Cenário Econômico Nacional – 12/12/2022

Cenário Econômico Nacional – 12/12/2022

Cenário Econômico Nacional – 12/12/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado prevê redução menor da Selic em 2023 e dívida mais alta, mostra Focus

O mercado elevou sua expectativa para o patamar dos juros ao fim do próximo ano, antecipando uma redução menor da taxa Selic ao longo de 2023, ao mesmo tempo que previu um aumento maior da dívida pública, mostrou o relatório semanal Focus do Banco Central divulgado na segunda-feira (05).

A projeção dos analistas para a Selic subiu para 11,75% ao final do próximo ano, de 11,50% previstos há uma semana. Para este ano, a projeção foi mantida em 13,75%, com a expectativa de que o Banco Central não mexerá na taxa em sua última reunião de política monetário do ano esta semana.

A mediana das expectativas para a dívida líquida aumentou para 61,50% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim de 2023, de 61% antes. Para este ano, a projeção está em 57,70% do PIB.

Os ajustes nas expectativas acontecem conforme o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reiterado alertas para a importância da sustentabilidade fiscal em um momento em que o governo eleito negocia com o Congresso a aprovação de despesas de cerca de 200 bilhões de reais fora do limite de teto dos gastos para os próximos anos. A chamada PEC da Transição, que propõe a liberação, está prevista para ser votada no Senado nesta semana e tem concentrado as atenções do mercado.

Os analistas consultados pelo BC também elevaram ligeiramente suas projeções para o crescimento do PIB neste ano e no próximo, prevendo agora 3,05% (2,81% antes) e 0,75% (0,70% antes), respectivamente. As expectativas para a inflação não sofreram ajustes relevantes.

Segunda parcela do 13º salário vai injetar R$ 112,9 bilhões na economia

Com a obrigação de ser paga até o dia 20 de dezembro, a segunda parcela do 13º salário deve injetar R$ 112,9 bilhões na economia brasileira, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Com cálculos que cruzam dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com o nível de endividamento das famílias, a pesquisa ainda mostra que o principal destino desta segunda parcela será o pagamento de dívidas, com R$ 42,7 bilhões, 38% do total projetado.

Outros R$ 37,2 bilhões (33%) devem ser usados no comércio, R$ 19,6 bilhões (17%) em serviços e R$ 13,5 bilhões (12%) para poupança.

Dos mais de R$ 37 bilhões que devem seguir para o varejo, os segmentos mais beneficiados devem ser o de hiper e supermercados, com R$ 15,5 bilhões, de vestuário e calçados, com R$ 10,5 bilhões, além dos estabelecimentos especializados em utilidades domésticas, com R$ 4,34 bilhões.

Fábio Bentes, economista da CNC, aponta que, historicamente, para cada ponto percentual de comprometimento de renda, a intenção de consumo cai 1,1%.

Se a melhora do mercado de trabalho, com o aumento da ocupação, e a desaceleração da inflação são motivos a serem comemorados, ele destaca que a taxa de juros alta e o endividamento prejudicam o varejo.

“Os dados do Banco Central mostram que o comprometimento médio da renda, excluindo crédito habitacional, está consumindo quase um terço da renda pelo endividamento. Diante das incertezas, mudança de governo, ninguém sabe como vai ser a economia no ano que vem, é normal se esperar que o comércio fique em segundo lugar na destinação do 13º salário”, colocou à CNN.

Indicador antecedente de emprego da FGV cai a menor nível em mais de 2 anos em novembro

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil aprofundou a queda em novembro, marcando o menor nível desde meados de 2020, com todos os sete componentes do índice apresentando retração, mostraram dados divulgados na terça-feira (06) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, caiu 6,7 pontos no mês passado, para 73,1 pontos, menor nível desde julho de 2020 (66,1 pontos). Em outubro, o indicador já tinha marcando o menor nível desde abril.

Para o economista do FGV Ibre Rodolpho Tamer, contribuíram para a piora do dado a desaceleração da economia e a instabilidade relacionada ao período eleitoral.

“A tendência para os próximos meses ainda é incerta, mas é difícil imaginar que o mercado de trabalho passe ileso de um desaquecimento econômico que deve ser registrado nessa virada para 2023”, afirmou em nota.

Alguns dos componentes do indicador que mais caíram no mês foram Tendência dos Negócios (-1,3 ponto) e Emprego Previsto de Serviços (-1,0 ponto).

Os dados efetivos do emprego no país ainda têm mostrado resiliência. A taxa de desemprego caiu a 8,3% nos três meses até outubro, a mais baixa para o período desde 2014. O Banco Central tem alertado, no entanto, que as surpresas positivas no mercado de trabalho podem ter chegado ao fim.

Inadimplência entre os que têm menor renda é a maior da série histórica, diz CNC

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que 30,3% das famílias brasileiras têm alguma dívida em atraso, pois não conseguiram pagar dentro do vencimento. Em um ano, a inadimplência avançou 4,2 pontos percentuais, atingindo principalmente os que têm menor renda.

Entre os consumidores com até 10 salários de renda mensal, 34,1% atrasaram dívidas, a maior proporção da série histórica, iniciada em 2010.

“Os orçamentos das famílias de menor renda seguem apertados porque os juros altos aumentam as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento. Com maior nível de endividamento, está mais difícil pagar todos os compromissos em dia, contas de consumo e dívidas”, explica a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira.

Com isso, o volume de consumidores que revelaram não ter condições de pagar dívidas já atrasadas de meses anteriores cresceu em novembro, atingindo 10,9% do total de famílias. Entre as com menores rendimentos, o indicador manteve trajetória de alta, atingindo 13,4% das famílias que permanecerão inadimplentes.

O número de pessoas que reportaram atrasos na quitação de dívidas por mais de 90 dias piorou em novembro. Das famílias inadimplentes, 42,5% estão com atrasos acima de três meses, um aumento mensal de 0,6 ponto percentual e de 1 ponto percentual no comparativo anual.

“Não à toa, o spread bancário, que é a diferença entre os juros que os bancos cobram nos empréstimos e os recebidos ao captar recursos de investimentos, chegou ao maior nível desde julho de 2019, 44,4 pontos percentuais, conforme dados de outubro do Banco Central”, analisa Izis Ferreira.

Segundo ela, o valor auferido do spread é utilizado pelas instituições financeiras para cobrir, entre outros gastos, as despesas com inadimplência, que vem sendo revistas para cima pelas empresas que operam crédito no país.

Rendimentos do trabalho crescem 2,5% no terceiro trimestre

Os rendimentos habituais reais médios do trabalho cresceram 2,5% no terceiro trimestre de 2022, de julho a setembro, em comparação com o mesmo período de 2021. Segundo estudo divulgado pelo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), este é o primeiro trimestre que apresenta crescimento interanual nos rendimentos médios do trabalho desde o primeiro trimestre de 2020, quando começou a pandemia de Covid-19.

Em valores, a renda média habitual real registrada para o período, de R$ 2.737, ainda está abaixo dos níveis observados antes da pandemia, mas já alcança os níveis observados em 2017. O rendimento habitual é quanto os trabalhadores costumam receber mensalmente pelo trabalho. Já o efetivo é quanto de fato receberam.

Segundo a análise, o pior impacto da queda nos rendimentos no terceiro trimestre de 2022 ocorreu entre os trabalhadores do setor público, com recuos da renda habitual e efetiva de 2,3% e 3%, respectivamente. Para os trabalhadores do setor privado com carteira, houve aumento da renda no terceiro trimestre de 2022 de cerca de 1,6% da renda habitual.

Por sua vez, os informais foram os que tiveram o maior aumento da renda efetiva, com acréscimo de 5,4% para os trabalhadores por conta própria e de 4,9% para os sem carteira assinada.

Os maiores aumentos da renda efetiva foram nas regiões Centro-Oeste e Norte (8,3% e 5,3% respectivamente). A Região Nordeste teve aumento de apenas 0,7% na renda efetiva e de 1,4 % na renda habitual. Na Região Sudeste, houve crescimento de 1% da renda habitual no terceiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O estudo mostra ainda diferenças salariais entre homens e mulheres. A análise dos rendimentos efetivos e habituais recebidos pelas mulheres, nos últimos trimestres, mostraram desempenho inferior aos dos homens. Enquanto eles tiveram aumento de 3,3% na renda habitual e de 3,4 na renda efetiva, elas tiveram aumento de 1,7% na renda habitual e de 1,5% da renda efetiva.

IGP-DI tem queda de 0,18% em novembro, diz FGV, no quinto mês seguido com deflação

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou deflação de 0,18% em novembro. Foi o quinto mês seguido com deflação: o indicador vinha de quedas de 0,38% em julho, 0,55% em agosto, de 1,22% em setembro e de 0,62% em outubro.

O indicador de novembro veio quase em linha com as projeções de mercado: o consenso Refinitiv apontava para queda de 0,19% na comparação mensal.

Com o resultado de novembro, o IGP-DI acumula taxas de inflação de 4,71% no ano e de 6,02% em 12 meses.

Em novembro de 2021, o índice havia caído 0,58% e acumulava elevação de 17,16% em 12 meses.

Copom mantém juros básicos da economia em 13,75% ao ano

Apesar do repique recente na inflação, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

O diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso, não participou da reunião. O órgão tinha informado que ele não estaria presente por causa do falecimento de um parente de primeiro grau. Os demais diretores e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, votaram pela manutenção da taxa.

Assim como nas últimas vezes, o Copom manteve o aviso que poderá voltar a aumentar a Selic caso a inflação não caia como esperado. Em comunicado, o comitê citou “a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais” como fatores que aumentam o risco de a inflação subir. Em contrapartida, mencionou uma eventual queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional) e uma “desaceleração mais acentuada na economia global” como elementos que podem empurrar a inflação para baixo.

A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a terceira vez seguida em que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

De março a junho do ano passado, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano passado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Juros atuais permitem manter inflação em queda, avaliam entidades

A decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano é acertada e mantém os juros em níveis que permitem manter a inflação em queda, avaliam entidades do setor produtivo. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), existem condições para que os juros comecem a ser reduzidos em breve.

“A taxa de juros nesse patamar [13,75% ao ano] tem restringido a atividade econômica e é suficiente para garantir a continuidade da desaceleração da inflação. As sucessivas altas dos juros, inclusive, já apresentaram seus resultados sobre as expectativas inflacionárias. O próprio Boletim Focus prevê uma inflação menor no fim de 2023”, afirmou, em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

A Federação das Indústria do Rio de Janeiro (Firjan) informou, em nota, que considerou acertada a decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% ao ano.

A Firjan informou que dados recentes da atividade econômica já dão sinais de desaceleração da economia brasileira. “[Isso] aumenta também a importância de avanço em políticas assertivas que garantam a ancoragem das expectativas sobre a inflação, sem reduzir a confiança dos empresários e interromper o processo de crescimento em curso”, diz a nota.

A entidade de classe da indústria destacou a necessidade de que fique claro o direcionamento do país para uma política fiscal responsável e de uma agenda de reformas estruturais. “Esse caminho abrirá espaço para uma taxa de juros mais baixa e viabilizará o desenvolvimento econômico e social nos próximos anos”.

44% dos empresários brasileiros estão otimistas com vendas de Natal, mostra pesquisa

O otimismo para as vendas de Natal em 2022 atinge 44% dos empresários, segundo dados da pesquisa da Boa Vista cedidos com exclusividade para a CNN.

As empresas entrevistadas creem em um aumento das vendas para a data este ano, em relação ao ano passado, quando eram 41% os otimistas. Já 37% estão pessimistas e acreditam em queda nas vendas, ao passo que os 25% restantes esperam vendas iguais. Em 2021, eram 41% os otimistas, 22% esperavam vendas iguais ao ano anterior e 37% esperavam vendas menores.

Para a maioria dos entrevistados (25%), as vendas de Natal e fim de ano representam de 5% a 10% do faturamento anual total.

“Essa expectativa de alta nas vendas em relação ao último ano se deve muito ao fato de que a base de comparação (Natal de 2021) é mais fraca. Porém, a parcela de empresários que acredita numa queda das vendas também é considerável, uma vez que o Natal este ano sucede, não só a Black Friday, que foi mais fraca, como também a Copa do Mundo. Temos visto o consumidor mais cauteloso e menos confiante, além do fato de que a inadimplência das famílias e o comprometimento da renda estão em alta, o que pode colocar em xeque as vendas no período”, afirma Flavio Calife, economista da Boa Vista.

O Natal de 2022 não deve promover uma grande abertura de vagas no mercado de trabalho. Isso porque apenas 31% dos empresários, cerca de três a cada dez, pretendem fazer novas contratações em função da data comemorativa. Entretanto, os números representam uma alta em relação a 2021, quando 21% dos entrevistados pretendiam contratar novos funcionários para o Natal.

Quanto às estratégias adotadas pelos empresários para aumentar as vendas nesse Natal, a aposta principal apontada pelos entrevistados serão as vendas pela internet. / Em seguida, a estratégia adotada será fazer campanhas de vendas nas redes sociais e em terceiro lugar, oferecer descontos.

Apesar da estratégia de vender online, a maioria dos empresários, 61%, crê que a maior parte das vendas serão realizadas em suas lojas físicas, enquanto 39% creem que serão pela internet. Para as empresas ouvidas pela Boa Vista, os setores que mais movimentarão a economia com as vendas de Natal e fim de ano serão: alimentos e bebidas, vestuários e calçados e eletrônicos.

Já os produtos mais procurados pelos consumidores para presentear alguém nesse Natal serão, na visão das empresas, os eletrônicos, com 29%. Para outros 25%, serão os produtos de vestuário e calçados. Produtos de telefonia vêm em terceiro lugar, para 17%. Brinquedos, para 12%; lazer e viagens/passeios, para 7%, perfumaria, 6%, e 4% acham que outros tipos de produtos serão os mais procurados.

Os empresários esperam que o valor gasto seja de, em média, R$ 275,00. 47% dos empresários acham que o consumidor vai gastar mais que no Natal do ano passado. 20%, acreditam que os gastos serão os mesmos, e 32% creem que o consumidor vai gastar menos no Natal de 2022.

Petrobras anuncia redução de preços de venda de gás de cozinha a distribuidoras

A Petrobras anunciou uma redução média de R$ 4,55 para cada 13 kg de GLP (O Gás Liquefeito de Petróleo, conhecido como gás de cozinha) na venda às distribuidoras. O número corresponde a 9,7% de queda no valor por Kg.

O novo valor, que passará de R$ 3,5837 por kg para R$ 3,2337 por kg, começa a valer na quinta-feira (08).

“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.

O preço do GLP teve sua última alteração em 16 de novembro, quando a estatal reduziu o valor do Kg de R$ 3,7842 para R$ 3,5842.

Nome para a Defesa de Lula, Múcio ‘abre portas’ a empresas no governo

Hábil negociador político e nome forte para comandar o Ministério da Defesa na futura gestão Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro “abre portas” ao setor privado em órgãos do governo. O ministro aposentado presta, ainda, consultoria a empresas com interesses na Corte em que atuou por mais de dez anos.

Múcio entrou no ramo após deixar o TCU, em aposentadoria antecipada, em dezembro de 2020. No mês seguinte, abriu a Jmmf Consultoria Ltda, com capital de R$ 10 mil, em uma sala comercial na Asa Norte, em Brasília. No registro, consta a atividade de “consultoria em gestão empresarial”. Em fevereiro deste ano, inaugurou uma filial em um edifício comercial no Recife.

Ao Estadão, Múcio afirmou que a consultoria faz “engenharia política” para clientes. “Eu uso meu network de 40, 50 anos de política e abro portas, marco para a pessoa ser recebida”, afirmou. Ele rechaça a pecha de lobista: “Lobby é se eu cobrar por êxito. Eu não cobro por êxito. Eu não tenho premiação”.

No âmbito de processos no TCU, a contratação da Jmmf Consultoria é mencionada para prestar serviços à Seguradora Líder, que já foi responsável pela administração do DPVAT, o seguro obrigatório para motoristas, em ao menos duas atas de reuniões a que a reportagem teve acesso. Uma delas é de 10 de agosto deste ano e a outra do dia 18 do mesmo mês.

Na última década, o TCU apurou uma série de suspeitas de irregularidades em contratos da Líder na gestão do seguro usado para indenizar vítimas de acidentes de trânsito, cujo montante recolhido é de R$ 4 bilhões por ano. Múcio foi relator de um pedido do Congresso para auditar o DPVAT, em 2018. Nenhum dos casos resultou em conclusão que levasse a seguradora a ser punida.

O presidente Jair Bolsonaro, porém, chegou a suspender a arrecadação em uma investida contra o seguro. Em 2020, o consórcio da Líder foi dissolvido pelas empresas integrantes e o TCU determinou que o governo continuasse a prover o seguro, mesmo que em um contrato emergencial com a seguradora. A gestão Bolsonaro, então, passou para a Caixa Econômica Federal a administração dos recursos. O caso está prestes a parar na Justiça, além de pendente de análise na Corte de contas. A Líder quer voltar a operar o DPVAT.

‘CONSISTENTE’. Em um trecho do contrato de Múcio com a Líder consta que o ministro aposentado presta “serviços de consultoria consistente em gestão empresarial e apoio”. Pessoas ligadas às seguradoras afirmaram ao Estadão que, na prática, ele seria responsável por pareceres nos processos que estão no TCU. Hoje, Múcio disse ter contrato de R$ 50 mil com a Seguradora Líder. O ministro aposentado é engenheiro de formação, não advogado, e, apesar de constar duas vezes nas atas produzidas e endossadas pelas empresas que o contrataram, ele negou atuar no TCU.

“Se eles puseram na ata, é por conta e risco deles. Mas eu não vou cuidar (dos processos). Até porque os ministros não recebem isso (a atuação de ex-ministros) bem. Nem nos meus relatórios de compliance, nem nas empresas tem nenhuma citação a lobby, nem Congresso, nem TCU, nem absolutamente nada”, disse.

Alexandre Silveira (PSD-MG) assume relatoria da PEC da transição no Senado

O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) foi oficializado na tarde de segunda-feira (05), como relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição no Senado. Como adiantou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, na noite deste domingo, 4, o nome do parlamentar, que já figurava entre os favoritos, ganhou mais força no fim de semana. A decisão foi tomada pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Havia uma expectativa de que Alcolumbre avocasse para si a relatoria. Nesse caso, contudo, ele precisaria deixar nas mãos do senador Lucas Barreto (PSD-AP), que fez campanha contra ele no Amapá nas eleições deste ano, a sessão de votação da proposta na CCJ.

Silveira é aliado próximo de Alcolumbre e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Como o Broadcast Político também mostrou ontem, a proposta que deverá ser votada na CCJ amanhã trará mudanças substanciais em relação ao que foi inicialmente sugerido pelo governo eleito.

Ao invés de retirar o Bolsa Família do teto de gastos por quatro anos, o texto de Silveira deve sugerir excepcionalizar o programa de transferência de renda da regra fiscal por 2 anos. O valor fora do teto para pagar o Bolsa Família também poderá ser reduzido de R$ 175 bilhões para R$ 150 bilhões.

Além disso, foi negociado um trecho para liberar o uso de até 6,5% das receitas extraordinárias ainda neste ano, e não mais a partir de 2023, o que deve garantir o pagamento das emendas de relator-geral, o chamado orçamento secreto. O valor da arrecadação extra que ficaria fora do teto pode chegar a R$ 23 bilhões.

Em conversa de mais de 1 hora, Sullivan diz que Lula e EUA têm desejo de ‘relação construtiva’ e de ‘engajamento ativo e regular’

Após o encontro com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que os dois países têm pautas em comum, além do desejo de desenvolver uma “relação construtiva” com “engajamento ativo e regular”.

A informação foi dada por uma alta autoridade do governo americano. Sullivan se reuniu com Lula na segunda-feira (05). A conversa estava prevista para durar apenas 15 minutos, mas se estendeu por mais de 1h30.

Segundo a fonte do governo americano, o Brasil pode ser uma voz “muito importante” e “poderosa” em questões globais, como as mudanças climáticas, a segurança alimentar, a redução da pobreza e a promoção da democracia.

Esses pontos são prioridades dos dois países e, ainda de acordo com a autoridade americana, o presidente dos EUA, Joe Biden, e Lula estão “muito alinhados”.

Jake Sullivan diz que Biden aguarda visita de Lula.

Senador Fávaro lidera corrida para ser ministro da Agricultura de Lula, dizem fontes

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) está liderando a corrida para ser ministro da Agricultura no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disseram duas fontes à Reuters com conhecimento do assunto.

Fávaro, que integra o grupo de agricultura da equipe de transição de governo, está próximo de Lula desde a campanha eleitoral.

Procurada, a assessoria do senador não confirmou nenhum convite oficial por parte do presidente Lula.

Fávaro foi eleito pelo Mato Grosso, maior Estado produtor de grãos do Brasil.

TSE aprova contas da campanha eleitoral de Lula e Alckmin

Por unanimidade, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, na terça-feira (06), as contas da campanha da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

Na mesma sessão, o TSE proclamou a vitória dos dois para presidente e vice-presidente do país. A aprovação é um requisito para a diplomação do petista, marcada para o próximo dia 12 de dezembro, solenidade que permite sua posse na Presidência da República, no dia 1º de janeiro.

Segundo a Corte, a diplomação é uma cerimônia que formaliza o resultado das eleições, marcando o fim do processo eleitoral. Os respectivos diplomas serão assinados pelo presidente do Tribunal, ministro Alexandre de Moraes.

No sábado (03), seguindo o parecer da área técnica do TSE, o Ministério Público Eleitoral (MPE) também recomendou a aprovação das contas, e sem qualquer ressalva. Levou em conta novos esclarecimentos feitos pelo PT comprovando a regularidade dos gastos questionados pela Asepa em seu parecer final.

Em 25 de novembro, o relator, ministro Ricardo Lewandowski, mandou a campanha do presidente eleito prestar esclarecimentos à Justiça Eleitoral sobre parte de sua declaração de contas apresentada à Corte.

Segundo Lewandowski, a assessoria técnica do tribunal identificou “falhas” na prestação de contas, que somam cerca de R$ 620 mil. Esse valor seria a diferença encontrada nas despesas apresentadas pela campanha do petista.

Nesta terça, Lewandowski afirmou que foram analisados 11.000 documentos, com um tamanho total de 2 gigabytes de informações. “As falhas não comprometiam a regularidade das contas, razão pela qual a área técnica se manifestou pela aprovação. Após a identificação, os candidatos esclareceram os pontos”, disse.

Ao todo, a campanha de Lula declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter gastado mais de R$ 131 milhões, valor quase no limite imposto pelo TSE para os candidatos à Presidência que disputaram o segundo turno, de R$ 133 milhões.

Falta de verbas e cortes no Orçamento no fim do governo Bolsonaro: quais serviços e setores já foram comprometidos

O quinto bloqueio de gastos do governo federal no Orçamento de 2022 afetou várias áreas e interrompeu serviços. Os cortes anunciados no fim de novembro, que somam R$ 5,7 bilhões, deixaram os últimos dias do governo do presidente Jair Bolsonaro com a administração paralisada.

Educação e Saúde são as áreas mais afetadas, mas antes mesmo do anúncio do bloqueio já havia setores prejudicados por falta de verbas, como o de emissão de passaportes e de manutenção de carros da Polícia Rodoviária Federal.

O objetivo do novo contingenciamento é cumprir a regra do teto de gastos. Esta norma, prevista na legislação, estabelece que a maior parte das despesas não pode subir acima da inflação do ano anterior. Como as despesas obrigatórias (salários de servidores, gastos previdenciários e com assistência social, entre outras) têm subido a cada ano, o espaço para os chamados gastos discricionários, que não são obrigatórios, têm diminuído.

Por esta regra, nem mesmo com o crescimento da arrecadação registrado neste ano é possível aumentar os gastos.

A ideia do governo com o bloqueio adicional era garantir o cumprimento dos custos da Lei Paulo Gustavo, que destina R$ 3,8 bilhões a estados e municípios para mitigar efeitos da pandemia no setor cultural. Também houve aumento de despesas com benefícios previdenciários, que são gastos obrigatórios, no valor de R$ 2,3 bilhões.

Senado aprova PEC do Estouro com 64 votos favoráveis e 13 contrários

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Estouro foi aprovada, na quarta-feira (07), no plenário do Senado Federal, por 64 votos a 13. Não houve abstenção. O texto segue para análise da Câmara dos Deputados.

No primeiro turno, foram 64 votos a 16. Eram necessários ao menos 49 parlamentares favoráveis. No segundo turno, foram 64 votos a 13.

Na última terça-feira (06), a medida passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) depois de acordo. O teto de gastos públicos foi expandido em R$ 145 bilhões por dois anos, viabilizando a manutenção do Auxílio Brasil, que deverá voltar a se chamar Bolsa Família, em R$ 600 no próximo ano.

Além disso, o texto aprovado também prevê a abertura de cerca de R$ 23 bilhões para novos gastos já neste ano, na reta final do governo de Jair Bolsonaro (PL), e que o governo eleito envie um projeto sobre nova regra fiscal até 31 de agosto que vem.

Os senadores rejeitaram todos os três destaques apresentados. Os destaques são trechos separados com sugestões de alterações a serem votados individualmente a pedido de senadores. Eles pretendiam reduzir o prazo de vigência da ampliação do teto de gastos de dois anos para apenas um ano, além de reduzir o valor dessa ampliação de R$ 145 bilhões para R$ 100 bilhões, por exemplo.

A iniciativa foi gestada, articulada e apresentada pelos aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que este possa cumprir promessas de campanha e recompor o orçamento de diversas áreas, como o Farmácia Popular e a merenda escolar.

A PEC tem como objetivo principal manter o Auxílio Brasil, que deve voltar a se chamar Bolsa Família, no valor de R$ 600 mensais e instituir no programa um complemento de R$ 150 por criança de até seis anos, a partir do ano que vem.

Atualmente, o orçamento de 2023 enviado pela equipe de Jair Bolsonaro prevê a parcela de R$ 405 mensais, tendo reservado R$ 105 bilhões para o programa no ano que vem.

Na avaliação dos aliados de Lula, além dos R$ 105 bilhões, é preciso mais R$ 70 bilhões para viabilizar os R$ 200 que completam os R$ 600 mensais e acrescentar os R$ 150 a famílias por crianças com até seis anos.

PL pede cassação de mandato de Moro, segundo dirigentes do partido

O PL, partido de Jair Bolsonaro, ingressou com pedido junto à Justiça Eleitoral pela cassação do mandato do senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR), de acordo com o relato de dirigentes da sigla à CNN.

A solicitação está sob segredo judicial, mas integrantes da legenda disseram à CNN que o pedido foi feito no Paraná, com o respaldo do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

No pedido, o PL contestaria eventuais irregularidades cometidas pela campanha do senador eleito e usaria como base manifestação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, que apontou falhas na prestação de contas do ex-juiz federal.

O segundo colocado na disputa ao Senado Federal pelo Paraná foi Paulo Martins (PL). A expectativa da legenda é de que, em uma eventual nova eleição diante da cassação do mandato, Martins seja eleito senador.

Nas redes sociais, Moro se manifestou sobre o pedido de cassação. Ele afirmou que “maus perdedores” resolveram “trabalhar para o PT e para os corruptos”.

“Da minha parte, nada temo, pois sei da lisura das minhas eleições. Agora, impressiona que tenham pessoas que podem ser tão baixas. O que não conseguem nas urnas, tentam no tapetão”, escreveu.

Margareth Menezes é cotada para o Ministério da Cultura no governo Lula

Margareth Menezes, 60 anos, é cotada para assumir o Ministério da Cultura no governo Lula 3.

Janja, mulher de Lula, é uma das principais defensoras do nome da cantora baiana para a pasta. Além de Margareth, foram cogitados os nomes dos atores Lázaro Ramos, Marieta Severo e do rapper Emicida.

Autora, ao lado de Djalma Oliveira, do hit “Faraó – Divindade do Egito”, Margareth Menezes tem mais de 10 álbuns lançados, várias indicações ao Grammy e fez mais de 20 turnês internacionais.

Em 2004, junto com moradores do bairro da Ribeira, em Salvador, a cantora fundou a Associação Fábrica Cultural, de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos.

A cantora deve participar do show da posse de Lula, ao lado de outros artistas com Paulinho da Viola, pastor Kleber Lucas e Leonardo Gonçalves.

A opção por um artista para comandar a Cultura se assemelha à fórmula usada por Lula no primeiro mandato, quando Lula optou por Gilberto Gil.

Em reunião com Banco Mundial, Haddad diz que espera ampliação de PPPs e investimentos no Brasil

Provável ministro da Fazenda do novo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad teve uma reunião com representantes do Banco Mundial para discutir os investimentos da organização no Brasil, que hoje chegam a uma carteira de 5 bilhões de dólares.

“Eles estão com uma carteira de projetos no Brasil que somam coisa de 5 bilhões de dólares, uma coisa grande, em geral na área de PPPs e concessões, uma parte também no setor privado. Então a gente ficou bem impressionado, porque PPP é uma coisa que vai acontecer muito no próximo governo”, disse Haddad, revelando que o próximo governo tem interesse em aumentar esses investimentos.

“A gente pretende deslanchar uma política de parcerias público—privadas, sobretudo na área de infraestrutura. E o Banco Mundial se colocou à disposição para continuar investindo”, afirmou.

O encontro com o vice-presidente para América Latina, Carlos Felipe Jaramillo, e o diretor para o Brasil, Johannes Zutt, aconteceu a pedido de Lula, que encarregou Haddad de conversar com os representantes do Banco Mundial.

Depois da conversa, Jaramillo disse aos jornalistas que a intenção foi apresentar ao novo governo a carteira do Banco Mundial no Brasil e oferecer apoio, especialmente em quatro áreas: pobreza e fome, preservação da Amazônia e meio ambiente, crescimento e política fiscal.

Segundo Haddad, o novo governo pretende aumentar ainda mais os projetos financiados pelo banco no país, lembrando que nos dois primeiros mandatos os investimentos seriam de quase três vezes o valor atual.

“A área de infraestrutura que vai definir prioridades, mas como conceito é importante a gente retomar, inclusive mudando alguns detalhes da legislação que hoje são obstáculos que têm refreado a contratação de parcerias, dificultando aval do Tesouro federal, às vezes dificultando a participação da União em projetos de Estados e municípios, sobretudo Estados”, defendeu Haddad. “Então acho que tem um campo para a gente restabelecer um patamar de 10 anos atrás.”

Agronegócio: Volume de exportações do Brasil sobe 12% em 2022

O volume de exportações do agronegócio brasileiro cresceu 12% entre janeiro e outubro de 2022, de acordo com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A soja em grãos e a carne bovina in natura foram os produtos com maior participação nas exportações.

A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, destacou as importações de produtos agropecuários brasileiros por parte da Índia.

Segundo ela, em 2021 o país asiático era o 22º destino das exportações de produtos agropecuários e subiu para a décima posição nos 10 primeiros meses deste ano, comprando US$ 2,38 bilhões do Brasil.

Setor de serviços do Brasil aponta menor crescimento em um ano e meio em novembro, mostra PMI

O setor de serviços do Brasil seguiu em expansão pelo 18° mês consecutivo em novembro, mas o crescimento desacelerou ao ritmo mais fraco dessa sequência de ganhos, enquanto a confiança dos empresários caiu ao menor patamar em mais de um ano, mostrou pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O PMI de serviços brasileiro caiu a 51,6 no mês passado, contra leitura de 54,0 em outubro, informou a S&P Global nesta segunda-feira. O dado, com ajuste sazonal, seguiu acima da marca de 50 que separa crescimento de contração, mas a expansão foi a mais fraca em um ano e meio.

Segundo a pesquisa, algumas empresas consultadas indicaram que a incerteza no mercado e a perda de clientes prejudicaram o crescimento.

“Os provedores de serviços indicaram que a incerteza em relação às perspectivas das políticas públicas e da economia em geral prejudicou a demanda em novembro”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima. Ela destacou que houve expansão de novos negócios, mas no ritmo mais lento desde maio de 2021.

Já a confiança do setor nas perspectivas para os serviços recuou para seu nível mais baixo em 13 meses, com algumas empresas citando “maior incerteza devido a uma situação econômica e política desafiadora”.

Essa visão vem em meio a incertezas fiscais, conforme o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva busca viabilizar amplos gastos extrateto a partir de 2023, esforço que vem causando ondas de estresse e volatilidade no mercado financeiro doméstico.

Ainda assim, disse a S&P Global, os provedores de serviços estavam confiantes de que os níveis de atividade serão maiores dentro de um ano, devido a esforços de marketing, licitações, expectativas de juros mais baixos, inflação contida e reformas estruturais.

Houve aumento da inflação de custos no Brasil em novembro, com os prestadores de serviços alegando pagar mais por itens como equipamentos, fertilizantes e alimentos diante da força do dólar no período. A moeda norte-americana fechou o mês passado em alta frente ao real, e chegou a operar acima de 5,40 reais em certos pontos de novembro.

Apesar dos custos mais altos, houve desaceleração da alta dos preços cobrados para a prestação de serviços em relação a outubro.

A manutenção do setor de serviços em território de expansão não conseguiu compensar a contração da indústria, de forma que a atividade do setor privado do Brasil encolheu em novembro. O PMI Composto do país caiu para 49,8 no mês passado, de 53,4 em outubro.

Sebrae: pequenos negócios respondem por 8 em cada 10 empregos criados

Levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (Sebrae) mostra que, em outubro, os pequenos negócios foram responsáveis por cerca de oito a cada dez novas vagas de trabalho criadas no país. O saldo positivo de empregos gerados por empresas de todo tipo porte no país, nesse período, foi de 159.454, sendo que os pequenos negócios respondem por 125.114 das contratações (78,5%).

“Pelo décimo mês consecutivo, as micro e pequenas empresas apresentaram saldo positivo na geração de empregos no país”, avaliou o Sebrae, por meio de nota.

No acumulado de 2022, o país contabiliza 2,3 milhões de novos postos de trabalho, desses, 1,661 milhão (71,6%) por meio de micro e pequenas empresas. A participação de médias e grandes na geração de empregos é de 22%, com 513 mil contratações.

Entre os sete setores da economia analisados, as micro e pequenas empresas apresentaram saldo positivo em todos, enquanto médias e grandes empresas registraram saldo negativo na construção civil e na extrativa mineral. Na área de serviços, por exemplo, o saldo de contratações dos pequenos negócios foi de 60,2 mil, enquanto médias e grandes empresas aumentaram seus quadros em 29,1 mil novos contratados.

As contratações pelos pequenos negócios no comércio também foram bem superiores: quase cinco vezes mais do que a de médias e grandes – 39,1 mil contra 8,3 mil, respectivamente.

No acumulado de 2022, as micro e pequenas empresas do setor de serviços foram as que mais contrataram, com 850.781 novos empregos, além de 274.679 postos na construção civil e 262.143 no comércio.

Abimaq espera queda de 5% do faturamento da indústria de máquinas em 2022

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) deve encerrar 2022 com uma queda de 5% do faturamento contabilizado por suas mais de 1,7 mil associadas, conforme disse o presidente executivo da entidade, José Velloso, minutos antes do início do almoço anual de confraternização da associação.

Velloso lembrou que inicialmente havia previsão de alta de 2% a 3% do faturamento da indústria de máquinas, mas a política monetária adotada pelo Banco Central, com elevação da Selic e reflexos para as taxas de juros de longo prazo, inibiu os negócios.

A produção da indústria de máquinas deve ficar 1% menor neste ano em comparação ao ano passado, de acordo com Velloso.

Para 2023, a expectativa é de estabilidade do faturamento da indústria de máquinas e equipamentos e avanço de 0,5% da indústria de transformação.

Velloso comentou que a entidade foi consultada pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem a Abimaq enfatizou a necessidade de fomentar uma “agenda de competitividade”.

Garantir segurança jurídica, liberdade econômica e redução do “custo Brasil” foram destacados pelo executivo, além da efetivação das reformas administrativa e tributária.

De acordo com Velloso, para aumentar a industrialização no País, a prioridade é a reforma tributária.

PIB da construção deve crescer 2,4% em 2023, de acordo com Sinduscon-SP e FGV

O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil deve crescer 2,4% em 2023, de acordo com projeção do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-SP) e da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O cenário, se confirmado, representará um desaquecimento expressivo das atividades perante 2022, quando o PIB fechará em alta de 7%, e de 2021, quando bateu em 10%.

A coordenadora de estudos da construção da FGV, Ana Maria Castelo, atribuiu esse esfriamento à perspectiva de poucas obras e reformas domésticas, uma vez que as famílias estão bastante endividadas e sem grandes evoluções reais de renda.

“Um peso grade na perspectiva da desaceleração vem do ‘efeito família’, responsáveis por autoconstrução e reforma. Esse componente é que está puxando para baixo o PIB”, destacou Castelo, durante entrevista coletiva à imprensa.

Outro problema, segundo ela, é a própria expectativa de redução do ritmo de atividade da economia brasileira como um todo, combinada com as dificuldades de controles das contas públicas.

“Vemos uma situação fiscal complicada para os Estados pela perda de ICMS. Alguns estão tentando reagir aumentando a tributação, o que é ruim para os setores produtivos. Temos aí um desafio.”

Apesar da desaceleração, Castelo avaliou que o setor tende a seguir saudável no ano que vem.

“O dado não é negativo. Obviamente se reduz o ritmo, mas ainda estamos falando em crescimento. E ainda é forte”, ponderou, lembrando que o PIB da construção vai aumentar mais que o PIB do Brasil como um todo. “As projeções para o PIB do país estão abaixo de 1% para o ano que vem.”

Pelo lado positivo, o PIB da construção tende a ser impulsionado pelo avanço do ciclo de obras residenciais e comerciais, após tantos lançamentos e vendas realizados nos últimos dois a três anos.

Produção de veículos avança 4,9% em novembro, na comparação anual, diz Anfavea

A produção de veículos subiu 4,9% no mês passado se comparada a novembro de 2021, chegando a 215,796 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Frente a outubro, novembro mostrou alta de 4,7%, conforme balanço divulgado na quarta-feira (07), pela Anfavea, associação que representa as montadoras.

Desde o primeiro dia do ano, o crescimento da produção subiu 6,9%, com 2,178 milhões de veículos produzidos entre janeiro e novembro.

As vendas de veículos, por outro lado, recuaram 1,3% no período, no total 1,887 milhão de veículos foram vendidos nos onze meses.

Na comparação entre novembro de 2022 e o mesmo mês de 2021, porém, as vendas de veículos subiram 17,9%. Em relação a outubro, houve elevação de 12,8% nas vendas no mês passado, com 204,011 mil veículos licenciados.

As exportações subiram 1,6% entre outubro e novembro. No total, 43,437 mil veículos foram embarcados no mês passado, 55,0% a mais do que em novembro de 2021. Nos 11 primeiros meses do ano, as montadoras exportaram 449,705 mil veículos, o que corresponde a um crescimento de 34,3%.

O levantamento da Anfavea mostra ainda que as montadoras abriram 175 vagas de trabalho em novembro, encerrando o mês com 104.523 pessoas empregadas.

Grupo J.Safra compra Saurus para complementar Safrapay

O Grupo J.Safra comprou a Saurus, empresa de automação comercial e gestão, e vai utilizá-la para complementar a oferta da Safrapay, empresa de adquirência. A Saurus foi criada há mais de dez anos, tem mais de 10 mil clientes ativos e uma rede de mais de 300 software houses parceiras. O valor da operação não foi revelado.

A Saurus oferece soluções prontas para pequenos e grandes clientes. Com ela, a Safrapay espera agregar valor aos produtos e serviços, tornando os atuais clientes mais fiéis e também buscar novos clientes. A expectativa é de uma atuação que conjugue os mundos físico e digital.

“Estamos muito otimistas com a chegada da Saurus. A aquisição demonstra mais um movimento na direção de consolidar a Safrapay não só como uma empresa de adquirência, mas como uma empresa de tecnologia com a oferta de um ecossistema completo, multicanal com soluções para o varejo”, afirma em nota Pedro Coutinho, executivo à frente da Safrapay.

De acordo com ele, a compra da empresa aproxima os serviços financeiros das operações do varejo, algo que as companhias de adquirência têm buscado fazer diante da maior concorrência na captura de transações. Segundo ele, um dos objetivos é permitir aos clientes uma gestão simplificada dos negócios.

“Com essa aquisição a Safrapay passa a entregar ainda mais serviços de valor agregado, o que proporcionará aos seus clientes o acesso a diversas soluções através de um fornecedor único, consolidando ainda mais nosso”, acrescenta Coutinho.

A Safrapay espera também impulsionar as software houses ligadas à Saurus, aproximando-as das empresas e do mercado.

O J.Safra Investment Banking foi o assessor financeiro do Grupo J.Safra na transação.

Vendas no varejo brasileiro sobem 0,4% em outubro

O volume de vendas no comércio varejista apresentou alta de 0,4% em outubro frente a setembro, na série com ajuste sazonal. Os dados foram divulgados na manhã de quinta-feira (08), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na comparação anual, a alta foi de 2,7%, o terceiro resultado positivo consecutivo.

A projeção consensual era de uma alta mensal de 0,2%. No ano, a alta acumulada atingiu 1,0%. Nos últimos doze meses, é de apenas 0,1%, mas o indicador representa o primeiro resultado positivo após cinco meses seguidos de recuos.

SELIC

Em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75%. Pelo terceiro encontro consecutiva, a autoridade optou por não mexer nos juros. A decisão foi unânime.

“O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024”, explicou o colegiado, no texto que acompanha a decisão.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (12), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

Comum às famílias brasileiras que pagam ou recebem dinheiro de imóveis alugados, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de novembro repetiu a tendência de outubro, e registrou deflação de 0,56% ante queda de 0,97% no mês anterior. Publicado na última semana pela Fundação Getulio Vargas (FGV), a sinalização de queda nos preços de reajustes de contratos de locação pode representar um alívio ao bolso do consumidor no curto prazo. Segundo o economista Roberto Piscitelli, porém, o ciclo que indica deflação nos índices macroeconômicos do país está próximo do fim.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (12), a projeção para o IGP-M ficou em 5,42%, ante 5,42% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Em meio às discussões do governo eleito sobre aumento de gastos no ano que vem, a expectativa para a alta do IPCA, índice de inflação oficial, de 2023 subiu pela terceira semana seguida no Boletim Focus. A projeção para este ano também continuou em alta, enquanto a mediana para 2024 permaneceu parada.

A projeção para 2022 avançou de 5,91% para 5,92%, contra 5,63% há um mês. A previsão para 2023 subiu de 5,02% para 5,08%. Para 2024, a mediana permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 4,94% e 3,50%, nessa ordem.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (12), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,79%, ante 5,92% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do Brasil deverá crescer até 2,5% em 2023 em relação a 2022, quando a quebra de safra de soja e a alta de custos pressionaram os resultados do setor, estimou na quarta-feira (07) a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A principal entidade representativa do setor agrícola do Brasil destacou que a projeção sinaliza uma recuperação ante 2022, que deverá fechar com queda de 4,1% no PIB do agro, depois de registrar recordes em 2020 e 2021.

A confederação avalia, contudo, que 2023 será um “ano de desafios, tanto no ambiente interno quanto no cenário externo, em que poderá haver uma margem de lucro menor”, com redução de receita para o produtor rural e alta dos custos de produção na atividade.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (12), a projeção para o PIB ficou em 3,05%, ante 3,05% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (05), o Ibovespa fechou em queda, abaixo dos 110 mil pontos, com Wall Street corroborando o rumo negativo após uma semana de ganhos no pregão brasileiro, enquanto agentes financeiros continuam na expectativa de um desfecho envolvendo a PEC da Transição. Tendo diminuído o ritmo à tarde com a partida da seleção brasileira na Copa do Mundo. O índice Ibovespa teve queda de 2,3%, a 109.349,37 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,6 bilhões.

Na terça-feira (06), o Ibovespa fechou em alta, marcada pela aprovação da PEC da Transição em comissão do Senado por um valor menor do que a proposta original, mas ainda alimentando receios sobre os potenciais reflexos nas contas públicas do país. O índice Ibovespa teve alta de 0,63%, a 110.090,94 pontos. O volume financeiro somou R$ 22 bilhões.

Na quarta-feira (07), o Ibovespa fechou em queda, com Vale e Petrobras entre as maiores pressões de baixa, na esteira do declínio de preços de commodities como o minério de ferro e o petróleo, diante de preocupações com o ritmo da atividade econômica global. O índice Ibovespa teve queda de 1,02%, a 109.068,55 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,7 bilhões.

Na quinta-feira (08), o Ibovespa fechou em queda, com sinais nocivos do cenário fiscal ampliando receios de que a política monetária restritiva no Brasil seja prolongada. O índice Ibovespa teve queda de 1,67%, a 107.249,04 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,5 bilhões.

Na sexta-feira (09), por volta das 14h20, o índice Ibovespa operava em alta de 1,14%, a 108.471,73 pontos. Após dado de preços nos Estados Unidos ter revertido humor positivo em Wall Street mais cedo, enquanto o mercado digere a confirmação do nome de Fernando Haddad como ministro da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,25%, a 107.519,56 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,1 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (09), por volta das 14h30, o dólar registrava alta de 0,59%, cotado a R$ 5,2468 na venda. O dólar subia frente ao real, após a confirmação de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda do governo eleito, mas num movimento avaliado por agentes do mercado como comedido, uma vez que o anúncio já era amplamente esperado.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (09) cotado a R$ 5,2456, em uma reação que agentes do mercado avaliaram como comedida à confirmação de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda do governo eleito, e também alinhada à força da moeda norte-americana no exterior.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
12/12/2022