de 3,6% de imposto zerada. Já o mancozebe, um tipo de fungicida, teve o imposto de 12,6% para 4%.

Foram reduzidos ainda os impostos de dois tipos de vergalhão de aço, atendendo a um pleito do setor de construção civil, e que já estava sob análise no Ministério da Economia. Esses vergalhões, que tinham imposto de importação de 10,8%, agora vão pagar 4%.

“A característica mais importante desses pleitos e que os diferenciam dos pleitos relacionados a alimentos, é que este é um pleito que vinha sendo analisado tecnicamente no ministério há pelo menos oito meses”, justificou Ana Paula Repezza, sobre a redução na tarifa de importação dos vergalhões de aço.

Mercado melhora projeções para déficit fiscal e dívida bruta do governo em 2022

O mercado financeiro melhorou as projeções para o resultado primário das contas do governo federal e para a dívida bruta em 2022, mostrou relatório Prisma Fiscal divulgado pelo Ministério da Economia, com dados coletados até o dia 6 de maio.

De acordo com o documento, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a expectativa para o resultado primário do governo central neste ano ficou em déficit de 22,053 bilhões de reais, ante rombo de 46,359 bilhões de reais projetado para o mesmo período no levantamento de abril. Em março, a estimativa para o déficit estava em 64,153 bilhões de reais.

As projeções do mercado para o resultado primário refletem uma melhora nas expectativas para a receita líquida do governo neste ano, com ampliação de 1,700 trilhão de reais no relatório anterior para 1,738 trilhão de reais na pesquisa deste mês. Houve elevação menos intensa na estimativa da despesa total do governo, de 1,744 trilhão de reais para 1,756 trilhão de reais.

Os analistas consultados pela pasta reduziram a expectativa para a dívida bruta do governo geral em 2022 para 80,05% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 81,00% na pesquisa de abril.

As estimativas fiscais vieram melhores mesmo após o corte de PIS/Cofins de combustíveis, a redução de 35% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para uma série de produtos e cortes de tarifas de importação.

Para 2023, as projeções de mercado indicam déficit primário de 30 bilhões de reais no governo central, ante 33,737 bilhões de reais na estimativa trazida pelo relatório anterior.

A dívida bruta no ano que vem, segundo os prognósticos, deve ficar em 83,23% do PIB, ante 83,95% previstos no mês passado.

Consumo nos lares brasileiros cresce 2,59% no trimestre

O consumo nos lares brasileiros aumentou 2,59% no primeiro trimestre do ano, de acordo com o Índice Nacional de Consumo dos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado pela entidade. A maior variação do consumo do trimestre foi registrada em março, com alta de 6,58% na comparação com fevereiro. Em relação a março de 2021, a alta é de 2,41%.

“O primeiro trimestre foi marcado pela busca de lojas que operam com preços menores e pela compra de abastecimento concentrada nas semanas próximas do recebimento do salário. Por ora, troca de marca, substituição de produtos, busca por embalagens de melhor custo-benefício e por marcas próprias se mantêm acentuadas para compor a cesta de abastecimento”, explicou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Segundo Milan, a pesquisa mostrou ainda que as pessoas voltaram a reduzir o consumo fora de casa, cortando supérfluos para fazer o abastecimento com a renda, que está mais restrita. Além disso, reduziram-se as idas aos pontos de venda, com compras mais planejadas, aproveitando o momento de recebimento do salário.

“Os consumidores estão buscando diversificar os canais de compra. Temos visto as compras online crescendo, porque o consumidor busca um maior benefício. Além disso, buscam por embalagem com preço menor ou pelo desconto família, troca as marcas que utiliza por outras mais baratas, raciocina melhor no momento da compra e também buscam produtos com marca própria da rede.”

De acordo com os dados, a cesta Abrasmercado composta por 35 produtos de largo consumo acumula alta no primeiro trimestre do ano de 5,11%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em março, a cesta registrou alta de 2,40% e passou de R$ 719,06 em fevereiro para R$ 736,34 em março. Em 12 meses, a alta foi de 15,45%.

“O aumento se deve à pressão inflacionária puxada pelo repasse dos custos de produção na cadeia de alimentos, especialmente pelo aumento do preço do óleo diesel, que impacta o frete na logística dos produtos”, ressaltou a Abras.

Mais de 3,4 milhões de brasileiros estão na fila do desemprego há mais de 2 anos, aponta IBGE

Cerca de três em cada dez desempregados no Brasil estão em busca de uma recolocação no mercado de trabalho há mais de dois anos. É o que apontam os dados divulgados na sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o levantamento, o chamado desemprego de longa duração, com espera superior a 2 anos, atingia 3,463 milhões, o que correspondia a cerca de 29% do total de desempregados.

Trata-se da segunda maior taxa do desemprego de longa duração de toda a série da pesquisa, iniciada em 2012. Ela havia sido maior no trimestre anterior, o 4º de 2021, quando a busca por trabalho há mais de dois anos era realizada por cerca de 3,6 milhões dos desempregados, o que correspondia a 30,3% do total de brasileiros em busca de uma vaga no mercado naquele período.

O levantamento, realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) é referente ao primeiro trimestre de 2022, quando o país registrava um contingente de mais de 11,9 milhões de desempregados.

Só é considerado desempregado aquele trabalhador que não está ocupado no mercado de trabalho, tem disponibilidade para trabalhar e está, efetivamente, em busca de uma vaga.

De acordo com o IBGE, ao final de março, a maior parte (40,8%) dos desempregados no país estava em busca de nova oportunidade de trabalho há mais de um mês, mas a menos de um ano. Já a menor parcela (12,9%) estava na fila há mais de um ano, mas há menos de dois anos.

PT lança pré-candidatura de Lula à presidência com Alckmin como vice

O PT lançou oficialmente a pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), como vice, para concorrer à Presidência da República nas eleições de 2022. Além de Alckmin, que participou virtualmente por estar com Covid-19, estiveram presentes lideranças dos partidos que apoiam a candidatura, como PCdoB, Solidariedade, PSOL, PV e Rede, além de centrais sindicais, movimentos sociais, artistas, influenciadores e a militância dos partidos. O movimento foi denominado Vamos Juntos Pelo Brasil.

Alckmin falou por vídeo de casa e disse que “nenhuma divergência do passado, nenhuma diferença do presente nem as disputas de ontem e nem as eventuais discordâncias futuras serão motivos para que ele deixe de apoiar e defender com toda a convicção a volta de Lula à presidência”. “É com muito orgulho que faço isso com respaldo, confiança e participação do meu partido”, disse.

Em seu discurso, Lula disse que este é um dia muito especial por conseguir juntar todas as forças políticas progressistas em torno de uma campanha. “Eu e todos que estão juntos comigo temos uma causa que é restaurar a soberania do Brasil e do povo brasileiro”.

Segundo o ex-presidente, durante seu governo o diálogo foi a marca registrada, com abertura para a sociedade civil junto aos ministérios. “Vamos ter que fazer isso novamente e para isso apresento o imenso legado do nosso governo. Fizemos muito, mas tenho consciência de que ainda é preciso e possível fazer muito mais”.

O PT, PCdoB e PV formaram uma federação partidária para disputar a eleição de 2022. Já o PSB, partido Alckmin, Solidariedade, Rede e Psol formaram uma coligação com os petistas. Na federação partidária, as siglas ficam unidas ao longo de quatro anos em âmbito nacional, estadual e municipal e são equiparadas a partidos políticos e os partidos precisam ficar na federação por, pelo menos, quatro anos ou sofrem punições. A coligação tem natureza eleitoral e se extingue após as eleições.

Nas coligações, os partidos só podem se coligar para lançar candidatos para as eleições majoritárias (prefeito, governador, senador e presidente da República). Para as eleições proporcionais (vereador, deputado estadual, deputado distrital e deputado federal), é possível formar a federação.

Guedes defende redução no IPI e diz que imposto é ‘contra a indústria brasileira’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na segunda-feira (09) que o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) é um tributo “contra a indústria brasileira”.

Ele participou do lançamento do Monitor de Investimentos, plataforma digital desenvolvida em parceria entre o ministério e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com apoio financeiro do governo britânico.

“Desindustrializamos o Brasil nos últimos 30, 40 anos [com o IPI]. Na reforma tributária, inclusive, ele acabava, convergindo para o modelo da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo de nações desenvolvidas que o governo fez pedido de ingresso]”, afirmou o ministro durante o evento.

O IPI incide sobre os produtos industrializados. A tributação é repassada ao consumidor. O imposto possui várias alíquotas, variando, em sua maior parte, de zero a 30%, mas pode chegar a 300% no caso de produtos nocivos à saúde, como cigarros com tabaco.

O governo federal busca, com a redução do IPI, dar fôlego para a indústria e estimular a economia, que sofre com baixo crescimento, inflação e desemprego. Pelos decretos, alguns produtos tiveram redução de 25% no IPI e outros chegam a 35%.

A declaração do ministro da Economia vem após decisão, tomada na última sexta-feira (06), pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a redução do IPI para produtos de todo o país que também são produzidos pela Zona Franca de Manaus. A decisão do ministro é cautelar (provisória).

Moraes acolheu pedido do partido Solidariedade. A sigla argumentou que reduzir o IPI para produtos de todo o país que concorrem com o da Zona Franca reduz a vantagem dos artigos de Manaus, que já contam com desoneração. Isso, segundo o Solidariedade, afeta o desenvolvimento da região e a preservação ambiental.

O corte adicional de IPI, agora suspenso por Moraes, beneficiava empresas externas à Zona Franca de Manaus em setores que concorrem com a produção da região, como calçados, tecidos, artigos de metalurgia, aparelhos de TV e de som, armas, móveis, brinquedos e máquinas.

O governo do Amazonas também é contra os decretos de redução do IPI assinados pelo governo federal e vinha tentando costurar um acordo com o Palácio do Planalto para evitar a medida.

Eleitorado brasileiro cresce em 1,5 milhão em abril, mais de 500 mil com 16 e 17 anos

Dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que o número de eleitores brasileiros aptos a votar nas próximas eleições aumentou em cerca de 1,5 milhão entre março e abril, sendo mais de meio milhão composto por jovens de 16 e 17 anos.

De acordo com o TSE, o Brasil registrava em 30 de abril o número de 149.836.269 eleitores aptos a votar. Em março, eram 148.327.396. O número de eleitores aptos, portanto, registrou um incremento de 1.508.873. O prazo para a regularização dos títulos junto à Justiça Eleitoral se encerrou na última quarta-feira (04).

“Alguns números chamam atenção, em especial quanto aos jovens com 16 e 17 anos, para os quais o voto é facultativo. Esse quantitativo teve um crescimento significativo em abril, de 54,3%, indo para 1.622.732 jovens”, afirmou o TSE em nota publicada no site da corte. Segundo o tribunal, o eleitorado total apto a votar nessa faixa etária em março era de 1.051.184 eleitores.

Alvo de uma forte mobilização para que cadastrassem seus títulos em articulação que envolveu até personalidades públicas internacionais, como ator e ativista Leonardo Di Caprio, o grupo dos jovens tende, segundo as pesquisas, a favorecer o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O TSE ressaltou que os dados sobre o número de eleitores são preliminares.

“Os números finais do eleitorado apto a votar este ano serão conhecidos no dia 11 de julho, data prevista no calendário eleitoral para que o TSE divulgue, na internet, o quantitativo de eleitoras e eleitores por município”, informou.

Senado discute projeto que regula produção de energia em alto-mar

Senadores e especialistas defenderam a aprovação do projeto de lei que regula a produção de energia em alto-mar. O tema foi debatido em uma audiência pública da Comissão de Infraestrutura (CI) da Casa.

De autoria do senador Jean Paul Prates (PT-RN), o projeto define regras de outorga para o aproveitamento de potencial energético offshore. A medida vale para empreendimentos situados fora da costa brasileira, como o mar territorial, a plataforma continental e a Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

O projeto também estabelece diretrizes dando poderes ao órgão regulador e aos agentes para elegerem suas prioridades, conforme as diretrizes políticas de um plano de governo.

A audiência pública contou com a presença de representantes do governo e da iniciativa privada. Segundo Gabriela Oliveira, gerente de Desenvolvimento de Energias Renováveis da Shell, o Brasil está entre os quatro países considerados prioritários para investimentos em energias renováveis onshore (gerados em terra firme).

“Com a consolidação do nosso marco regulatório, espero que o Brasil se encontre também como um dos países prioritários para o investimento offshore. O potencial eólico offshore deve ser visto como uma nova fonte de energia para o Brasil. Uma fonte limpa, que possibilita diversos usos finais de energia. Não só a elétrica, mas também o hidrogênio verde e a amônia renovável”, afirmou.

O gerente de Desenvolvimento de Negócios da Ocean Winds, José Partida Solano, defendeu que a legislação leve em conta investimentos já realizados pelas empresas privadas e que a remuneração da União, originalmente prevista de 3% a 5%, seja limitada a 1% ou 1,5%.

O diretor de Éolicas Offshore da Equinor para o Brasil e América Latina, André Leite, disse que a empresa norueguesa deve aplicar metade dos investimentos previstos até 2030 em projetos de energia renovável e em descarbonização. Ele defendeu que a legislação brasileira não onere “de antemão” as empresas interessadas em investir no segmento offshore.

“Apenas em eólica offshore, serão 23 bilhões de dólares a serem investidos nos próximos cinco anos [em todo o mundo]. O Brasil possui grande potencial. Seria ideal atrelar a remuneração da União ao sucesso do empreendimento. Onerar de antemão um empreendimento, sem que se tenha uma visão clara de sua rentabilidade, pode inibir a participação de empresas que conhecem a complexidade, os custos e os riscos desse mercado”, disse.

Câmara aprova inclusão do símbolo de autismo em placas de prioridade

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que torna obrigatória a inclusão do símbolo mundial da conscientização do transtorno do espectro autista para identificar a prioridade das pessoas desse grupo em serviços e transportes. A proposta será enviada ao Senado.

O símbolo a ser incluído é a fita quebra-cabeça de várias cores, que representa mundialmente a conscientização do transtorno do espectro autista. Segundo a relatora, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (União-TO), desde dezembro de 2020, data em que a utilização da faixa tornou-se facultativa, a sociedade brasileira tomou consciência da representatividade da faixa e da sua real necessidade para melhoria do atendimento às pessoas com autismo.

“Entendemos que a obrigatoriedade do uso da fita quebra-cabeça, símbolo mundial da conscientização do transtorno do espectro autista, para identificar a prioridade devida às pessoas com esse transtorno, representa mais um passo em direção ao bem-estar dessa faixa da população”, afirmou a deputada.

A relatora argumentou que o autismo é uma síndrome que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo.

“Dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas”, disse Dorinha.

Lula lidera corrida ao Planalto com 46%, Bolsonaro tem 29%, diz pesquisa

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a disputa pela Presidência da República na eleição deste ano e tem agora 17 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, mostrou pesquisa divulgada na quarta-feira (11).

De acordo com o levantamento, Lula tem 46% da preferência do eleitorado, contra 45% na pesquisa anterior realizada em abril, ao passo que Bolsonaro soma 29%, ante os 31% que tinha na pesquisa anterior.

Ciro Gomes (PDT) tem 7%, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) soma 3%, mesmo percentual do deputado federal André Janones (Avante-MG). A senadora Simone Tebet (MDB-MS) e Felipe D’Ávila (Novo) têm 1% cada.

Pelos dados da pesquisa, Lula tem um percentual superior à soma dos demais adversários, embora a diferença esteja dentro da margem de erro. Se obtiver mais votos que a soma dos rivais no dia 2 de outubro, o petista se elege em primeiro turno.

No cenário mais provável de um eventual segundo turno apontado pela pesquisa, entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria por 54% a 34%. Na sondagem anterior, o placar favorável a Lula era de 55% a 34%.

Na avaliação de Felipe Nunes, diretor da Quaest, decisões recentes de Bolsonaro, como a graça presidencial, uma espécie de perdão, ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), e os novos ataques do presidente ao sistema eletrônico de votação, afastaram eleitores mais moderados de Bolsonaro.

“A graça presidencial ao deputado Silveira engajou os setores radicais da campanha, mas afastou o eleitor moderado que vinha se aproximando do presidente”, disse, segundo comunicado.

“Como os eleitores de Bolsonaro e Lula já estão definidos, é a faixa dos Nem-Um-Nem-Outro que vai decidir a eleição. Entre esses eleitores, 54% reprovam a ação do presidente, contra 17% que aprovam”, disse Nunes.

De acordo com a pesquisa, 45% dos entrevistados entendem que Bolsonaro agiu errado ao perdoar Silveira, ao passo que 30% entendem que o presidente agiu de forma acertada.

O levantamento também voltou a indagar sobre a confiança dos eleitores na urna eletrônica e 40% disseram confiar muito nelas –ante 41% da última vez que a pergunta foi feita em setembro. Ao mesmo tempo, 35% afirmaram confiar um pouco ou mais ou menos, contra 29% em setembro, e 22% afirmaram não confiar, ante 27%.

Ainda segundo o levantamento, 46% dos entrevistados têm avaliação negativa do governo Bolsonaro, ante 47% na pesquisa anterior, 25% avaliam o governo positivamente, eram 26%, e 27% veem a gestão como regular, contra 25%.

O instituto Quaest entrevistou 2.000 pessoas pessoalmente entre os dias 5 e 8 de maio. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

Senado aprova projeto que protege advogados em operações policiais

O Senado concluiu a votação do projeto de lei (PL) 5.284/2020, que fixa limites e critérios para as operações de busca e apreensão em escritórios de advocacia. O projeto reforça o caráter excepcional desse tipo de operação, além de não poder ser realizado apenas com base em declarações de delação premiada. O texto segue para sanção presidencial.

De acordo com o projeto, deverá haver sempre um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para acompanhar a busca e a apreensão, além do próprio advogado cujo escritório está sendo investigado. O representante da OAB deverá zelar pelo cumprimento do mandado, podendo impedir que documentos, mídias e objetos não relacionados à investigação sejam analisados, fotografados, filmados, retirados ou apreendidos.

O projeto também trata de outros temas relacionados à pratica da advocacia, como o crime de violação de prerrogativa, garantia de honorários, teletrabalho, regras para estágio, forma de sociedade, jornada de trabalho e defesa oral.

O texto-base do projeto chegou a ser aprovado na Ordem do Dia de terça-feira (10), mas por falta de quórum naquele momento, a votação dos destaques (emendas destacadas para votação em separado) ficou marcada para o dia seguinte. Foram dois destaques, um de Mara Gabrilli (PSDB-SP) e outro de Alessandro Vieira (PSDB-SE). O destaque da senadora de São Paulo tinha a intenção de retirar itens do projeto, por entender que o texto conferia aos advogados proteção excessiva.

Já a emenda de Vieira retira um artigo que garante o resgate de parte do honorário em caso de bloqueio. Na visão do senador, um privilégio que consiste em garantia de recebimento de até 20% de honorários sob bloqueio universal de cliente não é razoável e fere o princípio da isonomia. Ambas emendas, no entanto, foram rejeitadas no plenário.

Bolsonaro sanciona lei que cria a bula digital e muda o sistema de rastrear medicamentos

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que cria a bula digital e altera o sistema que rastreia medicamentos. A sanção foi publicada no “Diário Oficial da União” de quinta-feira (12).

As embalagens dos medicamentos terão um código QR Code, em substituição ao código de barras bidimensional atual. A ideia é que essa “bula digital” facilite o acesso às informações do produto tanto em texto como em formato audiovisual, mas isso não substituirá a necessidade da bula impressa.

O texto revoga a implementação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), que teria o objetivo de acompanhar os medicamentos desde a produção até o consumo.

De acordo com a Anvisa, “a rastreabilidade realizada pelo SNCM traria benefícios significativos, que vão desde uma maior segurança de pacientes e de profissionais em relação aos medicamentos utilizados, até um maior controle de produção e de logística, além de facilidades de fluxos e manutenção de padrões regulatórios de conformidade”.

O texto retira essa prerrogativa de rastrear da Anvisa e estabelece que as farmacêuticas deverão possuir um “mapa de distribuição de medicamentos com identificação dos quantitativos comercializados e distribuídos para cada lote, bem como dos destinatários das remessas”.

Para a Anvisa, a nova lei vai ocasionar as seguintes consequências:

  • Risco para a saúde pública, ao inviabilizar o controle de unidades medicamentos e garantia da integridade da cadeia de abastecimento;
  • Desalinhamento do modelo de rastreabilidade brasileiro àquele adotado nas principais agências internacionais, que adotam o modelo de controle de produtos serializado
  • Desperdício de recursos públicos já investidos no desenvolvimento do SNCM
  • Prejuízo para as empresas que já serializaram seus produtos e desenvolveram os sistemas de informação para atender às normas vigentes.

Presidente diz que Forças Armadas não vão interferir nas eleições

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira (12), durante live nas redes sociais, que as Forças Armadas não vão interferir nas eleições. A declaração foi uma resposta ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, que mais cedo criticou as tentativas de se desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.

“Eu não sei de onde ele [Fachin] está tirando esse fantasma que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral. Não existe interferência, ninguém quer impor nada, ninguém quer atacar as urnas, atacar a Democracia, nada disso. Ninguém está incorrendo em atos antidemocráticos. Pelo amor de Deus! A transparência das eleições, eleições limpas, transparente, é questão de segurança nacional”, afirmou.

Horas antes, durante uma visita à sala do TSE onde estão sendo realizados testes de segurança nas urnas eletrônicas, o ministro Edson Fachin criticou as tentativas de se levantar suspeitas sobre as urnas eletrônicas.

“Quem trata de eleição são forças desarmadas e, portanto, dizem respeito à população civil, que de maneira livre e consciente escolhe seus representantes. Logo, diálogo sim, colaboração sim, mas a palavra final é da Justiça Eleitoral”, disse Fachin.

As Forças Armadas compõem, desde o ano passado, a Comissão de Transparência Eleitoral (CTE), criada pelo próprio TSE, envolvendo diferentes órgãos. O objetivo foi dar ainda mais transparência ao processo eleitoral. Militares fizeram uma série de sugestões à Corte sobre o processo eleitoral, sendo que algumas acatadas e outras não foram incorporadas pela área técnica do tribunal.

“Vamos ter, dia 2 de outubro, o Brasil terá, eleições limpas, seguras, com paz e segurança. Ninguém e nada interferirá na Justiça Eleitoral. Não admitimos qualquer circunstância que impeça o brasileiro de se manifestar”, afirmou Fachin.

Presidente diz que Forças Armadas não vão interferir nas eleições

O governo federal entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender os efeitos de uma norma dos Estados que passou a regular neste ano a tributação do ICMS que incide sobre o óleo diesel, em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro aos governadores quanto à política de arrecadação desse tributo estadual.

No processo, o Executivo pede que o Supremo conceda uma liminar para suspender os efeitos de cláusulas de um convênio do Comitê de Política Fazendária (Confaz), que definiu as alíquotas do ICMS que cada Estado e o Distrito Federal podem praticar.

O convênio do Confaz foi realizado após a aprovação da lei 192/22, em março, e na prática não implementou a monofasia completa com alíquota única e uniforme, conforme era prerrogativa da legislação, que poderia ter um efeito de amenizar os valores do diesel, segundo o governo.

O governo argumentou na ação, apresentada na noite de quinta-feira e que ainda não tem relator sorteado, que o convênio Confaz contemplou “uma maneira inovadora de diferenciação de alíquotas de um mesmo produto” entre os entes regionais, permitindo que na prática cada Estado pratique sua própria política para o imposto.

“A forte assimetria das alíquotas de ICMS enseja problemas que vão muito além da integridade do federalismo fiscal brasileiro, onerando sobretudo o consumidor final, que acaba penalizado com o alto custo gerado por alíquotas excessivas para combustíveis, que são insumos essenciais, e, por isso, deveriam ser tratados com modicidade, e com a dificuldade no entendimento da composição do preço final desses produtos”, disse ação, assinada por Bolsonaro e pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco.

Inflação trava planos das empresas

A escalada da inflação no País, com índices acima de dois dígitos (no acumulado em 12 meses) desde setembro do ano passado, tem dificultado bastante o planejamento das empresas até mesmo no curto prazo. Sem previsão de quanto vai custar a matéria-prima ou o frete no mês seguinte, muitas delas estão tendo de engavetar investimentos importantes para a melhoria do processo produtivo, mudar modelos de vendas e reajustar os preços mais vezes durante o ano, para não comprometer as margens financeiras.

Algumas, no entanto, têm feito várias manobras para retardar cada vez mais o repasse de preços e não perder vendas. O fato é que a inflação alta provoca um ciclo vicioso difícil para uma retomada consistente da economia. Os preços altos comprometem a renda da população. Consequentemente, o consumo cai e as vendas das empresas diminuem. Com faturamento menor, as companhias não têm opção a não ser deixar de investir e reduzir mão de obra, o que eleva o desemprego.

“Tem sido complicado acertar as previsões”, afirma o copresidente da indústria de papel cartão Papirus, Amando Varella. O executivo conta que, por causa dessa dificuldade, a empresa tem feito mais reajustes de preços aos clientes se comparado aos anos anteriores, quando essa mudança ocorria a cada 12 meses. Em 2021, a companhia realizou três reajustes. Neste ano, uma nova revisão já foi informada aos clientes e deve ser implementada em junho.

Empresas tentam segurar repasse de custos para não perder vendas

A inflação alta e descontrolada vai atrasar o plano de investimento em novos produtos, na melhora do processo produtivo e em mais equipamentos na Fluid Feeder, fabricante de sistemas para tratamento de água e efluentes de São Paulo. O orçamento para o aporte deste ano foi feito em 2021 com base na projeção de inflação na época, na casa de 5% – bem diferente do índice atual. Em abril, o IPCA-15 chegou a 12,03% no acumulado de 12 meses, a maior taxa nesse comparativo desde novembro de 2003, quando foi de 12,69%.

“Todas as matérias-primas subiram muito nos últimos meses, como aços carbono e inox, latão e cobre, o que impactou nos nossos custos”, diz Francisco Carlos Oliver, diretor comercial da Fluid Feeder. “Com a redução de margens e resultados financeiros abaixo do esperado, vimos que o investimento que gostaríamos de fazer vai ter de esperar.”

Outro reflexo do aumento da inflação está no planejamento de entrega dos produtos. Com a alta do preço do frete, algumas empresas têm optado por não arcar com esse custo, já que o preço combinado na compra pode não ser o mesmo na data da entrega.

O copresidente da indústria de papel cartão Papirus, Amando Varella, afirma que antes adotava a modalidade CIF, em que a responsabilidade do frete fica com o fornecedor. Mas, com as constantes altas, tem escolhido o FOB, em que essa responsabilidade é do cliente. “Hoje não temos condições de manter e bancar esse aumento.”

Mas, segundo ele, essa mudança tem um lado negativo, que é a perda de controle do fluxo da fábrica. Na modalidade FOB, o cliente busca a mercadoria quando quiser. “Isso eleva a insegurança na retirada do produto e pode travar o fluxo da fábrica. A logística interna é prejudicada.”

Segundo Varella, o cenário de incerteza de preços é um dos piores para o dia a dia das empresas. Quase todos os itens da produção subiram. Além da celulose e do frete, os reagentes químicos importados estão sob pressão por causa de problemas no abastecimento, a energia elétrica disparou e a mão de obra também subiu. “Nossa matriz de custos está pressionada e isso gera aumento de preços.”

Independência financeira motiva 40% das mulheres a empreenderem

Quatro em cada dez mulheres brasileiras (40%) apontam a independência financeira como principal motivo para começar a empreender, revelou a pesquisa feita pela Serasa Experian.

O segundo motivo apontado pelas mulheres para começar um negócio é a flexibilidade de tempo (29%), seguido por fazer o que acredita (24%), ter renda complementar (21%) e ganhar mais (20%).

A pesquisa também mostrou que 55% das mulheres já conquistaram a independência financeira e que mais da metade (57%) têm sua renda total proveniente do próprio negócio.

A pesquisa ouviu 446 empreendedoras brasileiras em janeiro e fevereiro. Foram entrevistadas sócias ou donas de micro, pequenas e médias empresas, empreendedoras individuais ou autônomas, trabalhadoras informais e profissionais liberais que trabalham por conta própria.

Entre os desafios que a mulher encontra ao ter seu próprio negócio, estão o preconceito de fornecedores, parceiros e clientes e a dupla jornada de trabalho. As mulheres também dizem ter a sensação de receberem menos oportunidades que os homens no mercado de trabalho.

“As mulheres encontram no empreendedorismo uma forma de empoderamento, e estar à frente de cargos de liderança é um passo importante para a diminuição da desigualdade. No entanto, sabemos que se manter em um mercado competitivo e desafiador exige planejamento, tempo e recursos financeiros. Por isso, é fundamental que cada vez mais mulheres tenham a oportunidade de se preparar para ocuparem esses lugares”, disse Cleber Genero, vice-presidente de PME da Serasa Experian.

Exposição aproximará startups agrícolas de investidores privados

Empresas no formato startups que atuam no setor agrícola podem participar do Expocitros Tech Mapa Conecta, promoção que pretende aproximar iniciativas inovadoras com investidores privados para o desenvolvimento de soluções tecnológicas na cadeia produtiva da citricultura, que é a cultura de frutas cítricas, especialmente laranja e limão.

O setor tenciona encontrar alternativas e tecnologias digitais e de comunicação voltadas à informação e promoção do consumo de frutas e sucos, o desenvolvimento de ferramentas de inteligência digital para gestão de pomares e estratégias de avaliação da qualidade e colheita da fruta que aumentem a eficiência da produção no campo.

Também são incluídos temas como o desenvolvimento de bioinsumos para o suprimento de nutrientes e melhoria na qualidade da produção das frutas, proteção das plantas contra pragas e outros fatores climáticos e físicos, redução de açúcar em suco e desenvolvimento de Upcycling Products na indústria do suco de laranja. Esse termo designa um processo de reciclagem em que produtos ou subprodutos da cadeia industrial são reaproveitados em novos produtos de melhor valor.

Segundo o Ministério da Agricultura, a inscrição é gratuita, e pode ser feita até o dia 27 de maio próximo. As startups pré-selecionadas terão um espaço gratuito, compartilhado no lounge da 47ª Expocitros, e as três finalistas serão contempladas com prêmio em dinheiro.

O Expocitros Tech Mapa terá formato virtual e faz parte da programação do 47ª Expocitros e 43ª Semana da Citricultura, de 6 a 9 de junho, em Cordeirópolis (SP). Iniciativa do Ministério da Agricultura, o evento é realizado em parceria com o Centro de Citricultura Sylvio Moreira, o Instituto Agronômico (IAC), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a FB Group, além de colaboração da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag) e do FoodTech Hub Latam.

Anfavea vê crescimento gradual de vendas de veículos, mantém expectativas para 2022

A produção e licenciamento de veículos do Brasil em abril tiveram leve alta sobre março, no que foi considerado pela entidade que representa montadoras do país, Anfavea, como um sinal positivo de possível início de retomada do setor ao longo dos próximos meses.

A produção teve alta de 0,4% ante abril, para 185,4 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, e as vendas subiram 0,3%, para 147,2 mil unidades, segundo os dados da entidade. Na comparação com abril de 2021, a produção do mês passado caiu 2,9% e os licenciamentos recuaram 15,9%.

Mas o novo presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, afirmou em apresentação a jornalistas que o desempenho do setor no mês passado e no início de maio são positivos.

“Não tenho dúvida sobre o crescimento do mercado brasileiro neste ano, com produção maior, se a tendência de melhora” iniciada em abril continuar nos próximos meses, afirmou Leite.

Segundo dados da Anfavea, a média de venda por dia útil nos primeiros dias de maio foi de 8,4 mil veículos, cerca de 10% acima do registrado em abril, que por sua vez já foi 11,5% maior que março.

No ano passado, a média diária de vendas em maio foi de 9 mil veículos, ante 8,8 mil em abril e 8,2 mil em março, de acordo com a entidade. A média diária do ano foi de 8,4 mil unidades.

O setor sofre há meses com falta de peças e componentes eletrônicos, que tem obrigado empresas como Volkswagen a conceder férias coletivas em fábricas para ajuste na produção. No entanto, na terça-feira (10) Leite citou uma série de investimentos sendo realizados no setor de semicondutores ao redor do mundo e expectativa de que a escassez de insumos possa se reverter a partir de meados do ano.

Apesar dos problemas no fornecimento de componentes, o setor exportou 15,2% mais veículos em abril ante março e um volume 32,3% maior em relação ao mesmo mês de 2021, cerca de 44,8 mil veículos. Segundo a Anfavea, os mercados de destaque para as exportações brasileiras de veículos foram Chile e Colômbia.

O estoque de veículos à espera de comprador no Brasil em abril somava 128,9 mil unidades ante 125,5 mil em março.

A entidade manteve suas projeções divulgadas no início do ano. A expectativa do setor para este ano é de crescimento de 9,4% na produção, para 2,46 milhões de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, e de avanço de 8,5% nos licenciamentos, para 2,3 milhões de unidades. A previsão para exportações é de alta de 3,6%, para 390 mil unidades, longe do pico de cerca de 630 mil atingido em 2018.

Indústria cresce em nove dos 15 locais analisados pelo IBGE

A produção industrial cresceu em nove dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na passagem de fevereiro para março deste ano. A maior alta foi observada em São Paulo (8,4%), segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada hoje (10), no Rio de Janeiro.

Outros estados com alta acima da média nacional (0,3%) foram Ceará (3,8%), Mato Grosso (2,8%), Minas Gerais (2,4%), Rio de Janeiro (2,1%) e Paraná (0,6%). Única região analisada no estudo, o Nordeste teve expansão acima da média do país: 1,8%.

Outros estados com alta foram Amazonas (0,3%) e Bahia (0,1%). Ao mesmo tempo, seis estados tiveram queda na produção: Santa Catarina (-3,8%), Pará (-3,3%), Espírito Santo (-3%), Pernambuco (-1,1%), Rio Grande do Sul (-0,3%) e Goiás (-0,2%).

Na comparação com março de 2021, houve alta em oito locais, com destaque para Mato Grosso (22,9%). Sete locais tiveram queda, sendo as mais acentuadas em Santa Catarina (-9,8%) e no Pará (-7,2%).

Mato Grosso também teve a maior alta (25,6%) entre os seis locais com crescimento na produção no acumulado do ano. Entre os nove locais com queda na produção, destacam-se Ceará (-12,8%) e Pará (-12,2%).

No acumulado de 12 meses, Mato Grosso e Minas Gerais anotaram altas de 7%. Outros sete locais tiveram expansão nesse tipo de comparação. Dos seis locais em queda, os piores desempenhos ficaram com Bahia (-8,2%) e com Pará (-7,1%).

IBGE: custo da construção sobe 1,21% em abril

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou inflação de 1,21% em abril deste ano. A taxa é superior ao 0,99% de março, mas inferior ao 1,87% de abril do ano passado.

Essa é a maior taxa de inflação mensal desde agosto de 2021. Com o resultado de abril, o Sinapi acumula altas de preços de 3,52% no ano e de 15% em 12 meses.

O custo nacional da construção passou a ser R$ 1.567,76 por metro quadrado, em abril. Os materiais de construção tiveram inflação de 1,86% no mês e passaram a custar R$ 944,49 por metro quadrado. Já o custo da mão de obra subiu 0,24% e ficou em R$ 623,27.

Serviços crescem 1,7% de fevereiro para março, diz IBGE

O volume de serviços no país cresceu 1,7% em março, na comparação com o mês anterior. Com esse resultado, que é a segunda alta consecutiva do indicador, o setor atingiu o maior patamar desde maio de 2015.

Os serviços também estão 7,2% acima do patamar de fevereiro de 2020, ou seja, do período pré-pandemia de Covid-19. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com março de 2021, o setor registrou alta de 11,4%. No acumulado do ano, o setor cresceu 9,4% e, no acumulado de 12 meses, alta de 13,6%.

A receita nominal dos serviços cresceu 1,2% na comparação com fevereiro deste ano, 17,9% em relação a março do ano passado, 15,4% no acumulado do ano e 18,2% no acumulado de 12 meses.

A alta de 1,7% do volume de serviços em março foi acompanhada pelas cinco atividades pesquisadas pelo IBGE, com destaque para os transportes (2,7%).

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, os segmentos que mais influenciaram a alta dessa atividade estão os transportes rodoviário de cargas e aéreo de passageiros.

“Dentre os setores que mais influenciaram a alta dessa atividade está o rodoviário de cargas, especialmente o vinculado ao comércio eletrônico e ao agronegócio. É a principal modalidade de transporte de carga pelas cidades brasileiras e seu uso ficou ainda mais acentuado após os meses mais cruciais da pandemia. Outra influência foi o transporte aéreo de passageiro, não só por conta do aumento do fluxo de passageiros, o que gerou maiores receitas das companhias aéreas, mas também porque foi ajudado pela queda do preço das passagens aéreas observadas no mês de março”, explicou. As demais atividades apresentaram as seguintes taxas de crescimento: informação e comunicação (1,7%), profissionais, administrativos e complementares (1,5%), prestados às famílias (2,4%) e outros serviços (1,6%).

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

O Copom validou, em ata da última reunião, uma taxa Selic acima de 13% e não mencionou, explícita ou implicitamente, que o ciclo será interrompido em junho, dado que não se refere mais a um juro de 13,25% como “suficiente” para ancorar a inflação em torno das metas no horizonte relevante. A análise é do chefe de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

Segundo Ramos, a ata, bem como o comunicado pós-reunião, mostra um BC “vigilante, mas equilibrado, pronto para validar uma taxa Selic acima de 13%, mas também cauteloso em relação aos próximos movimentos de política”.

A cautela é devida, explica Ramos, à postura monetária já claramente restritiva, aos efeitos defasados das altas recentes, ao aumento da incerteza em torno do cenário macro, à possibilidade de que os preços das commodities em moeda local possam significar uma reversão parcial e ao fato de que o balanço de riscos para a inflação não é mais julgado como assimétrico para cima.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,06% em abril, após alta de 1,62% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (11).

No acumulado de 12 meses até abril, o IPCA teve alta de 12,13%, contra 11,30% do mês anterior.

Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 1,00% em abril, acumulando em 12 meses de 12,07%.

PIB

O Bradesco elevou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 de 1% para 1,5%, argumentando que a atividade doméstica tem se mostrado mais resiliente do que o esperado. Para 2023, a expectativa foi mantida em 0,5%.

“Com dados até o início deste mês, o PIB demonstra sinais de aceleração em relação ao final de 2021, impactando, inclusive, a dinâmica da arrecadação fiscal e das contas públicas”, escreve, em relatório, a equipe liderada por Fernando Honorato.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (09), o Ibovespa fechou em queda, e passou a acumular queda em 2022, diante de temores globais com a política monetária nos Estados Unidos e com a desaceleração econômica na China, que derrubou os preços de commodities. Vale e Petrobras conduziram o recuo do índice, em meio a desempenho do minério de ferro e do petróleo, respectivamente. Itaú Unibanco também teve forte influência na baixa após resultado. Entre as principais altas ficaram BTG Pactual e Sabesp, depois da divulgação de balanços do primeiro trimestre. O índice Ibovespa teve queda de 1,89%, a 103.145,81 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,6 bilhões.

Na terça-feira (10), o Ibovespa fechou em queda, em sessão volátil, diante de desempenho sem direção comum em Wall Street, com inflação e política monetária no radar. Na cena interna, a alta de ações ligadas ao consumo doméstico contrapôs queda de siderúrgicas e mineradoras. Usiminas liderou recuo do setor siderúrgico, ainda que tenha devolvido parte relevante das perdas no final da tarde. Do lado oposto, Petrobras, Natura e Bradesco foram destaques de alta. O índice Ibovespa teve queda de 0,14%, a 103.109,94 pontos. O volume financeiro somou R$ 26 bilhões.

Na quarta-feira (11), o Ibovespa fechou em alta, após quatro quedas consecutivas, impulsionado por ações de commodities, na contramão das bolsas de Nova York após núcleos de inflação dos Estados Unidos preocuparem investidores. Vale, Petrobras e bancos alavancaram o índice, enquanto empresas ligadas ao setor de saúde, como Qualicorp, Hapvida e Rede D’Or, cederam. O índice Ibovespa teve alta de 1,25%, a 104.396,90 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,2 bilhões.

Na quinta-feira (12), o Ibovespa fechou em alta, à medida que um avanço das ações do setor financeiro e de empresas ligadas ao consumo doméstico compensou queda de Vale e de ações de algumas siderúrgicas. O índice acelerou ganhos no final do pregão à medida que Wall Street reduziu perdas. O índice Ibovespa teve alta de 1,24%, a 105.687,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 15,6 bilhões.

Na sexta-feira (13), por volta das 13h43, o índice Ibovespa operava em alta de 1,84%, a 107.633,20 pontos. Diante de disparada das ações nos Estados Unidos, em nova sessão marcada localmente por reações a diversos balanços corporativos. Vale, Petrobras, Suzano e alguns bancos davam suporte ao índice, enquanto B3 e Rede D’Or cediam após resultados. O cenário de preocupação com a economia global deve voltar a pesar nos próximos dias, mas queda relevante recente dos papéis ajuda a tornar os ativos mais atrativos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,17%, a 106.924,18 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,1 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (13), por volta das 14h00, o dólar registrava queda de 1,29%, cotado a R$ 5,0738 na venda. O dólar acelerou as perdas na sexta-feira (13) e chegou a ser negociado abaixo de 5,10 reais, acompanhando uma melhora no apetite por risco internacional, embora ainda estivesse a caminho de marcar sua quarta valorização semanal seguida.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (13) cotado a R$ 5,0578, o declínio da moeda norte-americana foi influenciado pelos riscos de aperto mais forte da política monetária dos EUA e dos efeitos sobre cadeias de produção decorrentes de novos fechamentos de negócios na segunda maior economia do mundo para conter surtos de Coronavírus.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
16/05/2022