Cenário Econômico Nacional – 03/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 03/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 03/10/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Estimativas para o PIB e inflação seguem tendência de melhora nesta semana

O cenário para o PIB e a inflação estão um pouco mais positivos, segundo os economistas consultados pelo Banco Central para o Boletim Focus divulgado na segunda-feira (26), enquanto o dólar e a Selic permanecem estáveis novamente.

Confira abaixo as expectativas para IPCA, PIB, Selic e dólar:

Inflação

Os economistas consultados reduziram as estimativas para o IPCA neste ano de 6% para 5,88%, enquanto há quatro semanas estavam em 6,70%. Essa é a 13ª semana seguida de queda, mas a estimativa do IPCA continua acima tanto da meta de 3,5% como do teto de 5%.

A projeção para 2023 do IPCA, cujo centro da meta será de 3,25%, passou de 5,01% para 5%, enquanto para 2024, as estimativas permaneceram em 3,50%.

Para 2025, as perspectivas continuaram em 3%.

Selic

A taxa Selic não sofreu alterações nesta semana, com a expectativa para 2022 permanecendo em 13,75% pela 14ª semana seguida. O mesmo aconteceu com as previsões para 2023, que ficaram em 11,25%.

Para 2024, a perspectiva se manteve em 8%, mas para 2025, subiu de 7,50% para 7,63%.

PIB

Os economistas subiram as expectativas para o PIB em 2022 de 2,65% para 2,67%, enquanto há quatro semanas estavam em 2,10%. Para 2023, a previsão permaneceu em 0,50%.

Para 2024, as projeções subiram de 1,70% para 1,75%, enquanto para 2025 ficaram em 2%.

Dólar

Em relação ao dólar, as apostas para 2022 continuaram em R$ 5,20 pela 9ª semana seguida, assim como para 2023, também permaneceram em R$ 5,20.

Porém, para 2024, a expectativa do preço do dólar caiu de R$ 5,11 para R$ 5,10, enquanto para 2025, ficou em R$ 5,15.

Banco Central fixa novos limites para tarifas de transações com cartões a partir de abril de 2023

O Banco Central anunciou na segunda-feira (26) que a partir de 1º de abril do ano que vem as tarifas de intercâmbio (TIC) pagas aos emissores de cartões pelos comerciantes que alugam as “maquininhas” ficarão limitadas a 0,5% para as transações de débito e a 0,7% para os cartões pré-pagos, após meses de debates que vinham colocando fintechs e bancos de grande porte em lados opostos.

O BC estabeleceu também que o prazo de liquidação das operações terá que ser o mesmo, independentemente de o cartão ser de débito ou pré-pago.

Segundo o BC, os novos limites para a TIC representam uma simplificação em relação à norma anterior para o cartão de débito, que tinha uma definição cumulativa de média ponderada de 0,5% e valor máximo por transação de 0,8%. Agora não haverá definição de patamar médio, apenas o teto de 0,5%.

A TIC para as transações com cartões pré-pagos, que passará a respeitar o limite de 0,7%, atualmente não tem um nível máximo e seu valor médio supera 1% por operação.

“As medidas visam a aumentar a eficiência do ecossistema de pagamentos, estimular o uso de instrumentos de pagamentos mais baratos, possibilitando a redução dos custos de aceitação desses cartões aos estabelecimentos comerciais, além de possibilitar reduções de custo de produtos aos consumidores finais, de forma a proporcionar benefícios para toda a sociedade”, disse o BC em nota.

A Reuters mostrou em julho que fintechs e bancos de grande porte vinham pressionando a autoridade monetária em direções opostas enquanto a autarquia enfrentava entraves que alongaram o processo de decisão sobre a medida.

Com uso maciço dos cartões pré-pagos nas contas digitais gratuitas, fintechs alegavam que a limitação da tarifa provocaria uma perda de receitas que inviabilizaria o modelo de negócios do setor e levaria a uma elevação das cobranças sobre consumidores, com consequente golpe no processo de inclusão financeira no país.

Já as instituições tradicionais, com maior participação nos cartões de débito, que já têm um teto para a tarifa, apoiavam a proposta do BC e cobravam isonomia de tratamento.

A TIC é um percentual do valor da compra, definido pelas companhias das bandeiras, que é repassado pela empresa da “maquininha” do cartão (credenciadora) à instituição financeira emissora do cartão.

A decisão publicada pelo BC nesta segunda representa uma flexibilização em relação à proposta inicial apresentada pela autoridade monetária.

A consulta pública sobre o tema, feita pela autarquia no fim do ano passado, trazia uma minuta que definia teto de 0,5% da TIC, válido tanto para os cartões de débito quanto para os pré-pagos.

Brasil registra déficit em conta corrente de US$ 4,136 bilhões em julho, pior que o esperado

O Brasil registrou déficit em transações correntes de 4,136 bilhões de dólares em julho, impactado por um aumento das remessas de lucros e dividendos ao exterior e um recuo nos saldos comercial e de serviços frente ao mesmo mês do ano passado, informou o Banco Central na segunda-feira (26).

O dado do mês veio pior do que a expectativa de mercado, segundo pesquisa feita pela Reuters com analistas, que apontava para um superávit de 0,5 bilhão de dólares.

Com o resultado, o déficit acumulado em 12 meses na conta corrente do país totalizou o equivalente a 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB).

Por outro lado, os investimentos diretos no país alcançaram 7,723 bilhões de dólares em julho, bem melhor do que a projeção de mercado, de 3,096 bilhões de dólares.

No mês, o superávit da balança comercial foi de 4,154 bilhões de dólares, inferior ao saldo positivo de 6,262 bilhões de dólares do mesmo mês do ano passado.

O movimento foi impulsionado por um crescimento mais forte das importações, de 33,8%, enquanto as exportações tiveram alta de 17,4%.

O dado do mês mostrou déficit na conta de renda primária, de 6,535 bilhões de dólares, ante rombo similar de 6,356 bilhões de dólares em julho de 2021.

Nesse segmento, as remessas líquidas de lucros e dividendos aumentaram para 3,576 bilhões de dólares, ante 2,866 bilhões de dólares em mês equivalente do ano passado. A despesa líquida com juros, por sua vez, somou 2,970 bilhões de dólares no mês, contra 3,499 bilhões de dólares em julho de 2021.

Já o rombo na conta de serviços ficou em 2,122 bilhões de dólares, contra 1,333 bilhão de dólares no mesmo mês do ano passado.

Os gastos líquidos com viagens internacionais subiram a 661 milhões de dólares, de 229 milhões de dólares um ano antes.

A apresentação dos dados de julho originalmente ocorreria no fim de agosto, mas parte das divulgações do BC segue atrasada mesmo após o fim da greve de servidores do órgão no início de julho.

IPCA-15 cai 0,37% em setembro, diz IBGE

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial do país, teve queda de 0,37% em setembro, a segunda taxa negativa seguida, aponta o levantamento divulgado na terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mais uma vez, a variação negativa do indicador foi puxada pela queda nos preços dos combustíveis, e sobretudo da gasolina. Em agosto, o IPCA-15 havia ficado em -0,73%, a menor taxa em mais de 30 anos.

“Apesar da deflação no índice geral, os preços de somente três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados recuaram em setembro”, destacou o IBGE.

Com o resultado de setembro, no ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,63% e, em 12 meses, de 7,96%, abaixo dos 9,60% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Arrecadação federal tem alta real de 8,21% em agosto, a R$ 172,314 bilhões

A arrecadação do governo federal teve alta real de 8,21% em agosto sobre igual mês do ano passado, a 172,314 bilhões de reais, divulgou a Receita Federal na terça-feira (27).

O resultado foi o maior para o mês na série histórica da Receita corrigida pela inflação, iniciada em 1995.

De janeiro a agosto, o crescimento real da arrecadação foi de 10,17%, somando 1,464 trilhão de reais, também com o desempenho mais forte para o período na série corrigida pela inflação.

Inadimplência bate novo recorde e atinge 67,9 milhões de brasileiros, aponta Serasa

O número de pessoas com contas atrasadas voltou a bater recorde no Brasil. Segundo dados do Serasa Experian, o país registrou 67,9 milhões de inadimplentes em agosto, maior cifra desde o início do levantamento, em 2016.

Isso representa uma alta de 300 mil pessoas em relação ao mês anterior, ou 0,5% em termos percentuais.

A instituição ressalta, contudo, que o mês registrou um elevado número de negociações de dívidas, que chegou a 2,8 milhões débitos, trata-se de 22% a mais do que em julho, o que deu um freio ao crescimento das dívidas em atraso no país.

“Monitoramos o crescimento da inadimplência desde o início do ano e por isso promovemos, em agosto, um mutirão nacional que representou um alívio no cenário graças ao aumento das dívidas negociadas”, diz, em nota, Aline Maciel, gerente de Serasa Limpa Nome.

“Como os brasileiros estão com o orçamento mensal apertado, a negociação de dívidas com parcelamento foi uma solução buscada para aumentar o número de regularização de débitos, o que de fato ocorreu”, prossegue.

Segundo a Serasa, o mês teve o segundo maior volume de renegociações, atrás apenas de março. Naquele mês, houve o Feirão Limpa Nome Emergencial, que renegociou mais de 3,7 milhões de contratos.

O segmento de bancos e cartões segue como responsável pela maioria das dívidas, 28,8% do total. Depois, vêm as contas básicas como água, luz e gás, com 22,1%. Em terceiro lugar fica o setor financeiro, com 13,8% do total.

Na divisão por região, São Paulo liderou o número de inadimplentes, com 16.072.592. Na outra ponta, Roraima foi o estado com menos negativados, 214.557.

IGP-M tem deflação de 0,95% em setembro; maior que a previsão de -0,86%

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) registrou uma deflação de 0,95% e, com isso, manteve a desaceleração no acumulado em 12 meses, de 10,08% em julho para 8,59% em agosto e agora 8,2%, divulgou na quinta-feira (29) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A deflação foi mais forte que o resultado de agosto (-0,70%) e bem melhor que o indicador de setembro de 2021 (+0,64%), quando o índice acumulava uma alta de 24,86% em 12 meses. A variação negativa também foi maior que a esperada pelo mercado, que projetava uma queda de 0,86% nos preços segundo o consenso Refinitiv.

O IGP-M é conhecido como “inflação do aluguel”, por historicamente ser usado como indexador para reajustar contratos de locação. Com a deflação de setembro, o indicador agora acumula alta de 6,61% no acumulado de 2022.

Inflação: após admitir estouro do teto neste ano, BC diz agora que há 7% de chance de cumprir meta

O Banco Central informou na quinta-feira (29) que revisou de 8,8% para 5,8% a estimativa para o crescimento da inflação neste ano.

A informação consta do relatório de inflação do terceiro trimestre. No Brasil, a inflação considerada oficial é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O Banco Central já havia admitido que o teto de 5% seria estourado neste ano. Agora, a instituição afirma que há 7% de chance de a inflação ficar na meta (93% de chance de não ficar).

Quanto maior é a inflação, maior é a tendência de os preços dos produtos aumentarem. Mas se o salário do trabalhador não acompanha esse crescimento, o cidadão perde poder de compra.

A redução da estimativa para a inflação deste coincide com o corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica. Esses produtos por si só já impactam a inflação. Além disso, influenciam indiretamente os preços de outros itens.

Além da redução de tributos, a forte desaceleração do nível de atividade mundial também tem contribuído para a queda da inflação ao impactar para baixo os preços das “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como petróleo e alimentos), com reflexos no mercado interno.

Banco Central melhora projeção de alta do PIB neste ano a 2,7%, mas vê desaceleração em 2023

O Banco Central melhorou sua projeção para o crescimento econômico em 2022 a 2,7%, ante estimativa de 1,7% feita em junho, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado na quinta-feira (29), esperando ainda uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para uma alta de 1,0%.

No documento, a autoridade monetária apontou um cenário mais positivo para a inflação neste ano, mas piorou projeções para 2023, com aumento do risco de rompimento do teto da meta no ano que vem.

Assim como o BC, o Ministério da Economia também prevê expansão de 2,7% para o PIB este ano, mas é bem mais otimista para 2023, enxergando uma alta de 2,5%. O mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,67% em 2022 e 0,5% no ano que vem.

De acordo com o relatório, dados sobre a atividade no país divulgados desde junho mostraram um crescimento mais expressivo do que se projetava, também por conta dos estímulos fiscais implementados pelo governo.

Para 2023, porém, o crescimento menor seria explicado pela influência da esperada desaceleração global e dos impactos cumulativos da política monetária no Brasil, disse no documento.

Em relação à inflação, o BC afirmou que os dados tiveram recuo relevante desde o último relatório, ressaltando que o IPCA no trimestre encerrado em agosto foi negativo e se revelou 2,37 pontos percentuais mais baixo do que o antecipado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em seu cenário de referência de junho.

“O índice de preços ao consumidor recuou especialmente devido às medidas tributárias recentemente adotadas”, disse. “Por outro lado, a inflação de serviços permanece resistente, em meio a resultados surpreendentemente positivos da atividade econômica e do mercado de trabalho.”

Para este ano, o BC disse que a probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta caiu de quase 100% para cerca de 93%. Em 2023, porém, a autarquia afirmou que a probabilidade de estouro subiu de 29% para 46%, citando elevação das projeções de mercado, “possivelmente refletindo uma persistência da inflação de serviços”.

O BC também reiterou mensagem da última reunião do Copom de que se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano, após o BC ter decidido interromper o ciclo de aperto monetário.

Taxa de desemprego no Brasil cai a 8,9% no trimestre até agosto, com aumento da renda

A taxa de desemprego caiu a 8,9% nos três meses até agosto em meio a um contingente recorde de pessoas ocupadas, chegando ao nível mais baixo em sete anos, ao mesmo tempo que a renda real dos trabalhadores voltou a crescer.

O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada na sexta-feira (30) foi o melhor desde a taxa de 8,7% vista no trimestre até julho de 2015 e ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a taxa de desemprego estava em 9,8% nos três meses imediatamente anteriores, até maio. No trimestre até agosto de 2021 ela era de 13,1%.

A retomada da economia após a Covid-19 vem permitindo que a taxa de desemprego brasileira se afaste cada vez mais do nível próximo de 15% que alcançou no segundo semestre de 2020 devido às medidas de contenção da pandemia.

Embora o mercado de trabalho brasileiro ainda seja fortemente marcado pela informalidade, os dados endossam avaliação de que ele continua a melhorar, depois de na véspera o governo informar abertura de vagas formais de trabalho acima do esperado em agosto.

“O mercado de trabalho segue a tendência demonstrada no mês passado, continuando o fluxo que ocorre ao longo do ano, de recuperação”, afirmou a coordenadora da pesquisa no IBGE, Adriana Beringuy.

“Há uma consolidação desse movimento. E agora tivemos um avanço do rendimento graças à redução da inflação”, completou.

Nos três meses até agosto, eram 9,694 milhões os desempregados no Brasil, menor nível desde novembro de 2015, o que representa uma queda de 8,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior e recuo de 30,1% na comparação com o mesmo período de 2021.

Já o total de ocupados chegou a 99,013 milhões, alta de 1,5% sobre o trimestre até maio e de 7,9% ante os três meses até agosto do ano passado.

O nível de ocupação, ou o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, chegou a 57,1%, mostrando aumento em comparação com o trimestre anterior (de 56,4%) e acima do mesmo período do ano passado (de 53,4%).

Lula tem 45%, Bolsonaro, 35%; Ciro, 7% e Simone, 4%, aponta pesquisa BTG/FSB

Pesquisa do Instituto FSB para presidente da República encomendada pelo banco BTG Pactual, divulgada na segunda-feira (26), aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança com 45% das intenções de voto na estimulada a seis dias do primeiro turno, seguido pelo atual chefe do Executivo e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), com 35%.

Com relação à pesquisa anterior, de 19 de setembro, Lula cresceu 1 ponto porcentual (pp) dos 44%, e, no mesmo intervalo de uma semana, Bolsonaro permaneceu numericamente estável. Se considerados apenas os votos válidos, Lula teria 48% das intenções e Bolsonaro, 37%. No levantamento espontâneo o cenário é parecido: Lula tem 44% e Bolsonaro, 34%.

Na pesquisa estimulada, Ciro Gomes permaneceu com os 7% da semana passada e Simone Tebet (MDB) registrou 4%, 1 pp a menos do que os 5% na amostra anterior.

Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe d’Avila (Novo) obtiveram 1% e os demais candidatos não pontuaram. A soma de brancos, nulos e nenhum dos candidatos foi 4%, não sabem ou não responderam foram 2%.

A pesquisa foi feita entre sexta-feira, 23, e domingo, 25, com 2 mil eleitores, intervalo de confiança de 95%, margem de erro de 2 pp e está registrada no TSE sob o número BR-08123/2022. O levantamento ocorre após a semana iniciada com a manifestação de apoio de ex-presidenciáveis a Lula, incluindo o do ex-ministro Henrique Meirelles (União Brasil), e encerrada com a ausência do candidato petista no debate realizado pelo pool de imprensa no SBT.

Na simulação de segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 52% a 40%, ante 52% a 39% na pesquisa de 19 de setembro. Lula venceria Ciro por 47% a 36% e Simone por 49% a 34%. Ciro bateria Bolsonaro por 48% a 39%. Em um eventual segundo turno entre Bolsonaro e Simone a senadora venceria por 46% a 40%.

Em ‘superlive’, Lula reforça discurso de combate ao ódio e apela pelo voto útil

No discurso final da “superlive” que teve duração de mais de 4 horas, o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma fala reforçando a necessidade de unir forças para combater o ódio e vencer o “inimigo comum” já no primeiro turno. A estratégia da campanha é, justamente, recorrer à ideia de preservar a democracia e os direitos da população como forma de atrair os indecisos e eleitores dos adversários, sem entrar em uma “guerra aberta” de esvaziamento de candidaturas como de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Com apelo à pauta democrática, o ex-presidente afirmou que nestes poucos dias até as eleições, marcadas para o dia 2 de outubro, “é preciso trabalhar para conquistar os votos”. “Daqueles que amam a democracia. Digo sempre que a democracia não é um pacto de silêncio, ela é ruidosa, ela é barulhenta. Porque nela ecoa muitas vozes, e é em defesa da democracia que tantas vozes estão hoje aqui reunidas nesse palco”, enfatizou. “Estamos há um passo da vitória em 2 de outubro. Falta um tiquinho, só um tiquinho”.

Ele minimizou, sem mencionar os adversários, as críticas que enfrenta por realizar supostamente uma “ofensiva” para atrair os eleitores de outros candidatos. “Todas as eleições que participei eu tentei ganhar em primeiro turno (…) Não pensa que a gente gosta de ir para o segundo turno, a gente gosta de ganhar”, disse. Ainda na tentativa de conquistar diferentes forças para vencer o pleito no próximo dia 2 de outubro, o petista voltou a repetir a frase do filósofo Paulo Freire sobre “unir os divergentes para melhor enfrentar os antagônicos”.

Ele citou a aliança com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que era um adversário histórico, como exemplo claro da missão de “pacificar e reconstruir o Brasil”.

“De lá para cá esse movimento de união só fez crescer. No início éramos apenas três partidos, hoje somos dez. Fomos ganhando cada vez mais adesões de outras forças políticas, inclusive ex-candidatos a presidente que em algum momento foram adversários do PT”, afirmou. “Basta de tanto ódio, de tanta destruição, de tantas mentiras, de tanto sofrimento e de tantas mortes”, emendou, em crítica velada ao atual governo. “O tempo do ódio, o tempo da guerra, o tempo da desordem e da desunião está chegando ao fim (…) Cabe a nós inaugurar um novo tempo. Tempo de paz, democracia, união, prosperidade, amor e esperança”, afirmou.

Agro precisa de acordos internacionais para não depender da China, diz Alckmin

O vice-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o agronegócio brasileiro precisa de acordos internacionais para não ficar dependente da China.

Disse também que o País necessita de produção nacional de fertilizantes para não depender de empresas instaladas no Canadá, na Noruega e na Rússia. Alckmin tem sido uma ponte para aproximar Lula do agronegócio, segmento que hoje, majoritariamente, apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-governador afirmou que os encontros do petista com empresários do setor foram “muito bons” e voltou a dizer que a produção agrícola “quase dobrou” durante as gestões petistas. “O presidente Lula já foi presidente.

A produção agrícola quase dobrou no período dele. Os juros eram de 3,5% para comprar trator. Hoje é de 12,5% a 17%”, disse antes do evento com artistas. Sobre a pauta armamentista, tema caro ao segmento, Alckmin afirmou que Lula já se posicionou favorável à posse de arma para quem mora na zona rural.

Em entrevista ao Canal Rural na semana passada, o ex-presidente reforçou o seu posicionamento desarmamentista, mas, entende que uma pessoa que tenha uma fazenda possa estar armado.

Fundo eleitoral e orçamento secreto minam movimentos de renovação do Congresso

A adoção do orçamento secreto, revelado pelo Estadão, a aprovação com apoio geral do Congresso do fundo eleitoral bilionário e o cenário de polarização têm sido desfavoráveis aos movimentos de renovação política. As emendas (impositivas, individuais e de bancadas, além das de relator) viraram cobiça e propósito dos partidos, o que dificulta o surgimento de novos quadros. A montanha de dinheiro público e a forma com que os recursos são distribuídos na eleição impedem mudanças, avaliam analistas.

Organizações como RenovaBR, Agora e Livres, além da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), dizem ter dificuldades de competir com esses meios que favorecem a manutenção dos atuais integrantes no Congresso. Neste ano, o índice de tentativa de reeleição na Câmara é de 87%, um recorde. De um total de 513 deputados, 448 tentam seguir na Casa responsável pela representação do povo brasileiro.

Conforme mostrou a Coluna do Estadão, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), candidatos a deputado federal que disputam a reeleição ganharam quase dez vezes mais recursos nesta campanha do que concorrentes que tentam ingressar na Câmara. O levantamento mostra que os candidatos com mandato receberam, em média, R$ 1,8 milhão até o momento, enquanto os demais tiveram receita, em média, de R$ 195 mil.

Segundo o TSE, são 10.629 candidatos à Câmara em todo o País – dos quais 2.867 disputam uma vaga para deputado federal pela primeira vez, segundo dados do RenovaBR. Eduardo Mufarej, do movimento, criticou a disputa “desigual” no País. Anteontem, ele alertou sobre a importância do voto para o Legislativo.

“Está muito clara a relevância do Congresso nos próximos anos, e, para isso, realizarmos boas escolhas é fundamental. Dentro de uma escolha desigual, com orçamento secreto e fundo eleitoral, mas, ao mesmo tempo, contrapondo essa desigualdade com muita dedicação e muito empenho, conto com vocês. Realizem seu papel de cidadãos e façam boas escolhas”, afirmou em vídeo nas redes sociais.

Bolsonaro prega contra voto útil e pede que eleitores evitem nulos e brancos

A cinco dias da eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pregou contra o voto útil, estratégia adotada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar vencer a disputa no primeiro turno. Numa tentativa de mobilizar sua militância, o candidato à reeleição também pediu, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, que os eleitores compareçam no dia da votação e evitem anular ou votar em branco.

“É um direito votar em qualquer candidato e ponto final. Nem vou falar em voto útil aqui. Eu acho que o primeiro turno existe para, exatamente, você votar naquela pessoa que você acha que deve votar. E, no segundo turno, você tem que ter uma opção, e sempre tem o melhor ou o menos ruim”, declarou Bolsonaro. “E eu peço a você: não anule seu voto, não se abstenha, não vote em branco, vote em alguém”, emendou.

A estratégia da campanha de Lula é buscar o voto útil no primeiro turno para tentar derrotar Bolsonaro. O PT quer, mesmo que isso não seja dito em público, desidratar as candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). “A partir de agora, sempre que puder usar verde e amarelo, use. E, no dia das eleições, voto com verde e amarelo. Convença aquelas pessoas, converse, que têm ideias diferentes, e, quem sabe, eles possam entender”, pediu Bolsonaro.

Na live, o presidente voltou a dizer que quer eleições “limpas e transparentes” e afirmou que, numa eventual reeleição, vai “garantir em definitivo” a liberdade de expressão. O chefe do Executivo costuma criticar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra fake news e ataques à democracia feitos por seus apoiadores. “Numa reeleição, vamos conversar mais com poderes para chegar a uma solução”, declarou o presidente. “Certos problemas vêm acontecendo, tem subido a temperatura de um lado”, emendou, em nova crítica velada ao Judiciário.

O candidato à reeleição também voltou a dizer que não acredita nas pesquisas de intenção de voto, que mostram Lula como favorito para vencer a disputa pelo Palácio do Planalto, e disse que o petista deveria ter sofrido desgaste por ter faltado no último sábado (24), ao debate promovido por SBT, Estadão e outros veículos de mídia.

Eleições 2022: por que abstenção pode impedir que pleito seja decidido no 1º turno

As sondagens eleitorais mais recentes mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com chance de vitória ainda no primeiro turno das eleições presidenciais, desbancando o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição.

Mas a possível alta abstenção pode fazer com que o pleito presidencial não se encerre no próximo domingo (02).

E a razão para isso está no nível de escolaridade e de renda daqueles que deixam de votar. Parcelas mais pobres e menos escolarizadas do eleitorado costumam comparecer menos às urnas no Brasil.

E é neste segmento que Lula tem maior intenção de voto, como mostram as pesquisas.

No geral, Lula aparece com cerca de 34% de intenção de voto estimulado no primeiro turno entre eleitores com Ensino Superior, mas com 53% entre aqueles com Ensino Fundamental.

Sendo assim, para que o petista assegure a vitória ainda no primeiro turno, é fundamental que seus potenciais eleitores compareçam para votar, diz o cientista político Jairo Nicolau em artigo recente.

Nicolau analisou os dados das eleições de 2018 e mostrou que a escolaridade do eleitor é um “fator decisivo” para o comparecimento eleitoral, o percentual cresce de maneira constante à medida que aumenta a faixa de escolaridade.

“Entre os analfabetos, apenas 49,2% compareceram às urnas, enquanto entre os eleitores com curso superior o percentual de comparecimento foi de 88,4%, uma diferença de mais de quase 40 pontos percentuais. Vale lembrar que o voto não é obrigatório para os analfabetos”, diz ele.

Segundo Nicolau, “se o padrão observado em 2018 se repetir em 2022, há uma boa e uma má notícia para a candidatura de Lula”.

“A boa é uma maior participação eleitoral das mulheres (elas tendem a comparecer mais que os homens). Os números são pequenos, mas lhe favorecem. A má notícia é que eleitores de baixa escolaridade comparecem muito menos do que os de escolaridade alta e média; até agora, as pesquisas mostram que Lula lidera com folga entre os eleitores que cursaram até o fundamental completo ou não foram à escola”.

Nicolau acrescenta que a escolaridade foi fundamental para que Bolsonaro assegurasse a vitória em 2018, pois teve amplo apoio dos eleitores de média e alta escolaridade.

PT e PL devem eleger maiores bancadas; Câmara seguirá liberal

Independentemente do resultado da eleição presidencial, a polarização entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva deve seguir no Congresso. Projeção feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que os partidos dos dois candidatos, PL e PT, devem eleger as maiores bancadas na Câmara dos Deputados.

Os dados indicam ainda que o número de partidos com representantes eleitos deve cair de 30 para 23; o perfil dos eleitos deve seguir como liberal em relação à economia e conservador nos assuntos sociais; e as bancadas ruralista, da segurança e evangélica devem sair das urnas fortalecidas. Patriota, PTB e PROS são os partidos com maior risco de não eleger deputados federais para a próxima legislatura.

O prognóstico foi feito com base no resultado da última eleição, financiamento da campanha, pesquisas eleitorais, projeções dos próprios partidos e novas regras da legislação. O Diap, que há 32 anos faz o levantamento, com taxa de 90% de acerto, definiu um mínimo e um máximo de deputados que podem ser eleitos de cada sigla por Estado e calculou uma média para o resultado final.

A federação formada por PT, PCdoB e PV, que atualmente tem 68 deputados, deve eleger de 65 a 75 parlamentares. O PL, por sua vez, que hoje conta com um grupo de 76, pode emplacar de 70 a 80 integrantes. De acordo com os dados, o poder ficará concentrado nas mãos de sete partidos (PT, PL, União Brasil, PP, PSD, Republicanos e MDB), que devem eleger 80% da Câmara. Nesse cenário, o Centrão, o bloco formado majoritariamente por PP, PL, Republicanos e União Brasil, manterá a força para dominar o Legislativo com um grupo de até 298 deputados, ou seja, quase dois terços da Casa. Na esquerda, partidos alinhados ao PT devem crescer moderadamente, podendo chegar a 162 eleitos, 30 a mais do que a quantidade atual.

A prática, o presidente da República eleito em outubro precisará negociar com o Centrão e com o grupo que domina a Câmara atualmente para governar. As pesquisas indicam favoritismo de Lula, o que forçaria o petista a compor com os partidos que hoje estão ao lado de Bolsonaro. Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), por exemplo, precisa de, no mínimo, 308 votos favoráveis para ser aprovada na Câmara. Esse tipo de medida é necessário para alteração no teto de gastos públicos, âncora fiscal que Lula promete revogar, e para a aprovação de reformas no sistema tributário e administrativo, temas que o petista também propõe mexer se for eleito. Em busca da reeleição, Bolsonaro também indica que deve propor mudanças nessas áreas em um eventual novo mandato.

Bolsonaro reforça críticas a Moraes e diz que ministro trabalha para Lula

O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, usou parte do tempo da transmissão ao vivo de ontem nas redes sociais para atacar o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Tudo o que Alexandre de Moraes faz, e não é de hoje, é para me prejudicar e ajudar Lula”, disse o presidente, citando o candidato petista que lidera as pesquisas de intenção de votos na eleição presidencial deste ano.

Em seguida, Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre o processo eleitoral. “Espero que nada de anormal aconteça”, disse o presidente. Moraes voltou a ser alvo de Bolsonaro após autorizar, nesta semana, a Polícia Federal a quebrar o sigilo bancário e telefônico do ajudante de ordem da Presidência, Mauro Cesar Barbosa Cid. A corporação apontou suspeitas de que movimentações financeiras foram destinadas a pagar contas pessoais da família presidencial e de pessoas próximas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro – o caso foi revelado pela Folha de S. Paulo.

Moraes abriu inquérito para apurar de onde partiu o vazamento das informações sobre a investigação. Na live, no entanto, Bolsonaro atribuiu a Moraes o vazamento das informações para a imprensa. “Alexandre, quem vazou foi você! Seja homem, Alexandre”, bradou o presidente.

“É o tempo todo atazanando minha vida.” Bolsonaro citou como exemplo a decisão liminar do TSE que o proibiu de usar prédios e equipamentos públicos, como o Palácio do Alvorada, para fazer lives de cunho eleitoral. “É como minha live aqui. Estou escondido”, disse, sem revelar onde estava fazendo a transmissão. Ele estava ao lado do ex-ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos ao governo de São Paulo.

Bolsonaro também criticou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela decisão que suspendeu uma ação de cobrança de R$ 18 milhões em impostos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do instituto que leva o nome do petista. Segundo Gilmar, a cobrança estava amparada em decisões da operação Lava Jato consideradas ilegais pela Corte. Mais cedo, Bolsonaro participou de uma motociata em Santos, no litoral paulista, e ao discursar voltou a chamar Lula de “o maior ladrão da história do Brasil”.

Procuradorias contestam 850 candidaturas

As Procuradorias Eleitorais de todo o país contestaram 850 candidaturas neste ano. Além disso, 35 mil novas ações eleitorais foram registradas no sistema do Ministério Público Federal (MPE). É o que aponta o balanço da Procuradoria-Geral da República (PGR), referente a setembro de 2021 a setembro de 2022, penúltimo ano da gestão Augusto Aras.

De acordo com o relatório, no período analisado, a Procuradoria-Geral Eleitoral enviou 11,7 mil manifestações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre questões relacionadas a registro de candidatura, propaganda eleitoral, prestação de contas, cota de gênero, abuso de poder e outros temas ligados às eleições 2022 e pleitos anteriores.

A cúpula do Ministério Público Federal destaca a atuação do órgão no combate à violência política de gênero, destacando o grupo de trabalho criado em 2021 sobre o tema. Segundo o órgão, desde dezembro do ano passado, esse grupo encaminhou 16 representações aos procuradores regionais eleitorais para análise e tomada de providências cabíveis na esfera criminal.

Ainda de acordo com o relatório, desde a criminalização da violência política de gênero até a primeira quinzena de setembro, o Ministério Público Federal abriu pelo menos de 40 procedimentos sobre o tema. As informações relativas à atuação e resultados do MP Eleitoral ocupam uma das seções do relatório da PGR, referente à toda atuação da cúpula da Procuradoria entre setembro de 2021 e setembro de 2022.

‘Otimista’, Lula diz que irá dialogar com Centrão caso seja eleito

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na sexta-feira (30), que está “muito otimista” de que a eleição presidencial irá se definir já no domingo, dia 2. O candidato do PT ao Planalto disse já ter “pelo menos oito países” da União Europeia esperando a segunda-feira para começar a tratar de seu eventual próximo governo. Ele disse esperar por “quatro anos muito difíceis” pela frente, tanto pela situação do País quanto pelo receio de dificuldades na transição de governo. E também já se mostrou disposto a dialogar com o Centrão.

“O Centrão não é um partido político, é um conjunto de interesses”, declarou Lula, após fazer um pronunciamento de cerca de 30 minutos à imprensa em um hotel na zona sul do Rio. “Goste ou não goste, você precisa conversar com quem está lá no Congresso”.

Lula afirmou que as costuras políticas mudaram em relação ao passado. “Hoje você conversa com um presidente de partido e ele não manda mais nada”, avaliou. De acordo com o petista, a existência de várias legendas e as diferenças de pensamento dentro das próprias bancadas acaba obrigando que se tenha um diálogo maior com os parlamentares, ainda que “ninguém consegue governar forte sendo refém do Congresso”.

Líder em todas as pesquisas de intenção de voto, Lula se disse “muito otimista” com a possibilidade de vitória já no primeiro turno. Afirmou, no entanto, que espera uma transição muito difícil caso venha a ser eleito para seu terceiro mandato.

“Do ponto de vista político, é mais difícil que 2002”, comentou. Ele elogiou a postura de Fernando Henrique Cardoso e de sua equipe à época. “Não acho que a gente terá a mesma facilidade de transição com o Bolsonaro”.

Sobre planos para o seu eventual novo governo, Lula falou sobre reforçar os órgãos de proteção ao meio ambiente. “A gente vai recuperar todas as áreas indígenas e proibir garimpo ilegal e qualquer plantação de milho ou trigo em terras protegidas”, disse, citando a Amazônia.

Sem citar nomes, o candidato do PT declarou que há uma lista de oito países europeus prontos para tratar do País a partir da próxima semana. “Lá fora, é muita gente preocupada com o que pode acontecer com o Brasil”, afirmou. Depois, citou a importância de se ter uma boa relação na América Latina. “Você não pode ter um presidente afrontando a Argentina todos os dias. A Argentina é um dos nossos maiores parceiros comerciais. É uma burrice (afrontar)”

Contratação digital de crédito imobiliário deve crescer

A contratação de crédito imobiliário está passando por uma simplificação que promete acabar com a burocracia, a papelada e a demora. Algumas instituições financeiras já estão fechando contratos de forma totalmente digital, sem que o cliente tenha de ir à agência bancária ou ao cartório para assinar.

O Bradesco já ultrapassou a marca de 500 contratos (cerca de R$ 150 milhões) de financiamentos firmados de forma digital, sem o cliente ter de sair de casa. O projeto começou em maio no Estado de São Paulo e, em junho, foi estendido para o restante do País.

O processo de registro eletrônico reúne assinaturas digitais e integra o sistema de cartórios do País. Desta maneira, todos os envolvidos no processo conseguem acompanhar e assinar o contrato virtualmente, sem comparecer aos pontos físicos de atendimento.

O movimento é acompanhado por outros bancos, e a tendência é de que a prática seja uma realidade ampla no mercado até o fim de 2023, estimou o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Rocha Neto.

“Pode escrever. Até o final do próximo ano, quase todos os agentes financeiros já deverão estar com integração aos cartórios, ao menos em São Paulo”, afirmou, em debate no Summit Imobiliário, realizado na semana passada pelo Estadão em parceria com o Secovi-SP. Segundo Rocha, o avanço será significativo, uma vez que o Estado de São Paulo representa algo próximo de 40% da contratação de financiamentos do País.

O presidente da Abecip disse que esta é a segunda onda de digitalização da contratação de crédito imobiliário. A primeira onda foi acelerada pela chegada da pandemia, quando bancos passaram a oferecer opções para cotação, simulação e aprovação do crédito por canais digitais, bem como o envio dos documentos iniciais.

Também presente do Summit Imobiliário, o diretor de crédito imobiliário do Santander, Sandro Gamba, disse que a digitalização ajudará a derrubar o tempo de contratação dos empréstimos para até uma semana. “Anos atrás era coisa de 60 a 90 dias. Hoje já evoluiu, está dentro de um mês. Com essa nova evolução será algo de dias, até coisa de uma semana se estiver com toda a documentação em ordem”, projetou o executivo.

“Com o registro eletrônico, estamos falando em uma mudança de patamar para o negócio. Nós sabemos que o financiamento é uma etapa demandante para todos os agentes da cadeia. Com esse avanço que todos os bancos estão fazendo, será uma mudança relevante na forma como se contrata”, acrescentou Gamba.

Gastos de turistas estrangeiros no país crescem 84% de janeiro a julho

Os gastos de turistas estrangeiros no país somaram mais de US$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 14,5 bilhões no câmbio de hoje) de janeiro a julho deste ano, valor 84% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 1,5 bilhão). As informações foram divulgadas na segunda-feira (26) pelo Ministério do Turismo, com base em dados do Banco Central.

Somente em julho deste ano, foram US$ 389 milhões, 74% a mais do que em julho de 2021 (US$ 223 milhões). De acordo com o Ministério do Turismo, os dados apontam para a forte retomada do setor, que sofreu bastante com a pandemia de Covid-19, a partir do segundo bimestre de 2020.

A expectativa do Ministério do Turismo é de que, até o fim do ano, 4,2 milhões de turistas estrangeiros visitem o Brasil. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro Carlos Brito disse que a retomada dos voos internacionais e o trabalho da Embratur, a agência brasileira de promoção do país no exterior, devem favorecer a chegada de turistas estrangeiros.

A expectativa do Ministério do Turismo é de que, até o fim do ano, 4,2 milhões de turistas estrangeiros visitem o Brasil. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro Carlos Brito disse que a retomada dos voos internacionais e o trabalho da Embratur, a agência brasileira de promoção do país no exterior, devem favorecer a chegada de turistas estrangeiros.

O recorde de turistas estrangeiros no país que visitaram o Brasil foi registrado em 2018, quando 6,62 milhões vieram ao país. Em 2019, último ano cheio antes da pandemia, foram 6,35 milhões. Em 2020, as medidas de isolamento social no Brasil e no mundo provocaram um grande baque no turismo internacional, a partir de março. Naquele ano, foram 1,8 milhão de turistas estrangeiros no país. Em 2021, esse número caiu para menos de 600 mil.

Neste ano, os turistas estrangeiros voltaram a superar 1 milhão ainda no primeiro semestre. “É muito importante que os estrangeiros venham ao nosso país. Dos estrangeiros que vêm ao nosso país, em torno de 93% querem voltar e 95% aprovam a nossa gastronomia. Temos que trazer os turistas estrangeiros ao nosso país, porque temos tudo o que eles procuram ou muito mais do que eles imaginam”, disse Brito.

CVM confirma possibilidade de assembleias no metaverso

As companhias abertas no Brasil poderão realizar as suas assembleias no metaverso, espaço virtual que recria espaços e permite a interação entre usuários conectados. Em resposta a uma consulta feita em junho, pela Abrasca, que reúne as companhias de capital aberto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entendeu, no parecer técnico 146, que as empresas podem usar a tecnologia desde que respeitem as exigências legais que se aplicam às assembleias tradicionais.

O aval para realizar assembleias no metaverso se insere no contexto acelerado pela pandemia, de participação virtual e de adaptação dos dispositivos que apoiam a opção pelo digital. Por exemplo, em 2020, a Instrução CVM 622, que alterou a Instrução CVM 481/2009, permitiu a realização de assembleias híbridas ou exclusivamente digitais.

“Claramente, o metaverso já oferece às companhias amplas oportunidades de desenvolvimento dos seus negócios. Como ocorre em relação a todas as novidades, enfrentaremos desafios na sua adoção e regulamentação”, diz a advogada Ana Paula Reis, sócia do BMA Advogados, vice-presidente da Comissão de Mercado de Capitais da Abrasca e autora da consulta da associação à CVM.

Na avaliação da especialista, a resposta da autarquia confirma “a assertividade na adoção de uma regulamentação neutra sob ponto de vista tecnológico, imbuindo a norma de adaptabilidade, permitindo que se prolongue no tempo e acompanhe as inovações tecnológicas”.

“Em suma, concluímos que, com base nas informações apresentadas na consulta, não vemos óbice à realização de assembleias de acionistas no espaço imersivo metaverso, desde que atendidos todos requisitos estabelecidos na Lei nº 6.404/1976 e na Resolução CVM nº 81/22, além de outras normas eventualmente aplicáveis”, de acordo com o parecer técnico 146, que responde à consulta.

Índice da Confiança da Construção cresce 3,5 pontos em setembro

O Índice de Confiança da Construção (ICST) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) avançou 3,5 pontos em setembro e alcançou 101,7 pontos. É o maior nível desde novembro de 2012, quando ficou em 102,3 pontos. A alta no acumulado do ano atingiu 5 pontos. Já nas médias móveis trimestrais, o índice registrou elevação de 1,4 ponto.

De acordo com o Ibre, a melhora das avaliações sobre o momento atual e das perspectivas para os próximos meses contribuíram para o resultado no mês. O Índice de Situação Atual subiu 1,3 ponto e atingiu 97,7 pontos. Desde janeiro de 2014, quando ficou em 98,3 pontos, não tinha nível tão alto.

Na avaliação dos pesquisadores, a variação resulta, principalmente, de uma percepção mais favorável dos empresários sobre a situação atual dos negócios. Esse indicador subiu 1,8 ponto, passando para 98 pontos. Outro aumento foi registrado no indicador que mede volume da carteira de contratos (0,9 ponto), que com o desempenho atingiu 97,4 pontos.

Na avaliação dos pesquisadores, a variação resulta, principalmente, de uma percepção mais favorável dos empresários sobre a situação atual dos negócios. Esse indicador subiu 1,8 ponto, passando para 98 pontos. Outro aumento foi registrado no indicador que mede volume da carteira de contratos (0,9 ponto), que com o desempenho atingiu 97,4 pontos.

Com a variação de 0,3 ponto percentual (p.p), atingindo 78%, o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção ficou relativamente estável, como também o Nuci de Mão de Obra, que se manteve aos 78,9%. Já o Nuci de Máquinas e Equipamento variou 0,5 ponto percentual para 73,2%.

Ainda em setembro, 26,1% dos empresários continuaram apontando o custo da matéria-prima como a principal limitação à melhoria dos negócios. Apesar de ainda ser um patamar muito superior ao período pré-pandemia, já representa uma queda expressiva após alcançar um recorde 40% de citações em 2021, o que reflete o movimento de desaceleração de alta nos preços dos materiais no período. Se comparado a setembro de 2021, a queda é de 11,5 pontos percentuais.

A coordenadora de Projetos da Construção do FGV-Ibre, Ana Maria Castelo, considerou bastante significativa a indicação de melhora do ambiente de negócios da construção em setembro.

Para ela, o índice de confiança ultrapassou a marca de neutralidade, revelando a prevalência de um sentimento de otimismo. A coordenadora ressaltou que nem todos os segmentos setoriais avançaram na mesma direção, mas no segmento de Edificações houve uma recuperação importante, que mostra um sentimento de confiança semelhante ao alcançado no início de 2014.

“O resultado da sondagem de setembro fortalece as projeções de um crescimento vigoroso para a construção em 2022, impulsionado pelo ciclo de negócios das empresas. No entanto, os desafios para a continuidade desse crescimento permanecem ante as fragilidades fiscais, que devem comprometer os investimentos públicos e a perspectiva da manutenção das taxas de juros elevadas por muito mais tempo”, disse.

Crédito imobiliário via poupança soma R$ 16,9 bilhões em agosto, diz Abecip

O crédito imobiliário com o uso de recursos da poupança chegou a R$ 16,9 bilhões em agosto, queda de 19,7% em relação ao mesmo mês de 2021. O dado é da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que aponta que em relação a julho, houve queda de 5,7% no volume financiado.

“Apesar da redução no volume financiado, ele foi o segundo maior para um mês de agosto na série histórica”, afirma a Abecip em seu balanço estatístico. Nos oito primeiros meses do ano, houve um recuo de 12,1% em relação ao mesmo intervalo de 2021, para R$ 120,3 bilhões.

No mês passado, foram financiados 70,3 mil imóveis, entre aquisição e construção, no terceiro melhor desempenho do ano. Na comparação com julho, houve queda de 3,3%, e em base anual, o recuo foi de 22,2%.

Nos 12 meses encerrados em agosto, segundo a Abecip, o montante financiado com recursos da poupança foi de R$ 188,9 bilhões, 3,1% menor que no período de 12 meses anterior. O número de unidades financiadas no período recuou 0,6%, para 774,6 mil.

Ainda de acordo com a Abecip, a poupança SBPE teve saques líquidos de R$ 19,7 bilhões, os mais altos do ano até então. “Juros em patamares elevados podem ser um dos motivos para migração de parte dos recursos da poupança em busca de rendimentos atrelados à Selic”, afirma a entidade.

No ano de 2022, a saída líquida até agosto é de R$ 67,9 bilhões. O saldo da poupança era de R$ 757,7 bilhões, queda de 1,9% entre julho e agosto, e de 4,6% na comparação com agosto do ano passado.

Confiança da indústria do Brasil cai em setembro com demanda menor e pessimismo sobre futuro, diz FGV

A confiança da indústria no Brasil recuou em setembro diante da percepção de redução na demanda e pessimismo sobre a produção futura, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quarta-feira (28).

Os dados da FGV mostraram que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,8 ponto na comparação com o mês anterior, para 99,5 pontos, depois de avançar pela mesma margem em agosto.

“Em setembro, a confiança da indústria recuou influenciada por uma percepção dos empresários de queda na demanda por produtos industriais de todas as categorias de uso, exceto nos produtos de consumo de bens não duráveis”, explicou o economista do FGV IBRE Stéfano Pacini, em nota.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, caiu 1,9 ponto, a 100,9 pontos, segundo a FGV, influenciado principalmente pela percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios.

“(O) resultado afeta negativamente a avaliação sobre a situação atual dos negócios, apesar de uma descompressão nos custos com a redução dos preços do petróleo e da energia”, completou Pacini, alertando para o pessimismo sobre o aumento da produção para os próximos meses.

Segundo ele, isso estaria relacionado à desaceleração da atividade econômica e a dificuldades no abastecimento de alguns insumos.

O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, manteve-se relativamente estável ao variar positivamente 0,1 ponto, para 98,0 pontos.

“O cenário melhora um pouco no horizonte de seis meses, mas é preciso ter cautela considerando que a política monetária mais restritiva deve conter os investimentos nos próximos meses”, disse.

A produção industrial do Brasil voltou a subir em julho, com alta de 0,6%, de acordo com dados mais recentes do IBGE, favorecida por medidas do governo. No entanto, iniciou o terceiro trimestre a passos lentos em meio a um cenário de alta de juros, inflação elevada e restrições de oferta.

Confiança de serviços no Brasil em setembro vai a pico desde 2013, diz FGV

A confiança de serviços do Brasil registrou em setembro seu maior patamar em mais de nove anos, diante de melhora na percepção tanto sobre o momento atual do setor quanto sobre os próximos meses, mostraram dados divulgados na quinta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 1,0 ponto, para 101,7 pontos, máxima desde março de 2013 (102,0), retomando tendência de alta vista nos últimos meses depois de em agosto ficar praticamente estável.

O Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, ganhou 1,7 ponto, a 101,8 pontos, maior nível desde novembro de 2012 (102,0), segundo a FGV.

Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, subiu 0,4 ponto, para 101,7 pontos, pico desde outubro de 2021 (103,6), no sétimo mês seguido de ganhos.

“O resultado mostra que o setor ainda mantém a trajetória positiva de recuperação após os efeitos mais negativos da pandemia”, avaliou em nota Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.

No entanto, “a continuidade desse ritmo de retomada depende da melhora no ambiente macroeconômico, que ainda se mostra desafiador”, completou ele.

Dados divulgados pelo IBGE mais cedo neste mês mostraram que o volume de serviços do Brasil cresceu bem acima do esperado por analistas em julho, no terceiro mês seguido de avanço sobre o mês anterior, que levou o setor a patamar 8,9% acima do nível pré-pandemia. O setor foi grande impulsionador do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2022.

Indústria calçadista gera 40 mil postos de trabalho entre janeiro e agosto

Entre janeiro e agosto, a indústria de calçados gerou 40 mil postos de trabalho. Somente em agosto foram mais de 5 mil vagas criadas. Com o registro, o setor encerrou agosto totalizando mais de 306 mil pessoas empregadas diretamente na atividade em todo o Brasil, o melhor estoque de empregos do setor desde outubro de 2015. No comparativo com agosto de 2021 o crescimento é de 16,5%. Os dados são elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base na pesquisa de emprego do Ministério do Trabalho.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressalta que o número é resultado da recuperação da atividade, com crescimento registrado tanto no mercado interno quanto externo.

“No varejo doméstico, que representa mais de 85% das vendas da indústria de calçados, já crescemos 11% no comparativo entre janeiro e julho deste ano com o mesmo intervalo do ano passado. Já as exportações cresceram 30% no comparativo entre janeiro e agosto deste ano com o mesmo período de 2021. E a demanda por calçados segue em crescimento e deve ser acentuada no último trimestre do ano em função das festas”, avalia o executivo.

SELIC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guilen, confirmaram que a autoridade monetária considera manter a taxa básica de juros (Selic) elevada por “por mais tempo”. E, nesse sentido, admite a possibilidade de corte na taxa apenas a partir de junho de 2023, acompanhando as estimativas do mercado contidas no boletim Focus, elaborado pelo BC.

“Nossa estratégia usa como hipótese a curva (de juros) do Focus, que tem um corte em junho (de 2023). Com esse primeiro corte em junho, os dados mostram que a gente atinge os nossos objetivos, não tem grande diferença. O mercado chegou a ter curva com corte um pouquinho mais cedo, mas a gente entende que é uma diferença pequena”, afirmou Guilen, ontem, em entrevista virtual durante a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação.“A gente não comenta abertamente os impactos e, como o mercado enxerga a curva de juros, temos dito que é muito cedo para pensar em corte de juros, e comunicamos isso na ata (do Copom)”, reforçou Campos Neto, não descartando as chances do corte da Selic começar a partir de junho.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Os preços de commodities e combustíveis continuaram caindo e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou a queda a 0,95% em setembro, depois de recuar 0,70% no mês anterior.

A expectativa em pesquisa da Reuters para o dado divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira (29) era de queda de 0,86%, e com isso o índice passou a acumular em 12 meses avanço de 8,25%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), a projeção para o IGP-M ficou em 7,95%, ante 8,30% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15), conhecido como a prévia da inflação para o mês, registrou deflação de 0,37% em setembro, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na terça-feira (27). O resultado foi influenciado principalmente pela queda no preço dos combustíveis, com destaque para etanol e gasolina. Houve também queda no grupo de alimentos, puxada por leite longa vida, tomate e óleo de soja.

Deflação é a inflação negativa, que sinaliza uma redução média nos preços. Apesar da queda no mês, o acumulado do índice em 2022 é de 4,63%, e o dos últimos 12 meses, 7,96%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,74%, ante 5,88% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Banco Central passou de 1,7% para 2,7% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

A informação consta do relatório de inflação do terceiro trimestre, divulgado na quinta-feira (29).

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

Embora tenha revisado para cima a estimativa de crescimento do PIB, o Banco Central informou que prevê desaceleração da economia brasileira em 2023 na comparação com 2022, com o PIB crescendo 1%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (03), a projeção para o PIB ficou em 2,70%, ante 2,67% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (26), o Ibovespa fechou em queda, influenciado por um exterior negativo, onde as preocupações com inflação e recessão econômica pesaram novamente. Os negócios também foram afetados por uma liquidação nas ações do setor financeiro local e certa cautela antes das eleições no Brasil no domingo (02). O índice Ibovespa teve queda de 2,33%, a 109.114,16 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,8 bilhões.

Na terça-feira (27), o Ibovespa fechou em queda, o Ibovespa caiu ao menor nível em quase dois meses, contaminado pelo clima de cautela no exterior, dadas as preocupações de desaceleração econômica, enquanto localmente a proximidade das eleições gera cautela dos investidores. O índice Ibovespa teve queda de 0,68%, a 108.376,35 pontos. O volume financeiro somou R$ 27 bilhões.

Na quarta-feira (28), o Ibovespa fechou em alta, em sessão de pouca variação em meio à cautela pré-eleições, apesar da disparada em Wall Street, onde os principais índices subiram ao redor de 2% após fortes perdas nos últimos dias. O índice Ibovespa teve alta de 0,069%, a 108.451,20 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,2 bilhões.

Na quinta-feira (29), o Ibovespa fechou em queda, reduzindo perdas no final do pregão, com melhora especialmente nas ações de bancos, enquanto os principais índices em Wall Street e na Europa marcaram forte queda diária diante dos temores de recessão econômica. Na cena local, investidores seguiram atentos à reta final da campanha eleitoral. O índice Ibovespa teve queda de 0,73% a 107.664,35 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,2 bilhões.

Na sexta-feira (30), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 1,34%, a 109.103,57 pontos. Em meio a um cenário externo sem direção clara após dados de inflação nos Estados Unidos e na zona do euro. No Brasil, investidores avaliam pesquisa Datafolha divulgada na véspera e debate eleitoral marcado por confronto entre os dois principais candidatos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 2,22%, a 110.036,79 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,9 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (30), por volta das 12h05, o dólar registrava alta de 0,18%, cotado a R$ 5,4050 na venda. O dólar mostrava instabilidade frente ao real, alternando altas e baixas conforme o último pregão antes do primeiro turno das eleições presidenciais trazia cautela e volatilidade aos negócios, cenário reforçado pela retomada de um rali da divisa norte-americana no exterior ao fim de um mês marcado por aversão a risco.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (30) cotado a R$ 5,3946, no último pregão antes do primeiro turno da eleição presidencial, especulações em torno da condução da política econômica a partir de 2023 agitaram o mercado doméstico de câmbio. Notícia da revista Veja dando conta de que o ex-presidente do BC Henrique Meirelles é nome certo na equipe econômica de um eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real encontrar forças para se descolar, em boa parte da segunda etapa de negócios, da tendência de depreciação de divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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03/10/2022