Cenário Econômico Nacional – 07/11/2022

Cenário Econômico Nacional – 07/11/2022

Cenário Econômico Nacional – 07/11/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Projeção da inflação para 2022 varia de 5,60% para 5,61%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, teve variação positiva de 5,60% para 5,61% para este ano. É a primeira elevação na projeção, após 17 semanas de redução consecutiva.

A estimativa consta do Boletim Focus de segunda-feira (31), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2023, a projeção da inflação ficou em 4,94%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,50% e 3%, respectivamente.

A estimativa para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior 5%.

Em setembro, houve deflação de 0,29%, o terceiro mês seguido de queda no indicador. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,09% no ano e 7,17% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Setor público tem superávit de R$ 10,7 bilhões em setembro e dívida bruta cai a 77,1% do PIB

O setor público consolidado brasileiro registrou um superávit primário de 10,746 bilhões de reais em setembro, informou o Banco Central na segunda-feira (31), com a dívida bruta do governo mantendo trajetória de baixa, em nível observado no início da pandemia de Covid-19. O resultado primário do mês ficou ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, segundo pesquisa da Reuters, que projetava um superávit primário de 11,1 bilhões de reais no mês. Em setembro, a dívida bruta do país ficou em 77,1% do PIB, ante 77,5% no mês anterior e 82,3% em setembro de 2021. O patamar é o mais baixo desde março de 2020, quando o indicador estava em 77,0% e o governo iniciou uma série de despesas para o combate à crise sanitária.

A dívida líquida, por sua vez, foi a 58,3% em setembro, contra 58,2% no mês anterior.

O resultado primário acumulado em 12 meses alcançou um superávit de 181,358 bilhões de reais em setembro, o que corresponde a 1,93% do Produto Interno Bruto (PIB). No mês anterior, o saldo acumulado estava em 1,97% do PIB.

Os dados englobam as contas de governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência), Estados, municípios e empresas estatais e não inclui as despesas com juros.

O resultado primário de setembro foi influenciado pelo resultado positivo do governo federal e de Estados e municípios, enquanto o dado ficou no vermelho para as estatais.

O governo central apresentou um superávit de 11,113 bilhões de reais no mês. Governos regionais tiveram superávit de 321 milhões de reais, resultado de superávit de 3,253 bilhões de reais nos Estados e déficit de 2,932 bilhões de reais nos municípios. As estatais foram deficitárias em 688 milhões de reais.

No mês, o gasto com juros somou 71,364 bilhões de reais, contra 35,628 bilhões de reais no mês anterior e 54,952 bilhões de reais em setembro de 2021.

Com isso, o resultado nominal do setor público ficou em déficit de 60,618 bilhões de reais, estava negativo em 65,907 bilhões de reais em agosto e 42,018 bilhões de reais em setembro de 2021.

Inflação pelo IPC-S sobe para 0,69% em outubro

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou outubro com inflação de 0,69%. O resultado é superior ao de setembro: 0,02%. A informação foi divulgada hoje (1º), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Entre os principais responsáveis pela alta de um mês para outro figura o grupo de despesas com alimentação, que havia registrado deflação (queda de preços) de 0,29% em setembro e que passou a ter inflação de 0,74% em outubro.

Quatro grupos tiveram alta na inflação: habitação (passou de 0,40% em setembro para 0,58% em outubro), vestuário (foi de 0,38% para 0,73%), saúde e cuidados pessoais (de 0,59% para 0,85%) e despesas diversas (de 0,04% para 0,19%).

O item transportes continuou com deflação, mas a queda de preços foi menor porque passou de -2,63% para -0,19%.

Dois grupos tiveram queda: educação, leitura e recreação (de 4,36% para 3,07%) e comunicação, cuja deflação se acentuou, indo de -0,52% para -0,73%).

Banco Central vê redução da ociosidade, mas espera queda mais forte da atividade à frente

O Banco Central avaliou que houve uma redução recente do grau de ociosidade da economia brasileira, mas ponderou que o impacto defasado da política monetária aponta para uma queda mais forte da atividade econômica à frente.

“Houve alguma diminuição da ociosidade estimada desde sua última atualização”, disse o BC na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada na terça-feira (01).

“O Copom reforça que incorpora, em sua projeção, um aumento da ociosidade ao longo do horizonte de política monetária, como reflexo do ajuste monetário empreendido nos últimos trimestres.”

A ociosidade é um indicador que analisa a capacidade de ampliação da produção nacional considerando a estrutura produtiva instalada no país em dado momento. Uma redução da ociosidade pode indicar que a capacidade de produção está mais próxima de seu limite, o que pressionaria a inflação.

De acordo com o BC, os dados de atividade já indicam um ritmo de crescimento mais moderado na margem, com fatores que influenciam o crescimento em direções opostas.

“Por um lado, o ímpeto da reabertura da economia no setor de serviços e os estímulos fiscais ainda impulsionam o crescimento do consumo, embora esses impulsos devam arrefecer. Por outro, o impacto da política monetária e suas defasagens apontam para uma redução do ritmo da atividade econômica, que tende a se acentuar nos próximos trimestres”, afirmou.

A autoridade monetária ressaltou que o mercado de trabalho, que também pode indicar pressões adicionais sobre a inflação, seguiu se recuperando, mas em menor ritmo do que em meses anteriores.

Em relação ao efeito já observado após o aperto monetário, o Copom afirmou ter notado impacto em dados das concessões de crédito às famílias e no aumento moderado da inadimplência, com dinâmica que sugere retração da renda real disponível.

Na ata, o BC também demonstrou preocupação com o cenário fiscal do país em meio a uma ampliação de gastos permanentes do governo e incertezas sobre a condução das contas públicas em 2023, ressaltando que o cenário pode ampliar riscos e pressionar a inflação.

“O Comitê avalia que o aumento de gastos de forma permanente e a incerteza sobre sua trajetória a partir do próximo ano podem elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionem a demanda agregada e piorem as expectativas sobre a trajetória fiscal”, disse.

Balança comercial registra superávit de US$ 3,92 bilhões em outubro

O bom desempenho da safra de grãos e a recuperação das exportações de carne fizeram o superávit da balança comercial dobrar em outubro. No mês passado, o país exportou US$ 3,921 bilhões a mais do que importou, alta de 90% em relação ao registrado em outubro do ano passado, de US$ 2,064 bilhões. Esse é o terceiro melhor resultado para o mês, só perdendo para outubro de 2020 e de 2018.

De janeiro a outubro, a balança comercial acumula superávit de US$ 51,64 bilhões. Isso representa 11,7% a menos que o registrado nos mesmos meses do ano passado. Apesar do recuo, o saldo é o segundo melhor da história para o período, perdendo apenas para os dez primeiros meses de 2021, quando o superávit tinha fechado em US$ 58,504 bilhões.

No mês passado, o Brasil vendeu US$ 27,299 bilhões para o exterior e comprou US$ 23,378 bilhões. Tanto as importações como as exportações bateram recorde em outubro, desde o início da série histórica, em 1989. As exportações subiram 27,1% em relação a outubro do ano passado, pelo critério da média diária. As importações, no entanto, aumentaram em ritmo maior, 19,8% na mesma comparação.

No caso das exportações, o recorde deve-se mais ao aumento dos embarques do que dos preços internacionais das mercadorias e do que do volume comercializado. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu em média 14,4% na comparação com outubro do ano passado, enquanto os preços médios aumentaram 5,7%.

A valorização dos preços das mercadorias vendidas para o exterior poderia ser maior não fosse a queda do minério de ferro, cuja cotação caiu 33,9% na mesma comparação, e por produtos semiacabados de ferro ou de aço, cujo preço recuou 26%, por causa dos lockdown na China, que reduziram a demanda internacional.

Nas importações, a quantidade comprada subiu 6,7%, refletindo a recuperação da economia, mas os preços médios aumentaram em ritmo mais intenso: 11,1%. A alta dos preços foi puxada principalmente por adubos, fertilizantes, petróleo, carvão mineral e trigo, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Banco Central eleva estimativa de inflação em 2023 para 4,8% e passa a prever estouro do teto

O Banco Central informou que elevou de 4,6% para 4,8% a previsão para a inflação do ano que vem. Com isso, o Banco Central passou a prever o estouro do teto de meta no próximo ano.

Isso porque o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que a meta de inflação para 2023 é de 3,25% e, pela margem de tolerância, será considerada cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

As informações constam da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ocorrida na semana passada. Na reunião, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75%. O BC também alertou para a alta de gastos públicos.

Na ata do Copom, o Banco Central voltou a alertar para o aumento de gastos públicos, que se intensificou durante as eleições presidenciais, e a incerteza sobre a trajetória para as contas públicas a partir de 2023.

Por meio da chamada PEC Kamikaze, o governo concedeu uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição presidencial.

“O Comitê avalia que o aumento de gastos de forma permanente e a incerteza sobre sua trajetória a partir do próximo ano podem elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionem a demanda agregada e piorem as expectativas sobre a trajetória fiscal”, informou.

Rentabilidade de bancos deve continuar resiliente apesar de incerteza no cenário econômico, diz Banco Central

Os resultados do sistema bancário devem continuar resilientes apesar de incertezas no cenário econômico, após estabilidade no indicador de rentabilidade no primeiro semestre de 2022, apontou o Banco Central na quinta-feira (03).

Em seu Relatório de Estabilidade Financeira, que leva em conta dados do primeiro semestre deste ano, o BC mostrou que o lucro líquido do sistema foi de 138 bilhões de reais nos 12 meses encerrados em junho, 5% superior ao registrado em 2021 e 20% acima do observado nos 12 meses encerrados em junho de 2021.

“Após recuperação em 2021, a rentabilidade do sistema estabilizou-se próximo dos níveis pré-pandemia”, disse.

“Os resultados do sistema devem continuar resilientes, embora existam incertezas relativas ao cenário econômico no médio prazo.”

PIX Saque e PIX Troco registram mais de 2,2 milhões de transações em pouco mais de 10 meses de existência

Apesar do sucesso das transações feitas em PIX entre os brasileiros, as funcionalidades PIX Saque e o PIX Troco, que foram lançadas em novembro do ano passado, ainda têm registrado uma baixa adesão em comparação ao volume total de transferências via PIX.

Entre dezembro do ano passado e outubro deste ano, foram realizadas 2.247.157 transações das modalidades, movimentando um total de R$ 292,3 milhões, de acordo com os dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil.

Apenas em setembro, o sistema de pagamento instantâneo movimentou R$ 880,182 bilhões, em 1,921 bilhão de transações.

A movimentação das modalidades apresentou uma leve queda em comparação com o mês anterior, como é possível observar nas tabelas abaixo. Ainda assim, observar uma tendência de crescimento desde que foram lançadas.

Com as funcionalidades, os usuários podem fazer saques em estabelecimentos comerciais, não apenas em caixas eletrônicos. A questão é que a oferta destes produtos, no entanto, é opcional e depende de adaptação dos sistemas das lojas.

Capacidade de pagamento de famílias e microempresas piorou

A capacidade de pagamento dos tomadores de crédito piorou, em especial de famílias e microempresas, mesmo diante da recuperação econômica e do aumento do emprego. A avaliação é do Banco Central (BC), em seu Relatório de Estabilidade Financeira referente ao primeiro semestre de 2022.

No documento, a entidade alerta que o cenário ainda é de renda das famílias “cada vez mais comprometida com dívidas mais onerosas, como cartão de crédito e crédito não consignado”.

“A materialização de risco aumentou em razão de concessões mais arriscadas em trimestres anteriores. Nas microempresas, os ativos problemáticos aumentaram, a despeito do forte crescimento da carteira [de concessões de crédito]. Em relação às famílias, a materialização de risco cresceu de forma relevante em 2022 no crédito não consignado, no cartão de crédito e no financiamento de veículos”, diz a publicação.

Segundo o BC, a estimativa da qualidade das contratações para as microempresas ao longo do primeiro semestre ficou em nível inferior à dos períodos anteriores. Para as pessoas físicas, o crédito não consignado continua crescendo mais em operações de maior risco, sem garantia ou com garantia pessoal. No que tange a veículos, ainda predomina o financiamento de usados, com prazos mais longos.

“Nesse sentido, cresce a preocupação com o efeito de eventual frustração da atividade econômica sobre a materialização do risco de crédito. Diante de tal quadro, o Comef [Comitê de Estabilidade Financeira] reiteradamente tem avaliado ser importante as instituições financeiras continuarem preservando a qualidade das concessões”, diz.

Mesmo diante desse cenário, as análises do BC indicam que não há risco relevante para a estabilidade financeira e que as perdas estão sendo controladas. “Em linha com o contexto, as provisões [reserva monetária sobre riscos de crédito] aumentaram, e seu nível continua acima das perdas esperadas. A maior constituição de provisões manteve o grau de provisionamento em nível confortável para suportar as perdas esperadas com crédito”, explicou.

Apesar das maiores despesas com provisões, a rentabilidade do sistema bancário manteve-se estável no último semestre. O lucro líquido do sistema foi de R$ 138 bilhões no período de doze meses até junho de 2022, 5% superior ao registrado em 2021 e 20% acima do observado nos doze meses até junho de 2021.

“Em linha com as altas da Selic [taxa básica de juros], o aumento da margem de tesouraria tem compensado a redução da margem de crédito. Por um lado, a elevação da Selic aumentou o custo de captação, reduzindo a margem de crédito; por outro, elevou a margem com tesouraria. Na parcela dos resultados não dependente dos juros, as rendas de serviço cresceram em ritmo mais lento no primeiro semestre de 2022, mas os bancos têm conseguido manter os custos sob controle mesmo em um contexto de inflação elevada”, diz o relatório.

Preços de imóveis residenciais sobem menos que a inflação, mostra FipeZap

Os preços de venda dos imóveis residenciais subiram abaixo da inflação acumulada em 12 meses até outubro, segundo levantamento da FipeZap divulgado na sexta-feira (04).

No período, o preço médio de venda dos imóveis teve alta de 6,41% – já a inflação, medida pela prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou variação de 6,85%. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela FGV e usado para balizar reajustes de contratos de aluguel, também subiu mais que os preços de imóveis: 6,52% em 12 meses.

No mês de outubro, o preço médio do metro quadrado ficou 0,59% mais caro em relação ao mês anterior. Em setembro, a alta havia sido de 0,60%. Desde janeiro, a alta acumulada é de 5,35%.

Na comparação mensal, entre as capitais pesquisadas, apenas Brasília e Belo Horizonte tiveram queda nos preços, de 0,01% e 0,10%, respectivamente. Já a maior alta foi registrada em Vitória, de 3,05%, seguida por Manaus (2,02%) e Goiânia (1,59%).

Com alta de 3,03% na passagem de setembro para outubro, Balneário Camboriú, cidade no litoral norte de Santa Catarina, que teve a orla de sua praia central recentemente alargada, lidera o ranking de cidades com o preço médio por metro quadrado mais caro entre os locais pesquisados pela Fipezap: R$ 11.066.

A cidade aparece à frente de São Paulo, onde o preço médio ficou em R$ 10.129. Vitória completa a lista das cidades com o metro quadrado médio acima dos R$ 10 mil, a R$ 10.092.

Presidente do Republicanos diz que Tarcísio montará secretariado técnico em São Paulo

O presidente nacional do Republicanos, deputado federal reeleito Marcos Pereira (SP), disse em vídeo publicado na segunda-feira (31) que o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, montará um secretariado técnico para comandar o Estado que é a maior economia do país e reconheceu a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial.

Ex-ministro e aliado do presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula no pleito nacional, Tarcísio disputou o governo paulista pelo Republicanos, e não pelo PL, partido do atual presidente. Com a vitória, a sigla assume o segundo maior orçamento do país, atrás apenas do governo federal, e o Estado mais populoso.

“Nós vamos, com muita responsabilidade, não tenho dúvidas, que Tarcísio com muita responsabilidade vai montar um secretariado técnico e vai governar para todos, para os 46 milhões de brasileiros e brasileiras que vivem em São Paulo”, disse Pereira, que também é ligado à evangélica Igreja Universal do Reino de Deus.

Um dos aliados mais próximos de Bolsonaro, Tarcísio disse também nesta segunda em entrevista à TV Globo que não tem no radar chamar quadros que compuseram o governo Bolsonaro para ocuparem secretarias no governo paulista.

Tarcísio anunciou que o empresário Guilherme Afif Domingos coordenará a transição de governo pelo lado do governador eleito. Do lado do atual governo, comandado por Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado em primeiro turno na tentativa de reeleição, estará o atual secretário estadual de Governo, Marcos Penido.

A formação do secretariado de Tarcísio tem chamado a atenção de investidores e da população em geral, devido a especulações de que ele possa nomear bolsonaristas para sua equipe em São Paulo após a derrota eleitoral de Bolsonaro, e por causa dos projetos de concessões existentes no Estado e de sua promessa de privatizar a companhia de saneamento básico Sabesp.

Afif foi assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, e também ocupou o Ministério da Micro e Pequena Empresa no governo da petista Dilma Rousseff. Também foi vice-governador de São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin, eleito no domingo vice-presidente na chapa de Lula.

Além do Republicanos, PL, PTB, PSC, PMN e PSD fizeram parte da coligação de Tarcísio. O PSD, presidido pelo também ex-ministro no governo Dilma Gilberto Kassab, tem o agora vice-governador eleito Felicio Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos, no interior do Estado.

No vídeo que publicou nesta segunda, Pereira também reconheceu a vitória de Lula na eleição nacional e se colocou contrário a contestar o resultado das urnas, lembrando que sua sigla também elegeu nesta eleição o governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa, e os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF), além de 41 deputados federais.

“As urnas são soberanas. Não há porque duvidar dos resultados das urnas, não há porque questioná-los”, disse. “O Republicanos, na Câmara e no Senado, nós vamos ainda dialogar com os deputados e senadores, mas seguramente, pelo seu programa de governo, seguirá independente”, disse.

Centro e direita já se mobilizam para formar novos polos de poder

Encerrado o segundo turno da disputa presidencial de 2022, os atores políticos do centro e da direita que foram tragados pela polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscam agora alternativas para formar novos polos de poder.

Com o horizonte das eleições de 2024 (municipais) e 2026 (gerais), a direita fala em se reagrupar com o intuito de resgatar o eleitorado moderado perdido para o bolsonarismo em uma plataforma econômica liberal e o centro planeja uma reengenharia partidária para projetar novas lideranças fora da órbita do PT. O desejo de quebrar a polarização também mobiliza organizações e articulações da sociedade civil que buscam pontos de convergência e uma agenda além da defesa da democracia.

Com a promessa do ex-presidente Lula de não disputar a reeleição, o caminho natural para o PT seria construir um nome para sua sucessão dentro da sigla. No campo oposto, o bolsonarismo vai tentar manter sua hegemonia antipetista.

Após permanecer neutro no 2° turno, o União Brasil negocia formar uma federação com o PP. Esse consórcio teria mais influência na disputa pela presidência da Câmara e cargos nas comissões do Congresso, mas também entraria junto nas disputas municipais.

Em outra frente, PSDB, MDB, Podemos e Cidadania já traçam as primeiras linhas de um projeto de poder de quatro anos que passa por 2024, mas visa também construir uma alternativa eleitoral para 2026.

O nome que se destaca é o da senadora Simone Tebet (PMDB-MS), mas o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) e a eleita em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB-PE), também são lembrados. “É fundamental criar um polo político fora da polarização. A federação, se der certo, terá esse objetivo”, disse o tesoureiro nacional do PSDB, César Gontijo.

Apoiador de Lula no 2° turno, o ex-senador José Aníbal (PSDB-SP) avalia que o “campo democrático” vai procurar se entender sobre pautas para o País. “Hoje há uma frente de setores liberais e de centro que apoia o Lula, mas não está no horizonte que ela se integre ao PT”, afirmou o tucano.

Também apoiador de Lula ainda no 1° turno, o ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, que foi um dos autores do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), defende que esse campo busque construir uma plataforma voltada para a governança ambiental, social e corporativa, ou ESG na sigla em inglês.

“Tendo a democracia como pressuposto, a tarefa das lideranças agora é reunir os partidos que se identificam nessa agenda. Não é preciso ficar a reboque do PT. Nomes como Simone (Tebet) e Marina Silva (Rede) podem apresentar projetos próprios e se unirem.”

Fitch não vê mudanças na política macroeconômica sob Lula, mas agenda micro e fiscal serão chave

A Fitch Ratings disse na segunda-feira (31) que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais brasileiras provavelmente não resultará numa grande mudança na política macroeconômica do país, mas avaliou que essa perspectiva depende de sinais mais claros sobre sua agenda fiscal, enquanto a pauta microeconômica deve sofrer alterações sob o governo do petista.

“A continuidade ampla da política macroeconômica continua sendo nossa expectativa”, disse a agência em nota, destacando a tentativa da campanha de Lula de se aproximar do centro ao escolher Geraldo Alckmin, antes um forte crítico do PT, para integrar a chapa como vice. “A vitória de partidos conservadores nas eleições para o Congresso de outubro também podem colocar um freio em um programa econômico de esquerda”, avaliou a Fitch.

A agência também lembrou que há pouca probabilidade de mudanças no atual regime de política monetária do país sob Lula, já que o Banco Central agora é independente.

“No entanto, o Brasil enfrenta desafios fiscais e de crescimento. Estes já estão capturados em seu ‘rating’ soberano, mas a forma como são tratados influenciará a trajetória futura da classificação”, disse a Fitch.

A Fitch projeta que Brasil passará a mostrar déficit primário de 1,0% do PIB em 2023, após provável saldo positivo de 1,0% neste ano. O prognóstico de piora se deve à expectativa de redução cíclica de receitas, cortes de impostos e medidas de aumento de gastos, incluindo a provável extensão do Auxílio Brasil.

Brasil já começa a se reconectar com a política internacional

O mundo deu um sinal claro de que abraçou o Brasil, dos Estados Unidos à China, passando pela França, em que Emmanuel Macron foi um dos primeiros a se manifestar. Foi uma sequência de congratulações ao presidente Lula e à democracia brasileira. A demonstração é que o mundo estava com saudade do Brasil. E hoje só com Biden foram vinte minutos de conversa.

Na área climática, algumas sinalizações importantes. A embaixada da Noruega me confirmou que será desbloqueado o dinheiro do Fundo Amazônia. Junto com a Alemanha, o acordo serve para financiar projetos públicos e privados de preservação da floresta. São R$ 3 milhões congelados.

Durante a campanha, Helder Barbalho, governador do Pará, me disse que há R$ 1 bilhão que já foi negociado com os estados da Amazônia e que não pode ser liberado porque depende de uma assinatura do Itamaraty, que nunca veio.

O Brasil vai passar por um momento importante desta nova diplomacia na semana que vem, na COP 27, no Egito. O país ainda será representado oficialmente pelo governo de Bolsonaro, mas membros do novo mandato já estarão lá negociando.

Na área climática, os apoios são imediatos, mas todos pontos de vista mostram o Brasil se reconectando com o mundo. No governo Bolsonaro, o ministro Ernesto Araújo chegou a dizer que o Brasil poderia ser pária. O Brasil é muito grande para ficar isolado.

Ministro do STF derruba veto a despejos e determina garantia de abrigo a afetados

O ministro Luís Roberto Barroso negou uma nova prorrogação da decisão que suspendia os despejos durante a pandemia da Covid-19. O relator da ação determinou um regime de transição para as desocupações coletivas, com a criação de comissões de mediação e a garantia do poder público de que garantirá “moradia digna” para a população em situação de vulnerabilidade afetada.

A suspensão foi prorrogada por três vezes desde 2020 e estava em vigor até 31 de outubro. A ação coletiva foi movida pelo PSOL, o PT e organizações ligadas a movimentos de direitos humanos e moradia, que defendiam a extensão do prazo “enquanto perdurarem os efeitos da crise sanitária” ou ao menos por mais um semestre, com o argumento de que a população mais vulnerável ainda não se recuperou dos impactos econômicos da Covid-19.

Na decisão, Barroso destacou a “significativa melhora do cenário epidemiológico no Brasil, com o consequente arrefecimento dos efeitos da pandemia”, mas pontuou que ainda “é grave o quadro de insegurança habitacional” e que “a retomada das desocupações atinge parcela particularmente vulnerável da população” em um cenário de aumento da fome e aumento da população em condições de extrema pobreza.

A transição é exclusivamente voltada para ocupações informais, não para inquilinos de imóveis regularmente alugados, que estão sujeitos aos parâmetros da Lei do Inquilinato. Na decisão, Barroso fala em 188.621 famílias estão “na iminência das desocupações” e “se encontram justamente na parcela mais pobre da população”, o que inclui 153.715 crianças e 151.018 idosos, segundo dados citados da campanha Despejo Zero.

Mourão assume derrota, critica golpismo e fala em voltar ‘mais forte’ em 2026

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou na quarta-feira (02), que o golpe militar pedido nas ruas por apoiadores do governo deixaria o País “numa situação difícil” e que é preciso voltar “muito mais fortes” em 2026.

Em uma publicação no Twitter, o general disse que existe hoje um “sentimento de frustração” causado anos atrás quando “aceitamos passivamente” a “escandalosa manobra jurídica” que permitiu a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente eleito.

“Agora querem que as Forças Armadas deem um golpe e coloquem o País numa situação difícil perante a comunidade internacional”, comentou o militar.

Mourão propôs um manifesto que explicaria a força de movimentos à direita para “bloquear pautas puramente esquerdistas”.

“Está na hora de lançar um manifesto explicando isso e dizendo que temos força para bloquear as pautas puramente esquerdistas, além de termos total capacidade de retornarmos muito mais fortes em 2026. Precisamos viver para lutar no dia seguinte”, publicou.

O vice ainda citou frase atribuída ao ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill que recomenda “altivez na derrota”.

Eleito senador pelo Rio Grande do Sul, Mourão já instruiu servidores da vice-presidência a facilitarem os trabalhos da transição. Sem que Bolsonaro reconheça publicamente a vitória de Lula, o general já conversou com seu futuro sucessor, Geraldo Alckmin (PSB), no primeiro contato entre autoridades da linha sucessória.

Hamilton Mourão também ganhar a atribuição de passar a faixa presidencial a Lula, em 1º de janeiro. Sem parabenizar ou citar o rival, Jair Bolsonaro dá sinais de que deve insistir no confronto com o petista e abrir mão dos ritos solenes da posse do novo presidente.

Alckmin se reúne com relator para tentar adequar Orçamento a promessas de campanha

O vice-presidente eleito e coordenador da transição governamental, Geraldo Alckmin (PSB), se reuniu na quinta-feira (03) com o relator do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI) e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) para discutir a adequação da proposta orçamentária de 2023 a promessas de campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.

Também participarão da audiência o coordenador do programa de governo do PT, Aloizio Mercadante, os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN), Fabiano Contarato (PT-ES) e os deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG), Enio Verri (PT-PR), Rui Falcão (PT-SP) e Paulo Pimenta (PT-RS).

Dias, indicado como o coordenador do governo Lula para o Orçamento, disse na quarta (02), em entrevista à GloboNews, que a manutenção do pagamento do Auxílio Brasil em R$ 600 e um ganho real (acima da inflação) de 1,3% ou 1,4% no salário mínimo em 2023 estão entre os planos da gestão petista.

As promessas, no entanto, não estão previstas no projeto orçamentário enviado pelo governo de Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional. Castro já ressaltou que o Orçamento, do jeito que foi enviado pelo governo atual ao Congresso, não comporta as promessas da campanha petista.

“Todos nós sabemos que este é o orçamento mais restritivo da história. O orçamento veio com alguns furos, algumas deficiências, como por exemplo, a não correção da merenda escolar, não tem recursos para a farmácia popular, foram cortados recursos, por exemplo, da saúde indígena, dos imunobiológicos, das vacinas. É um orçamento que já é deficitário por si próprio”, afirmou Castro ao chegar para o encontro de quinta-feira (03).

Especialistas consideram que a negociação do orçamento de 2023 é um dos grandes desafios que a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, terá que enfrentar. Para eles, o texto elaborado até o momento foi baseado em indicadores distantes das médias do mercado, com cortes drásticos em áreas estratégicas, como saúde e educação, e não contemplou a maior parte das promessas de campanha do petista.

Ciro Nogueira e Paulo Guedes se reúnem com ministros do TCU para discutir transição de governo

Os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia) se reuniram na quinta-feira (03) com ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) para discutir a transição do governo Jair Bolsonaro para o governo do presidente eleito Lula.

Na última segunda (31), um dia após a vitória de Lula nas urnas, o TCU informou que iria acompanhar a transição. O tribunal criou um comitê, formado pelos ministros Bruno Dantas (presidente do TCU), Vital do Rêgo, Jorge Oliveira e Antonio Anastasia.

Após o encontro, Anastasia afirmou que há uma “grande receptividade por parte da equipe do atual governo” em fornecer as informações necessárias.

“Eu acredito que, assim, a transição vá ocorrer de maneira muito serena e tranquila”, acrescentou.

Segundo ele, o TCU irá atuar para que as informações “fluam de maneira oportuna, no tempo adequado e que sejam de fato aquelas que foram solicitadas”.

Paralelamente à reunião dos ministros do atual governo com os integrantes do TCU, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin fará reuniões nesta quinta-feira em Brasília para discutir a transição.

No Congresso, por exemplo, Alckmin se reuniu com o relator do Orçamento da União, senador Marcelo Castro (MDB-PI). À tarde, o vice-presidente eleito se reunirá com o ministro Ciro Nogueira.

O prazo de funcionamento do comitê do TCU será de 90 dias. A função do grupo será acompanhar:

  • todos os atos da transição;
  • o compartilhamento de informações;
  • analisar eventuais reclamações de sonegação de informações por parte do atual governo.

Um processo também foi aberto para acompanhar e consolidar os resultados do trabalho do comitê. O processo será relatado pelo ministro Antônio Anastasia.

Em nota, o presidente do TCU, Bruno Dantas, afirmou que o tribunal tem “larga tradição na fiscalização do cumprimento da lei”.

Aras recorre para tentar restabelecer afastamento do governador de Alagoas

A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão que revogou o afastamento do governador de Alagoas Paulo Dantas (MDB).

O ministro Gilmar Mendes, relator do processo no Supremo, fundamentou a decisão no princípio da imunidade eleitoral, que limita a imposição de medidas cautelares aos candidatos no auge da campanha.

A decisão deixa expresso que a prerrogativa vale a partir dos 15 dias que antecedem o primeiro da eleição até as 48 horas seguintes ao término do eventual segundo turno.

O procurador-geral da República Augusto Aras afirma que o afastamento deveria ter sido suspenso temporariamente, pelo prazo reconhecido na decisão, e não completamente revogado.

Aras afirma que a imunidade eleitoral não é “absoluta” e sim uma “restrição temporal e circunstancial”. “Para se conformar com o novo sentido dado à cláusula de imunidade eleitoral pelo Relator, a decisão referida haveria de ter os seus efeitos suspensos durante o processo eleitoral, voltando a viger 48 horas após o término do segundo turno”, diz um trecho do embargo.

Paulo Dantas foi reeleito no segundo turno com 52,49% dos votos válidos. Ele havia sido afastado até o final do mandato atual por ordem do Órgão Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em uma investigação sobre um suposto esquema de “rachadinha” quando ainda era deputado estadual.

Correção do IR vira impasse entre Lula e Centrão

Prometida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, a correção da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para R$ 5 mil virou tema tabu nas negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição. Ninguém quer falar sobre a promessa de campanha na equipe.

Os integrantes do time de Lula, que participaram ontem da primeira reunião de transição no Congresso, evitaram discutir o tema com a justificativa de que o assunto será tratado somente depois, podendo ficar para o ano que vem, já com o petista na cadeira presidencial.

“Não tratamos (na PEC) da tabela do Imposto de Renda”, disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que participou da reunião da equipe de transição com o relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI). “Isso não dá tempo (para negociar agora)”, afirmou o deputado Enio Verri (PT-PR), que comanda a bancada do PT na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Parlamentares do Centrão tentam articular a votação de projeto que corrige a faixa de isenção para R$ 5,2 mil de uma única vez, enquanto a estratégia petista é fazer o ajuste da tabela ao longo do tempo para poder implementar outras medidas alternativas, como a desoneração da folha de salários (corte dos encargos cobrados sobre os salários dos funcionários) com uma reforma ampla do IR.

O Estadão apurou que o time de Lula estava também fazendo um modelo de desenho de correção da tabela do IRPF que possibilite reduzir o imposto a pagar de quem ganha R$ 5 mil sem necessariamente ampliar tanto a faixa de isenção. Uma engenharia complexa que exige tempo, muitas contas e uma visão integrada da reforma do IR, muito diferente de uma simples correção da faixa de isenção.

Cálculos apontam que as propostas de correção da tabela do IRPF podem levar a uma renúncia de receita entre R$ 108 bilhões e R$ 195 bilhões.

Confiança do empresário cai 3,3 pontos em outubro, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 3,3 pontos em outubro deste ano, na comparação com setembro. Com o resultado, o indicador chegou a 98,2 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, e atingiu o menor nível desde maio deste ano (97,4 pontos).

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos empresários brasileiros de quatro setores pesquisados nas sondagens da FGV: indústria, serviços, comércio e construção.

O Índice de Situação Atual Empresarial, que mede a percepção sobre o presente, caiu 2,7 pontos e chegou a 99,3 pontos. Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, perdeu 4,2 pontos e atingiu 95,9 pontos.

Os quatro segmentos da economia tiveram queda na confiança: indústria e comércio (-3,8 pontos), serviços (-2,6 pontos) e construção (-0,8 ponto).

Agronegócio espera diálogo com governo e pacificação do país, diz Abag

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) fez nesta segunda-feira uma lista de expectativas em relação à nova gestão federal, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição para a Presidência, citando diálogo entre a iniciativa privada e o governo, e pacificação do país.

O setor, que respondeu por uma parcela significativa de apoio ao presidente e candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL), deve contar com uma agenda que inclui agricultura regenerativa, produção sustentável e combate ao desmatamento ilegal, segundo comunicado da associação.

“A expectativa para o governo democrático é a pacificação do país, a implantação de uma política econômica que leve um crescimento equilibrado dos diferentes setores e a integração entre a iniciativa privada e o poder público para a continuidade de políticas públicas em prol de um agronegócio pujante, produtivo, sustentável e capaz de contribuir para a erradicação da insegurança alimentar no mundo, provendo o país de comida e energia de qualidade”, disse a entidade.

Na segunda-feira (31), diversos Estados importantes para a produção agropecuária do país, como Paraná e Mato Grosso, tiveram bloqueios nas estradas por caminhoneiros insatisfeitos com o resultado das urnas.

A Frente Parlamentar Agropecuária chegou a pedir a passagem para produtos básicos, cargas vivas e ração nas estradas, no intuito de limitar o impacto para o setor.

A Abag não comentou especificamente sobre os protestos.

A entidade destacou, no entanto, que serão necessários a retomada da diplomacia para tratar das questões da geopolítica global, defendendo os interesses nacionais.

“O combate consistente ao desmatamento de áreas ilegais nos biomas brasileiros, especialmente na Amazônia; a consolidação de políticas ambientais de proteção à biodiversidade; o estímulo das atividades sob responsabilidade do setor privado; e o diálogo incessante entre os entes privados e o governo para formação de políticas adequadas para a competitividade do agro nacional”, acrescentou.

As perspectivas ainda citam reformas administrativa e tributária, no intuito de reduzir “custo Brasil”, e apoio a mecanismos de financiamentos para custeio e investimento destinados ao produtor rural.

A Abag também acredita que será necessário empenho para aumento significativo dos recursos a serem empregados na infraestrutura de transporte da safra e a armazenagem de estoques reguladores.

“Suprimento sustentável de fertilizantes e outros insumos necessários à maior produção e produtividade agrícola, segurança jurídica no campo, combate à criminalidade dentro do meio rural, campanhas de combate às injustas críticas recebidas pelo competente agronegócio brasileiro, interna e externamente.”

“Estas são, em síntese, as principais expectativas da Abag – Associação Brasileira do Agronegócio em relação às iniciativas do governo eleito”, enfatizou.

Indústria do Brasil perde força em outubro pelo 5º mês seguido, mostra PMI

A contração no volume de encomendas recebidas diante da demanda fraca levou o crescimento da indústria brasileira a perder força pelo quinto mês seguido em outubro, apesar da melhora do cenário inflacionário, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

A S&P Global informou nesta terça-feira que seu PMI de indústria do Brasil caiu a 50,8 em outubro de 51,1 em setembro. O índice permaneceu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração, mas registrou o nível mais fraco na atual sequência de oito meses de expansão.

“A notícia mais positiva veio das medidas de preços. As pressões inflacionárias se dissiparam em outubro”, disse a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima. “Mas a demanda por bens brasileiros piorou em outubro, caindo pela primeira vez em oito meses apesar de as empresas terem reduzido os preços cobrados.”

O subíndice de novas encomendas, com maior influência para o PMI, foi o que mais pesou para o resultado do mês, com a primeira contração em oito meses, ainda que modesta. Segundo os participantes da pesquisa, o motivo foi a demanda fraca.

Ao mesmo tempo, as novas encomendas de exportação recuaram pelo oitavo mês seguido, e a um ritmo sólido, segundo a S&P Global.

Mas apesar disso, os fabricantes brasileiros continuaram em outubro a aumentar os volumes de produção, ainda que a uma taxa modesta, similar àquela vista em setembro.

O cenário relativo aos preços, entretanto, foi mais favorável. Em contraste aos fortes aumentos vistos durante a maior parte dos últimos três anos, os custos de insumos caíram em outubro, na primeira redução desde outubro de 2014 e a mais forte em quase 13 anos e meio.

Segundo a pesquisa, os motivos para isso foram os preços mais baixos das commodities, bem como cortes de impostos de combustíveis e energia.

As empresas transferiram isso para seus clientes por meio da redução dos preços cobrados, a primeira em quase cinco anos e meio e a mais forte desde agosto de 2009, em uma tentativa também de atrair a demanda.

A compra de insumos, no entanto, caiu em outubro, após cinco meses de alta, devido a fraqueza da demanda, estoques suficientes e necessidades menores de produção. Ao mesmo tempo, os estoques de matérias-primas e itens semiacabados subiram a uma taxa forte.

Já o emprego na indústria aumentou no início do quarto trimestre pelo oitavo mês seguido, com as empresas citando reposição de vagas abertas.

Vale fecha acordos no Oriente Médio para “hubs” de produtos de baixo carbono para siderurgia

A Vale anunciou na terça-feira (01) a assinatura de três acordos para desenvolver complexos industriais (“mega hubs”) no Oriente Médio para fabricar produtos de baixo carbono para a indústria siderúrgica.

Segundo a mineradora, as parcerias foram fechadas com autoridades locais e clientes no Reino da Arábia Saudita, nos Emirados Árabes Unidos e no Sultanato de Omã.

As partes irão cooperar no desenvolvimento desses mega hubs com o objetivo de produzir “hot briquetted iron” e produtos de aço para suprir os mercados locais e transoceânico, com redução significativa das emissões de CO2.

Espera-se que a Vale construa e opere as plantas de concentração e briquetagem de minério de ferro nos hubs, enquanto os parceiros locais deverão promover a construção da infraestrutura logística necessária. Já investidores e clientes devem construir e operar plantas de redução direta, além de comprar HBI para os mercados de exportação e doméstico.

“Com essa iniciativa, a Vale vai garantir a disponibilidade de produtos aglomerados de alta qualidade e promover a expansão da indústria do aço com baixa emissão de CO2”, disse o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, em nota.

“Nós vemos um grande potencial na rota de redução direta, com a demanda transoceânica por esses produtos aglomerados de alta qualidade crescendo 100 milhões de toneladas nos próximos 15-20 anos”, acrescentou Marcello Spinelli, vice-Presidente executivo de Ferrosos da Vale.

Spinelli destacou ainda a aposta no Oriente Médio, com “preços competitivos de energia, localização estratégica e a mentalidade empreendedora”.

Comerciantes esperam aumentar faturamento com artigos para a Copa

No maior comércio popular de São Paulo, a região da 25 de março, os comerciantes dizem que as vendas de itens para a Copa do Mundo do Qatar ainda estão fracas, mas a expectativa é que aumentem nos próximos dias. A Copa de 2022 terá início no dia 20 de novembro.

Proprietário de uma loja especializada em artigos esportivos, João Abdala afirmou que não vê muita movimentação para a compra de artigos para o Mundial.

“A nossa expectativa é que as vendas comecem a engrenar a partir do final dessa semana, passando esse feriado, acredito que o assunto comece a ser um pouco mais falado, junto com a convocação [da seleção] na semana que vem. Esperamos que as pessoas voltem a comprar como compravam nas últimas Copas”, disse.

Para ele, as eleições podem ter atrasado as vendas. “Este ano está um pouco mais, vamos dizer, atrasado. Está muito próxima a Copa e ainda não teve tanta movimentação, provavelmente devido às eleições, mas agora, as eleições passando, a gente espera que as vendas se intensifiquem bastante”.

Com a proximidade do Mundial, Abdala vende, principalmente, bandeiras e camisas oficiais licenciadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que custam, em média, R$ 300.

“Esperamos vender cerca de 80% do que vendemos na última Copa, já é menor a expectativa, porque essa alocação do evento para o fim do ano mexeu com o que as pessoas já estavam acostumadas. Sendo realista, não vai ser tão bom quanto as últimas, mas vamos trabalhar muito para superar.”

Vendas de carros caem quase 7% em outubro e 5% no ano

As vendas de veículos novos somaram 180,9 mil unidades em outubro, resultado 6,7% menor do que o do mês anterior. Foi a segunda queda seguida após o melhor resultado mensal do ano obtido em agosto, de 208,6 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos no País.

Em relação a igual mês do ano passado, as vendas aumentaram 11,5%. No acumulado do ano, somam 1,65 milhão de unidades, queda de 5% em relação aos números do mesmo período de 2021.

Falta de semicondutores para algumas marcas – e consequentemente de alguns modelos, juros altos para financiamento e expectativas em relação aos resultados das eleições podem ter afastado os consumidores das concessionárias no mês passado.

Os dados do mercado são preliminares. Esse resultado pode dificultar o setor a atingir a meta de encerrar o ano com vendas totais de 2,14 milhões de veículos previstos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No mês passado, o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, ressaltou que para chegar a esse número seriam necessárias vendas médias mensais de 212 mil unidades no último trimestre do ano.

Produção industrial cai 0,7% em setembro, diz IBGE

A produção industrial caiu pelo segundo mês consecutivo, e em setembro registrou queda de 0,7%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 0,4%, mas no acumulado do ano o recuo é de 1,1% e nos 12 meses de 2,3%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa mostrou que 21 dos 26 ramos industriais pesquisados apresentaram queda. Segundo o IBGE, com esses números, o setor está 2,4% abaixo do patamar pré-pandemia em fevereiro de 2020 e 18,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

Para o gerente da pesquisa, André Macedo, é possível dizer que há uma redução no ritmo da produção industrial. “Isso fica bem evidenciado não apenas nesses 2 meses de queda em sequência, mas também na maior frequência de taxas negativas nos últimos 4 meses, com três variações negativas. Com esses últimos resultados e um perfil bem disseminado de recuo na produção em setembro de 2022, entendemos que houve perda no ritmo da produção nos últimos meses”, explicou.

Entre as atividades, a maior influência negativa ocorreu na indústria de produtos alimentícios (2,9%), seguida por metalurgia (7,6%) e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (2,6%). Houve recuos também em bebidas (4,6%) e produtos de madeira (8,8%).

O pesquisador acrescentou que os produtos alimentícios tiveram 2 meses consecutivos com queda na produção, somando recuo de 6,1%. Macedo ponderou que nos 3 meses anteriores aos dois recuos, a atividade registrou avanço de 6,7% de forma acumulada. “Produtos derivados de soja, açúcar e carnes de aves são itens importantes no entendimento dessa queda no setor alimentício em setembro”, informou.

Expansão do setor de serviços do Brasil acelera em outubro com demanda forte, mostra PMI

A atividade de serviços do Brasil ganhou impulso da demanda e cresceu em outubro no ritmo mais forte em três meses, embora o cenário inflacionário tenha pesado, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Em outubro, o PMI de serviços brasileiro subiu a 54,0 de 51,9 em setembro, de acordo a pesquisa da S&P Global, atingindo o patamar mais forte desde julho graças ao aumento no volume de novos pedidos. A marca de 50 separa crescimento de contração.

“Houve sinais de recuperação no setor de serviços brasileiro à medida que avançamos para o final de 2022, com a demanda mostrando uma resistência considerável apesar de outro aumento nos custos de produção”, afirmou a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima.

“Após três meses consecutivos de desaceleração, a pesquisa PMI indicou maior expansão em novos negócios e na produção”, completou.

A força da demanda, a conquista de novos clientes e eventos maiores foram citados como razões para a recuperação das vendas.

Isso ajudou na criação de vagas de trabalho, e o emprego aumentou pelo 17º mês consecutivo, a uma taxa acentuada que superou a registrada em setembro.

Também ajudou a avaliação entre os prestadores de serviços de que o volume da atividade de negócios será maior até outubro de 2023.

O nível geral de confiança ficou em outubro acima da média histórica, fundamentado por investimentos, esforços de marketing, oferta de novos serviços e estabilidade política após as eleições.

O ponto negativo veio da inflação. As despesas operacionais continuaram aumentando, mas a redução dos custos de energia e combustíveis ajudou a taxa de inflação geral a cair para o nível mais baixo em 26 meses.

No entanto, ao contrário da tendência dos preços de insumos, houve reaceleração na taxa de inflação dos preços cobrados, uma vez que as empresas procuraram transferir os recentes aumentos de custos para seus clientes.

A força do setor de serviços impulsionou o índice de produção do setor privado brasileiro, compensando a perda de força da indústria em outubro. Assim, o PMI Composto do Brasil subiu a 53,4, de 51,9 em setembro, que havia marcado o nível mais baixo em oito meses.

Os dados foram coletados entre 12 e 26 de outubro de 2022.

SELIC

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá manter ainda por um bom tempo a taxa básica de juros em 13,75% ao ano e a maior probabilidade é que o próximo movimento deve ser corte, em meados do ano que vem. Essa é a avaliação de analistas, a partir da leitura da ata da última reunião do comitê (do dia 26 de outubro) publicada nesta terça-feira (01).

Pata o Itaú Unibanco, o principal recado foi que as autoridades mantiveram as mensagens de vigilância e perseverança, bem como de uma atenção especial à evolução da inflação de serviços, até à consolidação do processo de desinflação e de ancoragem das expectativas.“O Copom prevê, como resultado do aperto monetário já realizado, um aumento da folga econômica ao longo do horizonte de política monetária relevante e menciona alguns sinais já visíveis nos dados de crédito e atividade econômica”, comentou o economista chefe Mario Mesquita em relatório.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), normalmente utilizado para corrigir o valor de aluguéis, recuou 0,97% em outubro, após duas quedas anteriores.

Segundo especialistas, a retração do índice, desde agosto, reflete a diminuição dos preços de commodities e combustíveis.

O coordenador de índices da FGV, André Braz, apontou as reduções de óleo diesel (5,67%), leite in natura (7,56%), gasolina (3,74%) e leite longa vida (8,26%) como principais contribuições para a queda do IGP-M.

Para calcular o índice, os técnicos coletam os preços ao produtor, os valores cobrados do consumidor e os custos da construção civil. A apuração é feita entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Entre os três componentes do indicador geral, o maior responsável pela retração foi o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem peso de 60% no cálculo, e caiu 1,44%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30%, subiu 0,5% em outubro. O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), que entra com 10% na ponderação do IGP-M, recuou 0,04%.

No âmbito dos preços ao consumidor, as principais altas identificadas no levantamento da FGV ocorreram nos grupos saúde e cuidados pessoais (0,80%), vestuário (0,67%), habitação (0,63%) e alimentação (0,57%).

Na lista de quedas, além da gasolina e do leite longa vida, os consumidores se beneficiaram de reduções nos combos de telefonia, internet e TV por assinatura (2,45%), etanol (4,18%) e tarifas de eletricidade (0,45%).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), a projeção para o IGP-M ficou em 6,35%, ante 6,42% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou na quarta-feira, (02), em reunião fechada com investidores, a forte desaceleração da inflação brasileira ante demais emergentes, mas ponderou que, quando se retira da conta itens voláteis, o índice inflacionário do País ainda é um dos maiores do grupo em 12 meses. As informações constam da apresentação feita na reunião organizada pelo Santander em Madri, na Espanha, divulgada pelo BC.

O documento mostra que a inflação brasileira era a segunda mais alta do grupo de países no início deste ano, perdendo apenas para a Rússia, afetada pelas consequências econômicas da invasão da Ucrânia. Agora, em setembro, o índice de inflação oficial – IPCA – em 12 meses (7,2%) já era o segundo mais baixo, atrás apenas da China.

Mas, quando se retira da conta os itens alimentícios e os preços ligados à energia, a inflação brasileira ainda figura entre as três mais altas do grupo, por volta de 10%, aparecendo após Rússia e Chile.

Contudo, a apresentação mostra ainda que o Brasil não é o único país entre os emergentes que têm expectativas de inflação para 2022 (5,61%) e 2023 (4,94%) acima da meta. Principalmente países da América Latina têm o mesmo quadro, como Colômbia, Chile e México.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), os economistas aumentaram as estimativas do IPCA para 5,63%, ante 5,61% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

Mesmo após ser atingido em cheio pela pandemia de Covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2020 encolheu menos do que o inicialmente estimado: a queda passou para 3,3%, ante um recuo de 3,9%, segundo dados revisados com base no Sistema de Contas Nacionais e divulgados na sexta-feira (04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa anterior tinha como base as Contas Nacionais Trimestrais, revisada em dezembro de 2021, na divulgação do PIB do terceiro trimestre do ano passado.

Com a revisão, que agora é definitiva, em 2020, o PIB somou R$ 7,6 trilhões. O PIB per capita foi de R$ 35.935,74, uma queda de 4,0% em relação a 2019.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (07), a projeção para o PIB ficou em 2,76%, ante 2,76% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (31), o Ibovespa fechou em alta, no primeiro dia após Luiz Inácio Lula da Silva vencer a corrida presidencial, diante da percepção de menor risco de contestação do resultado, que ofuscou a forte queda de Petrobras e Banco do Brasil. Investidores também deram o benefício da dúvida a Lula quanto à formação de seu ministério, em particular quem ocupará a pasta da Fazenda, bem como acerca de suas políticas econômicas, em particular a fiscal. O índice Ibovespa teve alta de 1,31%, a 116.037,08 pontos. O volume financeiro somou R$ 47 bilhões.

Na terça-feira (01), o Ibovespa fechou em alta, com Vale respondendo por suporte relevante, em sessão marcada por noticiário corporativo, incluindo estudos para “otimizar investimentos” na Copel, que fizeram a ação da elétrica disparar. O índice Ibovespa teve alta de 0,86%, a 117.030,91 pontos. O volume financeiro somou R$ 34,7 bilhões.

Na quarta-feira (02), sem operações na bolsa devido ao feriado.

Na quinta-feira (03), o Ibovespa fechou em queda, após uma abertura mais negativa, com ações de varejistas como Magazine Luiza entre os destaques de alta, enquanto Vale foi um contrapeso relevante. Agentes financeiros acompanharam as primeiras movimentações da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto seguem na expectativa do anúncio da equipe ministerial, em particular do titular da Fazenda. O índice Ibovespa teve queda de 0,03%, a 116.896,36 pontos. O volume financeiro somou R$ 33,2 bilhões.

Na sexta-feira (04), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 2,46%, a 119.776,04 pontos. Encostando nos 120 mil pontos no melhor momento, embalado por expectativas de potencial alívio nas restrições a Covid na China e dados de emprego nos Estados Unidos, enquanto agentes financeiros analisam uma bateria de resultados corporativos, entre eles o de Petrobras. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,08%, a 118.155,46 pontos. O volume financeiro somou R$ 39,5 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (04), por volta das 12h16, o dólar registrava queda de 1,77%, cotado a R$ 5,0353 na venda. Em linha com a disparada de divisas sensíveis às commodities diante de expectativas de que a China relaxe medidas de combate a Covid, enquanto a manutenção de ingressos de recursos estrangeiros no Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exercia pressão adicional sobre a moeda norte-americana.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (04) cotado a R$ 5,0622, em meio a relatos de entrada de fluxo externo para ativos domésticos. Segundo analistas, à consolidação de uma transição de governo sem rupturas, com esvaziamento dos protestos pró-Bolsonaro, somaram-se nesta sexta à baixa global da moeda americana e à valorização das commodities diante de sinais de que a China vai relaxar a política de Covid zero.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
07/11/2022