Cenário Econômico Nacional – 23/01/2023

Cenário Econômico Nacional – 23/01/2023

Cenário Econômico Nacional – 23/01/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Especialistas elevam previsão para Selic e inflação em 2023

Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver menor afrouxamento monetário neste ano em meio a expectativas mais elevadas para a inflação, de acordo com a pesquisa Focus divulgado na segunda-feira (16).

O levantamento mostra que os especialistas calculam agora a taxa básica de juros Selic a 12,50% ao final deste ano, acima dos 12,25% na semana anterior. Para 2024, segue a perspectiva de Selic a 9,25%.

Atualmente a taxa está em 13,75%, nível que deve ser mantido na reunião de política monetária do BC de 31 de janeiro e 1 de fevereiro de acordo com a mediana das expectativas no Focus.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou elevação da expectativa para a alta do IPCA este ano pela quinta vez seguida, chegando a 5,39%, de 5,36% antes. Para o ano que vem a inflação segue sendo calculada em 3,70%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Em 2022 o IPCA fechou com alta acumulada de 5,79%, superando o teto da meta pelo segundo ano seguido.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2023 é de 0,77%, 0,01 ponto a menos do que na semana anterior, e para 2024 é de 1,50%.

Esse é primeiro Focus depois das invasões das sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, já que a pesquisa foi fechada na última sexta-feira (13).

Balança comercial tem superávit de US$ 61,8 bilhões em 2022

O valor total exportado pelo Brasil em 2022 cresceu 19,1% e o valor importado foi 24,3% maior do que o registrado em 2021. Assim, o superávit na balança comercial do país fechou o ano em US$ 61,8 bilhões, um pouco superior aos US$ 61,4 bilhões de 2021.

Os dados foram divulgados na segunda-feira (16), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), no Indicador de Comércio Externo (Icomex).

Segundo a instituição, o saldo em novembro e em dezembro surpreendeu com a melhora das vendas para a China, com destaque para a agropecuária. O superávit do setor extrativo caiu e o déficit da indústria de transformação aumentou.

“As restrições da oferta agrícola associadas à guerra na Ucrânia e questões climáticas elevaram os preços agrícolas, pois o aumento no volume exportado foi 2,6% menor do que o da indústria de transformação. Na extrativa, preços e volume das exportações recuaram com o desempenho do minério de ferro desfavorável. O déficit na indústria de transformação é recorrente na balança comercial do Brasil desde 2009”, informou a FGV/Ibre.

Para este ano, o instituto projeta um menor crescimento da economia mundial, com taxa de expansão do Brasil abaixo de 1% e redução tanto nas exportações como nas importações.

No cenário internacional, o crescimento mundial pode ser afetado positivamente pelo relaxamento da política de Covid zero na China, que projeta crescimento de 5% em 2023. Na União Europeia, a crise energética pode levar a um menor crescimento.

“O preço do petróleo irá continuar sendo afetado pelas questões geopolíticas e a recuperação das exportações da extrativa depende também da recuperação das vendas de minério de ferro para a China. No caso das manufaturas, a crise da Argentina não favorece o aumento das exportações de maior valor adicionado do setor automotivo. Numa primeira leitura, o saldo comercial de 2023 deverá ser menor que o de 2022”, destacou a FGV/Ibre.

A principal contribuição para o aumento nos valores do comércio exterior foi a variação dos preços, com aumento de 13,7% para as exportações e de 21% nas importações na comparação de 2022 em relação a 2021. Em volume, a exportação cresceu 4,4% e a importação subiu 2,7%.

A participação das commodities (mercadorias) exportadas permaneceu a mesma com 68% do valor total e aumento de 13,9% dos preços e de 4,4% do volume. As não commodities variaram 13,5% em valores e 4,7% no volume.

O índice de preços ficou em 130,2, queda de 6,7% em relação a 2011. Já o índice do volume exportado das commodities alcançou o pico em 2022, com aumento de 2,4% em relação ao maior nível anterior registrado em 2020: 180,2.

Nas importações, as commodities passaram de 8,5% para 11,7% na participação do valor, com o crescimento dos preços de 47,9% entre 2021 e 2022. Em volume, a variação foi de 15,3%. Para as não commodities, as variações foram de 18,3% nos preços e 1,4% no volume.

Segundo o instituto, o aumento de preços das importações de commodities foi o maior registrado na série histórica, iniciada em 2008.

IGP-10 desacelera alta a 0,05% em janeiro com alívio em combustíveis, diz FGV

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) passou a subir 0,05% em janeiro, contra alta de 0,36% no mês anterior, iniciando o ano com queda nos preços de combustíveis, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira (17).

A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 0,30%, depois de o índice ter encerrado 2022 com avanço acumulado de 6,08%.

Com o resultado do mês de janeiro, o IGP-10 passou a acumular avanço em 12 meses de 4,27%, menor patamar desde novembro de 2019, quando o IGP-10 acumulava alta de 3,33%.

“Ainda que os preços de importantes commodities estejam em elevação ao produtor, como minério de ferro (11,92%), bovinos (2,40%), café (5,23%) e feijão (10,30%), a queda registrada nos preços dos combustíveis, especialmente gasolina (-5,31%) e diesel (-7,15%), ajudaram a conter o avanço da taxa do índice ao produtor”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, teve recuo de 0,06% em janeiro, depois de subir 0,31% no mês anterior.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, desacelerou a alta a 0,47% no mês, de 0,58% em dezembro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez subiu 0,14% no primeiro mês do ano, abaixo da taxa de 0,36% no período anterior.

O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

Custo fiscal do aumento do salário mínimo varia entre R$ 7,7 bilhões e R$ 17,1 bilhões

A batalha pelo aumento do salário mínimo volta a ganhar espaço dentro do governo, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, representante da delegação brasileira em Davos para o Fórum Econômico Mundial, assiste de longe a esse novo velho dilema: manter o equilíbrio das contas públicas ou aumentar a renda da população?

O ministro da Fazenda embarcou para a Suíça defendendo a manutenção do salário mínimo em R$ 1.302, enquanto a ala política do governo sustenta o reajuste do valor para R$ 1.320.

Em meio a essa disputa, o presidente da República se reúne, na quarta-feira (18), com mais de 600 representantes de centrais sindicais no Palácio do Planalto. Essas lideranças apoiam um reajuste ainda mais generoso: para R$ 1.342 a partir de maio.

O especialista em contas públicas Murilo Viana calculou o impacto desses aumentos para os cofres da União. O custo do reajuste do salário mínimo para R$ 1.320 (aumento real de 2,81%) seria de R$ 7,7 bilhões.

Caso seja feita a vontade dos sindicatos, com reajuste para R$ 1.342 (aumento real de 4,53%), o custo seria de R$ 17,1 bilhões. Para o cálculo, Murilo Viana considerou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,93% e o salário mínimo de 2022 de R$ 1.212.

Na semana passada, a equipe econômica de Haddad apresentou um pacote de medidas que pretende abrir um espaço fiscal de R$ 242 bilhões nas contas públicas.

O valor já é considerado distante da realidade por especialistas, e um aumento do mínimo seria mais um obstáculo para que o número mágico seja alcançado.

O reajuste também aumentaria os gastos com a previdência, uma vez que as aposentadorias do INSS são atreladas ao salário mínimo. Essa seria uma nova derrota da Fazenda para a ala política do governo.

A equipe de Haddad era contrária à prorrogação da desoneração de impostos federais sobre os combustíveis, implementada via medida provisória na primeira quinzena de janeiro.

Atividade econômica cresceu 0,01% em novembro

A atividade econômica avançou 0,1% em novembro em relação ao mês anterior, conforme indicou o Monitor do PIB-FGV, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com o mesmo mês de 2021, o crescimento do PIB (soma dos bens e serviços produzidos no país), ficou em 2%. Em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2022, a economia cresceu 2,6%. Segundo a pesquisa, a estimativa em termos monetários é de que o acumulado do PIB até novembro de 2022, em valores correntes, é de R$ 8 trilhões 990 bilhões e 281 milhões.

A coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, informou que o crescimento de 0,1% da economia em novembro é explicado pelo desempenho positivo da agropecuária e da indústria. Além disso, o setor de serviços, que tem mostrado tendência de desaceleração desde o segundo semestre, apresentou retração em novembro, após 6 meses consecutivos de taxas positivas.

“É importante destacar o desempenho deste setor, pois ele tem sido responsável por cerca de 80% do crescimento do PIB de 2022. Os juros elevados combinado com o alto índice de endividamento das famílias contribuíram para essa desaceleração dos serviços”, comentou.

O consumo das famílias subiu 4,4% no trimestre móvel terminado em novembro, e nesta análise, o consumo de serviços permanece como o principal responsável pelo crescimento, ainda que em nível menor que o observado anteriormente. De acordo com a pesquisa, a desaceleração do ritmo de crescimento apareceu em todos os componentes do consumo, apesar de somente o consumo de produtos semiduráveis ter, de fato, retração no trimestre, de 9,6%.

A média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2000 é de 18%, mas a verificada desde janeiro de 2015 caiu para 16,6%. No entanto, a taxa de investimento em novembro de 2022 atingiu 19,9%, na série a valores correntes. “Este resultado apresenta uma taxa de investimento acima da taxa de investimento média mensal considerando o período desde 2000 e acima da taxa de investimento média considerando o período desde o 1º trimestre de 2015”, mostra a pesquisa.

2022 marcou maior entrada de investimento estrangeiro na bolsa brasileira em 6 anos

A bolsa brasileira bateu recorde de recursos investidos por estrangeiros em 2022. Os não residentes aportaram R$ 100,8 bilhões no ano passado em ações no mercado secundário, maior valor desde 2016, quando a B3 passou a divulgar os dados.

Analistas do mercado financeiro chamaram a atenção no ano passado para o fato de a bolsa estar valendo muito menos do que deveria e, portanto, poderia ser atraente para os investimentos.

Mercado secundário é o nome dado ao ambiente em que investidores compram e vendem ações de empresas de capital aberto diretamente uns dos outros. Já negociações entre uma companhia e um investidor são consideradas dentro do mercado primário.

Nos anos de 2016 e 2017, o saldo de entradas e saídas de recursos dos estrangeiros na B3 era positivo. Porém, de 2018 a 2021, o saldo passou a ser negativo, com mais retiradas de recursos dos investidores de outros países. Nestes quatro anos, o total de retirada ficou em R$ 102,9 bilhões.

Mas, 2022 quebrou a sequência de negativos e chegou a um saldo positivo de três dígitos pela primeira vez na história. Ao somar somente os anos anteriores em que houve mais aportes do que saques (2016 e 2017), o total de recursos captados é de R$ 28,6 bilhões, ou seja, 28% do valor total movimentado por estrangeiros no ano passado todo.

A situação do Brasil, no entanto, difere da de outros países emergentes. As entradas no ano sofreram uma queda de mais de 90% em comparação com os US$ 379,6 bilhões que os mercados em desenvolvimento atraíram em 2021, após um ano marcado pelo aumento das taxas de juros em todo o mundo e um dólar forte.

Contribuição do MEI subirá para R$ 65,10 em fevereiro

A manutenção do salário mínimo em R$ 1.302 pelo menos até maio, anunciada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, mudará o cálculo da contribuição de microempreendedores individuais (MEI) para a Previdência Social. O valor, que subiria para R$ 66 caso vigorasse o salário mínimo de R$ 1.320 estipulado pelo Orçamento, agora ficará em R$ 65,10.

O aumento, de 7,43%, segue o reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 1.212 mil no ano passado para R$ 1.302 este ano, conforme estipulado por medida provisória editada em dezembro pelo governo passado.

O reajuste valerá apenas para os boletos com vencimento a partir de 20 de fevereiro. A cota deste mês, que vence em 20 de janeiro, continuará a ser paga pelo valor antigo, de R$ 60,60.

Para os MEIs caminhoneiros, que contribuem mais para a Previdência Social, o valor passará de R$ 145,44 para R$ 156,24. Caso o salário mínimo passasse para R$ 1.320, o valor aumentaria para R$ 158,40.

Após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as centrais sindicais, Marinho afirmou que o salário mínimo não será reajustado para R$ 1.320 antes de maio. “Hoje é R$ 1.302 e, em maio, pode ser que haja alteração a partir do trabalho que vamos construir [em conjunto com as centrais sindicais]”, declarou o ministro.

Também no evento, o presidente Lula indicou que pretende retomar a política de reajuste que vigorou entre 2011 e 2019, com o salário mínimo subindo pela inflação do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos). Ainda não está claro se a variação do PIB considerará o crescimento de dois anos antes ou do ano imediatamente anterior.

Taxa de desemprego no Brasil cai a 8,1% no trimestre até novembro com recorde de ocupação

A taxa de desemprego brasileira caiu a 8,1% nos três meses até novembro e marcou o menor patamar desde 2015, favorecida pela ocupação em nível recorde com redução da informalidade e aumento do rendimento.

O dado divulgado na quinta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra recuo em relação à taxa de 8,9% registrada no trimestre anterior, com o mercado de trabalho dando seguimento à melhora em meio ainda à reabertura da economia pós-pandemia de Covid-19.

O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua ainda ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, e marca a menor taxa desde o trimestre até abril de 2015, quando estava no mesmo patamar.

Mas apesar de a taxa de desocupação estar caindo, os efeitos defasados do aumento da taxa de juros em um momento de esperada desaceleração econômica podem pesar no mercado de trabalho a partir de 2023.

No trimestre encerrado em novembro, o número de desempregados caiu a 8,741 milhões, o menor contingente desde o trimestre terminado em junho de 2015. O resultado representa queda de 9,8% sobre o período de junho a agosto de 2022 e de 29,5% ante o mesmo período do ano anterior.

Já o total de ocupados subiu a 99,693 milhões, atingido novamente o maior nível da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, marcando altas de 0,7% sobre o trimestre imediatamente anterior e de 5,0% sobre o mesmo período de 2021.

“Embora o aumento da população ocupada venha ocorrendo em um ritmo menor do que o verificado nos trimestres anteriores, ele é significativo e contribui para a queda na desocupação”, explicou a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 2,3% no trimestre até novembro sobre os três meses anteriores, chegando a 36,791 milhões.

“Desde o segundo semestre de 2021, observamos o crescimento dessa categoria. É um registro importante, uma vez que não apenas indica o aumento do número de trabalhadores, mas também sinaliza a redução na informalidade da população ocupada”, disse Beringuy.

Já os que não tinham carteira aumentaram 1,1%, passando a 13,309 milhões no trimestre encerrado em novembro de 2022.

A taxa de informalidade caiu de 39,7% nos três meses encerrados em agosto para 38,9%, a menor desde o trimestre até novembro de 2020 (38,7%), correspondendo a um contingente de 38,8 milhões de trabalhadores informais.

No período, a renda média real foi de 2.787 reais, um aumento de 3,0% em relação ao trimestre encerrado em agosto e um salto de 7,1% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.

Inflação estaria em 9%, se não fosse corte de impostos, diz presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que parte da desinflação ocorrida nos últimos meses decorreu do corte de impostos sobre combustíveis e energia elétrica.

“A inflação estaria em 9%, e não em 5,8%, se não fosse essa redução de impostos”, respondeu, em palestra na a UCLA Anderson School of Management.

Em entrevista, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou a manutenção da Selic nos níveis atuais, enquanto a inflação já está rodando abaixo de 6%.

Campos Neto lembrou que mesmo as autoridades monetárias de países desenvolvidos estão subindo mais os juros para conter o movimento inflacionário global.

“Entendemos que nossa taxa de juros está alta”, admitiu o presidente do BC.

“Mas não manejamos curva futura, só meta a Selic. Não ajudaria em nada cortar juro de curto prazo, porque os investimentos usam taxas de longo prazo”, completou.

Massa de salários em circulação na economia cresce R$ 31,353 bilhões em 1 ano

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 31,353 bilhões no período de um ano, para R$ 272,998 bilhões, uma alta de 13,0% no trimestre encerrado em novembro de 2022 ante o trimestre terminado em novembro de 2021.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o trimestre terminado em agosto, a massa de renda real subiu 3,8% no trimestre terminado em novembro, com R$ 10,084 bilhões a mais.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 3,0% na comparação com o trimestre até agosto, R$ 81 a mais, para R$ 2.787. Em relação ao trimestre encerrado em novembro do ano passado, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 7,1%, R$ 186 a mais.

Marina Silva e Haddad representam o Brasil em Fórum Econômico

O governo brasileiro enviará os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) para o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, que será realizado entre os dias 16 e 20 de janeiro, em Davos, na Suíça. Ambos embarcam para a Europa neste fim de semana.

O tema desse ano do Fórum de Davos é cooperação em um mundo fragmentado. O evento deve reunir 2,7 mil líderes internacionais de 130 países. São esperados também 52 chefes de Estado e de governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não participar do encontro esse ano. A primeira viagem internacional do presidente será nos dias 23 e 24, para a Argentina.

Além de líderes e representantes de governo, o Fórum Econômico Mundial reúne CEOs de grandes empresas, investidores e outros agentes econômicos. Segundo o Ministério da Fazenda, que não divulgou detalhes sobre a agenda de encontros bilaterais de Haddad, o foco da participação é enviar uma mensagem de que o Brasil é um ator internacional central para os desafios econômicos globais.

Na visão do governo brasileiro, a presença de Marina Silva também sinaliza que as reformas econômicas caminham junto com os objetivos de sustentabilidade, que está no topo das preocupações geopolíticas atuais. Os dois ministros brasileiros devem participar de uma atividade conjunta em Davos.

A comitiva de Haddad contará com a participação da secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, e do assessor especial Mathias Alencastro, que também atua na área internacional da pasta. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima não informou quem acompanhará Marina Silva nem a agenda de encontros da ministra em Davos.

Ministro do TCU e gestão Lula negociam trocar dívidas de empreiteiras por obras

Encampada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, a ideia de permitir que empreiteiras da Operação Lava Jato paguem multas de seus acordos de leniência com a execução de obras públicas tem como principal articulador o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Em um passado recente, o ministro fez uma cruzada para impor sanções mais duras do que as previstas nos acordos e foi tido pelas empresas como algoz. A ideia encontra precedentes em pactos de Ministérios Públicos estaduais, mas sua legalidade e efetividade no caso das empreiteiras dividem a opinião de especialistas ouvidos pelo Estadão.

O ministro tem trânsito político com petistas. Em dezembro de 2021, esteve no jantar em São Paulo no qual Lula apareceu pela primeira vez ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente. Após as eleições, procurou interlocutores do governo, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para tratar do tema das leniências.

Procurado pelo Estadão, Bruno Dantas não quis se manifestar sobre o assunto tratado nesta reportagem. Ele, Costa e integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) já se reuniram para discutir o assunto. A Casa Civil de Lula confirmou que o ministro foi um dos que sugeriram e incentivaram a ideia.

A questão principal é sobre como as obras poderiam cobrir débitos bilionários. Os acordos preveem ressarcimento aos cofres principalmente de estatais, além de destinações ao Ministério Público Federal e à própria CGU, conforme cláusulas destes termos homologados pela Justiça.

No segundo dia de governo, Costa disse, em entrevista à GloboNews, que a proposta é uma forma de acelerar obras “sem depender do Orçamento direto da União”. “São recursos que não estão lançados no Orçamento e poderiam vir para essas obras rapidamente por serem executadas pelas próprias empresas devedoras, fruto dos acordos de leniência”, afirmou o ministro da Casa Civil.

Acordos de leniência são feitos na esfera penal entre empresas, a União e o Ministério Público, para que, ao final, as pessoas jurídicas confessem fatos ilícitos e se comprometam a pagar multas em troca de condenações mais brandas. Após as negociações, o documento com os compromissos assumidos pela empresa e as sanções a ela impostas, como as multas, é submetido à Justiça para homologação.

Pobre não é problema, é a solução, diz Lula em posse da presidente do BB

O presidente da república, Luiz Inacio Lula da Silva, esteve presente na segunda-feira (16), na posse da nova presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

Na ocasião, o presidente enalteceu a escolha da primeira mulher a assumir esse cargo na instituição e pediu para que ela olhasse mais para o pequeno e médio produtor.

“Desejo um Banco do Brasil muito forte, com muita gente depositando dinheiro. E quero mostrar uma coisa que eu dizia em 2003 e vou dizer agora: o pobre, neste país, não é o problema. Ele é a solução na medida em que ele é incluído na economia. E nós vamos, outra vez, incluir o povo pobre na economia e queremos que o Banco do Brasil cumpra com sua parte”, declarou.

A nova presidente do Banco do Banco do Brasil, se comprometeu com uma gestão para manter a rentabilidade da companhia, ao mesmo tempo em que realiza funções sociais.

“Continuaremos gerando retorno adequado ao capital que investiram na empresa; eles acreditaram em nós e vamos oferecer a justa contrapartida a essa confiança”, afirmou Tarciana durante discurso na cerimônia de posse, em Brasília.

“O BB continuará a ser um banco rentável e sólido, criando valor para a sociedade; podemos, sim, conciliar uma atuação comercial e pública”, acrescentou.

Oposição destitui Josué da Fiesp; aliados dizem não haver validade jurídica

Sindicatos que fazem oposição a Josué Gomes na Fiesp aprovaram sua destituição da presidência do órgão.

Segundo seus interlocutores, Josué presidiu uma assembleia na qual não pautou sua destituição. Ele teria deixado o local com seus apoiadores depois que foram consideradas pela maioria insatisfatórias as respostas que ele deu para questionamentos sobre sua gestão.

Ele foi questionado por exemplo sobre o manifesto a favor da democracia divulgado durante a campanha eleitoral com apoio da Fiesp e por sua proximidade com Lula.

Após a sua saída, a oposição a ele abriu uma nova assembleia e aprovou sua destituição.

Foram 47 votos a favor de retirá-lo do cargo em um universo de 112 sindicatos.

Aliados de Josué disseram à CNN que a destituição não tem validade jurídica.

Ele assumiu o posto no lugar de Paulo Skaf, apontado como operador político do movimento para destituí-lo.

Josué é filho de José Alencar, que foi vice de Lula entre 2003 e 2010 e é próximo ao petista. Skaf por sua vez é próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Baleia Rossi: ‘Ideia é aproveitar PEC 45 e 110 para avançar reforma tributária’

O deputado e presidente do MDB, Baleia Rossi, se reuniu ontem com o secretário especial para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, para discutir o tema.

O deputado reforçou que a ideia é usar os textos que já estão em tramitação no Legislativo, como já vem sendo defendido pela equipe econômica, para dar celeridade ao processo, um deles de sua autoria e desenhado por Appy, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45. Além da 45, há a PEC 110, que tramita no Senado. As duas tratam da criação de um Imposto de Valor Agregado (IVA).

Questionado se a reforma tributária voltaria a ser discutida em abril, Baleia Rossi disse que vai trabalhar firme para essa pauta. O deputado ainda disse que a tributação da renda é para um segundo momento. A ideia é aproveitar o que já está na Casa. Tanto a PEC 45 quanto a PEC 110, para poder utilizar o que de melhor cada uma tem, para que possamos avançar de maneira célere.

Defesa exonera brigadeiros da Aeronáutica de cargos de chefia

O Ministério da Defesa fez mais movimentações no quadro de militares. Edição extra do Diário Oficial da União, traz a exoneração, a partir de 28 de janeiro, do brigadeiro do ar Marcos Dias Marschall do cargo de chefe da subchefia de Planejamento e Controle do Estado-Maior do Comando-Geral de Apoio.

A mesma edição traz também a exoneração, a partir de 20 de janeiro, do brigadeiro do ar Cesar Augusto O’Donnell Alvan do cargo de chefe da Terceira Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica. Os dois brigadeiros serão transferidos, a pedido, para a reserva remunerada do Comando da Aeronáutica.

Campos Neto relativiza crítica de Lula, mas reforça defesa à independência do Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, relativizou na quinta-feira (19) críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à independência formal da autoridade monetária, mas reforçou sua defesa à autonomia do órgão e se comprometeu a ficar no cargo até o fim do mandato.

Em seminário promovido pela UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), Campos Neto disse que a formalização da autonomia do BC por meio de uma lei ajudou a reduzir a volatilidade dos mercados no Brasil e mostrou resiliência.

Ele argumentou que informações são retiradas de contexto em algumas entrevistas e colocou as declarações de Lula em perspectiva.

“Se você olha a entrevista, de um lado, ele se orgulha por (Henrique) Meirelles ter tido independência. De outro lado, o que acho que ele quis dizer foi ‘eu não acho que precisamos ter a independência na lei, pode ter a independência sem a lei e fazer as coisas funcionarem’”, disse.

“Mas quando você pensa no que está acontecendo no Brasil e quão difícil foi o processo da eleição no Brasil, acho que o mercado estaria bem mais volátil se o Banco Central não tivesse a autonomia na lei, seria outro elemento de incerteza”.

Henrique Meirelles presidiu o BC nos dois primeiros governos de Lula (2003-2011).

Os comentários de Campos Neto foram feitos um dia depois de Lula ter posto em dúvida, em entrevista à GloboNews, a vantagem de um Banco Central autônomo e questionado se os níveis das metas atuais de inflação não são baixos demais.

Em discurso público nesta quinta, Lula voltou a abordar a política monetária, questionando o porquê de a taxa básica de juros estar no nível que está, Lula citou erroneamente uma taxa de 13,5%, quando a Selic já está em 13,75%.

O mandato de Campos Neto na presidência do Banco Central vai até o fim de 2024.

Na apresentação desta quinta, ao justificar a elevação mais forte das taxas de juros no Brasil após a pandemia, o presidente do BC afirmou que o país tem uma memória viva da inflação. Também afirmou que os cortes de impostos no ano passado tiveram impacto relevante e que, sem eles, o índice de preços estaria agora em 9%, não em 5,5%.

Campos Neto ainda condenou os ataques registrados em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano e disse que os atos impactam a credibilidade do Brasil.

“Brasil está passando por momentos difíceis ultimamente, vimos o que aconteceu no dia 8. Nós condenamos fortemente, é inaceitável, espero que sejamos capazes de investigar e punir as pessoas responsáveis por isso. Acho que é um dano para a credibilidade do país e precisamos de credibilidade agora para voltar a crescer em ritmo sustentável”, afirmou.

AGU pede à Justiça para ampliar bloqueio de bens por atos do 8 de janeiro para R$ 18,5 milhões

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça para ampliar para 18,5 milhões de reais o bloqueio de bens de pessoas e empresas envolvidas nas ações que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.

O pedido, segundo a AGU, decorre do fato de que novos relatórios trazem valores ajustados nos danos causados no Palácio do Planalto e nos edifícios do Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional.

Na semana passada, a Justiça Federal do Distrito Federal havia atendido a pedido do órgão e determinado o bloqueio de 6,5 milhões de reais de 52 pessoas e sete empresas suspeitas de arcar com os custos de fretamento de ônibus para os atos de invasão e depredação das sedes dos Poderes.

Governo quer ampliar formas de uso do cartão corporativo

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos abriu consulta pública para a sociedade opinar sobre regras de uso do cartão corporativo ou cartão de pagamento do governo federal.

Pela proposta em análise, o governo quer regularizar outras possibilidades de pagamento, como “contratações, por dispensa de licitação e por inexigibilidade, de obras e serviços de engenharia ou de serviços de manutenção de veículos automotores até o valor de R$ 100 mil, ou para outros serviços e compras até o valor de R$ 50 mil”.

O governo também quer habilitar o uso do cartão para o pagamento de micro e pequenas empresas.

E sugere ainda que sejam proibidas as compras de artigos de luxo e prevê a divulgação de notas fiscais.

O cartão atualmente pode ser utilizado, por exemplo, para pequenas compras de material e despesas em viagens.

A proposta foi apresentada pela nova pasta criada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), resultado do desmembramento do Ministério da Economia em quatro: Fazenda, Planejamento, Gestão e Indústria e Comércio.

Segundo o ministério, o objetivo da consulta é trazer “mais transparência, agilidade, redução da burocracia e economicidade nas compras do governo”.

A pasta diz que a vantagem do cartão é a transparência, por permitir ao cidadão o acesso aos pagamentos no Portal da Transparência.

Após defender punição de militares em atos golpistas, Lula se reúne com ministro da Defesa e chefes das Forças Armadas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na sexta-feira (20) no Palácio do Planalto com o ministro da Defesa, José Múcio, e com os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, também participou do encontro.

Foi a primeira reunião de Lula com o ministro e os chefes das Forças Armadas após o presidente defender a punição dos militares que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes.

“Todos que participaram do ato golpista serão punidos. Todos. Não importa a patente, não importa a força que ele participe”, disse o presidente na quarta-feira (18) em entrevista exclusiva à jornalista Natuza Nery, da GloboNews.

Lula esteve no dia seguinte aos atos terroristas com Múcio e com os comandantes das Forças Armadas, o general Júlio Cesar de Arruda (Exército), o almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica).

Ao final da semana, em café com jornalistas, reclamou da conivência de militares com a invasão do Palácio do Planalto.

Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a reunião foi convocada para debater projetos considerados estratégicos para Exército, Marinha e Aeronáutica.

O blog da Ana Flor no G1, contudo, aponta o encontro também como uma tentativa de “virar a página” na relação de Lula com os comandantes.

Os chefes das Forças Armadas têm dito que são favoráveis à punição dos militares que estiveram nos atos golpistas e desejam que militares da ativa se afastem da política.

Empresa de engenharia prevê crescer 300% em setor de energia renovável em 2023

Braço recém inaugurado de energia renovável da BCP Engenharia, a BCP Energy prevê crescimento de 300% em 2023 com a construção de parques eólicos e usinas solares no país.

Os planos de expansão da BCP Engenharia, com sede em Fortaleza, Ceará, e desde 2012 no mercado de construção, acompanham a iniciativa de outras grandes empresas para aproveitar o forte avanço desse segmento no país.

Quase metade da energia elétrica produzida no Brasil já vem de fontes renováveis, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. Até 2030, a participação deve ultrapassar 80% e, até 2050, 85%, prevê a pasta.

Fundada em 2022, a BCP Energy diz que, nesse processo, a quantidade de colaboradores também vai dobrar, chegando a mais de 2 mil funcionários diretos.

“Percebemos que esse mercado caminhava para um crescimento expressivo, principalmente no Nordeste, um celeiro de energia limpa pelas características naturais. Pelo tamanho e complexidade dos projetos, nosso ponto de partida foi a contratação de um executivo do mercado para comandar a divisão e reforçar nosso time de engenharia e projetos “, diz em nota o CEO da BCP Engenharia, Ton Holanda.

A empresa anunciou Leonardo Aiello Praes para comandar a BCP Energy. O executivo tem 18 anos de experiência na gestão estratégica de organizações dos setores de tecnologia e energia renovável, com passagens pela Aeris Energy, IBM e FMC Tecnhologies, diz a companhia em nota.

Americanas anuncia o diretor João Guerra como novo CEO da companhia

A Americanas anunciou na segunda-feira (16) a escolha de João Guerra Duarte Neto como novo CEO da companhia, cinco dias após Sérgio Rial pedir demissão após descobrir o rombo de cerca de R$ 20 bilhões da empresa.

João Guerra Duarte Neto ocupará o cargo interinamente até 2024, até a primeira reunião do Conselho de Administração subsequente à Assembleia Geral Ordinária. Ele também exercerá a função de Diretor de Relações com Investidores, após a saída de André Covre junto com Rial.

Arezzo: Conselho de Administração aprova compra da Vicenza

O Conselho de Administração da Arezzo aprovou a aquisição de 60% das ações de emissão da Calçados Vicenza. O valor da transação está estimado em R$ 103,8 milhões. No entanto, o preço de aquisição poderá ser ajustado, de acordo com determinadas premissas definidas no contrato.

A Vicenza atua há mais de 30 anos no mercado de calçados e bolsas, com produção diária de cerca de 1.800 unidades, além de atuação no e-commerce e lojas multimarcas. No ano passado, a Vicenza teve receita operacional bruta de R$ 80 milhões, além de EBITDA de R$ 13 milhões.

“A Operação insere-se na estratégia da Companhia de ampliação de seus negócios no setor de moda e varejo, com o crescimento e expansão do mercado de calçados das classes sociais A e B. Por meio da diversificação de produto e expansão de marcas em seu portfólio, a Arezzo&Co segue reafirmando o seu posicionamento como uma das maiores house of brands do Brasil”, detalha a Arezzo no fato relevante divulgado na terça-feira (17).

As ações da Arezzo fecharam o pregão de ontem em baixa de 1,68%, cotadas a R$77,43. A média das estimativas de analistas compiladas pelo Investing.com é de um preço-alvo de R$110,69, potencial de valorização de 42%. De 13 analistas, todos recomendam compra dos papéis.

A Ativa Investimentos enxerga a notícia como marginalmente positiva, “por se tratar de uma aquisição pequena, mas com a Arezzo se consolidando como uma house of brands e, se todas as condições forem aprovadas, será uma boa aquisição, com sinergias operacionais e um bom espaço para crescimento, tanto no e-commerce, quanto em multimarcas, onde a Arezzo possui experiência comprovada no mercado”, avalia.

Nota da Americanas é rebaixada para “calote” pela S&P

A Americanas teve a avaliação de risco da agência de classificação Standard & Poor’s rebaixada para “calote”. A decisão foi divulgada pela S&P, e é a primeira agência a classificar a varejista em situação de não pagamento, o chamado “default”.

Na decisão da S&P, a nota da varejista brasileira foi rebaixada de ‘B’ para ‘D’. A nota antiga da Americanas indicava “mais vulnerável à situação adversa, mas com capacidade de cumprir compromissos financeiros”. Agora, a nota ‘D’ indica perspectiva de não pagamento de dívidas e também quando há pedido de falência por credores.

Na decisão, a S&P cita que a medida é resultado da decisão da Justiça do Rio que suspendeu, por 30 dias, as obrigações de dívida da varejista. “Em nossa visão, embora a tutela ainda não represente uma recuperação judicial, é um passo inicial rumo a ela. Além disso, a empresa anunciou hoje a contratação da Rothschild para renegociação de toda a sua dívida”.

Exportação do agro do Brasil dispara a US$ 159 bilhões em 2022 e eleva fatia nas vendas do país

As exportações do agronegócio somaram 159,09 bilhões de dólares em 2022, com alta de 32% em relação ao ano anterior, com impulso de preços mais altos, enquanto os volumes cresceram menos, informou o Ministério da Agricultura na véspera.

O índice de preços dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro teve um incremento de 22,1% ante 2021, e o volume embarcado cresceu 8,1%, de acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do ministério.

Com o aumento da receita, as vendas externas do agronegócio representaram 47,6% do total exportado pelo Brasil em 2022, elevando a participação dos produtos agropecuários na pauta exportadora do país em 2021, eles representaram 42,9%.

O crescimento dos volumes exportados foi reforçado pelo aumento da produção de grãos em 2021/22, que alcançou 271,4 milhões de toneladas (+5,6% ante o ciclo anterior), apesar de uma queda na produção de soja por conta da seca no Sul. O milho, com uma safra recorde, impulsionou os volumes.

O complexo soja (grão, farelo e óleo) gerou receitas recordes de 60,95 bilhões de dólares (38,3% do total); carnes, 25,67 bilhões de dólares (16,1% do total); produtos florestais, 16,49 bilhões de dólares (10,4% do total); cereais, farinhas e preparações, 14,46 bilhões de dólares (9,1% do total) e complexo sucroalcooleiro, 12,79 bilhões de dólares (8% do total), segundo dados do ministério.

As importações de produtos do agronegócio no ano passado registraram 17,24 bilhões de dólares, com alta dos preços médios (+13,8%), já que o volume importado caiu no período analisado (-2,4%).

Produção de motocicletas aumenta 18,2% em 2022, diz Abraciclo

A produção de motocicletas do Polo Industrial de Manaus – PIM chegou a 1.413.222 unidades no ano de 2022, sendo 18,2% superior ao registrado no ano anterior (1.195.149 motocicletas). Em dezembro foram fabricadas 85.117 motocicletas, 11,5% a mais do que o mesmo mês do ano passado (76.359 unidades) e 34,1% menor em relação a novembro (129.216 motocicletas). Os dados foram divulgados hoje (17) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, esses números comprovam a retomada de crescimento do segmento após enfrentar um primeiro bimestre desafiador devido à pandemia da Covid-19 que voltou a atingir a cidade de Manaus. “Depois disso, o ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, evitar a aglomeração no transporte público ou ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos”.

A retração de dezembro era esperada devido às férias coletivas que já estavam programadas. “Nesse período, as fábricas aproveitam para realizar serviços de manutenção e instalar novos equipamentos nos centros de produção”, disse Fermanian.

De acordo com o levantamento mensal, no ano passado foram vendidas 1.361.941 unidades, o que representa alta de 17,7% na comparação com o ano de 2021 (1.156.776 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve alta de 17,7% (132.204 motocicletas) ante as 112.363 comercializadas e 7,3% superior às 123.214 unidades emplacadas em novembro.

Com 22 dias úteis, a média de emplacamentos em dezembro foi de 6.009 unidades/dia. Na comparação com o mesmo mês de 2021, que teve um dia útil a mais, houve alta de 23% (4.885 unidades por dia). Já em relação a novembro, com dois dias úteis a menos, foi registrado recuo de 2,5% (6.161 motocicletas por dia).

As exportações totalizaram 55.338 unidades em 2022, o que corresponde a uma elevação de 3,5% na comparação com o ano anterior (53.476 motocicletas). A projeção revisada era embarcar 59.000 unidades para o exterior. De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Colômbia foi o principal destino, com 15.686 unidades e representando 27,6% do volume exportado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (13.538 motocicletas com 23,8% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (12.211 unidades e 21,5%).

Em dezembro, foram exportadas 3.926 motocicletas, volume 19,6% maior em relação ao mesmo mês de 2021 (3.283 unidades) e 6,3% superior ao embarcado em novembro (3.695 motocicletas). Segundo dados Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, o principal destino foi a Argentina que recebeu 1.440 unidades, o que corresponde a 25,8% do total exportado. Em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos (1.238 motocicletas e 22,2% das exportações), seguidos pela Austrália (1.160 unidades e 20,8%).

Varejo em São Paulo cresceu 7,7% no segundo semestre de 2022

No segundo semestre do ano passado, o varejo paulistano cresceu 7,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, divulgou na quinta-feira (19) a Associação Comercial de São Paulo.

Segundo o Balanço de Vendas, indicador da associação, o crescimento no segundo semestre ocorreu por causa dos programas de transferência de renda, pelo aumento do emprego e pela recuperação da confiança dos consumidores.

Considerando todo o ano de 2022, houve retração de 2,4% em comparação ao ano de 2019. A base de comparação utilizada foi o ano de 2019, porque corresponde ao período pré-pandemia, antes que o comércio precisasse ser fechado para se evitar a propagação do novo Coronavírus (Covid-19).

Para este ano, os economistas da Associação Comercial esperam um crescimento modesto para o setor, principalmente por causa da taxa de juros e do nível de endividamento das famílias.

CNI: faturamento da indústria de transformação tem alta em novembro

O faturamento real da indústria de transformação apresentou alta de 1,4% no mês de novembro em relação a outubro do ano passado, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com o resultado do mês, o faturamento acumula o segundo mês consecutivo de crescimento.

Na comparação com novembro de 2021, o faturamento teve crescimento de 9,9%. Os números se referem à série dessazonalizada, que exclui os efeitos das variações sazonais do conjunto de dados.

Os dados constam da publicação Indicadores Industriais, produzida pela CNI. Além do faturamento na indústria de transformação, também apresentaram ligeira alta em novembro, na comparação com outubro, os índices de massa salarial real da indústria de transformação e de rendimento médio real dos trabalhadores.

Em relação à massa salarial, houve crescimento de 1%, o que reverteu a queda de 0,5% no mês anterior. Na comparação com novembro de 2021, o crescimento da massa salarial foi de 6,8%.

Já o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria também avançou 1% em novembro de 2022, na comparação com outubro, na série livre de efeitos sazonais. Com isso, o rendimento reverte a queda do mês anterior e atinge o ponto mais alto desde agosto de 2020, em uma tendência de alta nos últimos 12 meses. Na comparação com novembro de 2021, o rendimento apresenta avanço de 6,0%.

Os demais índices medidos pelo levantamento da CNI, se mantiveram praticamente estáveis em novembro. São eles o índice de horas trabalhadas na produção, de emprego industrial e de utilização da capacidade instalada.

No caso das horas trabalhadas, o estudo apontou que se mantiveram praticamente estáveis em novembro de 2022, na comparação com outubro, ao registrar alta de 0,1% na série livre de efeitos sazonais.

“Vale destacar que, em setembro de 2022, o índice interrompeu a tendência de crescimento que se apresentava desde meados de 2021. Na comparação com novembro de 2021, há crescimento de 1,3%”, diz a publicação.

Em relação ao emprego industrial, a variação também foi de 0,1% em novembro, na comparação com o mês anterior. Para a CNI, o comportamento recente reforça a acomodação do ritmo de crescimento do emprego, que registrou sucessivas altas entre o segundo semestre de 2020 e o segundo semestre de 2022. Na comparação com novembro de 2021, a alta foi de 0,8%.

A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria mostrou igual desempenho no mesmo período, com variação de 0,1 ponto percentual (p.p.), na comparação com outubro, ficando em 80,3%, na série livre de efeitos sazonais.

“O avanço acontece após uma leve tendência de queda que se verifica desde o fim de 2021. Apesar dessa tendência da UCI, o indicador se encontra acima dos 80% desde março de 2021. Na comparação com novembro de 2021, o indicador apresenta recuo de 1,0 p.p.”, disse a CNI.

SELIC

A projeção da Selic para 2023, de acordo com o mercado financeiro, será maior do que a prevista pelo Banco Central. Isso porque, de acordo com os dados das duas primeiras semanas do ano, a taxa básica de juros subiu de 12,25% para 12,50%.

Ainda assim, a projeção é menor do que o valor com que a Selic encerrou em 2022, que foi de 13,75%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (23), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,50%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) arrefeceu a 0,35% na segunda leitura de janeiro, conforme levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A pesquisa mostra que na mesma leitura em dezembro, o IGP-M foi 0,77%, conforme dados divulgados na manhã de quinta-feira (19).

Vale destacar que este indicador é usado para medir a inflação de vários estágios da economia, desde os preços pagos no atacado até o consumidor final.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (23), a projeção para o IGP-M ficou em 4,69%, ante 4,67% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,62% em dezembro, acima da alta de 0,41% em novembro. Com isso, o país fechou o ano com inflação acumulada de 5,79%, acima da meta definida pelo governo, apontam os dados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (23), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 5,48%, ante 5,39% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

De acordo com o IBGE, o PIB do Brasil em 2022 foi de 3%, porém, para 2023, ele deve crescer cerca de 0,77% apenas. Por fim, apenas em 2024 ele teria um crescimento novamente expressivo, com projeção de aumento em 1,5%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (23), a projeção para o PIB ficou em 0,79%, ante 0,77% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (16), o Ibovespa fechou em queda, em outra sessão minada por preocupações com os desdobramentos de problemas contábeis da Americanas, principalmente o risco de um pedido de recuperação judicial pela varejista e seus desdobramentos, com a ação desabando cerca de 40%. O índice Ibovespa teve queda de 1,54%, a 109.212,66 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,6 bilhões.

Na terça-feira (17), o Ibovespa fechou em alta, após três quedas seguidas, com Petrobras entre os maiores ganhos na esteira do avanço do preço do petróleo no exterior, enquanto Americanas devolveu a alta e caiu em meio a noticiário intenso. O índice Ibovespa teve alta de 2,04%, a 111.439,12 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,7 bilhões.

Na quarta-feira (18), o Ibovespa fechou em alta, com destaque para Vale e Itaú Unibanco, enquanto Americanas caiu mais de 8%, ampliando a mais de 85% a perda desde a eclosão do escândalo contábil da varejista. O índice Ibovespa teve alta de 0,71%, a 112.228,39 pontos. O volume financeiro somou R$ 37,9 bilhões.

Na quinta-feira (19), o Ibovespa fechou em alta, apoiado principalmente em Petrobras, com a alta do preço do petróleo, mas os holofotes na sessão estiveram voltados para a Americanas, que afundou mais de 40% após pedir recuperação judicial, fechando a 1 real. O índice Ibovespa teve alta de 0,62%, a 112.921,88 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,9 bilhões.

Na sexta-feira (20), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,61%, a 112.232,72 pontos. Após três altas seguidas, em pregão marcado pelo vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista e com agentes financeiros ainda digerindo o pedido de recuperação da Americanas, que terá os papéis excluídos dos índices da B3 no final da sessão. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,78%, a 112.040,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 26 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (20), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,60%, cotado a R$ 5,2018 na venda. E caminhava para ganhos de mais de 2% na semana, acompanhando o cenário externo e diante de maior cautela na cena local após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos dias terem sido mal recebidas pelos agentes financeiros.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (20) cotado a R$ 5,2077, temores crescentes de que o governo tente interferir na condução da política monetária, depois de seguidas críticas de Lula à autonomia do Banco Central e à atual meta de inflação, dominaram os negócios no mercado doméstico de câmbio nesta sexta-feira, 20.

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FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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23/01/2023