Cenário Econômico Nacional – 17/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 17/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 17/10/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado financeiro reduz projeção da inflação de 5,74% para 5,71%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 5,74% para 5,71% para este ano. É a 15ª redução consecutiva da projeção.

A estimativa consta do Boletim Focus de segunda-feira (10), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,47% e 3%, respectivamente.

Para 2023, a projeção da inflação ficou em 5%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,47% e 3%, respectivamente.

Em agosto, houve deflação de 0,36%, após queda de 0,68% em julho. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,39% no ano e 8,73% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve recuo, de 0,37%. Os dados consolidados de setembro serão divulgados amanhã (11) pelo IBGE.

Bancos já podem fazer empréstimo consignado do Auxílio Brasil e BPC

A partir de segunda-feira (10), 12 bancos estão autorizados a realizar empréstimo consignado aos contemplados com o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O crédito consignado é aquele concedido pelas instituições financeiras com desconto automático das parcelas em folha de pagamento do salário ou benefício.

De acordo com a lei que liberou as operações, os beneficiários do Auxílio Brasil poderão fazer empréstimos de até 40% do repasse permanente de R$ 400 do programa. Dessa forma, eles poderão descontar até R$ 160 mensais, num prazo máximo de 24 meses.

Os juros máximos são de 3,5% ao mês, segundo definição do Ministério da Cidadania. Porém, cada instituição financeira pode adotar taxas menores, dependendo da negociação com o tomador do empréstimo.

Os responsáveis familiares contemplados pelo Auxílio Brasil e titulares do BPC poderão fazer o empréstimo consignado diretamente nos bancos autorizados. “É aconselhado que cada responsável familiar entre em contato com os bancos para verificar a melhor proposta”, alertou o Ministério da Cidadania.

Acrescentou que os valores serão depositados pela instituição financeira na mesma conta onde é feito o pagamento do benefício, em até dois dias úteis após a contratação do empréstimo.

O Ministério da Cidadania informou ainda que ofertará ações de educação financeira. “Ao contratar o produto, os beneficiários terão de responder a um questionário que medirá os conhecimentos sobre o tema e a capacidade de administrar o empréstimo”, explicou.

Após a sanção da lei que libera o crédito consignado, o economista e professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília, César Bergo, alertou para alguns riscos que a contratação de empréstimos consignados pode representar para o público de renda mais baixa.

Segundo ele, as pessoas precisam, antes de tudo, ficar atentas ao assédio das instituições financeiras para não cair em golpes. Nesse sentido, acrescentou o professor, é importante que os beneficiários tenham noções sobre educação financeira, de forma a “agir de maneira racional e não emocional” na hora de contrair esse tipo de empréstimo.

“Muitas vezes, elas não têm noção do que são juros, do que é empréstimo. De repente, ela assume uma dívida, e o que ela recebe para poder se manter, que já é pouco, fica ainda menor. Porque o objetivo maior dessa ajuda é beneficiar as pessoas que, muitas vezes, estão totalmente fora do mercado de trabalho e não têm outra renda”, esclareceu.

Banco Central vai mudar regras do Pix para evitar fraudes e vazamentos de dados

O Banco Central (BC) deve anunciar em breve mudanças no funcionamento do Pix para fortalecer a segurança do sistema contra fraudes e vazamentos de dados. As medidas já foram debatidas pelo mercado e aprovadas pelo BC, que agora está trabalhando para promover as alterações, com chances de serem anunciadas algumas novidades ainda este ano.

Uma das mudanças visa a aumentar o nível de responsabilidade das instituições financeiras participantes em relação às regras de segurança, impondo mais uma “barreira” para tentar conter os episódios de vazamento de dados. O regulador também deve criar marcações específicas nas notificações de fraudes para suspeitas de uso de “conta laranja” e de falsidade ideológica com o objetivo de fortalecer os mecanismos antifraude dos bancos.

Embora o índice de fraudes no Pix seja considerado baixo, com uma média de ocorrências de 0,007% do total de transações, conforme o BC, a repercussão pública de casos de golpes e fraudes tem sido grande em meio ao sucesso absoluto de adesão e utilização da ferramenta pelos brasileiros. Nesse contexto, desde o ano passado, o regulador vem aprimorando as regras de segurança para proteger o sistema e amparar os cidadãos afetados.

As novas medidas constam na apresentação da última reunião do Fórum Pix, em 22 de setembro, quando o BC deu o sinal verde para as modificações. Nesse fórum, com a participação de diversos agentes do mercado, o regulador colhe subsídios sobre as regras de funcionamento do sistema de pagamentos instantâneos. A segurança, considerada um ponto de preocupação e aprimoramento constante, tem um grupo específico de trabalho.

A primeira proposta aceita pelo BC é a criação de um questionário de autoavaliação de aderência das instituições financeiras ao Manual de Segurança do Pix no momento de adesão ao ecossistema. A pesquisa, que será aplicada também aos atuais participantes, deverá ser respondida pela área de segurança da instituição, mas validada por uma segunda linha de defesa, que pode ser uma auditoria interna ou externa.

Hoje, ao entrar no Pix, a instituição financeira já se compromete automaticamente com o conjunto de regras, mas a nova camada de responsabilização pretende aumentar o grau de obediência dos participantes e, assim, as barreiras contra vazamento de dados.

Desde a criação do meio de pagamento, em novembro de 2020, houve quatro incidentes de vazamento de dados relacionados a chaves Pix, todos, segundo o BC, devido a falhas de segurança pontuais no sistema dos participantes, que não conseguiram bloquear ataques de varredura, quando o criminoso fica inserindo números no sistema do banco até acertar as chaves.

FMI melhora perspectiva para o Brasil em 2022 e passa a ver crescimento de 2,8% do PIB

O Fundo Monetário Internacional passou a ver crescimento bem mais forte do Brasil este ano, em linha com a tendência para a América Latina e Caribe, refletindo uma atividade mais forte do que o esperado no primeiro semestre.

Em seu relatório Perspectiva Econômica Global, o Fundo passou a ver expansão do Produto Interno Bruto do Brasil em 2022 de 2,8%, 1,1 ponto percentual acima da estimativa anterior, feita em julho.

Para 2023, entretanto, a atividade deve registrar forte desaceleração, com crescimento de apenas 1,0%, de acordo com o FMI, que fez um ajuste de 0,1 ponto para baixo em sua estimativa para o ano.

Os novos números são parecidos com aqueles projetados pelo Banco Central, que vê expansão de 2,7% do PIB este ano e de 1,0% no próximo. O Ministério da Economia também prevê expansão de 2,7% para o PIB em 2022, mas é bem mais otimista para 2023, enxergando uma alta de 2,5%.

A mudança para o Brasil no relatório do FMI veio em linha com revisões para a região da América Latina e Caribe, cuja estimativa de crescimento em 2022 melhorou em 0,5 ponto, para 3,5%. Para 2023, a estimativa é de expansão de 1,7%, 0,3 ponto a menos do que no relatório anterior.

A atividade melhor do que o esperado no primeiro semestre para a região deve-se, segundo o FMI, a “preços favoráveis de commodities, condições de financiamento externo ainda favoráveis e a normalização das atividades em setores dependentes de contato”.

O FMI alertou, no entanto, que o crescimento na região deve desacelerar no final de 2022 e 2023 diante do enfraquecimento de parceiros comerciais, aperto das condições financeiras e alívio nos preços de commodities.

Para o grupo de mercados emergentes e economias em desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, o FMI elevou a estimativa de crescimento este ano em 0,1 ponto e baixou a do próximo em 0,2 ponto, a 3,7% em ambos os casos.

“O ambiente externo já é bastante desafiador para muitos mercados emergentes e economias em desenvolvimento. A forte apreciação do dólar amplia de forma significativa as pressões domésticas de preços e a crise do custo de vida para esses países”, alertou o FMI.

O Fundo destacou ainda que os fluxos de capital não se recuperaram, e que muitas economias de baixa renda e em desenvolvimento continuam com problemas de dívida.

“Os choques de 2022 vão reabrir feridas econômicas que haviam sido apenas parcialmente cicatrizadas após a pandemia”, completou.

O FMI destacou que revisões negativas foram mais pronunciadas para economias avançadas do que para emergentes e em desenvolvimento, ampliando a divergência em relação ao crescimento.

“Em resumo, o pior ainda está por vir, e para muitas pessoas 2023 irá se parecer com uma recessão”, afirmou.

Mercado vê superávit fiscal de R$ 40 bilhões em 2022 e reversão para rombo de R$ 57,8 bilhões em 2023

O mercado financeiro melhorou mais uma vez a projeção para o resultado primário do governo neste ano, mas voltou a piorar a estimativa para rombo em 2023 em meio a incertezas sobre o arcabouço fiscal e o cumprimento de promessas de campanha por candidatos, mostrou relatório Prisma Fiscal divulgado na quinta-feira (13) pelo Ministério da Economia.

De acordo com o documento, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a mediana das expectativas para o resultado primário do governo central em 2022 ficou em superávit de 40 bilhões de reais, ante saldo positivo de 30,5 bilhões de reais projetado em setembro. Se confirmado, será o primeiro resultado no azul em nove anos.

As estimativas do mercado apontam para uma elevação na projeção da receita líquida do governo, de 1,851 trilhão de reais para 1,861 trilhão de reais. Também houve um aumento nas expectativas para a despesa total, passando de 1,810 trilhão de reais no relatório anterior para 1,819 trilhão de reais na pesquisa deste mês.

Com a melhora nos dados do ano, os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2022 para 77,55% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 78,19% na pesquisa de setembro.

Para 2023, as projeções de mercado indicam um retorno ao déficit primário, com rombo ainda maior do que o previsto anteriormente. A nova projeção aponta para déficit de 57,8 bilhões de reais, ante saldo negativo de 43,2 bilhões de reais no levantamento anterior.

A estimativa é que a dívida bruta suba a 81,8% do PIB no ano que vem, acima dos 81,7% previstos no mês passado.

Ainda não há clareza sobre o quadro fiscal do país em 2023. O Orçamento do ano que vem foi enviado ao Congresso pelo governo com a previsão de um rombo de 63,7 bilhões de reais, número que não incorpora promessas de manutenção do Auxílio Brasil em patamar elevado, que originalmente valeria até dezembro, e correção da tabela do Imposto de Renda.

Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputarão o segundo turno das eleições, se comprometeram a implementar essas medidas, mas não definiram soluções para financiar as iniciativas.

Dívida pública brasileira deve cair para 88,2% do PIB neste ano, diz FMI

A dívida pública brasileira deve cair para 88,2% do PIB neste ano, de acordo com estimativas do Monitor Fiscal, documento divulgado hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O relatório também aponta que está prevista uma alta em 2023, para 89,9%, e que a dívida deve se manter acima de 90% nos quatro anos seguintes.

Segundo o FMI, o Brasil tem um patamar muito elevado da dívida, na comparação com outros países emergentes, ficando atrás apenas do Egito, cuja projeção deste é de 89,2% do PIB, seguido de um recuo para 84,1% em 2023. Os dados de Venezuela, Ucrânia e Líbano, por exemplo, não constam no documento.

O Monitor Fiscal mostra que, neste quesito, o Brasil está melhor em relação aos países mais avançados. Para os Estados Unidos, maior economia do mundo, o FMI projeta uma dívida bruta de 122,1% em relação ao PIB neste ano, avançando para 122,9% em 2023.

FGV: ‘Inflação do Dia das Crianças’ sobe 6,11%; elevação mais intensa que IPC-DI

Os preços e serviços relacionados ao Dia das Crianças subiram 6,11% em relação à data em 2021, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). A cesta é composta por 22 itens mais procurados na celebração.

A “inflação” do Dia das Crianças foi mais intensa que a medida pelo Índice de Preços ao Consumidor, Disponibilidade Interna (IPC-DI), que nos últimos 12 meses avançou 5,14%.

O setor têxtil tem os itens com registro mais alto de elevação de preço. Roupas infantis avançaram 7,17% ante 2021, calçados infantis subiram 3,31% e bonecas tiveram aumento de 9,06%.

“O desarranjo nas cadeias globais de produção ainda se faz sentir, gerando problemas na aquisição de matéria-prima. Isso comprometeu a oferta em setores como o têxtil, o que gerou a pressão inflacionária”, disse economista do FGV IBRE Matheus Peçanha.

Entre os serviços e lazer, o custo com refeições em bares e restaurantes aumentou 8,64%; o com doces e salgados, 8,56%; e o com suco de frutas fora de casa, 7,75%.

Índice de inadimplência sobe 4,5% no 3º trimestre ante o anterior, diz Boa Vista

A dificuldade das famílias no Brasil em honrar seus compromissos financeiros segue crescente. O índice de inadimplentes avançou 4,5% no terceiro trimestre deste ano em relação ao período imediatamente anterior, conforme a Boa Vista. Já entre julho e setembro de 2021, chega a 25,4%.

No confronto mensal, o Indicador de Registros de Inadimplentes teve alta de 2,1% ante agosto de 2022. No acumulado do ano até setembro, houve expansão de 16,3%. Na comparação interanual a alta foi de 31,3%.

“Em setembro o indicador voltou a subir e somou o terceiro avanço mensal consecutivo, refletindo mais uma vez a dificuldade das famílias em honrar com seus compromissos em dia”, avalia em nota Flávio Calife, economista da Boa Vista.

Segundo Calife, a melhora observada no mercado de trabalho ao longo dos últimos meses e o alívio da pressão inflacionária ainda não foram suficientes para conter o avanço no número de registros.

Com os avanços, o índice de inadimplência no País acumula crescimento de 15,3% em 12 meses concluídos em setembro, o que representa uma aceleração ao visto em igual período até agosto, de alta de 12,3%.

Conforme a Boa Vista, o forte avanço do indicador na variação interanual novamente contribuiu para intensificar a tendência de crescimento da curva de longo prazo, que também vem sendo influenciada pelos aumentos expressivos observados nas variações trimestrais e no acumulado do ano.

“A tendência de alta nos registros ainda é forte e deve ser mantida até o final do ano em função do baixo nível de renda real dos trabalhadores e dos juros maiores”, estima.

O Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista teve alta de 0,9% em setembro ante agosto, encerrando o terceiro trimestre com crescimento de 1,2%.

Em relação ao nono mês de 2021, o índice apresenta elevação de 18,5%, o que contribuiu para acelerar a alta nos resultados acumulados, informa. No ano, o ritmo de crescimento passou de 10,2% para 11,1% entre os meses de agosto e setembro, enquanto no acumulado em 12 meses a alta atingiu 8,9%, ante 7,3%.

A Boa Vista lembra ainda que parte desse aumento no mês e nas análises acumuladas reflete o avanço no fluxo de inadimplentes, “que tem sido forte”. Desta forma, acredita que o indicador de recuperação de crédito continue nesta tendência ao longo do último trimestre de 2022. Isso porque, lembra, o indicador de registros de inadimplentes não sinaliza estar próximo de um ponto de inflexão.

Vendas no varejo desaceleram e crescem 0,3% em setembro, aponta indicador da Cielo

As vendas no varejo em setembro mostraram desaceleração, com crescimento de 0,3%, descontada a inflação, ante o mesmo período do ano passado, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado na quinta-feira (13).

Apesar do crescimento positivo por 11 meses seguidos, o dado é o menor desde novembro de 2021, quando o ICVA indicou 2,1% de expansão.

De acordo com a Cielo, os efeitos de calendário ajudaram o resultado porque houve uma sexta-feira a mais e uma quarta-feira a menos, data em que o comércio está menos aquecido. Excluindo esse efeito, houve recuo de 0,2% na comparação deflacionada.

Na opinião de Diego Adorno, gerente de produtos de dados da Cielo, uma das razões para a desaceleração está no setor dos postos de combustível, que já vinha perdendo ritmo e apresentou uma queda em setembro em relação ao mesmo mês de 2021.

“É um reflexo de dois fatores: da redução recente do preço dos combustíveis e de uma base comparativa mais forte, em setembro de 2021, que vinha de um processo de afrouxamento de quarentena”, afirmou no comunicado.

O ICVA é apurado junto a 1,1 milhão de varejistas no país credenciados à companhia e distribuídos por 18 setores.

Consumo das famílias tem alta de 7,23% em agosto

O consumo das famílias brasileiras teve alta de 7,23% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2021, segundo levantamento divulgado hoje (13) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No acumulado dos 8 primeiros meses do ano, a alta é de 2,67% em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o vice-presidente Institucional e Administrativo da Abras, Marcio Milan, o crescimento do último mês foi impulsionado pelos benefícios sociais concedidos pelo governo federal a partir de agosto. Além disso, também houve, de acordo com ele, impacto da redução do desemprego e da inflação, com a desoneração dos preços da energia e combustíveis. “A gente vem observando a empregabilidade: o emprego vem crescendo e o desemprego vem caindo”, disse.

A partir dos últimos resultados, a Abras também revisou a projeção de crescimento do consumo das famílias neste ano, de 2,8% para um crescimento de 3% a 3,3%. “O reflexo do auxílio, que começou em agosto, da queda dos preços, que se acentuou em setembro, mostra que a nossa projeção está com certeza no caminho de chegar a 3% ou 3,3%”, ressaltou Milan.

Bolsonaro se reúne com prefeitos e diz manter articulações por apoios no 2º turno

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com prefeitos na segunda-feira (10) em Brasília e anunciou o apoio de chefes de Executivo municipais que já eram completamente ou parcialmente alinhados a ele, prometendo ainda manter as articulações em busca de alianças.

O presidente tem buscado reciclar apoios que já teve na primeira rodada de votação em anúncios no Palácio da Alvorada, como ocorreu com o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), seu colega de partido, e nesta segunda apresentou à imprensa os apoios dos prefeitos de Sorocaba, no interior de São Paulo, Rodrigo Manga (Republicanos), e de Manaus, David Almeida (Avante).

“Continuamos fazendo nossas articulações. Estamos indo bem e acreditamos na vitória”, disse Bolsonaro, dizendo que na terça se reunirá com prefeitos em Balneário Camboriú (SC) e Pelotas (RS).

Manga reconheceu em sua breve fala à imprensa que já estava com Bolsonaro, e com o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desde o primeiro turno.

Almeida, por sua vez, disse caminhar ao lado de Bolsonaro desde 2015, quando ambos eram deputados federais, mas que teve uma divergência com o presidente em torno da Zona Franca de Manaus que ele disse ter sido dirimida após garantias dadas por Bolsonaro, as quais ele não detalhou.

O Avante, partido de Almeida, está desde o primeiro turno na coligação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar disso, o prefeito de Manaus disse ter “autonomia dentro do partido” para ter posição antagônica à adotada pela legenda.

Lula aciona TSE pela 4ª vez por post que o liga ao PCC e pede multa a Bolsonaro

Os advogados da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela quarta vez para derrubar publicações que ligam o petista ao PCC. O primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto pede que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja condenado ao pagamento de multa de R$ 60 mil em razão da publicação que sustenta que Marcola, apontado como líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), declarou voto em Lula.

A campanha também pede que os posts do chefe do Executivo com tal conteúdo sejam excluídos e que seja reiterada ordem de abstenção de novas publicações com o tema, sob pena de multa de R$ 30 mil por descumprimento. A nova investida dos petistas se deu neste sábado, 8, horas após o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do TSE, ordenar à Coligação Brasil de Esperança, que apoia a candidatura de Lula ao Planalto, a remoção de propaganda que associa Bolsonaro ao canibalismo.

A petição remetida ao TSE alega descumprimento da decisão dada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, no primeiro turno das eleições. Na ocasião, o ministro determinou a remoção de publicações sobre o suposto voto de Marcola em Lula destacando que a informação é “inverídica e descontextualizada”.

“Na verdade, os diálogos transcritos, além de se relacionarem a condições carcerárias, apresentam apenas conotação política, pois retratam suposta discussão de Marcola e outros interlocutores a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro. Embora o teor dos diálogos revele uma discussão comparativa entre os candidatos, não existe declaração de voto”, afirmou Moraes na ocasião.

Os advogados do PT dizem que, mesmo após “ordem expressa de abstenção”, Bolsonaro foi ao Twitter e realizou quatro publicações que “atropelam os termos” das decisões do TSE. Os representantes de Lula dizem que é “imperioso” que Bolsonaro cumpra dos despachos da corte eleitoral.

“É inconcebível um candidato ao mais alto cargo do Poder Executivo desdenhar deste Tribunal Superior Eleitoral. Por estas razões, nessa oportunidade, impende que a multa por descumprimento da medida liminar seja exemplar e, de forma efetiva, iniba a repetição do ilícito”, diz trecho da representação levada à Corte Eleitoral.

Tarcísio e Haddad nacionalizam disputa em perguntas sobre pandemia e segurança

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aproveitou a primeira pergunta do debate entre os candidatos promovido pela Bandeirantes para nacionalizar a disputa e criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de ter afirmado na noite desta segunda-feira, 10, que iria evitar tal postura. O pano de fundo usado pelo candidato foi a segurança pública, citando uma frase do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, em crítica ao governo federal, disse que “Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial”.

“Acho triste que o ex-presidente veja aqueles que arriscam sua vida diariamente dessa forma”, disse. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que disputa com Tarcísio o segundo turno, começou a resposta defendendo o ex-presidente. “O presidente Lula já se desculpou por essa frase e explicou que ele quis dizer na verdade que ele não gosta de gente porque gosta de milícia, ele queria usar a palavra milícia”, justificou Haddad.

No contra-ataque, Haddad voltou a criticar as ações de Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19. Na segurança pública, o petista relembrou o compromisso do adversário de retirar as câmeras das fardas dos policiais. “Como você, que se diz técnico, vai desafiar os dados que são da própria polícia”, disse, reafirmado o compromisso de manter as câmaras. “As câmeras precisam ser mantidas e reavaliadas”, destacou. O petista também criticou as políticas armamentistas do presidente. “Você acha que a solução é botar arma na mão de todo mundo, é espalhar arma por São Paulo, você quer trazer essa política para cá”, disse.

Sobre a retirada das câmeras, Tarcísio declarou que a remoção é algo simbólico “que mostra o seguinte, que o Estado está amparando esse policial”. Segundo o ex-ministro, a produtividade dos batalhões que estão com câmara caiu e a quantidade de crimes aumentou. Ele ainda disse que, em conversa com os policiais, os profissionais alegam que a câmara está “fazendo mal para a segurança pública”.

Haddad também questionou Tarcísio se ele tinha a mesma postura de Bolsonaro em relação à vacina daC-19, seguindo na linha do atual chefe do Executivo nacional. O ex-ministro da Infraestrutura defendeu o atual presidente e afirmou que as acusações eram fake news. “A fake news está em você fazer um recorte de uma gravação, recorte de um filme”, disse, declarando que, se os vídeos fossem exibidos na íntegra, veria que Bolsonaro estava fazendo um alerta.

Tarcísio ainda defendeu as medidas econômicas do governo na pandemia. “A mão do governo federal salvou milhares de empresas”, afirmou, ao dizer também que o Brasil está em recuperação com o arrefecimento dos números da Covid-19. O debate é permeado de acusações, um contra o outro, de que não há uma resposta direta sobre o que foi perguntado.

Congresso aprova MP que renova barreiras sanitárias em terras indígenas

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira medida provisória que renova as barreiras de proteção sanitária em terras indígenas até o fim do ano, enviando o texto para promulgação após também ter sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

De acordo com a Agência Senado, todas as 24 emendas apresentadas foram rejeitadas pelo relator Paulo Rocha (PT-PA), mediante o prazo apertado para aprovação da matéria antes que perdesse a validade.

A MP, que foi publicada no Diário Oficial da União em 7 de junho, determinou a instalação imediata de barreiras sanitárias protetivas para diminuir a disseminação da Covid-19 em áreas indígenas.

Na prática, foi uma reedição de medidas que vêm sendo adotadas desde outubro de 2020, quando o Congresso Nacional, o Ministério Público Federal (MPF) e entidades indígenas cobraram do governo federal o controle do trânsito de pessoas e de mercadorias em terras indígenas devido à pandemia.

Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), 1.324 indígenas morreram vítimas da Covid-19 desde março de 2020, com 162 povos afetados e mais de 75 mil casos confirmados até o momento.

PSDB de SP dá apoio a ex-ministro da infraestrutura Tarcísio de Freitas

O diretório estadual do PSDB confirmou na terça-feira (11), o apoio formal à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do Estado.

A decisão chega após um impasse entre a bancada estadual da sigla e líderes partidários. O deputado federal Carlos Sampaio e o presidente do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi, se reuniram com Tarcísio e davam como certo o apoio, mas a bancada estadual não havia sido consultada.

Os parlamentares se reuniram na manhã de terça-feira (11) e formalizaram o aval da sigla.

A articulação entre o partido e Tarcísio começou já com o “apoio incondicional” do governador Rodrigo Garcia (PSDB). A decisão do tucano, porém, foi questionada por alas da sigla, reticentes à presença do presidente Jair Bolsonaro no palanque do candidato ao Palácio dos Bandeirantes.

Na última semana, Tarcísio intensificou a articulação com prefeitos tucanos, e falou diversas vezes que estava confiante no embarque do partido. Tucanos históricos, como o ex-chanceler Aloysio Nunes, criticaram a adesão de Garcia. “Apoio de Rodrigo Garcia a Bolsonaro é uma vergonha.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em nota, ABL defende democracia e liberdade de expressão

A Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou uma nota na qual reafirma seu compromisso com a democracia e repudia tentativas de seu enfraquecimento “por meio de intimidações aos poderes constituídos”.

A entidade afirmou ainda ser contra “ofensivas à liberdade de expressão, à diversidade étnica e de gênero”.

Assinada pelo jornalista Merval Pereira, presidente da ABL, a publicação ainda enfatiza o apoio da instituição à ciência e à preservação ambiental, sem declarar apoio a qualquer um dos candidatos à Presidência da República que disputam o segundo turno das eleições no próximo dia 30.

No primeiro turno, entidades da sociedade civil emitiram manifestos após o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, reunir embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho, e repetir acusações, sem provas, sobre vulnerabilidades e possibilidade de fraudes no sistema de votação brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lula minimiza Congresso conservador e diz que vai ‘conversar com todos’

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, minimizou na quinta-feira (13) a composição do Congresso Nacional a partir de 2023, que será predominantemente conservador e de direita.

Ele disse que, se eleito, conversará com todos os deputados independentemente do partido. “Quando eu for conversar com deputados vou conversar independentemente do partido que ele pertence, com respeito a votação que ele teve. Um cara de direita, o voto dele não é inferior a um cara de esquerda”, afirmou aos jornalistas durante sua visita a Aracaju (SE).

Sem mencionar o Orçamento Secreto – mecanismo utilizado pelo Executivo para angariar apoio no Congresso, o qual faz reiteradas críticas, Lula voltou a dizer que, se eleito, pretende colocar em prática o chamado “orçamento participativo”. Segundo ele, esse aparato servirá para melhorar a relação do governo com a sociedade e destinar recursos em projetos considerados prioridades pela população. Agora fica mais fácil [o orçamento participativo] porque o mundo digital permite que faça isso. A gente vai elaborar o orçamento e depois a gente vai mostrar, antes de apresentar ao Congresso, ver com que através da internet, quem quiser dar palpite no orçamento, dê.

E a gente vai incluir de acordo com as necessidades das pessoas, a obra que as pessoas querem que faça, onde vai investir dinheiro, explicou. “Vamos tentar fazer como força de você melhorar a relação do governo com a sociedade, de você permitir que a sociedade realmente participe do governo e diga quais são as obras prioritárias na cabeça dela. Se a gente fizer isso, a gente vai conversar [com os deputados] e eu gosto de conversar”, emendou.

Lula também afirmou que, se eleito, sua prioridade máxima será, além de combater a fome e gerar emprego, renegociar dívidas. Ele disse que abrirá diálogo com o varejo e com o sistema financeiro para propor acordos à população endividada. “Temos que negociar uma parte das dívidas que as pessoas têm com o varejo, com a Magalu, Casas Bahia, Americanas. Chamar os empresários para propor uma negociação para tirar as pessoas endividadas do Serasa”, afirmou o ex-presidente aos jornalistas durante sua passagem por Aracaju. A proposta de renegociação de dívidas tem sido amplamente difundida pela campanha, inclusive nos horários eleitorais de TV e rádio.

Políticos pagaram R$ 13 milhões por pesquisas que agora criticam

Os partidos que defendem punição aos institutos de pesquisas, com penas que chegam até 10 anos de prisão para os responsáveis, gastaram R$ 13,5 milhões para realizar esses levantamentos durante a campanha deste ano. Recursos públicos do fundo eleitoral foram utilizados por PL, PP, União Brasil, PSC e Podemos. O levantamento considera os gastos de partidos e candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).PL, PP, União Brasil e PSC apoiam um projeto de lei de criminalização dos erros dos institutos. Já o Podemos tenta criar no Senado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as empresas no Congresso. Todos os partidos usaram verbas para realizar pesquisas de intenção de voto e mapear o interesse dos eleitores.

O partido que mais desembolsou dinheiro com pesquisas foi o União Brasil, com R$ 5,6 milhões gastos durante a campanha. O candidato da legenda ao governo de Pernambuco, Miguel Coelho, derrotado na disputa, contratou o instituto Alfa Inteligência por R$ 840,9 mil para fazer pesquisas de opinião qualitativas, tipo de levantamento que capta a impressão dos eleitores sobre um determinado assunto ou político. O União assinou o requerimento de urgência para colocar o projeto em votação no plenário da Câmara.

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, gastou R$ 4,6 milhões para realizar pesquisas. O próprio presidente usou R$ 2,2 milhões do fundo partidário para contratar pesquisas eleitorais de dois institutos durante o primeiro turno da disputa. Bolsonaro foi o candidato que mais gastou recursos da campanha com esses levantamentos. A campanha contratou a Cota Pesquisas de Mercado e de Opinião Pública por R$ 1,7 milhão e o Ibespe Estudos & Marketing por R$ 500 mil para realizar e fornecer pesquisas eleitorais ao candidato.

Durante a campanha, quando aparecia atrás do petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na preferência do eleitorado, Bolsonaro declarava não acreditar em pesquisas. Na noite do primeiro turno, após o fechamento das urnas, no último dia 2, ele voltou a criticar os responsáveis pelos levantamentos diante do resultado. O presidente obteve 43% dos votos, um porcentual maior do que aparecia nas pesquisas dos institutos. “Desmoralizou de vez os institutos de pesquisa. Acho que não vão continuar fazendo”, disse Bolsonaro a um grupo de apoiadores no Palácio da Alvorada.

O presidente e ministros inclusive passaram a incentivar que os eleitores bolsonaristas não respondam às pesquisas. Institutos argumentaram que os erros se devem à alta abstenção entre segmentos mais favoráveis a Lula e a mudanças no comportamento do eleitor.

A base de Bolsonaro tenta aprovar um projeto de lei para punir os institutos de pesquisa. A proposta é defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O texto, de autoria do líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), estabelece punição para quem errar o resultado da eleição fora da margem de erro, com prisão de quatro a dez anos para o estatístico responsável.

TSE: Alexandre de Moraes suspende investigações sobre institutos de pesquisa

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, tornou sem efeito as investigações abertas por determinação do Ministério da Justiça e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre os institutos de pesquisa eleitoral. Em despacho na quinta-feira (13), Moraes disse que houve “usurpação da competência” da Justiça Eleitoral, que na avaliação do ministro teria a atribuição para instaurar eventual investigação.

O presidente do TSE disse ainda que os procedimentos foram “açodados” e “parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral” do presidente Jair Bolsonaro (PL), o que segundo Moraes poderia caracterizar desvio de finalidade e abuso de poder das autoridades que determinaram as apurações.

“Patente, portanto, a competência desta Corte Eleitoral para, no exercício de seu poder de polícia, disciplinado no art. 23 do Código Eleitoral, fazer cessar as indevidas determinações realizadas por órgãos incompetentes e com indicativos de abuso de poder político e desvio de finalidade”, escreveu.

O ministro ainda determinou que a Corregedoria-Geral Eleitoral e a Procuradoria-Geral Eleitoral apurem se houve abuso de autoridade e abuso de poder político no uso de órgãos administrativos para favorecer a candidatura de Bolsonaro.

Programa de Haddad tem custo de ao menos R$ 57 bilhões; Tarcísio não detalha plano

As ações previstas no plano de governo de Fernando Haddad para uma eventual gestão petista em São Paulo preveem ao menos R$ 57 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, incluindo recursos do Tesouro Estadual e de parcerias com a iniciativa privada para obras de maior impacto, como a conclusão do trecho norte do Rodoanel. Já os planos de seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são apresentados de forma genérica e, por isso, dificultam o cálculo. Pelas mais recentes promessas, o ex-ministro precisaria de R$ 15 bilhões para colocar em prática apenas quatro delas: concluir o Rodoanel, implementar o trem intercidades, conceder bolsa para todos os alunos do ensino médio e fazer 35 hospitais dia.

O Estadão mensurou valores de programas e obras com base nos gastos mais recentes feitos pelo governo em projetos semelhantes e também a partir de informações passadas pela campanha petista (a de Tarcísio não respondeu) e por editais já anunciados. É o caso, por exemplo, do custo do trem intercidades, prometido tanto por Haddad como por Tarcísio. A gestão Rodrigo Garcia (PSDB) prevê que sejam necessários R$ 10,2 bilhões, valor que, em tese, será repassado à iniciativa privada.

Nos investimentos diretos, a construção de hospitais dia – destinados a oferecer exames e pequenas cirurgias, também está entre os projetos de ambos os candidatos. Haddad promete entregar 70 unidades ao custo de R$ 25 milhões, cada. Isso apenas para a construção, sem contar o custeio. Tarcísio fala em 35. Na área da saúde, o petista também se propõe a fazer cinco hospitais regionais – o último lançado pelo Estado, em Franca, tem custo estimado em R$ 230 milhões.

O professor e pesquisador Marcio Scheffer, da Faculdade de Medicina da USP, disse que os planos apresentam semelhanças e diferenças importantes na área médica. “Ambos prometem acabar com filas em especialidades, integrar a rede estadual com os serviços de atenção primária dos municípios, apoiar as Santas Casas e implantar a telemedicina, por exemplo”, ressaltou.

Uma das principais bandeiras de Haddad nesta campanha, a criação de bilhete único para a Região Metropolitana de São Paulo tem previsão de custar ao menos R$ 1 bilhão ao ano para o Estado. Sua implementação, no entanto, não depende apenas do caixa estadual, mas de costuras políticas a serem feitas com prefeitos das cidades que compõem a Grande São Paulo. Na mobilidade urbana, Haddad se compromete ainda a retomar a gratuidade do transporte para idosos com 60 anos ou mais. O custo estimado seria de R$ 592 milhões ao ano. Já Tarcísio costuma citar a conclusão de obras em andamento pelos governos tucanos, como o Rodoanel (R$ 3,4 bilhões), viabilizar o trem intercidades, fomentar voos regionais e otimizar os portos.

Para o coordenador de Mobilidade Urbana do Idec, Rafael Calábria, o capítulo de mobilidade apresentado por Tarcísio exemplifica a falta de detalhamento que geralmente caracteriza planos de governo. “Além de genérico, focado em transportes regionais e em cargas, não passageiros, ele nem sequer cita ciclistas e pedestres ou ainda questões de segurança no trânsito ou da crise climática”, afirmou.

Para Calábria, no entanto, a principal falha é o fato de Tarcísio não mencionar em seu plano de governo o principal problema dos transportes e mobilidade no Brasil: o financiamento extratarifário. Haddad detalha em suas metas a intenção de criar um fundo estadual para assegurar a oferta de subsídios e investimentos para a expansão do transporte paulista sobre trilhos. Os atrasos na conclusão de obras de metrô, por exemplo, são amplamente expostos por ambos os candidatos, que prometem dar um novo ritmo aos projetos. Mais votado no interior do Estado, Tarcísio coloca o trem intercidades, que ligaria a capital à região de Campinas, e depois a outras regiões, como uma de suas prioridades.

“Vamos contratar a operação da linha entre Americana e São Paulo, passando pelas cidades de Campinas, Jundiaí, São Paulo e região do ABC. E iniciar os estudos e projetos para segunda linha, ligando Sorocaba a São José dos Campos, assim como o acesso à Baixada Santista”, prometeu.

Com um programa de governo detalhado por área e até mesmo região do Estado, Haddad tem entre seus compromissos principais a geração de emprego e a redução de impostos. O petista fala em zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre a cesta básica e a carne, e também afirma que, se eleito, vai congelar o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) para ajudar motoristas de aplicativo. Segundo a campanha de Haddad, a primeira proposta – também defendida por Tarcísio – teria custo estimado de R$ 1,5 a R$ 2 bilhões ao ano. Já a segunda, relativa ao IPVA, poderia alcançar R$ 10 bilhões, levando-se em conta a arrecadação atual.

No papel, as promessas de Haddad cabem no orçamento estadual, segundo balanços oficiais e especialistas em finanças ouvidos pela reportagem, a mais cara delas seria destinar R$ 4 bilhões ao ano em moradias populares. Entre 2019 e 2021, o governo João Doria (PSDB) investiu R$ 51,8 bilhões em ações que envolveram recursos públicos e privados. Até dezembro, a expectativa é aplicar outros R$ 27 bilhões. Se a arrecadação atual não se alterar de forma significativa, o próximo governo deverá ter quantia semelhante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Aumento do consumo de energia solar traz projeções otimistas ao setor

O setor de energia solar tem comemorado o aumento da adesão aos sistemas de produção de energia fotovoltaica no Brasil. O país ultrapassou a marca de 19 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica. Desse total, 13 GW são de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos e o restante corresponde às usinas de grande porte. É um número considerado histórico pelo setor. A título de comparação, a Usina Hidrelétrica de Itaipu gera 14 GW de potência instalada.

O número consolida a fonte solar como a terceira maior geradora de energia no país, atrás apenas das fontes hidrelétricas e eólica. A captação de luz solar por placas fotovoltaicas e a transformação dessa luz em energia representa, hoje, 9,6% da matriz elétrica do país. De janeiro a setembro, houve aumento de 46,1%, com crescimento médio de 1 GW por mês nos últimos 120 dias.

Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Com base neles, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a capacidade instalada poderá dobrar até o início de 2023. O incentivo, em forma de desconto na tarifa, para consumidores instalarem o sistema em suas casas é uma das razões para a projeção.

A energia gerada por luz solar é uma energia limpa, que não produz resíduo ou poluição. Segundo a Absolar, esse tipo de energia evitou a emissão de 27,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. O custo de instalação, no entanto, não é baixo. Para residências, o preço médio de instalação é de R$ 25 mil; para indústrias, R$ 200 mil.

O preço vem caindo. De acordo com a Solstar, empresa do setor, os custos caíram cerca de 44% nos últimos seis anos. Existe ainda um incentivo fiscal, a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na venda do kit completo (inversor + módulos). A Solstar destaca ainda a abertura de linhas de crédito para compra de sistemas fotovoltaicos.

Gerdau inaugura lingotamento contínuo de R$ 700 milhões em Pindamonhangaba

A Gerdau anunciou na segunda-feira (10), como parte de um novo ciclo de crescimento sustentável da companhia, o início das operações do novo lingotamento contínuo de blocos e tarugos da Usina de Pindamonhangaba (SP). O equipamento, que já está em operação, permitirá a Gerdau ter um processo mais automatizado e com melhor rendimento. Segundo a empresa, a atualização tecnológica da unidade está alinhada às perspectivas futuras de aumento da matriz de veículos elétricos e híbridos no Brasil.

Em nota, a siderúrgica diz que a inauguração do novo lingotamento leva a Usina de Pindamonhangaba para um novo patamar de competitividade e modernidade. Com investimento de aproximadamente R$ 700 milhões, o equipamento trará ganhos em três frentes: segurança, pois trata-se de um equipamento mais automatizado e moderno, Qualidade, pois o novo lingotamento possibilitará a produção de aços “clean steel”, cuja tecnologia aplicada dá ao produto mais limpeza e maior resistência, aumentando sua vida útil, buscando atender a demanda da indústria automobilística por automóveis mais leves; e competitividade, pois o novo equipamento possibilitará uma redução de custos e o aumento de produtividade da operação.

“Temos realizado investimentos em nossas usinas de aços especiais para aumentar a produtividade e atender as necessidades e a demanda crescente dos nossos clientes. O novo lingotamento da Usina de Pindamonhangaba está alinhado aos conceitos de indústria 4.0 e aumentará a qualidade e competividade das nossas operações nesse segmento”, afirma Rubens Pereira, vice-presidente de Aços Especiais da Gerdau no Brasil.

A Gerdau afirma que também está planejando um ciclo de modernização e manutenção de suas operações de aços especiais no Brasil até 2025. Dentro desse plano, que ainda depende de aprovações do conselho de administração da empresa, estão investimentos em manutenção das operações e na atualização tecnológica, ambiental e modernização. Esse plano está dividido entre as três usinas de aços especiais no Brasil: Mogi das Cruzes (SP), Pindamonhangaba (SP) e Charqueadas (RS), sendo que aproximadamente 60% desses investimentos serão para as plantas do Estado de São Paulo e 40% para a operação no Rio Grande do Sul.

“Esse movimento no segmento de aços especiais é resultado da preparação da Gerdau para um novo ciclo de crescimento futuro com foco nas Américas, com o objetivo de gerar mais valor para seus clientes e ser uma organização ainda mais sustentável. Reforçamos ainda nosso otimismo com a evolução do segmento automobilístico e estamos acompanhando na Gerdau a evolução da demanda e da transformação tecnológica dessa indústria”, comenta Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.

Embraer exportará seis jatos comerciais para a americana SkyWest

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou hoje (10) que aprovou financiamento para a exportação de seis jatos comerciais E175 da Embraer para a empresa americana SkyWest Airlines maior companhia de transporte aéreo regional do mundo, cujas operações iniciaram em 1972. Segundo o banco, as aeronaves serão entregues ainda este ano no âmbito de contrato comercial previamente celebrado com a Embraer.

Conforme o banco de fomento, o financiamento, de R$ 670 milhões, se dará por meio do BNDES Exim Pós-embarque, com desembolsos realizados em reais no Brasil em favor da Embraer.

A SkyWest (importadora) assumirá o compromisso de pagamento em dólares ao BNDES, gerando divisas para o Brasil. O setor aeronáutico é considerado estratégico devido ao seu alto valor agregado em conteúdo tecnológico, inovação e capacitação de mão de obra.

A SkyWest (importadora) assumirá o compromisso de pagamento em dólares ao BNDES, gerando divisas para o Brasil. O setor aeronáutico é considerado estratégico devido ao seu alto valor agregado em conteúdo tecnológico, inovação e capacitação de mão de obra.

O seguro prevê que, em caso de inadimplência por parte do devedor, as seguradoras honrem o serviço da dívida enquanto durar o default (predefinição).

O seguro de crédito privado da ANPI também aumenta a flexibilidade e velocidade de implementação do financiamento entre as partes para os compradores das aeronaves da Embraer.

Segundo a nota, o apoio do BNDES às exportações da Embraer foi iniciado em 1997 e possibilita condições de competitividade similares às de suas concorrentes internacionais, que também contam com financiamentos dos bancos de desenvolvimento e agências de crédito à exportação (Export Credit Agencies) dos seus respectivos países.

Varejo paulista espera aumento de R$ 800 milhões nas vendas em outubro

O varejo paulista está mais otimista com as vendas para o mês de outubro. A expectativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) é de que as vendas cresçam R$ 800 milhões neste mês, em comparação ao mesmo período do ano passado, principalmente por causa do Dia das Crianças. Isso indicaria, segundo a federação, alta de 4% em relação ao registrado em outubro de 2021.

De acordo com a federação, o Dia das Crianças tem pouca influência para o varejo, mas causa impacto no movimento de vendas nos dias que antecedem a data, afetando segmentos de vendas de brinquedos, vestuário e até eletrônicos [como videogames]. Para os supermercados, no entanto, a expectativa é de movimentação menor do que no ano passado.

Outro reflexo do Dia das Crianças, informou a federação, é a antecipação das compras dos presentes de Natal, já que os consumidores costumam encontrar preços mais atrativos nesta época do ano do que em dezembro.

Indústria nacional recua 0,6% em agosto

O índice nacional da produção industrial teve retração de 0,6% em agosto. Houve quedas em sete dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) regional. Segundo os resultados divulgados no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Pará o recuo foi de 6,2%, em Santa Catarina, 4,8%, no Espírito Santo, 3,9%, na Bahia, 2,8%, Minas Gerais, 1,9%, no Paraná, 1,5%, e no Ceará, 0,8%.

O analista da PIM Regional, Bernardo Almeida, informou que, pelo lado da oferta, entre os fatores econômicos que explicam a queda, figuram o encarecimento das matérias primas e o desabastecimento de insumos em alguns setores, que influenciam diretamente a cadeia produtiva. Mas, pela demanda, pesaram o aumento dos juros encarecendo o crédito e diminuindo os investimentos na indústria nacional.

A demanda foi impactada, também, pela inflação elevada. “Por mais que tenha desacelerado, ainda está em um patamar alto, o que reduz o poder de compra das famílias”, observou.

No ano, o resultado foi negativo em oito dos 15 locais pesquisados. Os destaques ficaram com o Pará (-8,1%) e o Ceará (-4,6%), mas, no acumulado dos últimos 12 meses, houve taxas negativas em 12 dos 15 locais pesquisados.

Construção civil tem inflação de 0,44% em setembro

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) registrou inflação de 0,44% em setembro. A taxa foi inferior à observada em agosto, de 0,58%, e é a menor desde julho de 2020, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o Sinapi tem inflação acumulada de 10,22%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de preços de 13,11%, abaixo dos 13,61% acumulados até agosto. O custo nacional da construção, por metro quadrado, passou a ser de R$ 1.669,19 em setembro.

A parcela dos materiais subiu 0,53% e passou a custar R$ 999,96 por metro quadrado. Já a mão de obra subiu 0,31% e passou a ter um custo por metro quadrado de R$ 669,23.

Índice de confiança dos pequenos negócios fica neutro em setembro

A confiança dos negócios de pequeno porte na economia permaneceu estável em setembro, revelou pesquisa divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar da estabilidade, o desempenho variou entre os setores, com o comércio e os serviços compensando o pessimismo das pequenas indústrias.

Segundo a Sondagem das Micro e Pequenas Empresas, o índice geral de confiança das empresas pesquisadas ficou em 100,4 pontos, com recuo de apenas 0,2 ponto em relação a agosto. Indicadores acima de 100 pontos mostram confiança e, abaixo desse nível, sinalizam pessimismo.

O principal fator que contribuiu para a estabilidade nas expectativas foi o desempenho a indústria de transformação. O indicador para o setor fechou em 96,2 pontos, com queda de 4,8 pontos. Esse foi o terceiro mês seguido de queda. Segundo a pesquisa, as indústrias de pequeno porte estão pessimistas por causa do aumento dos estoques e pela percepção de piora do quadro econômico atual.

Em relação aos serviços, o índice de confiança subiu 0,9 ponto, para 101,5 pontos. Segundo o Sebrae, as políticas como a liberação de R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a antecipação do décimo terceiro a aposentados continuam a estimular o consumo no comércio. No setor de serviços, a melhoria da confiança deve-se principalmente à redução dos custos provocada pela queda da inflação e pela melhoria na atividade econômica.

Confiança da indústria cai 2,6 pontos

A confiança da indústria caiu em outubro, após sucessivos avanços de otimismo do setor industrial ao longo do ano. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei).

O indicador recuou 2,6 pontos na passagem de setembro para outubro e está em 60,2 pontos. Apesar da queda, o dado segue positivo, pois situa-se acima da linha de corte de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança.

Para a CNI, a principal causa do recuo da confiança foi uma maior moderação das expectativas dos empresários com relação aos próximos seis meses. O Índice de Expectativas caiu 3,2 pontos, e foi para 61,8 pontos. Por estar acima de 50 pontos, o índice continua demonstrando expectativas otimistas, no entanto, ele se mostra mais moderado em comparação ao registrado em setembro.

Para a CNI, a principal causa do recuo da confiança foi uma maior moderação das expectativas dos empresários com relação aos próximos seis meses. O Índice de Expectativas caiu 3,2 pontos, e foi para 61,8 pontos. Por estar acima de 50 pontos, o índice continua demonstrando expectativas otimistas, no entanto, ele se mostra mais moderado em comparação ao registrado em setembro.

Foram ouvidas 1.459 empresas, entre os dias 3 e 7 de outubro, sendo 572 de pequeno porte, 535 médias empresas e 352 de grande porte.

SELIC

O fim do ciclo de alta de juros no Brasil, marcado pela taxa Selic a 13,75% ao ano, contribuiu para a valorização de índices de renda fixa de maior duração (prazo de vencimento), aponta relatório divulgado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

A decisão do Banco Central de encerrar o ciclo de alta da taxa Selic confirmou a expectativa de boa parte do mercado de que aumentam as possibilidades de os juros começarem a se reduzir de forma gradual, no médio prazo, à medida que melhorem os balanços de riscos inflacionários.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M é o índice usado nos contratos de reajuste de locação de imóveis e é divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) teve deflação de 1,01% na primeira prévia de outubro, informou na segunda-feira (10) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A queda dos preços é mais intensa do que a registrada no primeiro decêndio de setembro, quando o índice recuou 0,80%.

Todos os componentes do IGP-M registraram retração. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) acelerou o ritmo de queda a 1,36% agora, após ter recuado 1,01% na leitura anterior.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), a projeção para o IGP-M ficou em 7,55%, ante 7,79% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,29% em setembro, ante uma projeção mediana colhida pelo Valor Data de -0,33%. Embora o resultado do IPCA não tenha ficado muito distante da expectativa mediana do mercado, em uma avaliação qualitativa o desempenho “não veio muito bom”, afirma João Fernandes, economista.

Em uma avaliação qualitativa, núcleos (medidas que tentam suavizar o efeito de itens mais voláteis), difusão (percentual de itens em alta) e inflação de bens vieram em linha, no sentido de desaceleração, diz Fernandes. Os serviços subjacentes (mais atrelados ao ciclo econômico), porém, moveram-se na direção contrária.

“Eles vinham desacelerando desde junho, em uma tendência mais benigna, mas nesse IPCA tiveram uma reversão para cima. Foi um aspecto mais negativo”, afirma Fernandes. Ele destaca a surpresa altista em serviços de saúde e bancários, mas diz também que, de forma geral, ela foi disseminada por vários itens.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,62%, ante 5,71% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, na terça-feira (11), uma nova projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. De acordo com o Informe Conjuntural do 3º trimestre, a instituição espera um crescimento da economia de 3,1%. A expectativa anterior, de julho, era de alta de 1,4%.

A previsão para o PIB industrial é de alta de 2% neste ano, ante previsão anterior de 0,2%.

A revisão positiva aconteceu por conta das mudanças de cenário no primeiro semestre, com normalização parcial das cadeias de suprimentos mesmo diante da continuação da guerra Rússia–Ucrânia, dos novos riscos no cenário internacional e de lockdown em cidades na China devido à Covid-19.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), a projeção para o PIB ficou em 2,71%, ante 2,70% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (10), o Ibovespa fechou em queda, seguindo o recuo das bolsas de Nova York, em especial das ações de tecnologia, enquanto investidores avaliam o cenário de alta de juros e o desenrolar da guerra na Ucrânia. O índice Ibovespa teve queda de 0,37%, a 115.940,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,5 bilhões.

Na terça-feira (11), o Ibovespa fechou em queda, em pregão que antecede feriado no Brasil, tendo acelerado a queda durante a tarde junto com Wall Street após o presidente do Banco Central da Inglaterra indicar que a instituição não prorrogará programa de compra de títulos. O índice Ibovespa teve queda de 1,01%, a 114.775,37 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,7 bilhões.

Na quarta-feira (12), feriado, sem operações na bolsa de valores.

Na quinta-feira (13), o Ibovespa fechou em queda, pressionado por Vale, mas distante da mínima da sessão, beneficiado pela melhora em Wall Street, mesmo após dados mais fortes do que o esperado sobre a inflação norte-americana. O índice Ibovespa teve queda de 0,46%, a 114.300,09 pontos. O volume financeiro somou R$ 47 bilhões.

Na sexta-feira (14), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,71%, a 113.491,62 pontos. Sem fôlego para engatar uma recuperação mesmo após quatro quedas seguidas, em meio a persistentes dúvidas sobre o desfecho eleitoral no país e fraqueza nos pregões em Wall Street. O humor de investidores do mercado brasileiro também continua influenciado por incertezas no cenário político, sem um desfecho claro sobre o resultado das urnas no próximo dia 30. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 1,95%, a 112.072,34 pontos. O volume financeiro somou R$ 25 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (14), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,41%, cotado a R$ 5,2947 na venda. O dólar ensaiava uma alta mais firme, após hesitar mais cedo, com temor de aperto monetário agressivo por parte do Federal Reserve contrapondo alívio por dados de vendas no varejo mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos, comentários mais brandos do presidente russo sobre a guerra na Ucrânia e uma forte leitura do setor de serviços brasileiro.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (14) cotado a R$ 5,3227, a piora das expectativas de inflação norte-americana, na esteira de leitura ruim de quinta-feira do índice de preços ao consumidor, e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reforçaram a expectativa de aperto monetário mais forte e duradouro nos Estados Unidos.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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17/10/2022