Cenário Econômico Nacional – 18/07/2022

Cenário Econômico Nacional – 18/07/2022

Cenário Econômico Nacional – 18/07/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado vê menor pressão de administrados neste ano, mas eleva projeção de inflação de 2023, mostra Focus

Especialistas reduziram a perspectiva para a inflação neste ano em meio a cenário de menor pressão para os preços administrados, mas ambas as medidas foram elevadas para 2023, de acordo com a pesquisa Focus que o Banco Central divulgou na segunda-feira (11).

O levantamento, que voltou a ser divulgado após o fim da greve dos servidores do BC, mostra que a projeção para a alta do IPCA em 2022 caiu a 7,67%, de 7,96% na semana anterior. Para 2023, entretanto, passou de 5,01% para 5,09%.

As duas leituras permanecem bem acima do teto da meta para ambos os anos, centro do objetivo oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os ajustes acontecem em meio revisões similares nas perspectivas para a inflação dos preços administrados. Para este ano o cálculo passou de 3,51% para 2,20%, mas para 2023 avançou de 5,99% a 6,15%.

A redução da projeção para os preços administrados em 2022 se dá após aprovação da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo, que tende a ajudar a conter a alta dos preços este ano. Mas ela não tem efeitos duradouros e analistas avaliam que esses preços voltarão a pressionar a inflação geral no ano que vem.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2022 foi elevada em 0,08 ponto percentual, a 1,59%. Para o ano que vem, a conta permaneceu em 0,50%.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros terminará 2022 a 13,75% e 2023 a 10,50%, sem alterações.

Crescimento acima do esperado no Brasil foi em grande parte transitório, diz diretor do Banco Central

O recente crescimento econômico acima do esperado no Brasil foi, em grande parte, transitório, disse na segunda-feira (11) o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, citando componentes conjunturais que impulsionaram os resultados.

Em evento do Credit Suisse sobre desafios da política monetária, Guillen afirmou que a atividade no primeiro semestre foi resultado de medidas fiscais transitórias, como antecipação de 13º a aposentados e pagamento de abono salarial, normalização dos setores no pós-pandemia e redução da poupança que havia sido acumulada pelas famílias ao longo da crise sanitária.

“Sobre atividade econômica, (houve) um crescimento acima do esperado, em grande parte transitório”, disse.

No evento, Guillen também afirmou que a estratégia apresentada pelo BC para levar a inflação para em torno da meta passa por uma Selic terminal mais alta que a expectativa de mercado e um tempo mais prolongado de política monetária significativamente contracionista.

Balança comercial tem superávit de US$ 2,511 bilhões até 2ª semana de julho

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,511 bilhões nas duas primeiras semanas de julho de 2022. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o valor foi alcançado com exportações de US$ 9,788 bilhões e importações de US$ 7,276 bilhões.

No ano, o saldo é positivo em US$ 36,818 bilhões. A média diária das exportações registrou nas duas primeiras semanas de julho aumento de 40,7%, com alta de 57,8% em agropecuária, crescimento de 42,7% em Indústria da transformação e de 26,9% em produtos da indústria extrativa.

Já as importações subiram 47,2%, com alta de 15,7% em agropecuária, crescimento de 22,0% em indústria extrativa e de 50,3% em produtos da indústria da transformação, sempre na comparação pela média diária.

Operações de Pix Saque e Pix Troco somaram R$ 31,3 milhões em junho, diz Banco Central

O Banco Central informou na terça-feira (12), que, a partir de agora, vai divulgar também as estatísticas do Pix Saque e do Pix Troco, funcionalidades do sistema de pagamentos instantâneos lançados no fim de novembro de 2021. Segundo o último dado disponível, de junho, o número de transações das modalidades juntas superou 220 mil (226.116), alcançando R$ 31,3 milhões em volume financeiro.

A curva de utilização das modalidades de saque e troco é ascendente, assim como no Pix tradicional. Em dezembro de 2021, foram 3.881 operações, que somaram R$ 468,3 mil. Os números ainda são pequenos, contudo, diante das estatísticas do Pix tradicional, que já são da ordem R$ 800 bilhões, em mais de 1,6 bilhão de operações.

O Pix Saque permite que o usuário faça uma transferência para um estabelecimento cadastrado e retire o dinheiro em espécie no caixa do local. A modalidade de Troco é similar, a diferença é que o cliente também compra um produto no estabelecimento com a transferência e fica com a diferença em espécie entre o preço do item e o valor do Pix realizado.

Vendas no varejo do Brasil sobem pelo 5º mês em maio, mas perdem força

O setor de varejo seguiu em expansão no Brasil em maio pelo quinto mês seguido, porém em resultado abaixo do esperado, o que mostra forte perda de força da atividade em um cenário de inflação elevada no Brasil.

As vendas tiveram em maio crescimento de 0,1% em relação ao mês anterior, ficando bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 1,0%.

O resultado divulgado na quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o menor para meses de maio desde 2019 (-1%).

É também o mais fraco entre as cinco taxas positivas registradas neste ano, 2,3% em janeiro, 1,4% em fevereiro, 1,4% em março e 0,8% em abril.

O IBGE informou ainda que, na comparação com maio de 2021, as vendas tiveram recuo de 0,2%, contra expectativa de ganho de 2,6%.

A reabertura econômica pós-pandemia e medidas de auxílio do governo, como a liberação de saques extraordinários do FGTS, ajudaram o consumo no início do ano, bem como a recuperação do emprego.

Mas a expectativa é de que a demanda doméstica perca força à frente, refletindo a dissipação desses fatores e a inflação elevada, que corrói renda e confiança do consumidor.

“Apesar de vir de quatro resultados positivos, as taxas foram decrescentes. Observamos uma retomada no comércio varejista, mas que vem de uma base baixa, dezembro, e sempre fazendo um acúmulo menos intenso ao longo desses meses”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

De acordo com o IBGE, o impacto da inflação nas vendas fica evidente com o aumento de 0,4% na receita diante da variação baixa no volume, “uma diferença que já sinaliza a inflação no varejo em geral”.

Entre as oito atividades pesquisadas, seis apresentaram resultado positivo, sendo os principais destaques Livros, jornais, revistas e papelaria (5,5%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,6%) e tecidos, vestuário e calçados (3,5%).

Por outro lado, as vendas de Móveis e eletrodomésticos tiveram queda de 3,0% e a atividade ainda não recuperou o patamar pré-pandemia, enquanto outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentaram perda de 2,2%.

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, apresentou em maio alta de 0,2% nas vendas.

Veículos e motos, partes e peças registrou perda de 0,2% nas vendas, enquanto Material de Construção teve queda de 1,1%.

Banco Central tem perda de R$ 39,887 bilhões com swap cambial em junho

O Banco Central registrou resultado negativo de R$ 39,887 bilhões em junho com sua posição em swap cambial pelo critério caixa. Na quarta-feira (13), a autarquia voltou a divulgar os dados sobre suas operações cambiais, que estavam desatualizadas desde 1º de abril devido à greve dos servidores do BC, encerrada na semana passada. Em julho, até o dia 8, a perda foi de R$ 13,256 bilhões.

Pelo conceito de competência, houve prejuízo de R$42,564 bilhões em junho e de R$ 3,281 bilhões em julho, até o dia 8. O resultado pelo critério de competência inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira. A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.

No sexto mês do ano, o BC registrou ganhos de R$ 150,925 bilhões com a rentabilidade na administração das reservas internacionais. Entram no cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros. Em julho, até dia 8, o saldo foi positivo em R$ 17,289 bilhões.

O resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou positivo em R$ 132,199 bilhões em junho e em R$ 13,185 bilhões em julho, até dia 8. Já o resultado das operações cambiais no período ficou positivo em R$ 89,634 bilhões e R$ 9,904 bilhões, nessa ordem.

O último mês fechado que havia sido divulgado pelo BC antes do fim da greve foi o de março. Em abril, o prejuízo do BC com a sua posição de swap cambial foi de R$ 15,376 bilhões, no critério caixa, e de R$ 14,487 bilhões, no conceito de competência. Em maio, o saldo foi positivo nos dois critérios: R$ 26,656 bilhões e R$ 23,957 bilhões, nessa ordem.

Com a rentabilidade da administração das reservas, o BC ganhou R$ 25,297 bilhões em abril e perdeu R$ 59,225 bilhões em maio. Já o resultado líquido das reservas foi positivo em R$ 11,513 bilhões em abril e negativo em R$ 71,974 bilhões em maio, enquanto o resultado das operações cambiais mostraram perdas de R$ 2,974 bilhões e de R$ 48,017 bilhões, nessa ordem.

Atividade econômica do Brasil contrai em maio pelo 2º mês seguido, mostra indicador do Banco Central

A atividade econômica brasileira seguiu em declínio em meados do segundo trimestre, embora a um ritmo mais fraco de contração em maio em relação ao mês anterior, de acordo com dados do Banco Central divulgados na quinta-feira (14).

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) teve em maio recuo de 0,11% em relação a abril, segundo dado dessazonalizado do indicador, que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta quinta-feira.

O resultado é o segundo seguido no vermelho, mas mostra uma contração mais fraca do que a de 0,64% de abril. A autoridade monetária revisou com força para baixo a leitura de abril, depois de informar anteriormente contração de 0,44%.

O Banco Central retomou a divulgação de indicadores com o fim da greve de servidores, e na semana passada informou os dados de março e abril do IBC-Br.

Na comparação com maio do ano anterior, o IBC-Br registrou avanço de 3,74%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a uma alta de 2,66%, de acordo com números observados.

“Se nossa expectativa para junho (alta de 0,7% sobre maio) estiver correta, o IBC-Br apresentará elevação de 0,6% no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro”, calculou Rodolfo Margato, economista.

Ele calcula que o PIB brasileiro terá expansão de 0,8% sobre os três meses anteriores e crescerá 2,5% ante o segundo trimestre de 2022. Para 2022, a XP calcula um avanço de 2,2%.

“Olhando à frente, o impacto defasado do recente aperto financeiro e da política monetária, condições gradualmente mais exigentes de crédito, alto nível de endividamento, desaceleração da economia global e incerteza da política pós-eleição devem ampliar os obstáculos à atividade econômica”, disse em nota Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para a América Latina no Goldman Sachs.

O cenário econômico no Brasil engloba inflação alta, agravada pela guerra na Ucrânia, com taxa de juros elevada e incertezas relacionadas à eleição presidencial no país em outubro. O ambiente internacional também traz desafios, já que o aumento de juros nas economias avançadas tende a retrair a atividade no mundo e afastar investimentos de países emergentes.

As condições financeiras mais apertadas devem continuar pesando sobre a força econômica nos próximos meses, mas podem ser mitigadas pela melhora do mercado de trabalho e medidas de auxílio do governo.

Se no início do ano a economia foi favorecida pela liberação de saques extraordinários do FGTS, antecipação do 13º de aposentados e pensionistas e o Auxílio Brasil, a partir de agora devem apresentar efeito a redução das alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo e a PEC dos Benefícios, que tem por objetivo aumentar o valor ou criar novos benefícios sociais a menos de três meses das eleições.

A taxa básica de juros Selic está em 13,25%, nível elevado que tende a restringir a atividade e o consumo, e o BC já indicou que antevê um novo ajuste na reunião de agosto.

O diagnóstico apresentado recentemente pelo Banco Central prevê que, diante da defasagem dos efeitos da política monetária, o aperto nos juros deve provocar uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre deste ano.

Governo revê estimativa para o PIB de 1,5% para 2%

O governo federal aumentou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) este ano. Com a nova estimativa, o crescimento da economia passou de 1,5% para 2%. Para o próximo ano, foi mantida a projeção de crescimento de 2,5%. As informações constam do Boletim Macrofiscal, divulgado na quinta-feira (14) pelo Ministério da Economia.

Além da expectativa de alta do PIB, o governo diminuiu a previsão da inflação para este ano medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 7,9% para 7,2%. Essa projeção já incorpora o impacto de medidas legislativas aprovadas nos preços de combustíveis, energia elétrica e comunicação.

Apesar da redução, a inflação ainda está acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,5%, com intervalo de variação de 1,5 ponto percentual (p.p.) para cima e para baixo.

No ano, o IPCA acumula alta de 5,49% e, em 12 meses, o índice registra alta de 11,89%. Já para o próximo ano, o resultado da inflação foi reavaliado de 3,6% para 4,5%. A meta estabelecida pelo CMN é de 3,25%, com o mesmo intervalo de tolerância.

Segundo o boletim, entre outros fatores, a revisão positiva para o PIB está relacionada ao desempenho da atividade econômica. Pesquisas mensais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram um crescimento médio mensal na margem nos meses de abril e maio da indústria geral de 0,2% e na indústria da transformação de 0,4%.

“Outra ênfase que fundamenta a mudança da projeção do PIB neste ano se dá́ pelas alterações no mercado de trabalho, cuja variação da população ocupada (PO) no trimestre móvel findo em mai/22 é de 10,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa variação interanual significa um incremento da população ocupada de 9,4 milhões de trabalhadores”, diz o boletim.

Consumo nos lares brasileiros sobe 0,39% em maio na comparação anual, diz Abras

O consumo nos lares brasileiros subiu 0,39% em maio deste ano em relação ao mesmo período de 2021. Na comparação com o mês imediatamente anterior, abril, houve queda de 3,47%, influenciada pela sazonalidade. Os dados, divulgados, são da pesquisa Consumo nos Lares Brasileiros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O vice-presidente institucional da associação, Marcio Milan, afirma que, até o momento, a projeção de crescimento de 2,8% no ano de 2022 permanece, mas pode ser revisada em junho ou julho. Até o momento, o setor acumula alta de 2,02% de janeiro a maio.

A cesta Abrasmercado, com 35 produtos de largo consumo, teve alta de 17,2% nos últimos 12 meses. Na comparação de maio com abril deste ano, a alta de foi de 0,94%. No ano de 2022, a alta é de 9,32%.

Milan afirmou também que o setor ainda estuda os possíveis impactos nas vendas da PEC dos Auxílios aprovada da Câmara dos Deputados na quarta-feira. A estimativa é de que cerca de 50% dos recursos sejam destinados para gastos nos supermercados. Durante a fase mais aguda da pandemia, 70% do Auxílio Emergencial teve esse destino. Milan pontua, porém, que agora serviços como bares e restaurantes estão abertos, o que deve redirecionar o dinheiro dado à população mais vulnerável.

A Abras manteve a projeção de crescimento de 2,8% em 2022. Essa expectativa, no entanto, não leva em conta o impacto positivo dos auxílios. Nos últimos cinco meses, o setor acumula alta de 2,02%.

Questionado sobre a possibilidade da maior injeção de dinheiro na economia levar a uma alta de inflação pelo lado da demanda, Milan afirmou que não acredita nessa possibilidade. “Não vejo que auxílios trarão demanda excessiva ou que levarão a aumento da inflação”, disse.

Ele citou medidas de redução de impostos nos combustíveis e outros segmentos como maneiras de equalizar os preços, bem como a responsabilidade da população em pesquisar preços e dos supermercados manterem as negociações mais intensas com a indústria.

Consumo nos lares brasileiros sobe 0,39% em maio na comparação anual, diz Abras

A recém-promulgada Emenda Constitucional dos Benefícios, que amplia e cria novos auxílios sociais apenas alguns meses antes das eleições presidenciais, com previsão de despesas fora do teto de gastos, é negativa para o crédito do Brasil, disse a agência de classificação de risco Moody’s em relatório.

Com um impacto fiscal estimado de 41,25 bilhões de reais, a emenda promulgada na véspera institui estado de emergência para ampliar em 200 reais o Auxílio Emergencial, dobrar o valor ofertado como Auxílio Gás e criar “voucher-caminhoneiro” de 1 mil reais, além de prever benefício mensal voltado a taxistas.

“Sua aprovação é negativa para o crédito do Brasil porque o custo ampliado das transferências de renda aumentará os gastos do governo em 2022, e as repetidas exceções ao teto de gastos do país minam sua credibilidade fiscal”, disse a Moody’s em relatório.

“Preocupações dos participantes do mercado sobre o compromisso das autoridades com a consolidação fiscal antes das eleições de outubro podem levar a um aumento do prêmio de risco geral do país”, disse a agência, alertando que isso pode elevar o custo de carregamento da dívida, já sob pressão do patamar alto da taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano.

Uma medida comumente acompanhada do risco-país do Brasil fechou a quinta-feira (14) em 325,48 pontos-base, nova máxima desde maio de 2020, refletindo tanto os riscos fiscais domésticos quando crescentes temores de recessão global.

A Moody’s espera que a dívida bruta do Brasil encerre este ano em 81,3% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 80,3% do PIB em 2021.

A nota de crédito soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil da Moody’s está atualmente em “Ba2”, no chamado grau especulativo, atribuído a países vistos pela agência com maior risco de crédito. A perspectiva para a nota soberana, que indica provável alterações no “rating” no médio prazo, é estável.

Congresso prorroga por mais 60 dias MP sobre reajuste de frete para caminhoneiros

O Congresso Nacional prorrogou por mais 60 dias a vigência da medida provisória (MP) que permite a revisão da tabela do frete para caminhoneiros sempre que houver oscilação superior a 5% no preço do óleo diesel em relação ao valor de referência.

Anteriormente, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deveria reajustar a tabela do frete a cada seis meses ou quando a variação do preço do diesel fosse igual ou superior a 10%. A prorrogação da MP 1.117 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira (11).

Também foi publicada a prorrogação, por mais 60 dias, da vigência da MP 1.118, que retira da lei que desonera tributos na compra de combustíveis a possibilidade de geração de créditos tributários na aquisição de diesel, biodiesel, gás de cozinha e querosene de aviação.

Bolsonaro sugere ação contra governadores que não cortarem ICMS sobre combustível

O presidente Jair Bolsonaro sugeriu na segunda-feira (11) que apoiadores peçam a nota fiscal quando abastecerem o carro em postos de gasolina para entrar com uma ação coletiva contra governadores que não cortarem o ICMS sobre os combustíveis. No mês passado, o chefe do Executivo sancionou a lei que estabelece um teto de 17% para o tributo sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo. O projeto foi aprovado no Congresso contra a vontade dos governos estaduais, que chegaram a entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a medida.

“Vocês que escolheram a governadora lá”, disse Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, após uma apoiadora dizer que a governadora do Ceará, Izolda Cela (PDT), ainda não reduziu a alíquota do ICMS sobre combustíveis. “Façam uma coisa. Quando for abastecer, pega a nota fiscal, para quem sabe, uma ação coletiva contra a governadora”, emendou o presidente.

Na semana passada, Bolsonaro editou um decreto que obriga os postos a informarem aos consumidores “de forma correta, clara, precisa, ostensiva e legível”, os preços dos combustíveis antes e depois da lei do teto do ICMS entrar em vigor.

Nas últimas semanas, o Palácio do Planalto e seus aliados no Congresso têm feito uma ofensiva para reduzir os preços dos combustíveis a menos de três meses da eleição de outubro, quando Bolsonaro vai disputar um segundo mandato no comando no País. Além do teto para o ICMS, foi aprovada no Senado uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que decreta estado de emergência no País para que o presidente possa conceder benefícios sociais sem ser punido pela Lei Eleitoral.

O pacote, que ainda precisa passar na Câmara, inclui uma bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil mensais, um auxílio-gasolina a taxistas de R$ 200 por mês, uma ampliação do vale-gás a famílias de baixa renda e o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 a R$ 600 mensais. Todas as medidas valem somente até o final do ano.

Novo entra com mandado de segurança no STF contra PEC dos Benefícios

O Novo entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição, também chamada de “Kamikaze”. O partido argumenta que a tramitação acelerada da matéria viola cláusulas pétreas da Constituição.

Na última quinta-feira, dia (07), quando a PEC chegou a ir a plenário, o Novo tentou adiar a votação com o mesmo argumento. Na ocasião, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), negou as questões de ordem dos deputados Tiago Mitraud (MG) e Marcel van Hattem (RS).

A votação, contudo, acabou sendo adiada posteriormente devido a uma desmobilização da base governista, o que gerou falta de quórum para barrar alterações que a oposição queria emplacar, como a retirada do estado de emergência da proposta. O dispositivo foi incluído no texto para blindar o presidente Jair Bolsonaro de punições da Lei Eleitoral. A legislação proíbe a criação de novos benefícios sociais às vésperas de eleições, mas há exceção em casos de emergência ou calamidade nacional.

A votação da PEC está prevista, agora, para esta terça-feira (12). O deputado Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, também entrou com um mandado de segurança contra a tramitação da PEC, na semana passada, mas a ação foi negada pelo ministro André Mendonça, do STF.

O Novo vê desvio de finalidade no fato de a PEC “Kamikaze” ter sido apensada a outra proposta, que trata de biocombustíveis e cuja análise já estava avançada na comissão especial, para que a tramitação fosse mais rápida. Além disso, o partido reclama da falta de possibilidade de apresentação de emendas à PEC, já que isso só é possível durante a tramitação na comissão especial, etapa que já foi encerrada.

Congresso conclui votação da LDO de 2023 sem emendas de relator impositivas

O Congresso Nacional aprovou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 sem a determinação para que as emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”, sejam impositivas, em uma vitória para o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que atuou para que o expediente não fosse aprovado.

A votação da proposta foi concluída após os deputados e senadores terem acatado sete dos nove destaques, que foram votados separadamente. A matéria seguirá agora para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

A ideia inicial de Pacheco era que a votação da LDO fosse realizada na segunda-feira, mas um impasse em torno da impositividade das emendas de relator adiou a definição do texto.

No Orçamento deste ano, essas emendas somam cerca de 16,5 bilhões de reais, podendo chegar a 19 bilhões de reais em 2023.

Segundo o projeto de LDO, que é a base do Orçamento do próximo ano, o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescimento de 2,5%, a taxa de câmbio será de 5,30 reais, a taxa básica de juros (Selic) ficará em 10% e a inflação (IPCA) em 3,3%. O salário mínimo será de 1.294 reais, com reajuste de 6,7%, que não corrige as perdas.

O texto prevê ainda um déficit primário para os Orçamentos fiscal e da seguridade social de 65,9 bilhões de reais.

Entre os sete destaques aprovados, conforme a Agência Senado, houve um do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) sobre despesas que não podem ser objeto de limitação de empenho e constituem obrigações constitucionais ou legais da União.

A emenda inclui nesse rol as despesas relativas à aplicação das receitas da cobrança pelo uso de recursos hídricos relativas ao aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.

Das emendas rejeitadas, uma do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) previa regras para correção do salário mínimo em 2023. O aumento seria equivalente ao valor de 2022, mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o percentual equivalente à taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) apurada em 2021.

Câmara aprova em 1º turno texto-base da PEC dos benefícios sociais

A Câmara dos Deputados aprovou por 393 votos favoráveis e 14 contrários, em primeiro turno o texto-base da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o pagamento de benefícios sociais até o fim do ano.

A sessão foi suspensa após problemas técnicos no sistema da Casa, o Infoleg, que registra os votos de parlamentares de forma remota. A votação está prevista para ser retomada na manhã de quarta-feira (13). Os parlamentares ainda precisam analisar os destaques, ou seja, propostas que ainda podem modificar trechos da medida e, posteriormente, a analisá-la em segundo turno.

Segundo o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), a Polícia Federal foi chamada para investigar o “apagão” no sistema. O congressista afirmou que os dois servidores que abrigam o sistema, de empresas diferentes, apresentam instabilidade.

Além de inviabilizar a votação remota, todas as plataformas da Câmara estão fora do ar. Para deputados de oposição, a suspensão da sessão foi uma manobra de Lira para evitar um revés na votação, já que pelo regimento interno a suspensão só pode ter uma hora de duração.

A PEC traz medidas para a redução do valor dos combustíveis e também prevê o pagamento de benefícios sociais até o fim do ano. A matéria consolida as redações de duas PECs (15/22 e 1/22), sem alterar o mérito já aprovado no Senado para a PEC 1/22. A PEC 1/22, que prevê o pagamento dos benefícios sociais, foi apensada à PEC 15/22, que trata dos combustíveis e estava em estágio adiantado de tramitação na Câmara.

O texto prevê um aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil até dezembro. A PEC também propõe, até o fim do ano, um auxílio de R$ 1 mil para caminhoneiros, vale-gás de cozinha e reforço ao programa Alimenta Brasil, além de parcelas de R$ 200 para taxistas, financiamento da gratuidade no transporte coletivo de idosos e compensações para os estados que reduzirem a carga tributária dos biocombustíveis.

Segundo a legislação, não pode haver concessão de novos benefícios ou distribuição de valores em ano eleitoral, a não ser em casos excepcionais, como o estado de emergência. Por isso, há um dispositivo na PEC que prevê a decretação de estado de emergência no país até 31 de dezembro, justificado pela elevação “extraordinária e imprevisível” dos preços do petróleo, combustíveis e seus impactos sociais.

Com 214 casos em 2022, violência política cresceu 335% no Brasil em três anos

Um levantamento feito pela UniRio indica que os casos de violência política cresceram 335% no Brasil nos últimos três anos. Foram identificados 214 registros no primeiro semestre de 2022, enquanto o país teve 47 casos no mesmo período de 2019, ano em que o estudo começou.

A pesquisa feita pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral da universidade mapeia crimes como ameaças, homicídios, atentados, homicídios de familiares, sequestros e sequestro de familiares de lideranças políticas.

O aumento dos casos também ocorre quando comparados os dados deste ano com 2020, em que ocorreu a última eleição, quando foram eleitos prefeitos e vereadores das cidades. De janeiro a junho daquele ano, o país teve 174 crimes cometidos contra políticos, aumento de 23%.

Os crimes são captados pelo grupo a cada trimestre. Somadas, as duas pesquisas feitas neste ano mostram um total de 45 homicídios ocorridos nos seis primeiros meses de 2022. Em comparação com 2021, com 54 mortes registradas, houve queda de 17%.

Em outubro, os eleitores vão escolher deputados estaduais, deputados federais, senadores (um por estado), governadores e presidentes para mantado entre janeiro de 2023 a dezembro de 2026, exceto senadores, que permanecem oito anos em seus cargos.

Mendonça impedirá ativismo judicial no STF, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em evento de uma igreja evangélica que o ativismo judicial será impedido no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro André Mendonça, pastor evangélico que foi indicado por ele para a corte.

Durante discurso na Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão, Bolsonaro disse ao público que “temos um pastor” no Supremo, ressalvando que ele pode até errar, mas que tem “certeza que as pautas conservadoras estarão com ele”.

“O ativismo judicial não será aprovado porque ele (Mendonça) tem o poder de pedir vista lá dentro”, afirmou.

O presidente também aproveitou o discurso para elogiar outro indicado por ele ao Supremo, o ministro Nunes Marques, e citou que quem for eleito presidente da República em outubro terá direito a fazer novas indicações para o Supremo.

Bolsonaro tem tido uma série de embates com ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e elevou o tom das críticas e ataques neste ano eleitoral, em que tem aparecido atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto.

MP junto ao TCU fala em ‘abuso de poder econômico’ e em impugnação de Bolsonaro

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU) soou um alerta vermelho ao governo em relação à proposta de emenda à Constituição que o governo quer aprovar no Congresso, a chamada “PEC Kamikaze”, que prevê a criação e ampliação de uma série de auxílios, a apenas três meses das eleições.

O subprocurador-geral do MP-TCU, Lucas Rocha Furtado, entrou com um pedido de medida cautelar contra a PEC, sob a alegação de que “a emenda proposta é flagrantemente inconstitucional” e que pode, inclusive, levar à impugnação de mandato eletivo.

Segundo Furtado, o presidente Jair Bolsonaro, “atual mandatário do Poder Executivo Federal, criou, possivelmente de forma deliberada, um estado permanente de frustração do planejamento orçamentário para falsear o cabimento de créditos extraordinários”.

A avaliação do MP-TCU é a de que o presidente se utiliza de uma “suposta ‘imprevisibilidade’ a ameaçar a segurança alimentar da população brasileira” para justificar a PEC com base em estado de emergência que, em sua avaliação, tem fins eleitoreiros. “Existem evidências de que a pretensa situação emergencial teria sido artificialmente fabricada, com o verdadeiro intuito de servir a interesses eleitorais do pretendente à reeleição presidencial, na medida em que resultaria na distribuição de benesses de forma gratuita a determinados segmentos da população, em verdadeiro abuso político e econômico e em atentado ao princípio da anterioridade eleitoral”, afirma a representação.

Articulada pelo Palácio do Planalto com a base governista no Congresso, a PEC aumenta o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 por mês e concede uma bolsa-caminhoneiro de R$ 1 mil mensais e uma bolsa-taxista de R$ 200, entre outros benefícios. O custo é de R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.

Furtado lembra que a lei eleitoral proíbe a implementação de novos benefícios no ano de realização das eleições, justamente para se evitar que os candidatos utilizem da máquina pública para obter vantagem nas eleições. Em sua análise, a decretação do “estado de emergência” pretende, unicamente, ser um subterfúgio para se esquivar dessas amarras da lei eleitoral.

“Concordo que a situação da população brasileira seja digna de atenção e que os benefícios buscados pela PEC são importantes para grande parte da população. Mas a questão é, por que esperar às vésperas das eleições para que o governo buscasse aplacar o sofrimento da população que só aumentou durante a atual gestão presidencial?”, questionou o subprocurador.

Congresso derruba vetos presidenciais de três leis

O Congresso Nacional derrubou na quinta-feira (14) os vetos presidenciais a dispositivos de três leis aprovadas pelo parlamento. Com a derrubada dos vetos, os trechos apreciados na sessão conjunta de hoje serão promulgados.

Um dos vetos derrubados diz respeito a incentivos à indústria da reciclagem. Foram vetados trechos de uma lei que criou o Fundo de Apoio para Ações Voltadas à Reciclagem (Favorecicle) e os Fundos de Investimentos para Projetos de Reciclagem (ProRecicle).

A derrubada parcial dos vetos restaurou os artigos que tratavam da dedução no imposto de renda do apoio a projetos de reciclagem aprovados pelo Ministério do Meio Ambiente. O mecanismo dessa dedução é semelhante ao que ocorre com projetos culturais no âmbito da Lei Rouanet. Os parlamentares, no entanto, decidiram manter a parte do veto que rejeitou a isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as operações dos novos fundos.

Também foram derrubados vetos aplicados a dois dispositivos do marco regulatório da minigeração de energia elétrica. Foi derrubado o veto à inclusão dos projetos de mini e microgeração de energia distribuída no Regime Especial de Incentivos ao Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). Dessa forma, esses projetos poderão receber recursos do Reidi. Também foi derrubado o veto à permissão de classificar como mini ou microgeradores as unidades flutuantes de geração fotovoltaica instaladas sobre lâminas d’água.

Um terceiro veto apreciado foi ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/22, sobre a compensação da União aos estados pela fixação de teto na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em itens considerados essenciais. Seis de 15 dispositivos vetados no PLP foram derrubados.

Entre os itens do veto presidencial que agora serão retomados na lei está a compensação financeira por meio do desconto de parcelas de dívidas refinanciadas pela União. Também passará a valer o trecho que previa a compensação aos estados por meio da apropriação da parcela da União relativa à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

Outro dispositivo que teve o veto derrubado, e que por isso passará a valer, zera a cobrança da Contribuição para o Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre produtos como gasolina e etanol.

Planalto corre para tirar do papel benefícios para caminhoneiros e taxistas

Com pouco tempo até as eleições de outubro, o governo tenta antecipar o pagamento do Auxílio Brasil turbinado para a primeira quinzena de agosto e corre para tirar do papel as bolsas a caminhoneiros e taxistas.

No calendário oficial, os pagamentos de agosto começam somente a partir do dia 18. O piso do benefício vai subir de R$ 400 para R$ 600. A ideia defendida pelo ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, é passar o calendário de pagamentos de forma permanente para o início do mês. Como mostrou o Estadão, Bento quer incluir mais 2 milhões de famílias no programa para zerar a fila.

Apesar da pressa do governo, ainda há muitas questões em aberto, principalmente em relação às bases de dados para definir a lista dos beneficiários entre caminhoneiros e taxistas.

O Ministério do Trabalho ficou responsável pela tarefa com apoio do Ministério da Infraestrutura. O Estadão apurou que não há um cadastro atualizado e, por isso, as dificuldades relatadas pelos técnicos têm sido enormes para atender à pressão da ala política. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, cobra que os novos auxílios estejam na rua no próximo dia 9.

O Ministério do Trabalho afirmou que o cadastro para determinar os taxistas que receberão o auxílio-gasolina já estava descrito na PEC. O texto, porém, ainda deixa isso em aberto, ao dizer que o benefício “será regulamentado pelo Poder Executivo quanto à formação do cadastro”. O que já foi definido é que serão beneficiados motoristas registrados até 31 de maio de 2022, com “documento de permissão para prestação do serviço emitido pelo poder público municipal ou distrital”.

Em relação à bolsa-caminhoneiro, como antecipou o Estadão, o governo usará o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTC). Essa base, porém, não é atualizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres desde 2017 e não exige revalidação por parte dos motoristas.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) sugere que o auxílio seja pago aos caminhoneiros registrados no RNTC há mais de seis meses e que tenham realizado ao menos um frete por mês.

Segundo o Ministério da Economia, ainda dependem de regulamentação, por serem novos, a bolsa-caminhoneiro, o auxílio-taxista e a compensação financeira para garantir gratuidade no transporte público a idosos. Já o subsídio ao custo do etanol depende de aprovação de leis estaduais. O governo também precisa editar medida provisória (MP) para um crédito extraordinário (fora do teto de gastos). Já as parcelas de R$ 600 do Auxílio Brasil, o aumento do vale-gás e o programa Alimenta Brasil, por serem benefícios já existentes, não precisam de regulamentação, e dependem somente da MP.

Pesquisa aponta crescimento industrial em 11 estados em maio

A produção industrial de 11 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) cresceu em maio, quando o índice nacional avançou 0,3%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os resultados, as maiores altas ocorreram no Amazonas (6,6%) e em Mato Grosso (4,6%).

Ceará (3,2%), Goiás (3,2%), Espírito Santo (2,8%), Santa Catarina (1,6%) e Rio Grande do Sul (0,7%) também registraram avanços acima da média nacional (0,3%).

O principal destaque, no entanto, foi o Paraná, com elevação de 3,5%. Segundo o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, depois de cair 4,1% em abril, o Paraná foi a maior influência positiva sobre o resultado nacional em maio.

“Com o resultado, o estado consegue quase eliminar a perda no mês anterior. O setor de alimentos foi o que mais influenciou o resultado do Paraná, seguido de máquinas e equipamentos, outro setor bastante importante na indústria do estado”, informou Almeida. Para ele, houve um “espalhamento” de resultados positivos em maio.

O Pará, com taxa negativa de 13,2%, teve o recuo mais elevado, causado pelo baixo desempenho do setor extrativo, que concentra a maior parte da atividade industrial do estado. “Este é o resultado negativo mais intenso para o estado desde março de 2020, quando atingiu a taxa de -16%”, afirmou o analista.

Os estados do Rio de Janeiro e de Pernambuco também tiveram taxas negativas em maio: -4,1% e -2,4%, respectivamente.

Conforme a PIM Regional, a segunda maior influência sobre o resultado nacional é da indústria do Amazonas com crescimento de 6,6%, o maior em termos absolutos. Segundo o IBGE, a alta de maio elimina a perda de 0,1% de abril. “Os destaques foram a indústria de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos e o setor de bebidas, que influenciaram o crescimento da produção industrial amazonense.”

Com variação positiva de 0,3%, São Paulo foi a terceira maior influência, acompanhando o percentual do índice nacional. Para Almeida, o crescimento, considerado tímido, teve como influência positiva os setores de veículos automotores e de máquinas e equipamentos.

“Esse índice não suprime a perda sofrida no mês anterior de 3,6%. Com esse resultado de 0,3% na passagem de abril para maio, São Paulo continua 1,9% abaixo de seu patamar pré-pandemia e 23,4% abaixo em relação ao patamar mais alto da série histórica, em março de 2011”, acrescentou.

De acordo com o IBGE, desde a década de 1970, a PIM Regional produz indicadores de curto prazo, relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação.

Ibevar: Inflação no comércio eletrônico deve crescer 0,27% em junho

O Índice de Inflação na Internet (E-Flation), que mede a variação nos preços dos produtos comprados virtualmente, deve crescer 0,27% em junho, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar). No acumulado dos últimos seis meses, o índice deve manter estabilidade.

“Apesar das alterações bastante significativas mês a mês nos últimos seis exercícios, os preços na internet ficaram praticamente estáveis no acumulado do semestre, ou seja, uma variação positiva de apenas 0,8%. No mesmo período, apenas como referência, pois se trata de uma outra cesta de bens, o IPCA cresceu 5,5%”, analisa Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, em nota à imprensa.

Em junho, as maiores altas no E-Flation foram nos preços de notebooks, com aumento de 6,54%; panelas elétricas, com 2,92%; bicicletas, com 2,76%; e lavadora de roupas, com 2,61% aparecem em seguida.

Os itens que apresentaram menor variação de preço foram TVs, com queda de 3,58%; geladeiras, com baixa de 3,17%; fones de ouvidos, com 2,75%; e micro-ondas, com 1,63%. A única categoria a se manter estável no mês foi a de calçados. O Ibevar coletou informações de preços dos produtos mais vendidos no ambiente digital em 35 categorias.

FecomercioSP: faturamento de serviços em SP cresce 11,2% em abril ante abril/2021

Dos mais prejudicados pelo quase que total fechamento da economia em decorrência da pandemia, o setor de serviços volta aos poucos à normalidade e já mostra porcentuais de crescimento de faturamento superior a dois dígitos. Na capital paulista, pelo menos, o faturamento real das empresas deste seguimento cresceu 11,2% em abril na comparação com o mesmo mês em 2021. O valor envolvido foi de R$ 50,5 bilhões.

De janeiro a abril o faturamento das empresas paulistanas de serviços cresceu 11,5% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado e no acumulado de 12 meses encerrados em abril houve uma expansão de 16,2%.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Mostra ainda o levantamento que, dentre as 13 atividades avaliadas pela pesquisa, 8 apontaram crescimento em comparação a abril de 2021. O destaque, mais uma vez, ficou com o turismo, que registrou um faturamento de R$ 573 milhões resultante de um crescimento de 311,6% sobre abril do ano passado. Nos últimos 12 meses este setor acumula aumento de 120,1% no seu faturamento.

Outras atividades a registrarem crescimento expressivo no contraponto anual foram as do Simples Nacional (83%), da mercadologia e comunicação (14,6%) e dos serviços jurídicos, econômicos e técnico-administrativos (10,3%), além de outros serviços (34,1%).

Volume de serviços do Brasil avança mais do que o esperado em maio

O setor de serviços brasileiro voltou a registrar ganhos em maio e acima do esperado, com avanços generalizados entre as atividades mesmo diante da inflação elevada no país.

O volume de serviços teve alta de 0,9% em maio sobre o mês anterior, registrando avanço de 9,2% na comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com os dados divulgados na terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficaram bem acima das expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 0,2% na base mensal e de 8,5% na anual.

A leitura mensal voltou a território positivo depois de recuo de 0,1% em abril, e deixa o setor 8,4% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

No entanto, o volume de serviços ainda está 2,8% abaixo do ponto mais alto da série histórica da pesquisa, de novembro de 2014.

Em maio, todas as cinco atividades pesquisadas tiveram resultado positivo, o que segundo o gerente do levantamento no IBGE, Rodrigo Lobo, se tornou mais frequente pelos efeitos da pandemia.

“Isso tem relação com a base de comparação baixa por causa dos efeitos das medidas de isolamento social, especialmente nos serviços de caráter presencial. De lá para cá, com a redução das restrições, essas atividades seguem em ritmo mais acelerado”, explicou ele.

Questões conjunturais como a inflação elevada e o desemprego alto ainda afetam a economia. Apesar de o setor seguir se beneficiando da abertura da economia pós-pandemia, pode enfrentar uma desaceleração dado o aperto nas nas condições monetárias e financeiras.

No mês, os destaques ficaram para os avanços de 0,9% tanto do setor de Transportes quanto do de Serviços de informação e comunicação. Somente o transporte de cargas avançou 1,8% no mês, atingindo o ponto mais alto da série histórica iniciada em janeiro de 2011.

“Houve uma recuperação de serviços presenciais nos últimos meses e um aproveitamento maior de Serviços de tecnologia da informação e de Transportes”, disse Lobo.

“Quem tem ditado o crescimento do setor é serviços de comunicação. E em paralelo a isso tem o retorno da demanda presencial graças à flexibilização de medidas com o avanço da vacina”, completou.

Segundo Lobo, somente os Serviços prestados às famílias estão abaixo do nível pré-pandemia entre os cinco setores pesquisados, mesmo após expansão de 1,9% em maio, esse segmento ainda está 7,0% abaixo do nível de fevereiro de 2020.

“Nesse caso, tem impacto do nível de emprego, renda e inflação”, disse Lobo.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu 2,6% em maio, no terceiro resultado positivo consecutivo, acumulando no período ganho de 11,7%. Ainda assim, o turismo ainda está 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia.

Produção de motocicletas aumenta 18% no primeiro semestre de 2022

A produção de motocicletas alcançou as 671.293 unidades no primeiro semestre do ano de 2022, 18% a mais do que as 568.863 produzidas no mesmo período do ano passado, de acordo com a balanço divulgado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

No mês de junho 101.695 motocicletas saíram das linhas de montagem, queda de 21,6% na comparação com maio, quando foram produzidas 129.781 e de 3,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando a produção foi de 105.450 motocicletas.

Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a retração já era esperada devido ao início das férias coletivas. “As fábricas aproveitam essa parada para realizar as manutenções e os ajustes necessários em suas linhas de montagem”, disse.

As vendas totalizaram 636.565 unidades no acumulado do ano, o que representa um aumento de 23,1% na comparação com o mesmo período de 2021, quando foram licenciadas 517.154 motocicletas. Em junho, houve queda de 9,4% nos emplacamentos com um total de 20.841 unidades ante as 133.344 unidades de maio. Com relação ao mesmo mês do ano passado (106.680 motocicletas) houve alta de 13,3%.

Segundo o balanço, a categoria mais vendida foi a street (conhecidas também como city, são desenhadas para uso nas cidades) com 59.364 unidades e 49,1% de participação no mercado, seguida pela trail (motos mais leves, com suspensão de curso longo e para-lamas altos) que teve 24.213 motocicletas vendidas e foi 20% do mercado. A Motoneta aparece em terceiro lugar com 18.169 unidades e 15% da participação nas vendas.

As motocicletas de baixa cilindrada (até 160) chegaram às 100.499 unidades vendidas, o que representa 83,1% do mercado. Os modelos de 161 a 449 cilindradas tiveram 16.275 unidades emplacadas (13,5% do mercado), enquanto as motocicletas acima de 450 cilindradas registraram 4.067 emplacamentos (3,4%).

“Atualmente existe fila de espera para os modelos de baixa cilindrada e para as scooters, muito utilizadas nos serviços de entrega e para deslocamento urbano. O tempo de espera é de cerca de 30 dias. No caso das motocicletas premium e de uso misto, o estoque nas concessionárias já foi normalizado”, explicou a Abraciclo.

As exportações tiveram queda de 4,4% no primeiro semestre, com o embarque de 25.115 motocicletas para o mercado externo, ante as 26.260 unidades exportadas no mesmo período do ano passado. Em junho, foram exportadas 4.592 motocicletas, com uma retração de 23,3% em relação às 5.990 unidades registradas em maio. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 4,2%, com a comercialização de 4.409 motocicletas para os outros países.

De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os três principais mercados para qual o setor fez mais exportações foram a Colômbia (6.996 motocicletas e 28,9% do volume total exportado), a Argentina (6.185 unidades e 25,5%) e os Estados Unidos (4.656 motocicletas e 19,2%).

Abiquim: setor químico acumula déficit recorde de US$ 29,7 bilhões no semestre

O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu o recorde de US$ 29,7 bilhões para primeiros semestres, um expressivo aumento de 60% comparado com o mesmo período de 2021, apontam dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Tal resultado no semestre é superior a grande parte dos déficits anuais nos últimos 30 anos. Nos últimos 12 meses (julho de 2021 a junho de 2022), esse indicador totalizou US$ 57,3 bilhões, sinalizando que o déficit em 2022 deverá ser o maior em toda a série histórica do monitoramento da balança comercial setorial.

As importações brasileiras de produtos químicos no primeiro semestre do ano totalizaram US$ 38,5 bilhões, aumento de 53,9% em relação a igual período do ano passado e superando em U$ 13,5 bilhões o maior valor até então registrado para um primeiro semestre, de US 25 bilhões, entre janeiro e junho de 2021 (ano do déficit recorde de US$ 46,2 bilhões em produtos químicos).

Segundo a Abiquim, as exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, somaram US$ 8,8 bilhões no semestre, elevação de 36,4% em relação aos mesmos meses do ano anterior. Tal resultado é devido ao aumento de 40% nos preços de vendas pelo Brasil aos seus parceiros comerciais, pois, em termos de quantidades físicas foi registrado, contudo, um recuo de 2,6%.

Para a Diretora de Assuntos de Comércio Exterior e Administrativa da Abiquim, Denise Naranjo, os resultados da balança comercial em produtos químicos no primeiro semestre são emblemáticos. Segundo ela, os números demonstram como a elevada dependência externa brasileira em produtos estratégicos, que poderiam ser fabricados no Brasil em condições de competitividade mais favoráveis, ameaça o próprio desenvolvimento sustentável do País.

“O primeiro semestre de 2022, marcado pela turbulência na oferta global de logística e de insumos e de matérias-primas por razões da Guerra da Rússia contra a Ucrânia e do combate contra nova fase da pandemia da Covid-19, nos traz um urgente alerta. É inaceitável o atual patamar de dependência externa em produtos estratégicos para um país do tamanho e da relevância global do Brasil”, comenta. Denise defende uma política industrial robusta que, no curto prazo, dê garantias operacionais ao setor. E cita a necessidade de extensão do Regime Especial da Indústria Química (REIQ).

Avanço em exportação de café do Brasil 22/23 depende de logística

O Brasil exportou 39,589 milhões de sacas de 60 quilos de café na safra 2021/22 encerrada em junho, queda de 13,3% ante período anterior, e uma recuperação nos embarques do novo ciclo, de bienalidade positiva, dependerá das condições logísticas, disse o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

A receita da última temporada, por sua vez, registrou recorde de 8,117 bilhões de dólares na safra, alta de 38,7%, com reflexo do câmbio e elevados preços internacionais, informou a entidade.

Com base em relatos dos associados, o presidente da Cecafé, Günter Häusler, afirmou que a qualidade do café que colhido na temporada 2022/23 está muito boa, devido a condições climáticas favoráveis. Assim, a nova safra pode ficar aquém da máxima histórica de 2020, mas deve render volumes superiores aos do ciclo anterior, que foi de baixa produtividade.

“Pelo volume estimado pela Conab, teoricamente, o volume seria melhor… O preocupante para nós é a questão da pandemia afetando a logística. Se esse cenário não impactar, teremos café para embarcar”, disse a jornalistas o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.

Ele afirmou que, de acordo com as sinalizações das agências de navegação, a normalização das condições logísticas para embarque está prevista para meados do segundo semestre de 2023.

Até lá, o setor busca opções que tragam alguma melhora na circulação de cargas, o que permitiu avanço nas vendas externas de café brasileiro em junho, por exemplo.

No mês passado, o Brasil exportou 3,144 milhões de sacas, volume 2,1% maior do que no mesmo mês de 2021. Em receita, o incremento chegou a 69,9%, 733,8 milhões de dólares.

Considerando apenas o café verde, o país reduziu os embarques em 14,9% na safra 2021/22, a 35,49 milhões de sacas, queda de 11% dos negócios da variedade arábica, para 32,89 milhões de sacas, enquanto as exportações de robusta baixaram 45%, para 2,6 milhões de sacas.

“Apesar da queda em volume na comparação com a temporada 2020/21, de colheita recorde no Brasil, os embarques de julho de 2021 a junho de 2022 estão dentro da média das últimas cinco safras, de 39,48 milhões de sacas”, disse Häusler.

Custo do combustível ameaça oferta de frete gratuito pelo e-commerce

A escalada de preços dos combustíveis mudou a relação entre as gigantes do e-commerce e suas parceiras de logística. Os contratos estão mais flexíveis e, diante de reajustes inevitáveis, estratégias como frete gratuito e entregas rápidas, em 24 horas ou até no mesmo dia, devem perder espaço.

Segundo o CEO do grupo de logística Move3, Guilherme Juliani, o cenário está mudando rapidamente, com pressão de custos e entrada de competidores asiáticos, como AliExpress e Shopee no País.

Nesse sentido, diz o executivo, a logística tem papel fundamental. “Vemos algumas empresas de transporte que entraram em guerra de preços para atender o e-commerce entrando em sérias dificuldades financeiras”, frisa Juliani.

A diretora executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), Marcella Cunha, afirma que, em um cenário de imprevisibilidade, as estratégias estão mudando. “Entrega rápida e frete gratuito devem diminuir, porque estão cada vez mais caros.”

Segundo ela, definir o preço do frete está mais difícil. “Hoje, 40% dos custos de um operador logístico são dedicados ao combustível. Dependendo da distância, chega a 60%”, relata. “O operador logístico não consegue absorver esse custo e precisa repassar para os clientes.”

Fundador da consultoria Varese Retail e especialista em varejo, Alberto Serrentino afirma que o varejo enfrenta uma série de desafios no momento. “Não é só o aumento dos combustíveis. Estamos passando por um ajuste importante e saudável que vai amadurecer o mercado, levando a um maior rigor nas políticas comerciais”, diz.

Com isso, as entregas gratuitas têm ficado mais escassas, com o consumidor tendo de comprar mais para ter acesso ao benefício. No Mercado Livre, as compras de supermercado ganhavam frete gratuito a partir de R$ 79. Hoje, esse valor saltou para R$ 199. Em nota, a companhia afirmou: “Frente ao contexto macroeconômico no Brasil, realizamos algumas atualizações de políticas e custos de venda para produtos de consumo massivo, incluindo supermercados”.

No Magazine Luiza, o frete gratuito é oferecido apenas em compras feitas pelo aplicativo, e não vale para todos os casos. A lógica é a de que os clientes que têm o aplicativo fazem compras no app com mais frequência, fazendo valer a concessão do benefício.

Na Amazon, o frete gratuito está disponível para quem é assinante do serviço Prime. No entanto, a assinatura teve reajuste de 50%, passando de R$ 9,90 para R$ 14,90 no plano mensal. Já a anuidade foi de R$ 89 para R$ 119, alta de 33,7%.

Em nota, a Americanas afirmou que “desenvolve soluções eficientes para consumidores e parceiros”. Destacou ainda oferecer diversas modalidades de entrega, como a opção de entrega em até três horas ou a retirada em loja em uma hora com frete gratuito.

A Via (dona da Casas Bahia e do Ponto) não se manifestou.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

O mercado de juros futuros já precifica uma Selic próxima a 14,50% no final do ciclo de aperto monetário, acima dos 14,25% da taxa final observada no aperto encerrado em 2016.

As taxas avançam no mercado com o receio de que a disparada do dólar aumente as pressões inflacionárias, ofuscando parcialmente a queda das commodities e o efeito do corte de impostos.

A curva de juros de curto prazo precifica uma nova elevação de 0,50 ponto percentual da Selic em agosto, seguida por altas menores nas reuniões seguintes, com a taxa atingindo entre 14,25% e 14,50% entre o final deste ano e o início de 2023.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (18), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (18), a projeção para o IGP-M ficou em 11,88%, ante 12,03% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Ministério da Economia revisou para baixo sua projeção para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta de preços neste ano passou de 7,90% para 7,20%. Para 2023, no entanto, a projeção aumentou de 3,60% para 4,50%.

De acordo com a SPE, as projeções de inflação para 2022 incorporam o impacto de medidas legislativas aprovadas nos preços de combustíveis, energia elétrica e comunicação. No último relatório Focus, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central estimaram que o IPCA deve acumular alta de 7,67% em 2022 e de 5,09% em 2022.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (18), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 7,54%, ante 7,67% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia melhorou na quinta-feira (14) a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano de 1,5% para 2,0%, deixando inalterada a estimativa de alta de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (18), a projeção para o PIB ficou em 1,75%, ante 1,59% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (11), o Ibovespa fechou em queda, em sessão negativa para os principais índices acionários nos Estados Unidos e para o minério de ferro na Ásia. A mineradora Vale e empresas do setor financeiro foram as maiores influências negativas ao índice, enquanto a petrolífera PetroRio ficou do lado oposto. O índice Ibovespa teve queda de 2,07%, a 98.212,46 pontos. O volume financeiro somou R$ 16,4 bilhões.

Na terça-feira (12), o Ibovespa fechou em alta, com a pressão negativa de Petrobras, na esteira do tombo dos preços do petróleo no exterior, sendo compensada pelo forte avanço de ações de consumo, principalmente papéis de varejistas, com Magazine Luiza disparando 12%. O índice Ibovespa teve alta de 0,04%, a 98.248,68 pontos. O volume financeiro somou R$ 18 bilhões.

Na quarta-feira (13), o Ibovespa fechou em queda, após um dado de inflação acima do esperado nos Estados Unidos fortalecer a aposta de que o Federal Reserve fará outro aperto monetário mais agressivo no fim do mês. A pressão negativa sobre o Ibovespa, que teve a maioria dos 92 papéis de sua carteira em baixa, foi atenuada pela alta de 5,7% de Ambev, que responde por mais de 3% no índice. O índice Ibovespa teve queda de 0,4%, a 97.881,16 pontos. O volume financeiro somou R$ 35,7 bilhões.

Na quinta-feira (14), o Ibovespa fechou em queda, renovando mínimas desde novembro de 2020, pressionado pelo declínio de ações atreladas a commodities e diante da perspectiva de altas mais rápidas de juros nas principais economias do mundo. O índice Ibovespa teve queda de 1,7%, a 96.212,83 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,3 bilhões.

Na sexta-feira (15), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,17%, a 96.282,7 pontos. O Ibovespa não firmava um sinal nesta sexta-feira (15), após renovar mínima desde 2020 mais cedo com números sobre a economia chinesa endossando preocupações acerca do crescimento econômico global, enquanto Wall Street influenciava positivamente. O volume financeiro nesta sexta-feira somava 6,9 bilhões de reais, influenciado também pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações na B3. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,45% a 96.551,00 pontos pontos. O volume financeiro somou R$ 20,6 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (15), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,92%, cotado a R$ 5,3831 na venda. Acompanhando arrefecimento da moeda norte-americana no exterior depois de um salto recente, embora continuasse a caminho de forte ganho semanal em meio a preocupações com possível recessão global.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (15) cotado a R$ 5,4049, uma recuperação dos ativos de risco no exterior, com alta das Bolsas em Nova York e queda global da moeda americana, abriu espaço para que o dólar recuasse na sessão.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
18/07/2022