Cenário Econômico Nacional – 15/08/2022

Cenário Econômico Nacional – 15/08/2022

Cenário Econômico Nacional – 15/08/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado financeiro reduz projeção da inflação de 7,15% para 7,11%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 7,15% para 7,11% neste ano. É a 6ª redução consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2023, a estimativa de inflação ficou em 5,36%. Para 2024 e 2025, as previsões são de 3,3% e 3%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Em junho, a inflação subiu 0,67%, após a variação de 0,47% registrada em maio. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 5,49%, no ano, e 11,89%, em 12 meses.

Os dados de julho devem ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística amanhã (9), mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,13% no mês passado, menor que a de junho (0,69%).

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nesse patamar. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11% ao ano. E para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Reajustes salariais voltam aos poucos a repor perdas com a inflação

Ainda que discretamente, uma parte dos trabalhadores está conseguindo repor as perdas com a inflação do último ano no Brasil nas negociações salariais em 2022. Nos primeiros seis meses deste ano, 56,6% das negociações salariais ficaram em linha ou acima da inflação, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que compilou informações sobre 6,7 mil negociações em todo o País registradas no Ministério do Trabalho até junho.

O resultado indica uma mudança em relação ao mesmo período de 2021, quando 52% das negociações salariais ficaram abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O mês de junho é o que mais se descolou da tendência que vinha sendo observada ao longo do ano. No último mês do semestre, o número de negociações que resultaram em reajuste acima da inflação ficou em 96 das 261 negociações concluídas, enquanto 69 ficaram abaixo do INPC. O que se vê geralmente é o oposto.

O técnico responsável pelo Sistemas de Acompanhamento de Informações Sindicais do Dieese, Luis Ribeiro, explica que há negociações atrasadas e ainda é cedo para afirmar que o mês foi o ponto de partida para a virada de jogo para um cenário mais positivo.

“Desde pelo menos 2018, percebemos uma piora gradual (dos reajustes). O que vimos em 2022 é que há certa estabilização em um patamar alto de categorias que não conseguem reajuste igual ao INPC”, disse. A hipótese de Ribeiro para esse ponto fora da curva é a desigualdade regional e setorial: em junho há mais negociações da região Sul e também do comércio e indústria, que apresentam resultados mais positivos.

1 em cada 4 brasileiros não consegue pagar todas as contas do mês, diz CNI

Inflação, desemprego, renda em queda, juros em alta, orçamento apertado, e contas atrasadas. No Brasil ainda em crise, um em cada quatro brasileiros não consegue pagar todas as contas do mês, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (08) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A situação é um pouco melhor para 44% dos brasileiros, que afirmam que conseguem pagar todas as contas, mas que não sobra nada. Nesse cenário, 7 em cada 10 brasileiros não conseguem guardar dinheiro.

A dificuldade em pagar as contas vem mesmo com a redução quase generalizada dos gastos. Seis em cada dez brasileiros dizem ter reduzido suas despesas com lazer, e 58% deixaram de comprar produtos de uso pessoal, como roupas e sapatos.

Para outros grupos, a economia foi mais crítica: 25% disseram ter reduzido ou deixado de comprar remédios, e 19% deixaram de pagar o plano de saúde.

A pesquisa mostrou ainda que 16% chegaram a vender bens para quitar dívidas, e 14% deixaram de pagar ou atrasaram o pagamento do aluguel ou da prestação do imóvel.

Apesar disso, a pesquisa da CNI mostra que expectativa da população é chegar ao fim do ano com um pouco mais de folga nas finanças. Do total de entrevistados, 56% acreditam que, até dezembro, estarão com uma situação econômica pessoal melhor ou muito melhor.

“Ao menos, estamos diante de um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento do rendimento da população, o que nos dá uma perspectiva de superação, ainda que gradual, dessa série de dificuldades que as famílias estão enfrentando”, afirma em nota o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade.

A pesquisa encomendada pela CNI para o Instituto FSB Pesquisa é a segunda realizada no ano com foco na situação econômica e hábitos de consumo da população. Foram entrevistados, presencialmente, 2.008 cidadãos em todas as unidades da federação entre os dias 23 e 26 de julho.

Prolongamento de política social temporária pode elevar risco e expectativa de inflação, diz BC

O Banco Central avalia que o prolongamento de políticas temporárias de apoio à renda pode elevar prêmios de risco do país e as expectativas de inflação, conforme ata do Comitê de Política Monetária publicada na terça-feira (09), em cenário com promessas de candidatos à Presidência para manter o pagamento turbinado de benefícios sociais a partir de 2023.

De acordo com a autoridade monetária, há vários canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação, incluindo seu efeito sobre a atividade, preços de ativos e expectativas de inflação.

“Políticas temporárias de apoio à renda devem trazer estímulo à demanda agregada e que o prolongamento de tais políticas pode elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionam a demanda agregada e pioram a trajetória fiscal”, disse.

Sob o argumento de ser necessário adotar medidas emergenciais após a guerra na Ucrânia, o governo liberou pagamentos por fora do teto de gastos para elevar em 50% o Auxílio Brasil e fazer repasses a caminhoneiros e taxistas, além de um incremento no auxílio gás.

Embora as medidas aprovadas tenham validade apenas até dezembro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líderes nas pesquisas de intenção de voto, já prometeram que manterão o Auxílio Brasil em 600 reais em 2023, se eleitos.

“Medidas de sustentação da demanda agregada, que serão implementadas no curto prazo, devem dificultar uma avaliação mais precisa sobre o estágio do ciclo econômico e dos impactos da política monetária”, acrescentou o Copom na ata.

Segundo a autoridade monetária, a elevação das expectativas e das projeções de médio prazo se concentrou na inflação de preços administrados, em função do caráter temporário de algumas medidas tributárias. O corte de tributos federais sobre combustíveis em vigor no momento prevê vigência até dezembro.

IPCA tem queda de 0,68% em julho e acumula alta de 10,07% nos últimos 12 meses

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou uma queda de -0,68% em julho, levemente abaixo da previsão de queda de -0,65%, segundo dados divulgados pelo IBGE na terça-feira (09). O resultado também é inferior aos +0,67% prévios.  Essa é a menor taxa desde o início da série histórica, em janeiro de 1980.

O IPCA anual acumulou alta de 10,07%, abaixo da expectativa do mercado de 10,10% e dos 11,89% apresentados anteriormente.

Segundo o Boletim Focus divulgado nesta semana, a expectativa é que o IPCA encerre 2022 a 7,11%, acima tanto da meta de 3,5% como do teto de 5%.

Étore Sanchez, analista da Ativa Investimentos, explica que com os desvios concentrados em itens fora dos núcleos (em sua maioria administrados e alimentação) a dinâmica da média mostrou-se bem em linha com o esperado.

“Esperamos que o desvio observado em gasolina seja apenas uma antecipação dos impactos totais estimados, que não deverão ser muito maiores do que o previsto dado que se trata de um montante especifico produto do alívio de impostos. Por enquanto mantemos nossa perspectiva de 6,6% no ano”.

Daniel Karp, economista do Santander Brasil, detalha que o indicador veio ainda abaixo do consenso (-0,65%) e abaixo da projeção do banco (-0,60%). As surpresas de queda vieram em preços administrados, principalmente

concentrados em gasolina e bens industriais. “Pode refletir o início de um ciclo mais alívio consistente nos itens relacionados ao câmbio, commodities metálicas e todo o desaquecimento das questões da cadeia global de suprimentos”, afirma. De acordo com o economista do Santander, os serviços não surpreenderam e continuaram acelerando em termos de tendência, mas em ritmo mais lento. “Os alimentos surpreenderam um pouco para cima, mas seu indicador central (relacionado aos alimentos industrializados) continuou caindo em termos de tendência”, completa.

Conforme aponta o economista Eduardo Vilarim, em Transportes, a gasolina contribuiu com uma desinflação de 1,04 p.p. sobre o índice, recuando 15.48% e influenciando a queda do etanol (-11,38%). “O resultado é reflexo da redução dos combustíveis anunciada pela Petrobrás em 20 de julho, além da redução das alíquotas de ICMS sobre esses produtos”, diz Vilarim, que indica que a proposta também influenciou energia elétrica (-5,78%) dentro do grupo de habitação.

Inflação para famílias de renda mais baixa cai 0,60%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com rendimentos até cinco salários mínimos, caiu 0,60% em julho. É a menor variação verificada desde o início da série histórica em abril de 1979. Em julho de 2021, a taxa apontou variação de 1,02%. No ano, o indicador acumula alta de 4,98% e, nos últimos 12 meses, de 10,12%. Este percentual representa um recuo em relação ao mesmo período imediatamente anterior, quando atingiu 11,92%.

Os produtos alimentícios subiram de 0,78% em junho para 1,31% em julho. Os não alimentícios saíram de 0,57% para queda de 1,21%. Os números foram divulgados no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O INPC mostrou ainda que todas as áreas tiveram queda em julho, com exceção de São Paulo, onde subiu 0,38%. O avanço na área foi provocado pela alta na energia elétrica (7,52%) e no preço do leite longa vida (21,95%). Já o menor resultado ficou com Goiânia, que teve queda de 1,81%, influenciada pelo recuo de 21,57% nos preços da gasolina e de 14,92% na energia elétrica.

Segundo o IBGE, para calcular o índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de junho a 28 de julho de 2022, que é a referência, com os preços vigentes entre 28 de maio e 29 de junho de 2022, considerados a base.

Desde 1979 que o INPC é calculado pelo IBGE. O indicador se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado. O INPC alcança dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Pagamentos com cartões crescem 36,5% no primeiro semestre

Os pagamentos com cartões de crédito e débito cresceram 36,5% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2021, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Foi movimentado R$ 1,6 trilhão com cartões nos primeiros seis meses de 2022.

O cartão de crédito teve o maior crescimento e também a maior movimentação no período. De acordo com a Abecs, foram feitos R$ 1 trilhão em pagamentos com esse meio no primeiro semestre, uma expansão de 42,2% em relação ao ano passado.

Os cartões de débito foram responsáveis por R$ 488 bilhões em pagamentos, um aumento de 16,6% na comparação com os primeiros seis meses de 2021. Enquanto os cartões pré-pagos tiveram R$ 99,4 bilhões em movimentações.

Também tiveram crescimento no primeiro semestre as compras remotas que, com alta de 32,7%, somaram R$ 338,5 bilhões no período.

Os pagamentos por aproximação com cartões de crédito e débito tiveram um aumento de 344,5%, somando R$ 235,5 bilhões nos primeiros seis meses do ano.

Brasil contabiliza em julho fluxo cambial positivo de US$ 1,834 bilhão, mostra Banco Central

O fluxo cambial ao Brasil ficou positivo em 1,834 bilhão de dólares em julho, com novamente a conta comercial mais do que compensando saídas nas operações financeiras, mostraram dados do Banco Central.

O saldo entre o câmbio contratado para exportação e o para importação foi superavitário em 2,974 bilhões de dólares, enquanto a conta financeira, em que são registradas trocas de dinheiro referentes a empréstimos externos, remessas de lucros e dividendos e fluxos de portfólio, por exemplo, teve resultado negativo de 1,141 bilhão de dólares.

Nos sete primeiros meses de 2022, o fluxo cambial mostrou sobra de 20,968 bilhões de dólares, acima do ingresso líquido de 16,172 bilhões de dólares do mesmo período no ano passado.

O BC segue atualizando os números do fluxo cambial depois de semanas sem divulgar os dados devido a paralisações de servidores, mas o atraso caiu para uma semana.

Outros indicadores, porém, já estão em seus cronogramas usuais de atualização. Em agosto até dia 5, por exemplo, o BC registrou perda contábil de 2,676 bilhões em seu estoque de contratos de swap cambial no mercado. No acumulado do ano, porém, há superávit de 76,816 bilhões de dólares.

Consumo nos lares brasileiros encerra o semestre com alta de 2,20%

O índice do Consumo nos Lares Brasileiros, medido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), encerrou o primeiro semestre com alta de 2,20%. Na comparação de junho ante maio, o indicador apresentou alta de 0,10%. Em relação a junho de 2021, a alta é de 6,03%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Abras, no primeiro semestre o consumidor optou por produtos de marca própria do supermercado, com preço de 20% a 30% mais baixo, trocou embalagens por aquelas que apresentavam maior economia ou melhor valor agregado e encontrou variedade de marcas nas gôndolas para compor sua cesta de consumo.

“A intensificação de ofertas nos supermercados e ampla variedades de marcas somadas aos recursos extras injetados na economia e a queda na taxa de desemprego impulsionaram o Consumo nos Lares Brasileiro no primeiro semestre”, avalia a Abras.

Para enfrentar a alta da inflação dos alimentos, o consumidor fez compras mais planejadas, trocou marcas e buscou mais promoções, e o varejo intensificou as negociações comerciais com os fornecedores, ampliou o número de marcas e fez mais promoções nas lojas, disse a Abras.

“Com renda mais restrita, o consumidor não pode errar e, por isso, ele tem mais resistência a trocar de marca. Porém, o produto de marca própria tem alta qualidade, preço competitivo e ajuda a compor a cesta de abastecimento”, explica o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Segundo ele, o pagamento do pacote de benefícios aprovados pelo Congresso Nacional deve aumentar o consumo nos lares nos próximos meses, com cerca de 50% a 60% dos valores liberados pelo governo sendo destinados à cesta de consumo.

De acordo com os dados da Abras, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) sofreu com o impacto da invasão da Ucrânia, clima adverso e altos custos de produção e transporte, e acumulou alta de 10,41%. Com isso, o preço médio da cesta nacional chegou a R$ 773,44 em junho. As altas mais expressivas no semestre foram puxadas por batata (55,81%), cebola (48,13%), leite longa vida (41,77%), feijão (40,97%) e queijo muçarela (36,10%).

Com a melhora no índice de inflação, o aumento do emprego formal e dos recursos que começaram a ser injetados na economia nesta semana com o pagamento dos auxílios do pacote de benefícios aprovados pelo congresso nacional, a Abras revisou as projeções do Consumo nos Lares Brasileiros.

Três em cada dez desempregados no Brasil seguem em busca de trabalho há mais de 2 anos, aponta IBGE

Embora o desemprego tenha diminuído no Brasil, a melhora no mercado de trabalho ainda não foi suficiente para reduzir a proporção de trabalhadores que espera há muito tempo por uma recolocação no mercado.

Dados divulgados na sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que aproximadamente três em cada dez desempregados permanecem em busca por trabalho há mais de dois anos.

De acordo com o levantamento, ao final do 2º trimestre de 2022 o número de trabalhadores desempregados há mais de 2 anos era de 2,985 milhões, cerca de 29,6% do total de desempregados no país, estimado em 10,080 milhões.

Na comparação com o 1º trimestre, diminuiu em cerca de meio milhão o número de desempregados que tentavam nova oportunidade há mais de dois anos. Todavia, proporcionalmente não houve variação significativa, ou seja, essa condição permaneceu atingindo quase 1/3 dos desempregados no país.

Só é considerado desempregado aquele trabalhador que não está ocupado no mercado de trabalho, tem disponibilidade para trabalhar e está, efetivamente, em busca de uma vaga.

A análise trimestral dos dados sugere que, quanto mais tempo o trabalhador fica desempregado, maior a dificuldade dele em conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.

A grande maioria dos trabalhadores que buscava nova oportunidade de trabalho ao final do 2º trimestre deste ano estava na fila do desemprego há mais de um mês, mas a menos de um ano, proporção 2 pontos percentuais maior que a observada no 1º trimestre.

Segundo o IBGE, historicamente é na faixa entre mais de 1 mês e menos de 1 ano que se concentra a maior parcela dos desempregados no país. No segundo trimestre de 2020, auge da crise provocada pela pandemia, os desempregados nesta faixa representavam 58% do total, proporção recorde de toda a série histórica da pesquisa.

Vera Lúcia, do PSTU, registra de candidatura à Presidência no TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu o pedido de registro de candidatura da operária Vera Lúcia, do PSTU, à presidência da República. A candidata à vice-presidência é a indígena Raquel Tremembé.

No pedido de registro, Vera declarou depósito de R$ 8,8 mil em poupança como único item da lista de bens. De acordo com informações do site do TSE, ainda não houve cadastramento da lista de bens de Raquel.

A candidatura do PSTU não tem coligações e o partido não participa de nenhuma federação partidária.

Conforme proposta de governo enviada ao TSE, a chapa do PSTU defende uma “alternativa socialista à barbárie promovida pelo capitalismo”.

O pedido de registro de candidatura na Justiça Eleitoral é o primeiro passo para a oficialização dos nomes dos candidatos que foram aprovados nas convenções partidárias e pretendem concorrer às eleições de outubro.

Oficialmente, a campanha eleitoral, quando os candidatos podem efetivamente pedir votos e divulgar seus números, começa no dia 16 de agosto. O registro no TSE e nos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) deve ser feito até o dia 15 de agosto.

Pesquisa BTG/FSB: vantagem de Lula para Bolsonaro cai de 13 para 7 pontos

A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial deste ano caiu de 13 para 7 pontos percentuais, de acordo levantamento FSB Pesquisa para o banco BTG Pactual divulgado na segunda-feira (08).

De acordo com a sondagem, Lula aparece com 41% das intenções de voto para o pleito de 2 de outubro, contra 44% na sondagem realizada no final de julho, ao passo que Bolsonaro soma agora 34%, ante 31% no levantamento anterior. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais.

Ciro Gomes (PDT) soma 7%, contra 9% na pesquisa anterior e Simone Tebet (MDB) atingiu 3%, ante 2% na sondagem anterior. Os outros candidatos somados, entre eles André Janones (Avante), que já anunciou desistência da disputa, chegam a 5%, ante 4% na pesquisa anterior.

O levantamento apontou ainda que a vantagem de Lula sobre Bolsonaro também caiu na simulação de segundo turno entre ambos, de 18 pontos no final de julho para 12 pontos agora.

O petista aparece com 51% na simulação de segundo turno, ante 54%. Já Bolsonaro soma 39%, ante 36% na sondagem anterior.

O levantamento apontou ainda que Bolsonaro é o candidato com maior percentual de rejeição, mas a taxa recuou, 53% dos entrevistados afirmam que não votariam nele de jeito nenhum, ante 58% na pesquisa anterior. O segundo mais rejeitado é Ciro, com 49%, ante 47%, seguido por Lula com 45%, 42% antes. Tebet tem 27% de rejeição, ante 28% na pesquisa anterior.

Ainda de acordo com o levantamento, 44% dos entrevistados avaliam o governo Bolsonaro como ruim ou péssimo, ante 47% na pesquisa anterior. Ao mesmo tempo, os que enxergam a gestão como boa ou ótima somam 33%, ante 31%, e os que a veem como regular são 22%, ante 20%.

Ainda, 54% desaprovam a maneira de Bolsonaro governar, ante 58% na pesquisa anterior, ao passo que 40% a aprovam, ante 36% no levantamento anterior.

Na sondagem contratada pelo banco BTG Pactual, a FSB Pesquisa ouviu 2.000 pessoas por telefone entre os dias 5 e 7 de agosto.

Bolsonaro volta a falar em legítima defesa para defender armamento da população

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar em legítima defesa na manhã de terça-feira (09), durante discurso a executivos da indústria de proteína e saúde animal. “Povo armado dá garantia a si, à sua propriedade e ao Brasil. Povo armado jamais será escravizado”, disse Bolsonaro na abertura do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (SIAVS), evento promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Ainda sobre defesa das propriedades agrícolas, o presidente disse que as invasões às terras rurais diminuíram de quatro por dia para quatro invasões por ano. “Cortamos recursos que iram para o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra via ONGs. Praticamente acabamos com MST no bom sentido. Dos 370 títulos que distribuímos, 90% foram para mulheres”, afirmou.

No mesmo evento, o presidente não poupou de críticas ao seu principal oponente na corrida presidencial. Sem citar nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT), ele se referiu ao petista e ao seu governo como resultados de uma escolha errada pelo povo brasileiro. “Se o cara tem uma Ferrari, não tenho nada contra… até queria ter uma na minha garagem, e a dá para um bêbado dirigir, vai dar errado”, disse Bolsonaro.

Segundo o presidente, o Brasil quer um governo que dê lealdade a seu povo não da boca para fora, mas da “caneta Bic para fora”. E mais uma vez, referindo-se a Lula e suas críticas a um não posicionamento do Brasil no conflito bélico no Leste Europeu, o presidente disse que “não vou resolver a guerra da Rússia tomando cerveja com ninguém”.

Remetendo-se ao encontro que teve com representantes da indústria financeira na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Bolsonaro disse que indagou a um banqueiro se este daria um emprego a um ex-funcionário que o roubou. “Eu perguntei a um banqueiro ontem lá na Febraban se ele daria emprego a um ex-funcionário que o roubou voltasse oito anos depois pedindo um emprego”, provocou o presidente da República.

Bolsonaro disse ainda que, durante o evento da Febraban, na segunda-feira, deu uma de pastor e que falou aos banqueiros que “quanto mais rico o homem for, mais ele se afasta de Deus”. Ele também disse que teria sido aplaudido de pé no encontro com os banqueiros.

Por fim, disse que “o pessoal está gostando da redução dos preços dos combustíveis, que antes havia superfaturamento da Petrobras e que as pessoas saberão fazer as escolhas certas nas eleições”.

Lula defende reforma administrativa e tributária e diz que ‘não existe 3ª via’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, durante discurso na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na terça-feira (09), que, caso eleito, irá governar “sem surpresas” e falou sobre temas que geram controvérsia entre o empresariado – como posições a respeito de teto de gastos e reforma trabalhista. O petista pediu diálogo com o agronegócio, defendeu que haja reforma administrativa e tributária e criticou a busca por uma terceira via na eleição deste ano.

Depois de duas horas e de responder a algumas perguntas de representantes da Fiesp, Lula afirmou que não disputará reeleição se for eleito, fez piadas e buscou construir pontes com empresários que estavam no encontro. O petista também fez referências e elogios ao vice, Geraldo Alckmin (PSB), e também a José Alencar, que foi vice-presidente nos dois mandatos do petista e é pai do atual presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva.

Sobre reforma tributária, o ex-presidente prometeu encampar o assunto no início de um eventual governo e afirmou que é preciso aumentar a taxação sobre patrimônio. “Alguém vai ter que pagar a conta e o mais rico vai ter que pagar a conta”, afirmou. “Se a gente conseguir desonerar cada vez mais a produção e aumentar a possibilidade de onerar o patrimônio da pessoa, a gente pode estar fazendo justiça tanto com o consumidor quanto com produtor”, disse.

“Estou convencido de que logo depois da posse temos que colocar esse assunto para discutir”, disse Lula, que prometeu tratar o tema de forma imediata se eleito. O ex-presidente afirmou que é preciso tornar o projeto público antes de levar à votação no Congresso.

No discurso, Lula cobrou que o empresariado se envolva para garantir aprovação de reforma tributária. “Essa é uma coisa que vou desafiar vocês, nós vamos ter que definir qual política tributária é boa para esse país. Porque, em abril de 2007, fiz uma política tributária e fui levar pessoalmente ao Congresso achando que ia ser aprovada por unanimidade. Até hoje não foi votada”, disse. “Então é o seguinte, gente, cada um de vocês tem uma bancada naquele Congresso. Quando tiver uma proposta de reforma tributária nós vamos ter que fazê-la ser aprovada. Porque quando chega lá dentro são 513 reformas tributárias”, afirmou.

Lula repetiu uma parte do discurso que tem feito reservadamente em reuniões com empresários, o de que irá governar, se eleito, com “credibilidade, estabilidade e previsibilidade”. Ele defendeu que o País “volte à normalidade” e disse que “não haverá política de surpresa”. Disse ainda que “ninguém quer desmontar o que está dando certo”.

“Não vamos meia-noite apresentar um pacote. Na minha vida não existe isso. Tudo será público. É isso que eu vim dizer a vocês. Pensem no que vai acontecer nesse país”, afirmou. “Não estou voltando à Presidência para fracassar”, disse Lula.

Bolsonaro sanciona LDO de 2023 com vetos

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com vetos, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, que havia sido aprovado pelo Congresso no mês passado, informou a Secretaria-Geral da Presidência na quarta-feira (10).

A nova lei orçamentária, que apresenta a meta de déficit primário de 65,91 bilhões de reais para o Orçamento Fiscal, entra em vigor imediatamente e não depende de qualquer nova deliberação.

O texto manteve expectativas de que o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescimento de 2,5% em 2023, com taxa de câmbio de 5,30 reais, taxa Selic de 10% e a inflação medida pelo IPCA em 3,3%.

Entre os dispositivos vetados pelo governo está a possibilidade de alteração da meta de resultado primário em decorrência do uso do IPCA como referência para a inflação por parte do Congresso Nacional, medida distinta da utilizada na elaboração da LDO de 2023.

Também foram vetadas a necessidade de devolução de recursos não utilizados por entes federados por meio de transferências especiais à União, possibilidade de organizações sociais receberem recursos por termo de colaboração com entidades filantrópicas e a previsão de direcionamento de recursos do orçamento do Ministério da Saúde para a implantação de sistemas fotovoltaicos em entidades privadas.

Orçamento de 2023 não tem lugar para R$ 142,7 bilhões em promessas eleitorais

O Orçamento de 2023, que o governo precisa enviar até o fim do mês para análise do Congresso, já tem um buraco de R$ 142,7 bilhões caso todas as principais promessas do presidente Jair Bolsonaro sejam atendidas. Entre elas, estão a manutenção do valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil; a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF); o reajuste salarial para os servidores; e a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre o diesel, gás de cozinha e gasolina.

Economistas de fora do governo avaliam que o projeto orçamentário corre o risco de se transformar numa peça de “ficção”, que serviria mais para turbinar a campanha à reeleição de Bolsonaro.

A área econômica já reservou R$ 17 bilhões para a correção da tabela do IR e outros R$ 11,7 bilhões para o funcionalismo, mas ainda tenta demover o Palácio do Planalto da promessa de manter a desoneração da gasolina, deixando apenas a prorrogação da desoneração do diesel. Se a desoneração valer para os dois, o custo extra chegaria a R$ 54 bilhões. O projeto de Orçamento não deverá especificar como a reserva para o aumento dos salários será dividida entre as carreiras, tampouco o modelo de correção do IR.

Em entrevista recente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acenou com a possibilidade de correção dos salários com base na inflação prevista para o ano que vem, mas técnicos do governo preferem priorizar algumas carreiras que têm hoje salários mais defasados em relação à iniciativa privada.

Os técnicos do Ministério da Economia buscam ainda uma saída técnica para não incluir o Auxílio Brasil de R$ 600 no projeto de Orçamento por falta de espaço no teto de gastos, mas Bolsonaro tem cobrado a elevação do piso do benefício social. Ele até já se adiantou e acenou com o envio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para acomodar o aumento de gastos.

Com o valor do Auxílio em R$ 400, o custo das promessas a serem “incluídas” no projeto de Orçamento cai para R$ 92,8 bilhões. Nesse cenário, segundo apurou o Estadão, o orçamento do Auxílio Brasil subiria R$ 10,1 bilhões no ano cheio, passando de R$ 89 bilhões para R$ 99,145 bilhões. Com R$ 600, o valor chegaria a R$ 150 bilhões, sem considerar mais recursos para os benefícios adicionais previstos no programa, como o auxílio rural, urbano e creche.

Técnicos do governo avaliam que a elaboração do projeto está sendo mais complexa porque existiria um Orçamento do “candidato” e outro do “presidente”. Um dos riscos é o governo prever gastos menores do que é esperado para acomodar as demandas do presidente.

O espaço poderia ser maior se o Ministério da Economia não tivesse ainda de acomodar cerca de R$ 19 bilhões em emendas parlamentares de relator, provenientes do chamado orçamento secreto. O presidente acertou que não vai vetar essas emendas na sanção da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Para o coordenador do Observatório Fiscal da Fundação Getulio Vargas, Manoel Pires, o custo do lado da redução das receitas seria mais fácil de ser acomodado com o aumento do déficit previsto para o ano que vem. Já do lado das despesas, o teto de gastos é um limitador legal. Segundo ele, é possível incorporar as renúncias de tributos no Orçamento sem precisar compensação com o corte de despesas ou aumento de tributos.

“Está ficando evidente que tem muita coisa fora, e que o Orçamento está ficando cada vez mais distante do que o País precisa”, diz Pires. Para a economista da Tendências Juliana Damasceno, seria “enorme” a probabilidade de o Orçamento a ser enviado para o Congresso ficar mais próximo de uma “peça de ficção”. “A gente já viu isso acontecer antes. E, neste ano, por motivo eleitoral, o Orçamento acabou se desvirtuando do seu compromisso.”

STF aprova, por unanimidade, reajuste de 18% para ministros da própria corte

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, por unanimidade de votos, o Orçamento do Poder Judiciário para 2023 com reajuste de 18% no salário dos magistrados da corte e o envio da proposta de recomposição salarial ao Congresso Nacional, informou o tribunal.

Os ministros decidiram em sessão administrativa concluída nesta quarta que, se aprovada a proposta pelo Congresso, será concedida recomposição a partir de um escalonamento de 4,5% em quatro parcelas sucessivas, não cumulativas, as duas primeiras em abril e agosto de 2023 e as restantes em janeiro e julho de 2024.

“As propostas submetidas à análise do colegiado foram apresentadas ao Supremo em patamares maiores, mas foram reduzidas, ambas para 18% de forma parcelada entre 2023 e 2024, para serem contempladas no Orçamento do Poder Judiciário, a ser votado no Congresso Nacional”, publicou a corte em sua página.

Com isso, o salário dos ministros do Supremo passaria dos atuais 39.293,32 reais para 46.366,11 reais.

Como o salário dos ministros do STF representa o teto do funcionalismo, os reajustes aos ministros tradicionalmente geram um efeito cascata de aumentos no Poder Judiciário e em outras categorias.

Ministros apontam ingresso na OCDE como prioridade no plano externo

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse que as ações que o Brasil vem implementando para ser formalmente admitido na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já mobilizam centenas de servidores públicos federais, resultando em uma “nova dinâmica de trabalho em várias esferas”.

“O processo de acessão à OCDE é muito importante e um objetivo de Estado prioritário para o nosso governo”, declarou Nogueira ao participar da abertura do 6º Fórum Nacional de Controle. Realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o evento tem como tema Novas Perspectivas da Governança Aplicadas ao Controle.

“Vivemos um momento-chave para a história do nosso país e o tema [do fórum] deste ano ganha um espaço e um valor ainda mais significativo em razão deste momento”, acrescentou Nogueira.

Ainda durante a abertura do evento, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, destacou que compete ao Itamaraty coordenar os esforços brasileiros para ingressar na OCDE.

“Para que tal objetivo tenha êxito, o Brasil tem realizado importantes reformas e participado de comitês da OCDE que orientam quanto à adoção das melhores práticas de gestão”, disse o chanceler, mencionando um “movimento internacional” em busca de aprimorar a gestão e a governança na administração pública.

Criada em 1961, e com sede em Paris, a OCDE é uma organização internacional formada atualmente por 37 países, incluindo algumas das principais economias desenvolvidas do mundo, como Estados Unidos, Japão e países da União Europeia. O Brasil, que desde 2007 é considerado um parceiro-chave ativo da organização, formalizou o interesse em tornar-se membro pleno em 2017, durante o governo de Michel Temer.

Em janeiro deste ano, considerando “o progresso feito pelo Brasil” em termos de ajustes prévios às normas da organização, o conselho da OCDE formalizou ao governo brasileiro o convite para que o país passe a integrar o grupo. Em junho, o conselho aprovou o Roteiro para a Adesão do Brasil à Convenção da OCDE, estabelecendo os termos e as condições a serem cumpridas pelo país.

Desde então, segundo a própria organização, servidores brasileiros, especialistas dos países-membros da OCDE e representantes do secretariado da entidade tem se reunido regularmente a fim de discutir temas mutuamente acordados. “O Brasil tem valorizado a oportunidade de discutir questões e desafios políticos importantes num contexto multilateral e de aprender com as experiências dos países da OCDE que enfrentam desafios semelhantes em muitas áreas”, assegura a OCDE, em seu site. “O relacionamento também tem beneficiado os membros da organização e as economias que não integram o grupo, permitindo-lhes adquirir uma melhor compreensão do Brasil, à medida que este tenha se tornado um ator importante na economia globalizada.”

“Como exemplo desses esforços, ainda em 2017, foi instituído, no Ministério das Relações Exteriores, o Comitê de Governança, Integridade, Risco e Controle, que tem o objetivo deliberar sobre temas de gestão transversal e sobre as atividades do Itamaraty no Brasil e no exterior”, acrescentou França.

Ministério Público segue Judiciário e vai propor reajuste salarial de 18%

O Ministério Público engrossou o movimento por reajuste salarial. Antes mesmo de o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar uma proposta de correção de 18% no salário dos magistrados, o Conselho Nacional do Ministério Público Federal havia referendado, na semana passada, um projeto com correção de 13,5% para procuradores e promotores. Como o porcentual do STF é maior, o presidente do Conselho, o procurador-geral da República, Augusto Aras, vai elevar para o mesmo patamar chancelado pelos ministros do Supremo.

Segundo assessoria do Ministério Público da União (MPU), o modelo de reajuste para procuradores, promotores e servidores seguirá o que foi proposto para os magistrados. O aumento será pago em quatro parcelas entre 2023 e 2024. Procuradores e servidores do MPU levaram a Aras a necessidade do reajuste de 18% por causa do chamado “princípio da paridade”, que impõe a necessidade de o Judiciário e o Ministério Público terem vencimentos equiparáveis.

A proposta de aumento de 13,5% havia sido aprovada pelo Conselho Superior no último dia 5, na expectativa de que o Supremo determinasse o mesmo porcentual para os seus quadros. Os ministros da Corte, no entanto, acabaram apresentando ao Congresso um valor maior. Tanto o reajuste dos salários do STF como a proposta do MPU precisam de aprovação no Congresso.

Para o diretor executivo do sindicato dos servidores do MPU, Adriel Gael, o fato de o STF ter previsto um reajuste de 18% para os ministros e os funcionários do Poder Judiciário “abriu caminho, pelo princípio da paridade”.

Em Minas, Bolsonaro reduz pela metade vantagem de Lula e aparece 9 pontos atrás, segundo pesquisa Quaest

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) diminuiu pela metade a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em pesquisa de intenção de voto Quaest realizada em Minas Gerais para a eleição presidencial de outubro, e agora aparece 9 pontos atrás do petista no Estado, mostrou levantamento divulgado na sexta-feira (12).

De acordo com a pesquisa, Lula tem 42% da preferência dos eleitores mineiros, ante 46% no mês passado. Bolsonaro, por sua vez, soma 33%, ante 28% na sondagem anterior. A diferença entre os dois primeiros colocados passou de 18 pontos em julho para 9 pontos agora. A margem de erro da pesquisa, que é feita com entrevistas presenciais, é de 2 pontos percentuais.

Ainda segundo o levantamento, a soma dos demais candidatos à Presidência em Minas Gerais é de 9%, ante 11% no levantamento anterior.

O resultado em Minas repete uma tendência de recuperação de Bolsonaro também registrada em São Paulo pela Quaest. Pesquisa divulgada na véspera mostrou que Lula e Bolsonaro estão tecnicamente empatados no Estado, com 37% para o petista e 35% para o atual presidente. Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, com 10,41% do eleitorado apto a votar. Fica atrás apenas de São Paulo, com 22,16%.

No âmbito nacional, levantamento Quaest divulgado no início do mês mostrou que a vantagem numérica de Lula sobre Bolsonaro diminuiu de 14 para 12 pontos percentuais (44% a 32%), ainda que a variação dos dois candidatos tenha se dado dentro da margem de erro da sondagem.

O apoio a Bolsonaro tem subido em especial entre as pessoas que recebem o Auxílio Brasil, programa social do governo federal que teve seu valor ampliado de 400 para 600 reais. Nesse recorte do eleitorado, o apoio ao presidente passou de 16% para 25% em MG, enquanto Lula teve queda de 60% para 53%. Mas também houve melhora para o presidente entre aqueles que não recebem o benefício, passando de 30% para 35%. Nesse grupo, o apoio a Lula recuou de 44% para 40%.

Além do aumento do benefício, Bolsonaro aposta em medidas que foram aprovadas a toque de caixa para baixar impostos e forçar a queda de combustíveis para subir nas pesquisas.

Produção de veículos sobe 33,4% em julho ante julho de 2021, diz Anfavea

No maior volume em 20 meses, a produção da indústria de veículos terminou julho marcando crescimento de 33,4% em relação ao mesmo período de 2021. Frente a junho, a alta foi de 7,5%, conforme balanço divulgado pela Anfavea, a associação que representa as montadoras.

Entre carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, caminhões e ônibus, 219 mil unidades foram produzidas no mês passado, número mais alto desde novembro de 2020 (238,2 mil).

A irregularidade no fornecimento de peças ainda persiste, sendo responsável no mês passado por paradas, de parte ou toda a produção, em fábricas de marcas como Volkswagen, Nissan, Renault e Mercedes-Benz.

A reabertura do porto de Xangai, após restrições que, entre abril e maio, congestionaram o transporte internacional de mercadorias, trouxe, porém, um alívio ao fluxo de peças.

No acumulado desde o primeiro dia do ano, a queda de produção nas montadoras foi reduzida a 0,2% na comparação com igual período de 2021, somando agora 1,31 milhão de unidades.

Farmacêutica Biolab compra canadense Exzell Pharma

A brasileira Biolab comprou a farmacêutica canadense Exzell Pharma, segundo comunicado da companhia. A aquisição foi feita pela subsidiária canadense da Biolab. A Exzell Pharma tem uma infraestrutura de vendas e marketing e é dona de marcas conhecidas como Swiss Naturals, Salinex, Esoph e Myoflex.

O valor do negócio não foi revelado. No comunicado, o presidente-executivo da Biolab, Cleiton Castro Marques, disse que a aquisição reforça as atividades internacionais da empresa. O portfólio da Exzell é focado em gastroenterologia, dermatologia, vitaminas e suplementos.

Importações atingem novo recorde e chegam a US$ 8,3 bilhões em julho, diz Abiquim

As importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 8,3 bilhões em julho, novo recorde mensal, aumento de 4,5% na comparação com o mês anterior, junho, e de 57,3% em relação ao mês de julho de 2021. Desde o início do ano, os valores importados são consecutivamente superados, tendo em julho atingido esse novo recorde, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Já em termos de volumes, as movimentações foram, no mês, de pouco mais do que 6 milhões de toneladas, com elevações de 5,8% na comparação com junho e de 13,8% em relação ao mesmo mês de 2021.

As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, somaram, em julho, US$ 1,53 bilhão, movimentando 1,2 milhão de toneladas, recuos, respectivamente, de 9,5% (valor) e de 13,9% (quantidades físicas) em relação a junho.

No acumulado deste ano, as importações de produtos químicos foram de praticamente US$ 46,9 bilhões, o que representa um avanço de 54,5% em relação ao mesmo período de 2021. Já as exportações brasileiras dessas mercadorias tiveram um aumento de 34%, totalizando US$ 10,3 bilhões até julho. Ambos os fluxos tiveram seus resultados fortemente influenciados pelos elevados patamares de preços internacionais, com termos de trocas, em média, 40% superiores àqueles acumulados entre janeiro e julho do ano passado.

Com esses resultados, o déficit na balança comercial de produtos químicos chegou, até julho, à marca de US$ 36,5 bilhões, aumento de 70,3% em relação ao mesmo período de 2021. Nos últimos 12 meses, de agosto de 2021 a julho deste ano, o déficit comercial somou US$ 60,1 bilhões, podendo ultrapassar, até o final do ano, a marca de US$ 65 bilhões.

Bares e restaurantes têm o melhor desempenho do ano em julho

Bares e restaurantes têm o melhor desempenho do ano em julho, mas número de estabelecimentos com prejuízo ainda preocupa, informou a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

O número de bares e restaurantes que tiveram lucro aumentou de 35% para 37% em julho de 2022 e os que fecharam o mês com prejuízo caíram de 29% para 26%.

O representante da Abrasel, José Camargo, disse que o setor está otimista para os próximos meses, mas que ainda preocupa o grande número de estabelecimentos com prejuízo e com dívidas acumuladas.

Entre os estabelecimentos que tiveram prejuízo em julho, 75% deles apontam que a inflação é o principal fator para o resultado negativo.

Por outro lado, a associação estima que o setor pode contratar até 100 mil novos trabalhadores até o final do ano, aproveitando a Copa do Mundo e as festas de Natal e ano novo.

Dos estabelecimentos consultados pela pesquisa, 35% disseram que esperam contratar novos empregados no futuro e 11% afirmaram que têm intenção de demitir trabalhadores.

A pesquisa da Abrasel entrevistou donos de 1.484 bares ou restaurantes de todo o Brasil.

Vendas no varejo do Brasil têm em junho maior queda desde fim de 2021, e acima do esperado

As vendas no varejo do Brasil chegaram ao fim do segundo trimestre com a maior queda mensal desde o final do ano passado, recuando mais do que o esperado, com perdas disseminadas entre as atividades em meio à inflação elevada.

Em junho o setor registrou contração de 1,4% nas vendas na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados na quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado é o segundo seguido no vermelho, com o setor acumulando nesses dois meses perda de 0,8% na comparação com o bimestre anterior. Também foi a contração mais intensa desde dezembro do ano passado (-2,9%), mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de recuo de 1,0%.

Na comparação o mesmo mês do ano anterior, as vendas recuaram 0,3%, também pior do que a expectativa de estabilidade.

O desempenho do setor varejista brasileiro veio mostrando perda de força ao longo do ano, com medidas de auxílio do governo e a recuperação do emprego sendo compensadas pela inflação elevada e pelo aperto de crédito.

O segundo semestre, entretanto, deve registrar novo fôlego, com a combinação da redução do ICMS de itens essenciais e aumento da renda das famílias com a PEC dos Benefícios, que tem por objetivo aumentar ou criar novos benefícios sociais.

Entre as oito atividades pesquisadas, sete tiveram retração no mês. As maiores influências sobre o índice geral foram exercidas pelas contrações de 5,4% nas vendas de tecidos, vestuário e calçados e de 0,5% em hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.

A única atividade a apresentar crescimento das vendas em junho foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, de 1,3%.

“Esse é um tipo de produto que, na maioria das vezes, você não consegue substituir. Isso aumenta o dispêndio de uma família que pode ter que gastar nessa atividade e diminuir o consumo em outras”, avaliou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve recuo no período de 2,3%. Tanto o setor de veículos e motos, partes e peças (-4,1%) quanto o de material de construção (-1,0%) recuaram.

Setor de serviços cresceu de 0,7% em junho, aponta pesquisa

Na passagem de maio para junho, o setor de serviços cresceu 0,7%, registrando a segunda alta seguida e acumulando ganhos de 2,2% desde março, chegando a 7,5% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Com relação ao nível mais alto da série histórica, ficou 3,2% abaixo de novembro de 2014. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada na quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com junho do ano passado, o volume do setor de serviços teve alta de 6,3%, a 16ª taxa positiva seguida, com expansão em quatro das cinco atividades. Apenas outros serviços tiveram queda nessa análise, com queda de 4,2%, acumulando perda de 1,6% nos 12 meses encerrados em junho de 2022.

O acumulado em 12 meses no volume de serviços total vem registrando diminuição no ritmo, ao passar de 11,7% em maio para 10,5% em junho de 2022.

De acordo com o analista da pesquisa Luiz Almeida, quatro das cinco atividades que integram o levantamento registraram crescimento em volume. Ele destaca que a alta de 0,6% no setor de transportes foi a principal influência no resultado do mês, em especial o transporte dutoviário, rodoviário de cargas e transporte coletivo de passageiros.

“O setor de transportes encontra-se 16,9% acima do patamar pré-pandemia, ultrapassando esse nível em maio de 2021 e se mantendo acima desde então. Ou seja, já são 14 taxas acima do nível de fevereiro de 2020. O setor foi beneficiado inicialmente pelo aumento do transporte de cargas, muito disso devido ao aumento observado nas vendas online durante a pandemia, gerando impacto na cadeia logística, e, posteriormente, a recuperação do transporte de passageiros ajudou a impulsionar o setor”, explicou.

IBGE eleva previsão de safra de café do Brasil para 53,2 milhões de sacas

A estimativa da produção brasileira de café em 2022 foi elevada em 0,8% na comparação com a previsão do mês anterior, para 53,2 milhões de sacas de 60 kg, apontou o IBGE na quinta-feira (11).

O instituto de estatísticas do governo afirmou que a safra, com colheita caminhando para o final, deverá crescer 8,6% em relação a 2021.

Considerando somente a produção de café arábica, a estimativa ficou em 35,1 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior, quando o ano foi de baixa produtividade devido ao ciclo bianual.

A safra poderia ter crescido ainda mais em 2022 não fosse o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021, inclusive com a ocorrência de geadas em algumas regiões produtoras.

Para o café canéfora (robusta e conilon), a estimativa da produção foi de 18,1 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 2,4% em relação ao mês anterior e de 6,8% em relação a 2021.

Abras revisa previsão de crescimento anual do setor de supermercados de 2,8% para 3% a 3,3%

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revisou para cima sua projeção de crescimento anual do setor de 2,8% para 3% a 3,3%. As razões apresentadas para a melhora de perspectiva foram a melhora no índice de inflação, o aumento do emprego formal e os recursos que começaram a ser injetados na economia nesta semana com o pagamento dos auxílios do pacote de benefícios aprovados pelo Congresso Nacional.

“Esse dinheiro vai movimentar o consumo nos lares, então, o crescimento em ritmo moderado do primeiro semestre deve ficar para trás. Daqui para frente, o consumo tende a ser mais intenso e estável porque cresceu o número de famílias, aumentou o valor do benefício e novos auxílios foram criados para outras categorias profissionais: caminhoneiros e taxistas”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Para os próximos meses, o pagamento do pacote de benefícios aprovados pelo congresso nacional deve aumentar o consumo nos lares.

A Abras estima que cerca de 50 a 60% dos valores liberados pelo governo devem ser destinados à cesta de consumo.

“Olhando para frente, o comércio tem ao menos três importantes datas para impulsionar as promoções e incentivar consumo nos lares: a Black-Friday, a Copa do Mundo e as festas de fim de ano”, diz Milan.

Outras fontes de recursos são a restituição do imposto de renda (4º e 5º lotes), o resgate de R$ 25 bilhões do PIS/Pasep por 10 milhões de pessoas e o pagamento do 13º terceiro salário para trabalhadores formais, funcionários e servidores públicos.

SELIC

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

O Banco Central divulgou, na terça-feira (09), a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), onde sinalizou, mais uma vez, que avaliará a necessidade de ajuste residual da taxa Selic no próximo encontro, marcado para setembro.

No comunicado da semana passada, quando o Copom anunciou a alta de 0,50 ponto percentual, que elevou a Selic para 13,75%, a autoridade monetária já tinha comentado que talvez fosse preciso um reajuste mais brando, de 0,25 pp por causa da inflação e deterioração fiscal.

Na ata, o Banco Central afirma que o ambiente externo se mantém adverso e volátil, com maiores revisões negativas para o crescimento global, em um ambiente inflacionário ainda pressionado. O crescimento de grandes economias tem sido revisado para baixo, tanto para este quanto para o próximo ano. O texto também apontou para os impactos que a guerra na Ucrânia.

“O Comitê avaliou, com base nas projeções utilizadas e seu balanço de riscos, que a estratégia exigida para trazer a inflação projetada para o redor da meta no horizonte relevante requeria que o ciclo de aperto monetário continuasse avançando significativamente em território ainda mais contracionista, com um ajuste adicional nesta reunião e a manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período suficientemente prolongado.”

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,88% na primeira prévia de agosto, após alta de 0,28% na mesma prévia de julho, informou na terça-feira (09) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Todos os três componentes do indicador arrefeceram no período. O maior recuo ocorreu no Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), que passou de alta de 0,42% para queda de 1,66%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) também migrou para o terreno negativo, de 0,12% em julho para -0,86% em agosto. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), por sua vez, desacelerou de 1,37% na prévia anterior para 0,49% nesta, segundo a FGV.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), a projeção para o IGP-M ficou em 11,12%, ante 11,28% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Brasil voltou a registrar deflação em julho pela primeira vez desde meados de 2020, com a menor taxa desde o início da série histórica em janeiro de 1980, devido às quedas nos preços de combustíveis e energia elétrica graças a medidas do governo para reduzir preços.

Em um sinal de que a inflação já atingiu seu pico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve queda de 0,68% em julho, depois de subir 0,67% no mês anterior. Essa foi a primeira deflação mensal desde maio de 2020 (-0,38%), de acordo com os dados divulgados na terça-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 7,02%, ante 7,11% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

As economias das regiões Nordeste e Sudeste se destacaram no primeiro trimestre deste ano, segundo o Banco Central. O órgão divulgou na quinta-feira (11) o Boletim Regional, que traz dados sobre a evolução econômica por região do país.

De acordo com o documento, o PIB nacional do primeiro trimestre teve crescimento de 1%. Indústria, comércio e serviços apresentaram resultados positivos, mas a agricultura sofreu com a quebra parcial na safra de soja.

Entre janeiro e março, a atividade econômica nordestina cresceu 1,8%. Os destaques foram os serviços e a indústria de transformação; aí entram os segmentos de produtos alimentícios, petróleo, biocombustíveis e veículos.

Já no Sudeste, o desempenho do comércio, da indústria e dos serviços fez a economia avançar 1,7%. São Paulo e Minas Gerais deram as maiores contribuições.

O Centro-Oeste apresentou alta de 0,7%, mas menor frente ao trimestre anterior, quando cresceu 1,6%. Agricultura, indústria, comércio e administração pública foram bem.

O Norte registrou uma queda de 0,2%, o que, segundo o boletim, indica estabilidade, já que no trimestre anterior havia crescido 0,2%. O recuo entre janeiro e março foi influenciado pela retração da indústria mineral do Pará.

A região Sul teve queda de 2,8% na atividade econômica. Enquanto comércio e serviços subiram, indústria e agricultura caíram. Os problemas nas colheitas de soja, arroz e primeira safra de milho, foram as causas principais para o resultado negativo.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), a projeção para o PIB ficou em 2,00%, ante 1,98% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (08), o Ibovespa fechou em alta, em movimento puxado pela disparada das ações da Petrobras, enquanto agentes financeiros esperam novos sinais sobre a Selic. Em dia positivo para o petróleo, os fortes ganhos nas ações da Petrobras foram decisivos para que o Ibovespa conquistasse quase 2 mil pontos nesta sessão. O índice Ibovespa teve alta de 1,81%, a 108.402,27 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,8 bilhões.

Na terça-feira (09), o Ibovespa fechou em alta, conforme Vale acelerou os ganhos para mais de 2% durante a sessão e Itaú Unibanco avançou 2,6% após resultado robusto de segundo trimestre e melhora de previsões para o ano. O índice Ibovespa teve alta de 0,23%, a 108.651,05 pontos. O volume financeiro somou R$ 25 bilhões.

Na quarta-feira (10), o Ibovespa fechou em alta, com ativos de risco beneficiando-se de apostas de menor aperto monetário nos Estados Unidos após alívio da inflação do consumidor norte-americano. O índice Ibovespa teve alta de 1,46%, a 110.235,76 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,3 bilhões.

Na quinta-feira (11), o Ibovespa fechou em queda, encerrando uma série de sete pregões em alta, com BRF e Petrobras puxando o movimento de realização de lucros em sessão repleta de balanços corporativos brasileiros. O índice Ibovespa teve queda de 0,47%, a 109.717,94 pontos. O volume financeiro somou R$ 31 bilhões.

Na sexta-feira (12), por volta das 12h02, o índice Ibovespa operava em alta de 0,98%, a 110.796,14 pontos. Com Hapvida e Marfrig entre as maiores altas após ambas divulgarem resultados operacionais melhores do que as expectativas, enquanto Natura&Co era destaque negativo com prejuízo acima do esperado. O tom mais positivo na bolsa paulista encontra suporte ainda no prognóstico de que o ciclo de altas da Selic no Brasil acabou ou está bastante próximo de seu fim, também na esteira de números melhores sobre os preços no país. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 2,78%, a 112.764,26 pontos pontos. O volume financeiro somou R$ 31 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (12), por volta das 12h10, o dólar registrava queda de 1,30%, cotado a R$ 5,0907 na venda. O dólar passava a cair frente ao real, fazendo uma pausa depois de avançar expressivamente na sessão anterior, enquanto o foco de investidores permanecia sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve, em dia de agenda doméstica fraca.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (05) cotado a R$ 5,0739, indo ao menor patamar em dois meses e engatando a terceira semana consecutiva de perdas, com operadores espelhando a fraqueza da moeda ante divisas emergentes e correlacionadas às commodities em um cenário de esperanças de menor aperto monetário nos EUA.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
15/08/2022