Cenário Econômico Nacional – 04/07/2022

Cenário Econômico Nacional – 04/07/2022

Cenário Econômico Nacional – 04/07/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Datafolha: 63% dos brasileiros afirmam não ganhar o suficiente e ter problemas financeiros

Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo” no domingo (25) aponta que 63% dos brasileiros afirmam não ganhar o necessário e ter problemas financeiros em casa.

Desse total, 37% declaram que o orçamento familiar não é suficiente e que, às vezes, chega a faltar. Já uma parcela de 26% diz que ganha muito pouco.

O Datafolha ouviu 2.556 brasileiros em 181 cidades na quarta-feira (22) e quinta (23). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos.

Segundo a publicação, a pesquisa divulgada neste domingo mostra uma reversão de tendência.

A parcela de brasileiros que declarava ter limitações financeiras vinha recuando desde o seu pico, alcançado em julho de 2016, quando 67% responderam ter problemas com o orçamento. Há um ano, essa parcela havia retraído para 55%.

Veja o resultado:

  • Não é suficiente, às vezes falta: 37%
  • É exatamente o que precisam para viver: 32%
  • É muito pouco, trazendo muitas dificuldades: 26%
  • Mais do que suficiente: 5%

Custo de vida desacelera em maio na região metropolitana de São Paulo

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS) apontou alta de 0,6% em maio na região metropolitana de São Paulo. Mesmo assim o resultado demonstra uma desaceleração no custo de vida já que, no mês anterior, a variação registrada foi 1,33%.

Segundo o índice da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a desaceleração foi resultado, principalmente, da redução da tarifa da energia elétrica residencial (-11,7%), após o regresso à bandeira verde, o que refletiu nos custos ligados à habitação que recuaram 1,6%.

No grupo da habitação, a queda do preço do gás de botijão (-3%) também contribuiu para a menor alta do CVCS. A maioria dos outros grupos analisados teve aumento, sendo a mais significativa a dos transportes, de 1,99%. A alta foi puxada tanto pelo comércio quanto pelos serviços. No primeiro caso, houve elevações da gasolina (1,3%) e do óleo diesel (4,2%), além de alta das motocicletas (3,3%) e dos acessórios e peças (2%). Já no segundo, o que mais influenciou o resultado foi o aumento das passagens aéreas (21,6%), impactado, também, pela subida do preço do petróleo.

Segundo o índice, a alimentação, que subiu 0,66%, espalha a inflação em diversos itens, como o queijo (4,5%), o feijão (6,7%), o pão francês (1,6%) e a alcatra (3,4%). Produtos que subiram excessivamente nos últimos meses tiveram correções nos seus valores, como o tomate, que lidera a queda, com -25,2%, seguido da alface (-4,4%) e da cenoura (-17,5%).

O reajuste dos preços dos medicamentos no fim de abril impactou os custos ligados à saúde, que subiram 1,05%, encarecendo os anti-inflamatórios (3,8%); os analgésicos e antitérmicos (3,4%); os produtos de higiene e beleza (5,1%); e os sabonetes (2,8%). O impacto foi maior para as faixas de renda mais baixas: para as classes E e D houve avanços de 1,97% e de 1,68%. Já para a classe A, o aumento médio foi de 0,98%.

O vestuário apresentou alta de 1,88% em maio, com destaque para as camisas e as calças infantis, ambos com variação de 3,8%, seguidas das camisas masculinas e as calças femininas (3,7%). As outras altas foram verificadas nos artigos do lar (0,36%); nas despesas pessoais (0,45%); e na comunicação (0,17%). Apenas o grupo da educação apresentou queda (-0,05%).

“Ainda não é possível apontar a desaceleração como uma tendência para o custo de vida na região metropolitana de São Paulo. As commodities agrícolas e de energia continuam em alta no mercado internacional. Além disso, o câmbio sofre pressão, o que dificulta o cenário de redução dos importados e de produtos negociados e relacionados à moeda norte-americana internamente”, analisou a FecomercioSP.

Segundo a entidade, vale ressaltar o novo reajuste dos combustíveis feito pela Petrobras em junho, o que deve manter o CVCS pressionado. Ainda que os preços de alguns itens da alimentação, que tiveram grande aumento no início do ano, estejam voltando à normalidade, afetam menos o CVCS. Portanto, não há indicativo de melhora nos custos e no impacto do orçamento das famílias no curto prazo.

Pior da inflação passou e grande parte do trabalho do BC já foi feito, diz Campos Neto

O pior momento da inflação no Brasil já passou, disse na segunda-feira (27) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacando que o país está muito perto de finalizar todo o trabalho de elevação de juros para domar a alta de preços.

No Fórum Jurídico de Lisboa, Campos Neto disse que as ferramentas do Banco Central vão frear o processo inflacionário, repetindo que grande parte do trabalho do BC já foi feito.

“O Brasil tem uma memória de inflação muito maior e mecanismos de indexação muito mais vivos, isso denota uma preocupação maior para o Brasil. A gente vê que todos os países estão caminhando, subindo juros, o Brasil já está muito perto de ter feito o trabalho todo, alguns países estão no meio do caminho”, disse.

Há duas semanas, o Banco Central subiu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, e disse que antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude, na reunião de agosto. A autoridade monetária não especificou na ocasião se esse seria o último ajuste do agressivo ciclo de aperto monetário iniciado em 2021.

Ao longo dos últimos meses, Campos Neto chegou a fazer algumas previsões de quando seria o pico da inflação no país, mas surpresas nos indicadores fizeram com que as estimativas não se confirmassem. Nesta segunda, ele indicou que esse momento passou, ponderando que é preciso avaliar medidas em discussão no Congresso para segurar os preços de combustíveis.

“Os últimos dois números (de inflação) acho que foram pela primeira vez dentro da expectativa. A gente acha que o pior momento da inflação no Brasil já passou, temos algumas medidas desenhadas pelo governo que precisamos entender qual será o efeito no processo inflacionário e ainda não está claro”, afirmou.

Em maio, o IPCA desacelerou e veio abaixo do esperado pelo mercado ao registrar uma alta de 0,47%. O IPCA-15, no entanto, voltou a acelerar em junho e ficou em 0,69%, acima do esperado sob o peso do reajuste dos planos de saúde, com a taxa acumulada em 12 meses permanecendo acima de 12%.

Ipea: demanda por bens industriais sobe 0,9% de março pra abril

O Indicador de Consumo Aparente de Bens Industriais, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), registrou alta de 0,9% em abril deste ano, na comparação com o mês anterior. Entre os componentes do consumo aparente, a produção interna destinada ao mercado nacional, denominada bens nacionais, cresceu 0,2%, enquanto as importações de bens industriais cresceram 3,3% no mesmo mês.

“No trimestre móvel, o indicador avançou 0,2% na margem, com queda de 0,3% na produção de bens nacionais e redução de 0,4% nas importações de bens industriais”, indica a pesquisa, elaborada por Leonardo Mello de Carvalho, técnico de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Instituto.

Na comparação com abril do ano passado, a demanda interna por bens industriais caiu 3,7%. Com isso, o trimestre móvel registrou queda de 5% em relação ao mesmo período de 2021. No acumulado em 12 meses com fim em abril, a demanda interna cresceu 1,7% e as importações de bens industriais avançaram 18,7%, enquanto a produção industrial, medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulou queda de 0,3%.

De acordo com o Ipea, nas grandes categorias econômicas, o crescimento em abril foi disseminado. Com exceção da demanda por bens de capital, que recuou 3,3% na margem, todos os demais segmentos tiveram crescimento, destacando bens de consumo duráveis e semi e não duráveis, que subiram 3,5% e 1,2% sobre março, respectivamente. O trimestre móvel encerrado em abril teve desempenho heterogêneo, com destaque também para a demanda por bens de consumo semi e não duráveis (alta de 2,1%), destacou Carvalho.

No que se refere às classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação evoluiu 0,9% em abril sobre março. Já a indústria extrativa mineral caiu 1,6% na margem e 8,2% no trimestre móvel. No acumulado em doze meses, as indústrias extrativas subiram 19,6%.

A análise setorial revela que 15 dos 22 segmentos tiveram variação positiva. Os melhores resultados foram observados nos segmentos de aparelhos elétricos e de petróleo e derivados, com altas de 13,4% e 5,7% na margem, respectivamente. Já em relação ao trimestre móvel, 14 segmentos apresentaram crescimento na comparação dessazonalizada, com destaque para o consumo aparente de outros equipamentos de transporte (alta de 9,1%).

Na comparação interanual, oito segmentos mostraram crescimento em abril ante o mesmo mês de 2021. O segmento de químicos foi o destaque, com alta de 12,6%. Em relação ao resultado acumulado em 12 meses, 13 segmentos registraram alta, destacando farmoquímicos, outros equipamentos de transporte e máquinas e equipamentos, com expansão de 13%, 11,9% e 8,1%, respectivamente.

Excesso de R$ 50 bilhões em dividendos e privatizações permite dar benefícios sem prejuízo fiscal, diz Guedes

O governo federal tem nas mãos 50 bilhões de reais que não estavam previstos no Orçamento deste ano, após ganhos com dividendos e privatização, disse na terça-feira (28) o ministro da Economia, Paulo Guedes, argumentando que a liberação de benefícios à população está sendo feita sem prejuízo à programação fiscal.

Em apresentação no Painel Telebrasil 2022, Guedes também disse que o governo avalia um novo benefício a empresas, permitindo dedução de gastos com investimentos para os cálculos de tributação.

Guedes afirmou que a forte alta de arrecadação viabilizou cortes nas alíquotas de tributos. Segundo ele, o governo está repassando esses ganhos à população “dentro da filosofia liberal”.

“Com esse excesso de dividendos e com os recursos da privatização, tem quase 50 bilhões de reais que não estavam no Orçamento. Então, sem prejuízo da nossa programação fiscal, podemos reduzir os IPIs, e o ICMS. Estamos repassando para a população dentro da filosofia liberal democrata”, disse.

A menos de cem dias das eleições, o governo articula com o Congresso uma ampliação do vale-gás para famílias mais pobres, reforço do Auxílio Brasil e a criação de um auxílio a caminhoneiros. O plano previa inicialmente uma compensação a Estados que zerassem o ICMS sobre combustíveis, mas essa ideia foi descartada pelo Executivo.

Na apresentação, o ministro disse que o governo está focalizando gastos e vai centralizar despesas na camada mais frágil da população.

Dívida pública sobe 2,01% em maio e riscos globais elevam custo dos títulos

A dívida pública federal do Brasil subiu 2,01% em maio sobre abril, a 5,702 trilhões de reais, informou o Tesouro Nacional, destacando um aumento nos riscos globais e elevação no custo dos títulos brasileiros.

No período, a dívida pública mobiliária interna subiu 116,2 bilhões de reais, a 5,476 trilhões de reais, impulsionada por uma emissão líquida de 65,4 bilhões de reais.

Com um mês de atraso por conta da greve de servidores que reivindicam aumentos salariais, o Tesouro também informou os dados relativos a abril. No período, a dívida pública federal subiu 0,45% em relação a março, a 5,590 bilhões de reais.

De acordo com o Tesouro, a curva de juros ganhou nível em maio, diante da sinalização do Banco Central de continuidade do ciclo de aperto monetário, além do aumento nos preços do petróleo e a desvalorização do câmbio.

“O mês de maio foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, devido à expectativa de aperto monetário nos Estados Unidos e pressões inflacionárias em nível global”, disse o órgão em nota.

No mês, o CDS (credit default swap) do Brasil, que mede o risco relacionado ao país, subiu 9%, segundo o Tesouro, a 223 pontos base.

Em maio, houve um encurtamento do prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 3,95 anos, ante 4,00 anos registrados em abril.

No cenário de aumento da aversão a riscos no mercado, o custo médio do estoque da dívida pública federal aumentou, passando de 8,59% ao ano em março para 9,53% em abril e para 9,86% ao ano no mês passado. Na dívida interna, o custo do estoque subiu de 9,56% em março para 10,22% em abril, e para 10,58% ao ano em maio.

O custo médio das novas emissões da dívida interna também cresceu, indo de 10,5% em março para 11,3% em abril e 11,7% ao ano em maio, maior patamar desde maio de 2017.

“O IPCA mais alto e a Selic mais alta fazem com que o estoque aumente, e também temos a reposição desse estoque, as emissões estão sendo realizadas em custo mais alto”, disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Luís Felipe Vital.

Ainda de acordo com os dados, investidores estrangeiros reduziram a participação na dívida interna de 9,3% para 9,1% em maio, um recuo de 1,9 bilhão de reais.

No mês, houve um aumento nominal de 6,85% na reserva de liquidez do Tesouro, de 1,037 trilhão de reais para 1,108 trilhão de reais.

Nos próximos 12 meses está previsto o vencimento de 1,310 trilhão de reais em títulos da dívida interna. Com o volume disponível em caixa, o Tesouro consegue quitar 9,47 meses de vencimentos, contra 9,79 meses em abril.

A diminuição dessa capacidade de pagamento ao mesmo tempo em que houve um crescimento nominal do colchão de liquidez ocorreu porque o horizonte do Tesouro passou a englobar março de 2023, mês que terá um volume elevado de vencimento de títulos.

Para o mês de junho, o Tesouro ressaltou a continuidade do cenário de aversão ao risco global e doméstico, com expectativas sobre o ritmo de aperto monetário nos EUA e chance de recessão em algumas economias.

Brasil crescerá entre 3% e 4% nos próximos anos, diz ministro

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que em meio a um cenário global marcado por desaceleração e recessão, o Brasil vai pelo caminho oposto, com crescimento próximo de 2% em 2022, e de 3% a 4% nos anos seguintes. A afirmação foi feita durante a abertura do Painel Telebrasil Summit 2022, em Brasília.

Segundo o ministro, estão sendo planejadas medidas visando a reduções significativas de tributos que incidem nos setores industriais, o que deverá compensar a perda de poder aquisitivo dos cidadãos, além de favorecer um novo ciclo de investimentos no país.

No discurso, Guedes descreveu cenários extremamente pessimistas para o exterior e muito otimistas no âmbito interno. “A inflação começou a subir nos Estados Unidos e vamos ter de conviver com isso. Os Estados Unidos passaram por um longo ciclo de crescimento que chegou ao fim, enquanto nós, no Brasil, estamos saindo do centro de reabilitação, iniciando um ciclo de crescimento anual de 3% a 4 %, que será por vários anos, se continuarmos nesse ritmo”, disse.

“Agora, não se assustem com os problemas lá de fora. Teremos alta de inflação nos Estados Unidos e teremos recessão. O barulho será ensurdecedor. Mas não para a economia brasileira, que é uma das mais fechadas do mundo. Faremos agora a reindustrialização do Brasil”, acrescentou.

O Brasil, acrescentou o ministro, reagiu “fulminantemente” à crise. “Vamos crescer 1,7%, devendo quase chegar a 2% [em 2022]”. “Diziam que o mundo ia crescer 5% e reviram. Já estão falando que vai haver recessão. Eles estão só começando a enfrentar os problemas. Nós já conseguimos atravessar a onda e vamos crescer, com desemprego e inflação caindo”, completou.

IGP-M sobe 0,59% em junho, abaixo do esperado

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) variou 0,59% em junho, ante 0,52% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV / Ibre), na quarta-feira (29).

O índice é conhecido como “inflação do aluguel” por ser usado para reajustar grande parte de contratos do setor.

Com o resultado, a alta no ano chega a 8,16% e, em 12 meses, a 10,70% em 12 meses. Em junho de 2021, o índice havia subido 0,60% e acumulava alta de 35,75% em 12 meses.

Como destaque para o mês, o estudo destaca o comportamento do óleo diesel (de 3,29% para 6,96%), do leite in natura (de 7,47% para 4,40%) e dos automóveis (de 0,57% para 2,31%).

Apesar dessas altas, a taxa em 12 meses do índice ao produtor seguiu em desaceleração, alcançando o seu menor patamar desde julho de 2020, quando acumulava alta de 9,27%, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços.

Vale ressaltar que o IGP-M é composto por três subíndices: o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado), o IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo – Mercado) e o INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado).

Os três subíndices apresentaram alta no mês, mas só o de preços ao consumidor acelerou no período.

Desemprego no Brasil vai abaixo de 10% pela 1ª vez desde início de 2016, mas rendimento ainda sofre

A taxa de desemprego no Brasil caiu mais do que o esperado no trimestre até maio e foi abaixo de 10% pela primeira vez desde o início de 2016, com o país registrando o maior número de pessoas ocupadas da série histórica, mas ainda com fortes perdas de rendimento.

A taxa de desemprego brasileira atingiu 9,8% no trimestre até maio, ante 11,2% nos três meses imediatamente anteriores, encerrados em fevereiro.

O dado da Pnad Contínua divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (30) é o mais baixo desde a taxa de 9,6% vista nos três meses até janeiro de 2016, também última vez em que ficou em apenas um dígito.

A leitura ainda é a menor para trimestres encerrados em maio desde 2015 (8,3%) e ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 10,2%. Nos três meses até abril, a taxa havia sido de 10,5%.

Depois de a taxa de desemprego no Brasil ter chegado perto de 15% com as medidas de restrição contra a Covid-19, o mercado de trabalho vem apresentando recuperação, principalmente depois de o setor de serviços ter se favorecido com a vacinação.

Nos três meses até maio, o Brasil tinha 97,516 milhões de ocupados, o maior contingente da série histórica, iniciada em 2012, o que representa uma alta de 2,4% sobre o trimestre até fevereiro e de 10,6% ante o mesmo período de 2021.

Já o total de desempregados caiu 11,5% sobre os três meses imediatamente anteriores, a 10,631 milhões. Ante o trimestre até maio de 2021 a queda foi de 30,2%.

“Foi um crescimento expressivo e não isolado da população ocupada. Trata-se de um processo de recuperação das perdas que ocorreram em 2020, com gradativa recuperação ao longo de 2021”, explicou a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy.

“No início de 2022, houve uma certa estabilidade da população ocupada, que retoma agora sua expansão em diversas atividades econômicas”, completou.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 2,8% no trimestre até maio sobre o período imediatamente anterior, enquanto os que não tinham carteira cresceram 4,3%.

Já a taxa de informalidade foi de 40,1% da população ocupada, contra 40,2% no trimestre anterior e 39,5% no mesmo trimestre de 2021, de acordo com o IBGE.

Mas apesar da melhora do mercado de trabalho, isso não está se traduzindo em melhora do rendimento, com os trabalhadores sofrendo ainda com a inflação elevada.

Nos três meses até maio, o rendimento real do trabalhador foi de 2.613 reais, estabilidade frente ao trimestre imediatamente anterior e queda de 7,2% sobre o mesmo período de 2021.

“Essa queda do rendimento é puxada, inclusive, por segmentos da ocupação formais, como o setor público e o empregador. Até mesmo dentre os trabalhadores formalizados há um processo de retração”, disse Beringuy, explicando que isso pode ser efeito da própria inflação, mas também da estrutura de rendimento atual dos trabalhadores, com um peso maior de trabalhadores com rendimentos menores.

IPC-S acelera alta a 0,67% em junho com alimentos e habitação, mostra FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou a alta a 0,67% em junho depois de subir 0,50% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira (01).

Com isso, o índice passou a acumular avanço de 10,31% nos 12 meses até junho, de uma alta de 10,28% em maio.

Os dados da FGV mostram que, em junho, o grupo que registrou a maior alta foi de Educação, Leitura e Recreação, de 2,06%, embora tenha enfraquecido após avanço de 3,12% em maio.

Por outro lado, os custos de Habitação deixaram para trás a queda de 1,37% e passaram a subir 0,43% em junho, enquanto a alta dos preços de Alimentação acelerou com força a 1,30%, de 0,45%.

Gilmar Mendes marca audiência de conciliação entre Estados e governo sobre ICMS

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes marcou uma audiência de conciliação entre os Estados e o governo federal sobre a cobrança de ICMS “. A reunião será no dia 28 de junho, às 9 horas, por videoconferência. O ministro determinou ainda que as partes apresentem propostas para o tema.

No processo relatado por Mendes, o governo pediu ao STF que suspendesse todas as leis estaduais que tratam do ICMS sobre combustíveis. O argumento foi que o “alto custo gerado por alíquotas excessivas” sobre um produto essencial estaria prejudicando os consumidores, o que leva à inconstitucionalidade das leis estaduais.

O governo federal pede ao Supremo que estabeleça como regra a obrigatoriedade de todos os Estados e o Distrito Federal obedecerem “ao critério da essencialidade”, não podendo ser fixadas (alíquotas do ICMS) em patamar superior ao das operações em geral”.

Domingo (26), o presidente Jair Bolsonaro sancionou o teto de 17% para o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo, aprovado na semana passada pelo Congresso – mas vetou trechos incluídos pelo Senado que beneficiaram os Estados na compensação pela perda de receita com o tributo.

A ação relatada pelo ministro Gilmar Mendes tramita em paralelo ao processo relatado pelo ministro do STF André Mendonça, que determinou que as alíquotas do ICMS cobradas sobre todos combustíveis devem ser uniformes em todo o País. Governadores de 11 Estados recorreram da medida.

Com a decisão de Mendonça, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) revogou o convênio que fixava uma alíquota única de R$ 1,006 por litro do diesel, com possibilidade de descontos em cada Estado.

Bolsonaro diz que pretende anunciar nos próximos dias Braga Netto como candidato a vice

O presidente Jair Bolsonaro disse que deve anunciar nos próximos dias o general da reserva Braga Netto como seu companheiro de chapa para ser candidato a vice-presidente na disputa eleitoral deste ano.

“Pretendo anunciar nos próximos dias o general Braga Netto como candidato a vice”, disse Bolsonaro em entrevista ao programa 4 x 4, transmitida em suas redes sociais.

“É uma pessoa que eu admiro muito, uma pessoa que vai caso a gente consiga uma reeleição, caso a população assim entenda, ajudar e muito o Brasil aqui nos próximos anos”, acrescentou.

Braga Netto sempre foi o preferido pelo presidente, para o lugar do hoje vice-presidente, Hamilton Mourão, mas há poucos dias ele acrescentou a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina como um dos nomes “cotadíssimos” para a vaga de vice na chapa. Alguns aliados veriam a opção da ex-ministra como uma forma de Bolsonaro conseguir avançar no eleitorado feminino, onde enfrenta mais resistência.

Braga Netto foi ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro.

Poucos dias depois de o instituto Datafolha ter divulgado pesquisa mostrando que se a eleição fosse hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria eleito já no primeiro turno em outubro, Bolsonaro disse na entrevista esperar que ocorra um segundo turno.

Segundo o presidente, se isso não acontecer, será por “razões estranhas”.

“Espero que haja segundo turno. Porque o Lula, mesmo em 2002, quando estava no auge da sua popularidade, houve segundo turno. Não vai ser agora que não vai haver segundo turno por razões estranhas ao interesse do eleitor brasileiro”.

Novo presidente da Petrobras dará ‘nova dinâmica’ para preços dos combustíveis, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o novo presidente da Petrobras, Caio Mário Paes de Andrade, dará uma nova dinâmica aos preços dos combustíveis na gestão da empresa.

Andrade é o quarto presidente da Petrobras indicado pelo governo Bolsonaro. Ele substitui José Mauro Coelho que permaneceu 68 dias no comando da empresa. As trocas no comando da empresa se deram após pressões do próprio governo por conta da alta de preços dos combustíveis.

Na segunda-feira (27), a estatal informou que o Conselho de Administração da Petrobras nomeou Paes de Andrade como o novo presidente da empresa, conforme antecipado pelo Blog do Valdo Cruz.

“Pode ter certeza, hoje o Caio está tomando posse lá na Petrobras, teremos uma nova dinâmica também na Petrobras na questão dos combustíveis no Brasil. E tudo vai ser analisado na conformidade, na base da lei, sem querermos mexer no ‘canetaço’ na Lei das Estatais, sem querer interferir em nada, mas com muito respeito, com muita responsabilidade, fazendo com o que o Brasil realmente se alavanque”, afirmou Bolsonaro.

Apesar de Bolsonaro afirmar que o novo presidente já foi empossado, a assessoria de imprensa da estatal informou que Paes de Andrade assumirá a presidência assim que assinar o termo de posse, cuja data ainda não foi informada.

Acionistas minoritários ainda tentam barrar a posse de Andrade. A Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) entrou com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a nomeação de Caio Paes de Andrade para a presidência da estatal.

Oposição deve protocolar pedido de CPI do MEC na terça (28) e espera leitura no plenário na quarta-feira (29)

A oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro deve protocolar na terça-feira (28) o pedido de abertura da CPI do MEC. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) espera que a leitura do requerimento no plenário do Senado seja feita na quarta-feira (29).

A leitura do requerimento é uma etapa necessária para a instalação de uma CPI. Quem decide se fará a leitura e se ela deverá ser feita é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), depois de examinar se a CPI atende os requisitos para funcionar.

Um dos requisitos é que o requerimento seja assinado por, no mínimo, 27 dos 81 senadores (um terço). Randolfe diz já ter as assinaturas suficientes. Outro ponto que o requerimento deve apresentar é o fato a ser investigado e a duração dos trabalhos.

“Pacheco me informou que, protocolado [o requerimento], fará a leitura do requerimento”, disse Randolfe.

Segundo interlocutores de Pacheco, o presidente do Senado vai ouvir líderes da Casa antes de tomar a decisão sobre a CPI.

A criação de CPIs em ano eleitoral é vista com resistência por congressistas. Isso porque exige a presença de parlamentares, que costumam dedicar maior tempo fora do Congresso para fazer campanha. Além disso, alguns congressistas sustentam que esse tipo de comissão, que costuma ter ampla cobertura da mídia, pode ser utilizado como palanque político.

Esse foi um dos argumentos utilizados por Rodrigo Pacheco em 2021 para segurar a abertura da CPI da Covid. No ano passado, o presidente do Senado só deu encaminhamento ao pedido de criação depois de uma ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Senado aprova MP que aumenta garantias para setor agro captar recursos

O Senado aprovou uma medida provisória (MP) que auxilia o setor rural na realização de operações financeiras. Com isso, os produtores rurais passarão a ter menos burocracia na hora de fornecerem garantias para esse tipo de operação. Com a aprovação, a MP deixa de ter duração limitada e torna suas regras permanentes. Agora, o texto segue para sanção presidencial.

A MP, assinada em março, cria o Fundo Garantidor Solidário (FGS), que passará a garantir qualquer operação financeira vinculada à atividade empresarial rural. O fundo abrangerá operações de crédito (como empréstimos e financiamentos) e operações no mercado de capitais (como operações com derivativos no mercado futuro).

Com o fundo, espera-se que as exigências de garantias das instituições financeiras sejam reduzidas e que os produtores rurais tenham mais acesso ao mercado financeiro e de crédito. A mudança na exigência de segurança das assinaturas ajudará pequenos produtores e suas cooperativas, que têm até 1º de janeiro de 2023 para obrigatoriamente registrar Cédulas de Produto Rural (CPR) com valor superior a R$ 50 mil.

Atualmente, as CPRs precisam ser registradas em depósitos centralizados para controlar sua negociação no mercado secundário, girando em torno de R$ 200 bilhões.

O relator da MP no Senado, Acir Gurgacz (PDT-RO), defendeu as medidas da MP em um cenário considerado difícil para os produtores rurais, com alta dos juros, problemas nas cadeias produtivas em todo o mundo e aumento do preço dos insumos. “Os financiamentos da futura safra estão começando e é preciso aprovar essa medida que ajudará o produtor rural brasileiro, permitindo que possam encontrar alternativa de financiamento mais barata devido as garantias que estão envolvidas nessa modalidade de financiamento”, disse.

Pacheco vai ler requerimentos de CPIs, e Senado pode ter quatro em funcionamento ao mesmo tempo

A interlocutores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avisou que vai determinar a leitura em plenário de todos os pedidos de CPIs protocolados na mesa da Casa que cumprirem os requisitos legais. Com isso, ele admitiu a aliados que o Senado pode ter o funcionamento de quatro CPIs ao mesmo tempo.

Um aliado de Pacheco disse que, na prática, só vão funcionar aquelas que despertarem mais interesse dos senadores e, com certeza, a principal delas será a CPI do MEC. Segundo Pacheco disse a interlocutores, não há fila de CPIs no Senado nem ordem cronológica e que o funcionamento de cada uma delas dependerá da disposição dos líderes partidários.

Além da CPI do MEC, cujo requerimento foi protocolado nesta terça-feira (28) pela oposição, tramitam no Senado a CPI para investigar ONGs, a CPI das Obras Inacabadas do MEC e a CPI contra o Crime Organizado. Duas já tiveram os requerimentos lidos no plenário e só esperam a indicação dos integrantes: a das ONGs e a do Crime Organizado.

Pacheco ainda não definiu o dia em que fará a leitura do requerimento da CPI do MEC e o das Obras Inacabadas do MEC. A das Obras Inacabadas é uma estratégia de parlamentares governistas para tentar abafar as recentes denúncias de corrupção na pasta. Isso porque as obras a que se referem seriam de governos anteriores.

Pacheco quer, primeiro, ter um parecer da assessoria jurídica para checar se os requerimentos preenchem todos os requisitos legais.

Comissão da Câmara convoca ministro da Educação para esclarecer denúncias

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do atual ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, para que preste esclarecimentos sobre denúncias de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos da pasta.

O requerimento de convocação do ministro foi apresentado pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), mas essa não é a única iniciativa em curso no Congresso.

A investigação das suspeitas que resultou, na última semana, na prisão pela Polícia Federal do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que chefiava o ministério à época dos supostos crimes e irregularidades, também são objeto do pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) protocolado na terça-feira na Mesa do Senado.

Pastor evangélico e próximo de Jair Bolsonaro ao ponto de o presidente chegar a declarar que botaria “a cara no fogo” pelo então ministro após a prisão, Bolsonaro disse ter exagerado, mas afirmou que colocaria sua mão no fogo, Ribeiro é investigado por eventual tráfico de influência e suposta cobrança de propina por parte de pastores.

Esses pastores teriam trânsito privilegiado na pasta a pedido e Bolsonaro para a liberação de recursos, a destinação irregular de verbas e superfaturamento em compra de ônibus.

Ribeiro e outros envolvidos na operação da Polícia Federal foram liberados por um desembargador do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) no dia seguinte à prisão.

TCU aprova contas do governo federal de 2021 com ressalvas

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, com ressalvas, as contas do governo federal relativas ao ano de 2021. Unânime, a anuência dos ministros da corte ocorreu após o relator da análise dos gastos públicos federais, ministro Aroldo Cedraz, endossar as conclusões de técnicos do tribunal.

Ao apresentar seu voto, Cedraz sustentou que, apesar dos técnicos da Secretaria de Macroavaliação Governamental (Semag/TCU) terem apontado algumas distorções e inconsistências na execução do orçamento federal do ano passado, não identificaram motivos para reprovar as contas prestadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

“Destaco que as desconformidades e ocorrências anotadas no relatório serão objeto das devidas recomendações e da emissão de alertas com vistas às correções e ajustes necessários”, disse Cedraz, após afirmar que, no geral, as demonstrações contábeis apresentadas à corte indicam “a adequada execução orçamentária ao longo de 2021, pois as “ocorrências não apresentam materialidade e gravidade [suficiente] para embasar opinião de que as contas não estão em condições de serem aprovadas, ainda que com ressalvas”.

Entre as impropriedades apontadas pelos técnicos e por Cedraz estão o desvio de finalidades na aplicação de recursos da Seguridade Social; a aplicação de recursos abaixo do previsto em projetos de irrigação no Centro-Oeste e a concessão e ampliação da renúncia de receitas sem observar as disposições legais, entre outras.

“Merecem ser acompanhadas as três irregularidades apontadas no relatório e na minuta de parecer prévio e que, embora não tenham magnitude suficiente para levar à rejeição das contas, demandam atenção do Poder Executivo e do Tribunal de Contas da União”, disse o ministro Jorge Oliveira.

“A reiterada utilização de recursos vinculados à Seguridade Social para o pagamento de despesas de manutenção e desenvolvimento do Ensino, no montante de R$ 12,2 bilhões é apontamento relevante que surpreende tanto pela materialidade dos valores envolvidos, quanto pela sinalização de inobservância de regras fundamentais da elaboração orçamentária, ainda que as despesas com a saúde dos servidores têm sido consideradas como legitimamente contabilizadas enquanto Seguridade Social. Como relator das próximas contas de governo, pretendo avaliar com maiores detalhes este aspecto”, acrescentou Oliveira.

As Contas do Presidente da República são uma prestação de contas que traz informações importantes sobre os gastos do governo em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Segundo o TCU, a análise engloba dois documentos: o Balanço Geral da União (BGU) e o Relatório sobre Execução dos Orçamentos da União.

Como a Constituição Federal estabelece que compete ao presidente da República, anualmente, prestar contas de sua gestão, tanto as menções à análise das contas de governo federal, como das contas presidenciais, estão corretas.

O TCU não julga, mas sim examina detalhadamente as informações compiladas pelo Ministério da Economia e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Os ministros da corte de contas podem aprovar, aprovar com ressalvas ou rejeitar as contas anuais do governo federal. Se as aprovam com ressalvas, como ocorreu hoje, podem fazer recomendações e alertas quanto às irregularidades, inconsistências e/ou insuficiência de informações. A rejeição das contas pode ocorrer caso sejam encontradas irregularidades graves o suficiente para afetar a gestão dos recursos públicos.

A decisão dos ministros é consolidada em um parecer prévio que é então encaminhado ao Congresso Nacional, ao qual compete o julgamento final quanto à regularidade das contas do governo federal.

Senado aprova PEC que turbina benefícios às vésperas da eleição

Com amplo apoio, incluindo da oposição, o Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que turbina benefícios sociais às vésperas da eleição. Com mais um novo benefício, um auxílio-gasolina para taxistas, o custo do pacote que vai ficar fora do teto de gastos chega a R$ 41,2 bilhões.

Foram duas votações. Na primeira, o placar foi de 72 a 1. Na segunda, foram 67 favoráveis e apenas 1 contrário. O texto agora segue para a Câmara dos Deputados.

Segundo o governo, as medidas têm como objetivo reduzir o impacto da disparada dos combustíveis. O relator da PEC, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), alterou o parecer final e limitou a definição do estado de emergência, previsto no texto, para blindar o presidente Jair Bolsonaro de infringir a lei eleitoral. O trecho retirado da proposta era visto pela oposição como uma “carta branca” para o governo gastar durante a eleição. Isso porque a legislação impede, em situação normal, a criação de benesses em ano eleitoral, exceto em caso de estado de emergência ou calamidade.

Como antecipou o Estadão, as novas medidas foram incluídas na PEC que já foi batizada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de PEC Kamikaze, devido aos riscos para as contas públicas. Inicialmente, a ideia do governo era incluir o pacote na PEC dos Combustíveis para compensar os Estados pela redução dos tributos cobrados sobre os produtos.

A menos de 100 dias das eleições, o Congresso e o Planalto agiram para ampliar ainda mais o “pacote do desespero”, como foi apelidado nos bastidores por técnicos as medidas. O impacto fiscal da PEC ficou em R$ 41,2 bilhões fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo.

De acordo com o texto, o auxílio-gasolina pago aos taxistas será de R$ 200 mensais. De acordo com o líder do MDB, Eduardo Braga (MDB-AM), a medida teria um custo de R$ 2 bilhões.

Além desse benefício, o pacote inclui o fim da fila do Auxílio Brasil, estimada em 1,6 milhão de famílias, e o aumento do valor do programa social que substituiu o Bolsa Família de R$ 400 para R$ 600 até o final do ano. O custo estimado com o benefício na proposta subiu de R$ 21,6 bilhões para R$ 26 bilhões.

Bolsonaro acusa governadores de “extorsão” e cobra redução de tributos sobre combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro acusou os governadores, especialmente os de Estados do Nordeste, de extorquirem os contribuintes com a arrecadação de impostos e renovou suas cobranças aos chefes dos Executivos estaduais para que reduzam a incidência de impostos sobre combustíveis.

Bolsonaro já vinha adotando a estratégia de transferir a responsabilidade pela alta do preço dos combustíveis, problema com alto potencial negativo no capital político do presidente, que tenta a reeleição em outubro, aos governadores estaduais e ao Judiciário.

“Começou conosco reduzindo ou zerando os impostos federais. Agora chegou a vez dos 27 governadores do Brasil”, afirmou Bolsonaro, referindo-se a projeto aprovado pelo Congresso e sancionado por ele que fixa um teto de aproximadamente 17% para a alíquota do ICMS sobre combustíveis e energia elétrica, entre outros setores.

“Infelizmente os 9 governadores do Nordeste entraram na Justiça contra a redução dos impostos estaduais. Não querem colaborar com o povo”, disse, em cerimônia de visita a obras do Rodoanel (BA).

“Querem arrecadar de vocês cada vez mais e extorquir o contribuinte brasileiro”, acusou.

Segundo Bolsonaro, 12 governadores recorreram à Justiça. O presidente deu destaque, no entanto, aos nove do Nordeste, região em que seu principal adversário na corrida eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lidera com ampla vantagem as pesquisas de intenção de voto para o pleito de outubro.

Na quinta-feira (30), Bolsonaro afirmou que a lei sancionada com o limite do ICMS sobre combustíveis provocou uma redução média de 1 real no preço do litro da gasolina no país.

A nova legislação do teto do ICMS, aprovada pelo Congresso em 15 de junho e sancionada na semana passada por Bolsonaro, não fixa uma alíquota para o ICMS, mas limita a incidência do tributo para alguns setores a aproximados 17% ao carimbá-los como “essenciais”.

Aneel realizará leilão que prevê até R$ 15,3 bilhões em investimentos

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai leiloar na próxima quinta-feira (30) 13 lotes de linhas de transmissão de energia. As empresas que obtiverem a concessão ficarão responsáveis por construir, operar e manter as linhas, que somam um total de 5.425 quilômetros e uma capacidade de 6.180 mega-volt-ampères (MVA).

O leilão vai ocorrer às 10h, na sede da B3, em São Paulo. Os contratos de concessão estão previstos para ser assinados em 30 de setembro, e as empresas vencedoras terão prazos de 42 a 60 meses para iniciar a operação comercial das linhas de transmissão. A Aneel prevê que os contratos de concessão gerem R$ 15,3 bilhões em investimentos, gerando de 31.697 empregos diretos.

Os lotes dos empreendimentos estão localizados em 13 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

O lote de maior extensão e que deve gerar mais empregos é o de número 2, que corta os estados de Minas Gerais e São Paulo em um percurso de 1,7 mil quilômetros. O lote tem finalidade de expandir a capacidade de transmissão da região Norte de Minas Gerais e, se concretizado, deve empregar 9,8 mil pessoas.

A disputa dos lances se dará pelo valor de Receita Anual Permitida (RAP). Quando houver mais de uma proposta pelo mesmo lote, vencerá a que propuser o menor valor anual de receita.

Os proponentes deverão depositar para a Aneel uma garantia de proposta no valor de 1% do investimento estimado, com prazo de validade igual ou superior a 120 dias após o leilão e renovável por mais 60 dias.

Para a assinatura do contrato de concessão, o proponente vencedor deverá substituir a garantia anterior por uma correspondente a 5%, 7,5% ou 10% do valor do investimento previsto, a depender do deságio oferecido no leilão.

Inflação da construção sobe para 2,81% em junho

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou a 2,81% em junho, após alta de 1,49% em maio, informou na segunda-feira (27), a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o aumento na margem, a taxa acumulada em 12 meses pelo índice avançou de 11,20% para 11,75% no período.

A aceleração do INCC-M foi puxada por Mão de Obra, que subiu de 1,43% para 4,37% em junho. O índice de Materiais, Equipamentos e Serviços, por sua vez, arrefeceu de 1,55% para 1,40%, com alívio disseminado entre Materiais e Equipamentos (1,67% para 1,58%) e Serviços (0,92% para 0,50%).

Nas aberturas, todos os componentes da Mão de Obra registraram avanço expressivo: auxiliar (1,50% para 4,40%), técnico (1,39% para 4,60%) e especializado (1,29% para 3,41%).

Já em Materiais e Equipamentos, houve decréscimo da taxa em materiais para instalação (0,11% para -0,01%) e equipamentos para transporte de pessoas (2,37% para 0,33%), enquanto materiais para estrutura (2,39% para 2,62%) e materiais para acabamento (1,04% para 1,05%) aceleraram. Todos os componentes do índice de Serviços arrefeceram: aluguéis e taxas (1,35% para 0,58%), serviços pessoais (0,78% para 0,53%) e serviços técnicos (0,49% para 0,37%).

As maiores pressões para cima sobre o INCC-M partiram de ajudante especializado (1,26% para 4,58%), servente (1,89% para 4,13%), vergalhões e arames de aço ao carbono (3,49% para 6,76%), pedreiro (1,05% para 5,08%) e carpinteiro (fôrma, esquadria e telhado, 1,43% para 4,56%).

Em contrapartida, pressionaram o índice para baixo condutores elétricos (-0,52% para -4,33%), tubos e conexões de ferro e aço (0,07% para -0,74%) e placas cerâmicas para revestimento (0,47% para -0,37%), seguidos por pias, cubas e louças sanitárias (1,38% para -0,14%) e rodapé de madeira (1,32% para -0,23%).

Confiança do empresário da indústria sobe 1,5 ponto em junho

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 1,5 ponto na passagem de maio para junho. Essa é a terceira alta consecutivo do indicador, que atingiu 101,2 pontos em uma escala de 0 a 200 pontos, o maior nível desde novembro de 2021 (102,1 pontos).

Treze dos 19 segmentos da indústria brasileira analisados pela pesquisa apresentaram aumento da confiança em junho, na comparação com maio.

O Índice da Situação Atual, que mede a confiança do empresário da indústria no presente, cresceu 1,9 ponto e chegou a 102,3 pontos. O melhor desempenho ocorreu na satisfação com o nível de demanda por produtos industriais.

O Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, subiu 1,2 ponto e atingiu 100,2 pontos, principalmente devido ao desempenho do componente de otimismo com a evolução da produção física nos três meses seguintes.

Rede mexicana Oxxo foca em consumidor que prefere conveniência em vez de preço no Brasil

Rodrigo Patuzzo, diretor-presidente do Grupo Nós, que opera as lojas Oxxo e Shell Select no Brasil, está vendo uma tendência interessante entre os compradores. Apesar da pressão da inflação, muitos estão escolhendo conveniência em vez de preço.

O Grupo Nós, uma joint venture entre a brasileira Raízen e a varejista mexicana Femsa, está trabalhando para conquistar uma fatia maior do mercado de mercearias do Brasil com suas lojas Oxxo, focadas em consumidores urbanos.

“Existe uma tendência de busca por tempo…Por isso as pessoas estão cada vez menos dispostas a pegar um carro, atravessar uma cidade, para ir a um super atacarejo”, disse Patuzzo à Reuters. A Oxxo, que começou no Brasil em 2020, agora tem 119 lojas próprias e operadas e pretende ter 309 lojas até abril do próximo ano, afirmou.

Luiz Claudio Dias de Melo, da consultoria 360 Varejo, disse que o modelo se beneficiou da pandemia de Coronavírus e da rotina de trabalho remoto, onde as pessoas optaram por ficar mais perto de casa, ajudando lojas locais ou pequenas a superarem supermercados movimentados.

João Gabriel Batista, publicitário de 30 anos, foi conquistado pelo mercado de proximidade para fazer suas compras pelo fator tempo, apesar de custar um pouco mais.

“É melhor ir a um mercado rápido do que economizar alguns reais na fila de um grande mercado”, disse.

A Oxxo concorre no Brasil com Minuto Extra e Minuto Pão de Açúcar, do GPA, com 241 lojas, e Carrefour Brasil, com 145 lojas express. Hirota, outra marca local, tem 109 lojas no país. Em uma ruptura com seu modelo mexicano, a Oxxo adicionou padaria e frutas e vegetais.

Patuzzo admitiu que questões como a alta inflação anual de quase 12%, eleva os custos de logística para a empresa, mas a companhia está tentando mitigar isso com operadores terceiros para logística de frutas e padaria e lojas menores, economizando em aluguel e contas.

“Queremos chegar em um nível de eficiência que vai permitir abrir (o negócio) para o Brasil inteiro”, disse Patuzzo.

Em abril, Itaú BBA disse em um relatório que o Brasil poderia ser o próximo grande mercado para a Oxxo fora do México. O formato de conveniência tem apenas 1% de participação no Brasil, deixando muito espaço para expansão.

Varejo PME tem crescimento de 7,2% com Dia dos Namorados na 1ª quinzena de junho

O Dia dos Namorados parece ter sido positivo para pequenos e médios empreendedores. O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica possível evolução das vendas do comércio na primeira metade de junho. Os dados mostram que, na primeira quinzena de junho de 2022, a média diária da movimentação financeira real no comércio varejista mostrou crescimento de 7,2% ante o mês anterior.

Felipe Beraldi, Especialista de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, explica que quando avaliados os segmentos que puxaram esse movimento no período recente, encontram-se evidências ainda mais robustas da influência da data comemorativa no resultado.

“Dentre os 30 segmentos com melhor performance no período, isto é, com evolução mais significativa da movimentação financeira média diária na passagem de maio para junho deste ano, historicamente, ao menos 16 são consideravelmente afetados por campanhas publicitárias e promoções relacionadas ao Dia dos Namorados”, comenta Beraldi.

É o caso, por exemplo, do varejo de plantas e flores naturais, que mostrou o salto mais robusto da média diária no período recente, com alta de 216,5% na primeira quinzena de junho ante a mesma quinzena de maio. O varejo de livros teve alta de 147,9%; e o de artigos de relojoaria, 95,1%. Outros segmentos de relação com a data comemorativa também mostraram avanços no período, como: varejo de calçados, com aumento de 18,6%; artigos de joalheria, 13%; e varejo de doces, balas, bombons e semelhantes, 12,5%.

“O avanço expressivo da atividade no varejo chama a atenção mesmo destacados os efeitos sazonais da celebração do Dia dos Namorados, visto que o país enfrenta grandes desafios no campo econômico, com intensa pressão inflacionária em itens básicos e forte aumento das taxas de juros. Tais elementos tendem a desfavorecer o consumo, ao restringir o avanço da renda real das famílias e dificultar o acesso ao crédito. Mesmo nesse contexto, em geral o IODE-PMEs evidencia que o Comércio tem sido um dos setores de destaque no mercado de pequenas e médias empresas brasileiras no primeiro semestre de 2022”, avalia o especialista.

Para elaborar a análise, foram comparadas a movimentação financeira média diária dos últimos meses de 65 segmentos do varejo. Para junho, foi considerada a média diária da primeira quinzena do mês, em que há maior concentração de vendas relacionadas à data comemorativa. O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, com no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: Agropecuário, Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Confiança de serviços do Brasil tem 4ª alta mensal em junho, mas perde força, diz FGV

A confiança do setor de serviços do Brasil registrou em junho a quarta alta mensal e foi ao melhor nível desde o final do ano passado, embora o ritmo de melhora tenha perdido força, mostraram os dados divulgados na quarta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em junho, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 0,4 ponto e foi a 98,7 pontos, máxima desde outubro de 2021 (99,1 pontos).

“A confiança dos empresários do setor serviços encerra o segundo trimestre em alta, mas em ritmo inferior ao observado nos últimos meses e concentrado em alguns segmentos”, disse o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler em nota.

“O resultado positivo de junho foi influenciado pela melhora das expectativas com os próximos meses, enquanto a percepção sobre o momento presente se mantém igual ao mês anterior”, completou.

A FGV informou que o Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, ficou estável e manteve o mesmo nível do mês anterior, em 98,1 pontos.

Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, subiu 0,8 ponto, para 99,3 pontos, maior nível desde novembro de 2021 (100,9 pontos).

“Nos dois horizontes há uma aproximação com o nível neutro de 100 pontos, mas ainda é preciso cautela. O ambiente macroeconômico desfavorável e a incerteza em relação aos próximos meses podem segurar o ritmo de recuperação da confiança do setor”, completou Tobler.

Segundo dados do IBGE, o volume de serviços no Brasil registrou crescimento pelo segundo mês seguido em abril, de 0,2%, beneficiando-se da reabertura econômica. Mas iniciou o segundo trimestre em ritmo abaixo do esperado.

Faturamento do setor de máquinas e equipamentos cresce 3,6% em maio

O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos cresceu 3,6% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida total ficou em R$ 28 bilhões. De janeiro a maio deste ano, o setor acumula queda de 4,1% na receita em relação a 2021.

Na avaliação da Abimaq, o resultado reflete a sinalização de bom desempenho dos negócios durante feiras importantes, como a Agrishow, de tecnologia agrícola, no fim de abril; e a Feimec, exposição de máquinas e automação industrial no começo de maio. Na comparação com abril, o faturamento do setor cresceu 18,6%. A expectativa da indústria é de crescimento de 3,8% neste ano.

“Desde o mês de janeiro, vínhamos acumulando quedas, principalmente quando se compara com o mesmo mês do ano anterior. Maio foi o primeiro mês do ano a registrar crescimento interanual. Esse crescimento se deu pela primeira vez no mercado doméstico. As exportações já vinham com crescimento ao longo do ano e, a partir do segundo trimestre do ano passado, o mês de maio teve o resultado puxado por vendas tanto no mercado doméstico quanto nas exportações”, disse a economista da Abimaq Cristina Zanella.

Os resultados mostram um início de ano mais fraco no mercado doméstico, mas o segmento voltou a crescer em maio. Na comparação com abril, já considerando o ajuste sazonal, houve aumento de 11,4% no faturamento com vendas internas. Na comparação com maio de 2021, o resultado (3,4%) interrompe uma série de seis quedas consecutivas. No período analisado, houve forte crescimento na receita de máquinas para uso industrial e na venda de máquinas para fins agrícolas e de construção civil.

Quanto às exportações, manteve-se a tendência de crescimento observada desde o início do ano, mesmo com uma pequena desvalorização do dólar em relação ao real. Em maio, houve crescimento de 33,4% no faturamento com exportações na comparação com maio de 2021. A expectativa do setor é que o ganho com as exportações cresça 15% neste ano.

Concessionárias avaliam medidas judiciais contra suspensão de reajuste de pedágios em SP

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) afirmou que a decisão do governo de São Paulo de suspender a aplicação de reajustes aos pedágios de estradas concedidas é motivo de “grave preocupação” para o setor.

Mais cedo, a Secretaria de Logística e Transportes do Estado anunciou que não vai reajustar neste ano, marcado por eleições, as tarifas de pedágios, apesar de contratos preverem a mudança dos valores a partir de sexta-feira (01).

“O setor manifesta grave preocupação com a adoção da medida anunciada, em um momento crítico no qual as empresas ainda enfrentam os efeitos econômicos da Covid-19 e o aumento expressivo do preço de insumos, e têm de honrar compromissos importantes assumidos junto a financiadores e fornecedores, bem como junto à sociedade paulista e os usuários”, afirmou a ABCR em comunicado à imprensa.

A entidade cobrou a implementação de “medidas efetivas para a imediata compensação financeira dos contratos” e afirmou que o setor avalia “eventual adoção de medidas judiciais”.

Os reajustes que deveriam ter sido aplicados seriam de 10,72% para os contratos indexados ao IGP-M e 11,73% para os atrelados ao IPCA, segundo o governo estadual.

A decisão afeta uma série de empresas do setor, incluindo CCR e Ecorodovias. Procuradas, a CCR afirmou que “tem posicionamento alinhado à ABCR” e a Ecorodovias não se manifestou.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

Com novas pressões salariais no radar em um cenário de estimativas já ao redor do teto da meta de inflação em 2023 (4,75%), economistas avaliam que não é desprezível o risco de o Banco Central ter de avançar com o ciclo de aperto monetário até setembro, no auge da campanha eleitoral. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 20 e 21 de setembro, enquanto o primeiro turno da eleição é dia 2 de outubro.

Neste ano, porém, há uma novidade: a autonomia formal do BC. Conquistada no ano passado, com o argumento também de se desvencilhar dos ciclos políticos, essa independência, na avaliação de especialistas, blinda mais o BC de pressões populistas e dá mais espaço para continuar, se for preciso, a alta de juros mesmo com a eleição.

O Copom já sinalizou nova alta da Selic em agosto, para 13,5% ou 13,75%. Também indicou que pretende deixar os juros mais contracionistas por mais tempo, terminando 2023 provavelmente acima de 10%, para alcançar uma inflação “ao redor” do centro da meta do ano que vem (3,25%).

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,59% em junho, ante 0,52% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 8,16% no ano e de 10,70% em 12 meses. Em junho de 2021, o índice havia subido 0,60% e acumulava alta de 35,75% em 12 meses.

IPCA

A probabilidade de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminar 2022 abaixo do piso da meta é 0% e de ficar acima do teto é 100%, de acordo com as estimativas feitas pelo Banco Central (BC) no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho. O documento foi divulgado na quinta-feira (30).

O Banco Central (BC) manteve suas estimativas de inflação para anos de 2022 a 2024 no cenário de referência, que utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC).

Este cenário indica um IPCA de 8,8% para este ano, 4,0% no próximo e 2,7% em 2024. Essas projeções constaram na ata e no comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). O cenário, porém, não considera o efeito das medidas tributárias propostas pelo governo para baixar os preços de itens essenciais, como combustíveis e energia. No mercado, a aprovação da limitação da cobrança de ICMS para esses produtos a 17% ou 18% tem provocado revisão de baixa forte para 2022, mas de alta para 2023.

PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá atingir crescimento de 1,8% este ano, chegando a 1,3% de crescimento em 2023. A estimativa é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou, na quinta-feira (30), a Visão Geral da Conjuntura, análise trimestral da economia brasileira.

Segundo o instituto, o destaque será para o setor de serviços, com estimativa de alta de 2,8%, enquanto os setores de agropecuária e industrial devem mostrar relativa estabilidade. Do lado da demanda, a projeção de crescimento do consumo das famílias ficou em 1,6% para este ano.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (27), o Ibovespa fechou em alta, a recuperação se disseminou pelas ações e os segmentos de maior peso no índice, em especial o setor de commodities. Com novos sinais de retomada de atividades em Xangai, principal centro comercial e financeiro da China. O dia foi também positivo para os grandes bancos. O índice Ibovespa teve alta de 2,12%, a 100.763,60 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,7 bilhões.

Na terça-feira (28), o Ibovespa fechou em queda, contaminado pela piora em Wall Street e com ações sensíveis a juros na ponta negativa, enquanto papéis atrelados a commodities como Vale e Petrobras ofereceram algum suporte. O índice Ibovespa teve queda de 0,17%, a 100.591,41 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,6 bilhões.

Na quarta-feira (29), o Ibovespa fechou em queda, e arrisca ter o pior desempenho mensal desde os primeiros momentos da pandemia no país, em meio a temores de recessão nos Estados Unidos e preocupações com o cenário fiscal no Brasil. Com tal desempenho, o Ibovespa acumula agora queda de 10,53% em junho, que se confirmada será a pior performance mensal desde março de 2020, quando desabou 29,9%, duramente afetado pelo alastramento da pandemia pelo Brasil. O índice Ibovespa teve queda de 0,96%, a 99.621,58 pontos. O volume financeiro somou R$ 20 bilhões.

Na quinta-feira (30), o Ibovespa fechou em queda, afetado pelas preocupações com o ritmo do crescimento econômico global, que também foram determinantes para que junho registrasse a pior performance mensal desde março de 2020. No mês, o Ibovespa caiu 11,5%, maior queda percentual desde março de 2020, quando foi duramente afetado pelo alastramento da pandemia pelo Brasil. O desempenho trimestral também foi o pior desde o começo de 2020, com perda de 17,88%. Em 2022, cai 5,99%. O índice Ibovespa teve queda de 1,08%, a 98.541,95 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,5 bilhões.

Na sexta-feira (01), por volta das 13h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,62%, a 97.927,51 pontos. O Ibovespa renovou mínimas desde novembro de 2020 nesta sexta-feira (01), ainda enfraquecido pelas preocupações com o risco de uma recessão econômica global, além dos receios com o cenário fiscal no Brasil, que derrubaram o Ibovespa em junho. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,42%, a 98.953,90 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,1 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (01), por volta das 13h15, o dólar registrava alta de 1,34%, cotado a R$ 5,3052 na venda. Superando a marca de 5,30 reais conforme investidores reagiam à aprovação pelo Senado na véspera de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um estado de emergência para ampliar e criar novos auxílios sociais, enquanto temores internacionais de recessão colaboravam para a busca por segurança.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (01) cotado a R$ 5,3212, em mais um dia de tensões domésticas e internacionais, o dólar superou a barreira de R$ 5,30 e fechou no maior valor desde o início de fevereiro. A cotação chegou a ficar abaixo de R$ 5,30 no início da tarde, mas a tendência de subida se consolidou perto do fim das negociações, com o aumento do pessimismo no mercado financeiro.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo

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04/07/2022