Cenário Econômico Nacional – 22/02/2023

Cenário Econômico Nacional – 22/02/2023

Cenário Econômico Nacional – 22/02/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado eleva perspectiva para Selic em 2023 e 2024

Analistas consultados pelo Banco Central elevaram suas projeções para a taxa básica de juros tanto para este ano quanto no próximo, em meio às pressões inflacionárias e ao embate entre governo e BC sobre a condução da política monetária.

A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (13) mostra que a projeção para a Selic este ano subiu a 12,75%, contra 12,50% na semana anterior. Ao mesmo tempo, o cenário para o final de 2024 foi a 10%, de 9,75% antes.

No começo do mês, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano, na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para o próximo encontro, em março, o Focus mostra que a projeção dos especialistas segue segundo de manutenção da Selic.

O movimento no Focus acontece em um momento de cautela no mercado, em meio a temores de que o Banco Central ceda a críticas do governo sobre a condução da política monetária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados intensificaram recentemente as reclamações do patamar elevado da taxa Selic e questionam a autonomia da autarquia.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2023 foi ajustada para cima em 0,01 ponto percentual, a 5,79%, enquanto que para o ano que vem foi a 4,0%, um aumento de 0,07 ponto.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano caiu pela segunda vez seguida, em 0,03 ponto, indo a 0,76%. Para 2024 segue em 1,50% pela sétima semana seguida.

Decisões do Banco Central sobre juros são corretas, diz Henrique Meirelles

Em entrevista à CNN, o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC Henrique Meirelles disse que as decisões que a entidade tem tomado de elevar e manter os juros em patamares altos são corretas.

“O que tem que ser feito é combater a inflação, que continua bastante acima da meta e prejudica a todos, tira o poder de compra das pessoas, diminui o valor do salário e desorganiza a economia”, afirmou.

Meirelles afirmou que as críticas de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, são compreensíveis, mas que a tensão estabelecida entre o governo federal e a instituição independente deverá ser superada.

“As críticas de Lula a Campos Neto são compreensíveis, porque são dois mundos diferentes, quase como se fossem paralelos. A visão de um governo de um lado, que quer crescer rapidamente, criar emprego e renda, enquanto do outro lado temos o Banco Central, que é um instituição que tem como finalidade principal combater a inflação”, declarou.

“É uma tensão normal, compreensível, porém tem que ser enfrentada e prevalecer o diálogo. O fato de o atual presidente do Banco Central ter sido nomeado pelo governo anterior prejudica um pouco esse aspecto, gera uma certa desconfiança, mas eu acredito que vai ser superado com o tempo”, completou.

FecomercioSP: 25% das famílias que moram em SP começaram o ano inadimplentes

O ano começou com um quarto das famílias que moram na cidade de São Paulo já mostrando dificuldades financeiras. Só em janeiro a inadimplência atingiu 25% das famílias, ficando praticamente estável se comparado com igual mês do ano passado, quando o índice era de 25,5%. Em números absolutos, quase 200 mil famílias ficaram sem condições financeiras para pagar suas contas nas respectivas datas de vencimento.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Os números foram obtidos em primeira mão pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Dentre os lares da capital paulista, 10% afirmam não ter condições de arcar com os valores. Este dado representa 405 mil famílias nesta situação – o segundo maior nível da série história, iniciada em 2010. Para o grupo com renda inferior a 10 salários mínimos, o número dos que dizem não ter condições de pagar foi o maior da série, totalizando 13,5%.

A PEIC também aponta que 73,1% das famílias paulistanas iniciaram o ano com algum tipo de dívida. São 2,95 milhões de lares compromissados com alguma modalidade de crédito. A FecomercioSP ressalta, no entanto, que estar endividado não quer dizer que o tomador está com suas obrigações em atraso.

A pesquisa mostrou que o cartão de crédito segue no topo da lista dos tipos de dívidas dos consumidores da cidade de São Paulo. Isso significa dizer que 82,7% das famílias usam o cartão de crédito como meio de pagamento e crédito. Em seguida, os carnês, com 16,2%; o financiamento de carro (12,6%); e o financiamento de casa (10,5%). O levantamento aponta também que 19% dos consumidores afirmam que o PIX foi a forma de pagamento mais vantajosa das compras. Há um ano, este porcentual era de 5,5%.

Mercado melhora projeções para resultado primário e dívida bruta em 2023 e 2024, mostra Prisma

O mercado financeiro melhorou suas projeções para o resultado primário e a dívida bruta do governo em 2023 e 2024, mostrou relatório Prisma Fiscal para fevereiro divulgado na terça-feira (14) pelo Ministério da Fazenda.

De acordo com o documento, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a mediana das expectativas para o resultado primário do governo central em 2023 ficou em déficit de 109,64 bilhões de reais, ante saldo negativo de 125,99 bilhões de reais projetado no mês anterior.

Essa mudança foi resultado de revisão para cima nas estimativas de receita para o período, a 1,91 trilhão de reais, contra 1,89 trilhão de reais em janeiro, e da redução na projeção de despesas, a 2,01 trilhões de reais, de 2,02 trilhões de reais antes.

A melhora das projeções para os números fiscais se deu após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter apresentado em janeiro um plano de ajuste de até 242,7 bilhões de reais nas contas de 2023, o que faria o resultado primário potencialmente reverter o déficit previsto atualmente e fechar o ano no azul. No entanto, o próprio ministro apontou a possibilidade de haver frustração em parte das iniciativas, o que mantém a perspectiva nublada.

Economistas do mercado financeiro seguem sinalizando preocupações com a responsabilidade do novo governo na conduta das contas públicas, uma vez que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é vista pelos investidores como mais desenvolvimentista e a equipe econômica não apresentou ainda sua proposta para um novo arcabouço fiscal.

Ainda assim, para 2024 também houve melhora nos prognósticos dos economistas para o resultado primário, a rombo de 96,15 bilhões de reais, contra déficit de 118,58 bilhões estimado em janeiro. As receitas líquidas para o período foram projetadas em 2,03 trilhões de reais no mais recente Prisma, contra 2,00 trilhões antes. A previsão para os gastos do ano que vem, por sua vez, subiu moderadamente, a 2,13 trilhões de reais, ante 2,12 trilhões.

Os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2023 para 78,30% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 79,10% na pesquisa de janeiro. Para 2024, a estimativa está em 80,71%, contra 82,40% na pesquisa anterior.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central avaliou que a revisão do arcabouço fiscal do país diminui a visibilidade sobre as contas públicas e impacta as expectativas de inflação, embora tenha ponderado que a execução do pacote de medidas apresentado pela Fazenda deveria atenuar o risco.

Esse alerta por parte da autarquia, por sua vez, ajudou a desencadear uma série de ataques de Lula e aliados ao BC, com o petista criticando o patamar elevado da taxa Selic e a independência da autoridade monetária. A recente tensão institucional, somada aos temores fiscais pré-existentes, tem pressionado os ativos brasileiros.

Estudo da FGV mostra que desigualdade de renda é maior do que estimada

A desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado. A constatação é da pesquisa da FGV Social, que uniu a base de dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) à da Pnad Contínua, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou que o índice de Gini chegou a 0,7068 em 2020. O valor é superior ao 0,6013 calculado apenas na Pnad Contínua. Cada 0,03 ponto corresponde a uma grande mudança da desigualdade.

“A desigualdade, quando a gente combina dados do imposto de renda com as pesquisas domiciliares, ela se apresenta bem mais alta, e a mudança dela na pandemia não foi de queda como se acreditava, mas de um pequeno aumento”, explicou o diretor da FGV Social, Marcelo Neri, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o professor, a renda dos mais ricos revelada no imposto de renda é mais alta do que é captado pela Pnad. “Se a pessoa declara imposto de renda, declara o que ela tem, se não paga imposto à toa, então há desigualdade por captar mais a renda dos mais ricos. E durante a pandemia, o grupo do meio, a classe média, não teve o auxílio e também não tinha renda do capital para estabilizar o choque adverso”, disse, acrescentando que essa parcela, classe média, ainda teve mais efeitos com as perdas de empregos.

Conforme o cálculo do Gini, quanto mais perto de 1 está o indicador, maior é a desigualdade. A pandemia também é responsável por influenciar a desigualdade. Diferente do que se pensava, mesmo com o Auxílio Emergencial, a desigualdade brasileira não recuou durante a pandemia. Com a metodologia usual do Gini o patamar teria passado de 0,6117 para 0,6013. No entanto, com a combinação das bases, o indicador vai de 0,7066 para 0,7068.

Neri destacou que as perdas dos mais ricos (os 1%) foi de 1,5%, nível menor do que a metade da classe média, que ficou em 4,2%, e se tornou, segundo o professor, a grande perdedora da pandemia.

“Embora a renda dos mais pobres tenha sido protegida pelo Auxílio Emergencial, a renda da classe média teve uma queda quase três vezes maior do que a do topo da distribuição. Foi [queda de] 4,2% para a classe média e menos 1,2% para o topo da distribuição. A fotografia da desigualdade e o filme da pandemia são piores do que imaginavam. Essa é uma imagem mais macro da pesquisa”, explicou.

IGP-10 sobe 0,02% em fevereiro e acumula alta de 2,26% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) variou 0,02% em fevereiro, ante taxa de 0,05% em janeiro, informou na quarta-feira (15) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,07% no ano e de 2,26% em 12 meses.

Em fevereiro de 2022, o índice havia subido 1,98% no mês e acumulava elevação de 16,69% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços, as commodities e os insumos agropecuários seguem influenciando a desaceleração da inflação ao produtor. Nesta apuração, os destaques foram os itens soja (de -1,13% para -3,34%), bovinos (de 2,40% para -2,51%) e adubos ou fertilizantes (de -3,05% para -6,19%).

Para o consumidor, os principiais destaques partiram das variações de preços nos serviços: passagem aérea (de -0,15% para -3,86%), aluguel residencial (de -0,44% para -0,55%) e tarifa de telefone móvel (de 0,92% para -0,94%).

Reforma tributária: imposto de 25% sobre o consumo seria um dos maiores do mundo

Uma alíquota de 25% para o futuro Imposto Sobre Valor Agregado (IVA), a ser cobrado sobre o consumo no Brasil, seria uma das maiores do mundo.

Os dados são da Tax Foundation, organização sem fins lucrativos que atua há mais de 80 anos fazendo avaliações sobre impostos e coletando dados sobre tributos ao redor do mundo.

A taxação de 25% por meio do futuro imposto sobre o consumo foi citada pelo secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, como necessária para manter o atual peso dos impostos, objetivo da área econômica.

“Todo desenho é feito para manter a carga tributária, sem aumento. Até porque o consumo já é muito tributado no Brasil”, admitiu Appy, na semana passada. Com a manutenção do peso dos impostos sobre o consumo, os mais pobres seguem penalizados. Isso porque, proporcionalmente, o custo do consumo é maior para a população mais vulnerável do que para a mais abastada.

Segundo Appy, porém, as propostas contemplam um sistema de “cashback” (pagamento de recursos) para famílias de baixa renda. Ele não detalhou como funcionaria esse modelo.

A ideia das propostas é substituir ao menos cinco impostos por dois. Seriam extintos: ICMS (estadual), PIS/Cofins e IPI (federais) e ISS municipal. Eles seriam substituídos por um IVA e, também, por um imposto seletivo (conhecido como imposto sobre o pecado).

IBC-Br tem alta de 0,29% em dezembro, acima do esperado; no ano, indicador subiu 2,90%

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um indicador prévio de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, subiu 0,29% em dezembro na comparação com novembro, informou na quinta-feira (16) o Banco Central do Brasil.

A alta foi maior que a esperada pelo mercado, que projetava crescimento de 0,10%, segundo o consenso Refinitiv.

Em novembro, o indicador tinha mostrado queda de 0,55%.

Com o resultado de dezembro, o IBC-Br mostra variação de +2,90% no acumulado de 2022. Em relação a dezembro de 2021, o índice teve crescimento de 1,42%.

No trimestre encerrado em dezembro, o IBC-Br caiu 1,42% em relação ao trimestre anterior. Ante o mesmo trimestre de 2021, houve alta de 2,05%.

Termina reunião do CMN sem votos sobre meta de inflação

A reunião do Conselho Monetário Nacional terminou na quinta-feira (16) sem que o colegiado tenha aprovado medidas relativas à meta de inflação.

Diante de fortes críticas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos níveis da taxa de juros e das metas de inflação, o mercado financeiro especulava que o governo poderia eventualmente elevar a meta de inflação em uma tentativa de criar espaço para a redução mais acelerada da taxa de juros.

A expectativa de que essa decisão viesse na primeira reunião do CMN do ano, que vinha pressionando o câmbio e, em menor intensidade, as ações, já havia perdido força esta semana depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o tema estivesse na pauta da reunião do colegiado, a quem cabe fixar as metas anualmente, em decisão que normalmente acontece em junho.

A meta de inflação de 2023 é de 3,25%. Para os dois anos seguintes, o alvo a ser perseguido pelo BC é uma inflação de 3%. Em todos os casos há uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. A meta de 2026 será fixada este ano.

O CMN é atualmente composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Depois de dias de conflito com o BC, a ordem no governo é baixar a temperatura e deixar o assunto fora do Palácio do Planalto, uma posição que Lula vem sendo convencido a abraçar e que já adota desde a viagem aos EUA na semana passada, apontaram fontes ouvidas pela Reuters.

Em entrevista à CNN Brasil nesta quinta-feira, Lula disse não querer brigar com o presidente do BC, mas ressaltou que Campos Neto precisa saber que “neste país a gente tem que governar para as pessoas que mais necessitam”.

Lula anuncia salário mínimo de R$ 1.320 e isenção de IR a R$ 2.640

Em entrevista à CNN, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que irá reajustar o salário mínimo dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320, a partir de maio. O anúncio deverá ser feito no dia 1º do mês, quando é comemorado o Dia do Trabalho.

Segundo o presidente, em maio, além do reajuste, será retomada a política do piso usada em governos petistas, que leva em conta o reajuste da inflação, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

“Já combinamos com movimentos sindicais, com Ministério do Trabalho, com o ministro Haddad, que vamos, em maio, reajustar para R$ 1.320 o valor do salário mínimo, e estabelecer nova regra para o piso, levando em conta, além da reposição da inflação, o crescimento do PIB, porque é a forma mais justa de distribuir o crescimento da economia”, disse à âncora da CNN Daniela Lima, no Palácio do Planalto.

O piso nacional deixou de ter reajustes reais (de acordo com a inflação) no governo Bolsonaro, que decidiu não seguir a regra de reajuste vigente entre 2011 a 2019.

“Então, estamos fazendo esse sacrifício, é compromisso meu com o povo brasileiro”.

Governador de SP, Tarcísio de Freitas testa positivo para Covid-19

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou na noite de domingo (12) que testou positivo para Covid-19.

Em suas redes sociais, Tarcísio afirmou que tem sintomas leves é que seguirá “despachando normalmente” na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes e que está “cumprindo todos os protocolos de segurança”.

Ele afirmou ainda que está sendo acompanhando pelo médico Esper Kallás, presidente do Instituto Butantan.

Na vice-presidência, Mourão gastou R$ 3,8 milhões com cartão corporativo

O ex-vice-presidente da República e agora senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) gastou R$ 3,8 milhões com o cartão corporativo ao longo dos quatros anos de mandato. A relação das despesas do político foi divulgada nesta segunda-feira (13) pela agência Fiquem Sabendo, que solicitou a lista com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).

As principais despesas concentram-se sobretudo em gastos com alimentação e hospedagem, que somam R$ 3,1 milhões. O montante equivale a quase 80% do consumo no período. Em mercados e restaurantes, Mourão gastou R$ 1,6 milhão. Entre os estabelecimentos onde ocorreram as cobranças estão o mercado gourmet La Palma (R$ 553,2 mil), a Casa do Chocolate (R$ 5,8 mil), Açougue Morro Branco (R$16,6 mil) e a La Boutique Padaria Francesa (R$ 34,4 mil), em Brasília.

Já com hotéis foram dispendidos R$ 1,4 milhão. No Hotel Renaissance, em São Paulo, Mourão pagou R$ 19 mil. Outros gastos foram com reservas no Faria Lima Hotéis (R$ 3,9 mil), no Deville Hotéis (R$ 11,3 mil), e o JW Rio de Janeiro (R$ 9,9 mil).

No exterior, o ex-vice-presidente gastou R$ 662,8 mil. Entre os dispêndios estão com empresas que fornecem serviços a companhias aéreas, como bufês. Por um deles, o Air China Aviation, Mourão pagou mais de R$ 30,2 mil. Em alimentação fora do país, ele chegou a gastar R$ 1.354,71 no Restaurante Lisboa, em Portugal, por exemplo.

As despesas aumentaram progressivamente ao longo de cada ano no governo e atingiram o pico em 2022, ano eleitoral. No primeiro ano no Jaburu, Mourão gastou R$ 427,2 mil. No último ano na vice-presidência, quando disputou uma vaga ao Senado Federal, Mourão gastou R$ 1,6 milhão.

O ex-vice-presidente superou os gastos do antecessor, Michel Temer, que foi vice de Dilma Rousseff entre 2010 e 2016. Os dados da Controladoria-Geral da União (CGU) que tratam dos gastos com o cartão corporativo dão conta das notas fiscais contabilizados a partir de 2013. A maior despesa de Temer foi em 2016, quando gastou R$ 670 mil.

Campos Neto pede “boa vontade” com o governo e diz que debate sobre juros é “legítimo”

O presidente o Banco Central, Roberto Campos Neto, pediu “boa vontade” com o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Acho que a gente tem que ter um pouco mais de boa vontade. O investidor é muito apressado, muito afoito. Acho que a gente precisa ter um pouco mais de boa vontade com o governo”, disse Campos Neto, que participou na terça-feira (14) de um evento promovido pelo BTG Pactual.

“Quarenta e cinco dias é pouco tempo, acho que tem tido uma boa vontade enorme do ministro Haddad, de falar ‘nós temos aqui um princípio de seguir um plano fiscal como disciplina, tem o arcabouço que está sendo trabalhado, foram elaborados alguns objetivos’. Então acho que a gente precisa ter um pouco de boa vontade”, completou.

A fala do presidente do Banco Central vai na contramão das críticas feitas pelo presidente Lula e por aliados na condução da política monetária por parte do BC, e a taxa de juros básica da economia, que está em 13,75% ao ano. Sobre as críticas, Campos Neto classificou como “legitimo” o debate.

“É justo questionar os juros altos. Acho que é importante ter alguém que faça esse papel no governo, sempre. Faz parte do jogo do equilíbrio natural. Acho que quando os juros reais estão alto, ter o debate sobre o porquê ele está alto, é super legitimo. E é um trabalho do Banco Central esclarecer, melhorar a comunicação, e às vezes eu reconheço que poderíamos fazer isso com maior frequência e de forma mais didática, a gente sempre tenta aprimorar isso”, destacou o presidente.

Fazenda finaliza proposta para correção da tabela do Imposto de Renda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, em reunião com integrantes do PT que o projeto de ajuste do Imposto de Renda já está pronto e depende apenas de “ajustes políticos” por parte do Planalto. A fala do ministro foi feita em um evento de comemoração do aniversário do PT.

A mudança seria só na isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos. A mudança ainda está distante da proposta de campanha do presidente, que propôs a isenção do IR para quem ganha até cinco salários.

De acordo com fontes ouvidas pela CNN que participaram da reunião, Haddad disse que o texto já está quase todo pronto e depende de ajustes políticos que serão, agora, discutidos pelo Palácio do Planalto nos próximos dias.

Outra proposta que está pronta, segundo o ministro, é o programa “Desenrola”, que pretende reduzir o endividamento dos brasileiros.

Segundo apuração da CNN, além dos projetos citados, Haddad ressaltou a importância da aprovação do Congresso sobre as mudanças que o ministério promoveu no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Em janeiro, o governo publicou uma Medida Provisória que retornava com o “voto de qualidade” no Conselho, que decide sempre em favor do Fisco, em caso de empate em processos.

O ministro não falou sobre pontos específicos da MP que podem ser alvo de negociação com o Congresso, de acordo com as fontes ouvidas pela CNN. Entretanto, na presença de diversos parlamentares petistas, Haddad reforçou a necessidade de aprovar a Medida, citando o “fôlego” financeiro que o governo teria.

TSE aprova fusão entre Pros e Solidariedade

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitou o pedido de fusão entre o Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e o Solidariedade.

Ainda negou, por unanimidade, o pedido de desistência da fusão realizado pelo novo presidente do Pros, Marcus Holanda.

À CNN, Holanda disse que vai recorrer da decisão. O tribunal ainda determinou que a decisão seja comunicada imediatamente para ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, aos demais órgãos da Justiça Eleitoral e ao cartório competente de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Atualmente, Solidariedade conta com quatro deputados federais e o Pros com três. Ambos os partidos não conseguiram atingir a cláusula de barreira, sem alcançar esta clausula os partidos ficam sem acesso ao fundo partidário e sem o direito de veicular propaganda gratuita em rádio e TV durante as campanhas eleitorais.

Segundo a Lei dos Partidos Políticos, “é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana”.

Ainda nesta terça, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou uma nova troca no comando do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), retirando do cargo o atual presidente, Eurípedes Júnior, e colocando na posição o perito aposentado da Polícia Civil Marcus Holanda.

O partido integra a base de apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e está em processo avançado de incorporação junto ao Solidariedade, legenda ligada à Força Sindical. A disputa judicial pelo comando do Pros vem desde o ano passado e já passou por várias instâncias da Justiça, chegando até ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Os partidos anunciaram a união em outubro de 2022, de acordo com nota conjunta do Pros e Solidariedade publicada na época, a ideia é a construção de um projeto “democrático que vislumbra, como instrumento político, melhorar a vida das pessoas”.

Senado aumenta em 18,13 pontos percentuais valores da cota parlamentar até 2025

A Mesa Diretora do Senado decidiu aumentar em 18,13 pontos percentuais os valores da cota parlamentar disponíveis aos senadores de forma escalonada até 2025.

Ato com os novos valores foi publicado em 10 de fevereiro no Boletim Administrativo do Senado Federal. O documento é assinado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os demais membros da Mesa Diretora. O ato entra em vigor em 1º de março de 2023.

O valor da cota parlamentar varia de acordo com o estado do senador, porque considera o preço das passagens aéreas de Brasília até a capital de onde o parlamentar foi eleito, por exemplo.

A cota parlamentar no Congresso Nacional funciona como uma verba indenizatória para que o senador pague despesas do exercício do mandato parlamentar. Por exemplo, aluguel de escritório de apoio no estado de origem, passagens aéreas, alimentação, aluguel de carro e combustível. O saldo mensal não utilizado em um mês pode ser acumulado ao longo do exercício financeiro.

No final de janeiro, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados já havia tomado medida semelhante ao também aumentar os valores das cotas dos deputados federais. O ato do Senado, inclusive, cita a decisão da Casa vizinha.

O ato assinado pela Mesa Diretora do Senado também estabelece que cada senador terá direito a quatro trechos de bilhetes aéreos, ida e volta, por mês, “tendo como destino o Distrito Federal e como origem o respectivo estado de representação ou aeródromo situado em outra unidade da federação e próximo à residência do parlamentar”.

O que não for gasto em um mês pode ser transferido para os meses subsequentes, embora fique vedada, em qualquer hipótese, a acumulação dos valores para o exercício financeiro seguinte.

‘Se depender de mim, Dilma vai presidir banco dos Brics’, diz Lula a canal de TV

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou sua intenção de indicar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para presidir, em Xangai, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), o banco dos Brics, grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Para Lula, Dilma é “figura extraordinária” e “muito competente tecnicamente”.

“Se ela for presidente do Brics, será uma coisa maravilhosa para os Brics e para o Brasil”, declarou o presidente em entrevista à CNN Brasil. “Se depender de mim, ela vai ser (presidente do banco do Brics). Deixa eu te falar: a Dilma é uma figura extraordinária. Possivelmente, se eu não tivesse sido presidente e tivesse sido ministro político da Dilma, não teria acontecido o que aconteceu (o impeachment da ex-presidente). Acho que faltou um pouco de conversa, de paciência, mas a Dilma é uma mulher extraordinária, digna de muito respeito, e o PT a adora”, disse Lula.

TCU aceita aferir gastos sigilosos de Jair Bolsonaro

Em sessão realizada, o Tribunal de Conta da União (TCU) aceitou pedido do Congresso Nacional para aferir os gastos sigilosos realizados pelo ex-presidente Bolsonaro nos meses de novembro, outubro e dezembro de 2022 ante o “expressivo aumento” no período de eleições. A informação consta de relatório divulgado pelo órgão. O documento foi assinado pelo presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, e pelo relator do processo, ministro Antonio Anastasia.

A solicitação foi feita pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), da Câmara dos Deputados, a fim de analisar a “legalidade e legitimidade de despesas efetuadas por meio do cartão de pagamento do governo federal”, referindo-se ao cartão corporativo de Bolsonaro.

Segundo o documento, os gastos sigilosos de Bolsonaro somavam mais de R$ 22 milhões até novembro do ano passado, sendo que durante o período eleitoral as despesas atingiram mais de R$ 9 milhões. O valor corresponde a um aumento de 108% em relação à média mensal de gastos feitos em 2021, registrados em pouco mais de R$ 1 milhão. A média mensal em 2022 ultrapassou R$ 3 milhões.

O documento ressalta ainda que a análise é referente às despesas realizadas com recursos federais, de forma a solicitar a prestação de informações e a realização de auditorias e inspeções pelo TCU, que também pretende investigar gastos referentes ao período eleitoral de 2018. “Faz-se necessário, em momento oportuno, acessar os dados do ano de 2018, o que também mitigaria a possível distorção ocasionada por efeito da pandemia de Covid-19, em relação às médias mensais.”

O relatório cita também que irá realizar uma fiscalização contínua nos gastos do cartão corporativo da Presidência da República, contemplando a Secretaria-Geral da Presidência da República, o Gabinete Pessoal do Presidente da República e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República “contemplando a atuação do Banco do Brasil (BB) como operador das despesas, podendo se estender a outros órgãos”, pontua o documento.

Governo nomeia novo diretor-superintendente da Previc

A Casa Civil da Presidência da República nomeou Ricardo Pena Pinheiro para exercer o cargo de diretor-superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social. A nomeação está publicada no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (17).

Ricardo Pena é auditor fiscal da Receita Federal e especialista em Previdência Complementar.

Dentre outras funções no currículo, Pena já ocupou o mesmo cargo que assume hoje, o de superintendente da Previc, e também já presidiu o Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização (Coremec).

STF determina que Carlos Bolsonaro volte a ser julgado por difamação contra PSOL

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Justiça do Rio de Janeiro volte a julgar o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pela acusação de difamar o PSOL em publicação na internet.

Em abril de 2020, Carlos compartilhou em suas redes sociais uma publicação que dizia que Adélio Bispo, preso por ter esfaqueado Bolsonaro em 2018, esteve no gabinete do ex-deputado Jean Wyllys, do PSOL. A versão seria de uma testemunha do caso.

Na publicação, o vereador escreveu ainda: “CONFERE? Precisa desenhar ainda tudo que está acontecendo???? O desespero bate no piçou [PSOL], a linha auxiliar do PT”.

O partido, por sua vez, apresentou uma queixa-crime contra Carlos Bolsonaro na Justiça do Rio de Janeiro pelo crime de difamação. Advogados da legenda argumentaram que a postagem de Carlos relacionaria o PSOL com o ataque a faca sofrido por Jair Bolsonaro, durante a campanha de 2018. No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro arquivou o pedido por considerar que a publicação não configuraria difamação.

Não foi esse o entendimento do STF, porém. Para o ministro Gilmar Mendes, após análise da postagem, “há acontecimento certo e determinado no tempo, sendo possível depreender que, a princípio, a manifestação do recorrido teria extrapolado mera crítica, podendo caracterizar crime de difamação”.

O ministro também ressalta a “excentricidade” da decisão do TJ-RJ porque Carlos compartilhou a postagem inicialmente publicada na página do jornalista Oswaldo Eustáquio, que acabou condenado pelo mesmo crime de difamação contra o PSOL, na Justiça do Paraná.

Mendes enfatiza que houve “grave omissão” sobre o que ele considerou, “um aspecto determinante do processo”. Dessa forma, para o ministro, “é o caso de reconhecer a nulidade do acórdão recorrido, ante a completa ausência de manifestação quanto a pontos essenciais da causa”.

Maioria dos empresários veem reforma tributária como prioridade; 40% veem pouca chance de aprovação

Um levantamento feito pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil, o “Plano de Voo Amcham 2023”, mostra que, para 68% dos entrevistados, a prioridade do governo Lula (PT) deve ser a reforma tributária, porém, avalia que a chance de aprovação das mudanças é baixa.

40% dos entrevistados acreditam em uma baixa probabilidade, 27% em média probabilidade, 26% não acreditam na aprovação da reforma e apenas 7% veem uma grande chance de mudanças.

O segundo assunto que mais aparece como o que deve ser a maior prioridade do governo é equilíbrio fiscal, com 51% dos entrevistados, seguido de segurança jurídica e redução da burocracia, com 39%.

A pesquisa feita com 465 empresários ouviu, na maioria, CEOs, vice-presidentes ou diretores de empresas de grande ou médio porte do setor de serviços.

Com o resultado, a Amcham concluiu que é preciso avançar em políticas macroeconômicas que gerem crescimento com equilíbrio fiscal, políticas microeconômicas com segurança jurídica, política industrial moderna, sustentabilidade ambiental e estabilidade democrática.

A pesquisa aponta ainda que a maioria dos empresários brasileiros aposta no aumento da capacidade de produção e em investimentos na agenda ambiental.

Em 2023, a prioridade com finalidade de crescimento dos negócios para 59% dos entrevistados é aumentar a capacidade de produção, seguido do desejo de 44% para o aumento da inovação, pesquisa e desenvolvimento.

Para 51%, a agenda ambiental tem alta relevância nos negócios e 62% creem na eficiência energética ou energias renováveis como área de maior relevância para proteção do meio ambiente.

Há também as necessidades de redução de custo (44%), treinamento e contratação de talentos (23%), e digitalização (19%).

78% afirmam que há alta correlação entre estabilidade democrática e desenvolvimento econômico do Brasil.

Americanas revisa dívida com grandes bancos de R$ 13,1 bilhões para R$ 15,2 bilhões

A nova lista de credores do processo de recuperação judicial da Americanas atualiza a dívida total da varejista com os cinco maiores bancos do país, de R$ 13,1 bilhões para R$ 15,2 bilhões.

A maior alteração ocorreu na dívida da empresa com o Itaú Unibanco, que passou de R$ 2,9 bilhões para R$ 4,3 bilhões.

A revisão dos números do Itaú incorpora as aplicações em fundos geridos pelo banco.

Na primeira planilha, publicada em 25 de janeiro, o Itaú e seus fundos eram listados em seis ocorrências diferentes. Na nova lista, aparecem em 13 ocorrências.

A varejista também atualizou a sua dívida com o Bradesco, de R$ 4,8 bilhões na primeira lista para R$ 5,2 bilhões nesta edição.

As dívidas da Americanas com o Santander Brasil (R$ 3,6 bilhões), Banco do Brasil (R$ 1,6 bilhão) e Caixa Econômica Federal (R$ 500 milhões) não sofreram alterações significativas entre as duas listas.

Na nova lista, a Americanas corrigiu o valor da sua dívida com o BV, de R$ 3,3 bilhões para R$ 207 milhões, após o banco ter pedido na Justiça a correção do montante. A varejista ainda informou uma dívida de R$ 3,5 bilhões com o BTG Pactual e de R$ 2,527 bilhões com o Banco Safra.

O Deutsche Bank aparece na lista como credor de R$ 5,267 bilhões, mas já argumentou que o valor corresponde a títulos de dívida (bonds) que guarda para investidores que compraram os papéis no exterior, sem exposição de crédito com a varejista.

Vendas reais no varejo crescem 4,9% em janeiro, mostra índice da Cielo

As vendas no varejo brasileiro cresceram 4,9% em janeiro frente ao mesmo período do ano passado, descontada a inflação, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que acompanha mensalmente números de 1,1 milhão de varejistas credenciados à maior empresa de meios de pagamentos do país.

Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, houve alta de 13,8%. Em ambos os casos, houve melhora em relação ao desempenho de dezembro de 2022, quando as vendas reais tiveram acréscimo de apenas 1,3% e as nominais, expansão de 10,2%.

Conforme a Cielo, a performance no primeiro mês de 2023 foi favorecida pelos efeitos de calendário, uma vez que o primeiro dia do ano caiu em um domingo, o que abriu espaço para um dia útil a mais que em janeiro de 2022, quando caiu em um sábado. Descontados tais efeitos, o crescimento real atingiu 4,5%.

“O mês apresentou bom desempenho”, avaliou Vitor Levi, superintendente de dados e inovação da Cielo, no comunicado com os dados, ressaltando que os três macrossetores registraram crescimento, com destaque para Serviços.

“Em parte, isso pode ser explicado pela onda da variante ômicron, que prejudicou os resultados em janeiro do ano passado e beneficiou o mês de janeiro deste ano na comparação. Este efeito fica mais claro quando observamos a queda sofrida pelo Setor de Drogarias e Farmácias”, explicou.

Carrefour Brasil tem queda de 28% no lucro líquido ajustado no 4° trimestre

O Carrefour Brasil divulgou uma queda de 28,2% no lucro líquido ajustado do quarto trimestre frente a um ano antes, pressionado pelos custos das conversões de lojas adquiridas do BIG e das maiores despesas financeiras, enquanto as vendas líquidas avançaram 36,3%.

O grupo, que tem no Atacadão seu principal ativo, concluiu a aquisição do BIG no ano passado e tem um plano já em andamento para a conversão de mais de 120 pontos adquiridos em outras bandeiras até o início de 2024. Analistas vem observando de perto o efeito da inflação e dos juros no negócio da companhia.

O lucro líquido ajustado do Carrefour Brasil de outubro a dezembro foi de R$ 550 milhões, contra R$ 766 milhões no mesmo período de 2021. Sem excluir efeitos extraordinários, incluindo relacionados à integração do BIG, o recuo seria de 58,1%, a R$ 426 milhões.

“A conversão de lojas tem efeito no lucro líquido, temos esse efeito negativo de ‘one-off’ (extraordinário) da conversão de lojas, mas quando já está convertida observamos um crescimento das vendas”, disse a jornalistas o diretor de Finanças e Relações com Investidores da empresa, David Murciano.

Ele disse que essa pressão no lucro é “natural” e que a empresa espera compensar com crescimento da geração de caixa.

Com uma dívida maior depois da aquisição e em meio a uma Selic que foi a 13,75%, o Carrefour Brasil viu seu resultado financeiro líquido piorar quase 200% no quarto trimestre na base anual, para perda de R$ 790 milhões.

B3 registra queda no volume financeiro médio de ações em janeiro

A B3 informou os destaques operacionais do mês de janeiro. Segundo o documento, o volume financeiro médio diário foi de R$25,541 bilhões no mês, um recuo de 16,7% na comparação anual e de 12,7% frente a dezembro.

O volume médio de derivativos, por sua vez, foi de R$4,912 bilhões, uma alta de 15,4% na comparação anual e de 15,2% na mensal.

As ações da B3 fecharam o pregão de ontem com recuo de 4,03%, a R$11,44. A média das estimativas de analistas compiladas pelo Investing.com é de um preço-alvo de R$15,28, um potencial de valorização de 33,53%. De 14 analistas, 10 recomendam compra e 4 recomendam posição neutra.

Weg tem lucro dentro do esperado no 4º trimestre, e aprova dividendos de quase R$ 950 milhões

A fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg divulgou na quarta-feira (15) lucro líquido de 1,19 bilhão de reais para o quarto trimestre do ano passado, expansão de 36,5% em relação ao obtido no mesmo período de 2021, impulsionada pelo o que chamou de demanda positiva tanto no Brasil como nos principais países em que a companhia atua.

A companhia também aprovou dividendos complementares de cerca de 950 milhões de reais, correspondente a 0,23 real por ação. O pagamento ocorrerá em 15 de março.

A empresa apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,56 bilhão de reais para o período, alta de 38,6% sobre um ano antes.

Analistas, em média, esperavam lucro de 1,18 bilhão de reais com Ebitda de 2,05 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

“A companhia segue mostrando uma expansão consistente e com perspectivas interessantes para suas principais unidades de negócio, porém já negocia a múltiplos um pouco mais esticados, o que pode limitar o potencial de valorização no curto prazo”, afirmou Haag.

A Weg citou que os negócios no Brasil foram puxados por soluções ligadas à geração eólica e solar e por produtos voltados para transmissão e distribuição de eletricidade.

Apesar do quadro macroeconômico instável, que pesa sobre decisões de investimento de companhias, a Weg afirmou no balanço que “continuamos também com boa demanda por equipamentos industriais, impulsionados pelos negócios de motores elétricos de baixa e média tensão, e de componentes de automação”.

No setor externo, a Weg manteve volume de vendas de equipamentos eletroeletrônicos industriais, “apesar das preocupações do quadro econômico mundial, e crescimento das vendas em geração, transmissão e distribuição de energia, fruto da carteira construída ao longo do ano”.

Assaí tem lucro de R$ 406 milhões no 4º trimestre, estima abertura de cerca de 40 lojas em 2023

A rede de atacarejo Assaí anunciou que teve lucro líquido de 406 milhões de reais no quarto trimestre de 2022, alta de 7,3% sobre um ano antes.

Já seu resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado foi de 1,2 bilhão de reais, montante 29% superior ao de mesma etapa de 2021.

Analistas, em média, esperavam lucro líquido de cerca de 318 milhões de reais, com Ebitda de 1,15 bilhão, segundo dados da Refinitiv.

A companhia anunciou que pretende abrir cerca de 40 lojas este ano, após 60 aberturas em 2022, das quais 37 apenas nos três últimos meses do ano passado, que incluíram 33 conversões após a compra de pontos do Extra.

A empresa, controlada pelo grupo francês Casino, teve alta de vendas no conceito mesmas lojas de 10,5%, com margem bruta de 17,2%, estável em relação ao quarto trimestre de 2021, segundo o balanço.

O Assaí ainda previu reduzir sua alavancagem financeira com apoio da geração de caixa, com objetivo de relação dívida líquida/Ebitda ajustado próximo a duas vezes no fim de 2023 e cerca de 1,5 vez em 2024. No fim do ano passado, essa relação era de 2,19 vezes.

Tok&Stok contrata consultoria para avaliar situação de seu caixa

A Tok&Stok é mais uma empresa do varejo que experimenta dificuldades após o evento da Americanas. A companhia contratou a consultoria Alvarez & Marsal para fazer uma avaliação da situação de seu caixa e propor alternativas para renegociação das dívidas e uma eventual capitalização, apurou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Uma eventual capitalização poderia vir dos acionistas fundadores da companhia. Estima-se que suas dívidas estejam em cerca de R$ 600 milhões, e há relatos de que um corte de cerca de 200 pessoas foi feito em agosto do ano passado. A crise da Americanas estremeceu a confiança no setor de varejo e várias companhias estão tendo dificuldades para renovar ou tomar novos empréstimos.

No caso da Tok&Stok, a companhia teria feito um grande estoque para o período do Natal e não conseguiu vendas como havia planejado, desorganizando seu capital de giro. Todo o segundo semestre de 2022, na verdade, foi de vendas baixas para as varejistas de modo geral.

O setor de varejo vem de dois anos de dificuldades. A subida abrupta dos juros pegou uma série de empresas de surpresa em um momento de alto endividamento após a pandemia de Covid-19.

A rede Tok&Stok tem em torno de 60 lojas em Estados como Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os acionistas da Tok&Stok são fundos da gestora Carlyle Group e a família francesa Dubrule, que eventualmente poderiam capitanear uma injeção de capital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

SELIC

Roberto Campos Neto disse que a instituição foca no bem-estar social ao explicar por que a taxa básica de juros do país está em 13,75%.

A nossa agenda toda do Banco Central é pensando no social. Então, a gente acredita que é possível fazer fiscal junto com o bem-estar social. Mas a gente acredita que é muito difícil ter bem-estar social e inflação descontrolada porque a inflação é um imposto que afeta muito a classe média baixa.

“A inflação gera uma diferença muito grande entre quem tem capacidade de proteger e quem não tem. Então, a gente entende que olhar para a inflação é olhar para o social também”, completou Campos Neto, na sequência.

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta-feira (22), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,75%, ante 12,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou inflação de 0,04% na segunda prévia de fevereiro, vindo de 0,35% na mesma leitura do mês passado e de 0,21% no encerramento de janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta-feira (22), a projeção para o IGP-M ficou em 4,58%, ante 4,60% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

Após mais uma semana de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política monetária pelo Banco Central, as expectativas de inflação voltaram a piorar no Boletim Focus. A projeção para o IPCA, índice oficial de inflação, deste ano oscilou de 5,78% para 5,79%, contra 5,39% há um mês.

Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção avançou de 3,93% para 4,00%, de 3,70% há quatro semanas.

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta-feira (22), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 5,89%, ante 5,79% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A queda de 1,5% no quarto trimestre apresentada pelo IBC-Br, índice de atividade econômica que funciona como um termômetro do PIB (Produto Interno Bruto), confirma a desaceleração em curso provocada, principalmente, pelo forte aumento dos juros no último ano.

O resultado também corrobora as expectativas de um crescimento bem mais fraco para o país em 2023, de acordo com economistas consultados pela CNN. O IBC-Br é calculado pelo Banco Central e foi divulgado na quinta-feira (16).

O PIB fechado de 2022 será divulgado em 2 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o relatório Focus divulgado na quarta-feira (22), a projeção para o PIB ficou em 0,80%, ante 0,76 apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (13), o Ibovespa fechou em alta, endossado por Wall Street e puxado pelo desempenho de bancos, em dia com balanço do BTG Pactual, enquanto BRF disparou após o Morgan Stanley elevar a recomendação das ações. O índice Ibovespa teve alta de 0,87 %, a 108.836,47 pontos. O volume financeiro somou R$ 18,9 bilhões.

Na terça-feira (14), o Ibovespa fechou em queda, em meio a um desconforto persistente com o risco de aumento das metas de inflação no país, enquanto Banco do Brasil destoou e avançou na esteira de resultado robusto no quarto trimestre e previsões positivas. O índice Ibovespa teve queda de 0,82%, a 107.948,66 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,28 bilhões.

Na quarta-feira (15), o Ibovespa fechou em alta, em sessão na qual as discussões envolvendo uma eventual mudança da meta de inflação voltaram a ocupar as atenções, além da possibilidade de um novo arcabouço fiscal ser apresentado pelo governo em março. O índice Ibovespa teve alta de 1,5%, a 109.461,97 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,1 bilhões.

Na quinta-feira (16), o Ibovespa fechou em alta, revertendo a fraqueza do começo da sessão, com agentes financeiros repercutindo uma série de resultados corporativos, mas sem tirar do radar o noticiário envolvendo a rusga entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central. O índice Ibovespa teve alta de 0,31%, a 109.941,46 pontos. O volume financeiro somou R$ 24,7 bilhões.

Na sexta-feira (17), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,85%, a 109.001,95 pontos. Contaminado pelo ambiente negativo nos mercados no exterior em meio a preocupações com o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Agentes financeiros também repercutem novos balanços de empresas brasileiras, entre eles os de Vale e Lojas Renner. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,7%, a 109.176,92 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,9 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (17), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,21%, cotado a R$ 5,2006 na venda. Em linha com o exterior e refletindo postura defensiva do mercado antes do Carnaval, enquanto investidores continuavam monitorando o clima entre governo e Banco Central após o Conselho Monetário Nacional (CMN) não ter tratado da meta de inflação em reunião da véspera.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (17) cotado a R$ 5,1615, a busca por proteção antes do período de Carnaval no Brasil e do feriado do Dia do Presidente na segunda-feira nos EUA impulsionou a busca pela moeda norte-americana na primeira metade do dia, em movimento em sintonia com a alta do dólar ante outras divisas no exterior.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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22/02/2023