Cenário Econômico Nacional – 10/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 10/10/2022

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Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado financeiro reduz projeção da inflação de 5,88% para 5,74%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 5,88% para 5,74% para este ano. É a 14ª redução consecutiva da projeção. A estimativa está no Boletim Focus de segunda-feira (03), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições para os principais indicadores econômicos.

Para 2023, a estimativa de inflação ficou em 5%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior 5%.

Em agosto, houve deflação de 0,36%, após queda de 0,68% em julho. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,39% no ano e 8,73% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Para setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve recuo, de 0,37%.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nesse patamar. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

IPC-S volta a registrar inflação em setembro, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou inflação de 0,02% em setembro deste ano.

A alta de preços foi observada depois de duas quedas seguidas de preços: em julho (-1,19%) e em agosto (-0,57%).

Quatro das oito classes de despesa pesquisadas pela FGV tiveram inflação: alimentação (1,34%), vestuário (0,47%), saúde e cuidados pessoais (0,45%) e despesas diversas (0,30%).

Balança comercial registra superávit de US$ 3,99 bi em setembro

A queda do preço internacional do ferro e o encarecimento de fertilizantes e petróleo fizeram o superávit da balança comercial encolher em setembro. No mês passado, o país exportou US$ 3,993 bilhões a mais do que importou, queda de 9,3% em relação ao registrado em setembro do ano passado (US$ 4,401 bilhões), segundo o Ministério da Economia.

De janeiro a setembro deste ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 47,869 bilhões. Isso representa 15,6% a menos que o registrado nos mesmos meses do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os nove primeiros meses de 2021, quando o superávit tinha fechado em US$ 56,44 bilhões.

No mês passado, o Brasil vendeu US$ 28,95 bilhões para o exterior e comprou US$ 24,957 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em setembro, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 18,8% em relação a setembro do ano passado, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, aumentaram em ritmo maior: 24,9% na mesma comparação.

Nas importações, a quantidade comprada subiu 8,5%, refletindo a recuperação da economia, mas os preços médios aumentaram em ritmo mais intenso: 18,6%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, gás natural, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

A equipe econômica reduziu significativamente a projeção de superávit comercial para 2022. Em julho, o governo projetava saldo positivo de US$ 81,5 bilhões. A estimativa atualizada hoje (3) prevê superávit de US$ 55,4 bilhões.

Apesar da queda na estimativa, esse valor garantiria o segundo maior superávit comercial da série histórica. O saldo seria menor apenas que o superávit de US$ 61,407 bilhões observados no ano passado.

As estimativas oficiais são atualizadas a cada três meses. As previsões estão mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 61,5 bilhões neste ano.

Custo de vida cai 0,21% na região metropolitana de São Paulo

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS) caiu 0,21% em agosto na região metropolitana de São Paulo em comparação ao mês anterior. Em relação a agosto de 2021, houve elevação de 9,23% no índice. Os dados, divulgados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Segundo a entidade, a queda no custo de vida, em comparação ao mês anterior, deve-se à redução dos preços dos combustíveis. “Só a gasolina caiu 10,6% nas bombas em agosto, enquanto o etanol baixou 8,6%, e o óleo diesel, cujo preço incide na logística do país, na medida em que é o combustível utilizado por caminhões, perdeu 3,2% do preço que tinha em julho”, destacou a FecomercioSP, em nota.

O custo de vida em agosto, na comparação a julho, teve queda mais acentuada para as classes D e E: 0,59% e 0,44%, respectivamente. Para as classes B e A, a redução foi menor: 0,06% e 0,12%, respectivamente.

IPC-Fipe sobe 0,12% em setembro com queda em Despesas Pessoais

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo registrou alta de 0,12% em setembro, repetindo a taxa do mês anterior, com a queda dos custos de Transportes compensando o avanço em Despesas Pessoais.

Os dados divulgados nesta terça-feira pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que a maior influência positiva partiu da alta de 1,58% do grupo Despesas Pessoais.

Por outro lado, os preços de Transportes tiveram queda de 1,71% e os de Alimentação recuaram 0,22%, os dois únicos grupos a apresentar deflação em setembro.

O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.

Oito de cada 10 famílias no Brasil está endividada, aponta CNC

O endividamento familiar tornou-se uma epidemia financeira no Brasil. Hoje, a cada 100 famílias no País, 79 estão endividadas, conforme levantamento mensal realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A maior parte dessas dívidas não está atrelada a bancos, e sim a serviços em geral, como contas de luz, de telefone e de internet, carnês de loja e prestações de carro e casa.

Com tanta dívida, o País tem atingido níveis recordes de inadimplência, já que muitas famílias não conseguem pagar suas contas em dia. É o maior volume desde 2010, quando teve início a série histórica monitorada pelo CNC.

O Estadão procurou as equipes de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para detalhar que medidas cada um pretende adotar caso vença o segundo turno das eleições, em 30 de outubro.

Na campanha do petista, a ideia é criar um programa de renegociação das dívidas de famílias e de pequenas e médias empresas, com apoio de bancos públicos e parceria com bancos privados, para oferecer condições de renegociação com os devedores. O principal projeto destas ações foi batizado de “Desenrola”, que mira as dívidas não atreladas a bancos, mas a serviços em geral.

Já o plano de governo 2023-2026 apresentado por Bolsonaro não faz menção direta ao tema. Pelo que se pode deduzir, a partir de afirmações já feitas pelo presidente e que constam em seu programa, o foco é incentivar a geração de empregos para reaquecer a economia e, dessa forma, ampliar o poder de compra. Não existe, porém, nenhuma proposta clara que envolva diretamente renegociação de dívidas atuais, por exemplo.

O Brasil tem hoje mais de 67 milhões de pessoas inadimplentes, conforme dados divulgados pela Serasa em agosto. O valor dessas dívidas é superior a R$ 289 bilhões, dos quais, 28% estão relacionados a pendências com bancos e cartões de crédito. A maior parte (72%) tem a ver com contas atrasadas de serviços em geral, como luz e telefone e carnês de loja.

Coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo, o economista Guilherme Mello, que atua na elaboração da proposta de campanha de Lula, diz que o programa “Desenrola” mira justamente a quitação de dívidas em geral. A proposta prevê, numa primeira etapa, ações voltadas para famílias que ganham até três salários mínimos, renda hoje de até R$ 3.636, mas depois ampliar o acesso para famílias com rendas mais elevadas.

Banco Mundial aumenta para 2,5% previsão de PIB brasileiro este ano

A economia brasileira deverá terminar o ano com crescimento de 2,5%, segundo novas estimativas divulgadas pelo Banco Mundial. A projeção anterior estava em 1,5%. Para 2023, o organismo internacional manteve em 0,8% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

As estimativas estão mais em linha com as previsões do governo. No fim de setembro, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia elevou de 2% para 2,7% a projeção de crescimento do PIB em 2022.

Para 2023, as projeções divergem. A proposta de Orçamento Geral da União prevê crescimento de 2,5%, enquanto as estimativas do Banco Mundial apontam expansão bem menor.

Segundo o relatório, os gastos sociais e os investimentos (obras públicas e compra de equipamentos) são elementos centrais para impulsionar o crescimento na América Latina no cenário pós-covid. No entanto, o equilíbrio fiscal deve ser buscado. Os gastos extras devem ser financiados por meio de novos impostos, reforma tributária e medidas para melhorar a eficiência do gasto público.

De acordo com o Banco Mundial, 40% dos ajustes fiscais na América Latina foram feitos com base em corte de investimentos. Segundo o órgão, esse tipo de ajuste pode melhorar as contas públicas no curto prazo, mas tem efeitos nocivos no longo prazo.

O relatório mostra que 17% dos gastos públicos poderiam ser cortados em alguns países, decorrentes de transferências mal destinadas, compras ruins e políticas de recursos humanos ineficientes.

Indicador antecedente de emprego da FGV chega a máxima em quase 1 ano

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil subiu em setembro para o maior nível em quase um ano, indicando um cenário positivo para o mercado de trabalho, de acordo com os dados divulgados na quarta-feira (05) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, teve no mês avanço de 1,5 ponto, chegando a 83,8 pontos, o maior nível desde outubro do ano passado (87,1 pontos).

“O patamar do indicador ainda exige alguma cautela, mas sua trajetória favorável neste trimestre indica um cenário positivo para o mercado de trabalho”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

Ele explica que, com a pandemia cada vez mais sob controle, a economia vai ditar o ritmo do mercado de trabalho. “No curto prazo, ainda é possível novos resultados positivos, mas a virada para 2023 tende a trazer novas oscilações junto da desaceleração da atividade econômica”, alertou.

Entre os sete componentes do IAEmp, quatro deram contribuição positiva para o resultado, com destaque na indústria para os indicadores de Tendência dos Negócios e de Situação Atual dos Negócios.

Em serviços, o indicador de Emprego Previsto também ajudou, de acordo com a FGV.

Dados mais recentes do IBGE mostraram que a taxa de desemprego caiu a 8,9% nos três meses até agosto no Brasil, em meio a um contingente recorde de pessoas ocupadas, chegando ao nível mais baixo em sete anos.

IGP-DI acelera queda a 1,22% em setembro, diz FGV

A queda do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) se intensificou a 1,22% em setembro, depois de um recuo de 0,55% no mês anterior, uma vez que os preços de commodities e combustíveis continuaram pressionando, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira (06).

A expectativa em pesquisa da Reuters era de deflação de 0,85%, e o resultado de setembro levou o índice a acumular em 12 meses alta de 7,94%.

No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 1,68%, de queda de 0,63% no mês anterior.

A pressão para o consumidor em setembro aumentou, uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, teve oscilação positiva de 0,02% no período, de queda de 0,57% em agosto.

“Os preços de commodities e combustíveis continuam a orientar a desaceleração do IPA e do IPC. Contudo, o IPA antecipa maior contração das pressões inflacionárias”, explicou em nota o coordenador dos índices de preços, André Braz.

“O índice de difusão, que mede o percentual de produtos e serviços com elevação em seus preços, vem apresentando importante recuo”, completou.

Segundo Braz, em setembro de 2021, 69% dos itens componentes do IPA tinham alta de preços, enquanto no mesmo mês deste ano o percentual caiu para 30%.

No IPC, o número de itens com aumento de preço passou de 65% em setembro de 2021 para 58% em setembro de 2022.

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou alta de 0,09% em setembro, repetindo a mesma taxa de agosto.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

SP teve a cesta básica mais cara do país em setembro, diz Dieese

No mês de setembro, a cesta básica da cidade de São Paulo era a mais cara entre as capitais brasileiras, informou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

No mês de setembro, o custo médio da cesta básica na capital paulista era de R$ 750,74, valor mais alto entre as 17 capitais brasileiras que são analisadas na pesquisa. Em seguida estavam a cesta básica de Florianópolis (R$ 746,55), Porto Alegre (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 714,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 518,68), Salvador (R$ 560,31), João Pessoa (R$ 562,32) e Recife (R$ 580,01).

Em setembro, 12 das 17 capitais brasileiras analisadas pelo Dieese apresentaram queda no custo da cesta. As reduções mais importantes ocorreram em Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Já os maiores aumentos foram registrados em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).

Com base na cesta mais cara [a de São Paulo] e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.306,97 em setembro, ou 5,20 vezes superior ao salário mínimo atual, de R$ 1.212,00.

Em disputa apertada, Lula e Bolsonaro vão disputar o 2º turno

A eleição presidencial será decidida em um segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Um universo de mais de 121 milhões de eleitores compareceu neste domingo às urnas em todo o País. Na disputa pelo Palácio do Planalto triunfou o voto polarizado no atual e no ex-presidente.

Com 99,38% das urnas apuradas, Lula obteve 56,6 milhões de votos válidos, ou 48,26% do contabilizado pela Justiça Eleitoral. Foi seguido de perto por Bolsonaro, candidato à reeleição, que recebeu 50,9 milhões de votos, ou 43,34% do total. O segundo turno ocorre quando nenhum candidato consegue atingir a maioria da soma total dos votos.

O resultado mostra uma aguda clivagem no eleitorado nacional. A soma das votações do petista e do presidente chegava a 91,6% dos votos totais. Para se ter uma ideia, há quatro anos, mesmo numa disputa também polarizada, a soma dos desempenhos de Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) atingiu 75% do total de válidos. Na votação de ontem, o bolsonarismo demonstrou mais força eleitoral do que as pesquisas previam. Além do índice de votos alcançado pelo próprio presidente, no Agregador de Pesquisas do Estadão, que reúne dados de 13 institutos, Lula marcava 51% das intenções de voto e Bolsonaro, 36%, candidatos associados ao chefe do Executivo federal obtiveram melhores desempenhos em grandes colégios eleitorais e na eleição para o Congresso Nacional.

Em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, terminou na frente de Haddad, com quem irá disputar segundo turno. Também em São Paulo, Marcos Pontes (PL), outro ex-ministro do atual governo, venceu a disputa pelo Senado. No Rio, o governador Cláudio Castro (PL) venceu no primeiro turno Marcelo Freixo (PSB). No Rio Grande do Sul, o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) liderava a maioria das pesquisas, mas, ao final da apuração, ficou 10 pontos porcentuais abaixo de Onyx Lorenzoni (PL), também ex-ministro e aliado de Bolsonaro. Ainda com os votos dos gaúchos, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), se elegeu senador.

A abstenção de votos se manteve na casa dos 20% (mais de 156 milhões de brasileiros estavam aptos a votar). O encontro entre os dois principais rivais está marcado para o dia 30 de outubro, último domingo deste mês. A realização da segunda etapa do pleito frustra principalmente a campanha do petista, que, na reta final do primeiro turno, investiu na defesa pelo voto útil na intenção de encerrar a disputa.

Na constante retórica de contestação do sistema eleitoral, Bolsonaro dizia que a eleição se encerraria na primeira fase e seria ele o vencedor. Em pronunciamento na noite de ontem após o resultado do primeiro turno, Lula afirmou que a chance de debater diretamente com o presidente Bolsonaro é benéfica. “Podemos fazer comparações entre o Brasil que ele construiu e o que eu construí”, disse o candidato petista. “Nós vamos ganhar essas eleições. Isso para nós é apenas uma prorrogação”, afirmou. Ele também fez um aceno a alianças no segundo turno e indicou que a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, poderá iniciar os trabalhos para buscar apoio de candidatos derrotas. “O segundo turno é a chance de amadurecer as propostas, de construir um leque de apoio antes de você ganhar para mostrar para o povo o que vai acontecer, o que vai governar esse país”, afirmou. Na campanha do PT, contudo, as discussões programáticas foram tratadas como coadjuvantes. Apesar da promessa, a equipe de Lula não apresentou um plano detalhado de governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A omissão, segundo petistas, tinha por objetivo também evitar a resistência de nomes que ainda poderiam manifestar apoio a Lula na reta final. A campanha do ex-presidente deixou sem respostas principalmente na economia.

Eleitorado alvo das atenções dos dois candidatos finalistas, o centro político não logrou êxito no primeiro turno. A senadora Simone Tebet (MDB-MS), representante da chamada terceira via, em coligação com PSDB e Cidadania, e Ciro Gomes (PDT) terminaram com um saldo menor de votos do que o esperado. Após disputar sua quarta disputa presidencial, o pedetista falou em deixar a cena política.

Ministro Alexandre de Moraes impõe multa a bolsonaristas por posts sobre ‘voto’ de Marcola em Lula

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, impôs multa de R$ 15 mil, a bolsonaristas que descumpriram sua decisão de mandar remover publicações que afirmam que o traficante Marcola, do Primeiro Comando da Capital (PCC), declarou voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula Da Silva (PT). O magistrado apontou ‘recalcitrância em divulgar mensagens sabidamente inverídicas, no dia do pleito’.

A multa atinge o senador Flávio Bolsonaro, os youtubers Bernardo Kuster, Leandro Ruschell e Kim Paim, a blogueira Barbara Destefani e outros. Alexandre de Moraes ainda determinou que eles se abstenham de fazer publicações com o mesmo conteúdo, aumentando a multa a ser imposta em casos de novos descumprimentos, para R$ 30 mil.

O despacho foi assinado às 17h50 deste domingo, 2, e ainda ordenou que o Twitter e a Gettr, plataforma criada pelo ex-porta-voz de Donald Trump, James Miller, suspendessem uma série de publicações, pelo prazo de uma hora, sob pena de multa de R$ 100 mil.

A decisão que, segundo Alexandre, foi contrariada, foi dada no início do domingo, 2, sob o argumento de que as informações divulgadas pelos bolsonaristas são ‘inverídica e descontextualizada’. Na avaliação do ministro, o Tribunal Superior Eleitoral não poderia permitir a circulação de uma notícia falsa na véspera da eleição.

A informação começou a circular a partir de um grampo da Polícia Federal. “É melhor, mesmo sendo pilantra”, diz a gravação. No despacho assinado no início deste domingo, Alexandre disse que a conversa não indica “qualquer declaração de voto” em Lula.

“Na verdade, os diálogos transcritos, além de se relacionarem a condições carcerárias, apresentam apenas conotação política, pois retratam suposta discussão de Marcola e outros interlocutores a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro. Embora o teor dos diálogos revele uma discussão comparativa entre os candidatos, não existe declaração de voto”, diz um trecho da decisão.

O presidente do TSE lembrou ainda que Marcola está com os direitos políticos suspensos por causa de uma condenação e, portanto, não pode votar.

Centrão mantém domínio político na Câmara e será desafio de futuro governo

Cobiçado pelo tamanho e poder acumulado no Congresso, o Centrão manteve a força política na Câmara nesta eleição e deve iniciar a próxima legislatura ocupando mais de 240 cadeiras na Casa, ou 47% dela. Com uma bancada de maioria pró-governo, a nova composição indica cenário vantajoso para o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que a atuação deste bloco nos próximos quatro anos pode modular de acordo com o presidente que for eleito.

No governo Bolsonaro, essa frente ganhou ainda mais força ao se tornar não apenas o fiel da balança nas negociações com o Executivo, mas tomar para si o poder decisório sobre o Orçamento Público.

De 2019 para cá, o grupo passou a atuar de forma mais coesa e se estabilizou principalmente após o embarque de Bolsonaro no PL. A base do núcleo se formou ao redor de PL, Republicanos e PP. Outros partidos também votaram com o governo em diversas ocasiões, como Patriota, PTB, PSC e PSD, todos contabilizados no levantamento feito pelo Estadão e que atuam como um Centrão ampliado. Em 2018, Bolsonaro havia sido eleito com uma base mais enxuta, de 112 deputados, com discurso contrário a este grupo de parlamentares.

Em um novo governo Bolsonaro, o Centrão pode se tornar mais autofágico e acumular poder a partir da relação que já estabeleceu com o presidente, apontam os especialistas. Além disso, a reeleição “zera as contas” dos conflitos com o União Brasil, legenda que abriga o PSL, de antigos aliados do presidente. Por isso, o diálogo e apoio dessas legendas será decisivo para a governabilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou do atual presidente em um próximo mandato.

No caso de um novo governo petista, o grupo vira um desafio, mas não deve entrar na oposição de forma automática. A federação PT, PCdoB e PV – que atua junto no Congresso – conta com 19 cadeiras a menos que o PL, que agora tem 99. A dificuldade será maior para o petista se a fusão entre o União Brasil e o PP se confirmar, movimento já indicado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP). Isso deixaria o Centrão com 300 cadeiras.

A coligação petista, porém, soma 121 parlamentares eleitos por partidos de sua coligação. Lula tem repetido em sua campanha que quer dialogar com todos os partidos. O PSD, por exemplo, pode desembarcar da proximidade que criou com o bolsonarismo em um eventual governo do PT.

O PT também tenta ampliar alianças dentro do MDB e do próprio União Brasil, além de abrir diálogo com o PSDB e Cidadania. A ideia de Lula é fechar alianças para reverter a hostilidade contra seu nome. A aposta é que a governabilidade não ficaria comprometida se houver embarques no que chama de frente ampla.

Hipóteses para erro das pesquisas vão de metodologia a questões estatística

Pesquisadores ouvidos pelo Estadão dizem que não há explicação única para as divergências entre as pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera do primeiro turno das eleições de 2022 e os resultados saídos das urnas no domingo. As hipóteses apresentadas incluem questões estatísticas, as metodologias dos levantamentos e mudanças no comportamento dos eleitores. Há ainda possibilidades no campo da ciência política que explicariam mudanças de última hora na decisão de voto.

Assim como nas eleições de 2018, as divergências em 2022 foram maiores em relação às intenções de voto do eleitor de direita, em especial dos bolsonaristas. Em boa parte dos Estados e para os diferentes cargos, somam-se exemplos nos quais os levantamentos não conseguiram prever a vitória ou a liderança de políticos desse campo. O destaque foi o desempenho do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que, nos últimos levantamentos dos mais conhecidos institutos de pesquisa (Datafolha e Ipec), aparecia com 36% ou 37% dos votos válidos.

Ao fim da apuração em primeiro turno, Bolsonaro somava mais de 43% dos votos. A diferença ultrapassou as margens de erro, gerando críticas entre políticos aliados ao presidente. A distância entre os números da pesquisa e o resultado do primeiro turno não foi tão ampla no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele registrava de 50% a 51% das intenções de voto nas pesquisas mais recentes. Acabou com pouco mais de 48%, dentro da margem de erro de dois pontos, para mais e para menos. No caso do petista, acertou.

Institutos como o Paraná Pesquisas (Lula 47% dos votos válidos a 41% de Bolsonaro) e o Futura Inteligência, contratado pelo Banco Modal 43,6% para Lula ante 40,5% de Bolsonaro), ficaram mais próximos do resultado da votação.

Na estatística, um dos problemas considerados é a definição da amostra. Esse é o grupo de pessoas que serão entrevistadas. A precisão da pesquisa passa por uma amostra que reflita, da forma mais fiel possível, a composição demográfica do eleitorado brasileiro. Entram aí variáveis como sexo, renda, religião, idade. A ideia é reproduzir um modelo semelhante à sociedade a ser submetida à pesquisa de opinião.

O problema neste caso é a desatualização do Censo. Tradicionalmente feito a cada dez anos, o recenseamento demográfico mais recente é de 2010. O de 2020 foi adiado, por causa de cortes orçamentários e da pandemia de Covid-19. Está em campo o Censo 2022, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já anunciou atrasos na coleta das informações.

Senado aprova MP da Previdência Complementar para servidores

O Senado aprovou a Medida Provisória (MP) 1.119 de 2022, que amplia o prazo para a opção dos servidores públicos federais pelo regime de previdência complementar da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), que passa a ser de natureza privada. O prazo fixado pela MP é 30 novembro. O texto segue para sanção presidencial.

Foi aprovado ainda o parecer com alteração no cálculo do benefício especial, mecanismo compensatório para quem decide trocar o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) pelo Regime de Previdência Complementar (RPC). Quem decidir migrar até 30 de novembro terá o cálculo com 80% das maiores contribuições. O texto original previa o uso de todas as contribuições nesse cálculo, inclusive as menores. A partir de 1º de dezembro, o cálculo voltará a ser feito com base nos recolhimentos registrados em todo o período contributivo.

No parecer pela aprovação da MP, o senador Jorge Kajuru, relator da matéria, afirmou que a medida traz ampliação do direito dos servidores de exercer a opção pelo novo regime de previdência complementar, no momento em que as condições de aposentadoria estão bastante alteradas pela reforma da Previdência.

“Tais números evidenciam uma clara frustração nas expectativas do número de servidores que optariam pela migração nesta oportunidade, assim como a consequente despesa da União com contribuição à Funpresp aquém da projetada, demonstrando que a opção passa por fatores não apenas racionais, mas principalmente comportamentais dos servidores”.

A MP também altera a natureza jurídica das fundações de previdência complementar. Elas passam a ser estruturadas com personalidade jurídica de direito privado. Em vez da Lei de Licitações e Contratos, passam a seguir as regras das sociedades de economia mista. Uma das consequências imediatas é o fim do limite salarial dos dirigentes da Funpresp. Antes da MP 1.119, os salários eram limitados ao teto de ministro do Supremo Tribunal Federal (R$ 39.293,32).

Corregedor vê risco de abuso em ‘campanha paralela’ de Bolsonaro

O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Benedito Gonçalves, viu possibilidade de “abuso de poder econômico” na “campanha paralela” realizada por empresários e pastores em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Gonçalves decidiu, no último sábado, pela admissibilidade da uma ação movida pelo PDT, que alega suspeitas de caixa 2 por meio da Casa da Pátria, um grupo que se intitula o “maior movimento civil de apoio ao presidente da República”.

“A narrativa, em tese, é passível de se amoldar à figura típica do abuso de poder econômico, sendo certo que, para a condenação, além da prova dos fatos alegados, será indispensável avaliar a gravidade da conduta, conforme balizas qualitativas e quantitativas”, declarou o corregedor.

Gonçalves deu um prazo de cinco dias para que a campanha de Bolsonaro apresente defesa no caso. O ministro-corregedor também negou a quebra de sigilos bancário e fiscal que havia sido pedida pelo PDT na ação levada ao TSE.

Como revelou o Estadão, um grupo de empresários, pastores e entidades religiosas afirmou ter criado um fundo financeiro para custear bandeiras e outros materiais alusivos à candidatura à reeleição de Bolsonaro. Um dos integrantes da Casa da Pátria chegou a falar em alcançar 3 milhões de eleitores. O Casa da Pátria não informou à reportagem os valores movimentados. Disse que tudo é feito por voluntários.

A legislação eleitoral proíbe o financiamento de campanha por pessoas jurídicas e limita o gasto individual de um cidadão para apoio espontâneo a candidatos a R$ 1.064,10.

11 alvos da Lava Jato obtêm mandato de deputado

Pelo menos 21 políticos que já estiveram na mira da Operação Lava Jato devem permanecer no cenário político em 2023. Doze foram eleitos no último domingo a cargos no Legislativo e no Executivo, 11 conquistaram uma cadeira na Câmara dos Deputados e Gladson Cameli (PP) venceu a disputa ao governo do Acre. Outros sete ficaram como suplentes e seis não se elegeram.

Estarão na Câmara em 2023 Aécio Neves (PSDB-MG), Afonso Hamm (PP-RS), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Arthur Lira (PP-AL) – atual presidente da Casa -, Beto Richa (PSDB-PR), João Leão (PP-BA), Lindbergh Farias (PT-RJ), Luiz Fernando Faria (PSD-MG), Mário Negromonte Junior (PP-BA), Roseana Sarney (MDB-MA) e Vander Loubet (PT-MS).Ficaram fora Cacá Leão (PP-BA) e Romero Jucá (MDB-RR), que buscavam vaga no Senado; Eduardo Cunha (PTB-SP) e Delcídio Amaral (PTB-MS), candidatos a deputado federal; e Fernando Collor (PTB-AL) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), que tentavam governos estaduais. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputa o segundo turno da eleição ao Planalto.

Em outra frente, os algozes desses políticos tiveram votações expressivas. Filiado ao União Brasil, o ex-juiz Sérgio Moro, que conduziu a Lava Jato na primeira instância, foi eleito senador pelo Paraná com 1.953.188 votos, desbancando Álvaro Dias (Podemos).

O ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos) recebeu 344.917 votos para uma cadeira na Câmara dos Deputados. Ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, ele ficou na frente de nomes conhecidos da política, como Gleisi Hoffmann, do PT (eleita com 261.247 votos), Ricardo Barros, do PP (107.022 votos), e Luísa Canziani, do PSD (74.643 votos). Em entrevista concedida ao Estadão, Dallagnol falou no “renascimento” da Lava Jato “como uma Fênix”. “A operação alterou a rota do sistema político do mundo e o sistema de competição da disputa política no Brasil’, afirma o professor da FGV Marco Antonio Carvalho Teixeira. Contudo, para ele, a eleição de tantos candidatos que passaram pelas investigações indica que os efeitos políticos dela “ficaram para trás”.

Na avaliação do professor da UniRio e doutor em Ciência Política Fabio Kerche, “existem parcelas da sociedade que veem Moro e Dallagnol como heróis”. Ele atribui a eleição dos dois a um “recall” da operação deflagrada em 2014.Kerche vê semelhanças entre os desdobramentos da Lava Jato e da Mãos Limpas, que ocorreu na Itália. “Os promotores e os magistrados que fizeram parte também conseguiram ser eleitos. Saíram da ‘política judicial’ e foram para a ‘política partidária’.”

Partidos nanicos buscam fusão para não ficar Sem Fundo Eleitoral

Cinco dos seis partidos que não atingiram a chamada cláusula de barreira nas eleições negociam fusão para sobreviver no Congresso. Sem rumo certo, PTB, PSC, Patriota, PROS e Solidariedade já discutem o futuro em conjunto. A única exceção é o Novo, que declinou de tratativas preliminares.

Em jogo está a continuidade de siglas que se tornaram nanicas na nova realidade do Congresso. A regra da cláusula de barreira, instituída pela reforma eleitoral de 2017, não extingue os partidos por completo, mas busca reduzir a fragmentação pela asfixia financeira.

No ano passado, as seis legendas receberam recursos do Fundo Partidário, que somam, ao todo, R$ 126 milhões. Mas não ganharão nada em 2023, caso permaneçam isoladas.

Para não perder os recursos do Fundo Partidário e o tempo de propaganda, os partidos devem eleger pelo menos 11 deputados federais distribuídos por nove unidades da Federação, como determina a cláusula de barreira. Alternativamente, podem atingir 2% dos votos válidos para a Câmara em pelo menos nove Estados, sendo 1% em cada. Os seis partidos não atingiram esses critérios e correm o risco de deixar de existir, se não houver uma fusão.

A articulação iniciada logo depois do primeiro turno das eleições tem o objetivo de formar um partido sem perfil ideológico claro, que deve funcionar como uma espécie de satélite do Centrão, no ano que vem. Os cinco que negociam essa união abrigam parlamentares de perfil fisiológico. Segundo dirigentes, é possível que mais de uma legenda surja das negociações.

Resultado da eleição para o Congresso amplia domínio de Lira e reduz o de Pacheco

A nova correlação de forças que saiu das urnas, com o resultado das eleições para cadeiras do Congresso, deflagrou o processo de disputa pelo comando da Câmara e do Senado. Deputado mais votado em Alagoas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aumentou seu domínio e deve consolidar o favoritismo para permanecer à frente da Casa, a partir de fevereiro de 2023. No Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) vive situação delicada porque partidos do Centrão também estão de olho no seu cargo.

O núcleo duro de Lira, formado por PP, PL, União Brasil e Republicanos, conseguiu eleger quase a metade dos deputados federais que tomarão posse em fevereiro, no mesmo dia em que a Câmara escolherá seu presidente. Até lá, o tamanho das bancadas pode mudar, mas o Centrão deve continuar controlando a pauta e também o orçamento da União, e ira trabalha por um novo mandato para o presidente Jair Bolsonaro, mas traçou uma estratégia com o objetivo de atrair aliados de esquerda e garantir a sua própria reeleição, mesmo num cenário de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O plano passa pelo orçamento secreto. “Com Bolsonaro é uma realidade. Com o PT, naturalmente, seria outra, mas perseguiremos o mesmo caminho”, disse o presidente em exercício do PP, deputado Claudio Cajado (BA).

Nos bastidores, a expectativa é de que Lira procure os deputados eleitos, nos próximos dias, em busca de apoio para sua recondução à presidência da Câmara. Em troca, ele conta com a verba do orçamento secreto, incluindo os R$ 7,8 bilhões que ainda não foram liberados neste ano e os R$ 19,4 bilhões reservados para 2023.O grupo de Lula, por sua vez, ainda não tem candidato ao comando da Câmara. Nomes antes cogitados, como Marcelo Ramos (PSD-AM), que não foi reeleito, e o presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), estão hoje fora do radar. O deputado obteve novo mandato, mas se juntou a Lira para negociar uma fusão do União com o PP.

No Senado, o campo da direita ampliou o espaço, especialmente com a eleição de novos nomes do PL. A partir de 2023, a sigla de Bolsonaro terá 14 senadores e se tornará a maior da Casa, tirando a hegemonia do MDB. No ano passado, Bolsonaro apoiou a eleição de Pacheco, mas agora o PL deve se unir ao Republicanos e ao PP para lançar um candidato à presidência do Senado. No total, esses três partidos terão 24 senadores em fevereiro de 2023, o que representa 40% dos votos que Pacheco conquistou quando concorreu ao cargo, há quase dois anos.

Tarcísio diz que, se eleito, ‘não vai ter tecla reset’ no governo de SP

Após sair na liderança no primeiro turno das eleições ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) pregou continuidade na gestão estadual, se eleito, e disse ao Estadão que “não vai ter tecla reset” ou “cavalo de pau” em São Paulo.

O candidato afirmou que não estará ao lado do governador Rodrigo Garcia (PSDB) na TV, e que tucanos não devem assumir cargos em secretarias ou diretorias de estatais se for governador. O ex-ministro afirmou que seu eventual governo vai privilegiar técnicos de carreira nas posições de comando.

Apesar de dizer que não estará no palanque com Garcia, que confirmou “apoio incondicional” a ele e à reeleição de Jair Bolsonaro nesta semana, Tarcísio disse que o embarque do tucano é “bem-vindo” e que vai dar continuidade a algumas políticas da atual gestão, se eleito governador. Nos últimos três dias, os diretórios estaduais do Podemos, MDB e União Brasil também embarcaram em sua candidatura.

Questionado se, em eventual eleição, vai terminar o mandato de quatro anos no governo de São Paulo, o ex-ministro disse somente que se compromete a “trabalhar e entregar”. “Não sei, não sei se estou vivo amanhã”, pontuou.

Micro e pequenas empresas criaram mais de 70% dos empregos de agosto

No mês de agosto, as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por mais de 70% do total de empregos criados no país, mostra levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Do saldo de 278,6 mil contratações no período, 199,6 mil vagas formais foram criadas por essas empresas.

“São o segmento com melhores condições para responder ao desafio da criação de empregos no país. Agosto foi o oitavo mês consecutivo que os pequenos negócios apresentaram saldo positivo”, apontou o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Ele destacou que a média mensal de empregos gerados pelos pequenos negócios, desde o início do ano, é superior a 160 mil.

No acumulado do ano, o país gerou 1,8 milhão de empregos, sendo as micro e pequenas empresas responsáveis por 1,3 milhão (71,7%). As médias e grandes, por sua vez, criaram 400 mil postos de trabalho, o que corresponde a 21,5% do total.

Melles explica que essa proporção entre os tipos de negócios e as vagas disponíveis se repete. “Em 2021, os pequenos negócios foram responsáveis por oito a cada dez novas vagas de emprego. Neste ano, estamos mantendo uma média mensal de mais de 70%”, relembrou.

Ele destacou ainda que no primeiro ano da pandemia o país teve um saldo total negativo de 191.455 contratações, mas entre as micro e pequenas empresas o saldo foi positivo. “Foram mais de 56 mil empregos. O resultado ruim é atribuído às médias e grandes, que foram responsáveis por -274.220 postos de trabalho.”

Para o presidente do Sebrae, essa tendência de mais contratações em MPEs deve se manter. Melles acredita que novos créditos disponíveis pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) podem aliviar as contas desse segmento.

“Permitindo que as micro e pequenas respirem um pouco melhor e façam os investimentos necessários para aumentar a sua produtividade e, consequentemente, continuarem sendo as principais responsáveis pela geração de empregos no país”,

Confiança do empresário sobe 0,8 ponto em setembro, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sobe 0,8 ponto de agosto para setembro deste ano. Com isso, o indicador atingiu 101,5 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, o maior nível desde agosto de 2021 (102,5 pontos).

A alta da confiança foi puxada pela melhora das percepções sobre a situação presente e das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual Empresarial subiu 0,7 ponto e chegou a 102 pontos, o maior nível desde junho de 2013.

Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 1 ponto e atingiu 100,1 pontos, o maior nível desde outubro de 2021 (100,3 pontos).

A confiança subiu em três dos quatro setores que integram o ICE. A exceção foi a indústria que recuou 0,8 ponto. A maior alta foi observada na construção (3,5 pontos). Em seguida, aparecem comércio (2,4 pontos) e serviços (1 ponto).

Demanda esfria e indústria do Brasil perde força em setembro, mostra PMI

A indústria brasileira perdeu força em setembro diante de sinais de estagnação da demanda, com os novos trabalhos expandindo ao ritmo mais fraco em sete meses, ainda que a inflação tenha dado sinais de alívio, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global.

Os dados divulgados nesta segunda-feira mostraram que o PMI de indústria do Brasil recuou a 51,1 em setembro, de 51,9 em agosto, permanecendo em território de expansão pelo sétimo mês seguido, mas no patamar mais fraco nesse período.

Ainda que o aumento das vendas e esforços para recompor estoques tenham dando sustentação ao setor no mês, os dados indicam queda do índice no terceiro trimestre a 52,3, de 53,4 entre abril e junho, de acordo com o levantamento.

O aumento das novas encomendas, maior subcomponente do PMI, foi bem menos intenso em setembro, no ritmo mais fraco da atual sequência de sete meses de expansão.

De acordo com a S&P Global, a expansão foi contida pela redução do poder de compra de clientes, fraqueza no setor automotivo e vendas fracas no varejo.

A demanda global mais fraca restringiu a entrada de novas encomendas de exportação em setembro, que recuaram pelo sétimo mês seguido e tiveram a maior contração desde meados de 2020.

“Existem sinais claros e preocupantes de que a demanda está vacilando, em paralelo com o aumento de velocidade da contração de vendas internacionais, em meio a condições econômicas globais desafiadoras”, destacou a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima.

“Os números do PMI da China, maior mercado de exportação do Brasil, destacam recuos notáveis na atividade de compra e produção entre fabricantes de bens em setembro.”

Apesar da fraqueza da demanda, os produtores continuaram a aumentar a produção, a um ritmo mais forte do que agosto, com as empresas mencionando esforços para recompor estoques.

Os dados de setembro ainda mostraram considerável recuo nas pressões de custos, com os preços dos insumos subindo à taxa mais fraca em quase oito anos. Preços mais baixos de commodities, metais e plásticos colaboraram para esse resultado.

Diante das pressões de custos mais baixas, condições competitivas e vendas fracas, a inflação de venda também esfriou em setembro, com os preços subindo no ritmo mais lento desde dezembro de 2019.

Os empresários das indústrias brasileiras mantiveram ainda a visão otimista sobre as perspectivas de produção à frente, com três quartos dos entrevistados prevendo crescimento. Eles também citaram lançamento de novos produtos; investimento em capacidade, tecnologia e marketing; e perspectivas de condições operacionais melhores após a eleição presidencial.

Esse otimismo favoreceu a criação de empregos no setor, com indicações de reajustes de funcionários, planos de expansão e esforços para cumprir prazos. Ainda assim o ritmo de contratação foi mais lento desde abril.

Estudo mostra descumprimento da Lei de Cotas em empresas paulistas

O número de empresas paulistas que deixaram de cumprir a norma que obriga a inclusão de profissionais com deficiência no quadro funcional em 2019, chega a 82,4%, revela estudo desenvolvido pelo Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo o estudo, entre 11.751 empresas paulistas, com matrizes no estado de São Paulo e filiais em diversas localidades do país, sob o mesmo CNPJ, apenas 2.067 (17,6%) estavam cumprindo a cota naquele ano.

Na área de abrangência da 15ª Região (composta por 599 municípios do interior e do litoral norte), de 4.813 empresas, 22,3% cumpriam a cota, representando percentual superior ao encontrado no total das empresas do estado de São Paulo. Considerando somente a área da 2ª Região (composta por 46 municípios da região metropolitana de São Paulo e Baixada Santista), de 6.938 empresas, 14,4% estavam cumprindo a cota, um percentual inferior ao encontrado em todo o território paulista.

A Lei de Cotas obriga empresas que têm de 100 a 200 empregados manter em seus quadros 2% de funcionários que sejam pessoas com deficiência. Já em organizações com um número de 201 a 500 trabalhadores, o percentual sobe para 3%. Quando composta por 501 a mil empregados, a empresa deve ter 4% de trabalhadores com deficiência contratados. Por fim, em empresas com mil ou mais empregados, a porcentagem deve ser de 5%.

Segundo o estudo da Unicamp, no estado de São Paulo foram estimadas 1.791.627 pessoas com deficiência na faixa etária entre 16 e 64 anos de idade, consideradas potencialmente aptas ao mercado de trabalho. Conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do mesmo ano, desse grupo, 145.801 pessoas estavam ocupadas formalmente, cerca de 8,2%. Por outro lado, 171.378 pessoas não foram contratadas, correspondendo a 9,6% da população em idade ativa.

“Algumas empresas contratam, mas não preenchem a cota. Às vezes, as empresas dizem que não existem pessoas com deficiência ou que a qualificação é insuficiente para a contratação. São várias as retóricas, mas, com esse estudo, vimos que temos número suficiente de pessoas”, disse uma das responsáveis pela pesquisa, Guirlanda de Castro Benevides.

Vendas de veículos caem 7% em setembro, após bom desempenho em agosto

As vendas totais de veículos voltaram a cair em setembro, depois ter registrado em agosto o melhor resultado em 20 meses. Foram vendidas 194 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus, resultado 7% menor que o do mês anterior, mas 25% superior ao de setembro de 2021. Um dos motivos apontados por analistas do setor são os juros altos e a dificuldade na obtenção de crédito, já que os bancos estão mais seletivos.

A oferta de modelos nas lojas tem melhorado, porque o problema com a falta de componentes para a produção diminuiu, embora ainda afete algumas fabricantes.

No acumulado do ano, as vendas totais somam 1,5 milhão de unidades, 4,7% abaixo do resultado de igual período de 2021.

No segmento de automóveis e comerciais leves a queda foi de 6,6% em setembro na comparação com agosto, embora tenha crescido 26,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, somando 181,6 mil unidades.

Segundo a consultoria Bright, grande parte do desempenho continua sendo puxada pelas vendas diretas, a frotistas, locadoras, etc., que responderam por 50,5% dos negócios. Em agosto, essa participação tinha atingido 53%.

A oferta de modelos nas lojas tem melhorado, porque o problema com a falta de componentes para a produção diminuiu, embora ainda afete algumas fabricantes.

No mês, os utilitários-esportivos (SUVs) representaram 34,5% das vendas, seguidos pelos hatchbacks, com 32,5%. As picapes ficaram com 17,5% dos negócios. A participação de eletrificados, de acordo com a Bright, se manteve em alta, correspondendo a 3,4% das vendas totais.

Os dados são do mercado e os números oficiais serão divulgados amanhã pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Produção da indústria brasileira tem queda de 0,6% em agosto, mostra IBGE

A produção industrial brasileira registrou queda de 0,6% em agosto na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (05).

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção subiu 2,8%. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de queda de 0,6% na variação mensal e de alta de 2,3% na base anual.

Abicalçados: exportações de calçados até setembro já superam todo 2021

O setor calçadista brasileiro já exportou mais de janeiro a setembro de 2022 do que em todo o ano passado. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e setembro, as exportações do setor somaram 107,9 milhões de pares, que geraram US$ 990,35 milhões. O resultado é superior em relação ao mesmo período do ano passado tanto em volume, com alta de 25%, quanto em receita, com alta de 60%. Em todo 2021, as exportações geraram US$ 900 milhões.

Quando se olha apenas o mês de setembro, porém, foram embarcados 10,33 milhões de pares por US$ 109,45 milhões. O resultado foi inferior em volume (-6%) e superior em receita (42%) em relação ao mês correspondente do ano passado.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que as exportações do setor já estão amplamente recuperadas das perdas provocadas pela pandemia de Covid-19. “Em relação ao mesmo período de 2019, portanto na pré-pandemia, já crescemos mais de 35% (em receita). Também aumentamos o preço médio do par embarcado, de US$ 7 para US$ 10,60, o que demonstra que estamos exportando produtos com maior valor agregado. É um bom momento para as exportações brasileiras”.

Segundo o executivo, impactam positivamente o aumento dos embarques para os países vizinhos, que vêm sofrendo com os altos custos de fretes da Ásia. “Existe um momento de busca desses países por fornecedores mais próximos geograficamente. O Brasil, como é o principal produtor fora da Ásia, vem atraindo esses mercados”, comenta Ferreira.

O principal destino das exportações de calçados brasileiros, entre janeiro e setembro, foi Estados Unidos. No período, foram embarcados para lá 15,3 milhões de pares, que geraram US$ 270,78 milhões, resultados superiores tanto em volume (+51,7%) quanto em receita (+77%) na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

O segundo maior importador foi a Argentina, ainda que lá o setor enfrente desafios. Houve dilatação, até dezembro, da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) que altera o acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações e que libera os pagamentos das mercadorias importadas somente após 180 dias.

Estacionamentos e fábricas fechadas viram depósitos para atender e-commerce

A corrida do varejo online e das indústrias de bens de consumo para entregar rapidamente seus produtos ao consumidor tem provocado uma disputa acirrada por espaços de armazenagem na cidade de São Paulo, o principal mercado do País. Por conta disso, espaços como estacionamentos ociosos ou fábricas abandonadas, por exemplo, têm se transformado em depósitos para atender especificamente ao e-commerce.

A maior procura por áreas vagas vai do miolo da capital paulista até áreas a 30 km do centro. Nessas regiões, faltam terrenos para erguer condomínios logísticos e imóveis adequados para serem transformados em galpões “last mile” (última milha), no jargão do mercado de logística. Esses armazéns servem como ponto de apoio para o despacho final das mercadorias, a parte mais onerosa das entregas.

A escassez de terrenos para a instalação de novos empreendimentos logísticos levou o mercado imobiliário a um estado de ebulição. Os reflexos aparecem na alta dos aluguéis dos galpões, na queda da vacância e também na adaptação de imóveis vagos para virarem armazéns.

Não é raro hoje encontrar galpões logísticos em áreas onde até pouco tempo atrás funcionavam indústrias. Um exemplo dessa transformação foi a compra da fábrica de trens da Alstom, na Lapa, bairro da zona Oeste da cidade, pela GoodStorage. Com a ida da empresa francesa para Taubaté (SP), ficou vago um terreno de 80 mil metros quadrados, com 65 mil metros quadrados de galpões.

“Estamos reformando esses galpões, que vão dar origem a um parque logístico no coração da Lapa”, conta Thiago Cordeiro, CEO da GoodStorage. O empreendimento começa a funcionar em fevereiro e já tem uma parte pré-locada.

A empresa, que começou em 2013 como um guarda-móveis, hoje se posiciona como uma companhia de logística urbana, incluindo tanto a armazenagem para pessoas físicas (selfestorage) como para empresas. Tem sete parques logísticos urbanos, que somam uma área de 150 mil metros quadrados e investimentos de US$ 150 milhões. Quatro já estão em operação, com 90% de ocupação. Todos os condomínios estão para dentro das Marginais e têm localização estratégica para atender entregas rápidas.

De olho nesse novo filão, a armazenagem urbana, a Unlog, que há dois anos começou como uma espécie de “airbnb” de vagas de estacionamentos, foi outra que mudou de posicionamento.

Diante da baixa rentabilidade do aluguel de vagas de estacionamento, o foco da empresa passou a ser criar infraestrutura de armazenagem para o abastecimento de varejo tradicional, do e-commerce e da indústria. Foram abertos pequenos galpões urbanos de armazenagem, com 200 a 1 mil metros quadrados, espalhados por bairros dentro de grandes cidades.

SELIC

Em suas reuniões realizadas de março de 2021 para cá, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, promoveu um drástico aumento da Selic, nossa taxa básica de juros, que foi de 2% para 13,75% em 12 etapas.

Mesmo com essa puxada, ouvíamos de praticamente todo mundo que conversávamos que tal patamar não duraria tanto e que já se contava com uma queda da Selic em 2023, afinal, alta de juros e queda da inflação são como unha e carne.

Essa segue sendo a expectativa mais comum: segundo o último relatório Focus, o mercado financeiro espera para o ano que vem uma Selic de 11,25% ao ano e IPCA de 5%. Para o fim de 2022, a expectativa é de 5,74% de IPCA e Selic estável, em 13,75%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) cai 0,95% em setembro, após queda de 0,70% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 6,61% no ano e de 8,25% em 12 meses. Em setembro de 2021, o índice havia caído 0,64% e acumulava alta de 24,86% em 12 meses.  

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), a projeção para o IGP-M ficou em 7,79%, ante 7,95% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Bradesco reduziu sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 de 6,3% para 5,7%.

Para além das deflações em energia e combustíveis por causa dos cortes de impostos, alimentos e serviços apresentaram comportamento mais benigno no curto prazo, segundo a equipe liderada por Fernando Honorato Barbosa.

“A média dos núcleos também tem apresentado arrefecimento, embora ainda esteja em nível elevado. Por fim, nossa revisão embute uma queda nos preços de commodities”, afirmam.

Para 2023, foi mantida a expectativa de 4,9%. “Essa projeção é compatível com um gradual arrefecimento dos preços livres, sustentado tanto pela queda das commodities quanto pelo grau de aperto monetário doméstico e global”, aponta o relatório.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,71%, ante 5,74% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2022 voltou a subir, de 2,67% para 2,70%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC), com estimativas coletadas até o fim da semana passada.

Para 2023, a mediana das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi elevada de 0,50% para 0,53%. Para 2024, caiu de 1,75% para 1,70%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (10), a projeção para o PIB ficou em 2,70%, ante 2,70% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (03), o Ibovespa fechou em alta, após o primeiro turno da eleição no Brasil mostrar uma disputa mais apertada do que o esperado na corrida presidencial e uma composição mais centro-direita no Congresso Nacional. O cenário externo endossou as compras na bolsa paulista. O índice Ibovespa teve alta de 5,5%, a 116.085,30 pontos. O volume financeiro somou R$ 43 bilhões.

Na terça-feira (04), o Ibovespa fechou em alta, em meio a movimentos de realização de lucros após superar 118 mil pontos no melhor momento do pregão, com estatais como Petrobras e Banco do Brasil entre as maiores pressões de baixa. O índice Ibovespa teve alta de 0,08%, a 116.230,12 pontos. O volume financeiro somou R$ 34,8 bilhões.

Na quarta-feira (05), o Ibovespa fechou em alta, tendo Petrobras entre os maiores ganhos após a Opep+ aprovar um corte profundo na produção de petróleo, enquanto o segundo turno da eleição presidencial no Brasil permanece no radar. O índice Ibovespa teve alta de 0,78%, a 117.139,88 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,5 bilhões.

Na quinta-feira (06), o Ibovespa fechou em alta, apoiado principalmente pelo avanço das ações da Petrobras, embora o declínio de Vale e bancos privados tenha afastado o índice da máxima da sessão, quando voltou a superar os 118 mil pontos. O índice Ibovespa teve alta de 0,31%, a 117.560,83 pontos. O volume financeiro somou R$ 33,3 bilhões.

Na sexta-feira (07), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,13%, a 117.409,66 pontos. Após cinco sessões consecutivas de alta, com agentes financeiros analisando dados que mostraram um mercado de trabalho ainda sólido nos Estados Unidos, o que pressionava Wall Street, mas sem tirar do radar o cenário político no Brasil. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 1,01%, a 116.375,25 pontos. O volume financeiro somou R$ 35,9 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (07), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,013%, cotado a R$ 5,2106 na venda. Embora mostrasse alguma volatilidade, depois que dados de emprego dos Estados Unidos ligeiramente mais fortes do que o esperado, reforçaram a perspectiva de uma trajetória agressiva de aperto monetário por parte do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (07) cotado a R$ 5,2125, com muita instabilidade e troca de sinais, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (07), praticamente estável no mercado doméstico de câmbio, apesar da nova rodada de fortalecimento da moeda americana frente a pares fortes e do avanço das taxas dos Treasuries.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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10/10/2022