Cenário Econômico Nacional – 05/12/2022

Cenário Econômico Nacional – 05/12/2022

Cenário Econômico Nacional – 05/12/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado eleva previsões para inflação e dólar em meio a incertezas

Em meio a um cenário de incertezas gerado pelas discussões sobre a PEC do Estouro e à demora da equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de anunciar um nome para chefiar a Fazenda, o mercado financeiro vem piorando suas previsões para uma série de indicadores.

O Boletim Focus de segunda-feira (28) prevê que o IPCA, que mede a inflação oficial no país, encerre 2022 em 5,91%, ante a expectativa de 5,88% projetados na semana anterior, quinta alta consecutiva. Para 2023, a projeção do IPCA teve uma leve alta para 5,02%, enquanto anteriormente a projeção era de 5,01%.

Além da inflação, o câmbio registrou expectativa de alta pela segunda semana seguida, após uma sequência de 16 semanas de estabilidade. A previsão para o dólar subiu a R$ 5,27 no final de 2022, contra R$ 5,25 na semana anterior. Para 2023, a previsão para a taxa de câmbio foi para R$ 5,25 no final de 2023, contra R$ 5,24 na semana anterior.

As expectativas para a Selic, taxa básica de juros da economia, deste ano e do próximo ficaram estáveis em 13,75% e 11,50%, respectivamente.

Para 2022, a previsão de PIB passou de 2,80% para 2,81% de uma semana para outra. Já para 2023, o mercado manteve a expectativa de crescimento de 0,70%.

Ceia de Natal será 16% mais cara em 2022, aponta levantamento

A ceia de Natal será mais cara este ano. Os itens alimentícios para a data comemorativa devem ter uma alta média de 16,2% para dezembro de 2022, em comparação com o mesmo mês do ano passado.

O levantamento foi produzido, a pedido da CNN, pelo economista da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fernando Agra, e divulgado a um mês para o Natal. O estudo apresenta uma projeção de preços com base nos dados do IPCA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa analisou 28 produtos que costumam fazer parte da ceia de Natal de uma família brasileira. A maionese, por exemplo, deverá ter uma alta de aproximadamente 30% na comparação entre dezembro de 2022 e o mesmo mês do ano passado. Já o preço das aves, em média, deverá ficar 5% mais caro no mesmo período analisado.

Em contrapartida, a carne de porco e o arroz devem registrar uma queda no custo de 3% e 4,6%, respectivamente.

O aumento no custo dos produtos foi puxado, principalmente, pelo avanço da inflação no país ao longo dos últimos meses. Além disso, Fernando Agra aponta o encarecimento do dólar como outro fator responsável pela escalada no preço dos itens natalinos.

“Além da inflação, a taxa cambial mais alta também afeta o custo dos produtos da ceia de Natal. Com um dólar crescente, frente ao real, a exportação dos produtos brasileiros aumenta e, consequentemente, faz a oferta no mercado interno cair, o que gera um encarecimento dos produtos”, explicou o pesquisador da UFJF.

A sobremesa nesta ceia de Natal também será mais cara, por conta do aumento do valor do leite condensado, da manteiga e açúcar. Respectivamente, os itens devem ter uma alta de preço de 32,6%, 23,1% e 5,9%, segundo o levantamento.

Deflação perde força e IGP-M tem queda de 0,56% em novembro, diz FGV

A deflação do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) perdeu força em novembro e o índice caiu 0,56%, depois de ter recuado 0,97% no mês anterior, com pressão dos preços em todos seus três subíndices.

A expectativa em pesquisa da Reuters para o dado divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira era de recuo de 0,38%. Com o resultado de novembro, o índice passou a acumular em 12 meses avanço de 5,90%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 0,94% em novembro, de uma queda de 1,44% no mês anterior.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a subir 0,64% em novembro, de alta de 0,50% em outubro.

“No índice ao produtor, a soja foi o principal destaque ao registrar alta de 1,25%, ante queda de 0,66%, no mês anterior. No IPC, a principal contribuição para a aceleração do índice partiu da gasolina, cuja taxa passou de -3,74% para 1,58%”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços.

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou o avanço a 0,14% no período, de 0,04% antes, sob pressão da alta de 0,53% no custo da mão de obra, de 0,31% em outubro.

O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

IPP recua 0,85% em outubro, segundo IBGE

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou recuo de 0,85% em outubro deste ano, contra queda de 1,96% no mês de setembro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado no ano, os preços das indústrias subiram 5,04% e, em 12 meses, 6,50%.

Segundo o IBGE, no mês de outubro, 12 das 24 atividades investigadas tiveram variações positivas de preço ante o mês anterior.

13º deve injetar R$ 250 bilhões na economia

Os trabalhadores de carteira assinada devem receber a primeira parcela do 13º salário até quarta-feira (30), conforme a legislação.

Até dezembro de 2022, o benefício deve injetar R$ 249,8 bilhões na economia brasileira, montante que representa quase 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que também prevê aproximadamente 85,5 milhões de brasileiros beneficiados com rendimento adicional de R$ 2.672, em média.

De acordo com especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business, o dinheiro extra pode ser usado para quitar dívidas, comprar presentes de natal ou investir.

Nem todo beneficiário possui dívidas, mas aqueles que têm, precisam priorizar o pagamento e negociação dessas dívidas e que elas virem uma bola de neve. Portanto, utilizar o 13º para quitar contas atrasadas e negociar dívidas pendentes é sempre a decisão mais racional, segundo especialistas.

Arrecadação federal sobe 7,97% em outubro e é recorde para o mês

A arrecadação federal registrou mais um recorde em outubro, impulsionada pelo recolhimento de royalties de petróleo e por uma robusta arrecadação de empresas e também de investimentos em renda fixa, que ganharam força com a elevação da taxa básica de juros, mostraram dados divulgados.

De acordo com a Receita Federal, a receita tributária totalizou 205,475 bilhões de reais em outubro, 7,97% a mais em termos reais em relação ao mesmo mês do ano passado.

O resultado foi o maior para o mês da série iniciada em 1995, e só ficou abaixo do dado de janeiro de 2022. Recordes mensais também foram alcançados em todos os outros meses deste ano.

A Receita Federal apontou que o crescimento econômico mais forte ajudou a aumentar o recolhimento de impostos sobre a renda das pessoas jurídicas, enquanto os preços mais altos do petróleo alavancaram os royalties.

Os impostos sobre a renda do capital também aumentaram 57% em outubro, em razão da apreciação da taxa Selic, disse o fisco, destacado o desempenho dos fundos e títulos de renda fixa.

A arrecadação administrada pela Receita, que engloba a coleta de impostos de competência da União, cresceu 7,39% em termos reais em outubro, para 185,284 bilhões de reais. Já aquelas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, subiram 13,60%, a 20,191 bilhões de reais.

O Banco Central interrompeu seu ciclo de aperto em setembro, mantendo sua taxa de referência em 13,75% por duas reuniões de política monetária consecutivas, depois de ter elevado gradualmente a Selic do menor patamar da história de 2% a partir de março de 2021.

No acumulado do ano, a arrecadação tributária subiu 9,35% em relação ao mesmo período de 2021, para 1,836 trilhão de reais, também recorde da série do governo.

O resultado reforçou a expectativa do Ministério da Economia de superávit primário do governo central neste ano, o primeiro desde 2013.

Desemprego cai a 8,3% no trimestre encerrado em outubro, diz IBGE

A taxa de desemprego no Brasil ficou caiu a 8,3% no trimestre encerrado em outubro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na quarta-feira (30). Trata-se da menor taxa para o período desde 2014.

O mercado esperava uma taxa de 8,5% no período, segundo pesquisa da Reuters.

A taxa representa uma queda de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, de maio a julho. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, a queda foi de 3,8 p.p.

O contingente de pessoas ocupadas atingiu no período novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com aumento de 1%, para 99,7 milhões.

“Este momento de crescimento de ocupação já vem em curso desde o segundo semestre de 2021. Com a aproximação dos últimos meses do ano, período em que historicamente há aumento de geração de emprego, a tendência se mantém”, diz Adriana Beringuy, coordenadora da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em nota.

Já população desocupada foi de 9 milhões de pessoas, o que presenta um recuo de 8,7% em comparação com o tri encerrado no mês de julho, menos 860 mil pessoas. É o menor nível desde julho de 2015, diz o IBGE.

No trimestre encerrado em outubro, o número de empregados com carteira de trabalho assinada cresceu 2,3% (822 mil pessoas), chegando a 36,6 milhões.

“Esse índice segue em alta há mais de um ano, o que mostra não apenas que o mercado de trabalho está em expansão numérica de ocupados, mas também apresentando algum crescimento na formalização da população ocupada”, diz Beringuy.

O rendimento real habitual também cresceu, registrando alta de 2,9% em relação ao trimestre anterior, a R$ 2.754. A massa de rendimento real habitual atingiu recorde da série histórica, totalizando R$ 269,5 bilhões, um crescimento de 4% no trimestre e 11,5% na comparação anual.

O IBGE destaca entre as funções com maiores altas empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (3,4%, ou mais R$ 137) e conta própria (3,3%, ou mais R$ 69), além do empregado com carteira de trabalho assinada (3,1%, ou mais R$ 79).

Já entre os grupamentos, os maiores aumentos foram em transporte, armazenagem e correio (6,5%, ou mais R$ 163), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (5,7%, ou mais R$ 100) e Construção (5,5%, ou mais R$ 114).

FGV: Indicador de Incerteza da Economia varia 0,1 ponto

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou praticamente estável em novembro deste ano. O índice variou 0,1 ponto e chegou a 112,1 pontos.

Os dois componentes que formam o indicador tiveram comportamentos diversos. O componente de Mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza na imprensa, subiu 0,3 ponto, para 112,6 pontos.

Por outro lado, o componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, caiu 0,7 ponto, para 105,1 pontos.

Segundo a economista da FGV Anna Carolina Gouveia, a estabilidade e manutenção do indicador em patamar elevado reflete cenário de desaceleração da economia no fim do ano e incertezas em relação às políticas econômicas do próximo governo.

PIB do Brasil avança 0,4% no 3º trimestre, na quinta alta seguida

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4% no 3º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, divulgou na quinta-feira (01) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o quinto trimestre de alta consecutiva da atividade econômica do país.

Com esse resultado, o PIB chega ao maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Além de atingir o maior nível da série, o PIB ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019.

Frente ao mesmo trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,6%. No acumulado nos quatro trimestres, terminados em setembro, a atividade econômica cresceu 3% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O acumulado do ano foi de 3,2% frente ao mesmo período de 2021.

Em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre de 2022 totalizou R$ 2,544 trilhões.

De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, com o resultado do 3º trimestre, o patamar da economia brasileira superou em 1,4% o pico, que até então havia sido registrado no 1º trimestre de 2014. Isso significa que a atividade econômica do país atingiu o seu maior nível em 26 anos.

Pela ótica da oferta, o destaque ficou com o setor de Serviços, que avançou 1,1%. Já a Indústria cresceu 0,8%, e a Agropecuária recuou 0,9%.

Pelo lado da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos produtivos na economia) subiu 2,8% em relação ao trimestre anterior. O consumo das famílias teve alta de 1%, e as despesas de consumo do governo cresceram 1,3%.

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 6,7 bilhões em novembro, recorde para o mês

A balança comercial brasileira registrou superávit de 6,675 bilhões de dólares em novembro, contra um déficit de 1,110 bilhão de dólares no mesmo período do ano passado, informou o Ministério da Economia, no melhor resultado para o mês da série histórica iniciada em 1989.

Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 5,024 bilhões de dólares para o período.

O número do mês passado é resultado de 28,164 bilhões de dólares em exportações, 30,5% acima do observado em novembro de 2021, e 21,489 bilhões de dólares em importações, queda de 5,5%.

A dinâmica das exportações no mês foi explicada por uma alta de 8,0% nos preços dos produtos, na comparação com novembro de 2021, enquanto o volume vendido subiu 27,2%.

No recorte por atividade econômica, houve avanço nas exportações de agropecuária (+60,8%), da indústria extrativa (+34,4%) e da indústria de transformação (+21,5%).

No mês, o desempenho das importações foi explicado por uma alta de 7,6% nos preços dos produtos, enquanto houve queda de 4,9% no volume comprado, novembro de 2021 teve um dia útil a menos que o mesmo mês deste ano, o que impacta as comparações.

No acumulado de janeiro a outubro, o comércio exterior brasileiro registrou um saldo positivo de 58,0 bilhões de dólares, patamar 0,7% menor do que o observado no mesmo período de 2021.

O resultado do ano é fruto de 308,8 bilhões de dólares em exportações (+19,9%) e 250,8 bilhões de dólares em importações (+25,5%).

Em outubro, o Ministério da Economia revisou a projeção para o resultado da balança comercial brasileira no encerramento de 2022, de 81,5 bilhões de dólares para 55,4 bilhões de dólares, diante de um recuo na expectativa para exportações e uma alta na estimativa das importações.

O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, disse que com o encerramento do ano se aproximando os dados da balança comercial estão alinhados às expectativas da pasta.

“Temos um ano de recordes para o comércio exterior brasileiro, com demanda mundial muito aquecida, sobretudo no primeiro semestre, e a demanda brasileira também, mas muito influenciado pelo preço”, disse. Para Brandão, o ano deve ser encerrado com uma corrente de comércio (soma de exportações e importações) acima dos 600 bilhões de dólares, até novembro, o dado ficou em 560 bilhões de dólares.

STF rejeita por unanimidade denúncia da Lava Jato contra Aécio Neves

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu rejeitar, por unanimidade, denúncia contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por corrupção e lavagem de dinheiro quando foi governador de Minas Gerais e senador.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o tucano de receber R$ 65 milhões em propinas da Odebrecht e da Andrade Gutierrez para defender interesses das empreiteiras no chamado Projeto Madeira, que tratava das licitações das Usinas Hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau.

O julgamento terminou na sexta-feira (25) no plenário virtual. Nessa modalidade, os ministros registram os votos no sistema online e não há debate ou reunião do colegiado.

O ministro Edson Fachin, relator do processo, classificou a denúncia como “genérica” e disse que a PGR não conseguiu provar quais teriam sido os “desentraves burocráticos” operados por Aécio Neves em favor das empreiteiras.

Fachin considerou ainda que, sem provas das acusações de corrupção, as denúncias de lavagem de dinheiro não poderiam ser processadas.

Os advogados Alberto Zacharias Toron e Luiza Oliver, que patrocinam a defesa de Aécio Neves, alegaram insuficiência de descrição dos fatos imputados e “ausência de justa causa” para a ação penal.

Além do deputado, a denúncia também atingia outras quatro pessoas, o ex-diretor de Furnas Dimas Fabiano Toledo, o empresário Alexandre Accioly Rocha, o executivo Marcelo Odebrecht e o ex-gerente de Recursos Humanos da Odebrecht Ênio Augusto Pereira Silva.

Nome na Fazenda é demanda do mercado, diz ex-ministro Maílson da Nóbrega

Em entrevista à CNN no domingo (27), o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega comentou os desafios da equipe de transição e as expectativas sobre o anúncio do futuro ministro da Fazenda do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Essa é uma demanda do mercado financeiro e de grande parte da imprensa para que o Lula indique já o ministro da Fazenda. De certa forma, não concordo com essa visão, estamos ainda numa fase em que a equipe de transição levanta números, procura identificar caminhos, fazer propostas, etc.”, disse Nóbrega. “Não acho que seja fundamental a presença do próximo ministro da Fazenda”.

O ex-ministro recordou que o nome que viria a ocupar a pasta no primeiro mandato de Lula, em 2002, foi anunciado em dezembro de 2001.

“É bom lembrar que a mesma coisa aconteceu em 2002, quando o Lula foi eleito pela primeira vez, e o ministro da Fazenda só foi indicado no dia 10 de dezembro, faltando três semanas para a posse no cargo de presidente da República. Eu acho que vai acontecer mais ou menos isso”, afirmou.

Nóbrega destacou que, neste momento, a equipe de transição busca identificar desafios na área econômica para o novo governo.

“O que é relevante na equipe de transição é identificar os desafios, que estão essencialmente no campo fiscal. Sem, por exemplo, uma redução dos gastos obrigatórios não há chance de sucesso no governo Lula. Isso por que 93% dos gastos primários do governo federal, e vão para 95%, têm a ver com gastos obrigatórios, despesas obrigatórias em pessoal, previdência, saúde, educação e programas sociais de transferência de renda aos segmentos menos favorecidos”, disse.

Pacheco põe na pauta adicional para juízes

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), incluiu na pauta da sessão de quarta-feira (30), a proposta de emenda constitucional (PEC) 63/2013, que prevê novamente o quinquênio, um aumento automático de 5% nos vencimentos salariais de juízes a cada cinco anos. De acordo com o texto, os integrantes do Judiciário federal e do Ministério Público podem receber até sete aumentos salariais.

O benefício, conforme mostrou o Estadão, foi restabelecido para parte dos magistrados federais pelo Conselho da Justiça Federal (CJF) no dia 16 deste mês e estava suspenso desde 2006. Responsável por julgar a demanda, o órgão é um colegiado formado em parte por integrantes da própria Justiça Federal. Compõem o órgão ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e desembargadores federais.

Como mostrou o Estadão em maio, Pacheco já tinha sinalizado que poderia colocar a PEC em votação e defendeu o apoio à pauta. Segundo Pacheco, o resgate do penduricalho é importante para a “valorização” da carreira da magistratura e para compensar “privações”, como não poder ter outro emprego. “É importante para ter uma carreira estimulada e profissionais independentes”, afirmou. De acordo com ele, que se dispôs até mesmo a relatar a proposta, a extensão do quinquênio para aposentados e pensionistas precisa ainda ser discutida no Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

TSE encontra e bloqueia R$ 13,6 milhões em conta do PL para quitar multa de R$ 22,9 milhões

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que bloqueou quase R$ 13,6 milhões em uma conta bancária do PL no Banco do Brasil.

O valor servirá para pagar pouco mais da metade da multa de R$ 22,9 milhões aplicada ao partido pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, por litigância de má-fé, quando alguém aciona a Justiça de forma irresponsável.

Em nota, o PL informou que vai adotar “todas as medidas adequadas” para, segundo o partido, “restaurar a liberdade, o direito à livre atividade parlamentar e partidária, o direito à liberdade de expressão e, mais ainda, o direito de se poder contestar as decisões judiciais sem sofrer qualquer retaliação”.

Segundo o tribunal, o bloqueio foi feito na tarde da última quinta-feira (24). Ao aplicar a multa, Alexandre de Moraes também determinou a suspensão dos repasses do Fundo Partidário à sigla até que a multa seja devidamente quitada.

Inicialmente, Moraes definiu que a multa de R$ 22,9 milhões fosse paga em conjunto por PL, PP e Republicanos, os três partidos que integraram a coligação de Jair Bolsonaro (PL) na campanha de reeleição.

Após a decisão, no entanto, PP e Republicanos acionaram o TSE e pediram para serem excluídos da ação. Os partidos disseram não ter sido consultados pelo PL sobre o relatório com desinformação sobre as urnas eletrônicas.

Moraes acatou o pedido e determinou que o PL pagasse a íntegra da multa sozinho.

Segundo Moraes, “ambos os partidos, Progressistas e Republicanos, afirmaram, expressamente, que reconheceram publicamente por seus dirigentes a vitória da Coligação Brasil da Esperança [a coligação do presidente eleito, Lula] nas urnas, conforme declarações publicadas na imprensa e que, em momento algum, questionaram a integridade das urnas eletrônicas, diferentemente do que foi apresentado única e exclusivamente pelo Partido Liberal”.

Bolsonaro encontra Lira e Valdemar em jantar do PL

O presidente Jair Bolsonaro, há semanas sem se manifestar publicamente, foi na noite de terça-feira (29) a um jantar das bancadas de seu partido, o PL, no Congresso.

O jantar, em um restaurante de Brasília, reuniu também o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Bolsonaro manteve o silêncio dos últimos dias e não falou com a imprensa na entrada e na saída do evento. O jantar foi um evento fechado.

Ao chegar, Lira foi vaiado por poucos bolsonaristas que estavam na porta do restaurante. Mais cedo, o presidente da Câmara recebeu apoio do PT, partido do presidente eleito, Lula, na disputa para a Presidência da Câmara.

Valdemar e Bolsonaro já haviam se encontrado pela manhã, no Palácio do Planalto.

TCU alerta equipe de transição sobre irregularidades em pagamentos do Garantia Safra

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez um alerta à equipe de transição de governo e informou que há irregularidades em pagamentos do programa Garantia Safra.

Administrado pelo governo federal, o programa Garantia Safra concede um benefício a agricultores familiares que perdem a safra após estiagem ou enchentes.

A GloboNews apurou que as informações foram repassadas por representantes do tribunal ao núcleo de Agricultura da transição.

Desde a vitória de Lula nas eleições, o TCU criou um comitê para acompanhar a transição de governo.

Diante das informações repassadas pelo TCU, a equipe de transição decidiu pedir dados ao Ministério da Agricultura.

O TCU acompanha os pagamentos do programa Garantia Safra desde 2015. Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação que apontou a suspeita de pagamentos irregulares.

Desde 2016, a pedido do TCU, os gestores públicos passaram a bloquear os valores a fim de interromper os pagamentos indevidos.

Diante disso, nos anos seguintes, foram bloqueados os seguintes montantes por suspeitas de irregularidades:

  • 2016: foram bloqueados R$ 98 milhões;
  • 2017: foram bloqueados R$ 41 milhões;
  • 2018: foram bloqueados R$ 26 milhões;
  • 2019: foram bloqueados R$ 20 milhões;
  • 2020 e 2021: não há informações sobre o montante bloqueado por suspeita de irregularidade.

Bolsonaro envia ao Congresso projeto que autoriza governo a cancelar emendas do orçamento secreto

O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso um projeto de lei para alterar o Orçamento deste ano e permitir que as emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, e as emendas de comissões sejam canceladas por ato do Executivo. Para que tenha eficácia, porém, o texto precisa ser aprovado em sessão conjunta do Congresso Nacional.

Segundo o governo, a medida seria necessária para viabilizar o pagamento de despesas obrigatórias sem desrespeitar o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas da União à inflação do ano anterior.

Devido a essa regra, que é considerada a principal âncora fiscal do país, a atual equipe econômica vem realizando uma série de bloqueios no Orçamento de 2022. No total, já são R$ 15,4 bilhões congelados, desse montante, R$ 7,7 bilhões correspondem a emendas de relator.

O orçamento secreto ficou conhecido pela falta de transparência e pela disparidade na distribuição dos recursos. Em uma canetada, o relator-geral do Orçamento de cada ano pode encaminhar recursos para atender a demandas de senadores e deputados, sem que os nomes dos parlamentares sejam publicizados.

A modalidade acabou virando moeda de troca do governo Bolsonaro para aprovar matérias de interesse no Congresso.

Nos bastidores, parlamentares veem o projeto encaminhado pelo Executivo como uma retaliação do atual governo ao apoio que os antigos aliados no Congresso começaram a demonstrar ao governo eleito de Lula, sobretudo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que recebeu apoio do PT para a sua recondução à presidência da Casa.

PSB pede França na pasta das Cidades; Boulos e Camilo Santana também são cotados

A bancada do PSB na Câmara dos Deputados resolveu pedir publicamente para que o ex-governador de São Paulo Márcio França seja escolhido para comandar o Ministério das Cidades. Em jantar realizado, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que vai liderar os deputados federais eleitos pelo partido em 2022, disse que “o nome hoje prioritário se o PSB tiver um ministério é o nome de Márcio França”. No entanto, petistas dos grupos de cidades e da articulação política da transição de governo ouvidos pelo Estadão dizem que o nome de França não é consenso.

A pasta também é cobiçada por outros aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo uma ala do próprio partido dele, o PT. O deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT-CE) também são cotados para o cargo.

O ministério é desejado por ter um orçamento bilionário e ser responsável por iniciativas importantes, como o Minha Casa Minha Vida e obras de saneamento. A pasta também é importante porque permite ao ministro estar em constante contato com prefeitos, governadores, deputados e senadores, dando a oportunidade de aumento da articulação política regional e nacional.

Tanto o PSOL, quanto o PSB pretendem lançar candidatos a prefeito de São Paulo em 2024. Depois de chegar ao segundo turno contra Bruno Covas (PSDB) em 2020, Boulos é considerado um nome natural para concorrer novamente. O PSB tem avaliado o nome da deputada Tabata Amaral, que é a presidente do diretório paulistano da legenda.

Boulos e França são integrantes do grupo de trabalho (GT) das Cidades na transição de governo. Ambos têm falado constantemente com a imprensa sobre ações da pasta. Em falas no Centro Cultural Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), os dois têm reclamado do orçamento deixado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para a área. O deputado eleito pelo PSOL também comentou que vai pedir a criação de uma secretaria para cuidar de territórios periféricos, algo diretamente ligado a sua atuação política, visto que ele começou a ganhar notoriedade ao liderar o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Além dos dois, uma ala do PT, sobretudo a concentrada no Nordeste, demonstra preferência para que o ex-governador Camilo Santana seja o ministro. O petista já foi próximo do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), mas ficou ao lado de Lula após uma briga interna entre PT e PDT no Ceará nas eleições deste ano. Camilo Santana também faz parte da transição, mas na área de Desenvolvimento Regional.

Lula confirma Gleisi fora do futuro ministério durante reunião com partido

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a parlamentares do PT durante reunião fechada que a deputada e presidente do partido, Gleisi Hoffmann, deve ficar à frente da legenda, em vez de ser escolhida como ministra do futuro governo. Lula disse na reunião que não quer “esvaziar” o PT, levando os principais quadros para compor o governo, o que em sua visão fragilizaria o partido no Congresso.

Segundo um dos integrantes da legenda, Lula disse que não pode repetir uma experiência do passado que não foi exitosa. A informação foi confirmada ao Estadão por três petistas presentes na reunião.

Lula e Gleisi deixaram o encontro juntos, no Centro Cultural do Banco do Brasil, acompanhados de Janja da Silva, futura primeira-dama, e do ex-senador e deputado eleito Lindhberg Farias (RJ).

Na saída, Gleisi disse que a reunião foi “boa” e que, assim como estavam conversando com os demais partidos, era necessário discutir internamente com o PT também. Parlamentares elogiaram a presidente nacional da sigla no encontro e a vitória de Lula, bem como destacaram importância de construir uma base política e social sólida.

A decisão de Lula ocorre no momento em que o próprio PT e siglas aliadas a Lula disputam espaços no xadrez ministerial. Quem acompanhou a conversa diz que Lula deverá anunciar os ministros a partir da próxima semana. Ele não indicou nomes, mas sinalizou a conselheiros próximos ter o desenho do primeiro escalão na cabeça.

O PT vai fazer um documento endereçado a Lula com indicações de pastas que deseja ocupar. Isso será debatido na próxima semana e selado em uma reunião do diretório nacional do partido no dia 8, para a qual Lula foi convidado. A sinalização de Lula, segundo presentes, é de que uma parte de seu ministério, portanto, deve ser anunciada apenas depois disso.

Entre os ministérios que os petistas indicaram que querem comandar estão os da Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Cidades. Segundo relatos, Lula sinalizou que o núcleo de governo – que inclui a Fazenda e Casa Civil, por exemplo, e as pastas sociais tendem a ficar com o partido, mas sempre considerando a negociação com a coalizão de partidos que o elegeu.

Em tom de piada, Lula se queixou dos pedidos que tem recebido das demais legendas. “Se bobear eu tenho que entregar o meu cargo e o do Alckmin também”, disse o presidente eleito, sobre como andam as negociações com as demais siglas.

A fala também foi interpretada no PT como uma maneira de minimizar expectativas a respeito do espaço que o partido terá no governo. Lula deixou claro que não necessariamente o PT irá levar todas as pastas pedidas.

Gleisi ficou encarregada de ouvir as demandas internas dos petistas e tentar uma conciliação com os pedidos de outras legendas. O combinado é que não sejam formalizados nomes para as “áreas de interesse” do PT, embora os filiados do partido mais cotados sejam conhecidos.

Gleisi é uma das coordenadoras da transição governamental e ex-ministra da Casa Civil no governo Dilma Rousseff. Ela sempre teve o apoio de Lula para presidir a legenda, mesmo diante de resistências na própria bancada.

Como o Estadão mostrou, outro coordenador da transição que pode ficar de fora do ministério, embora com cargo influente no Palácio do Planalto, é o ex-ministro Aloizio Mercadante. Lula, no entanto, não abordou a situação dele durante o encontro.

Lula deve anunciar na próxima semana José Múcio como ministro da Defesa. A expectativa é que ele seja oficializado na terça-feira, 6, um dia depois da reunião em Brasília com uma comitiva de alto nível político enviada pelo presidente dos EUA Joe Biden.

Rosa Weber libera para julgamento ações que contestam orçamento secreto

A presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, liberou para julgamento quatro ações que discutem a constitucionalidade do pagamento das emendas do relator no Orçamento, o chamado orçamento secreto.

Orçamento secreto foi o nome informalmente dado às emendas parlamentares repassados aos estados sem critérios claros ou transparência. Foi o voto de Rosa Weber que levou o plenário do Supremo a suspender temporariamente esses pagamentos e determinar que o Congresso criasse um sistema para dar publicidade aos gastos. Os repasses foram liberados posteriormente.

O Supremo ainda precisa discutir se essa modalidade de liberação de recursos é constitucional.

Agora, cabe a ministra, que é relatora dos processos, marcar a data para análise dos casos. Na prática, a Rosa Weber indicou que quer julgar em breve as ações.

Nos bastidores, ministros avaliam que o julgamento pode ser marcado ainda antes do recesso da Corte em dezembro. Também não descartam que a discussão possa ser adiada com um pedido de vista, ou seja, de mais tempo para analisar os processos.

No ano passado, o STF determinou que o Congresso desse transparência à execução das emendas de relator. As informações passaram a ser publicadas pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso, mas o sistema dificulta o acesso aos dados.

Em uma página, é possível ver as indicações para o destino do dinheiro das emendas. Uma lista com dezenas delas. Em outra está a execução das emendas, se o dinheiro já foi liberado, mas não mostra qual parlamentar está apadrinhando cada transferência de recurso.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o novo modelo está de acordo com a Constituição. “O Ato Conjunto 1/2021, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e a Resolução 2/2021, do Congresso Nacional, ao ampliarem a transparência da sistemática de apresentação, aprovação e execução orçamentária referente às emendas de relator-geral, respeitam a Constituição Federal”, diz o parecer.

Setor de seguro de veículos volta a aquecer após pandemia, diz CEO da Porto

O mercado de automóveis foi diretamente afetado na pandemia, com queda de vendas de veículos novos e seminovos. Os contratos de seguros também sofreram uma baixa significativa, já que muitos clientes passaram a não usar o carro devido ao longo período dentro de casa.

Agora, o setor começa a se recuperar, de acordo com CEO da Porto, Roberto Santos.

Segundo ele, a subida do valor de mercado expressiva nos seminovos causadas pela falta de disponibilidade de veículos novos (zero quilômetros) no mercado, impactou muito forte a indústria de seguros de automóveis no país. Santos diz que esse impacto já ficou um pouco para trás.

“O impacto no valor de mercado de seminovos já está voltando a um patamar adequado. Ainda elevado, mas deixou de subir. A indústria agiu de forma responsável fazendo adequação de preços que acaba impactando no consumidor, mas foi necessária em relação à subida dos veículos”, explica.

Na visão do CEO da Porto, a empresa não prevê para os próximos meses e ano a continuidade do impacto nos preços por conta da subida de seminovos, uma vez que o mercado deste segmento se estabilizou.

Confiança da indústria brasileira cai em novembro a nível mais fraco desde meados de 2020

A confiança da indústria no Brasil recuou com força em novembro e foi ao menor patamar em quase dois anos e meio, em meio à piora do sentimento tanto da situação atual quanto futura, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira (28).

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 3,6 pontos na comparação com o mês anterior, indo a 92,1 pontos, o pior resultado desde julho de 2020. Foi a terceira queda seguida do indicador.

“Há deterioração das percepções sobre a situação atual decorrente de uma piora da demanda e consequente aumento do nível de estoques, o maior desde o período de lockdown”, explicou o economista do FGV IBRE Stéfano Pacini, em nota.

“Além disso, observa-se uma piora das expectativas para os próximos meses, possivelmente relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro de incertezas para o início do próximo ano”, completou.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, recuou 4,6 pontos, para 91,8 pontos, segundo a FGV.

O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, caiu 2,4 pontos, para 92,6 pontos.

Ambos foram em novembro ao menor nível desde julho de 2020, período crítico de lockdown no Brasil devido à pandemia de Coronavírus.

Em setembro, a produção industrial brasileira voltou a cair, com queda de 0,7%, e encerrou o terceiro trimestre com perda de ritmo, em um segundo semestre marcado por dificuldades em meio a condições de crédito mais apertadas, segundo dados do IBGE.

Varejo cresce 6,9% na Black Friday 2022, mostra índice

As vendas no Varejo cresceram 6,9% na Black Friday ante a mesma data no ano passado, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). O e-commerce registrou alta de 21,1% enquanto o faturamento no universo físico subiu 5,4%.

Na avaliação do Superintendente de Dados e Inovação da Cielo, Vitor Levi, a Black Friday tem se fortalecido de 2020 para cá principalmente por causa do canal e-commerce, cada vez mais inserido na rotina dos consumidores. “Mesmo com essa performance, o faturamento da Black Friday deste ano ainda está 2,8% abaixo do verificado em 2019, ano anterior à pandemia”, afirma em nota.

Ainda segundo Levi, a queda no setor de Móveis, Eletro e Depto, que costuma ser um dos destaques positivos da Black Friday, pode estar associada à antecipação de promoções ao longo do mês de novembro. Isso provavelmente inclui televisores adquiridos para a Copa do Mundo, cujo início ocorreu no dia 20 de novembro; antes, portanto, da Black Friday.

O segmento que mais se destacou foi Drogarias e Farmácias, com crescimento de 25,9% nas vendas, seguido de Turismo e Transporte (+25,1%), Cosméticos e Higiene Pessoal (+22,2%), Alimentação – Bares e Restaurantes (+18,6), Vestuário (+11,8%), Supermercados e Hipermercados (11,7%), Varejo Alimentício Especializado (+10,3%), Livrarias, Papelarias e Afins (9,4%), Veterinárias e Pet-Shops (+6,7), Óticas e Joalherias (+4,6%) e Materiais para construção (4,3%).

Dos segmentos mais significativos para o Varejo, o único que experimentou queda no faturamento (-3,6%) foi Móveis, Eletro e Depto.

A região Sul do País, no tocante às vendas presenciais, experimentou a maior evolução nas vendas: 14,2%, com destaques para o Rio Grande do Sul (+18,4%), Santa Catarina (+13,0%) e Paraná (+11,1%). Em seguida aparece a região Sudeste (+6,5%), puxada por Minas Gerais (+8,6%), São Paulo (+ 7,4%) e Rio de Janeiro (+3,3%).

No Centro-Oeste o faturamento do Varejo cresceu 3,5%, com destaque para Mato Grosso do Sul (+9,4%). No Nordeste as vendas subiram 0,2%, tendo o Ceará a maior variação: 4,1%. Bahia e Pernambuco foram os destaques negativos, com quedas de 1,8% e 1,5% respectivamente. A região Norte foi a única em que o faturamento caiu. As vendas encolheram 2,9%, com destaque negativo para Roraima (-16,0%).

Confiança de serviços no Brasil cai em novembro a menor nível em 8 meses, mostra FGV

A confiança do setor de serviços do Brasil registrou queda em novembro e foi ao menor nível em oito meses, diante de elevado grau de incerteza, mostraram os dados divulgados na terça-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

No mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 5,4 pontos e foi a 93,7 pontos, menor nível desde março (92,2 pontos). Em dois meses de queda, o índice acumula perda de 8,0 pontos.

“A desaceleração da atividade econômica no final do ano era esperada, mas não era clara no setor nos últimos meses, principalmente pela resiliência dos serviços prestados às famílias, que agora pioraram fortemente”, disse o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler em nota.

Ele destacou ainda que, apesar do fim do período eleitoral, fatores políticos passaram a ser muito citados como limitadores dos negócios nos próximos meses.

“(Isso) eleva a incerteza do cenário no curto prazo e um ambiente macroeconômico delicado em 2023”, completou.

A FGV informou que a queda do índice em novembro foi influenciada pela piora das avaliações das empresas sobre a situação corrente, mas principalmente das expectativas nos próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, caiu 3,1 pontos, para 96,9 pontos, menor nível desde abril deste ano (96,0 pontos), influenciado majoritariamente pela deterioração do indicador de volume de demanda atual e pelo índice que mede a situação atual dos negócios.

Já o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, caiu 7,5 pontos, para 90,7 pontos, menor nível desde abril de 2021 (88,7 pontos). Contribuíram para esse resultado o indicador que mede a demanda prevista nos próximos três meses e o de tendências dos negócios nos próximos seis meses.

Grupo Boticário investe R$ 107 milhões em centro de distribuição no Paraná

O Grupo Boticário anunciou a inauguração de um centro de distribuição em Campina Grande do Sul (PR), que recebeu 107 milhões de reais em investimentos para a modernização e expansão.

A ampliação da estrutura, segundo a fabricante de cosméticos, aumentará a capacidade de armazenamento de produtos e garantirá a separação de até 871 mil produtos por dia, bem como permitirá a redução de um ou dois dias no tempo de entrega dos pedidos feitos por revendedores, franqueados e consumidores.

Com cerca de 20 mil metros quadrados, o armazém é o primeiro centro de distribuição da companhia a atender vários canais e marcas do grupo.

“A novidade que anunciamos agora é uma continuidade do plano de investimento anunciado no início do ano”, afirmou Artur Grynbaum, vice-presidente do conselho do Grupo Boticário.

Confiança empresarial atinge menor nível desde fevereiro

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 6,7 pontos de outubro para novembro. Assim, o indicador atingiu 91,5 pontos, em uma escala de zero a 200, seu menor nível desde fevereiro deste ano (91,1 pontos).

O ICE consolida os índices de confiança dos empresários de quatro setores da economia pesquisados pela FGV: indústria, construção, comércio e serviços.

O Índice de Situação Atual Empresarial, que mede a percepção do empresariado brasileiro em relação ao presente, caiu 4,1 pontos e atingiu 95,2 pontos. O Índice de Expectativas teve uma queda mais acentuada: oito pontos, chegando a 87,9.

Quatro setores produtivos tiveram queda do ICE em novembro. A mais intensa foi observada no comércio (-10,8 pontos). Em seguida, aparecem serviços (-5,4 pontos), construção (-5,3 pontos) e indústria (-3,6 pontos).

Com a queda mais acentuada, o comércio também tem o menor índice de confiança: 87,2 pontos. A construção tem o maior índice: 95,6 pontos.

Vendas da indústria de máquinas e equipamentos têm queda de 9,4%

As vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos totalizaram em outubro R$ 26,2 bilhões, uma queda de 9,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em comparação com setembro, também houve diminuição, de 10,4%. No acumulado do ano, de janeiro a outubro, as vendas somaram R$ 262,6 bilhões, 5,1% abaixo do registrado no mesmo período de 2021. Os dados divulgados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O setor vendeu ao exterior, no mês de outubro, US$ 1,10 bilhão em equipamentos, montante 24,2% superior ao registrado no mesmo mês de 2021. Em relação a setembro, as exportações foram 6,4% maiores. No acumulado do ano, de janeiro a outubro, as vendas ao exterior somaram US$ 10,02 bilhões, 25,1% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

“Este é o sexto mês consecutivo em que as vendas externas apresentam resultado superior a US$ 1 bilhão. Isso mostra um ritmo forte no desempenho, estes dados não foram observados nesta magnitude desde meados de 2012”, destacou a Abimaq, no balanço divulgado.

As importações totalizaram US$ 2,17 bilhões em outubro, 3,5% inferior ao registrado em setembro, e 10,9% superior em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano (janeiro a outubro), as compras do exterior chegaram a US$ 20,37 bilhões, 13% acima do registrado no mesmo período de 2021.

Suzano eleva investimento em 2023 para R$ 18,5 bilhões

A maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo, Suzano, anunciou estimativa de investimento de R$ 18,5 bilhões para o próximo ano, acima dos R$ 16,1 bilhões previstos para 2022.

“A elevação em relação a 2022 decorre, em grande parte, do maior investimento no Projeto Cerrado, considerando investimentos industriais, florestais, infraestrutura e logística”, afirmou a Suzano em fato relevante.

Do total a ser investido pela Suzano em 2023, R$ 8,9 bilhões serão voltados ao Projeto Cerrado, a nova fábrica de celulose que a empresa está construindo no Mato Grosso do Sul e que terá capacidade para 2,55 milhões de toneladas por ano, um incremento de 20% na produção da empresa.

Outros R$ 2,4 bilhões serão usados em terras e florestas, cifra que inclui segunda parcela da compra da Parkia, concluída em junho. A Suzano afirmou que esse total também “contempla investimentos que visam maior competitividade e/ou opcionalidade de crescimento da companhia no longo prazo”.

A empresa orçou R$ 6,4 bilhões para manutenção em 2023, um incremento ante os R$ 5,5 bilhões previstos para este ano.“O maior dispêndio em relação ao ano anterior refere-se principalmente ao efeito da inflação, principalmente sobre investimentos florestais, e maior intensidade de projetos e serviços nas plantas industriais, em função da maior quantidade de paradas gerais programadas para manutenção”, afirmou a Suzano.

SELIC

O mercado de juros brasileiro continua com volatilidade acentuada. Na última semana, as taxas de juros passaram a precificar uma Selic futura em 15,25% ao ano, incríveis 150 pontos-base acima dos atuais 13,75%.

Além dos novos ajustes na taxa terminal, os contratos de juros futuros refletiam a Selic ao fim de 2023 em 14,75% ao ano.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) cai 0,56% em novembro, após queda de 0,97% no mês anterior. Com este resultado o índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice variara 0,02% e acumulava alta de 17,89% em 12 meses.

“O IGP-M registrou queda menos intensa nesta apuração. As contribuições para a aceleração da taxa do índice partiram de seus três índices componentes. No índice ao produtor, a soja foi o principal destaque ao registrar alta de 1,25%, ante queda de 0,66%, no mês anterior. No IPC, a principal contribuição para a aceleração do índice partiu da gasolina, cuja taxa passou de -3,74% para 1,58%. Por fim, no âmbito da construção, a pressão para a aceleração do índice partiu da mão-de-obra, cuja taxa avançou de 0,31% para 0,53%”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), a projeção para o IGP-M ficou em 5,42%, ante 5,95% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Em meio às discussões do governo eleito sobre aumento de gastos no ano que vem, a expectativa para a alta do IPCA – índice de inflação oficial – de 2023 subiu pela segunda semana seguida, ainda que marginalmente, segundo o Boletim Focus divulgado na manhã de segunda-feira (28). A projeção para este ano também continuou em alta, enquanto a mediana para 2024 ficou estável pela quinta semana seguida.

A projeção para 2022 avançou de 5,88% para 5,91%, contra 5,61% há um mês. A previsão para 2023 subiu de 5,01% para 5,02%. Para 2024, a mediana permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 4,94% e 3,50%, nessa ordem.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), os economistas aumentaram as estimativas do IPCA para 5,92%, ante 5,91% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A variação de 0,4% do Produto Interno Bruto do Brasil no terceiro trimestre de 2022 ante o trimestre anterior colocou o País no 24° lugar no ranking mundial de crescimento real do PIB elaborado pela Austin Rating, que reúne 52 países. A relação é liderada por nações asiáticas e do Oriente Médio: China (3,9%), Filipinas (2,9%), Arábia Saudita (2,6%), Malásia (1,9%), Taiwan (1,8%) e Indonésia (1,8%) ocupam as primeiras posições.

“O Brasil continua no meio da tabela, crescendo abaixo da média dos emergentes e parecido com os países desenvolvidos. E nossa realidade e necessidades são de países emergentes, como questões de renda, segurança e educação”, comenta Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating.

E não é só isso. O País se encontra em posição inferior a outros países latino-americanos: a Colômbia está em 7° lugar, com crescimento de 1,6% no terceiro trimestre. E o México cresceu 0,9% nesse período e Peru,0,5%.

Os problemas de baixo crescimento do Brasil são antigos. Agostini recorda que o País cresceu apenas 0,4% ao ano, em média, na última década, enquanto o mundo cresceu 3% e os países desenvolvidos avançaram 1,2%. O crescimento dos emergentes BRICs no período foi de 3,5%, mas o economista diz que, sem o Brasil, essa taxa teria sido de 4,5% ao ano.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), a projeção para o PIB ficou em 3,05%, ante 2,81% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (28), o Ibovespa fechou em alta, com varejistas entre as maiores quedas na esteira de dados fracos da Black Friday, enquanto a alta de Petrobras e Vale ofereceu um suporte relevante, em dia com exterior desfavorável. O índice Ibovespa teve alta de 0,05%, a 109.031,16 pontos. O volume financeiro somou R$ 16,5 bilhões.

Na terça-feira (29), o Ibovespa fechou em alta, com ações de mineradoras e siderúrgicas entre as maiores altas na esteira de notícias da China e Petrobras mostrando desempenho robusto, ampliando a recuperação no mês, mas ainda distante das máximas. O índice Ibovespa teve alta de 1,96%, a 110.909,61 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,8 bilhões.

Na quarta-feira (30), o Ibovespa fechou em alta, o índice mostrava indecisão quanto ao sinal do dia até o início da fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no meio da tarde, quando então, acompanhando a melhora em Nova York, firmou-se em alta, acentuando os ganhos perto do fechamento. O índice Ibovespa teve alta de 1,42%, a 112.486,01 pontos. O volume financeiro somou R$ 40,2 bilhões.

Na quinta-feira (01), o Ibovespa fechou em queda, tendo ações de consumo entre as maiores quedas, com dúvidas sobre o rumo fiscal o país e o reflexo disso nas taxas de juros e no crescimento econômico ainda minando o primeiro pregão de dezembro. O índice Ibovespa teve queda de 1,39%, a 110.925,60 pontos. O volume financeiro somou R$ 31 bilhões.

Na sexta-feira (02), por volta das 11h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,62%, a 110.242,71 pontos. Em dia de expectativa pelo jogo do Brasil e pela definição da taxa de juros brasileira na semana que vem, os mercados estão atentos às tratativas da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Tendo de pano de fundo um tom mais cauteloso em mercados acionários no exterior antes de dados de emprego dos Estados Unidos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,90%, a 111.923,93 pontos. O volume financeiro somou R$ 32,3 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (02), por volta das 11h00, o dólar registrava alta de 0,05%, cotado a R$ 5,1995 na venda. O dólar passou a subir após a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos. Porém, a moeda norte-americana caminhava para forte baixa semanal depois que esperanças de redução da PEC da Transição e sinais de moderação do ritmo de aperto monetário do Banco Central dos Estados Unidos sustentaram o apetite de investidores por risco nos últimos dias.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (02) cotado a R$ 5,215, o dólar abandonou perdas de mais cedo e fechou em alta frente ao real, depois que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva mostrou resistência a reduzir o montante de gastos extrateto embutido na PEC da Transição e se esquivou de perguntas sobre quem será seu ministro da Fazenda.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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05/12/2022