Cenário Econômico Nacional – 08/08/2022

Cenário Econômico Nacional – 08/08/2022

Cenário Econômico Nacional – 08/08/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Busca por crédito no País sobe 24% no 1º semestre, puxado por serviços

A busca por financiamento no Brasil fechou o primeiro semestre com crescimento de 24%, puxado pelo setor de serviços, conforme levantamento da Neurotech. Além disso, o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) cresceu 20% em junho sobre igual mês de 2021. No entanto, apresentou queda de 13% em relação a maio (-7%) deste ano, em meio ao cenário elevado de inadimplência.

No primeiro semestre, a alta do INDC foi liderada pela expansão de 79% em serviços, seguida pela procura por crédito no varejo, com elevação de 41%, e por bancos e financeiras, com aumento de 13%.

Embora considere “bom” o desempenho dos setores, Breno Costa, diretor da Neurotech, faz ponderações. “Se, por um lado, temos neste ano uma conjuntura de juros altos que eleva o custo do dinheiro, no ano passado tivemos uma segunda onda de Covid. As pessoas estão buscando crédito, mas percebemos os concessores mais restritivos na liberação de crédito”, diz.

A procura por crédito no primeiro semestre foi maior em supermercados, num indicativo de que a inflação persistentemente elevada continua corroendo o poder de compra das famílias. O INDC do setor teve alta de 68% de janeiro a junho deste ano, enquanto houve expansão de 51% em lojas de departamento; de 43% em vestuário; e de 36% em eletrodomésticos. As categorias móveis e outros registraram queda de 34% e 28%, respectivamente.

Na comparação com junho de 2021, o crescimento de 20% do INDC também foi motivado por serviços (92%). Na sequência aparecem varejo (36%) e bancos (8%). Já em relação a maio, quando houve queda de 13%, o varejo foi o único a registrar crescimento (2%). O INDE de serviços, por sua vez, ficou estável e o do setor bancário recuou 17%.

O movimento é reflexo da inadimplência e endividamento da população, em alta, segundo Costa. “Quando a economia vai bem as pessoas tomam empréstimo mais para aquisição de bens. No cenário atual, os brasileiros estão recorrendo a empréstimos para complementar renda mensal e pagar as dívidas e essa desaceleração é consequência”, avalia.

IPC-S recua 1,19% em julho com declínio de gasolina e passagens aéreas, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) passou a recuar 1,19% em julho, depois de avançar 0,67% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira (01), com quedas expressivas nos custos da gasolina e das passagens aéreas.

Com isso, o índice passou a acumular avanço de 8,00% nos 12 meses até julho, de uma alta de 10,31% em junho.

Os dados da FGV mostram que, em julho, o grupo Educação, Leitura e Recreação passou a cair 4,06%, depois de subir 2,06% no mês anterior. Os preços de Transportes também mostraram queda no mês passado, a uma taxa de 4,81%, contra avanço de 0,18% em junho.

Esse resultado reflete os efeitos da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo.

Em julho, os itens com maiores influências negativas na variação do índice geral foram a gasolina, que teve queda de 14,24% no período, e as passagens aéreas, cujos preços despencaram 19,81%.

Balança comercial registra superávit de US$ 5,44 bilhões em julho

O encarecimento do preço de vários itens importados, especialmente fertilizantes e petróleo, fez o superávit da balança comercial encolher em julho. No mês passado, o país exportou US$ 5,444 bilhões a mais do que importou, queda de 22,7% em relação ao registrado no mesmo mês de 2012.

Nos sete primeiros meses do ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 39,751 bilhões. Isso representa 10,4% a menos que o registrado de janeiro a julho do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os sete primeiros meses de 2021, quando o superávit tinha fechado em US$ 44,38 bilhões

No mês passado, o Brasil vendeu US$ 29,955 bilhões para o exterior e comprou US$ 24,511 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em julho, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 20% em relação a julho do ano passado, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, aumentaram em ritmo maior: 31,6% na mesma comparação.

O recorde das importações e das exportações, no entanto, deve-se ao aumento dos preços internacionais das mercadorias. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média apenas 4,7% na comparação com julho do ano passado, enquanto os preços aumentaram 12,2%, favorecidos pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional).

Nas importações, a quantidade comprada subiu 8,7%, mas os preços médios subiram 41,6%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, carvão e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

IPC-Fipe desacelera alta a 0,16% em julho com queda em custos de transportes

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo desacelerou a alta a 0,16% em julho, depois de avançar 0,28% em junho, com queda nos custos de transportes.

Os dados divulgados na terça-feira (02) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que os preços de Transportes recuaram 2,7% no mês, depois de uma queda de 0,25% no mês anterior.

O resultado se dá na esteira de medidas do governo para reduzir a inflação elevada este ano, como a lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo.

Por outro lado, o grupo que exerceu o maior peso no índice do mês foi Alimentação, com alta de 0,95%, ante avanço de 0,93% em junho.

Os custos de Habitação ainda deixaram para trás a queda de 0,57% registrada em junho e passaram a subir 0,37% em julho.

O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.

Intenção de consumo avança, com destaque para renda atual

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) continuou avançando em julho. Com alta de 1,2%, o índice apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alcançou 80,7 pontos, superando mais uma vez os resultados do mesmo mês nos 2 anos anteriores, durante o auge da pandemia da Covid-19.

Segundo a CNC, todos os indicadores da pesquisa apresentaram aumento, porém, a maioria registrou desaceleração em relação a junho.

O destaque ficou por conta do indicador Renda Atual, que apresentou o aumento mensal mais relevante da ICF, de 2,4%, e o segundo maior anual, de 23,5%. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o avanço foi impulsionado especialmente pelas famílias que ganham até dez salários mínimos, grupo que apresentou avanço de 2,6% nesse índice.

“Os crescimentos sucessivos do rendimento real das famílias, apoiados pelas medidas de auxílio à renda, levaram à melhoria dessa percepção”, disse Tadros, em nota.

O indicador Nível de Consumo Atual teve o segundo maior crescimento mensal, de 2,1%, um avanço mais significativo do que o 1,2% registrado no mês anterior. Segundo a pesquisa, esse incremento foi puxado pelas famílias com ganhos acima de dez salários mínimos, que, pelo fato de terem mais recursos para compras não essenciais, contaram com um avanço de 2,9%.

O menor crescimento do mês ficou por conta do Índice Perspectiva de Consumo, que avançou apenas 0,2% em relação a junho. A economista da CNC responsável pela análise, Catarina Carneiro, estima que as famílias devem seguir mais cautelosas em suas compras nos próximos meses, principalmente a parcela com renda abaixo de dez salários mínimos, grupo que obteve a única queda mensal (0,1%) nesse item.

“Mesmo com o consumo atual avançando, o ambiente econômico com preços e juros mais altos motivou um cenário de moderação”, disse.

De acordo com a CNC, os indicadores relacionados ao mercado de trabalho se destacaram positivamente em julho. O indicador de emprego apresentou a maior pontuação do mês, com 108,4 pontos, e Perspectiva Profissional apareceu em seguida, em nível satisfatório, algo que não ocorria desde abril de 2020, registrando 100,3 pontos. Segundo a análise, os números também indicaram que a maioria dos consumidores (45,3%) apresentou perspectiva positiva para o mercado de trabalho no próximo trimestre, fato também inédito desde abril de 2020.

Ministro da Economia diz que teto de gastos é “retrátil”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na quarta-feira (03) que o teto de gastos é “retrátil” e pode ser levantado em caso de pandemia ou guerra. O ministro admitiu que o governo furou o limite de gastos para implementar o aumento do valor no Auxílio Brasil, mas que a ação não foi para “aumentar o estado”, mas para proteger os mais frágeis.

“Vocês violaram o teto? A resposta é sim, nós violamos o teto. O teto é para impedir o crescimento do governo, porque nós somos liberais e nós queremos reduzir o peso do governo. Então, o teto é para não deixar subir o governo. Aí chega uma doença, eu tenho que transferir dinheiro para as pessoas. Eu estou fazendo o governo crescer? Não, eu estou dando um auxílio para os mais frágeis”, disse Guedes em palestra na capital paulista.

O ministro ressaltou que a quebra do teto fiscal está amparada pelas receitas extraordinárias do governo não orçadas, como os dividendos das empresas estatais que tiveram lucro. “Esse ano está tudo dentro da responsabilidade fiscal. Aí você pergunta o seguinte, mas vocês estão desarranjando o esquema fiscal brasileiro? Não. Toda vez que tiver uma guerra ou tiver uma pandemia o teto é retrátil, o teto levanta e nós ajudamos os brasileiros”, acrescentou.

Guedes disse ainda que a situação fiscal do país está equilibrada, que a inflação apresenta sinais de queda, o emprego está em ascensão, e que a política monetária “está no lugar”. “Em um ano e meio vamos ter um crescimento de 3%, 4% e vai ter uma inflação de 3%, 4%”.

Banco Central eleva Selic em 0,5 ponto, a 13,75%, e avalia aperto residual menor em setembro

O Banco Central subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, a 13,75% ao ano, maior patamar desde janeiro de 2017, e indicou que poderá encerrar o agressivo ciclo de aperto com um ajuste menor em setembro.

“O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”, afirmou comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado na quarta-feira (03) pela autarquia.

A autoridade monetária também fez um alerta ao afirmar que a possibilidade de que medidas fiscais de estímulo à demanda se tornem permanentes acentua os riscos de alta para o cenário inflacionário.

Por outro lado, afirmou que o aumento do risco de desaceleração da economia global também acentua os riscos de baixa nos preços.

“A incerteza da atual conjuntura, tanto doméstica quanto global, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação”, disse o colegiado.

A magnitude da elevação da taxa Selic foi ao encontro da expectativa do mercado, de acordo com pesquisa Reuters com 34 economistas.

Com a decisão, o BC levou a Selic a um patamar 11,75 pontos percentuais acima da mínima histórica de 2% ao ano, atingida em meio à pandemia de Covid-19 e que vigorou até março do ano passado. Foi a décima segunda elevação seguida da taxa básica, que está no nível mais alto desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Olhando à frente, analistas consultados após a decisão do Copom divergiram sobre a sinalização do BC para os próximos passos da política monetária.

“Agora a gente tem um cenário um pouco mais benigno de tal forma que provavelmente as expectativas vão parar de piorar até a próxima reunião, o que poderia dar algum grau de conforto para o BC interromper o ciclo”, disse Vitor Martello, economista-chefe da Parcitas Investimentos, prevendo que o ciclo de alta da Selic já se encerrou no patamar de 13,75%.

Indicador Antecedente de Emprego do Brasil interrompe recuperação em julho, diz FGV

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil teve ligeira queda em julho, interrompendo três meses consecutivos de alta, de acordo com dados divulgados na quinta-feira (04) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, cedeu 0,8 ponto no mês passado, a 81,1 pontos, mas seguiu perto de um pico em sete meses atingido em junho.

“O IAEmp parece dar sinais de desaceleração do mercado de trabalho. O resultado ainda não parece ser uma reversão da tendência positiva dos últimos meses, mas sugere perda de força dessa retomada (do índice) ao longo do ano”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

“Medidas de estímulo à economia feitas pelo governo podem sustentar esse cenário mais favorável no curto prazo, mas no médio prazo o enfraquecimento da atividade econômica tende a segurar o ritmo de recuperação do mercado de trabalho”, acrescentou.

Os componentes do IAEmp mostram que o indicador de Situação Atual dos Negócios da Indústria teve o maior impacto negativo no índice geral, de 0,5 ponto. O indicador de Emprego Previsto de Serviços, por sua vez, tirou 0,3 ponto da leitura de julho do IAEmp.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a taxa de desemprego do Brasil ficou em 9,3% nos três meses até junho, menor patamar para o período desde 2015.

IGP-DI tem em julho 1ª queda mensal desde final de 2021 e reduz alta em 12 meses para 1 dígito

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou a cair 0,38% em julho, primeira deflação desde o final de 2021, que levou a alta acumulada 12 meses a um dígito pela primeira vez em mais de um ano, refletindo baixas expressivas nos custos de commodities e produtos energéticos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira (05).

O resultado veio após alta de 0,62% em julho. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,15%, e levou o índice a reduzir sua alta acumulada em 12 meses para 9,13%, primeira leitura de um dígito desde junho de 2020 (7,84%).

A queda mensal registrada no mês passado foi a primeira desde novembro de 2021, quando o IGP-DI havia caído 0,58%, de acordo com os dados da FGV.

Em julho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, teve queda de 0,32%, contra alta de 0,44% no mês anterior.

“As quedas verificadas nos preços de grandes commodities – minério de ferro (de -1,63% para -12,94%), soja (de -0,81% para -2,27%) e milho (de -3,30% para -4,98%), explicam a desaceleração da inflação ao produtor”, explicou em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.

A pressão para o consumidor também diminuiu em julho, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, cedeu 1,19% no período, depois de avançar 0,67% em junho.

“No âmbito do consumidor, prevalecem as contribuições dos energéticos, principalmente gasolina (de 0,18% para -14,24%) e energia elétrica (de -0,41% para -5,13%)”, disse Braz.

Os preços de combustíveis e energia elétrica têm mostrado quedas expressivas sob vários indicadores de inflação desde que o governo sancionou, em junho, a lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre esses e outros setores da economia.

Outras iniciativas promovidas pelo governo para conter a inflação envolvem cortes em alíquotas de tarifas de importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e PIS/Cofins sobre combustíveis.

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) desacelerou sua alta a 0,86% em julho, de 2,14% antes.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Economia apresenta alta de 1% no primeiro trimestre do ano

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB), apresentou um crescimento de 1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. De acordo com a pesquisa, o PIB totalizou R$ 2,2 trilhões, em valores correntes, no primeiro trimestre do ano.

Se colocado em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, a alta do PIB foi de 1,7% e, no acumulado nos quatro trimestres, de 4,7%. Serviços como os de transportes e armazenagem e correio, foram um dos principais responsáveis por este crescente na economia brasileira, onde registrou uma alta de 2,1%.

Além desses segmentos, serviços como alimentação também conquistaram destaque na pesquisa, onde apresentou um aumento de 2,2% no período.

Este número fica 1,7% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, registrado no primeiro trimestre de 2014. Apesar do crescimento, esses números ainda são baixos em relação ao que se pode imaginar quanto uma economia saudável. Especialista em economia, Leo Siqueira, alerta para os cuidados quanto ao tema.

“Para termos um crescimento ainda maior e sustentável, precisamos facilitar o ambiente de negócios simplificando o sistema tributário. Precisamos combater os privilégios com a reforma administrativa. E precisamos dar igualdade de oportunidade com educação básica. É isso que nos fará um país que crescerá de forma sustentável por décadas”, disse o doutorado em economia.

Segundo a Agência Brasil, o setor de serviços impulsionou o crescimento do primeiro trimestre deste ano, na comparação com o quarto trimestre de 2021. A indústria teve variação de 0,1%. A agropecuária recuou 0,9% no período, já no consumo do governo houve uma variação de 0,7%.

Sob a ótica da demanda, a alta do PIB no período foi puxada pelo consumo das famílias, que subiu 0,7%. O consumo do governo variou 0,7%, enquanto que a formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos, caiu 3,5%. No setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 5%, enquanto as importações caíram 4,6%.

Ainda para o especialista, uma solução para a melhora desse cenário gira em torno da educação financeira, que no Brasil ainda está caminhando a passos lentos, principalmente quando o assunto é tratado de dentro das escolas, “uma das melhores opções para melhorar esse cenário, é ensinar educação financeira para a população”, afirmou Leo Siqueira.

Bloqueio total sobe para R$ 14,8 bilhões; Saúde e Educação são os mais atingidos

Uma semana depois de anunciar o corte necessário para ajustar o Orçamento de 2022 no 3º bimestre, o Ministério da Economia anunciou que teve que contingenciar mais R$ 2,1 bilhões para cobrir despesas discricionárias “inadiáveis e relevantes” que incluem créditos para a própria pasta cobrir serviços de tecnologia das informações, despesas de seguro rural e do INSS.

O governo publicou em edição extra do Diário Oficial da União, um decreto de programação orçamentária e financeira que traz um novo contingenciamento de despesas do terceiro bimestre, um primeiro bloqueio já havia sido feito após o segundo bimestre.

Numa atitude incomum, o Ministério da Economia se negou a detalhar o quanto foi bloqueado por pasta e nem das emendas de relator no 3º bimestre e, no início da noite, divulgou uma tabela apenas com o contingenciamento total do ano, que, de acordo com a pasta, soma R$ 14,838 bilhões.

De acordo com a tabela, o contingenciamento no ano para Saúde chega a R$ 2,7 bilhões (16% do total previsto) e, para a Educação, a R$ 1,6 bi (8%). As pastas têm os dois maiores orçamentos da Esplanada.

Luciano Bivar, do União Brasil, desiste de candidatura à Presidência

O presidente nacional do partido União Brasil e deputado federal, Luciano Bivar, desistiu da candidatura à Presidência da República. Ele anunciou a decisão durante convenção da legenda no Recife, sua cidade natal.

“Resolvi voltar e permanecer na Câmara Federal”, disse em seu discurso. Ele sinalizou, no entanto, que a legenda deve ter candidato próprio. Setores do União Brasil defendem que o melhor nome para substituir Bivar é o da senadora pelo Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke.

No evento no Recife, o União Brasil oficializou a candidatura de Miguel Coelho ao governo de Pernambuco. Ele é ex-prefeito de Petrolina (PE). “Temos orgulho de tudo que fizemos por Petrolina e estamos prontos para fazer muito mais por Pernambuco”, postou nas redes sociais o candidato.

PTB oficializa candidatura de Roberto Jefferson à Presidência

O PTB oficializou a candidatura do deputado federal Roberto Jefferson à Presidência da República. Jefferson é presidente de honra do partido e teve seu nome aclamado por unanimidade. A convenção, no entanto, não contou com a sua presença, já que ele está em prisão domiciliar por determinação judicial. Ele é acusado de tumultuar o processo eleitoral e proferir discursos de ódio e atacar instituições democráticas.

Jefferson afirmou, em vídeo, que sua candidatura não pretende rivalizar com a tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, o objetivo é ampliar o número de alternativas à direita. “Agora, em 2022, Bolsonaro se candidata à reeleição sozinho, contra tudo e contra todos, enquanto a esquerda se apresenta como um polvo com vários tentáculos na forma de múltiplas candidaturas, preenchendo todos os nichos possíveis desse eleitorado”, disse, em vídeo exibido durante a convenção.

“O candidato de direita tem seu eleitorado inibido. Não se reconecta com os descontentes, os famosos isentões, e gera uma gigantesca abstenção que termina por eleger um candidato de esquerda pela minoria do eleitorado. É uma luta injusta”, acrescentou. O PTB não divulgou se o candidato a vice na chapa está definido.

Advogado nascido em Petrópolis (RJ), Roberto Jefferson tem 69 anos e circula há décadas na política nacional. Antes de fazer carreira na política, chegou a participar de programas de televisão na década de 1980. Participou dos programas Aqui e Agora, em uma espécie de júri simulado, na TV Tupi; e do programa Domingo à Noite, na TVS, atualmente SBT. Também foi apresentador do programa O Povo na TV, também na TVS.

Bolsonaro volta a chamar para atos em 7 de setembro e nega que busque fechar Poderes

O presidente Jair Bolsonaro voltou na terça-feira (02) a convocar seus apoiadores para manifestações no dia 7 de setembro, mas descartou que o protesto seja para “fechar isso ou aquilo” e garantiu que haverá eleições neste ano.

“Ninguém quer dar golpe, vai ter eleição. Mas queremos transparência”, disse o presidente em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, na qual repetiu as alegações falsas e sem fundamentos que faz frequentemente sobre o sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas.

Bolsonaro alegou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou as Forças Armadas para participar da comissão de transparência eleitoral e disse, equivocadamente, que a corte se recusou a aceitar sugestões feitas pelos militares.

“Nunca havia convocado movimento de rua, mas estamos convidando agora para o 7 de setembro”, afirmou. “Da nossa parte não queremos protesto para fechar isso ou aquilo.”

Nos grupos bolsonaristas, no entanto, os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aos ministros da corte continuam e são um dos temas das convocações para os protestos. Em outras manifestações de apoiadores de Bolsonaro no passado simpatizantes pediram o fechamento do Supremo e uma intervenção militar no país.

Na entrevista, Bolsonaro chamou o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, de “mentiroso” e “criminoso” e classificou as declarações dadas na véspera pelo presidente do Supremo, Luiz Fux, favoráveis e elogiosas às urnas eletrônicas, de “no mínimo equivocadas” e “fake news”.

Câmara aprova texto-base de MP com regras trabalhistas para estado de calamidade

A Câmara aprovou a medida provisória (MP) que permite relações trabalhistas alternativas durante estado de calamidade pública decretado em âmbito nacional ou estadual e municipal reconhecidos pelo governo federal. Foram 249 votos favoráveis e 111 contrários. Ainda é necessário analisar seis destaques (mudanças) que podem alterar o texto.

A MP estabelece que em caso de calamidade pública poderão ser adotadas como alternativas, o regime de teletrabalho; a antecipação de férias individuais; a concessão de férias coletivas; o aproveitamento e a antecipação de feriados; o banco de horas; e a suspensão da exigibilidade dos recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

O relator, deputado Sanderson (PL-RS), apresentou parecer favorável à aprovação do texto original publicado pelo Poder Executivo. Sanderson considerou as medidas relevantes por causa da crise gerada pelas enchentes no início do ano. “Além de ceifar vidas, as enchentes abalam as economias locais, prejudicando sobremaneira a manutenção de empregos e rendas. Medidas que visam a minorar os efeitos da crise econômica são inquestionavelmente urgentes e relevantes”, defendeu.

Parlamentares contrários à proposta criticaram a medida por avaliarem que ao reeditar dispositivos da reforma trabalhista, ela flexibiliza e prejudica as relações de trabalho. O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) alegou que a matéria não deveria ser discutida em uma medida provisória. “O governo quer atropelar direitos de trabalhadores na véspera da eleição”, criticou.

Além de permitir relações trabalhistas alternativas, a MP também retoma, com algumas mudanças, regras do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, adotado durante a crise causada pela pandemia de Coronavírus. O programa passa a ser permanente, podendo ser instituído para combater consequências de estado de calamidade pública.

Com o programa, os contratos de trabalho poderão ser suspensos temporariamente, com a concessão do Benefício Emergencial (Bem), a ser pago mensalmente como compensação aos trabalhadores atingidos. O Bem será calculado com base no valor que ele teria direito de seguro-desemprego.

Além da suspensão temporária dos contratos, será possível a redução proporcional da jornada de trabalho e do salário. O empregador pode acordar a suspensão do contrato de trabalho de forma setorial, departamental, parcial ou na totalidade dos postos de trabalho, por um período máximo de até 90 dias, prorrogável enquanto durar o estado de calamidade pública em âmbito nacional ou local.

Eleições 2022: Pesquisa Quaest mostra disputa mais apertada a presidente

A 14ª rodada da pesquisa Quaest, divulgada na quarta-feira (03), mostra que a corrida ao Palácio do Planalto começa a ficar mais apertada. De acordo com a mostra, O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, aparece com 44% das intenções de voto no 1º turno, contra 32% do atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

Na pesquisa divulgada em julho, Lula tinha 45% e o atual mandatário 31%, portanto, eles oscilaram dentro da margem de erro, que é de 2 pp. No entanto, a diferença entre os dois vem caindo e está em 12 pp, a menor da série histórica iniciada em julho de 2021. Em relação a janeiro deste ano, Lula oscilou de 45% para 44% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro subiu 9 pp, de 23% para 32%. Já os outros presidenciáveis, somados, caíram de 19% para 10%.

De acordo com a Quaest, Ciro Gomes (PDT) continua em terceiro lugar, com 5% das intenções de voto, contra 6% da pesquisa anterior. Na sequência aparecem André Janones (Avante) e Simone Tenet (MDB), com 2% cada, o mesmo porcentual que registraram na pesquisa divulgada no mês passado. Pablo Marçal (PROS) aparece com 1% e os outros concorrentes não pontuaram.

Os votos em branco e nulos somaram 6%, o mesmo porcentual dos indecisos. Mesmo com o avanço de Jair Bolsonaro, se forem considerados apenas os votos válidos, Lula teria 51%, portanto, com chances de vencer a eleição no primeiro turno, considerada, obviamente, a margem de erro de 2 pp para mais ou para menos.

A pesquisa Quaest mostra que o pacote de bondades do presidente Jair Bolsonaro, com o aumento do valor do Auxílio Brasil, o aumento do vale-gás e o bônus para caminhoneiros e taxistas começa a surtir efeito na percepção da população/eleitorado.

Uma das consequências é o recuo da avaliação negativa do governo. Na comparação com julho, a avaliação negativa do governo Bolsonaro caiu de 47% para 43%, recuando para o menor nível deste julho de 2021. O recuo se deu entre mulheres, em todas as regiões do País e também em todas as faixas de renda, faixas etárias, níveis de escolaridade e religiões. Além desse recuo, a percepção dos entrevistados de que a economia é o principal problema do País caiu de 44% para 40%, na comparação com o mês passado.

TSE monta ação contra hackers após relatório alertar para ataques

Alertado por grupo técnico que se dedica à segurança da informação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trabalha com a possibilidade de sofrer ataques hackers às vésperas das eleições de outubro. Diante do cenário global de “recrudescimento das ameaças”, a Corte Eleitoral vem implementando medidas para proteger o sistema eleitoral em Brasília e também nos tribunais regionais.

Segundo relatório interno ao qual o Estadão teve acesso, o TSE não descarta ser alvo de um ataque como o que paralisou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) por uma semana em novembro de 2020. A Corte foi alvo de “ransomware”, um sofisticado crime cibernético que sequestra dados e só os devolve mediante pagamento de resgate. Servidores e ministros ficaram impossibilitados de acessar arquivos e e-mails. O andamento de milhares de processos ficou prejudicado.

“Pensemos num ataque de ransomware, às vésperas do pleito de 2022, em que todos os computadores da Justiça Eleitoral amanheçam criptografados, apresentando uma mensagem em sua tela de pedido de resgate para a liberação de seus conteúdos. São situações extremas, mas perfeitamente possíveis de ocorrer, caso os adequados controles não sejam implementados, não apenas no TSE, mas em todos os tribunais regionais”, avisa o relatório interno de 2021.

Os técnicos alertaram ainda para a necessidade de debelar riscos de vazamento em massa do cadastro eleitoral, de manipulação do sistema de óbitos e direitos políticos para incluir candidatos inaptos e de acesso a dados restritos para venda ilegal no mercado paralelo.

“Ocorrências como essas colocariam em xeque todo o sistema eleitoral e até mesmo a estabilidade do regime democrático de direito, catalisando as forças contrárias aos princípios democráticos que existem em nossa sociedade”, diz o documento elaborado por nove técnicos do TSE e de tribunais eleitorais nos Estados.

Diretor executivo do InternetLab, um centro independente de pesquisa da internet, Francisco Brito Cruz afirmou que o mapeamento de ameaças pelo TSE é positivo e que incidentes de cibersegurança não devem ser tratados com politização. “Seria um escândalo se o TSE não tivesse um planejamento, não investisse nessa área. Olhando a estrutura da administração pública brasileira, o tribunal é um dos que mais travam discussões sobre cibersegurança”, disse. “O TSE caminha sob o fio da navalha. Sabemos que essas tentativas de enviesar a questão tem um efeito como propaganda política.”

Mais de 100 entidades assinam manifesto da Fiesp em defesa da democracia

O manifesto articulado pela Federação das Indústrias do Estadão de São Paulo (Fiesp) em defesa da democracia, que será publicado na quinta-feira (04), nos principais jornais do País, tem adesão de mais de 100 entidades, segundo lista preliminar obtida pelo Estadão. Entre os signatários estão a Câmara Americana de Comércio (Amcham) e a Fundação Fernando Henrique Cardoso. Segundo a assessoria da Amcham, a entidade representa cerca de 4 mil empresas no Brasil, que juntas somam um terço do PIB Brasileiro.

Centrais sindicais também assinam o texto, como a CUT, além de entidades ligadas à proteção ambiental, como Greenpeace e WWF.

Membros da organização do manifesto consultados demonstraram frustração com o fato de a Ordem dos Advogados do Brasil nacional não ter assinado o texto, e por não ter se declarado a favor do movimento até o momento.

A seccional de São Paulo da OAB é uma das signatárias do manifesto da Fiesp. Na lista do manifesto em defesa da democracia estão também as já esperadas assinaturas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por exemplo, e a ausência também já sabida de grandes confederações, como as confederações nacional da indústria (CNI), comércio (CNC) e transportes (CNT).

“As eleições são um momento decisivo na vida democrática de um país. Muito estará em jogo nas eleições deste ano no Brasil, e nós da Amcham reforçamos a confiança no sistema eleitoral brasileiro. Como entidade centenária, entendemos também a importância do setor privado se manifestar de maneira apartidária e independente, bem como contribuir de forma ativa para o debate público do Brasil que desejamos e sonhamos”, disse o presidente do Conselho de Administração da Amcham Brasil, Luiz Pretti, em nota enviada por sua assessoria.

À medida que a iniciativa ganha força e mais adesões, a organização do ato toma novas proporções. Dois eventos estão programados para acontecer no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), para manifestar a defesa do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Superior Eleitoral e do respeito ao Estado de Direito.

Há grupos que têm organizado uma marcha durante a manhã, para reunir apoiadores em caminhada até o Largo de São Francisco. A organização dos eventos reuniu-se com representantes da Secretaria de Segurança Pública, dos bombeiros e de órgãos de trânsito nos últimos dias para organizar o ato.

Prazo para realização de convenções partidárias acaba sexta-feira (05)

Termina na sexta-feira (05) o prazo para os partidos políticos e as federações partidárias realizarem convenções e escolher os candidatos e candidatas que disputarão cargos eletivos nas eleições deste ano, bem como para decidir sobre a formação de coligações.

No caso de federações partidárias, as convenções devem ocorrer de forma unificada, com a participação de todas as legendas integrantes. Já a possibilidade de coligações entre partidos só se aplica à disputa pelos chamados cargos majoritários (ou seja, aqueles em que fica com a vaga o candidato que tiver mais votos, caso da escolha para presidente, governador, prefeito e senador), não valendo para as eleições proporcionais (deputados).

Uma vez definidos os candidatos, os partidos terão até o dia 15 de agosto para pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o registro de seus candidatos à Presidência da República, governos estaduais e às vagas de senadores e deputados federais, estaduais e distritais.

Até a tarde de quinta-feira (04), apenas quatro candidatos à Presidência da República tinham registrado suas candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE): Felipe D´Avila (Novo); Léo Péricles (Unidade Popular-UP); Pablo Marçal (Partido Republicano da Ordem Social-Pros) e Sofia Manzano (Partido Comunista Brasileiro-PCB). Seus vices são, respectivamente: Tiago Mitraud; Samara Martins; Fátima Pérola Neggra e Antonio Alves.

Mais de 156,45 milhões de eleitores estão aptos a votar no próximo dia 2 de outubro.

Bolsonaro sanciona lei que autoriza governo a doar bens durante a campanha eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro sancionou na sexta-feira (05) a lei que permite ao governo federal doar bens a entidades privadas e públicas durante o ano de 2022, inclusive durante a campanha eleitoral.

A sanção foi publicada na edição desta sexta do “Diário Oficial da União” e tem origem em um projeto aprovado pelo Congresso Nacional no mês passado, em votação relâmpago.

O texto modificou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, que já permitia a doação de bens pela administração pública no prazo de até três meses antes das eleições.

Agora, com a aprovação do projeto e a sanção da lei por Bolsonaro, a exceção foi ampliada para todo o ano sem que a conduta configure crime eleitoral.

O texto sancionado permite a doação de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública a entidades privadas e públicas durante 2022 desde que com encargo para o donatário, ou seja, o beneficiário da doação arque com os custos para a manutenção e funcionamento do bem recebido.

A nova lei deixa expresso que essas doações não serão consideradas descumprimento da legislação eleitoral (Lei 9.504 de 1997), que proíbe, expressamente, “a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública” em todo o ano eleitoral.

Desempenho da pequena indústria melhora, mas matéria-prima preocupa

As micro e pequenas empresas brasileiras apresentaram bom desempenho no segundo trimestre de 2022, mas estão preocupadas com a falta ou com o alto custo dos insumos usados como matéria-prima, segundo levantamento divulgado na segunda-feira (01) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo o Panorama da Pequena Indústria, há nas empresas de menor porte uma percepção de melhora da situação financeira, na comparação com o mesmo trimestre de anos anteriores.

“Os empresários seguem otimistas e as perspectivas para a pequena indústria seguem em patamar positivo”, indica o documento da CNI ao informar que o “desempenho médio do trimestre” em 2022, para a pequena indústria, ficou em 47,4 pontos.

O resultado do segundo trimestre está acima do anotado no primeiro trimestre de 2022 (45,5 pontos), bem como da média do segundo trimestre de 2021 (46,5 pontos).

Em junho, o índice de desempenho registrou 47,5 pontos, uma alta de 4,8 pontos na comparação com a média dos meses de junho para anos anteriores. O Panorama da Pequena Indústria é um levantamento trimestral que elenca quatro indicadores: desempenho, situação financeira, perspectivas e índice de confiança. Todos os índices variam de zero a 100 pontos. Quanto maior for, melhor é a performance do setor.

A indicação de otimismo, no entanto, vem acompanhada de “preocupação com a falta ou o alto custo das matérias-primas que continua em alta para a pequena indústria”, que aponta esse problema como “desafio para as micro e pequenas indústrias brasileiras”.

No segundo trimestre deste ano, a falta ou o alto custo da matéria-prima foi o “problema mais assinalado” com 51,8% das citações no ranking que abrange pequenas empresas dos setores extrativo, de transformação e de construção, seguido de elevada carga tributária (35,8%). Em terceiro lugar, entre os principais problemas enfrentados pela pequena indústria, está a preocupação com “demanda interna insuficiente”.

“O problema [de falta ou alto custo da matéria-prima] continua em primeiro lugar para todos os segmentos industriais e, apesar de ter sofrido redução nas assinalações para a transformação (-6,9 pontos percentuais (pp) e para a extrativa e (-6,8 pp), o percentual aumentou para a indústria da construção (+5,4 pp) no segundo trimestre de 2022”, informa a pesquisa.

Com prejuízo bilionário, Gol vai cortar voos; preço das passagens deve subir

Após anunciar um prejuízo de R$ 2,85 bilhões no segundo trimestre, a Gol prevê cortar em cerca de 10% a oferta de voos para agosto e setembro, em meio à escalada de custos decorrente da alta do querosene de aviação e à desvalorização do real. “Prevemos que as tarifas vão continuar (altas) na segunda metade do ano, mas conseguimos oferecer preços mais atrativos desde que o cliente se programe para viajar com antecedência”, disse em teleconferência, o presidente da empresa, Celso Ferrer.

Com esse cenário, a Gol projeta para o segundo semestre passagens aéreas mais caras. “O inventário para o segundo semestre já está com um patamar de tarifas mais saudável, capaz de fazer frente ao aumento do combustível, e a curva de tarifas está mais distribuída para democratizar o transporte aéreo mesmo num cenário de custos altos.”

O prejuízo de R$ 2,85 bilhões no segundo trimestre reverte o lucro de R$ 642,9 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Já a receita líquida triplicou de abril a junho, para R$ 3,2 bilhões.

A aérea anunciou ainda a revisão da perspectiva para 2022, com redução da projeção de taxa de ocupação média de 82% para 80% no ano, além da diminuição da oferta consolidada medida pelo assento quilômetro ofertado (ASK) para o ano. Segundo executivos, uma das medidas adotadas pela companhia foi reorganizar a oferta em determinadas rotas, como na ponte aérea.

Ferrer afirmou que, para enfrentar os preços mais altos do combustível, tanto a Gol quanto suas concorrentes estão reduzindo voos. “Está muito claro que o patamar de custos será bem mais alto no segundo semestre, com petróleo a US$ 100 o barril ou mais e dólar acima dos R$ 5 com a volatilidade das eleições. Esperamos uma racionalização maior por parte do mercado como um todo.”

Por outro lado, Ferrer reforçou que o cenário para tarifas ainda é positivo: “Cerca de 50% do nosso transporte a executar virá com tarifas mais elevadas no segundo semestre.”

Para o ano, a aérea revisou projeção de receita líquida total de R$ 13,7 bilhões para R$ 15,4 bilhões.

A dívida líquida ajustada da Gol atingiu R$ 23,8 bilhões no segundo trimestre, alta de 50,9% sobre igual período de 2021. Já a dívida bruta somou R$ 24,6 bilhões no período, com passivos de arrendamento saltando 12%. “Os passivos com arrendamento devem continuar aumentando, pois a Gol planeja adicionar mais 10 aeronaves 737 MAX à sua frota até o fim do ano”, disseram os analistas Victor Mizusaki, André Ferreira e Pedro Fontana, em relatório do Bradesco BBI.

Produção industrial do Brasil tem queda em junho e interrompe 4 meses de ganhos

A indústria brasileira chegou ao final do segundo trimestre com queda acima do esperado em junho, interrompendo quatro meses seguidos de ganhos, em meio a dificuldades para superar o aumento nos custos de produção e os problemas de oferta.

A produção industrial brasileira teve queda de 0,4% em junho na comparação com maio, contra uma contração esperada em pesquisa da Reuters de 0,2%.

O último resultado negativo havia sido em janeiro, de 1,9%, perda que o setor ainda não conseguiu recuperar, já que nos quatro meses no azul a indústria acumulou alta de 1,8%. O setor ainda está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Os dados divulgados na terça-feira (02) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, apesar da queda em junho, a produção industrial fechou o segundo trimestre com ganho de 0,9% na comparação com janeiro a março, no terceiro trimestre seguido de ganho.

“Você tem uma indústria que não consegue ter uma trajetória sustentável de crescimento”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Em relação a junho do ano passado, houve recuo de 0,5% da produção do país, contra expectativa de queda de 0,2%.

A indústria brasileira se favoreceu na primeira metade do ano das medidas do governo para incentivar o consumo, bem como da redução na taxa de desemprego.

Entretanto, o crescimento permaneceu baixo e o setor teve dificuldades para aumentar a marcha em um cenário de inflação e juros elevados no país. Problemas de oferta em meio à guerra na Ucrânia também pesaram.

“Nesse sentido, o comportamento da atividade industrial tem sido marcado por paralisações das plantas industriais, reduções de jornada de trabalho e concessão de férias coletivas”, explicou Macedo.

“Também permanecem os fatores que restringem a demanda doméstica, como a inflação mais elevada, os juros mais elevados que encarecem o crédito e o mercado de trabalho, que, mesmo com recuperação na taxa de desocupação, ainda tem 10 milhões de pessoas fora dele”, completou.

Em junho, os resultados negativos foram disseminados entre as atividades econômicas, com a maior influência vindo da queda de 14,1% na produção do setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que havia acumulado alta de 5,3% nos dois meses anteriores.

Vendas de veículos crescem 2,2% em julho

O mercado de veículos voltou a registrar recuperação em julho, com vendas de 182 mil unidades, 2,2% a mais que em junho e 3,7% acima do resultado de igual mês do ano passado, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado do ano, foi licenciado até agora 1,1 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, queda de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A melhora do mercado, apesar dos juros altos e da escassez de semicondutores, ocorre em paralelo ao anúncio de nova redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, medida que deve gerar uma redução nos preços.

Nessa terceira etapa de cortes de IPI para vários setores, a redução para automóveis e utilitários-esportivos (SUVs) subiu de 18,5% para 24,75% sobre as alíquotas praticadas antes da primeira redução, em 1.º de março. Esse segmento havia ficado de fora do segundo corte aplicado em 29 de abril para vários outros setores industriais.

No ano, a Fiat segue como líder absoluta do mercado, com 21,7% de participação nas vendas totais de automóveis e comerciais leves. Na sequência estão General Motors (14%), Volkswagen (12,2%), Toyota (10,5%) e Hyundai (10,2%). A picape Fiat Strada segue à frente na lista dos modelos mais vendidos do ano, com 61,9 mil unidades comercializadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Produção industrial do setor eletroeletrônico cai 8,7% no acumulado do semestre

No acumulado do 1º semestre, a produção industrial do setor eletroeletrônico caiu 8,7% em relação ao igual período de 2021, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE compilados pela Abinee. É importante destacar, segundo a entidade, que mesmo sendo ainda muito significativa, nota-se redução na intensidade da queda.

“Observa-se que, no 1º trimestre de 2022, a produção do setor ficou 12,9% abaixo do igual período do ano passado, enquanto que no 2º trimestre de 2022, a queda foi menor, atingindo 4,2% na comparação com o mesmo período de 2021”, afirmam os economistas da Abinee.

De acordo com a entidade, é importante ressaltar que a produção do setor no 2º trimestre de 2022 cresceu 2,5% em comparação com o 1º trimestre deste ano.

Ao avaliar o resultado no acumulado do 1º semestre de 2022, nota-se que a retração da produção da indústria eletroeletrônica resultou do recuo de 14,6% da área elétrica e da queda de 1,9% da área eletrônica.

A Abinee destaca que a área elétrica, que apontou queda mais expressiva no 1º semestre de 2022, também havia registrado aumento mais significativo neste mesmo período do ano passado. Vale lembrar que a produção da área elétrica havia aumentado 24,4% de janeiro a junho de 2021, enquanto que o incremento da área eletrônica foi de 15,3%, sempre comparados a iguais períodos de 2020.

A média móvel anual da produção total da indústria eletroeletrônica começou a indicar perda de dinamismo da atividade a partir do segundo semestre de 2021. Esse comportamento vem sendo influenciado pela falta de componentes no mercado, principalmente de semicondutores e sua consequente alta de preços. Mesmo com esses entraves, a produção começou a esboçar sinais de recuperação nos últimos meses.

Setor de serviços do Brasil perde força em julho apesar de sinais de alívio na inflação, mostra PMI

A expansão da atividade de serviços do Brasil perdeu força em julho e teve o ritmo mais fraco desde o início do ano, depois de ter atingido um recorde no mês anterior, ainda afetada pelas pressões inflacionárias, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global.

O PMI caiu a 55,8 em julho, depois de em junho igualar a leitura mais alta da série histórica, de 60,8. Apesar da queda para a taxa mais fraca desde fevereiro no mês passado, o índice permanece bem acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

O mês foi marcado por aumentos mais modestos na atividade de negócios e nas vendas, mas com a demanda ainda robusta. O volume de novos pedidos aumentou pelo 15º mês consecutivo em julho, mas a taxa de expansão foi a mais baixa em cinco meses.

A atividade foi impactada por pressões inflacionárias no mês, que amorteceram o crescimento das vendas. Mesmo assim, os preços dos insumos aumentaram à taxa mais baixa em cinco meses, o que a pesquisa atribuiu em parte aos efeitos da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo.

Mas os fornecedores de serviços brasileiros ainda apontaram aumento das despesas operacionais, com pressão dos preços de alimentos, combustíveis e serviços públicos. Várias empresas citaram ainda a valorização do dólar.

“O crescimento foi sem dúvida amortecido por fortes pressões sobre os preços, embora as empresas tenham permanecido confiantes em uma recuperação sustentada da economia ao longo dos próximos 12 meses”, disse Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.

Os esforços para atenuar o impacto do aumento dos custos dos insumos resultaram em outro aumento significativo de preços cobrados, embora sua taxa de inflação tenha caído para o nível mais baixo em três meses em julho.

Em relação ao futuro, as empresas de serviços brasileiras permaneceram bastante otimistas, com mais de dois terços dos participantes da pesquisa prevendo níveis de produção mais altos nos próximos 12 meses.

Em geral, a expectativa é de que a recuperação da economia continue contribuindo para as vendas e a atividade de negócios, com alguns também esperando resultado positivo da eleição presidencial de outubro.

Entidades do setor produtivo criticam alta da Selic

A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) para 13,75% ao ano recebeu críticas do setor produtivo. Para entidades da indústria, a decisão do Comitê de Política Monetária atrasa a recuperação da economia, aumentando custos e reduzindo a produção, o consumo e o emprego.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou o aumento da Selic de “equivocado”. Para a entidade, o fato de os juros estarem 7,8% acima da inflação esperada para daqui a 12 meses indica que a elevação foi exagerada.

“A CNI entende que, neste momento, o novo aumento da taxa de juros é dispensável para o combate da inflação e trará custos adicionais desnecessários para a atividade econômica, com reflexos negativos sobre consumo, produção e emprego”, afirmou, em nota, o presidente da confederação, Robson Andrade.

Para a CNI, o Banco Central (BC) não precisaria aumentar os juros porque medidas recentes, como a redução de impostos sobre energia elétrica, combustíveis, telecomunicação e transporte coletivo estão fazendo a inflação cair. “Para julho e agosto, inclusive, a expectativa é de deflação”, destacou a entidade no comunicado.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) informou, em nota, que “considera inadequada a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juros para 13,75% ao ano. Ainda que desde março de 2021 a taxa Selic venha sofrendo consecutivos aumentos na tentativa de frear o consumo, as expectativas com relação à inflação a frente seguem desancoradas.”

O comunicado diz ainda que o desajuste no nível de preços da economia não é um fenômeno exclusivamente de demanda, mas sobretudo de restrição de oferta. “A dinâmica inflacionária é, em larga medida, resultado da desorganização das cadeias globais de produção, provocada pela pandemia de Covid-19 e potencializada pelos impactos derivados da guerra na Ucrânia. Os choques repercutiram, sobretudo, na alta dos preços dos insumos e matérias-primas.”

Segundo a entidade, o aumento consecutivo da taxa Selic não apenas sacrifica o setor produtivo, que ainda convive com efeitos da alta de custos, mas também eleva a dívida pública. “Em um momento em que o mundo atravessa período de elevada incerteza, alimentada por guerra, Covid-19 e risco de recessão, é imprescindível a adoção de uma política monetária mais moderada, que esteja atenta aos desafios do crescimento econômico nos próximos anos”, informou o comunicado.

Pequenos negócios geram 72% das vagas de emprego no primeiro semestre

As micro e pequenas empresas (MPE) puxaram a criação de empregos formais no primeiro semestre. Dos cerca de 1,33 milhão de postos de trabalho formais criados no Brasil de janeiro a junho, 961,2 mil, o equivalente a 72,1% do total, originaram-se em pequenos negócios.

A conclusão consta de levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. O desempenho das MPE é bastante superior ao das médias e grandes empresas, que abriram 279,1 mil vagas nos seis primeiros meses de 2022.

Apenas em junho, os negócios de menor porte foram responsáveis pela abertura de 63,6% das vagas formais no mês, com 176,8 mil de um total de 277,9 mil postos de trabalho criados no mês passado. As médias e grandes empresas abriram 73,9 mil vagas (26,6% do total).

Na divisão por setores da economia, os pequenos negócios apresentaram saldo positivo na criação de empregos em todos os segmentos no acumulado do ano. O destaque entre as micro e pequenas empresas é o setor de serviços, que gerou 533 mil vagas. Apenas em junho, o segmento abriu 78 mil postos.

A construção e a indústria da transformação aparecem na segunda e na terceira posições, com 168,8 mil e 126,3 mil empregos gerados, respectivamente. No comércio, as MPE criaram 90,6 mil postos de trabalho de janeiro a junho. As médias e grandes empresas, em contrapartida, fecharam 42,8 mil vagas no período.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

Na missão de alcançar uma inflação mais próxima do centro da meta em 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75% ao ano, voltando ao patamar de janeiro de 2017. O BC deixou ainda a porta aberta para mais um reajuste de menor magnitude na próxima reunião. Com isso, em setembro, a Selic pode chegar a 14% ao ano, isso a dez dias do primeiro turno das eleições.

Foi o 12º aumento consecutivo do juro básico desde março de 2021, no que já é o ciclo de aperto monetário mais longo da história do Copom, para tentar debelar uma inflação alta, disseminada e persistente. A Selic subiu 11,75 pontos porcentuais desde a mínima histórica de 2,0%, o maior choque de juros desde 1999.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A desaceleração do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) no mês de julho, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), na última semana, abre mais uma possibilidade de novos contratos e negociação entre proprietários e inquilinos de imóveis.

“As possibilidades de maiores negociações de contrato de aluguel acontecem porque dada a queda do IGP-M de fevereiro até julho, ficando inclusive abaixo do IPCA desde maio deste ano, os locadores estarão mais dispostos a negociar se comparado à época do enorme aumento deste mesmo índice que os favorecia como em 2021, período de explosão dos preços”.

O IGP-M, usado para reajustar grande parte de contratos do setor imobiliário e no mês de julho, apresentou queda de 0,21%, valor inferior ao de junho, 0,59%.

A queda é registrada desde maio, quando o acumulado dos doze meses chegou a 10,71%, número abaixo dos 11,73% do IPCA.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), a projeção para o IGP-M ficou em 11,28%, ante 11,34% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Copom projeta IPCA de 6,8% para este ano e 4,6%, para 2023.

O Comitê de Política Monetária (Copom) informou que as projeções para inflação no cenário de referência situam-se em 6,8% para 2022, 4,6% para 2023 e 2,7% para 2024.“As projeções do cenário de referência incorporam o impacto das medidas tributárias recentemente aprovadas”, destacou o comitê em comunicado após a elevação em 0,5 ponto percentual da taxa Selic, para 13,75% ao ano.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 7,11%, ante 7,15% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A equipe econômica tem um viés de baixa para o cenário de crescimento de 2023, hoje oficialmente projetado em 2,5%. Mas avalia que o mercado financeiro mais uma vez está subestimando o desempenho futuro da atividade produtiva do país, como tem ocorrido sistematicamente desde 2020.

Na visão do governo, a leitura (que por razões óbvias considera a manutenção do atual governo e do regime de política econômica) é de que os analistas ainda não estão incorporando adequadamente o ciclo de investimentos em curso.

Além disso, a área econômica entende que o setor de serviços e o mercado de trabalho devem ajudar no crescimento, mesmo em um ambiente de juros mais altos. E isso tudo, avaliam, complementado por investimentos estrangeiros, que trocariam o ambiente recessivo/estagflacionário dos países avançados por economias com inflação estabilizada e demanda em alta, e que, para o time de Paulo Guedes, seria o caso do Brasil. Já o mercado financeiro tem reduzido suas projeções para o PIB de 2023, diante do acúmulo de incertezas em várias frentes (externas e domésticas) e do processo de aperto monetário que está próximo do fim, mas ainda segue em curso. Atualmente, o crescimento econômico esperado para o próximo ano é de 0,4%, na mediana dos analistas consultados pelo BC.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), a projeção para o PIB ficou em 1,98%, ante 1,97% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (01), o Ibovespa fechou em queda, com ações de commodities entre as maiores baixas, enquanto RD, dona das bandeiras Drogasil e Droga Raia, figurou entre os destaques positivos após resultado trimestral robusto. O índice Ibovespa teve queda de 0,91%, a 102.225,08 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,4 bilhões.

Na terça-feira (02), o Ibovespa fechou em alta, acima dos 103 mil pontos, com as ações da mineradora Vale avançando mais de 3% e blindando a bolsa paulista do viés mais negativo em Wall Street. O índice Ibovespa teve alta de 1,05%, a 103.2970,22 pontos. O volume financeiro somou R$ 18,4 bilhões.

Na quarta-feira (03), o Ibovespa fechou em alta, após trocar de sinal algumas vezes durante o pregão, que teve Cielo disparando após resultado trimestral, assim como ações de consumo tiveram forte valorização antes de decisão que pode encerrar o atual ciclo de aperto monetário no país. O índice Ibovespa teve alta de 0,4%, a 103.774,68 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,2 bilhões.

Na quinta-feira (04), o Ibovespa fechou em alta, superando os 106 mil pontos pela primeira vez em quase dois meses na máxima do dia, com agentes financeiros apostando que o Banco Central pode ter encerrado ou finalizará em breve o ciclo de alta de juros no Brasil. O índice Ibovespa teve alta de 2,04%, a 105.892,22 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,5 bilhões.

Na sexta-feira (05), por volta das 12h31, o índice Ibovespa operava em alta de 0,37%, a 106.279,21 pontos. Em um pregão inicialmente marcado pela instabilidade. Os ganhos são apoiados principalmente nas ações do setor de commodities, que na maioria avançam mais de 1%. Mesmo os papéis dos segmentos de varejo, destaques de alta no pregão de ontem, voltam a subir, resistindo ao movimento de realização de lucros que atinge as ações do setor imobiliário. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,55%, a 106.471,92 pontos pontos. O volume financeiro somou R$ 26,3 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (05), por volta das 12h25, o dólar registrava queda de 0,19%, cotado a R$ 5,2109 na venda. O dólar devolveu ganhos de mais cedo e passava a cair acentuadamente contra o real, que apresentava o melhor desempenho global, apesar da força internacional da moeda norte-americana na esteira de dados de emprego robustos dos Estados Unidos.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (05) cotado a R$ 5,1668, a perspectiva de que o Banco Central (BC) encerre a alta de juros no fim de setembro fez o dólar descolar-se do cenário internacional e cair fortemente na sexta-feira (05).

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
08/08/2022