Cenário Econômico Internacional – 21/10/2022

Cenário Econômico Internacional – 21/10/2022

Cenário Econômico Internacional – 21/10/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos

Confira os destaques do Cenário Internacional desta semana:

Líderes veem crise mais longa e exaltam ataque à inflação em reuniões do FMI

O cenário sombrio que paira sobre o mundo vai se arrastar por mais tempo, espalhando o risco de recessão nas economias, sobretudo, em países da Europa e nos Estados Unidos, na opinião de líderes que participaram das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI). Apesar de terminarem sem uma solução, o diagnóstico foi o de que as ameaças inflacionárias são persistentes e têm de ser encaradas de frente, enquanto a proteção aos mais vulneráveis precisa ser reforçada para que cicatrizes ainda mais profundas do cenário de preços e juros mais altos sejam contidas.

No centro das preocupações dos líderes globais, a guerra na Ucrânia, em seu oitavo mês. Os embates em torno do tema, aliás, fizeram com que novamente o G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo e que inclui o Brasil, e o Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês) não divulgassem um comunicado consolidado de seus encontros anuais.

Apesar disso, houve o consenso em torno da necessidade de mais ajuda financeira, com a realização de uma segunda reunião de apoio ao povo ucraniano. Cálculos do FMI apontam que a Ucrânia precisará de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões por mês no próximo ano. Nesse sentido, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que os US$ 4,5 bilhões aprovados pelo Congresso norte-americano começarão a ser liberados em breve.

“Por mais difícil que seja cada uma de nossas posições, isso não é nada comparado ao sofrimento infligido ao povo da Ucrânia”, afirmou o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, a uma plateia de banqueiros centrais, no sábado (15).

Na esteira da guerra, a segunda maior preocupação dos líderes globais é a escalada de preços no mundo e a perspectiva de que os juros terão de subir mais para botá-los nos trilhos. Para a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, a inflação é “teimosa”, mas os Bancos Centrais podem ser ainda mais. “A inflação é um tremendo risco para o crescimento e o bem-estar das pessoas. Portanto, temos de nos concentrar no significado, a luta contra ela para os bancos Centrais em quase todos os lugares”, disse.

Na visão de Georgieva, o ambiente político atual é “muito mais complexo” do que o vivenciado em 2020, quando foram diagnosticadas as consequências econômicas da Covid-19. No entanto, ela afirmou que sai das reuniões anuais do FMI, que terminam hoje, em Washington, com mais “otimismo”, diante da constatação que há um foco maior em torno da necessidade de estabilizar a economia mundial e a colocar em “bases sólidas”. Nesse sentido, reforçou a necessidade de um “trabalho integrado” e pediu o compromisso dos líderes na superação aos desafios e ainda no apoio aos mais vulneráveis.

“A inflação ainda é um grande problema para todos, mas, especialmente, para os mais pobres”, disse o presidente do Banco Mundial, David R. Malpass, reforçando o coro.

Otan realiza exercício nuclear ‘rotineiro’ em meio a tensões na Rússia

A Otan lançou seus exercícios regulares de dissuasão nuclear na Europa Ocidental, depois que as tensões aumentaram com a Rússia devido às ameaças veladas do presidente Vladimir Putin diante dos reveses na Ucrânia.

A aliança de 30 países enfatizou que a “atividade de treinamento rotineira e recorrente”, que vai até 30 de outubro, foi planejada antes de Moscou invadir a Ucrânia e não está ligada à situação atual.

Envolverá bombardeiros de longo alcance B-52 dos EUA e até 60 aeronaves no total participarão de voos de treinamento sobre a Bélgica, o Reino Unido e o Mar do Norte.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, rejeitou qualquer pedido para cancelar o exercício depois que Putin aumentou sua retórica nuclear enquanto suas tropas perdem terreno na Ucrânia.

“Seria um sinal muito errado se de repente cancelássemos um exercício rotineiro planejado há muito tempo por causa da guerra na Ucrânia”, disse Stoltenberg na semana passada.

“Precisamos entender que o comportamento firme e previsível da Otan, nossa força militar, é a melhor maneira de evitar a escalada.”

A Otan diz que não viu nenhuma mudança na postura nuclear da Rússia, apesar da linguagem mais dura do Kremlin.

“Mas continuamos vigilantes”, disse Stoltenberg.

27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas

Amenizar os impactos das mudanças climáticas a partir de mecanismos que possam ser aplicados em nível global, este é o objetivo da ONU ao realizar anualmente a Conferência das Partes (COP). A COP-27 é o maior e mais importante evento já realizado sobre esta pauta, acontecendo entre 6 e 18 de novembro no Egito.

O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgado em fevereiro deste ano, que analisa as vulnerabilidades, capacidades e limites do mundo e da sociedade para se adaptar às mudanças climáticas, servirá de guia no evento. O documento destaca com ainda mais dados em relação ao relatório anterior, os efeitos dessas mudanças no planeta.

Um dado preocupante apresentado pelo relatório e que deve ser levado à conferência é o fato de os cientistas detalharem que as temperaturas mais altas estão levando a mais “extremos compostos.” Isto é, quando várias ameaças climáticas (como temperaturas extremas e precipitação) ocorrem ao mesmo tempo e no mesmo lugar e/ou repetidas vezes.

Durante a conferência, os países devem definir aspectos para implementar o Acordo de Paris, analisar os compromissos atualmente trabalhados e dar previsibilidade ao financiamento climático. Dessa forma, haverá debates sobre a adaptação climática, mitigação dos Gases de Efeito Estufa (GEE), o impacto climático na questão financeira e a colaboração para conter o aquecimento global.

Segundo Patrícia Espinosa, secretária executiva da Convenção do Clima da ONU, “a ciência é clara: devemos ver mais ações extremas do clima nesta década, e se quisermos alcanças a neutralidade de carbono até 2050 e, em última análise, a meta de 1,5 grau, precisamos acelerar as ações [para promover a neutralidade de carbono”. A COP-27 vem com uma pressão, já que o mundo como um todo ainda está longe do necessário para alcanças as metas do Acordo de Paris.

“A COP-27 será uma COP de implementação. Então, nosso foco é garantir que tudo o que está sendo dito também esteja sendo implementado”, afirmou Mohamed Nasr, negociador-chefe do Egito para a Conferência de Sharm el-Sheikh.

Reunião do Banco Mundial e FMI: Tudo pode piorar em 2023

Na semana passada, ocorreram as reuniões anuais do Banco Mundial e o FMI. Várias economias sofrem recessão ao mesmo tempo, com perda de capital e empregos. A crise causada pela pandemia se agravou com a “Guerra na Ucrânia”.  O conflito poderá reduzir o crescimento global em 2022 para 3,2% dos 4,1% esperados.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse que as reações provocadas pela guerra ucraniana prejudicaram a economia global na retomada após a pandemia. Problemas na quebra da cadeia de suprimentos criaram escassez e aumento na inflação. Para Malpass, uma das esperanças é o aumento da oferta de recursos.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional Kristalina Georgieva atenta para o anúncio nas projeções mundiais de crescimento. Ela disse que a instituição deverá baixar as projeções de crescimento em 146 países em 2022. Eles representam 86% do Produto Interno Bruto, PIB, global.

O FMI reduziu a previsão no crescimento econômico global em 2023, para 2,7% em relação à previsão de julho de 2,9%, citando os altos custos de energia, alimentos e pressões no aumento das taxas de juro. Malpass alertou que “o pior ainda está por vir”. Os relatórios falam em uma recessão severa global puxada pelo aumento dos juros.

As economias avançadas europeias estão desacelerando e a desvalorização da moeda significa que os níveis de dívida dos países em desenvolvimentos ficarão cada vez mais pesados. Os efeitos da pandemia amplificada pela “Guerra na Ucrânia” serão mais sentidos por eles e levaram muito mais tempo para se recuperarem. Em 2026, esses países ainda estarão abaixo da trajetória que se encontravam antes da pandemia.

Mercado acionário dos EUA e câmbio ao longo da semana

Na segunda-feira (17), as bolsas de valores de Nova York fecharam em alta, ações de bancos ficaram em destaque, no início de uma semana marcada pela divulgação de uma série de balanços corporativos. O índice Dow Jones teve alta de 1,86%, a 30.185,82 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 2,65%, a 3.677,95 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 3,43%, a 10.675,80 pontos.

Na terça-feira (18), as bolsas de valores de Nova York fecharam em alta, com investidores atentos a balanços corporativos. O setor financeiro esteve entre os destaques, após o Goldman Sachs publicar resultados melhores que o previsto, e o industrial também exibiu força. O índice Dow Jones teve alta de 1,12%, a 30.523,80 pontos. O índice S&P 500 teve alta de 1,14%, a 3.719,98 pontos. E o índice Nasdaq teve alta de 0,90%, a 10.772,40 pontos.

Na quarta-feira (19), as bolsas de valores de Nova York fecharam em queda, o avanço dos juros dos Treasuries influiu negativamente, em meio a novos sinais do Federal Reserve, e investidores também reagiram a resultados corporativos. O índice Dow Jones teve queda de 0,33%, a 30.423,81 pontos. O índice S&P 500 teve queda de 0,67%, a 3.695,16 pontos. E o índice Nasdaq teve queda de 0,85%, a 10.680,51 pontos.

Na quinta-feira (20), as bolsas de valores de Nova York operavam mistas, recuperando-se de um breve choque após a renúncia de Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido, à medida que o foco voltava às previsões corporativas otimistas de IBM e AT&T. Por volta das 13h45, o índice Dow Jones registrava alta de 0,043%, a 30.437,01 pontos. O índice S&P 500 registrava queda de 0,35%, a 3.682,37 pontos. E o índice Nasdaq registrava queda de 0,055%, a 10.674,65 pontos.

DÓLAR

Fechando a semana, na sexta-feira 14.10.22 – O dólar comercial encerrou a sexta-feira (14) cotado a R$ 5,3227 com alta de 0,94%. Afora uma baixa momentânea na primeira hora de negócios, atribuída a fluxo pontual de recursos, o dólar trabalhou em alta durante toda a sessão.

Na segunda-feira (17) – O dólar à vista registrou queda de 0,37%, cotado a R$ 5,3028 na venda. O dia foi marcado por recuperação dos ativos de risco lá fora, na esteira de balanços positivos de grandes bancos nos Estados Unidos e do recuo do governo do Reino Unido do pacote de cortes de impostos, o que aliviou a pressão sobre os mercados de dívida e a libra esterlina. O dólar oscilou entre R$ 5,3038 na máxima e R$ 5,2541 na mínima.

Na terça-feira (18) – O dólar à vista registrou queda de 0,91%, cotado a R$ 5,2547 na venda. Apesar do sinal misto da moeda norte-americana no exterior. Operadores relataram entrada de capital estrangeiro para a bolsa brasileira ao longo do pregão, marcado por apetite ao risco e alta firme dos mercados acionários em Nova York. O dólar oscilou entre R$ 5,2991 na máxima e R$ 5,2417 na mínima.

Na quarta-feira (19) – O dólar à vista registrou alta de 0,37%, cotado a R$ 5,2742 na venda. Em dia marcado por fortalecimento da moeda norte-americana no exterior e avanço das taxas dos Treasuries para os maiores níveis em uma década. Leituras ruins de índices de preços na Europa mostram que a inflação global não dá trégua e sugerem mais aperto monetário nos países desenvolvidos, com proeminência do Federal Reserve. O dólar oscilou entre R$ 5,2985 na máxima e R$ 5,2559 na mínima.

Na quinta-feira (20) – Por volta das 13h50, o dólar operava em queda de 1,21% cotado a R$ 5,2106 na venda. O dólar recua em linha com o exterior em meio à melhora dos índices futuros das Bolsas de Nova York, leve queda dos retornos dos Treasuries de 10 e 30 anos e alta persistente do petróleo.

Ministro da Economia argentino anuncia alívio em impostos sobre salários

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou no domingo (16) que o governo aliviará em novembro o Imposto de Renda que cobra dos trabalhadores, em meio a reclamações sindicais.

Massa não indicou quantos trabalhadores serão beneficiados com o aumento do piso a partir do qual o imposto é pago nem qual será o custo fiscal da medida, mas certamente será bem-vinda em um momento em que a previsão de inflação para 2022 supera 100%, o que corrói fortemente o poder de compra.

“Entrará em vigor a partir de 1º de novembro, será superior a 330.000 pesos (cerca de 2.176 dólares)”, disse Massa em entrevista à Rádio Rivadavia. “É um pouco para aliviar a situação dos trabalhadores a partir de uma decisão de esforço do Estado”, acrescentou.

O ministro, que na semana passada se reuniu nos Estados Unidos com autoridades do Fundo Monetário Internacional e do Clube de Paris, também disse que o governo está negociando um novo programa de preços e antecipou que concederá um reforço alimentar a setores vulneráveis ​​antes do final do ano.

“Temos trabalhado com as empresas de consumo massivo”, disse Massa, acrescentando que a ideia é implementar um programa de preços mais amplo e mais prolongado do que o existente atualmente. “Há 20 ou 25 que representam 65% do que nós argentinos consumimos”, acrescentou.

O Índice de Preços ao Consumidor argentino cresceu 6,2% em setembro, anunciou o Instituto Nacional de Estatística e Censos, um dado abaixo do esperado pelos analistas.

Biden critica plano econômico de Truss e diz não estar preocupado com força do dólar

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou no sábado o plano econômico original da primeira-ministra britânica, Liz Truss, classificando-o como um erro, e disse não estar preocupado com a força do dólar.

Truss demitiu na sexta-feira (14) seu ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, e descartou partes de seu pacote econômico após a proposta provocar turbulências no mercado financeiro, incluindo uma forte queda no valor da libra.

Biden, um democrata, frequentemente critica as políticas econômicas conservadoras de “gotejamento”, associadas nos Estados Unidos ao ex-presidente Ronald Reagan e aos republicanos.

A Casa Branca, no entanto, havia se recusado anteriormente a comentar o plano Truss, que previa inicialmente a eliminação da alíquota máxima de 45% do imposto de renda britânico.

“Eu não fui o único que pensou que isso era um erro”, disse Biden a repórteres durante uma pausa em uma sorveteria no Oregon, referindo-se à proposta de Truss.

“Acho que a ideia de cortar impostos sobre os super-ricos em um momento em que, de qualquer forma, apenas acho, eu discordo da política, mas cabe ao Reino Unido fazer esse julgamento, não a mim”.

Com preço dos combustíveis congelados há décadas, Bolívia festeja ‘menor inflação do mundo’

“O quê? A gasolina na Bolívia não sobe de preço nem com a guerra entre a Ucrânia e a Rússia? Que loucura! Porque no Equador ela disparou 30%; na Argentina, 18%; no Chile, 40%; no Brasil, 49%; no Paraguai, 59%; no Peru, 64%. Isso sem falar do Uruguai: 84% de aumento!”

Era esse o conteúdo de um anúncio do Ministério da Economia da Bolívia. Sua publicação coincidiu com uma série de notícias na imprensa internacional sobre a baixa inflação registrada no país andino durante o primeiro semestre deste ano. A Bolívia ficou famosa por anunciar uma inflação de 1,2% nos seis meses iniciais de 2022, a menor da região. Em setembro, o mesmo índice acumulado chegou a 1,76%.

“Bolívia, o país com menos inflação do mundo”, dizia outro anúncio lançado nos meados do ano.

Como se sabe, a relação entre o congelamento do preço dos combustíveis no país andino e a baixa inflação é direta. O principal catalisador inflacionário do mundo é o incremento do preço da energia, que aumentou fortemente após a eclosão da guerra na Ucrânia.

Na Bolívia, os preços dos combustíveis não sobem desde o fim do século passado, quando foram congelados durante o governo de Hugo Banzer (1997-2000), uma das primeiras e mais importantes incoerências no modelo neoliberal vigente na época. Banzer começou a subsidiar a gasolina e o diesel, os combustíveis mais consumidos do país, porque estava preocupado com o mal-estar social que já dava as caras durante seu governo e explodiria em 2000 com a chamada “guerra da água”.

A mobilização, que parou a cidade de Cochabamba por mais de uma semana, bloqueou uma medida neoliberal tão impopular quanto a livre flutuação do preço dos combustíveis: a indexação das tarifas da água potável à desvalorização do boliviano, a moeda local. A “guerra da água” foi o antecedente direto das manifestações gerais contra o status quo e a queda em 2003 de Gonzalo Sánchez de Lozada, o “patriarca” do neoliberalismo boliviano, que hoje tem 92 anos e vive exilado em Washington.

Assim se criaram as condições para o triunfo democrático de Evo Morales em 2006. Com ele, os camponeses e trabalhadores chegaram ao poder organizados na frente única da esquerda boliviana, o Movimento ao Socialismo (MAS).

Paradoxalmente, em 2010, Morales quis suspender o subsídio à gasolina e ao diesel, alegando que a medida estava endividando o Estado. Por mais que a Bolívia seja um país produtor de hidrocarbonetos, seu ponto forte são os mais leves, principalmente o gás natural e o gás liquefeito de petróleo. O país tem muito pouco petróleo leve e nada de petróleo pesado, que é a matéria-prima do diesel. O abastecimento nacional, portanto, requer a importação dessas substâncias a um preço que aumentou com o tempo.

Taxa de juros pode ir a 9% se alta da inflação dos EUA persistir, diz Mark Mobius

O gerente do Veteran Fund Mark Mobius disse à Bloomberg TV que acredita que as taxas de juros dos EUA subirão para uma máxima de três décadas de 9%.

O co-fundador da Mobius Capital Partners disse à Bloomberg que se a inflação for 8%, o “playbook diz que você tem que aumentar as taxas de juros maior do que a inflação, o que significa 9%”. Além disso, Mobius não vê a inflação diminuindo tão cedo.

A Bloomberg explicou que a previsão provavelmente deriva da regra de Taylor, que indica uma taxa de política ótima ao avaliar as pressões de preços e o mercado de trabalho.

Apesar de a inflação ter diminuído na última leitura, ainda estava mais quente do que o esperado, chegando a 8,2%.

Mobius acredita que os investidores devem ser cautelosos com as commodities, pois a demanda pode diminuir. Ele afirmou que as pessoas que estão comprando commodities estão “sentadas em moedas cada vez mais fracas” e que provavelmente veremos uma queda nos preços das commodities, ao mesmo tempo em que ele pediu cautela nas empresas com altos índices de endividamento e baixos retornos sobre o capital.

Mobius acrescentou que esses dois parâmetros são “muito, muito cruciais nos dias de hoje” devido ao problema com as moedas e a alta inflação.

O gestor do fundo disse à Bloomberg que está colocando dinheiro em mercados emergentes como Índia, Taiwan, Brasil e um pouco na Turquia e Vietnã.

Banco Mundial: pobreza pode disparar no Chile

O Banco Mundial alertou para o fato de que a pobreza no Chile pode crescer 10,5% em 2022. De acordo com a instituição, a liquidez da economia e a alta inflação são fatores-chave para a piora do quadro social. Desde março, o país é governado por Gabriel Boric, 36 anos, presidente esquerdista.

“Em meio à desaceleração econômica, à alta inflação e a transferências públicas limitadas para apoiar famílias vulneráveis, a pobreza deve subir para 10,5%”, informou o Banco Mundial. “Os ganhos temporários na redução da pobreza graças às maciças transferências monetárias implementadas em 2021 retrocederão em 2022”, afirmou o órgão.

De acordo com a CNN Chile, o Banco Mundial avisou que os níveis de pobreza devem permanecer ao longo de 2023. “Sem retornar à situação anterior à pandemia”, destacou a instituição financeira.

“A inflação tem impacto nas projeções do PIB e, portanto, na renda das pessoas, mas outros fatores também influenciam”, explicou o Banco Mundial. “Nestas projeções de pobreza, não é possível desagregar o efeito direto do aumento da inflação sobre a pobreza, mas, sim, é um aumento que combina diferentes fatores.”

Produção manufatureira dos EUA sobe mais do que o esperado em setembro

A produção nas fábricas dos Estados Unidos aumentou em setembro, liderada por bens duráveis ​​e não duráveis, indicando que o setor manufatureiro permanece em condições razoáveis apesar dos esforços do Federal Reserve para frear a demanda por meio de taxas de juros mais altas.

A produção manufatureira subiu 0,4% no mês passado, mantendo o ritmo revisado para cima de 0,4% registrado em agosto, informou o Federal Reserve nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam que a produção aumentaria 0,2%.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, a manufatura aumentou 4,7%.

A produção industrial geral subiu 0,4%, após queda de 0,1% no mês anterior. Economistas consultados pela Reuters estimavam aumento de 0,1%.

A utilização da capacidade do setor manufatureiro, uma medida de quanto os produtores estão usando seus recursos, subiu para 80,3% no mês passado, ante taxa revisada para cima de 80,1% em agosto.

Empresas dos EUA estão mais pessimistas sobre perspectiva econômica, mostra pesquisa do Fed

A atividade econômica dos Estados Unidos expandiu modestamente nas últimas semanas, embora a atividade tenha ficado estável em algumas regiões do país e caído em outras, disse o Federal Reserve, em relatório que mostrou as empresas ficando mais pessimistas em relação às perspectivas.

“A atividade econômica nacional expandiu modestamente em termos líquidos desde o relatório anterior; no entanto, as condições variaram entre setores e distritos”, disse o Banco Central dos EUA em sua mais recente coleção de pesquisas conhecida como “Livro Bege”, realizada em seus 12 distritos até 7 de outubro.

“As perspectivas ficaram mais pessimistas em meio a preocupações crescentes com o enfraquecimento da demanda”, afirmou a autoridade monetária.

As empresas notaram que as pressões sobre os preços permaneceram elevadas, embora tenha havido algum alívio em vários distritos, e muitas disseram que as condições do mercado de trabalho estavam esfriando um pouco.

A divulgação do mais recente conjunto de avaliações dos contatos empresariais, comunitários e trabalhistas do Banco Central norte-americano ocorre no período que antecede a reunião de política monetária de 1 e 2 de novembro.

Com os dados mais recentes mostrando que a inflação continua rodando a mais de três vezes a meta de 2% do Fed, apesar da rodada mais agressiva de aperto monetário em 40 anos, o Livro Bege pode contribuir pouco para moderar as expectativas de um quarto aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual pelo Banco Central em sua próxima reunião.

As autoridades têm sinalizado que continuarão aumentando os juros até verem a inflação esfriar, mesmo reconhecendo que os custos de empréstimo mais altos provavelmente se traduzirão em crescimento menor, um mercado de trabalho mais brando e aumento do desemprego.

O crescimento do emprego nos EUA tem sido forte e a taxa de desemprego caiu em setembro para 3,5%. Embora o núcleo da inflação de bens tenha arrefecido à medida que as cadeias de suprimentos se recuperam, o de serviços, preços cujas altas tendem a ser mais persistentes, continuam a subir rapidamente.

Mas, à medida que os formuladores de política monetária do Fed elevam sua taxa básica de juros, agora em intervalo de 3% a 3,25%, para perto da faixa de 4,5% a 5% que a maioria das autoridades acredita ser necessária para reduzir a inflação, eles e analistas externos estão procurando evidências de que o aperto está começando a fazer seu trabalho.

Esses sinais podem levar a um ritmo mais lento de aumentos de juros, que o chair do Fed, Jerome Powell, disse que acontecerá “em algum momento”. Mas, até agora, tem sido difícil ver esses indícios em muitos dos dados econômicos que não os do mercado imobiliário, onde uma forte desaceleração está em andamento.

Deputados do Canadá se recusam a prestar juramento ao rei Charles III

Um grupo de deputados de Quebec, eleitos recentemente nas eleições provinciais se recusaram, a jurar lealdade ao rei Charles III, chefe de Estado do Canadá, como determina a Constituição.

Onze deputados do partido de esquerda Quebec Solidário prestaram juramento em um discurso transmitido pela televisão “para o povo de Quebec”, mas não quiseram fazer o juramento que os vincula à coroa britânica, sob o risco de não poder ocupar seus assentos na Assembleia Nacional de Quebec no fim de novembro.

O porta-voz do seu partido, Gabriel Nadeau-Dubois, assegurou em coletiva de imprensa que eles tinham agido “com total conhecimento de causa”.

“Fez-se campanha para mudar de era em Quebec e se nos enviaram ao Parlamento, é para abrir uma porta”, acrescentou.

Segundo a lei constitucional do Canadá, qualquer deputado em nível federal ou provincial deve prestar juramento de lealdade à monarquia britânica para poder exercer seu mandato.

Jurar lealdade à coroa britânica sempre foi um motivo de conflito em Quebec, uma província majoritariamente francófona, que celebrou dois referendos, em 1980 e 1995, para se separar do restante do Canadá. Nas duas ocasiões, a maioria votou pelo não à independência.

Paul St-Pierre Plamondon, líder do partido, informou na semana passada que se tratava de “um conflito de interesses”, pois “não se pode servir a dois senhores”. Além disso, segundo ele, a monarquia custa “67 milhões de dólares canadenses a cada ano” e esse juramento é uma “recordação da dominação colonial”.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reafirmou nesta quarta que “não havia um quebequense” que quisesse “reabrir a Constituição”.

De fato, abolir a monarquia requer reescrever a Constituição e a aprovação unânime do Parlamento e de dez governos das províncias canadenses, o que pode levar anos.

Mercado acionário europeu

Na segunda-feira (17), as bolsas europeias fecharam em alta, em dia de maior apetite por risco nos mercados internacionais. As movimentações políticas do Reino Unido ficaram em foco, com a decisão de reverter quase todos os cortes de impostos previstos pelo novo governo. Perspectivas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) para política monetária e economia da zona do euro também ficaram no radar. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 1,83%, a 398,48 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 1,83%, a 6.040,66 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 1,70%, a 12.649,03 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 1,61%, a 5.425,88 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 2,34%, a 7.555,45 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,90%, a 6.920,24 pontos.

Na terça-feira (18), as bolsas europeias fecharam a maioria em alta, as ações ainda eram apoiadas pelo recuo de segunda-feira (17) do Reino Unido em seus planos fiscais. Além disso, a abertura em alta em Nova York colaborou para o movimento positivo, enquanto investidores monitoraram os planos da União Europeia para conter os preços de energia. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,34%, a 399,84 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 0,44%, a 6.067,00 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 0,92%, a 12.765,61 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve queda de 0,48%, a 5.399,98 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 0,72%, a 7.611,30 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,24%, a 6.936,74 pontos.

Na quarta-feira (19), as bolsas europeias fecharam a maioria em queda, com exceção da praça em Lisboa. Níveis recordes da inflação ao consumidor na zona do euro e Reino Unido estiveram no radar dos operadores, que seguem monitorando o desenrolar da política britânica. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve queda de 0,53%, a 397,73 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve queda de 0,43%, a 6.040,72 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,19%, a 12.741,41 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 0,49%, a 5.426,31 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve queda de 0,36%, a 7.583,60 pontos. O índice FTSE 100 teve queda de 0,17%, a 6.924,99 pontos.

Na quinta-feira (20), as bolsas europeias fecharam em alta, em sessão volátil. A renúncia da primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, esteve em foco, com reação inicial negativa em Londres, mas posteriormente os índices se firmando em território positivo, em meio a avaliações sobre os próximos capítulos na política britânica e seus efeitos na economia. O índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,26%, a 398,77 pontos. Na bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve alta de 0,76%, a 6.086,90 pontos. Em Frankfurt o índice DAX teve alta de 0,20%, a 12.767,41 pontos. O índice PSI 20 de Lisboa teve alta de 0,74%, a 5.466,48 pontos. Em Madri, o IBEX 35 teve alta de 0,80%, a 7.644,40 pontos. O índice FTSE 100 teve alta de 0,27%, a 6.943,91 pontos.

Presidente do Banco Central britânico diz que houve “encontro de mentes” ao falar com novo ministro das Finanças

O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, disse que houve um “encontro imediato de mentes” quando falou com o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, sobre a necessidade de consertar as finanças públicas depois que os planos de redução de impostos do antecessor de Hunt desencadearam turbulência no mercado.

Bailey, falando em Washington, onde autoridades britânicas que participam das reuniões do Fundo Monetário Internacional ficaram sob os holofotes devido à crise que assola o país, disse que falou com Hunt depois que ele substituiu Kwasi Kwarteng.

“Posso dizer que houve um encontro de mentes muito claro e imediato entre nós sobre a importância da sustentabilidade fiscal e a importância de adotar medidas para fazer isso”, disse Bailey.

“Claro que ontem foi tomada uma medida importante”, disse ele em um evento onde também indicou um grande aumento da taxa de juros pelo Banco Central britânico no próximo mês.

A primeira-ministra, Liz Truss, buscando salvar seu mandato, disse na sexta-feira (14) que a taxa de imposto corporativo do Reino Unido aumentará, revertendo uma promessa feita durante sua candidatura para Downing Street.

Hunt disse neste sábado que alguns impostos poderiam ter que subir e outros poderiam não cair tanto quanto planejado, sinalizando um novo afastamento dos planos originais de Truss.

Alemanha pretende amortecer recessão sem alimentar a inflação, diz ministro

O governo alemão pretende amortecer uma recessão esperada com seus programas de investimento, mas sem alimentar a inflação, disse o ministro da Economia, Robert Habeck, na segunda-feira (17).

“Temos uma chance com o estímulo certo para gerenciar ambos: amortecer a recessão, talvez nem mesmo deixá-la ficar muito profunda e muito longa, e ao mesmo tempo não alimentar a inflação”, disse ele ao Fórum Econômico Alemão-Tcheco em Praga.

“Esta é a combinação que estamos empreendendo com os vários pacotes de investimento na Alemanha”.

Ucrânia: Explosões abalam Kiev uma semana após ataques russos

Várias explosões ruidosas abalaram o centro da capital ucraniana na segunda-feira (17), uma semana depois que a Rússia orquestrou um ataque aéreo maciço e coordenado em todo o país.

O prefeito da cidade de Kiev, Vitali Klitschko, disse que o distrito central de Shevchenko da capital foi atingido e pediu aos moradores que se refugiem.

Uma mulher teria sido morta nos ataques de drones russos e uma pessoa ainda estava presa sob os escombros, disse o prefeito da cidade.

“Tudo o que está acontecendo (aqui) é terrorismo”, disse ele a repórteres depois que prédios residenciais foram atingidos durante os ataques de drones, que o primeiro-ministro Denys Shmyhal disse que também atingiram uma instalação de energia.

As explosões vieram do mesmo distrito central de Kiev, onde há uma semana um míssil atingiu um parquinho infantil e um cruzamento perto dos principais edifícios da Universidade Nacional de Kiev.

Postagens de mídia social mostraram um incêndio na área do aparente ataque, com fumaça preta subindo na luz da manhã.

As forças russas atacaram Kiev com drones iranianos Shahed, escreveu Andrii Yermak, chefe do gabinete do presidente ucraniano, em um post no site de mídia social Telegram.

A Rússia tem usado repetidamente os chamados drones suicidas nas últimas semanas para atingir centros urbanos e infraestrutura, incluindo usinas de energia.

Os ataques no centro de Kiev tornaram-se uma raridade nos últimos meses, depois que as forças russas não conseguiram capturar a capital no início da guerra.

Os ataques matinais da semana passada foram as primeiras explosões ouvidas no centro da cidade de Kiev em vários meses, e colocaram Kiev e o resto do país de volta ao limite, já que a guerra se aproxima de nove meses.

As explosões de segunda-feira pareciam continuar o que muitos temem que possa se tornar ocorrências mais comuns nos centros urbanos.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que os ataques da semana passada foram uma retaliação ao bombardeio de uma ponte que liga a península da Crimeia ao continente russo.

O ataque a Kiev ocorre no momento em que os combates se intensificaram nas regiões orientais de Donetsk e Luhansk nos últimos dias, bem como a contra-ofensiva ucraniana continuada no Sul, perto de Kherson e Zaporizhzhia.

O presidente Volodymyr Zelensky disse ontem em seu discurso noturno que houve intensos combates nas cidades de Bakhmut e Soledar, na região de Donetsk.

Índice de sentimento econômico ZEW da Alemanha surpreende ao subir em outubro

O sentimento em relação à economia da Alemanha melhorou de forma surpreendente em outubro, apesar de uma desaceleração cada vez mais acentuada no país, de acordo com um dos principais indicadores de confiança divulgados neste mês.

O índice de sentimento econômico do think-tank ZEW surpreendeu ao subir para -59,2, contra -61,9 em setembro, graças exclusivamente a expectativas melhores. O número é digno de nota, em razão do histórico relativamente satisfatório do ZEW de indicar pontos de virada no destino da maior economia da Europa.

Entretanto, o indicador vai de encontro com a avaliação das condições atuais, que foram de mal a pior, ao cair mais do que o esperado, para -72,2, contra -60,5 no mês anterior.

Dessa forma, a perspectiva geral para a economia alemã “se deteriorou novamente”, segundo o presidente do ZEW, Achim Wambach.

Embora a guerra na Ucrânia e a subsequente interrupção do abastecimento de petróleo e do gás da Rússia tenham prejudicado, em especial, o importante setor industrial do país, surgiu um raio de esperança nas últimas semanas, diante do plano do governo de respaldar a economia com até 200 bilhões de euros em emissões de dívida, a fim de lidar com os preços do gás e da eletricidade, que estão dez vezes mais altos neste ano.

Na segunda-feira (17), o chanceler alemão Olaf Scholz ordenou que mais medidas fossem tomadas para aliviar uma iminente crise energética no país, permitindo que três reatores nucleares, cuja desativação estava prevista para o fim do ano, continuassem operando até pelo menos abril do ano que vem. Os contratos futuros de carga básica de energia para o primeiro trimestre do próximo ano caíram praticamente pela metade em relação ao pico atingido no verão local, à medida que o governo ia mudando lentamente sua posição em relação ao uso essa infraestrutura.

A mesma notícia ajudou a fazer com que o contrato referencial do gás natural futuro no noroeste da Europa atingisse seu menor patamar em quase quatro meses na terça-feira pela manhã. O contrato TTF holandês recuava 9,9%, para 127,98 euros por megawatt-hora, com os operadores precificando uma disponibilidade maior de energia alternativa. Outros dados continuam sugerindo que a Alemanha, e a Europa como um todo, conseguiu preencher grande parte das instalações de armazenamento de gás antes da temporada de pico de inverno, apesar da falta do gás russo.

Dados de infraestrutura de gás na Europa na terça-feira mostraram que os estoques alemães estavam mais de 96% cheios, assim como os da UE, que atingiram 92,3% da capacidade.

FMI diz que reviravolta britânica em plano econômico sinaliza disciplina fiscal

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aplaudiu na terça-feira (18) a decisão do novo ministro das Finanças britânico de descartar a maior parte de um pacote fiscal financiado por empréstimos, dizendo que isso sinaliza compromisso com a disciplina fiscal.

“Os recentes anúncios das autoridades do Reino Unido sinalizam o compromisso com a disciplina fiscal e ajudam a alinhar melhor a política fiscal e monetária na luta contra a inflação. Estamos ansiosos pelo Plano Fiscal de Médio Prazo”, disse um porta-voz do FMI em comunicado enviado por e-mail à Reuters.

O novo ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, descartou na segunda-feira (17) a maior parte dos cortes de impostos e subsídios de energia propostos pela primeira-ministra, Liz Truss, dizendo que “não é certo” pedir dinheiro emprestado para financiá-los. O anúncio dele fez disparar a libra e os títulos governamentais.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, criticou duramente o plano fiscal original de Truss durante as reuniões anuais do FMI na semana passada, recomendando ao então ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, e ao presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, que garantissem que as políticas fiscal e monetária do Reino Unido não funcionassem uma contra a outra no combate à inflação.

Greve geral por aumento de salários paralisa a França e é desafio para Macron

O que começou com greves em refinarias e em centrais nucleares por reajustes salariais, chegou ao setor de transporte na França, paralisando o país e impondo um forte desafio ao presidente Emmanuel Macron que já se vê em meio a uma queda de braço com o Parlamento.

Os trabalhadores exigem um aumento salarial de acordo com a inflação e denunciam a resposta do governo à paralisação nas refinarias. Como resultado, as quatro principais centrais sindicais do país convocaram estudantes, funcionários públicos, comerciantes, trabalhadores do setor de energia e dos transportes à greve.

“Pedimos um salário mínimo de 2.000 euros (R$ 10,3 mil), o que equivale a um aumento de 300 euros (R$ 1.556)”, disse o secretário-geral do sindicato CGT, Philippe Martinez, na rádio RTL, defendendo ainda um reajuste de acordo com a inflação.

A França, segunda maior economia da União Europeia (UE), registrou em setembro a menor taxa de inflação harmonizada da zona do euro, 6,2%, abaixo de outras economias como Alemanha (10,9%), Itália (9,5%) e Espanha (9,3%), segundo o Eurostat.

Mas o clima social é tenso. O medo de perder poder aquisitivo foi a principal preocupação dos franceses durante o último ciclo eleitoral de abril a junho e o apelo para economizar energia para evitar apagões no inverno torna o ambiente ainda mais hostil. Quando a França começava a virar a página da pandemia, a Rússia invadiu a Ucrânia, o que, juntamente com a resposta de Moscou às sanções ocidentais, fez disparar os preços da energia e dos alimentos.

Com a experiência do protesto social dos coletes amarelos, cujo gatilho em 2018 foi o aumento dos preços dos combustíveis, o governo de Macron aprovou rapidamente medidas para limitar a alta dos preços da energia. Mas a gota d’água para os sindicatos foi quando o governo requisitou aos grevistas da refinaria TotalEnergies para aliviar o desabastecimento nos postos de combustível.

Além do aumento salarial, os grevistas pedem uma melhor distribuição dos lucros obtidos pela gigante energética, que obteve mais de US$ 10 bilhões no primeiro semestre de 2022, uma reivindicação que mais da metade dos franceses entende. Ao se recusar a tributar esses superlucros em nível nacional, “Macron colocou o governo no campo dos grandes patrões, em total desconexão com grande parte dos franceses que sofrem com a inflação todos os dias”, segundo um editorial do jornal Libération.

Os impactos da greve nos transportes já foram sentidos nas primeiras horas da manhã pelos franceses, que se viram diante de um exercício de paciência para ir ao trabalho, com muitas viagens de ônibus e trem canceladas. “Normalmente levo uma hora e meia. Hoje terei duas ou três pela frente”, disse Yera Diallo quando esperava o trem na Gare de Lyon, em Paris.

Scope Ratings adverte Meloni: Itália deve cumprir a regra fiscal de Maastricht

Custos de empréstimo e dívida mais altos limitarão a margem de manobra do próximo governo italiano, que terá que fazer uma melhoria de 2% do PIB no saldo primário para se manter dentro do limite de 3% de déficit definido pelas regras de Maastricht.

O desenho da linha econômica para a Itália nos próximos cinco anos é uma análise por Scope Ratings, que estima a queda da relação dívida/PIB para cerca de 146% em 2022 de 150% em 2021, graças a um crescimento econômico real de cerca de +3,2%, apesar dos efeitos da crise energética.

A partir do próximo ano, no entanto, o cenário pode mudar, pois as taxas de empréstimo “subiram acentuadamente nos últimos 12 meses”, com o rendimento dos títulos do governo de 10 anos subindo de 0,6% no verão de 2021 para mais de 4,5%, níveis não vistos desde 2013.

É verdade que os títulos estão aumentando em todas as economias da zona do euro, mas o impacto mais forte será sentido em países altamente endividados como a Itália: o spread com títulos alemães, lembra Scope, aumentou em cerca de 100 pontos base desde janeiro para 250 bps, com os gastos com juros da Itália subindo para cerca de 4% do PIB este ano, de 3,6% em 2021, cerca de mais de 10 bilhões de euros, para cerca de 75 bilhões de euros.

Se os custos de financiamento se estabilizarem nos níveis atuais, o pagamento anual de juros será 20-25 bilhões de euros mais alto em 2026-27 do que em 2021. Isto acontecerá mesmo que o impacto seja mitigado pela estrutura favorável da dívida italiana, dada sua longa maturidade média de mais de sete anos.

Consequentemente, explicam Alvise Lennkh-Yunus, diretora executiva, e Giulia Branz, analista sênior, “um rápido retorno a um alto superávit primário de pelo menos 1% do PIB será necessário para que a Itália mantenha o déficit nominal dentro do limite de 3% do PIB de Maastricht”.

Devido a Covid, as regras fiscais estão atualmente suspensas e sob revisão, mas Scope espera que “uma versão modificada das regras se torne novamente obrigatória a partir de 2024”, enfatizando que “o cumprimento do limite do déficit é importante para a avaliação futura da sustentabilidade da dívida”.

Além disso, as compras de títulos do Banco Central Europeu estão vinculadas às regras orçamentárias, uma vez que no antispread TPI uma das condições para uma possível intervenção do banco é o cumprimento dos limites do tratado europeu.

Títulos britânicos voltam a cair com aumento de custos para cobrir flexibilização

As taxas dos títulos do governo britânico voltaram a subir na quinta-feira (20), após detalhes dos novos planos de gastos do Tesouro revelarem o custo cada vez maior dos vários anos de flexibilização quantitativa do Banco da Inglaterra.

O Tesouro destinou 11,18 bilhões de libras esterlinas para cobrir perdas incorridas pelo Banco da Inglaterra em seu portfólio de títulos, enquanto a autoridade monetária se prepara para desfazer seus volumes de aquisições dos últimos anos, segundo uma reportagem da Bloomberg, uma drástica reversão dos lucros obtidos nos últimos anos.

O compromisso de gastos adicionais, implícito nos novos planos, ocorre em um momento particularmente complicado, pois obrigará o governo a emitir mais dívidas. Esse aumento de despesas se deve à elevação global das taxas de juros de mercado. Além disso, o governo acaba de descartar um programa de renúncias fiscais da nova primeira-ministra Liz Truss de forma atabalhoada, a qual pretendia cortar impostos sem previsão orçamentária, o que acabou desencadeando uma violenta queda dos mercados de títulos.

Isso ameaçou desestabilizar o sistema financeiro do Reino Unido e forçou o Banco Central a intervir nos mercados comprando gilts, a fim de acalmá-los, até que a política finalmente acabou sendo abandonada, negando suas próprias tentativas de apertar a política monetária e reduzir a inflação. A instituição encerrou as aquisições de títulos na sexta-feira e reverteu a ação para um sistema de empréstimos através de operações de venda e compromisso de recompra, cujo impacto na oferta monetária é mais fácil de conter.

Às 8h30 de Brasília, a taxa do título referencial de dez anos registrava queda de 0,40%, a 3,85%, após voltar superar a marca de 4% em resposta à notícia. O mercado se estabilizou depois que o Banco da Inglaterra anunciou que houve baixa demanda por sua operação de venda e compromisso de recompra, sinalizando que o nível de estresse nos mercados britânicos baixou consideravelmente.

Embora o mercado tenha recebido bem a virada na política do governo, as taxas dos gilts continuam apresentando um prêmio maior do que o usual por conta da instabilidade política.

Em parte, isso se deve às divisões do Partido Conservador no poder, as quais se tornaram mais patentes e intratáveis desde sexta-feira (14), quando Truss anunciou a mudança de direção, demitindo seu ministro da fazenda, Kwasi Kwarteng.

A secretária do interior, Suella Braverman, outra ministra do alto escalão, renunciou ao cargo na quarta-feira (19), no que pareceu ser uma tentativa de forçar o colapso do governo Truss.

Liz Truss renuncia ao cargo de primeira-ministra no Reino Unido

Há apenas um mês e meio no governo, a primeira-ministra britânica, Liz Truss, renunciou na quinta-feira (20). Ela é a terceira líder do Reino Unido consecutiva a renunciar antes da hora, e a que menos tempo ficou no cargo na história do país.

Truss, que substituiu o Boris Johnson no comando do país, já vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar por conta de um polêmico plano econômico que gerou revolta no mercado e dentro de seu próprio partido.

O plano previa um corte amplo e severo de impostos e, em paralelo, um empréstimo bilionário para cobrir o rombo nas contas públicas. A proposta foi muito mal recebida no país, em um momento no qual a inflação do Reino Unido ultrapassou os 10% – a maior taxa nos últimos 40 anos.

Em pronunciamento na porta de Downing Street, a sede do governo do Reino Unido, em Londres, Liz Truss, acompanhada de seu marido, disse que já informou sua renúncia ao rei Charles III.

Mais cedo, o governo do Reino Unido havia negado que Truss deixaria o governo antes da data de implementação do plano, 31 de outubro, e o porta-voz da premiê reafirmou que ela cumpriria seu mandato.

Ao longo da semana, no entanto, a fila de parlamentares e membros do próprio partido de Truss que pedem a saída da atual líder, aumentou. Segundo a imprensa britânica, metade dos membros do Partido Conservador, a sigla que a premiê lidar, apoiam a renúncia.

Também na última semana, a nova líder perdeu dois ministros: o de Finanças, responsável pelo polêmico plano, e a do Interior, Suella Braverman, que renunciou na quarta-feira (19). A saída de Braverman, considerada a mais linha dura do governo de Truss, acelerou e aprofundou a crise.

“A primeira-ministra perdeu o controle do governo e a confiança dos parlamentares conservadores. Para o bem do país, ela precisa se demitir”, declarou o deputado Steve Double, do próprio partido de Truss.

Mercado acionário na Ásia

Na segunda-feira (17), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em alta, com investidores atentos ao 20º Congresso Nacional do Partido Comunista chinês, que se estenderá ao longo da semana. O índice Xangai teve alta de 0,42%, a 3.084,94 pontos. O índice japonês Nikkei teve queda de 1,16%, a 26.775,79 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 0,15%, a 16.612,90 pontos. O índice CSI300 teve alta de 0,10%, a 3.846,41 pontos.

Na terça-feira (18), as bolsas asiáticas fecharam mistas, na esteira de um rali em Wall Street. O apetite por risco ganhou força na região asiática após as bolsas de Nova York saltarem até mais de 3% na segunda-feira (17), em um rali embalado por balanços positivos de grandes bancos dos EUA. O índice Xangai teve queda de 0,13%, a 3.080,96 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 1,42%, a 27.156,14 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 1,82%, a 16.914,58 pontos. O índice CSI300 teve queda de 0,21%, a 3.838,27 pontos.

Na quarta-feira (19), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em queda, o mau humor na Ásia predominou embora as bolsas de Nova York tenham avançado pelo segundo pregão consecutivo na terça-feira (18), impulsionadas por balanços corporativos melhores do que o esperado. O índice Xangai teve queda de 1,19%, a 3.044,38 pontos. O índice japonês Nikkei teve alta de 0,37%, a 27.257,38 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 2,38%, a 16.511,28 pontos. O índice CSI300 teve queda de 1,61%, a 3.776,53 pontos.

Na quinta-feira (20), as bolsas asiáticas fecharam a maioria em queda, o movimento de aversão a risco na Ásia veio após as bolsas de Nova York caírem na quarta-feira (19), interrompendo dois pregões de ganhos, à medida que preocupações renovadas sobre mais aumentos de juros nos EUA se sobrepuseram a balanços positivos de grandes empresas americanas. O índice Xangai teve queda de 0,31%, a 3.035,05 pontos. O índice japonês Nikkei teve queda de 0,92%, a 27.006,96 pontos. O índice Hang Seng de Hong Kong teve queda de 1,40%, a 16.280,22 pontos. O índice CSI300 teve queda de 0,57%, a 3.754,93 pontos.

Banco Central da China faz rolagem de empréstimos de médio prazo e mantém taxa de juros

O Banco Central da China fez a rolagem de empréstimos de médio prazo, mantendo a taxa de juros inalterada por um segundo mês na segunda-feira (17), o que reforça as expectativas de que as condições continuarão frouxas para ajudar a economia.

O Banco do Povo da China manteve a taxa sobre 500 bilhões de iuanes ($69,6 bilhões) em empréstimos do instrumento de médio prazo de um ano (MLF) para algumas instituições financeiras em 2,75%, inalterada em relação à operação anterior.

A injeção de liquidez desta segunda-feira foi para “manter a liquidez do sistema bancário razoavelmente ampla” e para “atender plenamente à demanda institucional financeira”, disse o Banco Central em comunicado online.

Com o mesmo montante de tais empréstimos vencendo nesta segunda-feira, a operação não resultou em nenhuma injeção ou retirada de liquidez de médio prazo em uma base líquida do sistema bancário.

Anteriormente, o Banco Central drenou um montante líquido de 200 bilhões de iuanes em agosto e também em setembro.

Em uma pesquisa de 27 observadores do mercado realizada na semana passada, todos os entrevistados previram que não haveria nenhuma mudança na taxa MLF, com a grande maioria deles esperando uma rolagem parcial.

China teve recuperação “significativa” no 3º trimestre, mas enfrenta desafios, diz planejador estatal

A economia da China mostrou uma recuperação significativa no terceiro trimestre e o emprego ficou amplamente estável, mesmo em meio a desafios contínuos, disse uma autoridade sênior do órgão planejador estatal do país na segunda-feira (17).

Autoridades lançaram uma série de medidas para fortalecer a segunda maior economia do mundo, que escapou por pouco de uma contração no segundo trimestre, à medida que as restrições rigorosas contra a Covid-19 e uma queda cada vez maior no mercado imobiliário pesam sobre as perspectivas.

“A economia se recuperou significativamente no terceiro trimestre”, disse Zhao Chenxin, vice-chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, em entrevista coletiva durante o Congresso do Partido Comunista que ocorre uma vez a cada cinco anos.

“Os preços ao consumidor subiram modestamente, em nítido contraste com a alta inflação global, e o emprego permaneceu estável em geral.”

A China atrasará a divulgação dos dados do PIB do terceiro trimestre e da atividade de setembro, originalmente programados para 10h, no horário local, de terça-feira, de acordo com um calendário atualizado no website do departamento de estatísticas. Nenhuma explicação foi dada.

A economia da China deve ter crescido 3,4% entre julho e setembro em relação a um ano antes, ganhando ritmo em relação ao crescimento de 0,4% no segundo trimestre, mas o crescimento esperado para 2022 ainda pode ser um dos mais fracos em quase meio século, sugeriu uma pesquisa da Reuters.

Autoridades implementaram mais de 50 medidas de apoio econômico desde o final de maio, canalizando mais dinheiro para projetos de infraestrutura e cortando impostos para empresas.

A recuperação será consolidada à medida que os efeitos das políticas macro continuarem sendo divulgados, disse Zhao, que admitiu que a economia ainda enfrenta vários ventos contrários.

“Influenciada por mudanças no ambiente externo e interno, ainda existem algumas contradições e problemas pendentes na operação econômica, e o desenvolvimento econômico ainda enfrenta muitas dificuldades e desafios”, disse ele.

A China tomará medidas para estabilizar suas cadeias de suprimentos e intensificar as políticas econômicas para atrair investimentos estrangeiros, principalmente no setor manufatureiro, acrescentou Zhao.

Banco Central japonês deve elevar previsão da inflação para mais de 2,5%, diz Kyodo

O Banco Central do Japão vai elevar sua previsão de inflação deste ano fiscal para mais de 2,5% em sua próxima reunião de política monetária, com o enfraquecimento do iene e os custos mais altos das matérias-primas elevando os preços, disse a agência de notícias Kyodo citando fontes.

Embora a atualização deixe a inflação ainda mais acima da meta de 2% do Banco Central, o comitê de política monetária da entidade deve manter sua postura ultrafrouxa para apoiar a economia do Japão, disse a Kyodo.

Um porta-voz do Banco do Japão disse que o Banco Central não faria comentários oficiais sobre a notícia.

Nas projeções trimestrais a serem divulgadas na conclusão da reunião de definição de política monetária de 27 a 28 de outubro, o banco deve elevar sua previsão do núcleo de inflação ao consumidor do ano fiscal até março de 2023 para acima de 2,5%, ante a estimativa atual de 2,3%, informou a Kyodo.

Embora a inflação ao consumidor tenha ultrapassado a meta do Banco Central, o presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, disse que a inflação recente é influenciada pelos custos, enfatizando que ela deve ser acompanhada por um crescimento salarial mais forte para que se possa considerar mudanças na política monetária ultrafrouxa.

A inflação ao consumidor deve ficar aquém da meta do Banco Central no próximo ano fiscal, disse Kuroda, cujo mandato termina em abril do próximo ano, ao Parlamento.

O governo está enfrentando uma pressão crescente para compensar o impacto que as famílias e as empresas estão sofrendo com os aumentos de preços que estão sendo agravados pela queda do iene, que perdeu cerca de 22% em relação ao dólar este ano.

Ex-primeiro-ministro Khan vence grande campanha eleitoral no Paquistão

O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan conquistou seis dos oito assentos na Assembleia Nacional que disputava em uma eleição suplementar de fim de semana, mostraram resultados não oficiais na segunda-feira (17), uma votação que ele chamou de referendo sobre sua popularidade.

A eleição é a mais recente reviravolta em meses de disputas políticas que começaram antes da deposição de Khan em abril por meio de um voto de desconfiança, e ocorre quando o país enfrenta as consequências das devastadoras inundações de monções que deixaram um terço do país debaixo d’água.

As urnas foram convocadas “em distritos eleitorais onde o governo achava que o PTI era mais fraco”, disse Khan, ex-capitão de críquete paquistanês, em entrevista coletiva em sua casa nos arredores de Islamabad, referindo-se ao partido paquistanês Tehreek-e-Insaf.

“Apesar de tais tentativas, nossos eleitores derrotaram os candidatos combinados da coalizão governista.”

Foi, no entanto, uma perda líquida efetiva para a PTI, que anteriormente detinha todas as oito cadeiras.

Indivíduos podem concorrer em vários distritos eleitorais nas eleições do Paquistão e escolher qual perder se vencerem mais de um, mas é raro um candidato concorrer a tantos quanto Khan. O presidente de 70 anos tentou atrapalhar o processo político do Paquistão desde sua deposição em abril, quando ordenou que todos os seus parlamentares desistissem de seus assentos, sem deixar nenhum membro do PTI na Assembleia Nacional.

A Comissão Eleitoral até agora convocou eleições em apenas oito das dezenas de distritos eleitorais e os chefes do PTI disseram que Khan não assumirá nenhuma das cadeiras vencedoras, provocando novas eleições.

“Isso foi um referendo porque os eleitores sabiam que não iríamos à assembleia e, mesmo assim, votaram a favor de nossos candidatos”, acrescentou Khan.

Ele também prometeu anunciar em breve a data de uma “longa marcha” de seus apoiadores na capital para pressionar o governo a anunciar uma eleição nacional mais cedo do que a prevista para outubro do próximo ano.

Xi Jinping deve nomear aliados para Comitê Permanente do Partido Comunista da China

O presidente da China, Xi Jinping, está se preparando para nomear aliados para cargos do topo da hierarquia do Partido Comunista, de acordo com pessoas próximas aos líderes do partido. O movimento o fortaleceria enquanto enfrenta desafios crescentes no cenário doméstico e no exterior, de uma economia doméstica lenta à resistência ocidental às ambições de Pequim no cenário mundial.

Um dos aliados que Xi pretende promover é Li Qiang, atualmente a principal autoridade do partido em Xangai. Ele provavelmente será elevado ao Comitê Permanente do Politburo, o principal órgão decisório do partido, segundo fontes, indicando que ele também é considerado um dos principais candidatos a ser nomeado primeiro-ministro na reunião legislativa anual da China.

Outros que provavelmente se juntarão ao Comitê incluem o chefe de gabinete de Xi, Ding Xuexiang, e o principal funcionário do partido na província de Guangdong, Li Xi, que já trabalhou como secretário de um veterano da revolução comunista com laços estreitos com a família de Xi Jinping.

As pessoas próximas aos líderes do partido alertaram que as deliberações finais sobre a composição do Comitê Permanente não serão reveladas até domingo (23), quando a elite do partido deverá completar a composição de seus principais órgãos decisórios para o próximo mandato.

O atual primeiro-ministro da China, Li Keqiang, deve deixar o cargo na próxima primavera depois de completar dois mandatos de cinco anos – o máximo permitido pela Constituição da China. Ele ocasionalmente contradisse Xi e pressionou o líder chinês a reduzir políticas vistas como prejudiciais ao crescimento. Analistas políticos, no entanto, o consideram um dos primeiros-ministros menos prestigiados da China, cuja influência sobre a economia se dissipou quando Xi centralizou a tomada de decisões em si.

Partido da oposição no Congresso da Índia elege novo presidente

O principal partido de oposição da Índia no Congresso elegeu Mallikarjun Kharge como seu novo presidente na quarta-feira (19) em uma disputa na qual a família Nehru-Gandhi, que lidera o partido há mais de duas décadas, não competiu.

O partido tem lutado para recuperar o apoio desde que foi derrotado pelo partido Bharatiya Janata, do primeiro-ministro Narendra Modi, em 2014.

Kharge, 80 anos, do estado de Karnataka, no Sul, foi apoiado pelos principais líderes do partido. Seu adversário, Shashi Tharoor, 66, passou quase 30 anos nas Nações Unidas antes de ingressar no partido do Congresso em 2009.

Kharge recebeu mais de 80% dos votos, informou a mídia local.

A presidente interina do partido, Sonia Gandhi, e seu filho, Rahul Gandhi, anunciaram no mês passado que ninguém da família buscaria a liderança do partido neste momento.

A decisão deles de trazer um novo líder antes das eleições importantes reflete a necessidade do partido de abandonar sua imagem como uma dinastia familiar, disseram analistas. Desde que Modi chegou ao poder, o Congresso sofreu derrotas esmagadoras em uma série de pesquisas nacionais e estaduais. Rahul Gandhi renunciou ao cargo de presidente do partido após resultados sombrios nas eleições nacionais de 2019.

Kharge era visto como o favorito da família Nehru-Gandhi, enquanto Tharoor emergia como um forasteiro que lutava por mudanças dentro do partido.

“Pelo menos não é alguém da família, mas você não pode esperar que uma presença tão forte da família Gandhi simplesmente desapareça, a presença deles continuará sendo o centro”, disse Mahesh Rangarajan, professor da Universidade Ashoka.

Tanto a família quanto o partido estão em um momento crucial, acrescentou, pois enfrentam a concorrência mais formidável do partido governista de Modi. “A questão é que eles podem virar a maré? Como o partido redescobrirá sua mensagem? Esse é o verdadeiro desafio”, disse Rangarajan.

Tharoor reclamou anteriormente à autoridade eleitoral do partido que a disputa foi injusta porque alguns líderes do partido pediram aos delegados que votassem em Kharge. Mas na quarta-feira, Tharoor parabenizou Kharge depois que os resultados foram declarados. “É uma grande honra, uma enorme responsabilidade ser presidente do Congresso. Desejo a Mallikarjun Kharge todo sucesso nessa tarefa”, disse ele à agência de notícias Press Trust of India.

O partido foi liderado por não membros da família no passado, mas Sonia Gandhi e Rahul Gandhi estavam no comando desde 1998.

Modi denunciou regularmente a dinastia familiar do Partido do Congresso.

China mantém taxas de empréstimo pelo segundo mês em outubro

A China manteve suas taxas de empréstimo referenciais pelo segundo mês consecutivo na quinta-feira (20), de acordo com as expectativas, uma vez que as autoridades evitaram mais estímulos monetários para evitar divergências com outras economias importantes.

A taxa primária de empréstimo de um ano (LPR) foi mantida em 3,65%, enquanto a LPR de cinco anos permaneceu em 4,30%.

Uma pesquisa da Reuters mostrou que 22 dos 24 entrevistados projetavam que não haveria nenhuma mudança nas duas taxas, enquanto os dois restantes esperavam uma redução marginal para a taxa de cinco anos depois que o governo adotou uma série de medidas para apoiar o setor imobiliário.

A fixação da LPR veio depois que o Banco do Povo da China deixou a taxa de juros de seus empréstimos de médio prazo inalterada esta semana.

O custo do empréstimo do instrumento de crédito de médio prazo (MLF) serve como um guia para o LPR, e os mercados normalmente consideram que a taxa de médio prazo guia as mudanças na referência de empréstimos.

Empréstimos ao setor de mineração da Arábia Saudita aumentam 60%

Os empréstimos de empresas financeiras para o setor de mineração e pedreiras sauditas aumentaram 60%, para 237,1 milhões de sr. também conhecido como SAMA.

O crédito para o setor, que constitui 1,4% do total de desembolsos de empréstimos de empresas financeiras, aumentou 45% em relação a SR163,6 milhões no primeiro trimestre.

“A mineração e a extração de pedreiras são atividades de capital intensivo. Essas empresas normalmente aceitam maiores facilidades de ingressos dos bancos ou até mesmo dos mercados de capitais”, disse Jarmo Kotilaine, economista e estrategista com foco na região do Golfo, à Arab News.

O aumento nos empréstimos pode ser atribuído ao aumento do interesse das financeiras em diversificar os empréstimos, mas também das empresas em explorar novas fontes de financiamento à medida que as condições de crédito apertam, apontou Kotilaine.

O crédito para o setor de transporte e comunicações aumentou 10,9% para 1,9 bilhão de SR1 no segundo trimestre, de 1,7 bilhão de SR no trimestre encerrado em março.

Além disso, o setor apresentou o maior aumento registrado desde o primeiro trimestre de 2018, os primeiros dados registrados pela tabela da SAMA. Também mais que dobrou de SR1,2 bilhão no segundo trimestre de 2021, constituindo 10,8% do total de empréstimos neste trimestre.

“Suspeito que algo semelhante esteja acontecendo com transporte e comunicação. No entanto, como estamos falando de números retornando aos níveis pré-Covid, isso pode refletir a normalização ou a recuperação pós-pandemia”, acrescentou Kotilaine.

De acordo com os dados da SAMA, as empresas financeiras direcionaram a maior parte dos empréstimos durante o segundo trimestre para o setor de construção civil com 24,4%, seguido pelo comércio com 22,2% e serviços com 16,7%.

Além disso, os desembolsos de empréstimos para o setor de serviços aumentaram 7,6% para 2,9 bilhões de SR2,9 bilhões no segundo trimestre, de 2,7 bilhões de SR entre janeiro e março.

Os empréstimos para construção civil aumentaram 6,28% para SR4,3 bilhões entre abril e junho, de SR4 bilhões no primeiro trimestre.

Príncipe herdeiro do Kuwait adverte parlamento ‘o público vai responsabilizá-los’

O príncipe herdeiro do Kuwait, Sheikh Mishal Al-Ahmad Al-Jaber Al-Sabah, instou o povo de seu país a monitorar o desempenho dos parlamentares e ‘responsabilizá-los’ em seu discurso de abertura durante a 17ª Assembleia Nacional do país na terça-feira (18).

Sheikh Mishal acrescentou que os membros do parlamento devem cumprir as promessas que fazem, e prometeu acompanhar o trabalho envolvendo o plano estratégico perante o parlamento.

O príncipe herdeiro orientou os políticos a respeitarem os poderes constitucionais do emir e acrescentou que a oposição enfraqueceu o governo.

“Não dê ouvidos às vozes da divisão que querem romper a unidade nacional”, disse Sheikh Mishal.

Um decreto Amiri foi publicado em 9 de outubro pedindo que o parlamento se reunisse após as eleições legislativas, que ocorreram em 29 de setembro. candidatos, conforme relatado pela agência estatal KUNA.

As eleições foram realizadas depois que o parlamento anterior foi dissolvido em agosto devido a “práticas e ações que ameaçam a unidade nacional”, disse Sheikh Mishal.

Os 50 membros selecionados da Assembleia Nacional cumprem um mandato de quatro anos conforme a legislação do Kuwait.

Hamas na primeira visita à Síria em uma década com o descongelamento das relações

Uma delegação do Hamas chegou a Damasco na quarta-feira (19) para conversar com o presidente Bashar Assad na primeira visita desse tipo desde que o grupo islâmico palestino cortou os laços com a Síria há uma década.

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, era um dos aliados mais próximos de Assad, mas deixou a Síria em 2012 depois de condenar a brutal repressão de protestos pacíficos por seu governo em março de 2011, o que desencadeou a queda do país na guerra civil.

“A delegação do Hamas chegou a Damasco em uma visita de dois dias”, durante a qual facções palestinas se encontrarão com Assad, disse o líder da Frente de Luta Popular Palestina, Khaled Abdel Majid.

A reunião será seguida de uma entrevista coletiva às 13h30 (1030 GMT).

A visita da delegação do Hamas, chefiada pelo chefe de relações árabes Khalil Al-Hayya, ocorre depois que o grupo islâmico assinou um acordo de reconciliação com seu rival palestino Fatah em Argel na semana passada, prometendo realizar eleições até outubro próximo em uma tentativa de resolver um racha.

Também ocorre depois que o Hamas anunciou que queria normalizar com Damasco citando “rápidos desenvolvimentos regionais e internacionais em torno de nossa causa e nossa nação”.

Analistas disseram que era uma referência ao crescente número de governos árabes que normalizaram os laços com o arqui-inimigo do Hamas, Israel, nos últimos anos.

Um líder do Hamas disse que o grupo planeja reabrir seu escritório em Damasco, mas que é “muito cedo” para falar sobre a mudança de sua sede para a capital síria.

O degelo entre o Hamas e Damasco foi intermediado por Teerã e pelo grupo militante libanês Hezbollah, disse uma fonte sênior do Hamas.

Na última década, autoridades sírias acusaram o Hamas de traição.

O grupo tem suas origens na transnacional Irmandade Muçulmana, cuja filial síria foi uma das principais facções da oposição armada após o início da guerra civil.

Autoridades do Hamas disseram que desde 2017 romperam os laços com a Irmandade.

Iêmen busca maior intervenção humanitária da comunidade internacional

O vice-governador de Marib do Iêmen, Abd-Rabbu Miftah, pediu ao UNICEF que apoie os esforços das autoridades locais para responder às crescentes necessidades dos deslocados internos (IDP) no país.

Miftah fez os pedidos durante conversas mantidas com o representante do UNICEF no Iêmen, Philippe Duamelle, que está em visita oficial em Marib, informou a agência estatal Saba.

Duamelle está na província do Iêmen para ampliar parcerias com órgãos locais e obter informações em primeira mão sobre a atual situação humanitária na cidade devastada pela guerra.

O Miftah visa atender às necessidades de saúde, educação, água e proteção da infância das pessoas que vivem em Marib com a ajuda e o apoio do UNICEF.

Ele também expressou seu apreço pela significativa intervenção humanitária da organização da ONU na província.

Duamelle elogiou a sólida parceria com a autoridade local de Marib e sua compreensão das crescentes necessidades dos deslocados internos que continuam chegando à cidade diariamente.

Enquanto isso, o primeiro-ministro Ma’een Abdulmalik reiterou a vontade do governo de estabelecer colaborações regionais e internacionais com programas locais de desminagem durante uma reunião em Aden.

Durante as conversas mantidas com uma delegação da Hello Trust Organization, Abdulmalik pediu à comunidade internacional que condene e aja contra o uso excessivo de minas terrestres pela milícia Houthi, que viola o direito internacional.

O diretor do programa, Calvin Ricin, e o diretor do programa da organização no Iêmen, Abdullah al-Khasawina, também discutiram projetos de desminagem focados em limpar o país das minas plantadas pelos houthis.

Saudi Aramco inicia Programa Taleed para impulsionar o setor de PMEs do Reino

A gigante do petróleo Saudi Aramco lançou uma iniciativa para apoiar o setor de pequenas e médias empresas do Reino com financiamento de até 3 bilhões de SR (US$ 798 milhões).

O Programa Taleed abordará várias lacunas comuns enfrentadas pelas PMEs – um setor que o vice-presidente sênior de serviços técnicos da Aramco Ahmad Al Sa’adi chamou de motor econômico vital e a base da economia global em seu discurso na cerimônia de lançamento.

Para enfrentar um dos principais desafios enfrentados pelas PMEs — financiamento, o Programa Taleed planeja colaborar com várias entidades importantes, incluindo Al Rajih Holding, Energy Capital e Manar Holding, e outras com a intenção de levantar SR3 bilhões. Esse fundo significativo está sujeito a aumento, disse Al Sa’adi em entrevista exclusiva ao Arab News.

“Estamos focando principalmente em cinco setores: sustentabilidade, digital, manufatura, industrial e inovação social, que inclui tecnologia de saúde, tecnologia agrícola e tecnologia financeira”, acrescentou Al Sa’adi durante a entrevista.

A Taleed apresentará 20 iniciativas que são categorizadas em três grupos diversos: talentos locais qualificados, criando oportunidades de negócios para PMEs e apoiando as PMEs e habilitando o ecossistema, de acordo com um comunicado da Aramco.

Embora o programa atualmente atenda a 150 PMEs, a Aramco pretende se unir a até 15.000 em um futuro próximo. Como parte do Programa Taleed, essas empresas terão acesso a uma série de programas especiais, financiamento, treinamento e serviços de consultoria. 

O programa visa treinar 15.000 PMEs anualmente, revelou Al Sa’adi na entrevista.

Durante o evento, a Aramco assinou 30 memorandos de entendimento com parceiros públicos e privados, que ajudarão a viabilizar o crescimento do ecossistema de PMEs do Reino. O setor está de olho em uma contribuição de 35% para o produto interno bruto nacional até 2030.

O setor de startups da Arábia Saudita está crescendo graças aos esforços do governo e do setor privado para aumentar essa parte proeminente da economia.

De acordo com a Autoridade Geral para Pequenas e Médias Empresas, ou Monsha’at, o Reino tinha 752.560 PMEs até o final do primeiro trimestre de 2022. O número de PMEs no Reino aumentou 14,6% de 650.550 no mesmo período do ano passado.

FONTES

CNBC | World 24 | CNN | ADVFN | Reuters | BBC | News24 | G1 | Investing | TC | Arab | Associated Press | Euro News | CNA Asia | Istoé Dinheiro | NYT | Valor Econômico | Brasil 247

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
www.matarazzo-cia.com/blog
21/10/2022