Cenário Econômico Nacional – 24/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 24/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 24/10/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Especialistas voltam a reduzir projeções para inflação no Brasil no Focus

As projeções para a inflação no Brasil seguiram em tendência de baixa até 2024, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (17).

Os analistas consultados pelo BC passaram a ver agora alta do IPCA de 5,62%, 4,97% e 3,43% respectivamente em 2022, 2023 e 2024. No levantamento anterior, as estimativas eram de 5,71%, 5,00% e 3,47%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, indo a 3,00% em 2024, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento tiveram ligeira melhora para este ano e o próximo. Os especialistas veem expansão de 2,71% em 2022 e de 0,59% em 2023, contra taxas de 2,70% e 0,54% antes.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve encerrar este ano a 13,75% e o próximo a 11,25%, sem alterações.

Atividade econômica tem queda de 1,13% em agosto, diz Banco Central

A atividade econômica brasileira registrou queda em agosto deste ano, de acordo com dados divulgados na segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou redução de 1,13% em agosto de 2022 em relação ao mês anterior, de acordo com os dados dessazonalizados (ajustados para o período).

Desde o ano passado, os resultados do IBC-Br vêm oscilando. Em abril e maio teve queda, em junho e julho apresentou alta e, agora, mais uma redução.

Em agosto, o IBC-Br atingiu 143,97 pontos. Na comparação com agosto de 2021, houve crescimento de 4,86% (sem ajuste para o período, já que a comparação é entre meses iguais). No acumulado em 12 meses, o indicador também ficou positivo, em 2,08%.

O índice é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 13,75% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia, a indústria, o comércio e os serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

O indicador foi criado pelo Banco Central para tentar antecipar a evolução da atividade econômica. Entretanto, o indicador oficial é o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. No primeiro semestre de 2022, o indicador já avançou 2,5% e a atividade econômica do país ficou 3%, acima do patamar pré-pandemia, verificado no quarto trimestre de 2019.

IGP-10 de outubro cai 1,04%, terceira deflação seguida, diz FGV

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 1,04% em outubro ante setembro, informou a Fundação Getúlio Vargas. No mês anterior, o índice também havia registrado variação negativa (-0,90%), assim como em agosto (-0,69%). Com esse resultado, o índice acumula alta de 6,33% no ano e de 7,44% em 12 meses.

A queda veio um pouco menos intensa da esperada pelo mercado: o consenso Refinitiv apontava para uma deflação de 1,08%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,44% em outubro, ante deflação de -1,18% em setembro. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de -0,52% em setembro para -0,30% em outubro.

A queda de setembro para outubro foi puxada principalmente pelo leite e combustíveis. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede o atacado, passou de uma deflação de 1,18% em setembro para uma queda de preços de 1,44% em outubro.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de 1,16% para 6,16%. O índice relativo a Bens Finais (ex.), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,33% em outubro. No mês anterior, a taxa foi de 0,18%.

Custo de vida alto e cenário econômico incerto freiam vontade de consumir

A instabilidade macroeconômica e a incerteza em relação ao mercado de trabalho aumentam o pessimismo dos brasileiros nos próximos meses, independentemente do resultado das urnas.

É o que mostra a 10ª edição do estudo Future Consumer Index (FCI), produzido pela EY e que analisa o comportamento de consumo em diversos países do mundo.

Se, em outubro de 2021, 50% dos entrevistados tinham perspectiva positiva para os 3 ou 4 meses seguintes, esse número caiu para 33% em julho deste ano.

No caso do Brasil, a principal preocupação dos entrevistados no curto prazo é a deterioração do ambiente macroeconômico. A alta da inflação, em especial no preço dos alimentos, deixa 73% dos entrevistados extremamente preocupados com os custos de produtos e serviços básicos. Isso faz com que 42% se preocupem com o acesso às necessidades básicas e 91% tenham algum grau de preocupação com suas finanças.

Apesar da perspectiva menos otimista no curto prazo, o brasileiro segue com boas expectativas futuras: 79% acreditam que sua vida será melhor daqui a 3 anos.

As gerações Z (12 a 25 anos) e milennials (26 a 41 anos) foram as únicas que superaram o índice geral: a perspectiva futura positiva abrange 91% da geração Z e 88% dos milennials.

Na visão dos consumidores entrevistados, o cenário deverá continuar em 2023: o custo de vida segue sendo a principal preocupação para o próximo ano, com itens como a alta dos combustíveis (75%), energia/água /serviços públicos (72%), das compras básicas (67%) e de saúde (66%) se mostrando muito relevantes para a formação das expectativas.

A alta da inflação diminuiu o poder de compra de grande parte da população e fez com que o preço se tornasse, desde o ano passado, o principal critério de compra. Assim, as famílias têm eliminado a compra de itens supérfluos e aumentaram o consumo de produtos de marca própria (private label) e de itens essenciais, em uma tentativa de evitar o corte de produtos considerados importantes em sua cesta de consumo.

Esse movimento é mais intenso na população de menor poder aquisitivo, em que 67% estão comprando proporcionalmente mais itens essenciais, contra 40% na classe alta.

Além disso, mais pessoas deixaram de comprar produtos não-essenciais, 58% dos entrevistados acreditam que gastarão menos com esses itens nos próximos 3 ou 4 meses e 56% estão comprando somente itens essenciais.

Para driblar os reajustes de preços, 46% buscam novas marcas de produtos e 36% estão trocando marcas tradicionais por marcas próprias (private label), inclusive na cesta básica. As categorias que mais entram nessa preferência são alimentos frescos (58%), cuidados com a casa (56%) e roupas, sapatos e acessórios (40%).

Apesar da intenção de realizar compras alinhadas a seus ideais e aspirações, o preço é um impeditivo para que isso aconteça: 83% dos brasileiros dizem que serão mais cuidadosos com seus gastos futuros e 78% afirmam que serão mais focados no valor do dinheiro.

Inflação dos alimentos é a maior até setembro desde o início do Plano Real

Apesar dos recentes sinais de trégua dos preços no Brasil, o grupo alimentação e bebidas ainda acumula inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro. É a maior alta para os nove primeiros meses do calendário em 28 anos, ou desde o início do Plano Real, apontam dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) consultados pela Folha de S.Paulo.

Trata-se do avanço mais intenso para o acumulado de janeiro a setembro desde 1994 (915,08%), quando o Brasil ainda vivia o reflexo da hiperinflação. O IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o índice oficial de preços do país.

De acordo com analistas, a carestia da comida reflete uma série de fatores em 2022. No começo do ano, fortes chuvas prejudicaram plantações em regiões como o Sudeste. O Sul, por outro lado, amargou período de seca. Os extremos climáticos reduziram a oferta de mercadorias diversas, como verduras e legumes, o que afetou os preços.

Também houve pressão de custos. Insumos usados no campo ficaram mais caros durante a pandemia, elevando os gastos para a produção de alimentos. A situação foi intensificada pela Guerra da Ucrânia. Commodities agrícolas tiveram alta nas cotações após o início do conflito, em fevereiro. A guerra ainda gerou pressão adicional sobre os preços de insumos no mercado internacional.

“O diagnóstico ainda é de uma inflação alta”, diz o economista Luca Mercadante. “É uma inflação que tem impacto importante, que pesa na vida das pessoas. Elas percebem isso”, completa.

Em julho, um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) comprovou que a inflação no Brasil segue entre as maiores do mundo e bem acima da média das grandes economias.

A inflação ao consumidor chegou a 9,6% em maio no conjunto dos 38 países que fazem parte da OCDE. Esse é o maior patamar registrado desde de agosto de 1988.

Um termômetro da grave situação que vive ao Brasil é a afirmação emitida pelo Banco Central, na qual a instituição financeira admite que a meta inflação será descumprida em 2022 pelo segundo ano seguido. Em uma tentativa para cumprir a meta para o próximo ano, o BC elevou a taxa básica de juros para 13,25% ao ano.

Reservas internacionais do Brasil atingem patamar mais baixo desde abril de 2011

As reservas internacionais do Brasil estão no patamar mais baixo em mais de 11 anos, segundo dados do Banco Central (BC). O colchão de dólares do país entrou, entre o fim de agosto e o início deste mês, na casa dos US$ 326 bilhões, o mesmo registrado em abril de 2011.

Reservas internacionais são valores que um país possui em moeda estrangeira. Funcionam como uma espécie de “seguro” para fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques externos, como crises cambiais, caracterizadas pela desvalorização acentuada da moeda local.

Essas reservas são distribuídas entre títulos (tipo de investimento feito a partir da compra de papéis de dívida de uma entidade emissora, que se compromete a devolver o valor com juros), depósitos em moedas, ouro, entre outros formatos.

As reservas brasileiras tiveram, no último mês, as perdas mais acentuadas de 2022. Entre 9 de setembro e 10 de outubro, o recuo soma quase US$ 12 bilhões, 3,5% do valor total no período.

Para efeito de comparação, a queda ao longo dos 30 dias imediatamente anteriores foi de quase metade da cifra: US$ 6,2 bilhões, uma redução de 1,8%.

Para o economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, André Galhardo, as perdas recentes podem ter relação com a volatilidade da moeda brasileira e a atuação do Banco Central para controlar a desvalorização do real diante do dólar norte-americano.

“O governo pode ter utilizado esses recursos para quitar obrigações de curto prazo. O Banco Central também voltou a vender dólar no mercado à vista, o que ajudou a diminuir essa volatilidade do câmbio”, explica Galhardo.

Economia recua 0,8% de julho para agosto, revela a FGV

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, caiu 0,8% na passagem de julho para agosto deste ano.

A informação é do Monitor do PIB, divulgado na quarta-feira (19), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo a pesquisa, o PIB cresceu 3,7% na comparação com agosto de 2021 e 3,3% no trimestre móvel encerrado em agosto de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Para a FGV, a queda da atividade econômica de julho para agosto está associada a retrações na indústria e nos serviços. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias caiu 0,5% no período, enquanto a formação bruta de capital fixo (investimentos) cresceu 0,7%.

As exportações também avançaram (0,6%), enquanto as importações recuaram 0,3% de julho para agosto.

Cepal eleva para 2,6% previsão de crescimento para o Brasil este ano

A economia brasileira deverá crescer mais que o inicialmente previsto este ano, mas desacelerará a partir do próximo ano, divulgou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) crescerá 2,6%, contra estimativa anterior de 1,6%. Em 2023, o Brasil deverá crescer 1%, no mesmo ritmo da Argentina.

Uma das cinco comissões econômicas regionais das Nações Unidas, a Cepal revisou as projeções para 2022 para as economias da latino-americanas e caribenhas, apresentadas em agosto, e divulgou as estimativas para 2023. A economia da região se expandirá 3,2% este ano, contra previsão anterior de 2,7%. Para 2023, o crescimento ficará em apenas 1,4%.

Conforme as estimativas da Cepal, o crescimento da economia brasileira ficará abaixo da média regional no próximo ano. Na América do Sul, o Brasil só deverá registrar desempenho melhor que o Chile, cuja economia deverá se expandir 0,9% no próximo ano.

De acordo com a Cepal, dois fatores contribuirão para a desaceleração econômica da América Latina e do Caribe no próximo ano. O primeiro é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que afeta negativamente o crescimento global e acentua as pressões sobre a inflação, a volatilidade no mercado internacional e os custos financeiros.

O segundo fator responsável por prejudicar a economia da região são os aumentos de juros por parte dos bancos centrais de economias avançadas, que prejudica o fluxo de capitais aos países emergentes. Segundo a Cepal, o aperto monetário em países desenvolvidos provoca a desvalorização das moedas latino-americanas e caribenhas e encarece os financiamentos aos países da região.

“Embora se espere que esse processo [aumento de juros] termine em 2023, na medida em que as expectativas de inflação se ancorem em vários países, os efeitos dessa política restritiva sobre o consumo privado e o investimento estarão presentes”, destacou a Cepal em comunicado.

Procura por crédito cai 12,2% em setembro, revela pesquisa da Serasa

Os juros altos estão inibindo a busca do consumidor por empréstimos. Segundo relatório divulgado pela empresa Serasa Experian, a procura por operações de crédito recuou 12,2% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa foi a quarta queda mensal consecutiva.

Segundo a Serasa, os consumidores com renda pessoal mensal de R$ 500 a R$ 1 mil são os que menos têm buscado crédito. Todas as regiões registraram queda, mas a retração foi mais marcante no Sudeste (-13,9%), no Sul (-12,2%) e no Nordeste (-12%).

De março de 2021 a agosto deste ano, a taxa Selic – juros básicos da economia – subiu de 2% para 13,75% ao ano. Para a Serasa, o encarecimento do crédito desestimula a demanda por crédito e impacta a maioria das linhas. A empresa aconselha ao consumidor reavaliar o orçamento doméstico e poupar dinheiro agora para enfrentar o fim deste ano e o início do próximo, períodos em que tradicionalmente os gastos sobem.

A pesquisa é feita com base numa amostra significativa de números de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), consultados todos os meses na base de dados da Serasa Experian. O levantamento mede as relações de crédito dos consumidores com instituições financeiras e com empresas não financeiras.

Intenção de Consumo das Famílias cresce 2,1% em outubro

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 2,1% em outubro deste ano, na comparação com o mês anterior, e atingiu 87 pontos em uma escala de 0 a 200. A pesquisa foi divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Essa foi a nona alta consecutiva do indicador e, segundo a CNC, pode ser explicada por fatores como a deflação dos últimos meses, o crescimento do emprego formal, as transferências de renda e as contratações de crédito.

Entre os sete componentes da ICF, as maiores altas foram apresentadas pelo nível de consumo atual (4,1%) e a perspectiva de consumo (2,5%). Os demais componentes também tiveram crescimento: momento para a compra de bens duráveis (2,1%), renda atual (2,1%), acesso ao crédito (1,9%), emprego atual (1,5%) e perspectiva profissional (1,2%).

Na comparação com outubro de 2021, o crescimento chegou a 18,9%, com destaques para renda atual (28,2%), perspectiva profissional (25,3%), emprego atual (25,1%) e nível de consumo atual (22,3%).

A intenção de consumo cresceu mais nas famílias com renda mais baixa (até dez salários mínimos): 2,2% na comparação com setembro e 20,4% em relação a outubro do ano passado. Entre quem ganha mais de dez salários mínimos, os crescimentos foram de 1,7% e 13,7%, respectivamente.

Segmento de 100 milhões de brasileiros, classe C turbina voto à direita no País

Um contingente estimado em 100 milhões de pessoas, que têm perfil diverso e difícil de ser capturado por análises, se tornou um dos mais expressivos segmentos eleitorais do País, cujo comportamento pode ser fator decisivo em disputas polarizadas como a corrida presidencial deste ano.

Para estudiosos do tema, é nessa fatia populacional, chamada de classe C, que se concentra em grande parte a explicação para a formação de uma onda à direita na votação em primeiro turno das eleições. Além dos 51 milhões de votos alcançados por Jair Bolsonaro (PL), viu-se o triunfo de candidatos associados ao presidente nas eleições legislativas.

Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2020, do IBGE, compilados pela consultoria Plano CDE para o Estadão, a classe C hoje compreende famílias com renda mensal entre R$ 500 e R$ 2 mil por pessoa, podendo chegar a R$ 8 mil no total. Essa parcela representa 55% da população brasileira, mas está mais concentrada nas regiões onde candidatos bolsonaristas tiveram melhor desempenho e Bolsonaro venceu a disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT): no Sudeste (59%), no Centro-Oeste (61%) e no Sul (63%). No Nordeste, onde a maioria votou em Lula, as classes D e E correspondem à maior parte, 47%, e a classe C é menor, com 45%.

Neste segmento socioeconômico, analistas identificam um forte sentimento de abandono somado à desconfiança em relação ao Estado. E ainda impactado pelas consequências de uma decadência após melhora de vida nos anos 2000. Os valores morais, com influência da religião, e a grande dificuldade em se mobilizar com pautas intangíveis são outras duas características marcantes.

“O discurso de que o Estado não funciona e é corrupto é muito aderente a esse público”, observa o antropólogo Maurício de Almeida Prado, diretor executivo da Plano CDE, empresa de pesquisa e consultoria especializada em classes populares. Ele ressalta que a insatisfação é também grande com os serviços públicos, como saúde e educação, que eventualmente a classe C se vê obrigada a utilizar.

Percepções como essas estão mais alinhadas com o discurso de Bolsonaro, que tenta a reeleição, e com a bandeira de muitos dos novos eleitos para o Congresso. Em comum, também, a defesa de que o Estado não interfira na vida das pessoas, além da retórica anticorrupção simbolizada nos casos envolvendo o PT.

De acordo com analistas, iniciativas como o aumento do auxílio emergencial às vésperas das eleições não mudaram essa relação já estabelecida entre o atual presidente e o Estado mínimo. “Mesmo que Bolsonaro não tenha conseguido fazer ações nesse sentido, o ‘não fique em casa’, o ‘Estado me atrapalha’, menos coletivo e mais individual, é uma visão que colou nele e que tem respaldo nesse grupo”, completa Prado.

Bolsonaro diz não dar palpite sobre urnas, mas chama sistema de ‘ultrapassado’

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na segunda-feira (17), que “não dá palpite” sobre as urnas eletrônicas porque o assunto está sendo tratado pelas Forças Armadas. O chefe do Executivo, contudo, chamou o sistema eletrônico de votação do País de “ultrapassado” e “antigo”.

Em julho, Bolsonaro chegou a reunir embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para colocar em dúvida a confiabilidade das urnas, sem apresentar provas ou indícios de irregularidades. Após o resultado do primeiro turno da eleição, a pedido da campanha, o candidato reduziu as críticas.

“Não existe sistema eletrônico que seja perfeitamente blindado. Se nunca teve problemas, vai chegar a hora. O que a gente sempre busca é mais uma camada de transparência. É isso que nós lutamos no passado. E, no momento, as Forças Armadas foram convidadas a integrar uma comissão de transparência eleitoral”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.

“Este trabalho está com as Forças Armadas. Eu não dou palpite. As Forças Armadas têm uma equipe enorme lá no comando de defesa cibernética que trabalha nessa questão. Todos são unânimes em dizer que não existe sistema impenetrável, inviolável. Até na Nasa a molecada entra”, emendou o presidente.

Ao chamar a urna eletrônica de “ultrapassada” e “antiga”, Bolsonaro disse que os bancos gastam “uma fortuna” por ano para evitar o sequestro de dados de clientes. O chefe do Executivo também voltou a criticar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes. “As medidas que o PT entra contra mim, quase todas são aceitas. A recíproca não é verdadeira. O que é que eu critico na postura do Alexandre de Moraes? Ele não aceita sugestões, não feitas por mim, mas pela comissão de transparência eleitoral”, afirmou o presidente.

No dia 11, Bolsonaro convocou seus apoiadores a permanecerem perto das seções eleitorais no próximo dia 30 até sair o resultado do segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto. Durante discurso em Pelotas (RS), o chefe do Executivo também colocou em dúvida o número de votos recebidos por Lula na primeira etapa da disputa.

“No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar. E, mais do que isso, vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado. Tenho certeza que o resultado será aquele que todos nós esperamos, até porque o outro lado não consegue reunir ninguém”, declarou Bolsonaro, na ocasião. “Todos nós desconfiamos, como pode aquele cara Lula ter tantos votos se o povo não está ao lado mesmo?”, emendou o presidente.

Lula diz que redução do ICMS vai afetar recursos para saúde e educação

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na terça-feira (18) que acredita que a necessidade de recursos para saúde e educação será uma das principais discussões do ano que vem. Segundo ele, a lei que limitou as alíquotas do Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre os combustíveis vai impactar as receitas dos governos estaduais que seriam destinadas a essas áreas.

A Lei Complementar nº 194, sancionada em junho deste ano, ao definir como essenciais itens como combustíveis, energia elétrica, comunicações e transportes coletivos, não permite, às unidades federativas, cobrar taxas com percentual acima da alíquota do ICMS, que varia entre 17% e 18%, percentual inferior ao cobrado para os demais itens, considerados “supérfluos”.

“A discussão do ano que vem será mais dinheiro para a saúde e para a educação”, disse em um encontro virtual com comunicadores para discutir estratégias da campanha eleitoral.

Lula disse ainda que pretende fazer uma aliança com diversos campos políticos para combater a expansão da extrema-direita no Brasil. “Eu espero que a gente consiga organizar as forças democráticas desse país para a gente enfrentar o negacionismo, a barbárie e o fascismo que tenta se implantar neste país e em outros países no mundo”, destacou.

O candidato também pediu para que seus apoiadores façam divulgação das suas propostas e realizações nos mandatos anteriores na Presidência. “A gente não pode ficar apenas tentando rebater as mentiras deles. É preciso que ao rebater as mentiras a gente passe as nossas mensagens das coisas positivas que existem e vão existir nesse país: parte das propostas que estão no programa de governo, parte das coisas que nós já fizemos. É preciso que a gente coloque em cada resposta a uma crítica uma proposta. Para que o povo saiba que nós sabemos o que fazer quando ganharmos as eleições”, disse.

PF faz buscas em Brasília e SP em ação sobre corrupção entre servidores da ANTT

A Polícia Federal (PF) faz buscas em cinco endereços de Brasília e em São Paulo nesta terça-feira (18), para investigar a suposta prática de corrupção, associação criminosa, violação de sigilo funcional e usurpação de função pública envolvendo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A ofensiva, batizada Operação Livre Fluxo, visa angariar provas para duas investigações que correm em paralelo e miram um servidor da ANTT e ex-funcionários comissionados da autarquia.

Uma das investigações se debruça sobre suposto pedido de propina feito por um técnico em regulação de serviços de transporte terrestres, à época em que exercia a função de superintendente de Passageiros da Agência. Segundo a Polícia Federal, o servidor teria pedido R$ 240 mil para atender interesses de uma empresa de transporte interestadual de passageiros.

“Há indícios de que os valores das solicitações indevidas consideravam, por exemplo, o grau de lucratividade das linhas de ônibus sobre as quais se demandava registro por parte da ANTT”, indicou ainda a corporação.

Já a segunda investigação mira o suposto uso, por ex-servidores comissionados da autarquia, de informações internas ao órgão “em benefício de interesses privados”. A PF diz que uma das investigadas, mesmo depois de deixar a ANTT, continuou acessando a estrutura e os sistemas internos da agência por cerca de um ano, realizando 17.989 acessos indevidos.

Para os investigadores, tais “violações” foram possíveis somente em razão da “anuência” de um ex-assessor técnico para o transporte internacional da ANTT. A PF ainda suspeita que as informações foram repassadas a um terceiro que usava os dados como “moeda de troca”, pedindo propinas a empresários.

De acordo com a Polícia Federal, ambas as apurações tiveram início a partir de informações encaminhadas pela Subsecretaria de Conformidade e Integridade do Ministério da Infraestrutura. O nome da operação, “Livre Fluxo”, faz alusão aos acessos irrestritos, por parte dos investigados e por parte dos pagadores de propina, a informações sensíveis da ANTT, diz a PF.

Ex-governador de São Paulo, João Doria anuncia desfiliação do PSDB

Ex-governador de São Paulo, João Doria anunciou, nesta quarta-feira (19), a sua desfiliação do PSDB. O empresário oficializou a saída do partido em sua conta no Twitter, ao dizer que “encerra essa etapa com cabeça erguida”.

“Anuncio minha desfiliação do PSDB após 22 anos no partido. Inspirado na social-democracia e em nomes como Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC [o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso], cumpri minha missão política partidária pautado na excelência da gestão pública e em uma sociedade mais justa e menos desigual”, disse em sua conta no Twitter.

Doria venceu as prévias para ser o candidato do partido à Presidência, mas enfrentou resistências internas. Em 23 de maio, o empresário anunciou a desistência à corrida presidencial. Na mesma semana, o PSDB optou por apoiar a candidatura de Simone Tebet (MDB) ao indicar a senadora Mara Gabrilli como vice na chapa.

No mesmo dia em seu deixou a disputa pelo Palácio do Planalto e se distanciou da política, Doria disse que não deixaria o PSDB. “Eu não mudei de partido, não mudo de partido e não vou mudar de partido”, disse na ocasião.

Doria não apoiou de forma aberta nenhum presidenciável no 2º turno e se colocou neutro entre optar por Lula (PT) ou Bolsonaro (PL). Seu vice enquanto governador, Rodrigo Garcia anunciou “apoio incondicional” à reeleição do presidente Bolsonaro. Já o PSDB abriu a escolha para os diretórios estaduais.

PoderData aponta estabilidade; Lula se mantém com 48% e Bolsonaro segue com 44%

Pesquisa PoderData divulgada nesta quarta-feira indicou estabilidade no segundo turno da eleição presidencial, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantendo-se com 48% das intenções de voto, contra 44% do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que também registrou o mesmo patamar da semana anterior.

Brancos e nulos somam 5%, ante 6% na pesquisa anterior de uma semana atrás, ao passo que os indecisos somam 3%, ante 2% no levantamento anterior.

Pelo critério dos votos válidos, que exclui brancos, nulos e indecisos e é usado pelo Tribunal Superior Eleitoral na totalização dos votos no dia da eleição, marcado para 30 de outubro, Lula segue com 52% e Bolsonaro mantém 48%.

O PoderData ouviu 5 mil pessoas por telefone entre os dias 16 e 18 de outubro. A margem de erro da pesquisa é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

TSE manda Jovem Pan conceder resposta a Lula e abre investigação contra emissora

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou, em três decisões, que o grupo Jovem Pan conceda direito de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em razão de declarações de comentaristas da emissora consideradas distorcidas ou ofensivas ao petista. A Corte também abriu uma investigação eleitoral a pedido do PT para que seja apurado se a emissora tem tratado Lula com falta de isonomia em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em editorial, a Jovem Pan afirmou que está sob “censura”. Internamente, a emissora enviou uma ordem aos comentaristas para que se abstenham de utilizar termos ofensivos contra o petista.

Segundo as decisões, para cada reiteração de comentários tidos como ofensivos pela Corte haverá multa de R$ 25 mil. O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, também aceitou um pedido da campanha de Lula para que seja investigada a conduta do grupo por suposta promoção de Bolsonaro.

No recado distribuído aos comentaristas, a direção da emissora adverte: “Não devemos fazer qualquer associação entre o candidato Lula ao crime organizado”. A direção de jornalismo reforça que aqueles que não se sentirem confortáveis com essa determinação com base em decisão da Justiça, devem nos informar para que possam ser substituídos.

Em um editorial, a emissora afirmou estar sob censura. “É preciso lembrar que a atuação do TSE afeta não só a Jovem Pan e seus profissionais, mas todos os veículos de imprensa.”

Governo compra cestas básicas de empresa ‘laranja’, diz TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga fraude em duas licitações do governo federal para compra de até 2,2 milhões de cestas básicas. Relatório da Corte, obtido pelo Estadão, aponta “fortes indícios” de que uma das empresas vencedoras está em nome de “laranjas”. Os pregões foram organizados pelo Ministério da Cidadania entre 2021 e 2022.

A pasta se dispôs a gastar até R$ 290,2 milhões para adquirir alimentos, como arroz, feijão, óleo, macarrão, farinha, leite em pó, açúcar e fubá, para atender famílias pobres em todo o País. A maior parte das licitações foi vencida pela A Popular Cestas Básicas de Alimentos Eireli, de Contagem (MG), que ganhou 11 lotes no valor de até R$ 216 milhões.

Segundo a auditoria do TCU, a empresa está em nome de um “laranja”, beneficiário do Auxílio Emergencial, e faz parte de um grupo controlado por Carlos Murilo Pessoa Gonçalves Moreira e Paulo Sergio Pessoa Moreira. O relatório afirma que os dois empresários mineiros usaram “parentes e pessoas interpostas com a provável finalidade de ocultação patrimonial”.

Em relatório entregue ao ministro-substituto do TCU, Weder de Oliveira, a Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) pediu que o Ministério da Cidadania aponte quais são os mecanismos de controle adotados pela pasta para “garantir que a entrega das cestas básicas está sendo efetivamente realizada, principalmente em razão do presente ano eleitoral”. O ministro concordou com a solicitação em despacho de 21 de setembro. O governo ainda não se explicou. A distribuição de cestas básicas faz parte de uma ação do ministério contra a insegurança alimentar e nutricional. O valor autorizado pela Pasta para a compra de alimentos, neste ano, é de R$ 116 milhões. Do total, R$ 79 milhões são para a Popular. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que 60 milhões de brasileiros sofrem com insegurança alimentar.

TJPR aprova indenização retroativa a juízes e desembargadores

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná aprovou um decreto, atendendo ao pedido da Amapar (Associação dos Magistrados do Paraná), que regulamenta a indenização retroativa para juízes e desembargadores pelo acúmulo de funções no período de 13 de janeiro de 2015 e 06 de abril de 2018. A estimativa da Corte é de que aproximadamente 800 magistrados, o que representa 85% da categoria no Paraná, sejam contemplados e as indenizações sejam pagas em até 180 parcelas, de acordo com a disponibilidade orçamentária. Indagada pela reportagem, a Corte afirma que o valor do passivo ainda está em apuração, mas que possui condições financeiras de iniciar os pagamentos.

O acúmulo de funções é definido no texto da normativa como ‘exercício cumulativo de jurisdição, funções administrativas ou acúmulo de acervo processual’. É o caso, por exemplo, de quando um juiz atende a mais de uma vara, câmara ou juizado ao mesmo tempo.

A indenização terá o valor de 1/3 do subsídio (totalidade da remuneração) recebido no mês respectivo. A esses valores serão acrescidos juros de mora correspondentes ao índice da poupança e correção monetária pelo IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial).

De acordo com o que consta no site do TJPR, a remuneração bruta mais baixa de um juiz no estado é de R$ 28.369,78, quando ele ingressa na carreira como substituto. A indenização por 30 dias de acúmulo de funções, nessa hipótese, seria de R$ 9.362. Para desembargadores, cuja remuneração bruta é de R$ 35.462,22 (95% do que recebem os ministros dos Tribunais Superiores, limite estabelecido pelo artigo 93 da Constituição), a indenização seria de R$ 11.702,53.

O principal fundamento do decreto é o direito de equiparação dos juízes estaduais aos federais. Desde janeiro de 2015, vigoram duas leis, nº 13.093 e 13.095, que, respectivamente, preveem essa modalidade indenização para os magistrados da Justiça Federal e do Trabalho. Contudo, nessas leis, a verba é tratada como ‘gratificação’.

Em 2018, o Órgão Especial do TJPR regulamentou essa indenização. Por isso, hoje todos os magistrados vinculados à sua jurisdição já têm direito à verba.

Resolução vai permitir que TSE derrube ‘no atacado’ o que considera fake news

A nova resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para combater a desinformação no segundo turno das eleições permitirá que a Corte estenda ordens de remoção de conteúdos considerados falsos para publicações idênticas que estejam em sites e perfis não citados no processo original. A estratégia visa conter a sensação de “enxugar gelo” diante de peças de desinformação divulgadas em diferentes plataformas.

Hoje, os endereços eletrônicos das publicações questionadas precisam ser apontados um a um para a Justiça Eleitoral. Após decidida a remoção, as empresas tiram do ar apenas os links especificados, e mantêm outras publicações que não foram alvo do processo, ainda que iguais.

O TSE informou que o monitoramento das publicações será feito pela sua Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, função chefiada por Frederico Alvim, servidor do TSE e membro fundador da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).

O tribunal, entretanto, não detalhou como se dará a estratégia de busca pelos conteúdos idênticos em todos os sites e plataformas de redes sociais.

Especialistas e interlocutores das empresas de tecnologia aguardam com expectativa a metodologia do trabalho e temem que as exclusões sejam estendidas para publicações não exatamente idênticas.

Se um usuário foi punido por chamar o candidato de bandido em uma rede e na outra alguém o chama de ‘larápio’, a informação não é idêntica, argumenta um advogado ouvido pelo Estadão.

A Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE foi criada em março, na gestão do ministro Edson Fachin. Ela faz parte de um conjunto de ações do Programa de Enfrentamento à Desinformação, lançado em agosto de 2019 com foco nas Eleições 2020 e que se tornou permanente em agosto de 2021.

Público de shoppings ainda está 20% abaixo do pré-pandemia

Mesmo com o arrefecimento da pandemia de Covid-19, o hábito de ir ao shopping center não voltou ao normal. Os estabelecimentos deixaram de receber mais 100 milhões de visitas, queda de 21% do patamar de 505 milhões, em 2019, para 397 milhões, em 2022, segundo dados da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce).

Apesar do retorno ao trabalho presencial em muitas empresas e da liberdade para passear em segurança, os shoppings não estão lotados como antes. Uma pesquisa qualitativa feita pela Abrasce captou uma queda na frequência dos visitantes mais assíduos: pessoas que tinham o hábito de ir até seis vezes por mês aos centros de compras recuaram para a faixa de quatro a cinco vezes.

Para Glauco Humai, presidente da Abrasce, há duas hipóteses para explicar esse comportamento. A primeira delas é de que boa parte dos shoppings está localizada em regiões de escritórios. Ou seja, muitos visitantes eram trabalhadores que entravam nos shoppings na hora do almoço ou após o expediente. Hoje, esse público trabalha de casa alguns dias por semana “e não frequentam tanto o shopping quanto antes”.

O segundo fator é o aumento de vendas no e-commerce. As pessoas buscam na internet desde livros e eletrônicos até roupas, calçados e alimentos, “roubando” uma parcela das compras que antes eram feitas presencialmente.

“O mundo físico cobra preços mais altos porque tem menos concorrentes ao lado. Na internet, os preços são mais baixos e a comparação é mais simples. É diferente de ter de se deslocar para outro shopping ou até diferentes lojas para ver o preço da mesma camiseta. A pandemia intensificou as possibilidades das compras via internet, como cashback e outros benefícios. Além disso, as pessoas se tornaram mais bancarizadas e podem comprar online”, diz Lorain Pazzetto, executivo da empresa de tecnologia de varejo Grupo Fcamara.

As vendas dos shoppings do País caminham para crescer 27,4% em 2022, na comparação com 2021, em termos nominais (sem levar em conta a inflação do período), atingindo a marca de R$ 202 bilhões, de acordo com estimativa da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Em termos reais (descontando a inflação), a alta prevista é de 18% no período.

Se confirmado, o resultado representará o maior patamar de vendas da história do setor em termos nominais e uma recuperação importante perante 2019 (R$ 193 bilhões), último ano antes da chegada da pandemia que provocou o fechamento do comércio. As vendas nos shoppings voltaram sete anos no tempo devido à crise sanitária. Em 2020, o faturamento caiu 33%, batendo em R$ 129 bilhões, mesmo volume de 2013.

“Alguns analistas tinham falado que o setor ia levar cinco a seis anos para recuperar as vendas. Estamos vendo que isso vai acontecer em apenas dois anos”, destaca o presidente da Abrasce.

Raízen compra Payly da Cosan e lança unidade de serviços financeiros

A Raízen SA anunciou na segunda-feira (17) a criação de uma unidade de serviços financeiros a partir da aquisição da Payly, instituição de pagamento controlada da Cosan.

Na operação, a Raízen irá pagar à Cosan 78 milhões de reais referente à compra de 100% da Payly, livres de qualquer endividamento.

Segundo a Raízen, a aquisição representa o primeiro passo no desenvolvimento de sua unidade financeira, considerando que a Payly já provê tecnologia em serviços financeiros, possui time com sólida competência em soluções de tecnologia digital e aplicação em produtos financeiros e já opera regularmente como instituição de pagamento.

A Raízen disse ainda que sua unidade financeira proporcionará serviços como a oferta de conveniência e fidelidade ao cliente final e parceiros, inteligência de dados proprietários e fomento mercantil e captação de recursos de terceiros, potencializando valor na cadeia de negócios.

Quase 40% das indústrias trocariam rodovias por outro modal

Quase 40% das indústrias deixariam de usar as rodovias se houvesse outro tipo de transporte em bom estado de estrutura, revela pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na terça-feira (18). Segundo o levantamento, as ferrovias seriam a principal opção de escoamento da produção para 28,5% dos industriais.

De acordo com a pesquisa, o estado das ferrovias impede a troca. Atualmente, somente 8% das indústrias transportam a produção por trilhos. Desse total, 63% consideram o sistema ferroviário regular, ruim ou péssimo. Somente 31% dizem ser bom ou ótimo.

Sem a opção pelas ferrovias, 99% das indústrias usam os caminhões. Em algum momento, elas também recorrem ao transporte aéreo (46%) e portuário (45%). Em seguida, aparecem a navegação de cabotagem (13%) e hidrovias (12%).

De acordo com a pesquisa, o transporte é citado como o principal gargalo por 73% dos entrevistados. Em seguida, vêm energia (13%), saneamento (6%) e telecomunicações (5%). Segundo a CNI, o país atualmente investe apenas 0,65% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura de transportes. Para a entidade, seriam necessários investimentos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para modernizar a estrutura logística do país e torná-la adequada tanto ao escoamento interno de cargas, quanto às exportações e importações.

Segundo as empresas industriais, entre as principais razões para o setor trocar de meio de transporte estão a perspectiva de redução de custos (64%) e a maior agilidade para a entrega do produto (16%). Para 46% dos empresários, o custo representa o principal problema na logística e operação das empresas.

Entre os empresários entrevistados, 84% consideram o custo do transporte e da logística na indústria alto ou muito alto e 79% indicam o frete como principal custo logístico. Outros problemas relatados são o roubo de cargas (22%), a má condição dos modais (20%) e a má qualidade da frota (7%).

Caixa Pra Elas lança primeira ação de atendimento em São Paulo

A primeira ação de atendimento Caixa Pra Elas – Empreendedoras foi lançada na terça-feira (18) em São Paulo, em um shopping center do Brás, bairro que concentra o comércio de roupas e atrai compradores de todo o país, principalmente para operações de revenda.

Para esse público, em boa parte composto por mulheres, o estande do banco oferece, até o dia 26 deste mês, atendimento completo às mulheres, com produtos e serviços da Caixa Econômica Federal. O atendimento será das 8h às 16h.

Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as empreendedoras contam com ações de capacitação, orientações para o desenvolvimento do próprio negócio e formalização como microempreendedoras individuais (MEI), além de indicação de cursos e palestras sobre empreendedorismo.

Segundo a presidente da Caixa, Daniella Marques, o programa é voltado para todas as mulheres que querem empreender. “Queremos gerar oportunidade para que elas se capacitem, abram seu negócio. É uma oportunidade para quem tem vontade de crescer e decolar. Temos crédito para quem já é informal, ou autônoma. e quer ter fôlego para comprar mercadoria ou investir.”

Daniella disse também que o Caixa Pra Elas – Empreendedoras é um convite à formalização, já que, se abrir a MEI, depois de 12 meses, a pessoa terá acesso a programas de crédito com mais escala e juros mais baratos. “É isso que a gente quer estimular”, acrescentou a executiva, durante o lançamento da ação de atendimento nesta manhã, em São Paulo.

Lançado em agosto deste ano, o programa é aberto a qualquer mulher, de qualquer área. “Qualquer mulher pode pedir, se a mulher já trabalha como autônoma, como sacoleira aqui no Brás, por exemplo, ela pode se formalizar e vai ter acesso a um crédito a partir de R$ 1 mil. Se já é formalizada, nesta ação, ela tem parceria com o Sebrae, garantidor junto com a Caixa, tem o Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte], que é o programa em que o governo federal é o fiador, e tem 12 meses de carência”, explicou.

Nesta ação, a Caixa espera conceder R$ 1 bilhão em crédito para mulheres. “Desde o início, foram mais de 1 milhão de empresas assistidas. Para a mulher quer só começar e tem a vontade, está no Auxilio Brasil, quer fazer um curso para começar uma atividade, existe uma capacitação gratuita. Quando concluir o curso, ela vai acessar o crédito de R$ 1 mil. Temos R$ 1 bilhão disponível nesta ação. Mesmo que esteja negativada, o programa vai ajudá-la a sair desse ciclo de endividamento, começar a decolar e criar cada vez mais independência para ela e sua família”, destacou Daniela.

Também presente ao evento, a ministra da Mulher, Cristiane Brito, ressaltou que o projeto não é só mercadológico. “Estamos falando de tirar mulheres do ciclo de violência, falando de liberdade para aquela mulher cujo sonho é empreender, mas que nunca teve uma conta bancária. Muitas mulheres permanecem com uma pessoa, porque dependem economicamente, porque primeiro pensam na comida do filho. Se não tiverem autonomia, não conseguem agir”, afirmou.

Vendas da JHSF sobem em incorporação e shoppings no 3° trimestre

A JHSF divulgou na quarta-feira (19) alta de 12,4% nas vendas contratadas em incorporação imobiliária no terceiro trimestre ante um ano antes, para 375,2 milhões de reais.

A empresa, que também atua em setores como shopping centers e hotelaria, anunciou pela manhã sua prévia operacional para o período entre julho e setembro.

Em shoppings, as vendas consolidadas avançaram 13,1%, para 972,9 milhões de reais, enquanto na comparação com o mesmo período de 2019 o salto é 64,2%, mostram os dados.

As vendas em mesmas lojas nos shoppings cresceram 9,2% no terceiro trimestre frente um ano antes, enquanto o aluguel em mesmas lojas cresceu 10,5%. A taxa de ocupação nos empreendimentos ficou em 97,2% no terceiro trimestre deste ano, de 96,6%.

Nos hotéis operados pela JHSF, a taxa de ocupação cresceu 4,8 pontos percentuais em 12 meses, para 48,1%.

Skaf inicia ‘rebelião’ contra Josué Gomes na Fiesp três meses após deixar o cargo

Três meses depois de deixar a Presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf está se movimentando com um abaixo-assinado contra Josué Gomes, seu sucessor no cargo. Em conjunto com presidentes de sindicatos patronais que estão insatisfeitos com o tratamento recebido de Josué, Skaf está elaborando um documento a ser entregue à Fiesp na próxima sexta-feira, 21. O texto classifica a gestão de Josué como “ideológica”.

Fontes dizem que a questão pode ter um viés político. Skaf foi apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro (PSL), enquanto Josué é filho do ex-vice-presidente de Lula, José Alencar, que morreu em 2011. Mais recentemente, a ala mais à direita da Fiesp também criticou a decisão da entidade de divulgar um manifesto em favor da democracia, o que foi visto como um aceno favorável a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contra Bolsonaro.

Segundo apurou o Estadão, parte dos presidentes de sindicatos setoriais estaria insatisfeita com o tratamento recebido pela nova gestão. Alguns desses representantes de classe afirmaram sequer ter conversado com Josué Gomes desde sua eleição. No entanto, apesar desses problemas, há quem se refira à movimentação do ex-presidente como um “golpe na Fiesp”. A movimentação de Skaf foi noticiada inicialmente pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Uma fonte da Fiesp, que pediu anonimato, explicou que o que tem gerado insatisfação é a mudança na estrutura de poder na entidade, capitaneada pela gestão de Josué. Com isso, a federação trouxe de volta à Fiesp grandes industriais que tinham se afastado ao longo da gestão de Skaf. “Skaf está aliciando os sindicatos patronais pequenos para derrubar Josué. Ele está perdido, tentou cargos políticos e não conseguiu”, disse a mesma fonte. O ex-presidente da Fiesp foi candidato ao governo de São Paulo em 2018.

Uma fonte ligada ao assunto diz que Paulo Skaf reuniu mais de 70 assinaturas em seu abaixo-assinado, todos apoiadores de longa data de sua gestão, que se estendeu por 18 anos. A intenção, segundo apurou a reportagem, é pressionar para que Josué renuncie ao cargo. Isso porque o rito para um “impeachment” exigiria a convocação e aprovação em uma assembleia com todos os membros da Federação.

Esse poder de mobilização estaria ligado ao fato de que, ao longo de sua gestão, Skaf se manteve próximo aos pequenos sindicatos patronais, grande parte deles do interior do Estado. Uma fonte não descarta, porém, que Josué “entregue o chapéu” em uma eventual reeleição de Bolsonaro.

Randon tem alta de 23% na receita líquida em setembro

A fabricante de implementos rodoviários Randon disse na quinta-feira (20) que sua receita líquida consolidada foi de 1 bilhão de reais em setembro, alta de 23% contra um ano antes.

No acumulado do ano, a receita chegou a 8,3 bilhões de reais, avanço de 27,5%, segundo comunicado com dados mensais não auditados.

A Fras-le, empresa de autopeças controlada pela Randon, teve receita líquida consolidada de 286 milhões de reais em setembro, aumento de 24,8% contra um ano antes. Em 2022, foi a 2,3 bilhões de reais, crescimento de 21,8%, segundo comunicado paralelo.

Cosan conclui a aquisição de participação na Tellus Brasil e na Janus Brasil

Segundo comunicado divulgado, a Cosan concluiu a aquisição de participação adicional na Tellus Brasil e na Janus Brasil.

A operação também inclui as empresas que absorveram parte do patrimônio líquido da Tellus cindido através de reorganização societária aprovada após a assinatura dos SPAs.

A Cosan também realizou o pagamento de aproximadamente R$ 202,9 milhões, correspondente à 1° parcela do preço pelas ações. As quatro parcelas seguintes serão pagas de forma anual, corrigidas pela Taxa Selic até 2026.

Ontem, as ações da Cosan subiram 0,61%, a R$ 16,56. Nos últimos 365 dias, os papéis acumularam uma desvalorização de 22,39%, mas as estimativas consensuais obtidas pelo Investing.com Brasil apontam para um ganho potencial de 62,92% nos próximos 12 meses, para R$ 26,98.

SELIC

O mercado financeiro manteve o cenário para a taxa Selic neste e nos próximos anos por mais uma semana, em linha com as sinalizações dadas pelo Banco Central (BC). A projeção para o fim deste ano continuou em 13,75% pela 17ª semana consecutiva. Já a estimativa de 11,25% para o término de 2023 foi renovada pela sexta semana seguida.

Considerando apenas as 58 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%. Para o término de 2023, as 57 revisões feitas nos últimos cinco dias úteis não alteraram a mediana de 11,25%. Ainda conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 permaneceu em 7,75%, de 7,50% quatro semanas antes.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (24), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) teve deflação de 0,83% na segunda prévia de outubro, informou na quinta-feira (20), a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A queda dos preços é menor que a registrada no segundo decêndio de setembro, quando o índice havia recuado 0,91%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (24), a projeção para o IGP-M ficou em 7,01%, ante 7,55% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) consultados pelo jornal Folha de S. Paulo apontam que os segmentos de alimentação e bebidas já acumulam uma inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro. O índice corresponde à maior alta para os nove primeiros meses do calendário em 28 anos, ou mais precisamente, desde o início do Plano Real.

Segundo o jornal, algumas explicações para a alta dos preços seriam os extremos climáticos, que afetaram por exemplo a produção de verduras e legumes; a pressão dos custos dos insumos utilizados no campo e as cotações das commodities agrícolas, cuja situação foi agravada por conta da Guerra da Ucrânia.

“Em setembro, o grupo alimentação e bebidas até recuou 0,51% no IPCA. Foi a maior baixa desde maio de 2019 (-0,56%) e a primeira desde novembro de 2021 (-0,04%). Com o resultado, a inflação acumulada no ano desacelerou de 10,10% até agosto para 9,54% até setembro. No acumulado de 12 meses, a alta passou de 13,43% para 11,71%”, informa a reportagem.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (24), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,60%, ante 5,62% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontou uma retração de 0,8% na economia brasileira em agosto frente a julho, de acordo com informações divulgadas pela instituição na manhã de quarta-feira (19).

Em julho, o levantamento do Monitor revelou um crescimento de 0,6% na atividade econômica mensal, abaixo das projeções do Banco Central de crescimento de 1,17%.

Apesar da queda mensal, em relação ao mesmo mês do ano passado, a atividade econômica registrou crescimento de 3,7%. Na comparação trimestral, levando em conta o trimestre móvel encerrado em agosto, a alta foi menos expressiva, de 3,3%.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, a retração observada pelo Monitor do PIB-FGV está associada, sobretudo, a queda nos setores de serviços e indústria.

A especialista destaca que a maior parte das atividades de indústria e serviços registraram baixa no período da pesquisa. No entanto, o principal ponto de atenção é a retração no consumo das famílias.

“Dada a importância que o consumo tem apresentado em 2022, sendo considerado o principal responsável pelo bom desempenho da economia no primeiro semestre, sua retração em agosto sinaliza provável dificuldade de manutenção do crescimento na economia na segunda metade do ano”, comenta Juliana.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (24), a projeção para o PIB ficou em 2,76%, ante 2,71% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (17), o Ibovespa fechou em alta, quebrando uma série de cinco quedas, em movimento favorecido pela trajetória positiva em mercados acionários no exterior, enquanto MRV&Co tombou mais de 11% após declínio em vendas e expressivo consumo de caixa no terceiro trimestre. O índice Ibovespa teve alta de 1,5%, a 113.749,96 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,8 bilhões.

Na terça-feira (18), o Ibovespa fechou em alta, a guinada de Petrobras para o positivo, com ON e PN em alta superior a 2% no fechamento, mesmo com as perdas acentuadas registradas pelo petróleo na sessão, contribuiu para que o Ibovespa ampliasse ganhos e fechasse em alta. O índice Ibovespa teve alta de 1,87%, a 115.743,07 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,7 bilhões.

Na quarta-feira (19), o Ibovespa fechou em alta, pelo terceiro pregão seguido, apoiado principalmente em Petrobras, em dia de avanço do petróleo no exterior, embora o viés negativo em Wall Street tenho limitado os ganhos. O índice Ibovespa teve alta de 0,43%, a 116.245,72 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,8 bilhões.

Na quinta-feira (20), o Ibovespa fechou em alta, pelo quarto pregão seguido, descolado de Wall Street, em meio a expectativas relacionadas à corrida presidencial no país, com Banco do Brasil e Petrobras entre os maiores ganhos. O índice Ibovespa teve alta de 0,72%, a 117.114,84 pontos. O volume financeiro somou R$ 31,5 bilhões.

Na sexta-feira (21), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,92%, a 118.247,22 pontos. Tentando defender o nível dos 118 mil pontos. A melhora coincide com a mudança de sinal para cima das bolsas norte-americanas, bem como o avanço das cotações do petróleo. Aqui, as ações da Petrobras ganharam tração, subindo perto de 3%, enquanto as do Banco do Brasil têm ganho de cerca de 1,7%, impulsionadas, segundo analistas, por questões políticas. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 2,35%, a 119.928,79 pontos. O volume financeiro somou R$ 40,9 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (21), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,36%, cotado a R$ 5,1989 na venda. Em linha com melhora no humor internacional após notícias de que o Federal Reserve estaria debatendo eventual desaceleração do ritmo de aperto monetário. Mesmo assim, temores de altas de juro intensas demais nas principais economias continuavam no radar de investidores, bem como a escalada da incerteza política no Reino Unido.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (21) cotado a R$ 5,1480, abatido por movimento global de procura por risco em meio a esperanças de desaceleração do ritmo de aperto monetário do Banco Central dos Estados Unidos, enquanto a percepção de acirramento das eleições presidenciais brasileiras forneceu apoio adicional à divisa doméstica.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
24/10/2022