Cenário Econômico Nacional – 19/12/2022

Cenário Econômico Nacional – 19/12/2022

Cenário Econômico Nacional – 19/12/2022 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Perspectiva para inflação no Focus este ano cai, mas segue acima da meta

Analistas consultados pelo Banco Central reduziram com força sua expectativa para a inflação ao final deste ano, mas ainda acima do teto da meta, deixando inalterados os cenários para a economia e os juros.

A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira (12) pelo BC mostra que a projeção para a alta do IPCA em 2022 caiu a 5,79%, de 5,92% na semana anterior. A mudança vem na esteira de um resultado abaixo do esperado em novembro para a inflação, com o IPCA subindo 0,41%.

O IBGE divulga em 10 de janeiro os números finais do IPCA em 2022. Apesar da redução, a expectativa para a inflação no levantamento ainda fica acima do teto da meta 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para 2023 e 2024 as contas para a alta dos preços não mudaram, ficando respectivamente em 5,08% e 3,5%. Para esses anos, os objetivos são de 3,25% e 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento ficaram inalteradas em 3,05% e 0,75% para este ano e o próximo. Também não houve alteração na perspectiva de que a taxa básica de juros Selic terminará 2023 a 11,75%, contra 13,75% atualmente.

Salário mínimo sobe para R$ 1.302 em 1º de janeiro

A partir de 1º de janeiro de 2023, o salário mínimo, que atualmente é de R$ 1.212, será de R$ 1.302.

O valor atualizado está em uma medida provisória publicada na segunda-feira (12) no Diário Oficial da União.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República explicou que valor considera uma variação da inflação de 5,81%, acrescida de ganho real de cerca de 1,5%.

“O valor de R$ 1.302,00 se refere ao salário mínimo nacional. O valor é aplicável a todos os trabalhadores, do setor público e privado, como também para as aposentadorias e pensões”, acrescenta a nota.

Por se tratar de medida provisória, o texto terá de ser analisado por deputados e senadores. O mesmo novo valor para o salário mínimo já estava previsto no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, que foi enviado ao Congresso Nacional em agosto.

Aluguel residencial fica 0,79% mais caro em novembro, quase o dobro da inflação no mês

Os novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 0,79% mais caros em novembro em relação a outubro, segundo o Índice FipeZAP+, divulgado na terça-feira (13) pelo DataZAP+. A alta foi quase o dobro da registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que avançou 0,41% no mesmo período.

O FipeZAP acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 25 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na internet. Todos os municípios monitorados registraram alta nominal (quando não é descontada a inflação) em novembro.

Entre as capitais, os maiores avanços foram em Porto Alegre (1,54%), Curitiba (1,34%), Goiânia (1,17%) e Salvador (+0,79%). São José (SC) lidera o ranking geral, com aumento de 5,55%.

Quando considerado o balanço parcial de 2022, a alta acumulada é ainda maior: o preço médio do aluguel avançou 15,53% de janeiro a novembro, três vezes acima da inflação no período, de 5,13%. Também neste recorte, todas as 25 cidades apresentam aumento nominal.

Entre as capitais, os maiores avanços foram em Florianópolis (30,08%), Goiânia (28,40%), Curitiba (23,50%) e Fortaleza (22,46%). São José (SC) também lidera essa lista, com aumento de 39,29% em 2022.

Copom reforça preocupação com aumento de gastos e seu impacto na inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que debateu de “forma extensa” os impactos de diferentes cenários fiscais (alta de gastos) sobre a inflação e acrescentou que, em momentos de melhora do mercado de trabalho, o impacto de estímulos fiscais (alta de gastos) significativos sobre a trajetória de inflação tende a se sobrepor aos impactos almejados sobre a atividade econômica.

Isso quer dizer que uma forte alta de gastos neste momento de baixa ociosidade na economia pode pressionar mais os preços do que estimular a atividade econômica. As avaliações constam na ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros foi mantida estável novamente em 13,75% ao ano.

O recado do BC é divulgado em um momento no qual o Congresso Nacional debate aumento de despesas para manter o benefício do Bolsa Família em R$ 600 no ano que vem, além de recompor despesas em saúde, educação e outras áreas afetadas nos últimos anos. A elevação de 168 bilhões em gastos por dois anos, discutida da PEC da transição, já foi aprovada pelo Senado Federal. O texto ainda será avaliado pela Câmara dos Deputados.

“Nos diferentes exercícios analisados, avaliou-se que o efeito final, seja sobre a inflação ou sobre a atividade, dependerá tanto da combinação quanto da magnitude das políticas fiscal e parafiscal”, avaliou o Copom. E acrescentou que ainda há “muita incerteza” sobre o cenário fiscal prospectivo (alta de despesas que será autorizada no futuro) e que o “momento requer serenidade na avaliação de riscos”.

Para definir o nível dos juros, o Banco Central se baseia no sistema de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir a Selic.

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Neste momento, o BC já está ajustando a taxa Selic para tentar atingir a meta de inflação dos próximos anos, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.

IBC-Br tem queda de 0,05% em outubro

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,05% em outubro sobre o mês anterior, segundo dado dessazonalizado divulgado pelo BC na quarta-feira (14).

A expectativa em pesquisa da Reuters era de um avanço de 0,50% no mês.

Na comparação com outubro do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,68%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,13%, de acordo com números observados.

Diferença de preços dos itens da ceia de Natal chega a 76%

A diferença de preços dos itens que compõem a ceia de Natal e de ano novo chega a 76,5%, apontou a pesquisa realizada pelo Procon-SP. A maior variação encontrada foi no item lentilha cozida caixa de 250g, da Vapza, em um local o produto foi encontrado por R$ 9,69 e, em outro, por R$ 5,49, diferença de 76,5%.

Entre os panetones e chocotones, um dos itens mais consumidos nesta época, a maior diferença encontrada foi de 54%. O chocotone lata de 750g, da marca Bauducco, custava R$ 61,59 em um estabelecimento e R$ 39,99 em outro.

A equipe de pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor, responsável pelo levantamento, realizou a coleta de preços de forma remota do dia 30 de novembro a 2 de dezembro e no dia 6 de dezembro nos sites de sete grandes supermercados: Andorinha, Carrefour, Clube Extra, Kanguru, Mambo, Pão de Açúcar e Sonda.

Foram comparados os preços de 67 itens de diferentes marcas, dentre eles azeites, bombons, carnes, conservas, farofas prontas, frutas em calda, lentilhas, panetones e chocotones, com o objetivo de oferecer uma referência de preços ao consumidor.

Na comparação dos produtos comuns entre as pesquisas deste ano com a do ano passado, constatou-se que houve acréscimo no preço médio de 11,08%; o Índice de Preços ao Consumidor IPC-SP da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), referente ao período analisado, registrou variação de 7,35%.

O Procon-SP orienta que o consumidor planeje o cardápio da ceia, listando os alimentos, bebidas e ingredientes para o preparo, o que ajuda a evitar compras desnecessárias e por impulso.

Também é recomendado ao consumidor fazer uma comparação entre os preços de estabelecimentos e considere a relação qualidade, peso e preço do item a ser adquirido, inclusive o preço do frete e o prazo de entrega.

Caso a compra seja online, é importante ler todas as características dos produtos e, antes de efetuar a compra, outra dica é consultar a lista de sites não confiáveis do Procon-SP.

IGP-10 de dezembro sobe 0,36%, ante queda de 0,59% em novembro, diz FGV

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,36% em dezembro, após a queda de 0,59% em novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na quinta-feira (15). Com isso, o índice acumulou um aumento de 6,08% no ano de 2022. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta de 0,02% a 0,38%, mas acima da mediana positiva de 0,22%.

Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de dezembro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram elevação de 0,31%, ante uma queda de 0,98% em novembro. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram alta de 0,58% em dezembro, após o aumento de 0,67% em novembro. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve elevação de 0,36% em dezembro, depois de subir 0,19% em novembro.

No ano de 2022, o IPA-10 subiu 6,08% e o IPC-10 apresentou alta de 4,40%. O INCC-10 teve elevação de 9,55% neste ano; e o IGP-10 acumulou um aumento de 6,08% em 2022.

O período de coleta de preços para o indicador de dezembro foi do dia 11 de novembro a 10 deste mês.

Banco Central melhora projeção para crescimento do PIB em 2022 a 2,9%, contra 2,7% antes

O Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2022 a 2,9%, de 2,7% antes, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado na quinta-feira (15).

“Essa alteração foi bastante influenciada pela revisão da série histórica do PIB, que resultou em elevação do resultado interanual do primeiro semestre do ano”, informou o BC.

 No documento, a autoridade monetária deixou inalterada a perspectiva de expansão de 1,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 que havia sido estimada em setembro.

O BC explicou que a avaliação para o próximo ano reflete “cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica”, ponderando que incertezas domésticas e no exterior seguem elevadas, o que torna as projeções mais incertas que o usual.

O Ministério da Economia, por sua vez, prevê expansão de 2,7% para o PIB este ano e de 2,1% para o próximo, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus mais recente, estima que a economia crescerá 3,05% em 2022 e 0,75% no ano que vem.

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

Atualmente a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano.

Em relação às avaliações sobre a inflação, o BC afirmou que o índice de preços seguiu recuando nos últimos três meses diante dos efeitos das medidas tributárias e da recente queda dos preços das commodities.

“A inflação subjacente se mantém alta e em patamar incompatível com o cumprimento da meta de inflação, mas há sinais incipientes de arrefecimento na margem, inclusive no segmento de serviços”, disse.

Ipea eleva a 4,9% projeção para inflação em 2023, com estouro da meta

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para 4,9% sua projeção para a inflação em 2023, resultado que ficaria acima do teto da meta de 4,75% do período, informou o órgão.

A estimativa anterior era de 4,7%. A meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional para o ano que vem é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A nova projeção reflete mudanças tanto na trajetória dos preços monitorados como dos preços livres no próximo ano.

O Ipea alertou que, por um lado, a deflação apresentada para os preços administrados em 2022 deve ser revertida ao longo de 2023. “Além dos reajustes contratuais das distribuidoras de energia e das operadoras de planos de saúde, a recomposição mais acentuada das tarifas de transporte público deve exercer pressão sobre este grupo de preços no próximo ano”, disse o Ipea em nota.

A perspectiva de queda dos preços das commodities no mercado internacional em 2023 e a normalização das cadeias produtivas, afetadas durante o auge da pandemia de Covid-19, devem impedir, por outro lado, pressões adicionais sobre os preços dos bens industriais e dos alimentos, contribuindo para conter a inflação no ano.

“A projeção de uma safra recorde de grãos e a baixa probabilidade de eventos climáticos adversos ajudam a compor um cenário de alta menos intensa dos alimentos em 2023”, destacou o Ipea.

Para este ano, o órgão manteve a projeção de inflação em 5,7%, também acima do teto da meta de 5%.

Brasil tem hoje a menor participação no PIB mundial desde 1980, segundo FMI

Desde 1980, o Brasil vem perdendo representatividade no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, segundo mostra o levantamento encomendado pelo CNN Brasil Business à Austing Rating, com base nos dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 1980, o PIB brasileiro representava 4,3% do mundial. Esse número foi caindo, passando por 3,6% em 1990, 3,1% em 2000, 2,4% em 2020 e, em 2022, 2,3%.

“A participação do Brasil no PIB mundial estava aumentando até 2012, aumentou ao ponto de o Brasil se transformar na sétima maior economia do mundo. E depois declinou. Tanto que hoje nós estamos perto da 10ª. E ao final desse ano, provavelmente a gente vai ultrapassar a Rússia, que hoje é a 11ª”, diz Carlos Braga, ex-diretor do Banco Mundial e professor da Fundação Dom Cabral.

A série histórica do órgão, iniciada em 1980, mede a participação do país no PIB global por meio do PPC – paridade de poder de compra. Ou seja, uma métrica que serve para comparar as moedas de vários países por meio de um índice para o poder de compra.

De acordo com o ranking, que priorizou os países latino-americanos, o Brasil sempre esteve no topo, porém vem registrando sucessivas quedas na participação ao logo dos anos.

Taxa de prefeitas dobrou no Brasil, mas ainda é só de 12%

Em duas décadas, o Brasil conseguiu dobrar a proporção de mulheres à frente de governos municipais. No entanto, elas chegaram a 2021 comandando apenas 12,1% das prefeituras. No ano passado, havia 674 gestoras, ante 4.894 do sexo masculino. Ou seja, os homens estavam à frente de 87,9% das prefeituras entre os 5.568 municípios pesquisados.

Os dados são das Pesquisas de Informações Básicas Municipais (Munic) e Estaduais (Estadic), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas dois municípios não responderam. “Verificou-se que, durante os 20 anos que separam a primeira pesquisa desta última edição, as prefeitas passaram de 332 para 674 (6% para 12,1%). Mas, apesar de esse número ter dobrado, ainda é muito pequena a representatividade feminina no comando do executivo municipal”, diz o IBGE.

A Região Nordeste manteve no ano passado o maior porcentual de prefeitas, enquanto o Sul e Sudeste registraram as menores fatias. Os Estados com maiores proporções de municípios comandados por mulheres em 2021 foram: Roraima (26,7%), Rio Grande do Norte (22,8%), Maranhão (22,1%), Alagoas (21,6%) e Pará (20,1%). As menores proporções foram observadas no Espírito Santo (2,6%), Amapá (6,3%), Minas Gerais, Rio Grande do Sul (7,4%) e Mato Grosso do Sul (7,6%).

Apenas dois dos 49 municípios com mais de 500 mil habitantes tinham prefeitas no ano passado: Contagem e Juiz de Fora, ambos em Minas Gerais. Apesar do número ínfimo, houve melhora em relação à edição anterior da pesquisa sobre o tema, realizada em 2017, quando a presença feminina nesse cargo era inexistente em municípios com esse porte populacional. De 2017 para 2021, as mulheres conquistaram mais 12 prefeituras no País como um todo.

Lula e Alckmin recebem de Moraes diploma de presidente da República

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), receberam das mãos do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o diploma de Presidente da República Federativa do Brasil. Moraes disse que a diplomação “expressa vontade das urnas”. O diploma é assinado por Moraes e marca o fim do processo eleitoral. A diplomação atesta o resultado das urnas e confirma que o presidente eleito está apto para tomar posse em 1º de janeiro. Lula iniciou, por volta das 14h40, muito emocionado o discurso no evento.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva chorou ao ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na segunda-feira (12), em Brasília. Durante discurso na cerimônia, o petista chamou sua vitória de “celebração da verdadeira democracia” e disse que fará todos os esforços para fazer o Brasil “mais desenvolvido e justo”.

“Esse diploma não é do Lula, é de parcela do povo que reconquistou o direito de viver em democracia. Na minha primeira diplomação, em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário, o diploma de presidente da República. Quero agradecer povo brasileiro pela honra de presidir pela terceira vez o Brasil”, disse Lula, que relembrou os 580 dias na prisão. “Quem passou o que eu passei nos últimos anos estar aqui agora é certeza que Deus existe”, afirmou.

“Reafirmo hoje que farei todos os esforços para, juntamente com meu vice Geraldo Alckmin, cumprir o compromisso que assumi não apenas durante a campanha, mas ao longo de toda uma vida: fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com a garantia de dignidade e qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo os mais necessitados”, afirmou.

MPRJ pede ao CNJ afastamento cautelar do desembargador Siro Darlan

O procurador-geral de Justiça do Rio em exercício, Antonio José Campos Moreira, acionou a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça para que seja determinado o afastamento cautelar do desembargador Siro Darlan de Oliveira, presidente da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A Procuradoria não quer que o magistrado participe do julgamento de processos derivados de investigações de combate ao crime organizado.

O MP quer barrar a participação de Darlan em especial na análise de processos ligados à Operação Calígula. A investigação teve fase ostensiva aberta em maio e mirou suposta rede ilegal de casas de jogos de azar liderada pelo contraventor Rogério de Andrade com a participação de ‘dezenas’ de criminosos, entre eles Ronnie Lessa, acusado pelo assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Os delegados de Polícia Adriana Belém e Marcos Cipriano foram presos no bojo da operação.

O afastamento de Siro Darlan é um pedido liminar – medida requerida em casos urgentes. No mérito da representação encaminhada ao CNJ, o Ministério Público do Rio pede que o desembargador seja alvo de um processo administrativo disciplinar e eventualmente punido com remoção compulsória. A Procuradoria aponta ‘evidente parcialidade e da falta de isenção para julgar as causas criminais em que o Ministério Público figure como parte’.

A reclamação foi impetrada em razão de Siro Darlan comparar o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do MP fluminense à Gestapo, polícia secreta nazista de Hitler, durante sessão de julgamento de um pedido de liberdade dos réus da Operação Calígula. Segundo a Procuradoria, o desembargador ‘extrapolou os limites de seu entendimento jurídico e ofender’ os membros do MP.

Para o órgão, as declarações ‘dolosas’ de Darlan causaram ‘enorme desgaste à imagem e à reputação institucional do MPRJ, em especial, dada a absurda comparação, feita pelo desembargador, entre o atuar do Parquet e ações nazistas praticadas nas páginas mais negras da história mundial’.

A Procuradoria-Geral de Justiça também argumenta que a fundamentação dos votos de Darlan, favoráveis aos delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém, foram baseados ‘em fatos inexistentes, que sequer foram trazidos pelas defesas’. Para o MP, o posicionamento ‘afronta os deveres de urbanidade de atuação imparcial, serena e independente, bem como de manutenção de conduta irrepreensível no espaço público da judicatura’.

Com expectativa de aprovar PEC da Transição na Câmara, Lula se reúne com Lira em Brasília

O presidente eleito Lula (PT) se reuniu na manhã de terça-feira (13) em Brasília com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

O encontro, no hotel onde Lula está hospedado, ocorreu em meio à tentativa do governo eleito de aprovar na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição conhecida como PEC da Transição.

A proposta foi aprovada pelo Senado no último dia 7. Agora, caberá à Câmara discutir a PEC. O texto será submetido a dois turnos de votação e precisará dos votos de ao menos três quintos dos parlamentares (308 dos 513 deputados).

Em uma rede social, o presidente eleito afirmou que, também na terça (13), receberá os relatórios dos grupos temáticos da transição de governo.

Coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), a equipe de transição foi dividida em mais de 30 grupos, entre os quais Economia, Educação, Meio Ambiente, Saúde e Justiça. Coube ao ex-ministro Aloizio Mercadante coordenar os trabalhos dos grupos.

Ao longo das últimas semanas, a equipe de transição fez uma série de recomendações a Lula.

Lula anuncia Mercadante para presidir BNDES

O petista Aloizio Mercadante vai presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no próximo governo, anunciou o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, acrescentando que o objetivo foi buscar um nome que pense em desenvolvimento e em reindustrializar o país.

Lula também frisou que seu governo não privatizará empresas públicas.

O Ibovespa acelerou a queda após o anúncio de Lula, caindo quase 1%, e o dólar reverteu perdas e passou a subir.

Na segunda-feira (12), os ativos brasileiros já haviam reagido mal a especulações em torno do nome de Mercadante, que chegou a ser citado na imprensa também como possível presidente da Petrobras no novo governo.

Câmara reduz para um mês quarentena para políticos assumirem postos em estatais; texto vai ao Senado

A Câmara dos Deputados aprovou uma mudança na Lei das Estatais que reduz de 36 meses para apenas um mês a quarentena obrigatória para que pessoas vinculadas à estrutura decisória de partidos políticos ou de campanhas eleitorais assumam cargos em empresas estatais, e o texto terá agora de ser analisado pelo Senado.

A proposta foi aprovada no mesmo dia em que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou o ex-senador e ex-ministro Aloizio Mercadante como futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), num movimento que desagradou o mercado financeiro.

Mercadante é presidente da Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, e participou ativamente da campanha eleitoral de Lula. A mudança aprovada na Câmara, caso seja confirmada no Senado, também abrirá caminho para a indicação de nomes com características mais políticas a outras estatais, como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios.

A possibilidade de mudança na lei, abrindo caminho para indicações políticas nessas empresas, pesou nos índices do mercado financeiro nesta semana.

A mudança na quarentena foi incluída em um projeto de lei que aumenta de 0,5% para até 2% da receita bruta operacional o limite de despesas de publicidade com patrocínio pelas empresas públicas.

Em entrevista à Reuters durante a campanha eleitoral, no final de setembro, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), um dos escalados por Lula para fazer a ponte com o mercado financeiro, disse que o petista não pretendia alterar a Lei das Estatais e que não havia debate sobre isso na campanha.

“Não existe na chapa Lula-Alckmin nenhum debate sobre mudança da Lei das Estatais. Não é uma questão central para nós”, disse o parlamentar na ocasião.

Também durante o período eleitoral, a campanha de Lula chegou a fazer elogios à Lei das Estatais, afirmando que a legislação trouxe “avanços”.

STF forma maioria para validar acordo União e Estados sobre ICMS dos combustíveis

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para homologar acordo firmado entre União e Estados que visa compensar perdas de arrecadação com a lei que fixou teto de 17% a 18% na cobrança do ICMS sobre itens essenciais, combustíveis, energia e telecomunicações. O texto será encaminhado ao Congresso.

O ministro relator, Gilmar Mendes, foi seguido até agora por Edson Fachin, Cármen Lúcia, Luis Roberto Barroso, Nunes Marques, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Devem votar até as 23h59 os ministros André Mendonça, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Rosa Weber.

Os membros da comissão criada por Gilmar para discutir o tema realizaram a última reunião em dezembro, quando decidiram manter a essencialidade do diesel, gás natural e de cozinha. Estados ainda querem retirar a essencialidade da gasolina e uma nova comissão será criada para discutir o assunto. A União propôs a manutenção do combustível na categoria, com uma alíquota adicional, mas não houve acordo.

A Fazenda Nacional concordou em alterar a base de comparação anual da perda para base mensal no cálculo de gatilho de compensação (acionado quando os Estados apresentarem perda de 5% ou mais). Houve, ainda, um acordo para que uma eventual compensação em dinheiro só seja aberta por meio de crédito extraordinário.

Governo Bolsonaro libera R$7,6 bilhões fora do teto para pagar benefícios previdenciários

O governo Jair Bolsonaro publicou nesta quinta-feira uma medida provisória para liberar 7,56 bilhões de reais em créditos extraordinários, que não são contabilizados na regra do teto de gastos, para bancar benefícios previdenciários neste fim de ano, informou o Ministério da Economia.

A pasta justificou que a MP é compatível com recente entendimento sobre a liberação de créditos extraordinários do Tribunal de Contas da União (TCU), “que aponta como requisito a imprevisibilidade da despesa, quando a insuficiência de dotação pode acarretar a interrupção de uma despesa obrigatória”.

“A MP observa requisitos de urgência e imprevisibilidade exigidos pela Constituição, já que houve crescimento com essas características na despesa, ocasionado, entre outros fatores, pelo recente desrepresamento da fila de requerimentos”, disse o ministério em nota.

Um severo aperto nas contas do governo já havia levado o Ministério da Economia a suspender “praticamente todas” as despesas de custeio de ministérios previstas para dezembro, gerando riscos à prestação de serviços públicos no fechamento do ano.

Mas as despesas obrigatórias também viraram ponto de atenção, depois que a força tarefa do governo para reduzir a fila de espera do INSS levou os gastos a um nível maior do que o estimado anteriormente.

Em busca de uma solução para o impasse, a Casa Civil enviou ao TCU neste mês uma consulta sobre a possibilidade de editar medida provisória liberando créditos extraordinários para garantir o pagamento dos benefícios previdenciários, medida que foi adotada na quinta (15).

Apesar da consulta, a pasta da Economia vinha afirmando que estavam assegurados os pagamentos de todas as despesas obrigatórias, tais como aposentadorias, pensões e outros benefícios do INSS.

Outra solução do problema enfrentado pela gestão Bolsonaro, que entrou em seu último mês de mandato, pode vir da PEC apresentada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para ampliar despesas em 2023.

Um dos dispositivos da PEC da Transição libera o uso de 6,5% do excesso de arrecadação do governo em despesas sem contabilização na norma fiscal já a partir deste ano, o que pode liberar 23 bilhões de reais. A medida ainda depende de votação da Câmara.

Alckmin se reúne com governadores eleitos para debater medidas para a educação

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), se encontrou na quinta-feira (15) com governadores eleitos para debater propostas na educação básica para o próximo governo.

O encontro, chamado de Pacto pela Aprendizagem, foi realizado pela organização Todos pela Educação e a Unesco para debater propostas para a educação brasileira. Um dos pontos debatidos foi a situação “sistêmica” da educação e a necessidade de ter um ministério forte.

A presidente-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz, defendeu a que um fórum de governadores funcione para debater ações na área e destacou a importância de priorizar melhorias na educação básica.

Alckmin reafirmou que o novo governo dará atenção especial à educação e que o presidente eleito, Lula, assegurou incentivo à educação básica e ao ensino em tempo integral. Ele citou a necessidade de reajustar os valores destinados à merenda escolar.

“No ensino fundamental é a questão da merenda escolar. Não é possível R$ 0,36 o pagamento dá uma refeição. Então há necessidade de corrigir esses valores. e A alimentação ela é absolutamente prioritária”, disse.

O vice-presidente elogiou a ideia de se firmar um pacto de aprendizagem com reuniões periódicas com governadores e pautas específicas sobre educação.

Alckmin ainda ressaltou que a PEC da Transição, já aprovada pelo Senado e em tramitação na Câmara, prevê cerca de R$ 12 bilhões para recompor o orçamento da área.

O ex-ministro da Educação Henrique Paim, que integrou a equipe de transição na área, afirmou que governo federal e os governos estaduais precisam trabalhar de forma coordenada para melhorar a aprendizagem dos alunos.

Paim citou a necessidade de reajustar o orçamento para que seja possível aumentar os repasses destinados à compra de merenda escolar. Segundo ele, isso passa pela aprovação, pelo Congresso, da PEC da Transição.

Supremo deve liberar emendas de relator, mas pedirá mais transparência

Com cinco votos a favor de declarar a inconstitucionalidade do orçamento secreto e quatro votos contra, o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para a próxima semana a decisão final sobre o destino do mecanismo que permite a distribuição de recursos públicos entre parlamentares sem transparência. A votação registrada ontem indica que o placar final será apertado.

Há ainda a possibilidade de a Corte acabar permitindo a manutenção do orçamento secreto, mas com ajustes para assegurar alguma transparência à transferência de recursos. O uso político do mecanismo foi revelado por uma série de reportagens do Estadão.

Faltam votar dois ministros da Corte: Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. O fiel da balança será Lewandowski, já que é esperado que Gilmar opte por seguir a proposta feita pelo Congresso de dar transparência aos recursos indicados pelos parlamentares, em troca da preservação das chamadas emendas de relator.

No final da sessão de ontem, Lewandowski e Gilmar fizeram questão de elogiar a iniciativa do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de apresentar uma proposta de ajuste na modalidade de emenda.

O Poder Legislativo diz que vai divulgar os nomes dos parlamentares que patrocinaram o envio de dinheiro a redutos, o que não ocorre no orçamento secreto. Também foi prometido instituir limites aos valores individualmente indicados por deputados e senadores por intermédio do relator-geral do Orçamento no Congresso Nacional.

Moraes admitiu que falta transparência na forma de distribuição de recursos criado pelo Congresso com aval do governo Jair Bolsonaro. “Não é possível que não se identifique quem propôs (a indicação das emendas). A população tem o direito de saber quem indicou, para onde e por que”, disse. Ele destacou que o orçamento secreto gerou “ausência de controle e deturpações”. No entanto, o ministro disse entender que o Supremo não deve acabar com o mecanismo que pode ser corrigido pelo próprio Congresso.

Já o ministro Edson Fachin alinhou-se ao voto da presidente do STF, Rosa Weber, e considerou que o esquema patrocinado pelo Legislativo é ilegal. “Não há transparência quando não se explicita os critérios objetivos da eleição de prioridade”, ressaltou.

Pelo 2º mês seguido, Brasil registra recorde de produção de petróleo e gás natural

Pelo segundo mês seguido, o país registrou recorde de produção nacional de petróleo e gás natural e ficou acima da marca de 4 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia), de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Número que só havia sido alcançado em janeiro de 2020.

Em outubro de 2022, a produção foi de 4,18 milhões de barris de petróleo por dia (boe/d), sendo 3,24 milhões de barris/dia (bbl/d) de petróleo e 148,7 milhões de metros cúbicos por dia (m3/d) de gás natural. Em setembro, o número da produção de barris foi de 4,04 milhões. Uma variação mensal de 3,27% e um aumento de 15,9% na comparação com outubro de 2021, quando país produziu 3,60 milhões de boe/dia.

As informações são do Painel Dinâmico de Produção de petróleo e Gás Natural.

Ainda de acordo com a agência, a produção no Pré-sal aumentou 4,75% em relação a setembro de 2022 e alcançou 3,14 milhões boe/d, representando 75,18% do total nacional e a produção nos contratos de partilha da produção teve um aumento de 18%, atingindo 995,2 mil boe/d, representando 23,8% do total do país;

O aumento foi impulsionado pela produção das plataformas P-77, FPSO Guanabara e FPSO Pioneiro de Libra.

Confiança da indústria cai pelo terceiro mês seguido em dezembro

Pelo terceiro mês consecutivo, a avaliação da indústria sobre o cenário atual e dos próximos meses apresentou leve piora. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu de 51,7 pontos em novembro para 50,8 pontos em dezembro.

Apesar do recuo, o setor tem leve otimismo, porque valores acima de 50 pontos indicam confiança. Em nota, a CNI informou que ainda há confiança do empresário industrial, mas que ela é restrita e pouco intensa.

O índice de dezembro está abaixo da média histórica, de 54,3 pontos. Conforme a CNI, isso se deve à composição do indicador. O Índice de Condições Atuais, que mede o cenário atual em relação aos últimos seis meses, recuou de 53,2 pontos para 50,3 pontos, indicando que o empresário industrial deixou de ver melhora nas condições atuais.

O Índice de Expectativas, que mede as perspectivas da indústria para os próximos seis meses, manteve-se estável em 51 pontos em dezembro. Segundo a CNI, o indicador mostra otimismo moderado.

Os componentes do indicador mostram trajetórias divergentes. Segundo a CNI, o empresário industrial avalia, de forma distinta, as expectativas para a sua empresa e para a economia como um todo.

O Índice de Expectativas para a própria empresa, que mede as percepções do empresário para o próprio negócio nos próximos seis meses, subiu de 53,6 para 54,1 pontos. No entanto, o Índice de Expectativas para a Economia Brasileira caiu de 45,9 para 44,8 pontos.

Em relação à economia, o indicador ficou em 48,4 pontos em novembro, abaixo da linha divisória de 50 pontos. Em novembro, o Índice de Confiança na Economia Brasileira tinha ficado em 52,9 pontos. A avaliação é que a economia está pior hoje do que há seis meses.

Serviços registram recuo de 0,6% em outubro após recorde de setembro, diz IBGE

O setor de serviços registrou recuo de 0,6% na passagem de setembro para outubro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na terça-feira (13).

Com o resultado do mês, o setor interrompe sequência de cinco resultados positivos seguidos, quando acumulou ganho de 4,5%.

O setor se encontra 10,5% acima do nível pré-pandemia e 0,6% abaixo do patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2011, alcançado em setembro de 2022.

Na comparação com outubro de 2021, o volume de serviços apresentou a vigésima taxa positiva consecutiva ao avançar 9,5%, diz o IBGE. O acumulado de janeiro a outubro chegou a 8,7% e em 12 meses, 9%.

O mercado esperava queda de 1% no mês e alta de 9,6% na comparação anual.

Confederação do comércio diminui previsão de contratações temporárias no final de ano

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) diminuiu a previsão de abertura de vagas temporárias no final de ano para atender às vendas no varejo. O número caiu com o recuo na previsão de aumento de vendas no Natal. Assim, se antes a previsão era de 109,6 mil, agora são 10,8 mil vagas a menos – 98,8 mil no total.

Entre os motivos destacados pela confederação estão o encarecimento do crédito e o aumento da inadimplência.

Ainda que tenha havido uma revisão dos números para baixo, o número é 1,8% maior do que as contratações para a mesma data do ano passado e 48% acima das vagas criadas no atípico Natal de 2020.

A CNC passou a projetar taxa de efetivação dos temporários de 9,1% – menor que o índice de 11,3% previsto anteriormente – após o Natal de 2022. A nova taxa é bem menor que a do ano passado, quando o varejo efetivou 14,9% dos contratados.

“A manutenção dos juros básicos da economia em patamar elevado por mais tempo tenderá a desfavorecer a aceleração das vendas no início de 2023, reduzindo, assim, o dinamismo no mercado de trabalho do setor”, informa Fabio Bentes, economista da CNC.

Segundo a entidade, após o Natal de 2021, o varejo ainda estava repondo as vagas que haviam sido fechadas nas duas primeiras ondas da pandemia, de modo que boa parte dos contratados após a principal data do varejo relacionava-se à recomposição dos quadros do setor. Além disso, ao contrário de 2021, a perspectiva de crescimento econômico para o ano seguinte é menor ao final de 2022 do que era um ano atrás.

Regionalmente, São Paulo (26,32 mil), Minas Gerais (11,1 mil), Paraná (8,15 mil) e Rio de Janeiro (7,84 mil) oferecerão a maior parte das vagas.

Varejo paulistano avança 18% em novembro

A movimentação no varejo paulistano avançou 18,3% sobre outubro, de acordo com os dados do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O indicador é elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), com amostra da Boa Vista Serviços.

Comparado com o mesmo mês do ano anterior, o varejo registrou alta de 3,2%. Frente ao mesmo mês de 2019, o avanço foi de 4,1%. Segundo avaliação do economista da ACSP, Marcel Solimeo, os resultados refletem o ritmo mais acelerado da economia, maior ocupação e melhora nos indicadores de emprego. “Temos que considerar outros dois fatores de influência nessa maior movimentação que foi a Black Friday e as compras relacionadas à Copa do Mundo”, comentou.

De acordo com a expectativa do instituto de economia da ACSP, as vendas continuarão aquecidas. Os economistas projetam crescimento real de 3% sobre o ano anterior neste Natal.

As estimativas se confirmam com base na sondagem feita pela entidade com consumidores do Estado de São Paulo e da capital paulista. De acordo com a amostra, 50,8% dos entrevistados paulistas pretendem fazer compras na data, entre os moradores da cidade de São Paulo, o percentual de intenções de compra registrado foi de 53,5%.

Três em cada quatro profissionais querem mudar de emprego em 2023, diz pesquisa

Cerca de 77% dos profissionais no mercado de trabalho brasileiro, ou três a cada quatro pessoas, pretendem mudar de emprego em 2023. A principal causa é a insatisfação com o trabalho atual, que atinge 81,1% dos trabalhadores.

É o que mostra um levantamento feito pelo portal de recolocação profissional Empregos.com.br, realizado com 517 pessoas entre os dias 25 e 30 de novembro.

De acordo com o estudo, 70% dos profissionais entrevistados visam melhores salários ao buscarem novas oportunidades no mercado de trabalho. Para 22,4%, os benefícios oferecidos pelo futuro empregador são decisivos. Apenas 7,5% consideram se a vaga é home-office.

O levantamento mostra também que 71% se consideram otimistas com a melhora da economia e consequente recuperação do emprego no próximo ano. Tanto que, dos entrevistados, 77,4% planejam fazer um curso profissionalizante em 2023 para se qualificar pensando em novas oportunidades.

“Esse resultado se alinha com movimentos globais como o “great resignation” (grande demissão) e o “quiet quitting” (mínimo esforço no trabalho), nos quais os profissionais não aceitam mais estarem insatisfeitos em seus empregos, gerando ondas de demissão em massa”, afirma Tábata Silva, gerente do Empregos.com.br.

“Os dados acendem um alerta importante para as áreas de recursos humanos das empresas. Hoje, os colaboradores têm a expectativa de serem valorizados e se não encontram esse tipo de reconhecimento estão propensos a buscar outras oportunidades. Quem não aprender que as pessoas são o pilar central de organizações sustentáveis, perderá seus talentos”, observa Tábata Silva, gerente do Empregos.com.br.

Atividade industrial desacelera em novembro, diz CNI

A atividade industrial registrou desaceleração no mês de novembro. De acordo com os dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a produção industrial ficou em 48,7 pontos em novembro, um aumento de 0,2 ponto com relação ao mês de outubro. De acordo com a CNI, o leve aumento no índice foi insuficiente para mudar o quadro de queda na produção industrial, que está abaixo da linha divisória de 50 pontos desde setembro.

O emprego industrial também caiu em novembro de 2022. O índice recuou 0,6 ponto na comparação com outubro e encerrou o mês em 49 pontos. Já a utilização da capacidade Instalada (UCI) permaneceu em 71% e está abaixo do patamar praticado nos meses de novembro dos últimos dois anos.

O gerente de Análise da Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, disse que o resultado da Sondagem Industrial de novembro confirma o que se esperava para o fim deste ano, principalmente diante da política monetária mais contracionista.

“A indústria apresentou bons resultados até o meio do ano, mas os efeitos da alta dos juros foram se acumulando, se tornando bastante intensos. A atividade do setor está mais fraca em novembro e, como consequência, temos expectativas de menos contratações e menos investimentos”, explicou Azevedo.

A pesquisa indica que o índice de intenção de investimento cresceu 0,3 ponto em dezembro de 2022 na comparação com novembro. Apesar da alta, o valor atual, de 53,8 pontos, é o segundo mais baixo de 2022.

“A intenção de investir perdeu força nos últimos meses de 2022, mas segue relativamente alta. O índice está acima da média histórica, de 51,4 pontos, mas abaixo da média de janeiro a novembro de 2022, de 56,8 pontos.”

A CNI entrevistou 1.684 empresários entre 1º e 10 de dezembro.

Oi deixa recuperação judicial após 6 anos de dificuldades e polêmicas

Depois de mais de seis anos, a recuperação judicial da Oi foi encerrada essa semana pelo juiz responsável pelo caso, Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que classificou o processo como o maior do gênero no país. “Chega ao fim o mais impactante e relevante processo de recuperação judicial do judiciário brasileiro, e um dos casos mais complexos do mundo jurídico contemporâneo”, afirmou.

A Oi foi criada para ser uma “supertele” nacional, mas logo se viu em dificuldades. Quando deu entrada no processo de recuperação, em 2016, respondia por 140 mil empregos diretos e indiretos, tinha 70 milhões de clientes em todos os 5,5 mil municípios do País e pagava R$ 10 bilhões em impostos por ano.

A recuperação tratou de endereçar R$ 65 bilhões em dívidas para 55 mil credores, número posteriormente revisto para 65 mil. A tramitação do caso acumulou 600 mil folhas, reunindo 800 mil ações judiciais e 20 mil mediações, no Brasil e no exterior. “Sob qualquer aspecto, um recorde impensável e inigualável”, descreveu o magistrado. O encerramento do processo vale para o conjunto de empresas que formam o Grupo Oi.

Um dos maiores desafios da Oi pela frente é a discussão judicial com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para revisão das obrigações de manutenção da telefonia fixa. A empresa também está negociando com credores o rearranjo no pagamento de compromissos relativos a uma dívida bruta remanescente da ordem de R$ 22 bilhões.

O juiz Fernando Viana lembrou que as soluções de mercado para sanar a Oi se estendem além do período da supervisão judicial. “Não é objetivo do processo de recuperação conferir se o devedor irá cumprir todas as obrigações contraídas no plano ou se conseguirá escapar da crise que o acomete”, pondera. “O conceito desta ação é o de viabilizar a negociação transparente e equilibrada entre a devedora e seus credores, objetivo que de forma exitosa fora alcançado neste processo.”

SELIC

As incertezas nos rumos da política fiscal do governo eleito fizeram com que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) endurecesse o discurso sobre os riscos que um desarranjo fiscal pode provocar. Um exemplo disso é a manutenção da Selic em 13,75% ao ano.

A instituição alega falta de clareza sobre os planos fiscais do próximo governo.

O Banco Central ressalta, em ata de reuniões realizadas nos dias 06 e 07 de dezembro que o tema fiscal foi debatido de forma extensa. E, por isso, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não seja o esperado. Em outras palavras, tal ação pode fazer com que a taxa básica de juros fique mais tempo como está. Ou ainda, que suba antes do previsto pelo mercado.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 13,75%, ante 13,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou a 0,35% na primeira prévia de dezembro.

O índice acumula alta de 4,98% no ano e de 5,90% em 12 meses. Em novembro de 2021, o índice variara 0,02% e acumulava alta de 17,89% em 12 meses.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), a projeção para o IGP-M ficou em 5,42%, ante 5,42% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na terça-feira (13), indicou que a projeção para o IPCA de 2023 está em 5,0% no cenário de referência. Para 2024, a projeção para o IPCA está em 3,0%.

Para 2022, a estimativa de IPCA do BC é de 6,0%. Todas as projeções já constavam no comunicado da semana passada, quando o Copom manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 13,75% ao ano pela terceira vez seguida.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,76%, ante 5,79% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A Instituição Fiscal Independente (IFI) elevou sua projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,6% para 3% neste ano.

Para 2023, a IFI mantém a projeção crescimento em 0,9%, em vista da desaceleração esperada da economia doméstica, motivada pelos efeitos restritivos da política monetária sobre a demanda interna e pela moderação do crescimento global.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), a projeção para o PIB ficou em 3,05%, ante 3,05% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (12), o Ibovespa fechou em queda, após notícias sobre possível indicação do de Aloizio Mercadante para o comando de BNDES ou Petrobras no novo governo e sobre potenciais mudanças na Lei das Estatais. O índice Ibovespa teve queda de 2,02%, a 105.343,33 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,6 bilhões.

Na terça-feira (13), o Ibovespa fechou em queda, acompanhando redução dos ganhos no mercado norte-americano, após dado de inflação dos Estados Unidos mais fraco do que o esperado animar os mercados pela manhã, diante da esperança de uma postura menos agressiva do Federal Reserve com os juros. O índice Ibovespa teve queda de 1,71%, a 103.539,67 pontos. O volume financeiro somou R$ 30,9 bilhões.

Na quarta-feira (14), o Ibovespa fechou em alta, em sessão altamente volátil, recuperando algum terreno no final após duas sessões negativas, embora a mudança na Lei das Estatais na Câmara dos Deputados e uma perspectiva de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos tenham pesado na confiança dos investidores. O índice Ibovespa teve alta de 0,33%, a 103.877,62 pontos. O volume financeiro somou R$ 38,7 bilhões.

Na quinta-feira (15), o Ibovespa fechou em queda, em outra sessão volátil, em meio à forte queda das bolsas de Nova York, com a cena local marcada por dificuldades na tramitação das alterações na Lei das Estatais e da PEC da Transição no Congresso, além de declarações de autoridades do Banco Central. O índice Ibovespa teve queda de 0,01%, a 103.737,69 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,4 bilhões.

Na sexta-feira (16), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,39%, a 103.333,97 pontos. A aversão a risco no exterior empurra o Ibovespa para baixo, enquanto a possibilidade de descarte na mudança da Lei das Estatais e o impasse da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição são vistos como gatilhos para algum alívio. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,85%, a 102.855,70 pontos. O volume financeiro somou R$ 39,3 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (16), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,76%, cotado a R$ 5,2758 na venda. O dólar tinha queda frente ao real, com entraves à tramitação da PEC da Transição e da Lei das Estatais no Congresso sustentando o humor dos mercados brasileiros. Já no exterior, o dólar tinha pouca alteração contra uma cesta de pares fortes, conforme investidores tentavam avaliar os efeitos dos ciclos de aperto monetário dos principais Bancos Centrais do mundo.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (16) cotado a R$ 5,2941, ingressos de recursos no Brasil levaram para baixo a cotação do dólar ante o real, com a moeda norte-americana terminando o dia abaixo de R$ 5,30, segundo relatos nas mesas de câmbio.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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19/12/2022