Cenário Econômico Nacional – 31/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 31/10/2022

Cenário Econômico Nacional – 31/10/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Guedes diz que Brasil pode crescer entre 3,5% e 4% por dez anos seguidos

Ao defender a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil pode crescer entre 3,5% e 4% por dez anos seguidos. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, da qual o chefe do Executivo participou, o chefe da equipe econômica também afirmou que as reformas devem continuar em um eventual segundo mandato de Bolsonaro.

“O Brasil pode crescer 3,5%, 4% por dez anos seguidos. As reformas vão seguir. E, agora, com mais força, porque o Congresso é de centro-direita. Nós tivemos muitos obstáculos. Nós estávamos colocando o Brasil nos trilhos, quando fomos atingidos pela pandemia. Nós saímos, apagamos o incêndio, voltamos para os trilhos e estamos seguindo”, declarou Guedes, ao lado dos ministros Fábio Faria (Comunicações) e Anderson Torres (Justiça) e do empresário Roberto Justus, que apoia Bolsonaro.

Analistas melhoram expectativas para inflação e economia em 2022 e 2023 no Focus

Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a melhorar as expectativas para a inflação e a economia neste ano e no próximo, mas a conta para a alta dos preços em 2024 voltou a subir, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (24).

A expectativa agora para a alta do IPCA é de 5,60% e 4,94% respectivamente em 2022 e 2023, de 5,62% e 4,97% previstos no levantamento anterior. Ambas as projeções seguem acima do teto da meta oficial.

O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Por outro lado, a estimativa para a inflação em 2024 subiu em 0,07 ponto percentual, alcançando 3,50%, mas dentro da faixa do objetivo, 3,0% também com margem de 1,5 ponto.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que as expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) melhoraram a 2,76% este ano e 0,63% no próximo, de 2,71% e 0,59% respectivamente na semana anterior. Para 2024 a projeção agora é de expansão de 1,80%, contra 1,70% antes.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que não houve mudanças no cenário para a taxa de juros, com a Selic calculada em 13,75% ao final deste ano e 11,25% em 2023.

Brasil registra déficit em conta corrente de US$ 5,678 bilhões em setembro, diz Banco Central

O Brasil registrou déficit em transações correntes de 5,678 bilhões de dólares em setembro, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 2,56% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central na segunda-feira (24).

No mês, os investimentos diretos no país alcançaram 9,185 bilhões de dólares.

Até o dia 19 deste mês, o fluxo cambial ficou negativo em 2,406 bilhões de dólares, disse ainda o Banco Central.

BNDES deve pagar mais R$ 45 bilhões da dívida com a União este ano

Após pressão do Ministério da Economia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu devolver de forma antecipada mais R$ 45 bilhões de sua dívida com a União ainda este ano. Outros R$ 24 bilhões serão devolvidos em 2023. As decisões foram tomadas esta semana, segundo executivo que acompanha as conversas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha cobrando as devoluções para ajudar a reduzir a dívida pública. Em paralelo, foi aprovada na última quinta-feira uma redução de R$ 40 bilhões no capital da BNDESPar, a empresa de participações do banco.

Procurado, o BNDES evitou mencionar os valores dos próximos pagamentos da dívida com a União, mas ressaltou que a definição das parcelas ainda não teve aprovação final do Ministério da Economia. “O novo cronograma de devoluções está em fase final de aprovação junto ao Ministério da Economia. Estima-se que nos próximos dias este será apresentado ao TCU. Assim que formalizado, o BNDES tornará pública a proposta”, informou o banco, em nota.

O pagamento de R$ 69 bilhões, na soma das duas parcelas, é o que falta dos aportes do Tesouro Nacional no BNDES que foram considerados irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). De 2008 a 2014, o banco recebeu cerca de R$ 440 bilhões, em valores nominais, como parte de “políticas anticíclicas” contra a crise financeira internacional. O TCU considerou parte desses aportes irregular em março de 2021 e determinou que a dívida fosse quitada de forma antecipada, mas o BNDES e o Ministério da Economia vinham jogando um “cabo de guerra” em torno do ritmo do pagamento.

Mais de uma vez, inclusive em discurso durante cerimônia para marcar os 70 anos da instituição de fomento, em junho, Guedes criticou o que considerava uma lentidão nos pagamentos antecipados.

Arrecadação federal é de R$ 166,28 bilhões em setembro

A União arrecadou R$ 166,28 bilhões em impostos em setembro, de acordo com dados divulgados na terça-feira (25) pela Receita Federal. Na comparação com setembro do ano passado, houve um crescimento real de 4,07%, descontada a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor é o maior desde 2000, tanto para o mês de setembro quanto para o período acumulado.

No acumulado do ano, a arrecadação alcançou R$ 1,63 trilhão, representando um acréscimo pela inflação de 9,52%. Os dados sobre a arrecadação de setembro estão disponíveis no site da Receita Federal.

Quanto às receitas administradas pela Receita Federal, o valor arrecadado, em setembro, foi de R$ 159,60 bilhões, representando um acréscimo real de 2,65%, enquanto no período acumulado de janeiro a setembro a arrecadação alcançou R$ 1,53 trilhão, alta real de 7,64%.

A alta pode ser explicada, principalmente, pelo crescimento dos recolhimentos do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre o lucro das empresas. Segundo a Receita, eles são importantes indicadores da atividade econômica, sobretudo o setor produtivo.

O IRPJ e a CSLL totalizaram uma arrecadação de R$ 28,42 bilhões, com crescimento real de 9,85% em relação ao mesmo mês de 2021. Esse resultado é explicado pelo acréscimo real de 13,28% na arrecadação da estimativa mensal de empresa não financeiras. Na apuração por estimativa mensal, o lucro real será apurado anualmente, sendo que a empresa está obrigada a recolher mensalmente o imposto, calculado sobre uma base estimada.

A Receita observa ainda que houve pagamentos atípicos de IRPJ e CSLL de, aproximadamente, R$ 2 bilhões, por empresas ligadas ao setor de commodities, associadas à mineração e extração e refino de combustíveis.

No acumulado do ano, o IRPJ e a CSLL totalizaram R$ 371,72 bilhões, com crescimento real de 20,48%. Esse desempenho é explicado pelos acréscimos de 82,41% na arrecadação relativa à declaração de ajuste do IRPJ e da CSLL, decorrente de fatos geradores ocorridos ao longo de 2021, e de 19,81% na arrecadação da estimativa mensal.

“Destaca-se crescimento em todas as modalidades de apuração do lucro. Além disso, houve recolhimentos atípicos da ordem de R$ 37 bilhões, especialmente por empresas ligadas à exploração de commodities, no período de janeiro a setembro deste ano, e de R$ 31 bilhões, no mesmo período de 2021”, informou a Receita.

Já as receitas extraordinárias foram compensadas pelas desonerações tributárias. Apenas em setembro, a redução de alíquotas de PIS/Confins sobre combustíveis resultou em uma desoneração de R$ 3,75 bilhões. No ano, chega a R$ 14,60 bilhões. Já a redução de alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados custou R$ 1,9 bilhão à Receita no mês passado e R$ 11,50 bilhões no acumulado de janeiro a setembro.

“Sem considerar os fatores não recorrentes, haveria um crescimento real de 9,02% na arrecadação do período acumulado e de 6,37% no mês de setembro de 2022”, informou o órgão.

Prévia da inflação, IPCA-15 sobe 0,16% em outubro, revela IBGE

Depois de dois meses consecutivos de deflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação do mês, referente a outubro, subiu 0,16%. No ano, o indicador acumula alta de 4,80% e de 6,85% nos últimos 12 meses. O recuo de 6,14% no preço dos combustíveis influenciou o resultado como ocorreu nos últimos meses. Os números foram divulgados no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os grupos, apenas os de Transportes (-0,64%), de Comunicação (-0,42%) e de Artigos de Residência (-0,35%) caíram em outubro. Nos Transportes, o motivo da queda tem relação com a retração nos preços dos quatro combustíveis: etanol (-9,47%), gasolina (-5,92%), óleo diesel (-3,52%) e gás veicular (-1,33%). Segundo o IBGE, o maior impacto negativo entre os subitens do IPCA-15 partiu da gasolina com alta de 0,29 ponto percentual (pp).

A pesquisa indicou, ainda, que a queda nos Transportes está abaixo da notada no mês anterior, quando caiu 2,35%. O maior impacto positivo individual (0,18 pp), em outubro, foi provocado pelas passagens aéreas, que aumentaram 28,17%, enquanto em setembro tinham subido 8,20%. Os reajustes de 12% em Fortaleza, a partir de 1º de setembro; e de 5% em Porto Alegre, a partir de 4 de outubro, contribuíram para o aumento em ônibus intermunicipal (0,42%), além das altas de emplacamento e licença (1,72%) e conserto de automóvel (0,64%). Estes dois subitens são de grande peso no grupo.

Ainda conforme a pesquisa, o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais (0,10 pp) foi o que provocou maior impacto entre as altas. Influenciados, principalmente, pela elevação nos planos de saúde (1,44%), os preços subiram 0,80% em outubro. “Essa aceleração foi influenciada por reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nos planos de saúde contratados antes da Lei nº 9.656/98 e com vigência retroativa desde julho. O aumento nos preços de itens de higiene pessoal (1,10%) também influenciou a alta no grupo”, informou o IBGE.

O Vestuário registrou a maior variação (1,43%) entre os grupos. Os destaques foram as altas de calçados e acessórios (1,82%), das roupas infantis (1,71%) e das joias e bijuterias (1%). Já as roupas masculinas (1,54%) e femininas (0,98%) apresentaram desaceleração ante o mês anterior.

Segundo o IBGE, a alta de Alimentação e Bebidas (0,21%), grupo que havia recuado em setembro, também explica a volta do índice geral para o campo positivo. Influenciada pelo aumento nos preços das frutas (4,61%), da batata-inglesa (20,11%), do tomate (6,25%) e da cebola (5,86%), a alimentação no domicílio subiu 0,14%. Em movimento contrário, o leite longa vida (-9,91%), o óleo de soja (-3,71%) e as carnes (0,56%) registraram quedas nos preços.

A alimentação fora do domicílio passou de 0,59% em setembro para 0,37% em outubro. Houve elevação na refeição de 0,44% em outubro, enquanto em setembro tinha sido de 0,36%. No entanto, o lanche, que teve variação de 0,94% nos preços em setembro, desacelerou e anotou alta de 0,23% em outubro.

Com o aumento de 0,07% da energia elétrica, o grupo Habitação teve alta de 0,28%. “Com a Lei Complementar 194/22, os serviços de transmissão e distribuição foram retirados da base de cálculo do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS) em alguns estados. Mas foram identificados casos em que houve continuidade da cobrança e, no IPCA-15 de outubro, ocorreram ajustes para compensar a retirada do ICMS, a fim de contabilizar na conta padrão o que foi cobrado dos consumidores”, disse o IBGE.

Maioria dos reajustes salariais em setembro repôs inflação

A maioria dos reajustes salariais negociados em setembro (75,1%) tiveram correção igual ou acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Os que ficaram abaixo da inflação, portanto, representaram 25%, sendo a menor marca desde junho de 2020. Os números constam no boletim Salariômetro – Mercado de Trabalho e Negociações Coletivas, divulgado mensalmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

O INPC acumulado nos últimos 12 meses ficou em 8,8%, mesmo índice do reajuste mediano. Em setembro, foram negociados 445 acordos. Cerca de 65% dos reajustes do ano ficam a uma distância de 1 ponto percentual, para mais ou para menos, da inflação calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período, foram feitas 15.336 negociações. O piso salarial mediano de setembro ficou em R$1.488. Nos últimos 12 meses, o valor mediano é R$ 1.459.

Entre os dados divulgados, a Fipe apresenta também a prévia do Salariômetro de outubro. A previsão é que o reajuste médio fique em 8,3%, sendo que 65,9% das negociações devem ficar acima do INPC. Até o fechamento do boletim, foram reunidos 85 instrumentos para o cálculo da prévia. Nesse sentido, os resultados preliminares podem se alterar com outras informações agregadas. Para a data-base de outubro, a inflação deve ficar em 7,2%.

De janeiro a setembro, o setor que teve maior reajuste mediano real por atividade foi a indústria de joalheria, com seis instrumentos e índice de 0,76% acima da inflação. Em seguida está o setor de vigilância e segurança privada, com 0,32% de ganho real. Na outra ponta da lista estão as empresas jornalísticas que, no ano, tiveram índice de reajuste mediano real de -3,92%.

O acompanhamento das negociações coletivas é feito por meio de acordos e convenções registrados no Mediador do Ministério da Economia.

A Fipe coleta os dados e informações disponíveis no sistema, tabula e organiza os valores observados para 40 resultados da negociação coletiva, reunidos em acordos e convenções, e também por atividade econômica e setores econômicos.

Copom mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano

A queda da inflação fez o Banco Central (BC) fez o Banco Central (BC) não mexer nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Em comunicado, o Copom informou que manterá os juros pelo tempo necessário para segurar a inflação e julgou o nível adequado para lidar com as incertezas sobre a economia brasileira. O órgão, porém, não descartou a possibilidade de novos aumentos caso a inflação não caia como o esperado.

A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a segunda vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

De março a junho do ano passado, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano passado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em setembro, o indicador fechou em 7,17% no acumulado de 12 meses. Esse foi o terceiro mês seguido de inflação negativa, por causa da queda do preço da energia e da gasolina.

Apesar da desaceleração recente, o valor está acima do teto da meta de inflação. Para 2022, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2022 em 5,8% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista dependendo da evolução do preço dos combustíveis no trimestre final do ano. A nova versão do relatório será divulgada em dezembro.

As previsões do mercado estão mais otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,6%. No início de junho, as estimativas do mercado chegavam a 9%.

Dívida Pública cai 0,51% em setembro e fica em R$ 5,75 trilhões

O alto volume de vencimentos de títulos vinculados à taxa Selic (juros básicos da economia) fez a Dívida Pública Federal (DPF) cair em setembro. Segundo números divulgados hoje (26) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 5,781 trilhões em agosto para R$ 5,752 trilhões no mês passado, recuo de 0,51%.

O Tesouro prevê que a DPF subirá nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2022 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) caiu 0,72%, passando de R$ 5,536 trilhões em agosto para R$ 5,496 trilhões em setembro. No mês passado, o Tesouro resgatou R$ 76,07 bilhões em títulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis prefixados (com juros fixos) e em papéis corrigidos pela taxa Selic (juros básicos da economia).

O resgate líquido foi parcialmente compensado pela apropriação de R$ 36,28 bilhões em juros. Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic subindo desde agosto do ano passado, a apropriação de juros aumenta.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 109,95 bilhões em títulos da DPMFi. Com o alto volume de vencimentos em setembro, os resgates somaram R$ 186,02 bilhões.

Diferentemente dos meses anteriores, a disparada do dólar em setembro não ajudou a reduzir o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 4,32%, passando de R$ 245,85 bilhões em agosto para R$ 256,47 bilhões em setembro. O principal fator foi a alta de 4,39% do dólar no mês passado.

Pelo terceiro mês seguido, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) caiu. Essa reserva passou de R$ 1,146 trilhão em agosto para R$ 1,031 trilhão no mês passado. O principal motivo, segundo o Tesouro Nacional, foi a concentração de vencimentos em setembro.

Atualmente, o colchão cobre 9,55 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,432 trilhão em títulos federais.

IGP-M tem queda de 0,97% em outubro com combustíveis e leite, diz FGV

As quedas nos preços de combustíveis e leite ajudaram o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) a registrar recuo em outubro de 0,97%, uma deflação acima do esperado.

Em setembro, o índice havia caído 0,95%, e o dado divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira (28) levou o IGP-M a acumular em 12 meses avanço de 6,52%.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,80%.

“No âmbito do produtor, os destaques foram óleo diesel (de -4,82% para -5,67%) e leite in natura (de -6,72% para -7,56%). Já no (índice ao consumidor), os destaques partiram de quedas menos intensas nos preços da gasolina (-3,74%) e do leite tipo longa vida (-8,26%)”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 1,44% no mês, de uma queda de 1,27% em setembro.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a subir 0,50% em outubro, de variação negativa de 0,08% no mês anterior.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,04% no período, de 0,10% antes.

O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Lula é eleito presidente do Brasil com 50,90% dos votos válidos

Luiz Inácio Lula Da Silva (PT) é eleito presidente do Brasil com 60.345.999 votos, o que representa 50,90% dos votos válidos dos eleitores brasileiros.

O segundo turno das eleições presidenciais apresentou 3,16% de votos nulos e 1,43% em branco.

As abstenções somam 32.200.558, ou seja, 20,58% dos eleitores não compareceram às urnas.

Tarcísio de Freitas é eleito governador de São Paulo

Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o novo governador de São Paulo, eleito no segundo turno das eleições neste domingo, 30. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 100% das urnas apuradas, Freitas teve 13.480.643, o que corresponde a 55,27% dos votos válidos.

Ex-deputado Roberto Jefferson está preso em Benfica

O ex-deputado federal Roberto Jefferson está preso no Presídio José Frederico Marques, também conhecido como cadeia de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. O parlamentar, que estava em prisão domiciliar, teve que retornar ao sistema penitenciário por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro do STF Alexandre de Moraes decidiu que Jefferson deveria voltar à prisão preventiva pelo descumprimento de medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais. Na última sexta-feira (21), em vídeo publicado na internet, Jefferson atacou a ministra Carmen Lúcia, referindo-se a ela com palavras de baixo calão.

Durante o cumprimento da decisão do STF no domingo (23), na casa de Jefferson, em Levy Gasparian, no interior do estado, o parlamentar reagiu à prisão, lançando uma granada e atirando contra a equipe da Polícia Federal (PF).

Dois policiais foram atingidos por estilhaços da granada lançada por Jefferson e tiveram ferimentos leves.

O mandado de prisão só foi concluído à noite, depois de uma intensa negociação entre a PF e o ex-deputado. Além do cumprimento do mandado do STF, a PF prendeu Roberto Jefferson em flagrante por tentativa de homicídio, segundo nota divulgada pela polícia.

Antes de ser encaminhado à cadeia de Benfica, Jefferson foi levado inicialmente à Superintendência da PF no Rio de Janeiro para a lavratura do auto de prisão em flagrante e outras formalidades referentes ao cumprimento do mandado de prisão.

“A Polícia Federal reafirma que agiu com toda a técnica e protocolos exigidos para a resolução de crises, culminando com a rendição do preso”, informa nota da PF.

Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio (Seap), Roberto Jefferson participará, ainda hoje, de uma audiência de custódia.

Gilmar e Barroso liberam volta de Paulo Dantas ao governo de Alagoas

Os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, assinaram três decisões distintas no sentido de liberar a volta de Paulo Dantas ao cargo de governador de Alagoas. O decano deferiu liminar revogando o afastamento imposto ao mandatário. Já Barroso determinou a suspensão não só do afastamento de Dantas do Executivo estadual, mas também de outras imposições feitas ao governador, como a proibição de manter contato com investigados e de acesso a determinados órgãos públicos. Os despachos tem validade até o Supremo julgar o mérito de pedidos feitos pela defesa de Dantas.

A decisão que afastou Dantas do governo de Alagoas foi dada pela ministra Laurita Vaz, do STJ, e abriu a segunda etapa da Operação Edema, com diligências cumpridas pela Polícia Federal no último dia 11. A investigação mira suposto esquema de ‘rachadinha’, desvio de salários, de servidores fantasmas da Assembleia Legislativa alagoana. O inquérito apura possíveis crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

A decisão de Gilmar foi dada no bojo de uma ação impetrada pelo PSB com pedido para que a Corte declare a impossibilidade de afastamento de governador do cargo não só nos 15 dias anteriores às eleições, mas também durante todo o período de eventual segundo turno. A liminar do decano assentou que a imunidade eleitoral vai até dois dias depois do segundo turno das eleições. Além disso, segundo o despacho, tal imunidade se aplica aos demais postulantes a cargos eleitorais majoritários.

O ministro indicou que a legislação proíbe a prisão de candidatos no período de 15 dias antes da eleição, salvo casos flagrantes ou de condenação irrecorrível, mas destacou que há ‘várias outras medidas constritivas da liberdade’, entre elas o afastamento cautelar. “A imposição de tão grave medida cautelar no período de quinze dias antes da realização das eleições tem o potencial de impactar ou desequilibrar de forma injustificada a livre manifestação das urnas, o que não deve ser admitido à luz dos princípios e parâmetros acima descritos de neutralidade, livre concorrência e paridade de armas eleitorais” indicou Gilmar.

Já Barroso, ao analisar uma reclamação feita pela defesa de Dantas, viu ‘dúvida razoável’ quanto à competência do STJ para supervisionar o inquérito instaurada contra o governador de Alagoas. Segundo o ministro ‘embora graves e reprováveis’, as condutas sob suspeita ‘não parecem estar relacionadas com as atribuições inerentes ao cargo de governador’.

Tarcísio afirma que dará crédito aos micros e pequenos empreendedores

O candidato do Republicanos ao governo do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que, se eleito, dará crédito aos micro e pequenos empreendedores e reduzirá a carga tributária sobre o setor. O candidato ainda defendeu investimentos em infraestrutura, capacitação profissional e a desburocratização.

“A nossa ideia é criar uma estrutura de crédito para que consiga trabalhar com menores taxas e maiores prazos, utilizando o Banco do Povo, o Desenvolve SP, em articulação com todo o sistema financeiro, além de um crédito orientado a bons projetos”, disse, em entrevista, na capital paulista.

“O investimento em infraestrutura também é fundamental porque melhora a competitividade e gera muito emprego”, acrescentou.

Tarcísio destacou ainda que pretende dar atenção especial à capacitação profissional e à assistência técnica destinada aos empreendedores. O candidato ressaltou que as medidas respeitarão as vocações econômicas de cada região do estado.

ICMS: União e estados não chegam a acordo, e STF pode prorrogar comissão que negocia regras

Após três meses de intensa negociação, a comissão criada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Gilmar Mendes para pacificar a aplicação de novas regras do ICMS ainda não conseguiu costurar uma solução para o impasse.

A negociação foi aberta depois que o Congresso aprovou e o presidente Jair Bolsonaro sancionou duas leis que alteram as alíquotas de ICMS que incidem sobre os combustíveis. O ICMS é um imposto estadual e, por isso, os governadores afirmam que as leis são inconstitucionais e que os estados precisam ser compensados por eventuais perdas de arrecadação.

A última reunião do grupo, formado por membros da União, do Congresso e dos governos estaduais e por especialistas independentes, está marcada para a próxima quinta-feira (03), após o feriado. Há expectativa, no entanto, de que o prazo tenha que ser estendido. A proposta foi feita pela União no encontro desta semana e não deve encontrar resistência dos estados.

“Esse prazo deveria ser estendido, já que ainda estamos longe de chegar a uma solução”, diz o secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Felipe Salto. Para ele, governo federal e Congresso geraram “uma enorme confusão no sistema tributário” que, agora, precisa ser corrigida.

Nas últimas semanas, a comissão ouviu economistas, tributaristas e especialistas em contas públicas, que participam da comissão como membros independentes. Os técnicos ouvidos foram unânimes em dizer que as mudanças no ICMS aprovadas pelo Congresso e sancionadas pelo presidente Jair Bolsonaro são inconstitucionais, já que violam a autonomia dos estados.

“Houve invasão de competência para tratar de alíquotas, o que torna essas normas francamente inconstitucionais”, afirmou o consultor tributário Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, durante reunião realizada no último dia 11.

Na mesma seção, a professora Misabel Derzi destacou que a redução de arrecadação poderá gerar “uma crise fiscal tão grave que os estados se colocam em estado de necessidade, sem meios de arcar com todas as suas obrigações”.

Turismo brasileiro fatura R$ 17,6 bilhões em agosto

O turismo nacional faturou R$ 17,6 bilhões em agosto deste ano, maior movimentação do setor para o mês desde 2015. No acumulado dos últimos 12 meses, houve aumento de 32,9%, de acordo com o levantamento mensal do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os segmentos, o destaque foi o transporte aéreo, com crescimento anual de 72,8%. Na comparação com o mesmo período de 2019, anterior à pandemia de Covid-19, o setor cresceu 19,9%.

De acordo com a FecomercioSP, a retomada da demanda pelas famílias por viagens e a inflação no setor foram fatores que impulsionaram o crescimento em 30,6% em agosto. No acumulado do ano, o crescimento ocorreu porque tanto as famílias quanto as empresas têm retomado o planejamento de viagens e movimentado toda a cadeia, de forma a aquecer segmentos de lazer e corporativo.

Segundo os dados, mesmo com o aumento de 50% das passagens aéreas em um ano, as vendas continuam subindo, com o número de passageiros transportados em agosto chegando a 7,29 milhões de pessoas. O número é 30% maior que o registrado no oitavo mês de 2021 e se aproxima dos 7,9 milhões contabilizados no mesmo período de 2019.

O grupo de meios de hospedagem e alimentação teve alta de 23,1%. Os transportes terrestres (ônibus intermunicipal, interestadual e internacional) e os trens turísticos e similares registraram um faturamento 16,8% maior. As demais elevações foram vistas nos grupos de atividades culturais, recreativas e esportivas (13,3%) e no transporte aquaviário (16,5%). De acordo com a pesquisa, a inflação para o turista subiu 24,35% em um ano.

A presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, disse que os resultados positivos são evidências da relevância que o turismo tem no orçamento familiar e das empresas, apesar da inflação. “A clara relação entre disponibilidade de recursos e realização de viagens e eventos deve ser levada em conta nas futuras políticas estaduais e federal para que os efeitos negativos da pandemia sejam substituídos por mais empregos e maior arrecadação”, afirmou.

Queda da arroba bovina e salto na exportação elevam margens de frigoríficos no Brasil

A combinação entre um recuo nos preços da arroba bovina, que já se desenhava ao longo do ano, com vendas externas da carne em atual patamar recorde formou uma conjuntura favorável à melhora de margens para os grandes frigoríficos do Brasil, conforme analistas ouvidos pela Reuters.

A situação só não é perfeita porque o volume de carne que vai para exportação corresponde a cerca de 30% da produção, o restante é consumido no mercado interno, e a demanda doméstica ainda patina, pressionada pela inflação e menor poder de compra.

“A margem dos frigoríficos que exportam melhorou sim”, disse o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres.

Ele ressaltou, porém, que a conversão destas margens em ganhos de lucro depende dos custos que cada companhia possui.

Nos cálculos da Scot, a média trimestral de preços do boi gordo, com base em São Paulo, vem em trajetória de baixa. A arroba esteve em 332,23 reais de janeiro a março, passando para 305,56 reais de abril a junho. E ainda recuou para 294,94 reais no terceiro trimestre. Até a última quinta-feira (20), a média para o quarto trimestre estava em 278,79 reais, conforme os dados.

Paralelamente, uma onda de compras chinesas de carne bovina do Brasil levou o país a patamares históricos nas vendas externas.

A China foi responsável por 52,8% das aquisições da proteína bovina brasileira em setembro, quando o país sul-americano renovou sua máxima histórica mensal nos embarques totais, a 231,4 mil toneladas. Neste mês, as vendas externas já superam outubro do ano passado.

O forte desempenho dos embarques deve aparecer como um ponto alto nos próximos balanços de companhias como Minerva, JBS e Marfrig, apesar das duas últimas terem como contrapeso um cenário mais adverso para as operações nos Estados Unidos.

“O recorde de exportações de carne bovina em agosto e setembro deverá favorecer o resultado do terceiro trimestre dos frigoríficos listados”, disse à Reuters a analista de agronegócios, alimentos e bebidas do BB Investimentos, Mary Silva.

“Acreditamos que a mais beneficiada tenha sido a Minerva, cujas operações de bovinos são majoritariamente exportadoras”, acrescentou a especialista.

Para ela, Marfrig e JBS, apesar de favorecidas pela operação no Brasil, também tendem a reportar uma queda de volumes e maior pressão de margens em suas unidades de bovinos nos EUA, em razão da elevação do custo do gado e potencial arrefecimento da demanda por carne bovina em meio à pressão inflacionária entre os norte-americanos.

“Então os resultados (para os frigoríficos) em termos de Brasil, do terceiro trimestre, devem vir bons e dos EUA devem vir ruins”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Rodrigo Brolo, considerando que as operações dos EUA pesam mais na composição dos balanços no caso de empresas como Marfrig e JBS.

Suzano anuncia aquisição do negócio de Tissue da Kimberly-Clark Brasil

A Suzano comunicou a celebração de contrato de compra com a Kimberly-Clark Brasil para a aquisição da totalidade das quotas detidas pela KC Brasil no negócio de Tissue. O valor do negócio não foi revelado.

Segundo comunicado, uma nova sociedade será titular dos ativos referentes ao negócio de fabricação, marketing, distribuição e/ou venda no país de produtos de bens de consumo (tissue), tais como papel higiênico, toalhas de papel, guardanapos, lenços, e outros produtos de papel, incluindo a propriedade sobre a marca Neve.

O principal ativo contemplado na operação refere-se a uma fábrica de produção de tissue, localizada no município de Mogi das Cruzes, no Estado de São Paulo, com capacidade anual de produção de aproximadamente 130 mil toneladas. Como parte do negócio, as demais marcas globais utilizadas atualmente pela KC Brasil serão licenciadas para a Suzano por prazo determinado.

Segundo a Suzano, “a operação está alinhada à estratégia de longo prazo de avançar nos elos da cadeia, representando complementaridade geográfica e ganhos de sinergia com seu atual negócio de bens de consumo (tissue)”.

A companhia informou ainda, em comunicado, que o negócio “não possui materialidade à sua alavancagem financeira e/ou endividamento”. A conclusão da operação está sujeita a condições precedentes comuns a esse tipo de transação, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Déficit na indústria de ponta sobe 28%

O déficit comercial da indústria de ponta no Brasil voltou a crescer neste ano. Os setores mais avançados no uso de tecnologia até registraram uma melhora nas exportações, mas as importações também avançaram, mantendo o saldo comercial no vermelho.

No primeiro semestre, a indústria de alta tecnologia acumulou déficit de US$ 21,1 bilhões, 28,6% acima do apurado entre janeiro e junho do ano passado (US$ 16,4 bilhões), de acordo com um levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). A diferença foi de US$ 4,7 bilhões (cerca de R$ 24,25 bilhões). Na indústria de média-alta tecnologia, o rombo cresceu ainda mais (34,6%), de US$ 28,6 bilhões para US$ 38,5 bilhões no mesmo período.

“O déficit nos setores de maior intensidade tecnológica reflete, claramente, um problema de competitividade do País, porque esses ramos têm mais etapas, com cadeias produtivas longas”, afirma Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi. “Com cadeias globais longas, as distorções existentes, como tributárias e de infraestrutura, se acumulam.”

A indústria de ponta é composta por vários setores, como automotivo, químico e eletroeletrônico, entre outros.

Nos demais segmentos, o Brasil colheu superávits comerciais de janeiro e julho. No setor de baixa e média-baixa tecnologia, o resultado ficou positivo em US$ 36,8 bilhões e US$ 49,2 bilhões, respectivamente. “Os ramos de menor intensidade tecnológica, em parte, estão associados à atividade primária exportadora”, diz Cagnin. Na indústria média, o superávit foi de US$ 7,5 bilhões.

São fatores conjunturais e estruturais que explicam um número mais negativo do resultado comercial para os setores de mais alta tecnologia. A alta dos preços globais – diante da desorganização das cadeias produtivas provocada pela pandemia – e o crescimento econômico acima do esperado contribuem para o aumento do peso da importação. As previsões mais recentes para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 já estão próximas de 3%. Na virada do ano, uma parte dos analistas chegou até a projetar uma leve recessão.

Vendas do Carrefour Brasil disparam 41,4% no 3º trimestre, com impulso de conversões de lojas

O Carrefour Brasil anunciou que suas vendas brutas do terceiro trimestre somaram 29,3 bilhões de reais, um salto de 41,4% ante mesma etapa do ano passado, refletindo sobretudo a contribuição de novas lojas.

A unidade brasileira do francês Carrefour também foi favorecida pelo continuado crescimento da sua unidade de atacarejo, Atacadão, cujas vendas totais de julho a setembro chegaram a 19,7 bilhões de reais, um aumento de 27,6% ano a ano. As vendas comparáveis cresceram 10,5% no Atacadão enquanto na bandeira Carrefour houve expansão de 15%.

O grupo abriu seis lojas de atacarejo no trimestre, elevando para 14 as inaugurações no acumulado dos primeiros nove meses de 2022. No ano até outubro, a empresa também converteu 15 lojas, que eram das marcas BIG e Maxxi. Com isso, agora prevê concluir 50 conversões até o final do ano, ou 40% das conversões planejadas, contra 30% inicialmente.

TotalEnergies se associa à Casa dos Ventos para atingir 12 GW de geração renovável no Brasil

A petroleira francesa TotalEnergies anunciou na quarta-feira (26) uma transação com a elétrica brasileira Casa dos Ventos que lhe permitirá desenvolver e operar conjuntamente um portfólio de projetos de geração renovável que deverá chegar a 12 gigawatts (GW) de potência.

A operação envolve a criação de uma joint venture com participação de 34% da Total e de 66% da Casa dos Ventos. Pelo negócio, a petroleira pagará contraprestação em dinheiro de 550 milhões de dólares (2,92 bilhões de reais) e até 30 milhões de dólares (159 milhões de reais) em earn-out para concluir a aquisição.

Além disso, a TotalEnergies terá a opção de adquirir uma participação adicional de 15% na joint venture após cinco anos.

A nova empresa nasce com um portfólio de mais de 6 gigawatts (GW) em empreendimentos de geração renovável que estão operacionais ou em fase avançada de desenvolvimento pela Casa dos Ventos, que é uma das principais empresas brasileiras de geração eólica e foi pioneira em prospecção desses recursos no país.

A Joint Venture terá o direito de adquirir projetos que ainda serão desenvolvidos pela Casa dos Ventos à medida que atingirem a fase de execução. Com isso, poderá crescer seu portfólio por meio de uma carteira adicional de pelo menos 6 GW, disseram as empresas.

Em nota, a TotalEnergies afirmou que apoiará a nova empresa acelerando o crescimento graças à sua presença global no mercado de PPAs (contratos de compra e venda) corporativos, seu poder de compra, experiência comercial e forte balanço patrimonial, permitindo que a joint venture melhore seus custos de financiamento.

“Com esta transação, a TotalEnergies adquire nada menos que uma posição de liderança no mercado brasileiro de energia renovável, um dos mercados comerciais mais dinâmicos do mundo”, disse Patrick Pouyanné, presidente e CEO da TotalEnergies.

“Este mercado enquadra-se na nossa estratégia de aproveitar o crescimento dos negócios desregulamentados de energia, que é crucial para a transição energética”, acrescentou Pouyanné.

O fundador e presidente da Casa dos Ventos, Mario Araripe, disse que a joint venture foi estruturada para maximizar as complementaridades e sinergias entre as empresas.

“Além de sua solidez financeira, a presença global da TotalEnergies contribuirá para a expansão de nossa carteira de clientes e aprimorará nosso conhecimento em novos campos da transição energética”, comentou Araripe.

Brasil bate recorde com 6,3 milhões de empresas inadimplentes, 30% do total

O número de empresas inadimplentes bateu recorde em setembro deste ano, de acordo com uma pesquisa da Serasa Experian obtida com exclusividade pelo UOL. São 6,3 milhões de empresas com dívidas atrasadas, maior número desde o início da série histórica em março de 2016. Os dados incluem pequenas empresas.

Hoje o Brasil tem 20,4 milhões de empresas, de acordo com o Mapa das Empresas do governo federal. Isto significa que cerca de 30% das empresas do país estavam inadimplentes até setembro deste ano.

Em janeiro deste ano, o número de empresas inadimplentes chegou a 6 milhões. O último recorde de empresas inadimplentes foi registrado em junho deste ano, com 6,2 milhões de empresas inadimplentes. O dado se manteve estável durante junho, julho e agosto.

A dívida atrasada total é de R$ 105,2 bilhões. A pesquisa da Serasa Experian considera como inadimplente a empresa que tem pelo menos uma conta vencida e não paga.

A pesquisa mostra que as empresas devem, em média, R$ 16.771,80 para os credores. Cada empresa deve, em média, para 7,1 credores.

O setor de serviços é o que lidera o ranking, representando 53,3% dos negócios negativados. Em seguida, aparecem o comércio (37,7%), indústria (7,8%), setor primário (0,8%), que é o responsável pela produção de matérias-primas, e outros (0,4%).

O indicador mostra que das 6,3 milhões empresas inadimplentes, 5,6 milhões são micro e pequenas empresas, um aumento de 5% em relação a setembro do ano passado.

Confiança da construção cai 0,8 ponto em outubro, informa a FGV

O Índice de Confiança da Construção (ICST), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentou queda de 0,8 ponto em outubro, na comparação com setembro. Com o resultado, o indicador recuou para 100,9 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Apesar da retração, o ICST se mantém acima do nível neutro (100 pontos).

O resultado foi influenciado principalmente pela piora da confiança dos empresários da construção brasileiros em relação ao futuro. O Índice de Expectativas recuou 2,5 pontos e chegou a 103,2 pontos, devido principalmente à queda do componente que avalia a demanda prevista. O Índice de Situação Atual, que mede a confiança do empresariado da construção no presente, por outro lado, cresceu 0,9 ponto e chegou a 98,6 pontos, o maior nível desde dezembro de 2013 (99,1 pontos).

A alta da confiança no presente foi puxada pela percepção sobre o volume da carteira de contratos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção caiu 0,9 ponto percentual, para 77,1%.

CNC projeta maior oferta de vagas temporárias desde o Natal de 2013

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê a contratação de 109,4 mil trabalhadores temporários no país para dar conta do aumento previsto para as vendas no varejo relativas ao Natal, estimado em 2,1%. Essa deve ser a maior oferta de trabalho temporário em 9 anos, quando, em 2013, foram abertos 115,5 mil postos.

A estimativa da CNC é que a taxa de efetivação seja de 11%, o que representa 3 pontos percentuais a menos do que em 2021.

Regionalmente, São Paulo (30,3 mil), Minas Gerais (12,2 mil), Paraná (8,9 mil) e Rio de Janeiro (8 mil) concentrarão 54% da oferta de vagas para o Natal deste ano. As previsões da CNC são baseadas em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“A conversão de vagas temporárias em efetivas em 2022 não deve ser tão expressiva quanto depois do Natal de 2021, quando chegou a 15%, porque, no ano passado, o varejo ainda estava repondo os postos que haviam sido fechados nas duas primeiras ondas de Covid-19”, disse o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Segundo a CNC, 97 mil trabalhadores temporários foram contratados em 2021, 46% a mais do que o registrado em 2020, o primeiro ano da pandemia da Covid-19. Dois meses antes dos Natais de 2020 e 2021, a circulação de consumidores no varejo ainda estava, respectivamente, 22,1% e 4,8% abaixo do nível pré-pandemia. Atualmente, o fluxo de consumidores nas lojas já é 3,1% acima do período imediatamente anterior ao início da crise sanitária.

Os maiores volumes de contrato devem se concentrar no ramo de hiper e supermercados, no qual a previsão é de abertura de 45,5 mil vagas temporárias, e no setor de vestuário, com 25,8 mil. “Se, por um lado, os hiper e supermercados, que são os segmentos que mais empregam no varejo, tem destaque no número absoluto de vagas, as lojas de roupas, acessórios e calçados são, historicamente, as mais beneficiadas pelas vendas natalinas”, disse o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.

Enquanto o faturamento do varejo cresce, em média, 34% no período de fim de ano, o setor de vestuário costuma registrar alta de até 90%.

SELIC

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na quarta-feira (26), manter a taxa Selic em 13,75%. Pela segunda reunião consecutiva, a autoridade optou por não mexer nos juros. A decisão foi unânime, ao contrário do encontro do último dia 21 de setembro, quando o ciclo de 12 altas seguidas na Selic, iniciado em março do ano passado, foi interrompido.

O BC avalia que a atual conjuntura ainda é incerta, volátil, e “requer serenidade na avaliação dos riscos”.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) teve deflação de 0,97% em outubro, após cair 0,95% em setembro, informou na sexta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).

Com o resultado, o índice acumula alta de 5,58% no ano e de 6,52% em 12 meses. Em outubro de 2021, o índice havia subido 0,64% e acumulava alta de 21,73% em 12 meses.

O índice é conhecido como “inflação do aluguel” por ser usado para reajustar grande parte de contratos do setor.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), a projeção para o IGP-M ficou em 6,42%, ante 7,01% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Depois de dois meses seguidos de deflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,16% em outubro, conforme divulgado na terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta do indicador, puxada pelo aumento nas tarifas de passagens aéreas e pelo reajuste nos preços dos planos de saúde, veio após dois meses seguidos de deflação. Pressionado pela queda nos preços dos combustíveis, o índice de agosto ficou em -0,73%, e o de setembro, em -0,37%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), os economistas aumentaram as estimativas do IPCA para 5,61%, ante 5,60% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

As projeções para o crescimento da economia brasileira em 2022 têm melhorado. De abril para cá, as expectativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) passaram de 0,8% para 2,8%, segundo relatório publicado neste mês. O número atual é ligeiramente superior à estimativa oficial do governo federal para o avanço do PIB, hoje em 2,7%.

Algo parecido ocorreu com as apostas de economistas no Brasil: segundo a mediana das previsões do mais recente relatório Focus do Banco Central, a expansão estimada para 2022 é de 2,76%. No começo do ano, esperava-se algo próximo de 0,3%, apenas.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (31), a projeção para o PIB ficou em 2,76%, ante 2,76% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (24), o Ibovespa fechou em queda, a bolsa paulista teve um dia de forte correção, a poucos dias do desfecho da corrida presidencial, com o Ibovespa caindo mais de 3% e as ações de estatais como Petrobras e Banco do Brasil desabando entre 9% e 10%. O índice Ibovespa teve queda de 3,27%, a 116.012,7 pontos. O volume financeiro somou R$ 30,7 bilhões.

Na terça-feira (25), o Ibovespa fechou em queda, descolado de Wall Street, com as ações da BRF capitaneando as perdas com um tombo de mais de 11%, enquanto o cenário eleitoral continuou pressionando os papéis da Petrobras. O índice Ibovespa teve queda de 1,20%, a 114.625,59 pontos. O volume financeiro somou R$ 34 bilhões.

Na quarta-feira (26), o Ibovespa fechou em queda, com agentes financeiros ajustando as últimas posições antes do desfecho da eleição presidencial no domingo e diante de um viés mais negativo em Wall Street. Balanços corporativos também repercutiram no pregão, com Weg disparando após resultado acima do esperado, enquanto Santander Brasil figurou entre as maiores quedas após frustrar as expectativas dos investidores. O índice Ibovespa teve queda de 1,62%, a 112.763,79 pontos. O volume financeiro somou R$ 28 bilhões.

Na quinta-feira (27), o Ibovespa fechou em alta, no penúltimo pregão antes do segundo turno da eleição presidencial no país, com um noticiário corporativo rico também ocupando a atenção. O índice Ibovespa teve alta de 1,93%, a 114.940,77 pontos. O volume financeiro somou R$ 30 bilhões.

Na sexta-feira (28), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,85%, a 113.667,83 pontos. Após a trégua da véspera, com o mercado volátil à espera do resultado da eleição presidencial no país no domingo (30). A temporada de balanços destacava números de empresas como Vale e Suzano, enquanto o cenário externo trazia pouco alento, com declínio de commodities como minério de ferro e petróleo e fraqueza dos futuros acionários em Wall Street. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,09%, a 114.539,05 pontos. O volume financeiro somou R$ 31 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (28), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,60%, cotado a R$ 5,3385 na venda. Em meio cautela externa com balanços corporativos e novos lockdowns na China no radar, além de incertezas às vésperas da eleição presidencial no Brasil no domingo (30). O ajuste no câmbio acompanha a valorização externa do dólar e dos retornos dos Treasuries em meio a quedas nas bolsas internacionais com balanços e dados que desagradaram e também dos preços do petróleo por preocupações com a demanda chinesa.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (28) cotado a R$ 5,3004, segundo operadores, a formação da taxa de câmbio no mercado à vista na sessão foi muito influenciada pelo tombo da divisa no mercado futuro, em razão de fatores técnicos típicos de encerramento de mês. Às vésperas da formação da última Ptax de outubro e da rolagem de posições.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
31/10/2022