Cenário Econômico Nacional – 09/01/2023

Cenário Econômico Nacional – 09/01/2023

Cenário Econômico Nacional – 09/01/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado eleva previsão para inflação em 2023 no Focus e vê Selic mais alta

Analistas consultados pelo Banco Central encerraram 2022 elevando as projeções para inflação e prevendo menos cortes para a taxa básica de juros neste novo ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira (02).

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, foi fechado na sexta-feira, dia 30 de dezembro, antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva para seu terceiro mandato como presidente, no domingo (01).

O Focus apontou que a expectativa é de que o IPCA tenha encerrado 2022 com alta de 5,62%, contra 5,64% antes. Mas para este ano a conta subiu em 0,08 ponto percentual, para 5,31%. Para 2024 também houve aumento, de 0,05 ponto, para 3,65%.

Em todos os casos, as perspectivas para a inflação superam o centro da meta para cada ano, 3,5% para 2022, 3,25% para 2023 e 3,00% para 2024, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A pressão inflacionária levou os especialistas consultados a preverem uma taxa básica de juros mais alta este ano, de 12,25% contra 12,00% antes, calculando assim menos cortes para a Selic ante o patamar atual de 13,75%. Para 2024 segue a expectativa de que a taxa encerre a 9,00%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas de crescimento tiveram pouca alteração. A previsão é de crescimento de 3,04% em 2022, 0,80% em 2023 e 1,50% em 2024. Somente para este ano que houve ajuste, de 0,79% previsto na semana anterior.

IPC-S sobe 0,35% em dezembro e fecha 2022 em 4,28%, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a 0,35% no fechamento de dezembro, após altas de 0,44% na terceira quadrissemana do mês e 0,57% em novembro. A informação foi divulgada na segunda-feira (02) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador acumulou inflação de 4,28% em 2022, ante 9,34% em 2021.

Os resultados vieram em linha com as medianas da pesquisa Projeções Broadcast. Para o critério mensal, as estimativas iam de 0,28% a 0,52%, e em 12 meses, de 4,23% a 4,60%.

Entre as oito classes de despesas que compõem o indicador, quatro desaceleraram no período, com destaque para o recuo do grupo Transportes (0,24% para -0,07%), puxado pela variação do item gasolina (-0,09% para -1,21%).

Houve arrefecimento nos grupos Alimentação (0,98% para 0,73%), Habitação (0,40% para 0,31%) e Despesas Diversas (0,09% para 0,03%), sob influência de hortaliças e legumes (8,90% para 5,17%), tarifa de eletricidade residencial (1,19% para 0,43%) e alimentos para animais domésticos (1,61% para 0,95%).

Em contrapartida, a FGV registrou aceleração dos grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,29% para -0,07%), Comunicação (0,50% para 0,74%), Vestuário (0,72% para 0,87%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,48% para 0,55%), com impulso dos itens passagem aérea (-1,74% para -1,05%), mensalidade para TV por assinatura (1,04% para 1,40%), calçados infantis (-0,37% para 2,64%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,07% para 0,32%).

Brasil tem superávit comercial recorde de US$ 62,3 bilhões em 2022

O Brasil registrou um superávit comercial de 4,780 bilhões de dólares em dezembro, acima do esperado, e fechou 2022 com um saldo positivo acumulado de 62,310 bilhões de dólares na balança comercial, recorde para o ano, informou o novo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O resultado fechado para o ano superou as expectativas mais recentes do governo Jair Bolsonaro, que em outubro havia reduzido para 55,4 bilhões de dólares a projeção para o superávit de 2022, de 81,5 bilhões de dólares estimados antes.

Em nota, o ministério afirmou que a surpresa positiva refletiu principalmente um crescimento maior das exportações, diante de uma queda menor do que esperada dos preços exportados e maior demanda externa.

Os dados divulgados nesta segunda mostram que, no ano, as exportações do país cresceram 19,3% sobre o ano anterior, pela média diária, e somaram 335 bilhões de dólares, maior valor da série histórica, que tem início em 1989. Já as importações saltaram 24,3% e também foram recordes, em 272,7 bilhões de dólares.

As duas pontas da corrente de comércio foram impactadas pelo aumento dos preços, que subiram bem mais do que o volume das transações comerciais, 13,6% em média no caso das exportações e 23,4% nas importações.

Em nota, o ministério destacou o impacto do conflito na Ucrânia sobre preços de produtos importantes da pauta de importação do Brasil.

“O conflito no leste europeu trouxe desequilíbrios para o mercado de fertilizantes, o que encareceu a cotação internacional desses produtos e deixou um cenário de incertezas sobre seu fornecimento. Também houve o encarecimento do trigo, já que a Ucrânia é um dos principais produtores mundiais. Além disso, o conflito também impactou o preço de commodities energéticas, como petróleo, combustíveis e gás natural.”

A alta dos preços de certas commodities também favoreceu as exportações do país, como no caso da soja, que teve aumento de 20,8% no valor das exportações no ano, para 46,7 bilhões de dólares, com alta de 31,6% nos preços. Os embarques de óleos brutos também foram impulsionados pelo aumento dos preços (+35,7%) e cresceram 39,5% em valor, a 42,7 bilhões de dólares.

Já as exportações do minério de ferro e concentrados caíram 35,3% em valor, para 28,9 bilhões de dólares, com uma queda de 32,8% dos preços no ano, em meio a uma demanda menor da China, cuja economia desacelerou em 2022 com medidas rígidas de controle da Covid-19 que impactaram a atividade.

Febraban reduz previsão de alta no crédito em 2023 e eleva estimativa de inadimplência

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nesta segunda-feira que espera um crescimento de 8,2% em 2023 nos financiamentos concedidos pelo sistema bancário do país, um leve recuo ante a projeção anterior divulgada em novembro de 8,4%.

Segundo a federação de bancos, a redução na projeção é resultado da expectativa de menor crescimento da carteira com recursos livres, de 10% para 8,6%. Já a expectativa para a carteira com recursos direcionados subiu de 6,1% para 7,7%.

Para 2022, a entidade “captou nova melhora na projeção de crescimento da carteira total, subindo de 14,1% (novembro) para 14,8%”, segundo comunicado à imprensa. A pesquisa da entidade foi realizada entre 13 e 20 de dezembro, com 20 bancos.

“Essa melhora decorre principalmente das surpresas positivas com os números mais recentes da economia, especialmente nas linhas de crédito com recursos direcionados, como os programas públicos”, afirmou a entidade.

A pesquisa também mostra piora das expectativas para a inadimplência da carteira livre. Para 2022, a projeção subiu de 4,3% (em novembro) para 4,4%, enquanto para 2023 avançou de 4,4% para 4,7%. Em outubro, a inadimplência desta carteira estava em 4,2%.

Além do crédito, a pesquisa da Febraban indicou que 75% dos participantes espera que o início do movimento de queda de juros pelo Banco Central ocorra apenas a partir do terceiro trimestre deste ano, nas reuniões de agosto ou setembro. Na pesquisa anterior, a maioria dos analistas (60%) apontava que isso ocorreria no segundo trimestre, afirmou a entidade. Ainda 20% dos participantes indicam que a Selic deve começar a cair só nos três últimos meses deste ano, algo não apontado na pesquisa anterior.

“Para a maior parte dos entrevistados, a tramitação da PEC da Transição resultou em alteração tanto do início da flexibilização monetária quanto em uma elevação da taxa terminal da Selic em 2023. Apenas 25% afirmaram que não alteraram suas projeções para a taxa Selic”, disse o diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.

Pela pesquisa da associação de bancos, a mediana das projeções passou a indicar que a taxa Selic fique estável em 13,75% ao ano até junho e só a partir de agosto seria iniciada a flexibilização da política monetária.

Fluxo cambial para o Brasil em 2022 foi o maior em 10 anos, apesar de forte saída em dezembro

O fluxo cambial para o Brasil fechou 2022 em território positivo, marcando o melhor resultado anual em uma década, mesmo após forte saídas em dezembro, mostraram dados do Banco Central na quarta-feira (04).

No acumulado do ano passado, o Brasil registrou ingresso líquido de 9,574 bilhões de dólares pelo câmbio contratado, maior superávit desde 2012 (+16,753 bilhões de dólares). Em 2021, o fluxo cambial havia ficado positivo em 6,134 bilhões de dólares.

A conta comercial fechou 2022 com ingressos líquidos acumulados de 34,288 bilhões de dólares, os maiores desde 2018, quando recebeu 47,740 bilhões de dólares. Essa cifra mais do que compensou as perdas de 24,714 bilhões de dólares sofridas pelo segmento financeiro no mesmo período, seu pior desempenho em dois anos (-51,173 bilhões de dólares em 2020).

Em 2021, os segmentos comercial e financeiro haviam registrado, respectivamente, superávit de 9,803 bilhões de dólares e déficit de 3,669 bilhões de dólares.

O resultado do fluxo em 2022 veio mesmo após o rombo de 12,482 bilhões de dólares registrado em dezembro pelo câmbio contratado, o pior desempenho para o mês desde 2019 (-17,612 bilhões de dólares) e em comparação com perdas de 9,946 bilhões no mesmo período de 2021.

É comum haver fluxos de saída mais intensos no último mês do ano, conforme instituições financeiras remanejam suas carteiras.

No mês passado, houve déficit de 453 milhões de dólares pelo lado comercial e de 12,029 bilhões de dólares pela conta financeira. Um ano antes, as respectivas contas tinham sofrido perdas de 691 milhões e 9,255 bilhões de dólares na base mensal.

Índice de preços ao produtor do Brasil tem queda de 0,54% em novembro

Os preços ao produtor no Brasil recuaram 0,54% em novembro, quarta taxa negativa seguida, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (04).

A deflação de novembro, entretanto, foi mais fraca do que aquela vista em outubro, quando os preços na indústria tiveram queda de 0,86%. Com isso o índice passa a acumular em 12 meses alta de 4,39%.

As quatro maiores variações foram registradas em outros produtos químicos (-4,41%); fumo (2,38%); perfumaria, sabões e produtos de limpeza (2,04%); e impressão (1,95%).

“A maior influência na queda de preços na indústria química, em outubro e novembro, está relacionada com a redução dos preços dos adubos. O Brasil importa grande parte do que consome, logo os preços dos produtos produzidos aqui acompanham os preços internacionais, e esses, depois de terem sido elevados no começo do conflito europeu, começaram a cair, com certa normalização dos fluxos de comércio”, explicou o gerente de Análise e Metodologia do IBGE, Alexandre Brandão.

Também se destacou a queda de 0,70% em alimentos, segundo Brandão influenciada pela entrada da safra de alguns produtos e uma demanda menor em outros.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.

Impostos pagos por brasileiros em 2022 passam de R$ 2,8 trilhões

Os impostos pagos pelos contribuintes brasileiros em todo o país em 2022 totalizaram R$ 2.890.489.835.290,32, de acordo com o Impostômetro, painel instalado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) na região central da capital paulista. Em 2021, o mesmo painel registrou aproximadamente R$ 2,6 trilhões, aumento de 11,5% de um ano para o outro.

O montante é a soma do valor arrecadado pelos governos federal, estadual e municipal incluindo taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária.

“O avanço em 2022 aconteceu pela maior arrecadação de tributos federais, apesar das desonerações promovidas pelo governo, como foi o caso dos combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. E ainda tivemos inflação em níveis elevados, o que encarece produtos e serviços”, disse o economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.

Indicador antecedente de emprego do Brasil sobe em dezembro, mas fecha 2022 com viés negativo, diz FGV

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil subiu em dezembro, mas encerrou 2022 com viés negativo diante de expectativas de desaceleração da economia, de acordo com os dados divulgados na quinta-feira (05) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 1,6 ponto em dezembro e foi a 74,7 pontos, após dois meses seguidos de queda. No entanto, segundo a FGV, o indicador termina o ano com saldo negativo de 7,1 pontos.

“O IAEmp voltou a subir em dezembro, mas é preciso cautela para interpretar esse resultado. A alta desse mês (dezembro) compensa apenas cerca de 15% do que foi perdido nos meses anteriores e o ano encerra com viés negativo com o resultado do último trimestre”, afirmou em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

Segundo ele, o patamar baixo do indicador parece refletir o cenário macroeconômico negativo e desafiador para o ano de 2023.

“Com a expectativa de uma desaceleração da economia, o mercado de trabalho tende a reagir de maneira negativa e dificilmente voltará, no curto prazo, à trajetória ascendente que teve em parte do ano de 2022”, completou Tobler.

Os componentes do IAEmp mostram que em dezembro as principais contribuições positivas vieram dos indicadores que medem a Situação Atual e Tendência dos Negócios, ambos na indústria, além do índice que avalia o Emprego nos próximos meses do consumidor.

Poupança fecha 2022 com saque líquido recorde de R$ 103 bilhões

A caderneta de poupança recebeu um depósito líquido de 6,259 bilhões de reais em dezembro, mas o investimento acumulou em 2022 um resgate de 103,2 bilhões de reais, quase o dobro da maior perda anual já registrada até então, mostraram números do Banco Central atualizados.

As perdas da aplicação no ano ocorreram em meio à elevação da taxa de juros pelo Banco Central para controlar a inflação, o que contribuiu para reduzir a competitividade da poupança frente a investimentos em renda fixa.

No ano passado, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) registrou um saque líquido no valor de 80,9 bilhões de reais, enquanto a poupança rural acumulou uma retirada de 22,3 bilhões de reais. Os dois valores foram os maiores da série do Banco Central, com início em 1995.

Ao longo do ano o BC deu continuidade ao ciclo de aperto monetário iniciado em março de 2021, quando a taxa básica de juros estava em 2%, menor nível da história. A taxa foi elevada em 4,5 pontos percentuais no ano passado, e está atualmente em 13,75%.

Além de reduzir a disponibilidade de renda das famílias disponível para investimentos, ao encarecer o crédito e desaquecer a economia, a alta dos juros também afeta diretamente o rendimento da poupança. Com a Selic acima de 8,5% ao ano, os depósitos na poupança têm rendimento fixo de 0,5%, ou 6,17% ao ano, acrescido da taxa referencial (TR), o que deixa a remuneração mais baixa do que outros investimentos de renda fixa.

Em 2021, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegou a afirmar que a autoridade monetária estudava alterar nas regras de correção da poupança, em meio a uma preocupação com o volume de saques, mas frisou que isso teria que ser feito de forma lenta e em etapas para não criar ruptura no financiamento. Boa parte dos recursos da poupança são obrigatoriamente destinados pelas instituições financeiras ao financiamento imobiliário.

Até então, o maior saque anual na poupança havia sido registrado em 2015, quando a Selic também estava em alta, no valor de 53,6 bilhões de reais. Em 2021, o investimento já havia sofrido uma perda expressiva, de 34,8 bilhões de reais, após ter registrado no ano anterior um depósito recorde de 125,3 bilhões de reais, em um cenário de juros baixos e de pagamentos bilionários pelo governo de auxílio emergencial em meio à pandemia da Covid-19.

IGP-DI volta a subir em dezembro sob peso de alimentos e fecha 2022 com alta de 5%

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) voltou a subir em dezembro sob o peso de alimentos e encerrou o ano com alta acumulada de cerca de 5%, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira (06).

O índice subiu 0,31% em dezembro, após queda de 0,18% no mês anterior, mas o resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,5%.

Com isso, o IGP-DI encerrou 2022 com avanço acumulado de 5,03%, contra 17,74%% em 2021.

“A última edição do IGP-DI de 2022 mostra aceleração dos preços de alimentos importantes ao produtor e ao consumidor”, destacou André Braz, coordenador dos índices de preços.

No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, subiu 0,32%, de recuo de 0,43% no mês anterior, fechando o ano com alta acumulada de 4,7%.

Braz destaca que, entre os alimentos no IPA, os maiores aumentos foram registrados em bovinos (de -1,65% para 2,57%), café (de -16,66% para 5,19%) e feijão (de 4,62% para 13,18%).

A pressão para o consumidor em dezembro diminuiu uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, desacelerou a alta a 0,35% no período, de 0,57% em novembro. No acumulado de 2022, o IPC subiu 4,28%.

Transportes (0,92% para -0,07%) e Alimentação (1,06% para 0,73%) registraram decréscimo das taxas, mas entre os alimentos pressionaram o índice geral feijão carioca (de -1,57% para 6,93%) e óleo de soja (-0,69% para 1,49%).

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou desaceleração da alta a 0,09% em dezembro, de 0,36% antes, encerrando 2022 com avanço acumulado de 9,28%.

Lula toma posse diante de centenas de milhares, recebe a faixa de representantes do povo e defende a democracia

Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse no domingo (01) como o 39º presidente da história do país. A celebração do início do mandato levou centenas de milhares de apoiadores à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em um dos momentos mais marcantes, Lula recebeu a faixa presidencial de pessoas comuns, representantes do povo brasileiro.

Em discursos, o presidente ressaltou a defesa da democracia e o foco no combate à pobreza e à fome. Ao falar de fome, no parlatório do Palácio do Planalto, de frente para a multidão, Lula chegou a chorar.

Ele também fez críticas ao governo anterior, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula foi oficialmente empossado no Congresso, em cerimônia diante de parlamentares e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em uma fala de 31 minutos, o presidente exaltou a “democracia para sempre”.

“Sob os ventos da redemocratização, dizíamos ‘ditadura nunca mais’. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer ‘democracia para sempre'”, afirmou.

Lula disse ainda que seu governo vai ser de esperança, união do país e sem revanchismo.

“Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que essa nação levantou a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer esse edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços”, disse Lula.

Sem citar o nome de Bolsonaro, afirmou que irregularidades na pandemia devem ser investigadas.

“Em nenhum outro país, a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar as emergências sanitárias”, argumentou.

Ao sair do Congresso, Lula foi para o Palácio do Planalto e subiu a rampa.

Em uma das cenas mais históricas da posse, ele subiu acompanhado de Janja, cidadão comuns (saiba quem são) e a cachorrinha do casal, chamada de Resistência, em referência ao período em que Lula passou preso.

No alto da rampa, a faixa passou pelas mãos dos representantes do povo e foi finalmente entregue a Lula por Aline Sousa, uma mulher de 33 anos, catadora desde os 14.

Governadores prometem obras e dizem priorizar aliança com novo governo Lula

27 governadores assumiram seus cargos pelo País, priorizando, em comum, as promessas de novas obras e antecipando a disposição de entendimento político com a nova equipe do Palácio do Planalto. Pela primeira vez, um Estado (Pernambuco) elegeu duas mulheres, como governadora e vice. Também pela primeira vez, um governador (Rio Grande do Sul) leva à cerimônia de posse um companheiro e lhe faz elogios em suas falas.

No Rio o bolsonarista Cláudio Castro avisou que quer trabalhar m em conjunto com o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Em Estados como Bahia e Ceará, onde o PT venceu, o tema dominante dos empossados, respectivamente Jerônimo Rodrigues e Elmano de Freitas, foram animados elogios à vitória e à posse de Lula em Brasília. No Recife, o lado da vice, Priscila Krause (Cidadania), a governadora Raquel Lira usou seu primeiro discurso para fazer duras críticas ao PSB que encerrou um ciclo de 16 anos à frente do Estado.

Com a segunda maior votação em outubro passado (4,2 milhões de votos), Ratinho Jr. (PSD), assumiu em Curitiba dizendo que entrava em 2023 “muito otimista”, garantiu que o Paraná “continuará sendo uma terra de oportunidades” e comemorou a construção da segunda ponte do Estado em Foz do Iguaçu.

Em Porto Alegre, o fato mais comentado na segunda posse do tucano Eduardo Leite foi a presença, ao seu lado, de seu companheiro, o médico capixaba Thalis Bolzan. “Além de amor, tenho por ele respeito e admiração”, afirmou, ressaltando que Thalis se dedica a crianças com câncer e causas sociais. Ironizado na campanha pelo rival Onix Lorenzoni, ele disse ter orgulho de ver “a opinião pública unida para condenar a homofobia”.

No Rio, mais que a posse o que repercutiu foi a entrevista dada pelo governador reempossado Claudio de Castro. Filiado ao PL, ele deixou clara a disposição de dialogar com Lula e o PT. “O povo fez sua escolha”, advertiu. “Precisamos de ajuda do governo federal na infraestrutura. Será um diálogo baseado em pautas.”

Um dos reempossados mais otimistas do dia foi Romeu Zema, em Minas Gerais, que se elegeu em 2018 apenas com o Novo e agora volta com dez partidos a apoiá-lo, “uma situação muito diferente”, admitiu, pois permite levar adiante seu projeto principal, a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, que enfrenta a oposição do forte petismo no Estado.

Reeleito em Alagoas, Paulo Dantas (MDB), tomou posse afirmando que “suou para fazer do Estado um lugar melhor para todos”, mas “infelizmente o Brasil voltou ao Mapa da Fome”. Dantas falou também da valorização das mulheres e do compromisso com indígenas, quilombolas e LGBTQIA.

Em discurso de posse, Haddad reafirma compromisso com nova âncora fiscal no 1º semestre de 2023

Durante a posse como ministro da Fazenda, Fernando Haddad se comprometeu em enviar ao Congresso a nova regra fiscal das contas públicas ainda no primeiro semestre de 2023. Segundo Haddad, o novo arcabouço precisa ser cumprido.

“Assumo com todos vocês o compromisso de enviar, ainda no primeiro semestre, ao Congresso Nacional, a proposta de uma Nova Âncora Fiscal, que organize as contas públicas, que seja confiável, e, principalmente, respeitada e cumprida.”, afirmou o ministro.

Durante a fala na cerimônia, o ministro da Fazenda disse que “não aceitaremos um resultado primário que não seja melhor do que os absurdos 220 bilhões de déficit previstos no Orçamento para 2023”.

Entretanto, a nova projeção de déficit primário foi definida pelo Congresso, substituindo os R$ 65 bilhões de déficit previstos pelo antigo governo. O aumento da previsão do déficit primário se deu por conta da PEC do Estouro, que abriu um espaço de R$ 145 bilhões no teto de gastos.

A cerimônia de posse ocorreu na manhã desta segunda-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde também foi sediado o governo de transição.

Ainda durante o discurso, Haddad destacou a necessidade da melhora do sistema tributário brasileiro. Além da nova regra fiscal, durante a transição, Haddad também afirmou que uma reforma tributária seria proposta pelo governo federal.

Haddad destacou a interação que pretende ter com outros ministérios da área econômica, com Geraldo Alckmin, Simone Tebet e Esther Dweck. “Éramos um posto Ipiranga e agora somos uma rede de postos”, afirmou o ministro, em referência à alcunha dada ao antecessor, Paulo Guedes.

Outro ponto da política econômica levantado por Haddad foi a democratização do acesso ao crédito. Segundo Haddad, “a prioridade é social: gerar empregos, oportunidade e renda”.

“Vamos voltar a democratizar o acesso ao crédito, como em 2003, quando o Brasil experimentou um período de grande expansão do crédito, com responsabilidade.”, disse.

Haddad finalizou destacando que a equipe econômica irá trabalhar para combater a inflação, focando na geração de empregos e aumento de salários.

Paulo Pimenta promete combater desinformação e amplo debate sobre papel da EBC

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, prometeu na terça-feira (03), combater a desinformação e recuperar a credibilidade da comunicação governamental. Na solenidade de posse no cargo, o deputado disse que no governo Lula não haverá “muros, nem cercadinhos, nem ameaças”, em referência à forma como o ex-presidente Jair Bolsonaro tratava a imprensa.

“Faremos um trabalho permanente de combate às fake news e à desinformação. A boa informação é vital para nossa sociedade”, declarou Pimenta, que também prometeu um amplo debate sobre o papel da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e disse que a TV Brasil continuará pública. “A partir de amanhã, eu quero me dedicar a fazer um amplo debate sobre a EBC”, afirmou.

O ministro criticou a disseminação de fake news no governo Bolsonaro e disse que as notícias falsas prejudicaram a população, por exemplo, na pandemia de Covid-19. O deputado afirmou que as informações de interesse público não serão mais “contaminadas por ideologias”. “A prestação de serviços e a comunicação institucional serão construídas na ciência, na pluralidade e naquilo que é importante para a população.”

“Não vamos manter essa lógica de sonegação de informações, onde tudo virou sigilo”, prometeu Pimenta, ao dizer que facilitará o acesso dos jornalistas às fontes governamentais, sem ataque à liberdade de imprensa. O ministro também afirmou que a vitória de Lula foi um marco da democracia e que o governo não pode errar.

“É preciso equilibrar liberdade de expressão, privacidade e proteção de dados”, defendeu, ao dizer também que trabalhará para proteger vítimas de violações na internet e promover medidas de educação midiática.

PL muda estatuto para liderar direita bolsonarista; ‘exílio’ incomoda legenda

Depois de eleger as maiores bancadas do Congresso Nacional, o PL mudou seu estatuto para reforçar laços com bandeiras bolsonaristas. O objetivo é se apresentar como o principal partido de oposição do País e manter o recall de 58 milhões de votos do ex-presidente, que viajou para os Estados Unidos sem data ainda para retornar.

O partido fundado pelo deputado Álvaro Vale em 1985 tinha em seu programa um viés mais econômico e não era conectado com uma pauta de costumes mais identificada com a direita.

No estatuto original já constava o fortalecimento da empresa privada, o reconhecimento à propriedade, reforma tributária, mas também a importância dos direitos das minorias, trecho que não consta entre as novas diretrizes centrais.

As modificações foram aprovadas na última convenção nacional da sigla, que aconteceu em dezembro e reuniu representantes dos 27 diretórios estaduais. O documento, porém, só será divulgado após a homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O Estadão apurou que o novo programa terá a liberdade de expressão como uma peça central e incluiu temas como defesa da vida, família, equilíbrio entre os Poderes. No campo da economia, reforçou diretrizes como a mínima intervenção do Estado na economia, o direito à propriedade, desestatização e incluiu as concessões da infraestrutura nacional.

Com o lema “Não existe democracia sem liberdade”, o documento faz um contra-ataque à narrativa de “golpismo” feita pelos adversários de Bolsonaro e defende o “fortalecimento do estado democrático de direito”, só que com uma leitura própria.

Durante a campanha presidencial, os bolsonaristas acusaram o Supremo Tribunal Federal (STF) de censura devido ao inquérito das fake news e a prisão de militantes de extrema direita acusados de planejar atos antidemocráticos.

Em um de seus discursos, Bolsonaro afirmou que as pessoas podem viver sem oxigênio, mas não sem liberdade. “Para o partido Liberal, os direitos de ir e vir, de ser, pensar, agir e falar são invioláveis”, diz o novo programa.

Narrativa – Em conversas reservadas, integrantes da sigla presidida pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto admitem que as posições controversas de Bolsonaro e sua oratória incontrolável causaram os desgastes que ajudaram na derrota nas urnas.

A ideia agora é construir uma narrativa mais palatável para os próximos quatro anos. “Passamos por guerras e pandemia, tudo banhado pela constante luta entre a verdade de cada cidadão e suas narrativas”, diz o texto de apresentação.

Em outro trecho, o estatuto diz que o povo brasileiro pôde nos últimos quatro anos “reascender em sua essência” sentimentos que estavam adormecidos. “Resgatamos o orgulho da nossa bandeira, o amor pela pátria, a valorização do seio familiar e o fortalecimento da liberdade individual e econômica na sua vertente mais crua, sem tutelas do estado”.

As novas diretrizes do PL também fazem acenos aos evangélicos, que formam uma das principais bases do bolsonarismo. “Resguardamos e defendemos os valores conservadores da sociedade brasileira. Reafirmamos nossa crença na Vida e na Liberdade em todas as suas vertentes, direitos naturais e inalienáveis; na Sociedade, unidade orgânica e comunidade de homens; na Política, atividade essencial para a administração da sociedade e manutenção da ordem e da moral”, diz o documento.

Governo não está avaliando rever reforma da Previdência, dizem ministros Rui Costa e Alexandre Padilha

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse na quarta-feira (04) a jornalistas que o governo não está avaliando neste momento revisão de reformas anteriores, incluindo a da Previdência.

O comentário, feito após a cerimônia de posse do vice-presidente Geraldo Alckmin no comando do Ministério do Desenvolvimento, veio um dia depois de o novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, ter criticado em seu discurso de posse o que chamou de “antirreforma” da Previdência do governo Jair Bolsonaro, sinalizando que poderia discutir mudanças.

Pouco depois, em entrevista à GloboNews, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que se reuniu mais cedo nesta quarta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também repetiu a negativa feita por Costa em relação à Previdência.

“O ministro-chefe da Casa Civil, que é conhecido na Bahia como Rui Correria, de forma rápida, precisa, já deixou claro que esse debate nunca existiu no governo, nunca sequer se iniciou no governo, e o presidente Lula, inclusive, em sua mensagem oficial, em seu discurso no Congresso Nacional em nenhum momento tratou deste tema”, afirmou Padilha à emissora.

Alas do PT já brigam por liderança da bancada em 2024

Passada a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência, a bancada do PT na Câmara entra agora em uma disputa para definir quem vai liderar o partido na Casa nos próximos anos. De um lado, o grupo majoritário da legenda já definiu que o deputado Zeca Dirceu (PR) será o líder em 2023 e quer Odair Cunha (MG) no comando da bancada em 2024. Do outro, tendências minoritárias do partido aceitam Dirceu na liderança neste ano, mas querem definir um acordo para que Lindbergh Farias (RJ) seja o líder em 2024.

Uma reunião da bancada está marcada, a fim de tentar chegar a um consenso. Lindbergh disse ao Estadão que “não existe acordo” e que Zeca Dirceu não será líder neste ano se a corrente dominante do PT insistir em ter Odair Cunha em 2024. O deputado do Paraná também confirmou o cenário de indefinição.

O PT tem dentro de sua estrutura um conjunto de tendências internas, que costumam disputar os espaços de representatividade da legenda, como lideranças no Congresso e a própria presidência do partido. A corrente hegemônica se chama Construindo Um Novo Brasil (CNB) e tem representantes como a presidente da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Apoiado pela CNB, Zeca Dirceu, o provável novo líder neste ano, é filho do ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que perdeu os dois cargos após ser atingindo pelo escândalo do mensalão. Odair Cunha, o nome da CNB para liderar a legenda em 2024, é deputado federal desde 2003.

Marina anuncia secretaria especial contra desmatamento e diz que trabalhará para abrir mercados ao Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou nesta quarta-feira, ao tomar posse, a criação de uma secretaria extraordinária de combate ao desmatamento que terá como medida de sucesso ser extinguida ao acabar com a destruição da floresta, em um discurso com a promessa de atrair investimentos e abrir o mercado brasileiro ao tornar o país respeitado no mundo pela preservação ambiental.

“Vamos ter uma ação que respeita o multilateralismo, mas vamos atuar internamente para que o Brasil volte, em lugar de ser um pária ambiental, ser um país que vai nos ajudar a fazer com que a gente consiga finalizar o acordo do Mercosul (com a União Europeia)”, afirmou.

“Que a gente consiga trazer os investimentos, que a gente consiga abrir os mercados para os nossos produtos. Que a gente deixe de ser o pior cartão de visitas para os nossos interesses.”

Marina, que volta ao ministério que comandou anteriormente de 2003 a 2008, também anunciou que a Autoridade Nacional do Clima proposta por ela será criada até março e ficará sob a alçada de seu ministério, e ainda disse que será criado um conselho sobre mudança do clima que será liderado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em uma cerimônia super concorrida no Palácio do Planalto, Marina afirmou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que espera trabalhar “muito conjuntamente”, e exaltou o compromisso assumido por Lula de tornar o meio ambiente um tema transversal em todo o governo.

A ministra reconheceu que haverá “tensões”, mas acrescentou que o papel de seu ministério não é “ser um entrave às justas expectativas de desenvolvimento social, mas facilitador” de que isso ocorra sem atacar o meio ambiente.

Com capital político próprio e visibilidade internacional, a ministra vai comandar uma área que vai ser acompanhada de perto no exterior e ela própria será uma espécie de baliza do sucesso do governo Lula 3 em conciliar interesses, como o de ambientalistas e o do importante setor do agronegócio.

Marina disse que o governo brasileiro não se furtará a exercer um papel de liderança nacional e internacional frente à emergência climática que se impõe, que tem como mais atingidos os mais pobres, lembrou.

Ela fez duras críticas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro na área ambiental e mencionou declaração do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles durante uma reunião ministerial sobre “passar a boiada”.

“Boiadas se passaram nos lugares onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental”, disse. Durante o governo Bolsonaro, diversas políticas ambientais foram desmontadas, resultando em um recorde de 15 anos no desmatamento da Amazônia.

Juro alto não é bom para ninguém, diz Rui Costa

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que é unanimidade que o juro alto praticado no país não é bom para ninguém, embora tenha ressalvado que não se tratava de um questionamento ao Banco Central independente ou crítica à autoridade monetária.

Segundo Costa, em entrevista à CNN Brasil, a afirmação era uma “constatação” para que se possa construir um caminho para que haja uma queda significativa dos juros.

“Não se trata de questionar o Banco Central independente ou não se trata de crítica. Acho que é unanimidade que juro alto não faz bem a nenhuma economia do mundo, nunca vi ninguém defendendo juro alto por muito tempo”, disse.

“A política de juros se justifica com uma medida provisória, de contenção de elevação da inflação, mas é evidente o que garante mais investimento, mais atividade econômica e o menor custo para o cidadão que está em casa nos assistindo… são os juros mais parecidos com a maioria dos países desenvolvidos, juros mais baixos”, acrescentou.

A Selic, a taxa básica da economia brasileira, está em 13,75% ao ano, após ter registrado mínima histórica de 2% em 2020.

Na entrevista, Rui Costa disse que o novo governo pretende melhorar a qualidade do gasto público e não ficar apenas de olho no total do gasto. Ele afirmou ainda que a gestão quer fazer um grande debate este ano sobre a reforma fiscal e o novo patamar fiscal, nesse último caso uma referência à âncora fiscal que deve substituir o teto de gastos públicos.

O petista, ex-governador da Bahia, rebateu as oscilações do mercado financeiro nesses primeiros dias de governo.

“Evidente que há uma má vontade de alguns setores ou uma precipitação. Nessa madrugada nós completamos 72 horas do governo, então não tem motivos para sobressaltos”, afirmou.

“O presidente Lula fez a sua campanha reafirmando, e eu quero reafirmar em nome do presidente, que nós vamos governar com serenidade, buscando todos os setores produtivos com diálogo e entendimento para pactuar medidas que estimule o crescimento, que gere emprego e renda. Presidente reafirmou em vários momentos o valor da democracia e o valor da previsibilidade, da segurança jurídica dos contratos e é isso que nós estamos reafirmando”, assegurou.

Flávio Dino espera que governador do DF entenda ‘recado’ e tire Anderson Torres da equipe

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, espera que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, entenda o recado dado por uma portaria editada. E, com isso, demita o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.

A nova regra do governo federal impede que sejam cedidos os servidores que respondam a processos criminais ou administrativos. É o caso de Torres, delegado da Polícia Federal e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro.

Polêmico, acusado de usar a estrutura do ministério para beneficiar politicamente o ex-presidente, Anderson Torres foi renomeado para a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, posto que já tinha ocupado antes de ir para a Justiça.

Na portaria, o Ministério da Justiça dá um prazo de quinze dias para que o responsável pela nomeação de servidor com casos na Justiça justifique sua decisão de requisitar servidores da Polícia Federal.

Depois, a pasta irá analisar os casos individualmente, inclusive o de Anderson Torres.

Ou seja: se Ibaneis Rocha não tomar a decisão por conta própria, Flávio Dino deve recusar a cessão do delegado da Polícia Federal.

Na avaliação do governo Lula, Anderson Torres agiu politicamente à frente do cargo de ministro da Justiça, para prejudicar o então candidato a presidente do PT.

Além disso, acusam o então ministro da Justiça de se omitir nos episódios de baderna provocados por bolsonaristas no dia da diplomação do presidente Lula e do vice Geraldo Alckmin.

Segundo assessores de Lula, a presença de Anderson Torres na secretaria de Segurança Pública, responsável pela segurança no Distrito Federal, gera insegurança para o governo petista.

Por isso, a expectativa inicial do Palácio do Planalto era que Ibaneis Rocha não renomeasse Torres para a Secretaria de Segurança Pública.

Shoppings têm alta de 5,9% nas vendas no Natal

As vendas nos shoppings tiveram um crescimento nominal de 5,9% no Natal deste ano em comparação com a mesma data no ano passado. O setor movimentou R$ 5,6 bilhões na semana de 19 a 25 de dezembro. Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado, elaborado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

O resultado ficou acima da projeção inicial da entidade, que previa um crescimento nominal de 4%. Já o tíquete médio das vendas foi de R$ 205, o que representou um aumento de 8,5% em relação aos R$ 189 de 2021.

Para o presidente da Abrasce, Glauco Humai, o desempenho dos shoppings melhorou graças ao arrefecimento da inflação e ao aumento das vagas de trabalho, fatores que fortaleceram a capacidade de consumo da população nos últimos meses.

Indústria do Brasil termina 2022 em contração sob peso de incertezas, mostra PMI

O setor industrial do Brasil encerrou 2022 com fraqueza, uma vez que a terceira queda seguida das novas encomendas provocou o declínio mais forte da produção em dois anos e meio, em meio a incertezas fiscais e econômicas, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

A S&P Global divulgou na segunda-feira (02) que seu PMI para a indústria do Brasil ficou em 44,2 em dezembro, quase inalterado ante 44,3 em novembro, mas sinalizando a segunda deterioração mais forte no setor desde maio de 2020, quando a economia enfrentava a pandemia de Covid-19.

Dezembro foi o segundo mês seguido em que o índice ficou abaixo de 50, marca que separa crescimento de contração, e a média do quarto trimestre foi a mais fraca desde o segundo trimestre de 2020, segundo a S&P Global.

“A pesquisa nos mostra que clientes e produtores continuam ansiosos em relação às políticas públicas futuras e à resiliência da economia”, disse Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.

“As empresas brasileiras se mostraram cautelosas com suas expectativas e focaram no aqui e agora.”

Os fabricantes de bens reduziram a produção em dezembro devido ao volume mais baixo de vendas, marcando a queda mais forte em dois anos e meio.

As empresas indicaram que as incertezas em torno das políticas públicas e econômicas afetaram as vendas no último mês do ano, com os clientes muitas vezes cancelando ou adiando as compras.

As vendas para exportação voltaram a pesar nos novos negócios, com essas encomendas registrando uma das maiores quedas desde o início da coleta de dados, há 17 anos. Os entrevistados citaram demanda mais fraca de clientes na América Latina, Europa e Estados Unidos.

Diante desse cenário, os empresários do setor da indústria voltaram a reduzir as folhas de pagamento, com queda do emprego no ritmo mais forte em dois anos e meio.

Os dados de dezembro mostraram ainda aumentos tanto nos custos de insumo quanto nos preços cobrados. A escassez de componentes e o aumento dos preços de alguns itens foram citados como fatores para novo aumento dos custos.

Já os preços cobrados aumentaram pela primeira vez em três meses, ainda que de forma modesta, com algumas empresas buscando transferir os aumentos de custo a seus clientes.

Apesar das incertezas, dezembro ainda registrou melhora na confiança das empresas, com expectativas de que políticas públicas favoráveis e relações internacionais possam favorecer as perspectivas de crescimento.

Planos de expansão, investimentos, diversificação de produtos e expectativas de vendas mais altas alimentaram o otimismo, segundo os dados do PMI.

Confiança empresarial cai 0,8 ponto em dezembro, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) teve queda de 0,8 ponto em dezembro ante novembro, para 90,7 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

É o menor nível para o indicador desde abril de 2022, quando ficou em 89,6 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador teve queda de 3,6 pontos no mês.

A FGV ressaltou que foi o terceiro mês seguido de queda, embora o ritmo do recuo de dezembro tenha sido mais moderado do que nos meses anteriores.

“A percepção sobre situação atual e perspectivas futuras se mantêm em compasso de espera frente as decisões sobre a condução da política econômica do novo governo. Apesar de uma percepção de melhora no setor industrial relacionada a uma ligeira recuperação de demanda e redução de estoques, a piora do setor de serviços foi o responsável por jogar a confiança para baixo em dezembro”, diz a nota divulgada pela FGV.

O ICE reúne os indicadores de confiança produzidos pelas sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção da FGV. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

Assim como os demais indicadores de confiança da FGV, o ICE é formado por dois componentes principais. Apesar da queda agregada, os dois componentes ficaram estáveis, com variação nula, em dezembro. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) se manteve em 95,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-E) estacionou em 87,9 pontos. “Com o resultado, o ISA-E termina o ano 4,8 pontos abaixo do nível neutro de confiança de 100 pontos, enquanto o IE-E está 12,1 pontos inferior, se mantendo na faixa pessimista do indicador”, diz a nota da FGV.

Gigantes regionais do atacarejo se armam para expandir suas redes

À procura de compradores, o Makro acabou trazendo nomes de redes de atacarejos regionais para o noticiário. Em expansão, grupos como Pereira, Muffato e Spani avaliaram o ativo, mas desistiram da compra ao ver contingências do negócio. O que ficou claro, porém, é que esses grupos têm apetite por crescimento via aquisições. Mas é preciso ter caixa para fazê-las e ativos disponíveis para comprar.

Em geral, o modelo de atacarejos costuma gerar caixa para as companhias, financiando o crescimento orgânico das redes. Para o sócio da consultoria especializada em varejo Mixxer, Eugênio Foganholo, esse é um modelo de negócios vencedor no varejo alimentar e, portanto, deve seguir em expansão, sobretudo orgânica, mas sem desconsiderar as raras oportunidades de aquisição que aceleram os processos de crescimento das redes.

Esse é o caminho trilhado pela Spani. “Com planejamento estratégico muito bem estruturado, podemos dizer que, desde sua fundação, o Grupo Zaragoza está focado na expansão das operações da bandeira Spani”, diz Cléber Gomez, diretor-presidente do Grupo Zaragoza, dono do Spani. O planejamento, afirma ele, prevê um crescimento orgânico para 2023, mas a empresa analisa as oportunidades de aquisições que estão no mercado.

Segundo Gommez, o grupo, que deve fechar 2022 com faturamento de R$ 4 bilhões, tem caixa para ir às compras. “Ocupamos posição de destaque entre os principais players do segmento de atacarejo do País, o que nos coloca em totais condições para eventuais oportunidades de aquisição”, diz.

Sobre o interesse no Makro e posterior desistência do negócio, o executivo não faz comentários, mas afirma que o objetivo da empresa é ampliar a presença na Grande São Paulo e no interior paulista. “Temos planos de expansão para o Rio de Janeiro, partindo do Sul Fluminense, onde já temos duas operações, e seguir para outras regiões do interior do Estado e para a capital.”

Além disso, o grupo tem como meta realizar investimentos em logística, em capacitação de pessoal e fazer “boas negociações com fornecedores” para estarem “prontos para aproveitar as oportunidades”.

O grupo tem 5 mil empregados. No total, são 37 lojas Spani em operação nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de 4 lojas Villarreal Supermercados, no Vale do Paraíba.

Indústria de veículos tem melhor dezembro em dois anos no país

A indústria de veículos terminou 2022 com o melhor mês em vendas dos últimos dois anos, conseguindo assim praticamente repetir, no balanço final do ano, o total vendido em 2021. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 216,9 mil unidades foram vendidas em dezembro, um volume não visto em um mês desde dezembro de 2020, quando 244 mil veículos foram licenciados no País.

O volume supera em 6,3% as vendas de novembro. Frente a dezembro de 2021, o mercado de veículos zero quilômetro mostrou crescimento de 4,8%. Com isso, 2022 acabou com 2,1 milhões de veículos vendidos nos 12 meses de 2022, praticamente estacionado, com leve queda de 0,7%, no número do ano anterior, quando os emplacamentos somaram 2,12 milhões de unidades.

Obtidos pelo Estadão com fontes da indústria, os números estão sujeitos a pequenos ajustes nos balanços a serem divulgados até o fim desta semana pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, e pela Anfavea, representante das montadoras.

Depois de o mercado terminar o primeiro semestre com queda de 14,5%, a melhora da oferta de automóveis, graças à distensão da crise de abastecimento, permitiu a reação das vendas nos últimos meses.

As paradas de fábricas, motivadas pela escassez global de componentes eletrônicos, tornaram-se menos constantes em meio à desaceleração das economias desenvolvidas, que aliviou a demanda por peças, além da normalização do transporte marítimo dos materiais, depois do caos logístico provocado pelo fechamento do porto de Xangai por dois meses.

Com isso, as montadoras conseguiram atender melhor, principalmente, os pedidos das locadoras, que formaram longas listas de espera durante o período de maior aperto na oferta. O volume destinado às frotas ajudou a compensar os efeitos no varejo do crédito mais caro e restrito.

Preços na saída das fábricas caem 0,54%, revela pesquisa

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou deflação (queda de preços) de 0,54% em novembro. Em outubro, a deflação havia sido de 0,86%. Já em novembro de 2021, o indicador acusou inflação de 1,46%.

Os dados foram divulgados na quarta-feira (04), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador, que registra a variação de preços de produtos na saída das fábricas, acumula inflação de 4,47% de janeiro a novembro de 2022 e 4,39% em 12 meses.

Quinze das 24 atividades industriais pesquisadas tiveram deflação em novembro, com destaque para outros químicos (-4,41%) e alimentos (-0,70%). Nove ramos da indústria tiveram alta de preços. Os maiores impactos vieram dos veículos (0,55%) e do refino e biocombustíveis (1,01%).

Das quatro grandes categorias econômicas da indústria, duas tiveram inflação: bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (0,47%) e os bens de consumo duráveis (0,41%).

A deflação do IPP em novembro foi influenciada pelos bens intermediários, ou seja, os insumos industrializados usados no setor produtivo (-0,86%) e os bens de consumo semi e não duráveis (-0,32%).

Setor de serviços do Brasil registra em dezembro crescimento mais fraco em 19 meses, mostra PMI

A atividade de serviços do Brasil encerrou 2022 com o menor ritmo de expansão em 19 meses e cortes de emprego em meio a distrações políticas e fechamentos por conta da Copa do Mundo de futebol, mostrou na quarta-feira (04) a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O levantamento da S&P Global mostrou que o índice PMI de Serviços caiu a 51,0 em dezembro, de 51,6 em novembro, mas ainda acima da marca de 50 que separa crescimento de contração, com algumas empresas indicando parcerias bem sucedidas, conquista de novos clientes e resiliência da demanda.

“O desempenho do setor de serviços do Brasil decepcionou no final de 2022, especialmente considerando que começou o ano com força”, disse a diretora associada de economia da S&P Markit, Pollyanna De Lima, destacando que o setor dá sinais mistos para 2023.

Apesar de as questões políticas e de a Copa do Mundo terem pressionado o crescimento, os fornecedores de serviços ainda sinalizaram aceleração do crescimento de novos negócios em relação à mínima de um ano e meio vista em novembro.

A confiança em relação aos próximos 12 meses também melhorou em dezembro depois de atingir o menor nível em 13 meses em novembro, ficando acima da média da série. As empresas projetam que uma maior clareza em relação às políticas públicas, inflação contida, oportunidades de investimento e resiliência da demanda levarão a níveis de produção mais altos este ano.

Apesar disso, os empresários reduziram o número de funcionários pela primeira vez em 19 meses, em meio a esforços de reestruturação e cortes de custos, além da incerteza política.

As empresas também indicaram novo aumento nos gastos operacionais devido à força do dólar, pressões salariais, custos de empréstimos elevados e preços mais altos de alguns materiais, e esses aumentos continuaram a ser transferidos para os clientes. No entanto, a inflação dos preços cobrados foi a mais baixa em três meses em dezembro.

Enquanto a atividade de serviços permaneceu em crescimento, a indústria brasileira terminou 2022 com contração, levando o PMI Composto do país a registrar a segunda queda consecutiva do setor privado, caindo de 49,8 em novembro a 49,1 em dezembro.

Mili antecipa meta de faturamento de 2024 em 2 anos, investe para ampliar produção

A fabricante de produtos de papel tissue Mili teve alta de 30% no faturamento do ano passado, para 2,2 bilhões de reais, cifra que antecipou meta prevista anteriormente para 2024, informou a companhia.

Com o desempenho, que ocorre em meio a um movimento de consolidação no setor de papel tissue no país, a Mili elevou a projeção de faturamento para 2024 para 3 bilhões de reais, um crescimento de 36% sobre o ano passado, quando o volume vendido subiu 23% ante 2021.

A companhia, criada há 40 anos pelos empresários Valdemar Lissoni e Vanderlei Micheletto, produz papéis higiênicos, fraldas e absorventes e tem três fábricas no país, em Santa Catarina, Paraná e Alagoas. A empresa afirma ser a maior fabricante 100% brasileira do setor tissue.

A empresa anunciou investimento de 100 milhões de reais, que incluem compra de equipamentos que entram em operação neste ano e vão ampliar o volume da produção de papel higiênico folha tripla e de produtos de personal care.

“O novo maquinário tem capacidade para trazer um incremento de até 450 milhões de reais por ano no faturamento da Mili”, afirmou a companhia.

Além do aumento da capacidade, os investimentos vão para uma nova linha de absorventes, informou a empresa. O segmento teve alta de 37% no volume de vendas em 2022 sobre o ano anterior.

A Mili pretende crescimentos anuais na casa dos 10% e manter 70% da produção destinada a papeis higiênicos, com o restante para produtos de personal care como absorventes e fraldas.

SELIC

Com a deterioração das expectativas de inflação no horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o mercado financeiro elevou pela segunda semana consecutiva a projeção para a taxa Selic no fim de 2023 no Boletim Focus.

A mediana subiu de 12,00% para 12,25%, contra 11,75% há um mês. Para 2024, por sua vez, a projeção permaneceu em 9,00%, de 8,50% há quatro semanas.

Considerando apenas as 28 respostas dos últimos cinco dias úteis, porém, a mediana para o fim de 2023 cedeu de 12,25% para 11,88%.

IGP-M

Em 12 meses (janeiro a dezembro de 2022), o IGP-M acumula alta de 5,45%. Em dezembro de 2021, o índice acumulava alta de 17,78% em 12 meses (com base na última atualização do IGP-M, em dezembro de 2022).

IPCA

Boletim Focus divulgado na segunda-feira (02), mostra, pela terceira vez consecutiva, projeções maiores para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023, estimando 5,31% de inflação no acumulado do ano. Esta foi a primeira edição do Boletim Focus de 2023.

Na semana anterior, as projeções de IPCA do Boletim Focus estimavam uma inflação de 5,23% em 2023. Já há quatro semanas, as projeções eram de 5,08%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (09), os economistas mantiveram as estimativas do IPCA para 5,62%, ante 5,62% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Boletim Focus divulgado na segunda-feira (02) pelo Banco Central (BC) mostrou relativa estabilidade no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e 2023. A mediana para a alta do PIB em 2022 continuou em 3,04%, contra 3,05% há um mês, enquanto a estimativa para a expansão do PIB em 2023 subiu marginalmente de 0,79% para 0,80% ante 0,75% um mês antes.

Considerando apenas as 22 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 3,05% para 3,00%. No caso de 2023, a variação da mediana foi de 0,78% para 0,79%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (09), a projeção para o PIB ficou em 3,03%, ante 3,04% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (02), o Ibovespa fechou em queda, no primeiro pregão do ano, devolvendo parte do rali das últimas duas semanas de 2022, em uma recepção desconfiada à chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O índice Ibovespa teve queda de 3,06%, a 106.376,02 pontos. O volume financeiro somou R$ 15,5 bilhões.

Na terça-feira (03), o Ibovespa fechou em queda, abaixo dos 105 mil pontos, com bancos e Petrobras entre as maiores pressões negativas, em mais um dia marcado por receios com as políticas sinalizadas pelo novo governo. O índice Ibovespa teve queda de 2,14%, a 104.104,21 pontos. O volume financeiro somou R$ 24 bilhões.

Na quarta-feira (04), o Ibovespa fechou em alta, em uma trégua após um começo de ano mais negativo, com Petrobras entre os principais suportes após o senador Jean Paul Prates, indicado pela União para presidir a companhia, afirmar que não irá desvincular preços de combustíveis de valores internacionais. O índice Ibovespa teve alta de 1,12%, a 105.334,46 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,6 bilhões.

Na quinta-feira (05), o Ibovespa fechou em alta, no segundo pregão seguido no azul, em meio a ajustes apoiados no tom mais apaziguador de discursos recentes do novo governo, com as ações da Petrobras avançando mais de 3% e respondendo por um apoio relevante no dia. O índice Ibovespa teve alta de 2,19%, a 107.641,32 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,65 bilhões.

Na sexta-feira (06), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,54%, a 108.227,12 pontos. Com agentes financeiros na expectativa de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, mas sem tirar do radar Brasília, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz sua primeira reunião ministerial de seu terceiro mandato. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,23%, a 108.963,70 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,2 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (06), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 1,23%, cotado a R$ 5,2858 na venda. Mas fica a caminho de fechar a primeira semana de negociações sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em alta, com os investidores ainda cautelosos sobre a agenda econômica e fiscal do presidente.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (06) cotado a R$ 5,2363, após dados de emprego norte-americanos em linha com o esperado e tom conciliador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua primeira reunião ministerial, o que levou a moeda norte-americana a reverter completamente os ganhos que acumulava na primeira semana do novo governo.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
09/01/2023