Cenário Econômico Internacional – 30/09/2022

Cenário Econômico Internacional – 30/09/2022

Cenário Econômico Internacional – 30/09/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Internacional desta semana:

Crises de energia e inflação podem levar grandes economias à recessão, diz OCDE

O crescimento econômico global está desacelerando mais do que o previsto há alguns meses, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, à medida que as crises de energia e inflação arriscam desencadear recessões nas principais economias, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na segunda-feira (26).

Embora o crescimento global deste ano ainda deva chegar a 3,0%, uma desaceleração de 2,2% está prevista para 2023, uma revisão para baixo em relação à previsão de junho de 2,8%, disse a OCDE.

O fórum de política com sede em Paris foi particularmente pessimista sobre as perspectivas na Europa, a economia mais diretamente exposta às consequências da guerra da Rússia na Ucrânia.

A produção global no próximo ano está projetada em 2,8 trilhões de dólares abaixo do que a OCDE previu antes de a Rússia atacar a Ucrânia, uma perda de renda mundial equivalente em tamanho à economia francesa.

A OCDE projeta que o crescimento econômico da zona do euro desacelerará de 3,1% este ano para apenas 0,3% em 2023, o que implica que o bloco de 19 países passará pelo menos parte do ano em recessão, definida como dois trimestres seguidos de contração.

Isso marcou um rebaixamento dramático em relação às últimas perspectivas econômicas da OCDE em junho, quando a instituição havia previsto que a economia da zona do euro cresceria 1,6% no próximo ano.

Embora muito menos dependentes de energia importada do que a Europa, os Estados Unidos são vistos entrando em recessão à medida que o Federal Reserve aumenta a taxa de juros para controlar a inflação.

A OCDE prevê que a maior economia do mundo desacelerará de 1,5% de crescimento este ano para apenas 0,5% no próximo, abaixo das previsões de junho de 2,5% em 2022 e 1,2% em 2023.

Enquanto isso, as medidas estritas da China para controlar a disseminação da Covid-19 este ano indicam que sua economia deve crescer apenas 3,2% este ano e 4,7% no próximo, enquanto a OCDE esperava anteriormente 4,4% em 2022 e 4,9% em 2023.

Apesar da rápida deterioração das perspectivas para as principais economias, a OCDE disse que mais aumentos de juros são necessários para combater a inflação, prevendo que as taxas de juros da maioria dos principais Bancos Centrais chegarão a 4% no próximo ano.

Desarmamento nuclear não pode ser um “sonho utópico”, afirma Guterres

O desarmamento não pode ser um sonho utópico. Com essas palavras, o secretário-geral da ONU, António Guterres, iniciou sua mensagem para marcar o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares.

Segundo ele, “eliminar esses dispositivos da morte não é apenas possível, é necessário”. O fim das armas nucleares é um dos objetivos mais antigos das Nações Unidas e foi o assunto da primeira resolução aprovada na Assembleia Geral da organização.

De acordo com a ONU, o mundo ainda tem mais de 12,7 mil armas nucleares.

Guterres ressaltou em sua mensagem que, no mês passado, na 10ª Conferência de Revisão das partes do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, os países “chegaram perto de um consenso sobre um resultado substantivo”.

Para o secretário-geral, num momento crescente de divisão geopolítica, desconfiança e agressão direta, o mundo corre o risco de esquecer as terríveis lições de Hiroshima, Nagasaki e da Guerra Fria, e incitar a um Armagedom humanitário.

O líder das Nações Unidas pediu a todos os Estados que usem as vias de diálogo, diplomacia e negociação para aliviar as tensões e reduzir os riscos de um confronto nuclear.

António Guterres diz que o que precisa agora, de forma mais ampla, é de uma nova visão para o desarmamento nuclear e a não-proliferação.

Financiamento do FMI a países em dificuldades bate recorde

O financiamento do Fundo Monetário Internacional a países em situações de graves dificuldades econômicas disparou para um valor recorde. Com os juros a empurrarem o financiamento para valores mais elevados, o FMI está a ser chamado mais vezes a ser o financiador de último recurso.

Os dados são do Financial Times, que olhou para os programas daquele organismo e concluiu que, no final de agosto, o montante cedido a título de empréstimo ascendia a um total de 140 bilhões de dólares, bem acima do total de 2020 e 2021. O número deverá crescer até ao final do ano, já que há mais programas de assistência a serem negociados pelo FMI.

São cinco os países que entraram em default nos últimos dois anos, sendo que o número de economias em dificuldades tem aumentado, face ao impacto do conflito na Ucrânia e a maiores custos de financiamento.

A Zâmbia e o Sri Lanka entraram em insolvência durante a pandemia e estão, a par do Líbano, Rússia e Suriname, numa situação de “default”. Os dois países estão por isso, nesta fase, em negociações com o FMI para reestruturarem as suas dívidas. Gana, Egito e Tunísia estão também em conversas iniciais com o organismo de Washington para um apoio financeiro semelhante.

Além disso, o FMI aprovou no final de agosto um pacote de resgate para o Paquistão no valor de 1,1 bilhão de dólares e a Argentina está prestes a receber 3,9 bilhões de euros de empréstimo do seu pacote de resgate total de 41 bilhões.

A política monetária seguida pelos Bancos Centrais tem desencadeado um agravamento dos custos de financiamento, sendo que a maioria dos economistas aponta para os riscos de uma recessão global. Um cenário que empurrará mais países para situações de graves dificuldades financeiras.

Segundo o Financial Times, há também já vários analistas que a capacidade de empréstimo do FMI poderá em breve chegar ao limite, já que os países pobres que estão bloqueados no mercado internacional de dívida serão forçados a recorrer ao fundo para obter acesso a liquidez.

Bancos Centrais podem empurrar economia mundial para uma recessão mais profunda

Os Bancos Centrais ao redor do mundo estão aumentando os juros no aperto mais generalizado da política monetária já registrado. Alguns economistas temem que possam ir longe demais se não levarem em conta seu impacto coletivo na demanda global.

De acordo com o Banco Mundial, o número de aumentos de taxas anunciados pelos Bancos Centrais em todo o mundo foi o mais alto em julho desde que os registros começaram no início da década de 1970. O Federal Reserve apresentou seu terceiro aumento de 0,75 ponto percentual em tantas reuniões. Na semana passada, seus pares na Indonésia, Noruega, Filipinas, África do Sul, Suécia, Suíça, Taiwan e Reino Unido também subiram juros.

Além disso, o tamanho desses aumentos de taxa é maior do que o normal. Em 20 de setembro, o Riksbank da Suécia aumentou sua taxa de referência em um ponto percentual. Até então, nunca havia aumentado ou reduzido as taxas em mais de meio ponto desde que adotou sua estrutura atual em julho de 2002.

Esses Bancos Centrais estão respondendo quase universalmente à alta inflação. A inflação no G-20, grupo das 20 principais economias do mundo, foi de 9,2% em julho, o dobro da taxa do ano anterior, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Taxas mais altas esfriam a demanda por bens e serviços e tranquilizam as famílias e as empresas de que a inflação será reduzida no próximo ano. Mas alguns temem que os Bancos Centrais estejam efetivamente buscando respostas locais para o que é um problema global de excesso de demanda e preços altos. Eles alertam que os Bancos Centrais como um grupo irão longe demais, e empurrarão a economia mundial para uma recessão mais profunda do que o necessário.

“O perigo atual não é tanto que os movimentos atuais e planejados acabem por falhar em conter a inflação. É que eles coletivamente vão longe demais e levam a economia mundial a uma contração desnecessariamente dura.”, escreveu Maurice Obstfeld, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), no início deste mês em uma nota para o Instituto Peterson de Economia Internacional, onde é membro sênior.

Há poucos sinais de que os Bancos Centrais vão fazer uma pausa e fazer um balanço do impacto de seus aumentos de taxas até o momento. O Fed indicou na quarta-feira que provavelmente aumentará as taxas de 1 ponto percentual para 1,25 ponto percentual nas próximas duas reuniões.

Economistas do JPMorgan esperam que banqueiros centrais do Canadá, México, Chile, Colômbia, Peru, zona do euro, Hungria, Israel, Polônia, Romênia, Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Índia, Malásia e Tailândia elevem as taxas em reuniões de política programadas durante o final de outubro.

Essa é uma série de poder de fogo do Banco Central com poucos precedentes. Mas todos eles precisam estar fazendo tanto se todos estão fazendo a mesma coisa? A maioria dos economistas aceita que a inflação em qualquer país não se deve apenas a forças dentro desse país. A demanda global também afeta os preços de bens e serviços facilmente negociados.

Mercado acionário dos EUA e câmbio ao longo da semana

Na segunda-feira (26), as bolsas de valores de Nova York fecharam em queda, com investidores ainda preocupados com o aperto agressivo da política monetária pelo Federal Reserve e seu impacto na economia dos Estados Unidos. Em meio ao temor de investidores de que a campanha agressiva do Federal Reserve contra a inflação possa levar a economia norte-americana a uma forte desaceleração. O índice Dow Jones teve queda de 1,08%, a 29.271,25 pontos. O índice S&P 500 teve queda de 1,01%, a 3.655,99 pontos. E o índice Nasdaq teve queda de 0,60%, a 10.802,53 pontos.

Na terça-feira (27), as bolsas de valores de Nova York fecharam mistas, após abertura positiva, o ambiente piorou após dois indicadores dos Estados Unidos que podem reforçar a expectativa de aperto monetário pelo Federal Reserve. Alguns dirigentes do BC dos EUA se pronunciaram, e nesse quadro o índice S&P 500 atingiu mínima intraday desde novembro de 2020. O índice Dow Jones teve queda de 0,43%, a 29.134,99 pontos. O índice S&P 500 teve queda de 0,21%, a 3.647,29 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 0,25%, a 10.829,50 pontos.

Na quarta-feira (28), as bolsas de valores de Nova York fecharam em alta, em uma sessão com maior busca por ativos de risco após as recentes quedas. A intervenção do Banco da Inglaterra reduziu as turbulências do mercado local, que vinham se espalhando para outras economias, enquanto dirigentes do Federal Reserve deram algum alívio na intensidade na qual se espera um aperto monetário da autoridade. O índice Dow Jones teve alta de 1,88%, a 29.683,74 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 1,97%, a 3.719,04 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 2,05%, a 11.051,64 pontos.

Na quinta-feira (29), as bolsas de valores de Nova York operavam em queda, com as preocupações sobre uma desaceleração econômica global devido a aumentos agressivos dos juros pelos bancos centrais e os riscos de potencial contágio de turbulência nos mercados do Reino Unido elevando a aversão a risco. Por volta das 14h00, o índice Dow Jones registrava queda de 1,76%, a 29.161,14 pontos. O índice S&P 500 registrava queda de 2,33%, a 3.632,34 pontos. E o índice Nasdaq registrava queda de 3,23%, a 10.694,33 pontos.

DÓLAR

Fechando a semana, na sexta-feira 23.09.22 – O dólar comercial encerrou a sexta-feira (23) cotado a R$ 5,2485 com alta de 2,62%. A trégua no mercado financeiro durou pouco. Um dia após ter forte queda, o dólar teve a maior alta diária desde abril e voltou a encostar em R$ 5,25. O Banco Central interveio no mercado e vendeu US$ 2 bilhões das reservas internacionais conjugados com leilões de recompra no mercado interbancário. Esse tipo de operação não era feito desde o fim de 2021.

Na segunda-feira (26) – O dólar à vista registrou alta de 2,53%, cotado a R$ 5,3814 na venda. Ultrapassou o teto de R$ 5,40 nos momentos de mais estresse e fechou no maior nível desde fins de julho, em meio a um ambiente global de liquidação de ativos de risco e busca por proteção na moeda norte-americana. O dólar oscilou entre R$ 5,4171 na máxima e R$ 5,2935 na mínima.

Na terça-feira (27) – O dólar à vista registrou queda de 0,09%, cotado a R$ 5,3765 na venda. O dólar teve pouca alteração frente ao real, pausando um rali recente com algum alívio externo e dados de inflação domésticos melhores do que o esperado, mas encerrou o pregão bem acima das mínimas intradiárias, já que persistiram temores de que um aperto monetário muito intenso nas principais economias desencadeie uma recessão global. O dólar oscilou entre R$ 5,3848 na máxima e R$ 5,2980 na mínima.

Na quarta-feira (28) – O dólar à vista registrou queda de 0,50%, cotado a R$ 5,3497 na venda. Após uma manhã de instabilidade e troca de sinais, o dólar se firmou em baixa no mercado doméstico de câmbio ao longo da tarde, em sintonia com o aprofundamento das perdas da moeda americana no exterior. O dólar oscilou entre R$ 5,4233 na máxima e R$ 5,3237 na mínima.

Na quinta-feira (29) – Por volta das 14h00, o dólar operava em alta de 0,94% cotado a R$ 5,4002 na venda. O dólar avançava, embora tenha devolvido algum terreno, com investidores ainda temendo possível recessão global, enquanto a aproximação do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil colaborava para a cautela. Investidores alertavam para a possibilidade de volatilidade, devido à formação da Ptax, taxa de câmbio calculada pelo Banco Central usada como referência para operações financeiras.

Greve ferroviária pode tirar dos trilhos economia dos EUA

Os Estados Unidos estão em uma verdadeira encruzilhada política com a possível greve dos ferroviários que pode descarrilar a maior economia do mundo. Em 15 de setembro, mais de 100 mil trabalhadores das ferrovias estadunidenses ameaçaram paralisar seus trabalhos. Reivindicando melhores condições e ajustes salariais, os funcionários e seus sindicatos organizaram uma mobilização somente comparável a de 1992, conforme relembrou à reportagem do Brasil de Fato o professor da USC Marshall Business School, Shon Hiatt.

“No começo da década de 1990 houve uma movimentação muito semelhante, mas o Congresso agiu com força e rapidez para proibir a greve”, diz o pesquisador, “dessa vez a gente não viu o Congresso atuar por conta das eleições, faltam poucos dias para os americanos irem às urnas, e esse Congresso dividido não quer se posicionar”.

A administração do presidente Joe Biden, porém, não ficou alheia à ameaça de uma greve dessas proporções e pessoas ligadas à Casa Branca agiram como interlocutores. Foram mais de 20 horas de negociações para conseguir evitar o pior, por enquanto.

“O que aconteceu é que os sindicatos receberam termos provisórios, onde fica estabelecido um aumento imediato de 14%, além de um reajuste salarial de 24% até 2024. Agora é a fase de eles [os sindicatos] considerarem esses termos e votarem sim ou não. Independentemente da decisão, o que ficou estabelecido é que não haverá nenhuma greve antes das eleições. Ou seja, a possibilidade da greve existe, ela só não vai acontecer antes dos americanos irem às urnas”, explicou Hiatt.

A economia dos EUA, já fragilizada pela inflação de mais de 8%, pode sofrer um baque difícil de se recompor caso isso aconteça. “Um terço de toda a cadeia de suprimento dos Estados Unidos passa pelas ferrovias”, acrescenta o professor.

Segundo levantamento da Associação Americana das Ferrovias, a paralisação dos ferroviários poderia custar US$ 2 bilhões por dia aos cofres públicos já que não há caminhões ou motoristas de caminhão suficientes para movimentar os contêineres ferroviários, de acordo com o relatório. Seria necessário adicionar 467 mil caminhões de longa distância por dia para lidar com o frete, o que é virtualmente impossível.

Embora toda a cadeia de suprimento seja impactada, a gasolina seria o item que mais sofreria com a paralisação. “A agência nacional estipulou que a gasolina americana precisa ter uma certa mistura de etanol, e o etanol, nos Estados Unidos, é única e exclusivamente transportado em trens, então você já sabe o que vai acontecer, caso a greve aconteça”, avalia o professor da USC.

Apesar das previsões catastróficas, Hiatt acha que ainda não há razões para pânico. “Não acredito que a greve seja duradoura, porque a pressão seria muita da sociedade, da classe política e do empresariado”, diz ele.

Banco Central do Chile diz que programa de intervenção cambial cumpre objetivo

O Banco Central do Chile informou na segunda-feira (26) que seu programa de intervenção cambial e liquidez em dólar, iniciado em meados de julho, atingiu seu objetivo e será finalizado em 30 de setembro.

O Banco Central disse que o programa cumpriu o “objetivo de ajudar o bom funcionamento do mercado cambial, facilitando o ajustamento da economia e dos mercados financeiros às condições externas e internas”.

Autoridades do Fed minimizam volatilidade do mercado e dizem que inflação permanece como foco soberano

Autoridades do Banco Central dos Estados Unidos minimizaram na segunda-feira (26) a crescente volatilidade nos mercados globais, da queda das ações dos EUA à turbulência cambial no exterior, e disseram que sua prioridade continua a ser o controle da inflação doméstica.

Questionado em evento do Washington Post se achava que investidores dos EUA tinham visão otimista demais sobre a política monetária do Federal Reserve até o início de uma forte liquidação, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que isso não vem ao caso.

“Não sei se eles estão otimistas demais ou não o suficiente… O mais importante é que precisamos controlar a inflação”, disse Bostic. “Até que isso aconteça, veremos muita volatilidade no mercado em todas as direções.”

Isso também se aplica à recente instabilidade nos ativos do Reino Unido. Os cortes de impostos propostos pelo governo da nova primeira-ministra britânica Liz Truss, com potencial para aumentar ainda mais a inflação, alimentaram a perspectiva de que a política fiscal do país entrará em conflito com os esforços do Banco da Inglaterra (BoE) para domar os aumentos de preços com taxas de juros mais altas.

“A reação ao plano proposto é uma preocupação real”, disse Bostic, que demonstrou crescente incerteza sobre as perspectivas econômicas britânicas. “A questão-chave será o que isso significa para a enfraquecida economia europeia, o que é uma consideração importante para o desempenho da economia dos EUA.”

Em comentários separados para a Câmara de Comércio da Grande Boston, a presidente do Fed de Boston, Susan Collins, reiterou o consenso do Banco Central dos EUA de que a luta para esfriar o atual surto de alta dos preços era primordial.

“No momento, a inflação continua muito alta”, afirmou Collins em seu primeiro comentário sobre política monetária desde que se tornou chefe do banco.

Embora tenha dito sentir que o ritmo dos avanços de preços pode estar em seu pico ou próximo desse patamar, “retornar a inflação à meta exigirá mais aperto” das condições de crédito, que o Fed influencia por meio de ajustes em sua meta da taxa básica de juros.

O Fed mantém uma meta de inflação de 2%, medida pelo índice de preços de gastos com consumo pessoal. Esse índice mostrou alta a uma taxa anual de mais de 6% em julho. Os dados de agosto serão divulgados na sexta-feira (23).

Autoridades do Fed têm sido frequentemente acusadas de transigência com os mercados financeiros, mas deram poucos sinais de que a atual liquidação de ações fará com que reconsiderem seus planos enquanto os preços e os salários continuarem a subir e o mercado de trabalho permanecer forte.

“A economia dos EUA funciona melhor quando há confiança em sua trajetória no curto e médio prazo”, disse Bostic. “A inflação alta prejudica isso.”

Furacão provoca paralisação de 11% da produção de petróleo do Golfo do México

Aproximadamente 11% da produção atual de petróleo e 8,56% da produção de gás natural no Golfo do México foram paralisadas por causa do furacão Ian, informou a Agência de Segurança e Fiscalização Ambiental (BSEE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, em Nova Orleans.

O trabalho da Agência envolve o monitoramento de plataformas offshore de petróleo e gás no local, enquanto ocorre um processo de evacuação dos locais por causa da tempestade.

Segundo o comunicado, a BSEE trabalha com operadores offshore e outras agências estaduais e federais até que as operações voltem ao normal e a tempestade não seja mais uma ameaça.

Com base nos dados dos relatórios dos operadores hoje, ocorreu a evacuação de um total de 12 plataformas de produção, o que representa 2,3% das 521 plataformas tripuladas no Golfo do México.

As plataformas de produção são as estruturas offshore a partir das quais o petróleo e o gás natural são produzidos e transportados para a costa.

Ao contrário das sondas de perfuração, que normalmente se deslocam de um local para outro, as instalações de produção permanecem no mesmo local durante todo o projeto.

Argentina: Obstáculos de Alberto Fernández e um mandato que termina antes do tempo

Após quase três anos de governo e a um ano das próximas eleições presidenciais, a reeleição de Alberto Fernández não é uma possibilidade sequer considerada. Por um lado, os problemas e erros de condução política e a relação truncada com Cristina Kirchner. Externo a seu governo, Alberto teve que lidar com a crise social e econômica recebida do governo macrista, a maior dívida contraída com o FMI na história do país, a pandemia e a guerra na Ucrânia. Como dizem, tampouco contou com a sorte a seu favor. No entanto, sem meias-palavras, Alberto Fernández perdeu a autoridade. Hoje, poderia se dizer que o país depende mais das ações do ministro da Economia, Sergio Massa, e das estratégias políticas traçadas por Cristina Kirchner. Também, dizendo de outro modo, já pode se dar por terminado seu mandato, pese as conquistas alcançadas.

A falta de autonomia de Alberto é um fato. Além dos desacordos públicos com a vice-presidente, o ministro da Economia é hoje quem tem plenos poderes no governo. O presidente ficou sem poder de ação entre ambos e apenas sustenta o bastão presidencial, até 10 de dezembro de 2023. É oficialmente o chefe de Estado, mas sufocado por seus próprios erros e pelas estratégias daqueles que o cercam. Se Massa mostra resultados favoráveis à frente da pasta, sua candidatura para as próximas eleições é considerada bastante provável. Além do mais, a coalizão de governo, “Frente de todos”, não contaria com muitas outras opções.

É necessário considerar o cenário em que Alberto assumiu como presidente, principalmente, pelas obrigações financeiras impostas ao Estado para o pagamento da maior dívida já contraída na história do país junto ao FMI, de US$ 44 bilhões. Por isso, todas as críticas aqui citadas ao governo de Alberto devem ser colocadas ao lado dos acontecimentos externos e internos extremamente desfavoráveis que seu governo enfrentou, quando outros presidentes não se depararam com tamanhos obstáculos.

Milhares protestam na Colômbia contra Gustavo Petro, presidente de esquerda que assumiu há 50 dias

Milhares de pessoas marcharam nas ruas das principais cidades da Colômbia contra as medidas propostas pelo presidente esquerdista Gustavo Petro, como o aumento dos impostos para os ricos e a reforma agrária.

Em Bogotá, os manifestantes se mobilizaram pelas ruas do centro e se concentraram na Praça de Bolívar, ao lado da sede presidencial, aos gritos de “Fora Petro!”.

“Petro prometeu uma mudança de política geral, mas se cercou de políticos corruptos. Isso é enganar”, disse Orlando Novoa, de 60 anos, proprietário de uma construtora com cerca de 30 funcionários.

Em Medellín, uma equipe do canal estatal Telemedellín foi agredida por manifestantes e precisou abandonar a cobertura, denunciou a ONG Fundação para a Liberdade de Imprensa.

Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia ao conquistar pouco mais da metade do eleitorado com propostas de reformas, como aumentar os impostos sobre os ricos, frear a exploração de petróleo e fazer uma reforma agrária para distribuir terras férteis entre os camponeses sem terra.

Para colocar em prática estas iniciativas, Petro formou uma coalizão legislativa majoritária com o apoio de vários partidos tradicionais.

O Congresso debate atualmente um projeto de reforma tributária apresentado pelo governo que pretende cobrar mais impostos das classes altas para financiar seus programas sociais contra a pobreza e a desigualdade.

Na capital, dezenas de jovens que se mobilizaram em defesa do presidente trocaram insultos e empurrões com seus opositores, obrigando funcionários da prefeitura a intervir.

As manifestações percorreram as ruas de Medellín, Cali, Bucaramanga e outras capitais estaduais.

Vendas de moradias novas nos EUA aumentam inesperadamente em agosto

As vendas de novas moradias nos Estados Unidos aumentaram inesperadamente em agosto, mas a recuperação provavelmente é temporária, com a taxa de hipoteca fixa de 30 anos subindo para níveis vistos pela última vez durante a Grande Recessão.

As vendas de moradias novas subiram 28,8% para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 685 mil unidades no mês passado, informou o Departamento de Comércio. O ritmo de vendas de julho foi revisado para 532 mil unidades, ante 511 mil unidades relatadas anteriormente.

As vendas aumentaram nas quatro regiões, acelerando 66,7% no nordeste do país. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas das novas moradias, que respondem por cerca de 10% das vendas totais de casas nos EUA, cairiam para uma taxa de 500 mil unidades.

As vendas caíram 0,1% na comparação anual em agosto. Elas atingiram uma taxa de 993 mil unidades em janeiro de 2021, nível mais alto desde o final de 2006.

O aperto agressivo da política monetária do Federal Reserve, marcado por aumentos superdimensionados das taxas de juros, enfraqueceu o mercado imobiliário. Na semana passada, o Banco Central dos EUA elevou sua taxa básica de juros em 75 pontos-base, seu terceiro aumento consecutivo desse tamanho.

Ritmo de sanções dos EUA à Rússia continuará com foco em finanças e tecnologia

Os Estados Unidos estão trabalhando com aliados para impor rapidamente custos econômicos severos a Moscou por causa de referendos “falsos” realizados pela Rússia em regiões ocupadas na Ucrânia, segundo declaração do chefe de coordenação de sanções do Departamento de Estado dos EUA.

James O’Brien, em depoimento preparado para o Comitê de Relações Exteriores do Senado, disse esperar que o ritmo do governo Biden de anunciar sanções, em média a cada seis semanas, continue, com Washington se focando em pontos de estrangulamento na economia russa e a cadeia de suprimentos militares.

“Haverá mais pacotes. Estamos trabalhando em mais sanções”, disse O’Brien. “Está tudo na mesa”, afirmou, acrescentando que Washington olhará para o setor financeiro e de alta tecnologia, especialmente para a exploração de energia.

Moscou está prestes a anexar uma faixa da Ucrânia, divulgando o que chamou de contagem de votos que mostram apoio em quatro províncias parcialmente ocupadas para se juntar à Rússia, após o que Kiev e o Ocidente denunciarem como referendos falsos ilegais realizados sob a mira de armas.

Autoridades apoiadas pela Rússia afirmam ter realizado os referendos durante cinco dias em território que representa cerca de 15% da Ucrânia.

Os EUA impuseram várias rodadas de sanções contra Moscou após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro, que reduziu cidades a escombros e matou ou feriu milhares de pessoas.

Washington e seus parceiros do G7 disseram que colocarão um teto no preço do petróleo russo, mas se abstiveram de atacar diretamente as principais empresas de energia russas devido a preocupações com preços e fornecimento de energia.

O’Brien também disse que Washington continuará trabalhando com a China para garantir que entenda as sanções dos EUA e o efeito que elas têm no envolvimento da China com a Rússia.

Mercado acionário europeu

Na segunda-feira (26), as bolsas europeias fecharam a maioria em queda, em meio à deterioração da perspectiva econômica, com inflação alta e aumento de juros pelos Bancos Centrais, investidores monitoraram a desvalorização histórica da libra, comentários do Banco Central Europeu (BCE) e as eleições italianas. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,34%, a 390,06 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 0,24%, a 5.769,39 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,46%, a 12.227,92 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 1,30%, a 5.415,93 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve queda de 0,99%, a 7.508,50 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,03%, a 7.020,95 pontos.

Na terça-feira (27), as bolsas europeias fecharam a maioria em queda, em meio às preocupações com a inflação, investidores acompanharam uma rodada de comentários de membros do Banco Central Europeu (BCE), incluindo a presidente Christine Lagarde, do Banco da Inglaterra e do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,13%, a 388,24 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 0,27%, a 5.753,82 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,72%, a 12.139,68 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 0,52%, a 5.443,99 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve queda de 0,84%, a 7.445,70 pontos. O índice FTSE 100 teve queda de 0,52%, a 6.984,59 pontos.

Na quarta-feira (28), as bolsas europeias fecharam mistas, as primeiras horas foram negativas, com investidores mais atentos aos riscos de recessão, em quadro também de crise no setor de energia no continente. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), porém, anunciou compra de bônus (gilts), o que apoiou uma melhora no humor. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,30%, a 389,41 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 0,19%, a 5.765,01 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 0,36%, a 12.183,28 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 1,08%, a 5.385,14 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve queda de 0,06%, a 7,441,20 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,30%, a 7.005,39 pontos.

Na quinta-feira (29), as bolsas europeias fecharam em queda, conforme os efeitos da intervenção de ontem do Banco da Inglaterra (BoE) passam e os índices do continente retomam a onda de vendas recente, em meio aos temores de recessão econômica. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 1,67%, a 382,89 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 1,53%, a 5.676,87 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 1,71%, a 11.975,55 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 1,72%, a 5.292,38 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve queda de 1,91%, a 7.300,10 pontos. O índice FTSE 100 teve queda de 1,77%, a 6.881,59 pontos.

Banco Central suíço está pronto para mais medidas no combate à inflação, diz presidente

O Banco Nacional Suíço (SNB, na sigla em inglês) está pronto para tomar mais medidas para combater a inflação, apesar de os aumentos de preços na Suíça serem relativamente modestos em comparação com seus pares internacionais, disse o presidente do SNB, Thomas Jordan.

A inflação suíça atingiu 3,5% em agosto, seu nível mais alto em quase 30 anos, embora muito inferior aos 9,1% observados na zona do euro, 9,9% no Reino Unido e 8,3% nos Estados Unidos.

O SNB respondeu elevando sua taxa básica para 0,5%, encerrando uma era de quase 8 anos de juros negativos.

O Banco Central pode aumentar os custos dos empréstimos novamente para combater a inflação e garantir a estabilidade de preços, que Jordan enxerga como a maior prioridade do SNB.

“Garantir a estabilidade de preços é um desafio e exige toda a atenção do SNB”, disse Jordan.

“Não se pode descartar que novos aumentos na taxa básica do SNB serão necessários para garantir a estabilidade de preços no médio prazo”, acrescentou, repetindo sua mensagem de quinta-feira (22).

Economistas esperam que o SNB aumente sua taxa de juros novamente em dezembro e março de 2023.

Itália: partido pós-fascista de Giorgia Meloni vence eleições

A extrema direita conquistou no domingo (25) o poder na Itália, a terceira maior economia da União Europeia, com uma vitória histórica do partido de Giorgia Meloni nas eleições legislativas do país. Pela primeira vez desde 1945, o país está prestes a ser governado por uma liderança pós-fascista.

O partido Irmãos da Itália, liderado por Giorgia Meloni, consolidou-se como maior força política neste domingo nas eleições no país, com 26% dos votos. O resultado é sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

“Se fomos escolhidos para governar este país, nós o faremos por todos os italianos, com a vontade de unir o povo e de nos concentrarmos naquilo que nos une, e não naquilo que nos divide”, disse, em um discurso logo após o anúncio dos resultados. “Chegou a hora da responsabilidade.”

A aliança de direita dirigida pelo partido de Meloni teve, no total, mais de 43% dos votos, além da maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. A coalizão é formada pelos aliados de extrema direita do partido Liga, de Matteo Salvini, e Força Itália, do conservador Silvio Berlusconi, que tiveram, respectivamente, 9% e 8% dos votos.

Pela primeira vez desde 1945, um partido que tem origem na tradição neofascista irá governar a Itália. “Temos uma vantagem clara, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado”, comemorou Salvini no Twitter.

O Partido Democrático (PD), principal formação de esquerda, não conseguiu mobilizar o eleitorado para frear o avanço da extrema direita e teve 19% dos votos.

Já os antissistema do Movimento 5 Estrelas (M5E) obtiveram cerca de 17% dos votos, abaixo da pontuação histórica de mais de 30% alcançada em 2018, porém acima do que apontavam as pesquisas de opinião.

“Segundo as pesquisas de boca de urna, trata-se de um resultado histórico. A coalizão de direita obteria a maior porcentagem de votos registrada por partidos de direita na Europa ocidental desde 1945”, afirma o centro de estudos italianos Cise.

Confiança empresarial alemã cai mais do que o esperado em setembro

A confiança dos negócios na Alemanha caiu este mês para seu nível mais baixo desde os primeiros dias da pandemia, de acordo com uma pesquisa líder de empresas na maior economia da Europa.

A leitura do indicador de clima de negócios do Instituto Ifo para setembro caiu para 84,3, abaixo da marca revisada para cima de 88,6 em agosto e abaixo das estimativas dos economistas de 87,0.

É a contagem mais sombria desde maio de 2020, quando o índice atingiu 79,7.

Ifo disse que o declínio ocorre em todos os quatro principais setores da economia, manufatura, serviços, comércio e construção. Acrescentou que o pessimismo que as empresas têm para os próximos meses aumentou “significativamente”.

Analistas do ING citaram o aumento da inflação como o principal fator por trás do enfraquecimento do sentimento empresarial, dizendo que os preços mais altos aumentaram os custos de insumos corporativos e diminuíram a demanda do consumidor. Os analistas alertaram que a Alemanha também está se aproximando de uma “tempestade perfeita” de desafios, com a guerra na Ucrânia forçando o país a se afastar das principais importações russas de energia, acelerar sua transição para tecnologias verdes e reestruturar as cadeias de suprimentos.

“Uma recessão é inevitável. No entanto, ao contrário de recessões anteriores, como a crise financeira ou a pandemia, a economia alemã não parece estar caindo como uma pedra, mas sim deslizando para uma longa recessão de inverno”, disseram.

IPO da Porsche deve ser um dos maiores da Europa, dizem fontes

As ações da Porsche devem ser cotadas no topo da faixa anunciada, potencialmente avaliando a marca de carros esportivos em até 75 bilhões de euros em uma das maiores listagens de todos os tempos na Europa.

Os pedidos abaixo do limite superior da faixa correm o risco de ficarem de fora, pois, a demanda indicada excedeu o tamanho total do negócio, disseram os bookrunners, com um descrevendo a demanda como “incrivelmente robusta”.

Na ponta superior da avaliação, a listagem pode ser a segunda maior da Alemanha já registrada e a maior da Europa desde 1999, mostraram dados da Refinitiv.

A oferta, que deve movimentar de 18,1 bilhões a 19,5 bilhões de euros, ocorre no momento em que a instabilidade nos mercados europeus não deixou quase nenhuma outra oferta acontecer.

Um total de 911 milhões de ações da Porsche serão divididos em 455,5 milhões de ações preferenciais e 455,5 milhões de ações ordinárias.

Francesa Tereos muda CEO pela terceira vez em dois anos

A Tereos, segunda maior produtora de açúcar do mundo, disse na terça-feira (27) que seu presidente-executivo, Ludwig de Mot, deixará o cargo no final deste mês, o terceiro CEO a deixar a empresa em menos de dois anos.

O grupo francês passou por repetidas mudanças na alta gestão e uma profunda revisão em sua estratégia desde o final de 2020, quando uma longa disputa interna levou à demissão de seu chairman e CEO.

O CEO Philippe de Raynal deixou o grupo após menos de um ano no comando e foi substituído por de Mot em abril.

A Tereos disse que o conselho de administração e de Mot concordaram em não renovar seu mandato, que qualificou como “interino” na terça-feira (27), um termo que a empresa não havia usado no momento de sua nomeação.

De Mot será substituído por Gerard Clay, presidente do conselho de administração. Clay ficará como diretor administrativo enquanto aguarda uma substituição, disse a Tereos em comunicado.

“O Conselho de Administração confirma a continuidade da estratégia do grupo definida desde 2021 e continua, juntamente com as equipas operacionais, a trajetória de transformação que tem permitido ao grupo registrar resultados tangíveis”.

A Tereos, também produtora de etanol e amido com grandes atividades no Brasil, divulgou no mês passado um aumento nos lucros do primeiro trimestre encerrado em 30 de junho, uma vez que os altos preços de mercado compensaram a alta de custos de matéria-prima e energia, mas alertou que o aumento dos custos poderia levar a maior endividamento no ano fiscal de 2022/23.

Gwenael Elies, que ocupou o cargo até a nomeação de De Mot, foi nomeado vice-diretor administrativo e continua responsável pelas finanças, sistemas de informação, assuntos jurídicos, impostos e conformidade e recursos humanos, disse a Tereos.

Zona do Euro: uma forte deterioração a caminho; S&P revisa estimativas de PIB e inflação

“Uma forte desaceleração no crescimento da zona do euro é iminente.” É o que escreve a S&P Global Ratings em suas perspectivas econômicas para a zona do euro em relação ao terceiro trimestre, no qual é explicado como “uma deterioração sem precedentes” nas condições de negociação levou “a inflação a níveis recordes e a confiança a mínimos históricos”.

Os cinco trimestres consecutivos de crescimento sólido do PIB registrados desde o segundo trimestre de 2022, diz o relatório, darão lugar a “dois ou três trimestres de atividade reduzida ou até menos”. Estimativas em linha com o que foi comunicado pela OCDE.

Por esta razão, a S&P prevê uma estagnação da economia da Zona Euro em 2023 (0,3% contra os 1,9% anteriores), enquanto para este ano as projeções foram revistas de 2,6% para 3,1%, com uma redução das estimativas de desemprego e com um índice de preços ao consumidor de + 8,2% e 5,2% no biênio.

Para a Itália, a agência de rating estima uma taxa de crescimento de 3,4% para este ano e uma queda de 0,1% para 2023, com inflação estimada em 7,8% e 4,3%, respectivamente.

As expectativas são piores para a Alemanha, economia particularmente afetada pelos efeitos da guerra na Ucrânia, que deve crescer apenas 1,5% em 2022 e contrair 0,3% no final de 2023. Os níveis de inflação também estão muito altos, estimados este ano em + 8,4% e + 7% em 2023.

No entanto, aponta a S&P, “há também fatores favoráveis”. Apoiar a economia é “uma política monetária ainda acomodatícia, aumento do apoio fiscal em resposta à crise energética, afrouxamento de gargalos nas cadeias de suprimentos com grandes acúmulos de produção e crescimento populacional”.

Além disso, o mercado de trabalho, com o emprego em níveis recordes, “está extraordinariamente forte, mesmo que os riscos para essas perspectivas” sejam predominantemente negativos.

Em termos de política monetária, as condições de crédito ficarão “ligeiramente restritivas no próximo ano”, dado que “as condições económicas fortes e a inflação elevada, o BCE antecipou subidas das taxas de juro”.

De acordo com a S&P, uma taxa de depósito terminal de 2% poderá ser alcançada até ao final do primeiro trimestre de 2023, a que acrescem os cortes orçamentais do BCE que, estima a agência, “começarão no final de 2024”.

Autoridades do BCE apoiam aumento grande de juros, mas divergem sobre corte do balanço

As autoridades do Banco Central Europeu (BCE) continuavam a se alinhar na defesa de outro grande aumento da taxa de juros, já que a inflação deve atingir um novo pico recorde, mas discordaram sobre se já seria hora de pensar em absorver dinheiro da economia.

O BCE elevou os juros em 1,25 ponto percentual no acumulado das duas últimas reuniões e prometeu novos aumentos à medida que a inflação sobe em direção a 10% e as expectativas de longo prazo ultrapassam sua meta de 2%.

“Minha escolha seria 75 (pontos-base)”, disse o formulador de política monetária do BCE Gediminas Simkus à Bloomberg TV durante uma conferência em Vilnius, na Lituânia. “Entendo que algumas opções podem estar na mesa, mas 50 é o mínimo.”

O presidente do Banco Central lituano também disse que o BCE deve iniciar negociações “o mais rápido possível” sobre a redução de seu balanço, uma visão ecoada por seu colega estoniano Madis Müller no mesmo evento.

Isso provavelmente seria feito ao não recomprar alguns dos trilhões de euros em títulos que o BCE comprou na última década, quando estava tentando impulsionar o crescimento dos preços, que era muito baixo, à medida que vencem.

Mas o português Mario Centeno e o espanhol Pablo Hernández de Cos rejeitaram essa ideia, temendo que isso desestabilize o mercado de títulos.

“O aperto quantitativo poderia causar turbulência no mercado”, disse de Cos em discurso em Bilbao. “Isso pode colocar em risco o caminho da normalização da política monetária em um momento em que todos os nossos esforços devem se concentrar nele.”

Embora poucos membros do BCE tenham se aventurado a estimar onde os aumentos de juros podem terminar, de Cos disse que os modelos sugerem uma taxa terminal significativamente menor do que os mercados agora esperam.

“Com base nas informações atuais, o valor médio da taxa terminal entre os modelos é de 2,25% a 2,50%”, disse ele.

Confiança econômica da zona do euro cai com força por alta nas expectativas de inflação

A confiança econômica da zona do euro caiu com força e mais do que o esperado em setembro, de acordo com dados divulgados na quinta-feira (29), com piora do sentimento entre as empresas e os consumidores.

O índice mensal de sentimento econômico da Comissão Europeia caiu para 93,7 pontos em setembro de 97,3 em agosto em dado revisado para baixo, e contra 95,0 em pesquisa da Reuters.

A confiança caiu em todos os setores econômicos, incluindo indústria, serviços, comércio varejista e entre os consumidores, mostraram os dados da Comissão, em meio a um aumento das expectativas de inflação em todos os setores.

A queda no sentimento foi mais pronunciada entre a indústria e consumidores, com os gerentes industriais reduzindo suas expectativas para a produção e exportação futuras.

A confiança das famílias caiu para -28,8 pontos de -25,0, já que os consumidores esperam um agravamento da situação financeira nos próximos meses e previram cortes em seus planos de compras.

As expectativas de inflação aumentaram em todos os setores pesquisados após a queda nos meses anteriores, apesar da promessa do Banco Central Europeu de combater a espiral de preços com aumentos múltiplos das taxas de juros.

Mercado acionário na Ásia

Na segunda-feira (26), as bolsas asiáticas fecharam em queda, acumulando perdas pelo quarto pregão consecutivo, à medida que esforços de Bancos Centrais para conter o salto da inflação continuam gerando aversão a risco. O índice Xangai teve queda de 1,20%, a 3.051,23 pontos. O índice japonês Nikkei teve queda de 2,66%, a 26.431,55 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 0,44%, a 17.855,14 pontos. O índice CSI300 teve queda de 0,50%, a 3.836,68 pontos.

Na terça-feira (27), as bolsas asiáticas fecharam em alta, lideradas pelas chinesas, interrompendo uma sequência de quatro pregões negativos. A recuperação na região asiática veio após os mercados locais acumularem perdas por quatro pregões consecutivos, pressionados por temores sobre os efeitos da tendência de aperto monetário no Ocidente. O índice Xangai teve alta de 1,40%, a 3.093,86 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 0,53%, a 26.571,87 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 0,03%, a 17.860,31 pontos. O índice CSI300 teve alta de 1,45%, a 3.892,30 pontos.

Na quarta-feira (28), as bolsas asiáticas fecharam em queda, após uma breve recuperação na véspera, à medida que persistem temores de que a tendência global de aperto monetário deflagre uma recessão. Diante do aumento de temores de que as rápidas altas das taxas de juros levarão a economia global à recessão. O índice Xangai teve queda de 1,58%, a 3.045,07 pontos. O índice japonês Nikkei teve queda de 1,50%, a 26.173,98 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 3,41%, a 17.250,88 pontos. O índice CSI300 teve queda de 1,63%, a 3.828,71 pontos.

Na quinta-feira (29), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em queda, com algumas delas favorecidas pela vigorosa recuperação de Wall Street após uma intervenção do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês) para conter uma possível crise financeira. O índice Xangai teve queda de 0,13%, a 3.041,20 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 0,95%, a 26.422,05 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 0,49%, a 17.165,87 pontos. O índice CSI300 teve queda de 0,041%, a 3.827,14 pontos.

Partido Comunista da China elege delegados para o Congresso

O Partido Comunista da China disse no domingo (25) que elegeu todos os delegados que participarão de uma importante reunião política a partir de 16 de outubro, na qual o presidente Xi Jinping deve garantir um terceiro mandato sem precedentes.

O conclave de duas vezes em uma década também verá uma mudança de pessoal no poderoso órgão decisório do partido, o Politburo de 25 membros.

“Cada unidade eleitoral em todo o país convocou um congresso do partido ou reunião de representantes do partido e elegeu 2.296 delegados para o 20º Congresso do Partido”, disse a emissora estatal CCTV.

Os delegados devem aderir à ideologia política de Xi, além da constituição do partido, disse a CCTV.

Os representantes incluem mulheres, membros de partidos de minorias étnicas e especialistas em várias áreas, como economia, ciência e esportes, disse a CCTV.

O congresso na capital Pequim ocorre no momento em que Xi enfrenta ventos políticos contrários significativos, incluindo uma economia em dificuldades, a deterioração das relações com os Estados Unidos e uma política estrita de zero Covid que acelerou o afastamento da China do mundo.

O congresso é a data mais importante do calendário político da China. Ele oferece indicações sobre a direção que a segunda maior economia do mundo tomará no curto prazo e a extensão da influência que Xi tem sobre o partido com milhões de membros.

Os cerca de 2.300 delegados que representam todas as províncias e regiões se envolverão em um exercício altamente coreografado para escolher membros do Comitê Central do partido de cerca de 200 membros.

O Comitê Central votará então no Politburo de 25 pessoas e em seu todo-poderoso Comitê Permanente, o mais alto órgão de liderança da China e ápice do poder, atualmente composto por sete pessoas.

A votação é principalmente uma formalidade, a hierarquia do Politburo e de seu Comitê Permanente provavelmente foi decidida com bastante antecedência. A duração total do congresso ainda não está clara.

No Japão, Kuroda reforça política acomodatícia do BoJ

Apesar da recente desvalorização do iene e do repique na inflação, o presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, reiterou, na segunda-feira (26), que a instituição pretende manter a postura acomodatícia da política monetária. “O banco continuará com o relaxamento monetário para apoiar firmemente a economia do Japão do lado da demanda e, assim, estimular a formação do ciclo virtuoso acompanhado de aumentos salariais”, afirmou, durante encontro com líderes empresariais em Osaka.

Kuroda projetou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no país deve voltar a cair abaixo da meta de 2% no começo de 2023, após ter atingido cerca de 3% em agosto.

Segundo ele, a escalada inflacionária resulta, em grande parte, do avanço dos preços internacionais de commodities e da queda do iene. “Tal pressão ascendente dos altos custo sobre os preços elevados está projetada parta diminuir gradualmente a partir do início de 2023”, disse.

Os comentários acontecem poucos dias após o BoJ ter mantido juros ínfimos, na contramão do movimento global de aperto monetário. A decisão derrubou o iene às mínimas em 24 anos ante o dólar.

Kuroda também disse que a decisão do Ministério de Finanças do país de intervir no mercado cambial para a compra de ienes e venda de dólares, na semana passada, foi apropriada.

O recente enfraquecimento do iene foi “rápido e unilateral”, disse Kuroda. “Tal desvalorização do iene é negativa para a economia japonesa, porque torna difícil para as empresas desenvolverem planos de negócios e cria incertezas para o futuro”, afirmou.

Kuroda avaliou também que a postura de relaxamento monetário do BoJ não contradiz a intervenção cambial do ministério e prometeu que o BC japonês manterá contato estreito com o governo.

Banco Central da China injeta US$ 24,7 bilhões em liquidez via mercados de recompra

O Banco Popular da China injetou um total de 175 bilhões de yuans (US$ 24,7 bilhões) no sistema bancário na terça-feira (27) por meio de operações de recompra reversa, em uma tentativa de manter a liquidez no sistema.

A quantia consistia em 113 bilhões de yuans em recompras reversas de sete dias a uma taxa de juros de 2%, disse a mídia estatal Xinhua em um relatório. A operação também consistiu em 62 bilhões de yuans em recompras reversas de 14 dias a uma taxa de juros de 2,15%.

Uma recompra reversa, ou acordo de recompra reversa, é um processo pelo qual o Banco Central compra títulos de bancos comerciais para manter seus níveis de liquidez. O Banco Central também concorda em vendê-los de volta os títulos em uma data futura.

O PBoC disse que a medida visa manter a liquidez estável no setor bancário no final de um turbulento terceiro trimestre. A medida também está entre as maiores injeções de liquidez do PBoC, uma vez que se move para sustentar o crescimento econômico lento no país.

Na semana passada, o Banco Central reduziu o custo dos empréstimos de recompras reversas de 14 dias e prometeu aumentar as injeções de dinheiro em meio à maior demanda no final do trimestre.

A medida também foi uma continuação da decisão do PBoC em agosto de cortar as principais taxas de juros em uma tentativa de sustentar o lento crescimento econômico do país.

A atividade econômica chinesa caiu drasticamente este ano diante das interrupções contínuas dos bloqueios relacionados à Covid. A fraqueza do yuan também pesou fortemente nos setores dependentes de importação, tornando os embarques de commodities mais caros.

Dados divulgados na terça-feira (27) mostraram que os lucros industriais da China caíram pelo segundo mês consecutivo em agosto.

O yuan está sendo negociado agora em uma baixa de mais de dois anos, depois de ultrapassar o nível 7 psicologicamente importante no início deste mês. Isso colocou o PBoC em uma posição precária, pois precisa sustentar o crescimento econômico sem arriscar novas quedas na moeda.

Uma série de fortes correções de ponto médio pelo PBoC também indica que o banco está hesitante em deixar o yuan cair ainda mais.

Coreia do Norte e China retomam comércio na fronteira, afirma Seul

Coreia do Norte e China retomaram o comércio transfronteiriço de mercadorias após uma suspensão de cinco meses devido à pandemia, informou uma fonte do governo sul-coreano.

“Acreditamos que o serviço de trens de mercadorias foi retomado entre a China e a Coreia do Norte”, disse um funcionário do ministério da Unificação da Coreia do Sul, que administra as relações com Pyongyang.

O ministério chinês das Relações Exteriores informou na segunda-feira que os dois países decidiram retomar o comércio após “consultas amistosas”. “As duas partes continuarão fortalecendo a coordenação e a cooperação, garantindo ativamente a operação segura e estável do serviço de trens de carga”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.

De acordo com a agência sul-coreana de notícias Yonhap, um comboio com 10 vagões atravessou a ponte Dandong-Sinuiju que liga os dois países.

A Coreia do Norte impôs um rígido bloqueio com o exterior no início da pandemia e o comércio com a China, uma tábua de salvação para sua economia, foi reduzido ao mínimo.

As conexões ferroviárias foram completamente suspensas no final de abril, depois que a cidade fronteiriça chinesa de Dandong registrou casos de Covid. Pouco depois, a Coreia do Norte confirmou o primeiro surto de Coronavírus.

Iuan atinge nível mais fraco desde crise financeira global

O iuan negociado “onshore” ampliou as perdas na quarta-feira (28) para terminar a sessão doméstica no nível mais baixo em relação ao dólar desde a crise financeira global de 2008, enquanto a moeda “offshore” atingiu um recorde de baixa, pressionada pelas expectativas de mais aumentos dos juros nos Estados Unidos.

Operadores disseram que o iuan reagiu à ampla força do dólar nos mercados globais, com a moeda norte-americana atingindo novo pico de duas décadas contra uma cesta de moedas, impulsionado pela demanda por segurança e pela postura mais dura do Federal Reserve.

No mercado “onshore”, o iuan terminou o pregão doméstico a 7,2458 por dólar, seu fechamento mais fraco desde janeiro de 2008 e em queda de 0,91% em relação ao fechamento anterior, de 7,18.

O iuan “offshore” seguiu o exemplo e enfraqueceu 1,15% no dia, para 7,2635 por dólar.

“Aqueles que querem converter suas receitas de câmbio em iuan estão se segurando e esperando por melhores preços”, disse um operador de um banco estrangeiro.

Um segundo operador de um banco estrangeiro disse que a fraqueza do iuan estava em linha com outras moedas na quarta-feira (28).

“As moedas que não são dólares caíram todas nas primeiras negociações, o iuan não consegue escapar”, disse.

Banco Mundial reduz previsão de crescimento da China para 2,8% em 2022

O Banco Mundial revisou para baixo sua previsão de crescimento da China neste ano, de 4,3% (na estimativa feita em junho) para 2,8%. É prevista uma recuperação para 2023, quando o PIB do gigante asiático crescerá 4,5%, mas bem abaixo dos 8,1% registrados em 2021. A projeção faz parte do mais recente relatório da entidade sobre a economia da Ásia e região do Pacífico.

Ao mesmo tempo, a projeção é de que a região do leste da Ásia e do Pacífico fora da China acelere neste ano, para um crescimento de 5,3% em 2022 (ante 2,6% em 2021).

Para o Banco, os países da região se recuperaram mais rápido dos efeitos da pandemia de Covid-19 e elevaram suas exportações, enquanto a China perdeu força por contas das medidas contínuas para conter o vírus, que incluíram vários lockdowns.  A China representa cerca de 86% da produção da região.

Olhando para o futuro, a Banco Mundial prevê que o desempenho econômico em toda a região pode ser comprometido pela desaceleração da demanda global, aumento da dívida e dependência de correções econômicas de curto prazo para amortecer os aumentos de preços de alimentos e combustíveis.

PIB do Vietnã cresce 13,67% no 3º trimestre puxado por exportações para os EUA

A economia do Vietnã, medida pelo produto interno bruto (PIB), cresceu 13,67% em termos reais no período de julho a setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, com o aumento das exportações para os EUA, informou o governo na quinta-feira (29).

A forte recuperação do consumo pessoal também contribuiu para o primeiro crescimento trimestral de mais de 10% desde 2009, quando começaram a ser compilados dados comparáveis, segundo o Escritório Geral de Estatísticas do Vietnã.

A recuperação veio depois que a economia do país expandiu 7,83% no trimestre abril-junho, uma revisão para cima de 0,11 ponto percentual, segundo o escritório de estatísticas.

Outra razão para a subida acentuada foi uma contração de 6,02% no terceiro trimestre de 2021 devido a medidas rigorosas para conter a Covid-19. O governo vem relaxando essas medidas passo a passo, com o crescimento acelerando.

Além do crescimento reacional da contração do ano anterior, “a economia vietnamita baseada na exportação está se beneficiando de uma recuperação econômica global”, disse Yusuke Koshiyama, economista da Mizuho Research and Technologies.

O crescimento econômico do país está sendo liderado pelas exportações para os EUA, que no período de janeiro a setembro cresceram 25,4% em relação ao mesmo período de 2021.

Arábia Saudita assina Memorando Financeiro de US$ 10 milhões para resolver crise do petroleiro Safer

A Arábia Saudita assinou um memorando financeiro de US$ 10 milhões para resolver a crise do petroleiro Safer, atualmente ancorado na costa do Iêmen, informou a SPA.

O conselheiro da corte real do reino e supervisor geral do King Salman Center for Relief and Humanitarian Action, Abdullah bin Abdulaziz al-Rabiah, assinou o acordo com o Coordenador Humanitário da ONU para o Iêmen, David Gressly, em Nova York, à margem da 77ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Os dois funcionários também discutiram os esforços humanitários e de socorro no Iêmen e as formas de enfrentar as ameaças humanitárias, econômicas e ambientais do petroleiro Safer.

Rabiah explicou que a contribuição do Reino vem como uma extensão de seus esforços para salvar o navio-tanque Safer e apoiar os esforços internacionais para evitar possíveis desastres que possam resultar dele.

Ele contém mais de um milhão de barris de petróleo e não é mantido desde 2015.

Emirados Árabes Unidos exigem devolução de três ilhas tomadas pelo Irã

Os Emirados Árabes Unidos instaram o Irã a devolver ao Estado do Golfo as três ilhas que ocupava ilegalmente nas últimas cinco décadas.

Em um discurso antes do Debate Geral da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, Reem Al Hashimy, Ministro de Estado dos Emirados Árabes Unidos para Cooperação Internacional, disse que a ocupação das três ilhas pelo Irã é uma violação da soberania de seu país.

“Renovamos nossa demanda pelo fim da ocupação iraniana das três ilhas dos Emirados Árabes Unidos: Greater Tunb, Lesser Tunb e Abu Musa, a soberania dos Emirados Árabes Unidos é comprovada pela história e pelo direito internacional”, disse Hashimy.

O Irã apreendeu as três ilhas em novembro de 1971, logo após a retirada das forças britânicas. As ilhas estão todas localizadas no Estreito de Ormuz entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã.

“Apesar dos apelos sinceros dos Emirados Árabes Unidos para resolver pacificamente este conflito nas últimas cinco décadas, enfatizamos aqui que o Irã não respondeu. é nosso direito legítimo”, disse Hashimy.

O Irã foi acusado por seus vizinhos e membros árabes e pelo Ocidente de tentar desestabilizar a região financiando e armando suas milícias por procuração, incluindo o Hezbollah do Líbano, os Houthis do Iêmen e outros militantes nos territórios palestinos e no Iraque.

A exigência dos Emirados Árabes Unidos ocorre em meio a violentos distúrbios no Irã, desencadeados pela morte de uma jovem curda sob custódia policial.

No domingo (25), o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, xeque Abdullah bin Zayed Al Nahyan, se reuniu com seu colega iraniano Hossein Amir-Abdollahian à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Legisladores libaneses se reúnem para eleger presidente do país

O presidente do parlamento do Líbano na terça-feira (27) convocou os legisladores para uma sessão esta semana para eleger o próximo presidente do país, oferecendo um vislumbre de esperança de um passo político adiante mesmo com o caos abalando esta nação do Oriente Médio.

O Parlamento se reunirá na quinta-feira (29), de acordo com um memorando do presidente, Nabih Berri. Sob o frágil sistema sectário de compartilhamento de poder do Líbano, o parlamento de 128 membros do país vota em um presidente, que deve ser um cristão maronita.

O mandato de seis anos do atual presidente Michel Aoun, um general militar aposentado e aliado do grupo militante Hezbollah apoiado pelo Irã que foi eleito em outubro de 2016 após um impasse de dois anos, termina em 31 de outubro.

O sucessor de Aoun deve ser eleito em um momento em que o Líbano está passando por um colapso econômico e o governo luta para implementar as reformas estruturais necessárias para um resgate do Fundo Monetário Internacional.

A crise, que começou no final de 2019, mergulhou três quartos da pequena nação mediterrânea na pobreza e a libra libanesa perdeu 90% de seu valor em relação ao dólar.

No entanto, não está claro se os legisladores de um parlamento profundamente dividido conseguirão chegar a um quórum para a sessão, aumentando as perspectivas de uma nova paralisia política.

Nos últimos meses, nenhum candidato de maioria ou consenso surgiu para o cargo de sucessor de Aoun.

Sleiman Frangieh do Partido Marada, um aliado do Hezbollah que chama o presidente sírio Bashar Assad de “amigo e irmão”, tem o apoio de alguns partidos importantes, mas não recebeu o apoio de um grande bloco cristão.

Os outros candidatos anunciados, Tracy Chamoun, neta de um ex-presidente libanês que concorre em uma plataforma anti-Hezbollah, o empresário Ziad Hayek, e a escritora e defensora das mulheres May Rihani ainda não receberam nenhum endosso formal.

Os oponentes do Hezbollah, apoiados pelos Estados Unidos e pelas monarquias do Golfo Árabe, esperam usar sua influência para garantir que o próximo presidente do Líbano não seja um aliado do Hezbollah. Separadamente, 13 legisladores reformistas independentes estão fazendo lobby para tentar pressionar por um presidente reformista que priorize reformas e tire o Líbano do atoleiro.

Corte de oferta da Opep+ é essencial para estabilizar preços do petróleo

Um corte na produção de petróleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados é vital para quebrar o impulso negativo nos preços em meio a temores de recessão e um dólar mais forte, disseram analistas do UBS nesta terça-feira, segundo a Reuters.

“A falta de ação do grupo para remover os barris do mercado provavelmente estimulará ainda mais a pressão negativa sobre os preços do petróleo”, disse o UBS em nota.

“O grupo deve anunciar um corte de produção de pelo menos 0,5 milhão de barris por dia nos próximos dias.”

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e outros produtores conhecidos como OPEP+, está agendada para se reunir no próximo dia 5 de outubro.

O petróleo está caindo por temores de que uma recessão leve a uma demanda mais fraca e a um mercado de petróleo melhor abastecido, disse o UBS, acrescentando que o ambiente mais amplo de risco causado pelo aperto agressivo da política monetária nos EUA e na Europa também está pesando sobre os preços.

Os preços do petróleo subiram mais de 1% na terça-feira (27), depois de caírem para mínimos de nove meses no dia anterior, em meio a indicações de que a aliança de produtores Opep + pode decretar cortes na produção para evitar um novo colapso nos preços.

Taxa de desemprego saudita cai para 9,7% no segundo trimestre

A taxa de desemprego dos sauditas caiu para 9,7% no segundo trimestre de 2022, impulsionada por reformas governamentais direcionadas ao mercado de trabalho, segundo dados divulgados pela Autoridade Geral de Estatísticas.

Além disso, a taxa caiu 0,4 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Isso ocorre quando a taxa de participação da força de trabalho dos sauditas aumentou 1,7 pontos percentuais para chegar a 51,8%, e a proporção emprego-população dos sauditas aumentou 1,7 pontos percentuais, atingindo 46,8% em comparação com o ano passado, acrescentou o relatório GASTAT.

A taxa de desemprego entre os homens sauditas caiu para 4,7%, caindo 0,3 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre de 2022.

“A queda na taxa de desemprego dos homens sauditas neste trimestre coincidiu com a expansão da participação no mercado de trabalho e o crescimento do emprego, onde a taxa de participação aumentou 1,5 ponto percentual para 67,5% e a relação emprego/população aumentou 1,6%. pontos atingindo 64,3 por cento”, disse GASTAT no relatório.

Da mesma forma, o desemprego feminino saudita caiu 0,9 ponto percentual no primeiro trimestre para 19,3% no segundo trimestre de 2022.

“A diminuição da taxa de desemprego foi acompanhada por uma expansão da participação da força de trabalho e crescimento do emprego”, acrescentou o relatório.

FONTES

CNBC | World 24 | CNN | ADVFN | Reuters | BBC | News24 | G1 | Investing | TC | Arab | Associated Press | Euro News | CNA Asia | Istoé Dinheiro | NYT | Valor Econômico

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
www.matarazzo-cia.com/blog
30/09/2022