Cenário Econômico Nacional – 27/02/2023

Cenário Econômico Nacional – 27/02/2023

Cenário Econômico Nacional – 27/02/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Brasil continua com os juros reais mais altos do mundo, mostra levantamento

O Brasil continua sendo o país com um dos juros reais mais altos do mundo. O país é o líder no ranking feito pela gestora Infinity Asset Management, que acompanha um grupo das 40 principais economias globais.

Os juros reais são a taxa de juros corrente descontada a inflação. Em fevereiro, eles ficaram em 7,4% em fevereiro no Brasil, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a Selic em 13,75%, o maior nível desde 2016.

Na metodologia usada pela Infinity, são usadas tanto as taxas de juros futuros para 12 meses à frente (DI com vencimento em janeiro/24) quanto a projeção de mercado para a inflação, também para daqui a 12 meses. Pelo Boletim Focus, relatório semanal de projeções econômicas do BC, a inflação esperada para o período era de 5,75%.

A lista dos maiores juros reais é liderada por outros países latinos que vêm logo na sequência do Brasil: no México, a taxa descontada da inflação está em 5,5%, no Chile é 4,7% e, na Colômbia, 3%.

Já é o quarto levantamento em que o Brasil fica na dianteira dos juros reais globais, de acordo com a Infinity, que renova o ranking a cada reunião do Copom. Os encontros são realizados a cada 45 dias com o presidente e os diretores do BC para definir a taxa Selic.

“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”, escreveu a Infinity em seu relatório.

“No cômputo geral, entre 156 países, 53,85% mantiveram os juros, 41,67% elevaram e 4,49% cortaram. No ranking, entre 40 países, 32,5% mantiveram, enquanto 67,5% elevaram as taxas.” Nenhuma das 40 economias selecionadas cortou juros no último mês.

Depois de ultrapassar 30%, IGP-M cai a 3% e fica mais baixo que IPCA

Quem passou pela pandemia em um imóvel alugado, em algum momento, inevitavelmente se deparou com o susto: o IGP-M, índice de inflação tradicionalmente usado para reajustar os alugueis, disparou e, nos piores momentos, em 2021, ficou acima dos 30%.

A completa distorção dos resultados, puxado por choques agudos de câmbio e de commodities, causou uma bagunça no mercado.

Inquilinos e proprietários abriram uma longa temporada de renegociações e muitos, inclusive, passaram a refazer seus contratos para abandonar o IGP-M e adotar outros índices menos salgados como indexadores, como o IPCA ou o INPC, os índices de inflação ao consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Eles também não passaram incólumes aos choqueis nacionais e globais de preços, mas tiveram picos bem menores que os do IGP-M, na casa dos 12%.

Contratos de condomínios, escolas, serviços prestados às empresas e até conta de luz e de telefone são outros que também se acostumaram a usar o IGP-M e tiveram que ser renegociados ou reajustados pelos 30% durante a pandemia.

A situação agora, porém, se inverteu. Ajudado pelas mesmas commodities, atualmente mais estáveis, o IGP-M murchou rapidamente e, em janeiro, já tinha despencado aos 3,8% no acumulado em 12 meses.

A inversão nas tendências dos índices de inflação não significa, no entanto, que o IGP-M volta a ser melhor para indexar contratos como os dos alugueis, na visão de André Braz.

“O IGP-M nunca foi sugerido como índice de referência para o aluguel, porque ele está muito longe de medir a realidade de preços do mercado imobiliário”, diz o economista. O IGP-M se tornou o indexador mais comum, explica, por uma mera convenção que acabou se estabelecendo por hábito ainda nos anos de hiperinflação, no fim dos anos de 1980 e começo de 1990.

13,7 milhões deixarão de pagar IR após correção da tabela, estima Receita

A Receita Federal prevê que 13,7 milhões de contribuintes pessoas físicas deixarão de pagar o Imposto de Renda com as novas regras de correção da tabela que entrarão em vigor a partir de 1º de maio, Dia do Trabalhador. Quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640) ficará livre de pagar o imposto.

Esse contingente de pessoas corresponde a cerca de 40% do total de 32 milhões de declarações do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) recebidas no ano passado pela Receita.

Para atender a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de iniciar a correção da faixa de isenção, a equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desenhou um modelo que mitiga o impacto da medida nas contas públicas.

O modelo beneficia as pessoas com faixas de renda mais baixas. Ele estabelece que a faixa de isenção do IRPF será ampliada dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 2.112, sendo permitida uma dedução simplificada mensal de R$ 528 do imposto.

A perda de arrecadação será de R$ 3,2 bilhões em 2023 (maio a dezembro) e de R$ 6 bilhões no ano que vem, de acordo com a Receita. Os números contrastam com a projeção do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), que previu uma perda de receitas de R$ 14 bilhões em 2023.

Haddad queria que as mudanças na tabela só ocorressem em 2024 com a reforma tributária. No início do governo, o ministro chegou a declarar que não haveria correção da tabela em 2023.

Mas a pressão da ala política, diante da reação negativa dos contribuintes, desde 2015 sem correção da tabela, acabou levando o presidente Lula a decidir começar a correção ainda neste ano. O petista tinha prometido na campanha corrigir a faixa de isenção para R$ 5 mil e vinha sendo cobrado.

Nova regra fiscal e reforma tributária ajudam queda da Selic, dizem economistas

Uma eventual queda nos juros brasileiros acontecerá mais rapidamente se uma conjuntura de fatores ocorrer nos próximos meses, entre eles a apresentação de uma nova âncora fiscal crível para substituir o teto de gastos, uma reforma tributária consistente e indicadores de inflação dentro de uma margem esperada, disseram economistas à CNN.

A discussão entre governo e Banco Central (BC) sobre o recuo da Selic envolvem tanto a visão de acelerar o crescimento econômico, por parte do Executivo, quanto de controlar a inflação, meta da entidade independente. Mas, segundo os especialistas, o arrefecimento da tensão entre Lula e Campos Neto deve ajudar o decréscimo dos juros no fim deste ano.

“Sem pressão política, acredito que se o governo entregar uma regra fiscal crível, por mais que seja dura, e ao mesmo tempo ir caminhando uma reforma tributária, acho muito provável que o Banco Central reduza a taxa [Selic] nas duas últimas reuniões do ano”, afirmou Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama.

Para Espírito Santo, é preciso tentar conciliar os objetivos de colocar a inflação dentro da meta e fazer com que o país tenha crescimento econômico, sem comprometer a atuação do Banco Central contra a alta dos preços.

“A harmonia entre as políticas econômicas é necessária para o país avançar. Portanto, diálogos entre Haddad, Campos Neto e a Tebet são fundamentais para a realização de uma agenda econômica robusta, visto que são três integrantes do CMN [Conselho Monetário Nacional]. Este seria um cenário muito positivo, em que todos os objetivos seriam entendidos e aprimorados para se chegar às conclusões”, pontuou.

Já para Flávio Conde, analista de Ações da Levante Ideias, as tensões entre o presidente da República e o presidente do Banco Central sobre o nível dos juros não são atípicas no Brasil, e em determinado grau “são discussões saudáveis” para a democracia.

Conde acredita ainda que, além de uma âncora fiscal crível e o andamento da reforma tributária, o cenário ideal para o início da queda da Selic são divulgações do IPCA rondando em torno de 0,3% e 0,4% ao mês.

Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,79% para 5,89%

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,79% para 5,89% para este ano. A estimativa consta do Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,02%. Para 2025 e 2026, as previsões são de inflação em 3,78% e 3,7%, respectivamente.

A previsão para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em janeiro, puxado principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis, o IPCA ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado, e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano em 12,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

‘Agenda positiva’ de Lula soma R$ 21,6 bilhões e amplia cobrança por compensações e regra fiscal

Quem passou pela pandemia em um imóvel alugado, em algum momento, inevitavelmente se deparou com o susto: o IGP-M, índice de inflação tradicionalmente usado para reajustar os alugueis, disparou e, nos piores momentos, em 2021, ficou acima dos 30%.

Arrecadação federal tem alta real de 1,14% e marca desempenho recorde para janeiro, diz Receita

A arrecadação do governo federal teve alta real de 1,14% em janeiro sobre igual mês do ano passado, a 251,745 bilhões de reais, divulgou a Receita Federal na quinta-feira (23).

O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de um total de 243,012 bilhões de reais, e marcou o melhor desempenho arrecadatório para meses de janeiro desde 1995.

As receitas administradas pela Receita Federal tiveram acréscimo real de 2,16%, com valor arrecadado de 234,932 bilhões de reais em janeiro, informou o órgão.

Segundo a Receita Federal, o aumento real da arrecadação no início de 2023 não foi ainda mais forte por conta de um montante menor nos pagamentos atípicos de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), bem como pelo maior volume de desonerações vigentes neste ano.

Caso não fossem considerados esses fatores não recorrentes, haveria um crescimento real de 8,99% na arrecadação do mês de janeiro, afirmou a Receita.

Consumo de lares brasileiros em janeiro sobe 1,1% sobre um ano antes, diz Abras

A associação de supermercados do Brasil, Abras, informou na quinta-feira (23) que o consumo das famílias em janeiro subiu 1,07% sobre um ano antes, mas recuou 14,8% sobre o movimentado mês de dezembro.

“O consumo foi positivo mesmo com todas as ocorrências de janeiro”, disse o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, a jornalistas. Ele se referiu aos ataques em Brasília em 8 de janeiro e à crise da Americanas, episódios que geraram “certa instabilidade de modo geral” no setor.

Sobre o pedido de recuperação judicial da varejista, Milan afirmou que “trouxe uma preocupação como um todo nas cadeias de abastecimento, mas rapidamente as coisas foram se encaminhando”.

A expectativa da entidade para o crescimento em 2023 é de 2,5% com viés positivo, disse Milan, citando entre os fatores o aumento do salário mínimo para 1.302 reais e o reajuste já prometido pelo governo federal para 1.320 reais em maio.

“A tendência é o consumo continuar positivo, com o aumento do salário mínimo naturalmente beneficiando”, disse Milan.

Confiança do consumidor brasileiro cai em fevereiro ao menor patamar em 6 meses, diz FGV

A confiança dos consumidores brasileiros caiu em fevereiro para o menor patamar em seis meses, devido à percepção de piora da situação atual, principalmente entre as famílias de menor renda, mostraram dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) na sexta-feira (24).

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês queda de 1,3 ponto, a 84,5 pontos, menor nível desde agosto de 2022 (83,6 pontos).

“No geral há uma percepção de piora da situação atual, que é mais percebida pelas famílias de menor poder aquisitivo. As perspectivas ainda são cautelosas, apesar de os consumidores ainda serem otimistas em relação ao mercado de trabalho”, avaliou em nota a coordenadora das sondagens, Viviane Seda Bittencourt.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos consumidores sobre o momento presente, caiu 1,8 ponto em fevereiro, para 69,3 pontos, pior resultado desde maio de 2022 (69,1). Já o Índice de Expectativas (IE), indicador do sentimento sobre os próximos meses, perdeu 0,9 ponto, para 95,8 pontos.

“O contexto econômico das famílias se altera pouco: maior endividamento, taxas de juros elevadas, desaceleração da atividade econômica e a elevada incerteza devem manter a confiança em patamares baixos em 2023”, alertou Bittencourt.

INCC-M desacelera para 0,21% em fevereiro, ante 0,32% em janeiro, diz FGV/Ibre

O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) subiu 0,21 % em fevereiro, porcentual inferior ao apurado no mês anterior, quando o índice variou +0,32%. Com isso, o INCC-M acumula alta de 0,53% no ano e de 8,76% em 12 meses.

Em fevereiro de 2022, o índice tinha subido 0,48% no mês e acumulava alta de 13,04% em 12 meses.

A taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços passou de -0,12% em janeiro para 0,32% em fevereiro. Já o índice referente à Mão de Obra variou 0,10% em fevereiro, ante 0,77% em janeiro.

No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, a taxa correspondente a Materiais e Equipamentos variou 0,16% em fevereiro, após queda de 0,26% no mês anterior. Três dos quatro subgrupos componentes apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de -0,55% para -0,06%.

A variação relativa a Serviços passou de 0,53% em janeiro para 1,10% em fevereiro. Neste grupo, foi destacado o avanço da taxa do item projetos, que passou de 0,18% para 1,87%.

Apenas a capital de Belo Horizonte apresentou decréscimo em sua taxa de variação. Em contrapartida, seis capitais apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Salvador, Brasília, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.

Bancada do Amazonas defende Zona Franca de Manaus nas discussões sobre a reforma tributária

O grupo de trabalho formado para discutir a reforma tributária na Câmara dos Deputados tem a primeira reunião marcada para o próximo dia 28. O GT é composto por 12 deputados federais de diferentes partidos e estados, sendo três parlamentares do Amazonas.

Preocupados com a preservação da Zona Franca de Manaus (ZFM), deputados da bancada amazonense querem marcar espaço no GT para garantir que o modelo fiscal da região não seja prejudicado com a reforma tributária.

Após acordo político, os deputados federais Saullo Vianna (União Brasil), Sidney Leite (PSD) e Adail Filho (Republicanos) foram indicados.

Na avaliação de parlamentares ouvidos pela CNN, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/ 2019, que tramita na Câmara, não é ideal, pois prevê a extinção completa de qualquer tipo de isenção fiscal, o que prejudica o sistema econômico da ZFM.

Para o deputado Adail Filho (Republicanos-AM), a proposta, até o momento, representa um risco para as atuais políticas fiscais da ZFM.

“Não podemos admitir uma PEC [Proposta de Emenda à Constituição] tributária que não leve em consideração o modelo econômico do nosso estado, apesar de contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do Brasil. Nenhum direito a menos para a ZFM”, defendeu o parlamentar.

A PEC em negociação sugere o fim de cinco impostos –PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS– para criar um ou dois tributos que incidirão sobre valor agregado. Acontece que os tributos federais, estadual e municipal detêm de incentivos fiscais na zona franca.

“Vamos fazer parcerias para recuperar os estragos”, diz Lula em visita a São Sebastião

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou, na tarde de segunda-feira (20), a cidade de São Sebastião, uma das mais afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o litoral de São Paulo no fim de semana.

A comitiva presidencial conta com a participação de 13 ministros, incluindo Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Jader Filho (Cidades), Renan Filho (Transportes), Márcio França (Portos e Aeroportos) e Ana Moser (Esporte).

Após sobrevoar a região atingida, o presidente conversou com a imprensa. Lula destacou que a tragédia no litoral paulista uniu os governos federal, estadual e municipal.

“Posso garantir que meus ministros, governador, estarão dispostos a conversar para que a gente compartilhe, para que a gente faça uma parceria para recuperar efetivamente, de verdade, o estrago que a chuva fez aqui em São Sebastião”, disse Lula.

Até o momento, foram confirmadas 40 mortes, sendo 39 em São Sebastião e uma em Ubatuba. Os temporais deixaram mais de 1.730 desalojados e 766 desabrigados, de acordo com o governo estadual.

Lula destacou o investimento na construção de moradias para a população afetada em áreas seguras.

Ao prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, Lula afirmou que será preciso preparar as despesas que serão necessárias para a reconstrução das áreas afetadas da cidade. “Essa conta tem que ser apresentada para o governo federal, para o governo estadual e para o próprio prefeito”, disse o presidente.

Kassab costura ‘independência’ do PSB na Alesp

No mapa das articulações políticas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), fechou acordo com o PT para eleger um aliado como presidente da Assembleia Legislativa a partir do mês que vem. Do mesmo modo, aproxima-se agora do PSB, que apoiou a candidatura de Fernando Haddad (PT) em 2022, para a área de influência da gestão.

O PSB se declara independente em São Paulo e descarta fazer oposição sistemática a Tarcísio. Essa decisão, segundo integrantes da legenda, só foi possível porque os bolsonaristas mais radicais da Assembleia ficaram isolados.

Na Alesp, a federação formada por PT, PCdoB e PV tem 19 deputados eleitos, o mesmo número da bancada do PL, de Jair Bolsonaro. Por isso, parlamentares têm dito que em temas sensíveis ao governo, como a desestatização da Sabesp (BVMF:SBSP3), cada voto vai contar, e o PSB pode ser o fiel da balança.

Kassab ainda abriu caminho para a sanção do projeto de lei do deputado Caio França (PSB), que garante o fornecimento de medicamentos à base de cannabis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. “Kassab me ajudou a construir essa sanção. A primeira conversa foi com ele”, afirmou o pessebista ao Estadão.

“Para nós, da bancada do PT, Kassab foi a única pessoa que a gente achou no governo que queria conversar sobre assuntos do Parlamento”, disse o deputado Enio Tatto.

Presidente do PSD, Kassab é visto como um agregador de apoios políticos, capaz de colocar um “filtro moderador” na gestão Tarcísio. Por outro lado, o secretário também desperta desconfianças. O protagonismo de Kassab na Assembleia é tratado por alguns parlamentares da base como “extraoficial”. Além disso, para integrantes do Republicanos, partido do governador, o fato de o secretário de Governo ser de um partido diferente pode causar um “desequilíbrio” na gestão política.

Allan dos Santos diz ter autorização de trabalho nos EUA e debocha de Moraes

Foragido da Justiça brasileira desde 2021, o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos publicou imagem no Instagram segurando uma suposta autorização de trabalho nos Estados Unidos, onde ele mora. Junto à postagem, ele escreveu: “Chora, Xandão”, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autor do decreto de prisão preventiva e relator dos inquéritos que apuram a atuação do blogueiro. Santos também chamou o magistrado de “tirano”.

Allan dos Santos fez a publicação em uma nova conta do Instagram, ativa desde o dia 31 de janeiro. Ele está banido das plataformas desde 2021, por determinação do Supremo, mas segue criando diferentes perfis na medida em que os anteriores são derrubados. Nesta conta, ele já tem mais de 100 mil seguidores.

Segundo o site do serviço de imigração norte-americano, para conseguir uma permissão de trabalho nos Estados Unidos é necessário preencher um formulário que pede, entre outras informações, o número e a data de validade do passaporte do requerente. O ministro Alexandre de Moraes, contudo, determinou o cancelamento do passaporte do blogueiro em novembro de 2022.

Como mostrou o Estadão, o ministro Flávio Dino, chefe da Justiça no governo Luiz Inácio Lula da Silva, quer acelerar o processo de extradição de Allan dos Santos. A pasta entrou em contato mês passado com autoridade dos Estados Unidos e a Interpol para forçar o retorno do blogueiro ao Brasil, mas os esforços ainda não deram resultado.

Em entrevista ao Estadão em janeiro, o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, afirmou que toda a tramitação burocrática que compete ao Departamento de Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) para a extradição já foi concluída, e que não cabe mais nada ao órgão a fazer.

O blogueiro é alvo dos inquéritos no Supremo que apuram a disseminação de fake news e a existência de uma milícia digital que organiza ataques contra as instituições democrática, apuração que foi unificada com a investigação sobre desqualificar as urnas eletrônicas.

O STF foi procurado para se manifestar a respeito do xingamento ao ministro Alexandre de Moraes e o fato de Allan dos Santos ainda estar no Instagram, apesar de ter sido banido por decisão da Justiça, mas não respondeu até a publicação deste texto. O Estadão não conseguiu contato com a Meta, empresa que administra o Instagram.

Bolsa Família: governo estuda valor extra para famílias mais numerosas

O relançamento do programa Bolsa Família vai trazer novidades para as famílias beneficiárias mais numerosas.

Além dos R$ 150 adicionais por crianças até seis anos, o Ministério do Desenvolvimento Social programa ainda um valor extra levando em conta o número de pessoas de cada família.

Ou seja, famílias mais numerosas teriam direito a um adicional maior.

Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, é preciso ter uma atenção maior para as famílias que têm mais filhos e sair do modelo do governo Bolsonaro, em que família de uma só pessoa recebia o mesmo, R$ 600, que uma com cinco ou seis filhos.

Por sinal, o governo Lula detectou um aumento fora do padrão de famílias unipessoais, um indício de irregularidade cometida na administração anterior com fins eleitorais.

O programa Bolsa Família voltará com a cobrança de condicionalidades, para garantir, segundo o ministro Wellington Dias, que não se perpetue a situação de pobreza destas famílias.

O objetivo, segundo o ministro, é voltar com o caráter estruturante do programa Bolsa Família, que não só busca atender à necessidade imediata das famílias, mas também garantir uma evolução social dos seus filhos.

É isso, diz o ministro, que vai garantir que, no futuro, a pobreza de fato diminua no país, com crianças antes condenadas à situação de exclusão social passarem a integrar o mercado de trabalho em condições mais vantajosas do que seus pais.

PL terá R$ 205,8 milhões do Fundo Partidário

O PL terá neste ano, pela primeira vez, a maior fatia do bilionário Fundo Partidário. Ao eleger no ano passado 99 deputados, a maior bancada da Câmara, a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro vai ter direito a R$ 205,8 milhões para custear despesas de rotina, como salários de funcionários, contas de água e luz, passagens aéreas, aluguéis e até privilégios a dirigentes da sigla partidária como a remuneração de deputado a Bolsonaro e seu candidato a vice, Braga Netto.

O fundo terá R$ 1,18 bilhão em 2023 para ser repartido entre os partidos. O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá o segundo maior volume de recursos públicos, R$ 152,9 milhões. Os novos valores foram calculados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e comunicados às legendas. O dinheiro deve começar a ser repassado no fim deste mês.

O montante do PL é 73% maior do que o disponível no fundo no ano passado. O União Brasil, que era o partido com o maior volume dos recursos, agora ocupa a terceira posição, com R$ 121 milhões. O PP e o Republicanos completam a lista das cinco siglas que ficarão com quase metade do novo fundo. O dinheiro tem crescido ano a ano, em 2022, ultrapassou a casa do R$ 1 bilhão.

Para este ano, o PL planeja usar parte da verba para pagar salários de R$ 39 mil para Bolsonaro e de R$ 33,7 mil para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O dinheiro da legenda está bancando também a multa de R$ 22,9 milhões imposta pelo TSE. O ministro Alexandre de Moraes arbitrou a cobrança considerando que o partido agiu de “má-fé” ao levantar suspeitas sobre o resultado da eleição com base em uma suposta perícia técnica sem qualquer prova de falha nas urnas eletrônicas.

O chamado Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos é composto por verba do Orçamento e recursos de multas, penalidades e doações. Os valores são distribuídos mensalmente e apenas às siglas que atingiram, na eleição de 2022, uma cláusula de desempenho prevista em lei. A regra foi instituída pela reforma eleitoral de 2017 para reduzir a fragmentação no Congresso por meio de asfixia financeira.

Dos 28 partidos que lançaram candidaturas no ano passado, 13 siglas e federações partidárias alcançaram o desempenho necessário para receber o benefício a partir de fevereiro deste ano, mês em que entrou em vigor a nova legislatura no País. São elas: as federações PT-PCdoB-PV; PSDB-Cidadania; e PSOL-Rede; além das legendas Avante, MDB, PDT, PL, Podemos, Progressistas, PSB, PSD, Republicanos e União Brasil.

A divisão do fundo é estabelecida pela Lei dos Partidos Políticos, de 1995. As siglas que alcançam a cláusula de desempenho dividem, igualmente, 5% do total reservados a elas. O restante é repartido conforme a quantidade de votos obtidos pela legenda na última eleição para a Câmara dos Deputados.

PF conclui apuração e diz ao STF que não há provas de que Renan Calheiros recebeu propina da Transpetro

A Polícia Federal concluiu as investigações sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, e afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não encontrou provas de que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) recebeu propina.

Ao informar o fim das apurações do inquérito aberto em desdobramento da operação Lava Jato, a delegada Lorena Nascimento disse que as investigações não conseguiram reunir provas que confirmassem delações premiadas que apontavam as vantagens indevidas.

“Após analisadas as provas materiais e ouvidos os supostos envolvidos, não se observou a existência de elementos que pudessem corroborar a hipótese criminal objeto da presente investigação. Os colaboradores ouvidos apresentaram versões, em parte, concordantes com os fatos, mas não foram aptas a trazerem aos autos ou a produzirem a partir delas, elementos de prova capazes de corroborá-las”, escreveu a delegada.

O inquérito investigou crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

As investigações partiram das delações de Sergio Machado (ex-presidente da Transpetro), Paulo Roberto Costa (ex-Petrobras), Luiz Fernando Maramaldo e Felipe Parente.

“O rastreamento do caminho do dinheiro em espécie pereceu no tempo, tanto em razão do longo lapso temporal, como em razão de não se vislumbrar um liame direto de que os valores entregues supostamente por Wilson Quintella Filho, ou por terceiros designados sob as orientações de Sergio Machado, tinham como destinatário final o parlamentar investigado”, afirmou a PF.

Depois de receber o material, o ministro do STF Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato, deve pedir que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o caso.

STF impõe derrota às plataformas e dá subsídio a apuração sobre ato golpista

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na quinta-feira (23) que autoridades e órgãos de investigação brasileiros podem requisitar informações diretamente a provedores de internet e plataformas digitais que têm sede no exterior, sem a necessidade de passar pela Justiça estrangeira. O resultado impõe uma derrota a empresas de tecnologia como Twitter, Facebook e Telegram.

O entendimento unânime dos ministros deve facilitar as investigações sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Os protestos que deixaram rastro de destruição no Palácio do Planalto, no Congresso e no Supremo, em Brasília, foram articulados majoritariamente pelas redes sociais.

“As grandes plataformas acabaram, por omissão, colaborando com os atos do dia 8 de janeiro. A organização desses atos não teria sido possível se elas tivessem um filtro mínimo, teriam não só avisado as autoridades como cessado essa propagação”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes.

O julgamento foi iniciado em outubro e suspenso por pedido de vista de Moraes. Os ministros seguiram o relator Gilmar Mendes e concluíram que, quando possível, os pedidos de informação devem ser direcionados a filiais ou escritórios no Brasil para agilizar o acesso a dados necessários em investigações penais.

Essa é uma prática que já vinha sendo usada por Moraes em investigações sensíveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, como os inquéritos das fake news, das milícias digitas e agora dos atos antidemocráticos, e também pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As empresas estrangeiras questionaram esses métodos na Corte.

Ao chancelar o mecanismo, o plenário do STF aumenta a pressão pela entrega de dados, em meio à resistência das plataformas em bloquear perfis e expor a comunicação dos usuários. O Telegram, por exemplo, foi multado em R$ 1,2 milhão por descumprir uma ordem judicial para bloquear a conta do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Moraes já chegou a tirar o aplicativo do ar no Brasil e citou o episódio como exemplo de coerção possível, se houver desobediência.

A facilidade com que os usuários conseguem apagar os conteúdos publicados nas redes sociais foi um dos pontos centrais no julgamento. A exclusão das postagens não isenta as plataformas de manter os registros de acesso, mas na prática dificulta a produção de provas nos casos em que as autoridades brasileiras não conseguem contato com os provedores no exterior.

Fazenda sinaliza volta dos impostos federais sobre a gasolina em março

A equipe econômica sinalizou que o governo irá voltar mesmo a cobrar os impostos federais sobre combustíveis em março. A medida provisória (MP) que desonera PIS e Cofins sobre a gasolina e o álcool, editada no governo Bolsonaro e prorrogada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, termina no dia 28 de fevereiro.

Na última sexta-feira (17), após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o economista-chefe da corretora Warren Rena, Felipe Salto, disse ao Estadão que Haddad confirmou a volta da tributação.

Na quarta-feira (22), em entrevista ao Estadão, o número 2 da Fazenda, Gabriel Galípolo, afirmou que, até agora, a decisão é pela reoneração. “A informação que nós temos hoje é de que sim, a desoneração termina agora no dia 28” disse. “No momento, como está no ponto de vista legal, no dia 28 se encerra o subsídio sobre gasolina. É isso que a gente tem colocado no momento. Mas sempre essas avaliações são considerando uma série de outras perspectivas para além da econômica”, afirmou.

Nesta quinta-feira (23), o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que, conforme a MP editada pelo governo federal no início de janeiro, a reoneração da gasolina está prevista para o começo de março. O presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, se encontra no final da tarde de hoje com Lula.

A desoneração de impostos federais sobre combustíveis foi aprovada no ano passado, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a fim de minimizar a alta de preços em meio à corrida eleitoral. A medida foi prorrogada por dois meses pelo presidente Lula no dia 1º de janeiro.

Com o fim da desoneração, a gasolina deverá aumentar em R$ 0,68 por litro nos postos, segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O aumento acontece em um momento em que a Petrobras tem alguma gordura para queimar, por praticar preços mais altos do que o mercado internacional.

Sua concorrente principal no Brasil, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, reduziu na última quarta-feira o preço da gasolina em R$ 0,29 por litro. Nas contas da Abicom, sem a prorrogação da isenção, o impacto da volta dos impostos no preço da gasolina nas refinarias será de R$ 0,79 pelo PIS/Cofins e de R$ 0,10 pela Cide. Nos postos, após a mistura do etanol, o impacto total do retorno dos impostos na gasolina será de R$ 0,68 por litro.

Congresso descarta nova âncora fiscal já em abril

Enquanto o governo busca passar otimismo com a tramitação da nova âncora fiscal, em elaboração pelo Ministério da Fazenda, parlamentares estão incomodados por não terem sido incluídos nas discussões. Congressistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast descartam a possibilidade, cogitada pela equipe econômica, de que a nova regra, que substituirá o teto de gastos, seja aprovada até abril, a tempo de ser incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.

O clima no Congresso, inclusive na cúpula, é de “indignação” com a forma como o debate sobre o tema tem sido tocado, à margem do Parlamento. Segundo fontes, esse sentimento tem sido externalizado até mesmo pelos presidentes Arthur Lira (PP-AL), da Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado.

Reclamações sobre “a falta de transparência e de participação do Congresso” têm sido feitas a interlocutores do governo, com pedidos para que sejam levadas, inclusive, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Três aliados próximos a Lira disseram à reportagem que o presidente da Câmara não tem demonstrado “nenhum interesse em fazer um debate atabalhoado sobre o assunto”, nas palavras de um deles. Como o Estadão/Broadcast mostrou semana passada, o assunto ainda está no âmbito da Fazenda, onde passa por debates com instituições internacionais, acadêmicos e economistas do mercado financeiro antes de chegar ao Congresso.

Americanas devolve 20% dos galpões utilizados para produtos do e-commerce

A Americanas, uma das gigantes do comércio eletrônico, já vinha devolvendo espaços de armazenagem antes do pedido de recuperação judicial em janeiro. E essa prática continuou no início deste ano.

A empresa fechou um centro de distribuição em Fortaleza (CE). Agora, a operação no Ceará terá como base o centro de distribuição em Recife (PE).

O enxugamento e a devolução de áreas de armazenagem preocupam as empresas gestoras de condomínios de galpões logísticos, especialmente os localizados em regiões nas quais a taxa de desocupação já é alta ou onde a varejista tem grande participação na ocupação dos armazéns.

Nestes casos, a devolução dos espaços pode ter impacto nos aluguéis.

Levantamento nacional feito pela SDS Properties, imobiliária especializada em galpões em condomínios logísticos, mostra que em 2022 a companhia chegou a ocupar 830 mil metros quadrados (m²) em condomínios.

Desse total, a empresa devolveu quase 20%. Foram desocupados 159 mil m² distribuídos entre Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP).

Neste ano, serão devolvidos mais 69 mil m² em condomínios logísticos localizados na Grande Curitiba (PR), Grande Porto Alegre (RS) e Hortolândia (SP).

“As devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados onde a vacância é elevada”, afirma Simone Santos, CEO da imobiliária e responsável pelo levantamento.

Agronegócio no Brasil dá salto em 20 anos e hoje equivale ao PIB da Argentina

A safra recorde de mais de 300 milhões de toneladas esperada para o Brasil neste ano evidencia à proporção que o agronegócio tomou dentro da economia brasileira.

Entre 2002 e 2022, o PIB agrícola do país saltou (em números deflacionados) de US$ 122 bilhões para US$ 500 bilhões, o equivalente a uma Argentina.

De acordo com o economista José Roberto Mendonça de Barros, o agronegócio brasileiro apresentou um crescimento extraordinário nos últimos 40 anos, com destaque para os últimos 20 anos.

“Diferentemente do que aconteceu no setor urbano, seja na indústria ou em serviços, o crescimento do agronegócio é persistente e essa é a primeira lição que o agro dá. Crescer sempre é mais importante do que crescer muito em alguns anos e cair nos anos seguintes. É um crescimento sustentável, o que torna o agronegócio bastante competitivo.”

Esse crescimento, segundo especialistas, está calcado no investimento em pesquisa e nas políticas públicas para o campo, que têm propiciado sucessivos recordes na produção agrícola.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve romper este ano a barreira das 300 milhões de toneladas de grãos, firmando-se como o terceiro maior produtor mundial de cereais, atrás da China e dos Estados Unidos.

Mineradora brasileira lidera ranking em Bolsa do Canadá

A Bolsa de Valores de Toronto destacou, em seu ranking Venture 50 de 2023, que exalta as empresas de melhor desempenho do Canadá e do mundo, a Sigma Lithium.

É uma mineradora com gestão brasileira, que ficou na primeira colocação do ranking, tendo um crescimento de 250% na capitalização de mercado e um aumento de 193% no preço das suas ações.

Os destaques dos outros setores avaliados pelo ranking ficaram com empresas canadenses. Em Energia, foi a Southern Energy Corporation; em tecnologia limpa, a First Hydrogen Corporation; em indústrias diversificadas, a The Westaim Corporation; e em tecnologia, a Kraken Robotics Inc.

As empresas da Venture 50 de 2023, ressalta o ranking, apresentaram um retorno financeiro médio de 73% e registraram um aumento médio de capitalização de mercado de 145%.

O desempenho foi especialmente forte entre as empresas de mineração e energia, que cresceram 174% e 89% respectivamente, comparado ao crescimento combinado de 34% entre outros setores.

Empresas têm maior onda de recuperação judicial em 3 anos

A onda de recuperação judicial esperada para 2020, por causa das restrições da pandemia, chegou com quase três anos de atraso. Nos últimos meses, as empresas tiveram de conviver tanto com o fim dos programas governamentais e o vencimento de dívidas renegociadas no passado pelos bancos quanto com juros altos (Selic de 13,75%, a maior desde 2017), inflação pressionada e consumo fraco.

Nesse cenário, companhias recorrem à Justiça para ganhar tempo, arrumar a casa e preservar o negócio. Em janeiro, o volume de recuperações judiciais requeridas foi o maior para o mês em três anos, segundo dados da Serasa Experian. E a perspectiva, segundo consultorias, é que haja um boom de pedidos de recuperação e de falências no primeiro quadrimestre.

Pesos-pesados do mercado e empresas tradicionais deram mostras de esgotamento financeiro. A Oi, que saiu da recuperação judicial em dezembro, fez um pedido de tutela à Justiça que indica uma segunda recuperação para honrar as dívidas da primeira. A DOK Calçados, dona da Ortopé, entrou com o pedido de proteção judicial contra seus credores.

Já a Pan, de chocolates, e a Livraria Cultura não resistiram e foram à falência (no caso da Cultura, revertida mediante liminar na semana passada). Além disso, a Americanas, em um caso particular de problemas nos balanços, também entrou com pedido de recuperação judicial. A Marisa, do setor de vestuário, optou por reescalonar a dívida de R$ 600 milhões fora do âmbito judicial.

Pelos dados da Serasa, 92 companhias pediram ajuda da Justiça para adiar o pagamento de dívidas em janeiro, segundo o levantamento da Serasa Experian obtido com exclusividade pelo Estadão. A alta é de 37,3% ante janeiro de 2022 e de quase 90% ante janeiro de 2021.

Além do grande volume de pedidos, chama a atenção nos resultados o aumento da fatia de companhias de grande porte que solicitaram recuperação judicial neste começo de ano.

Apesar de as micro e as pequenas serem maioria, com dois terços dos pedidos, no mês passado, 15 companhias de grande porte recorreram a esse instrumento jurídico. É quase triplo do ano anterior. “Quando vemos as grandes empresas tendo problemas, está feia a coisa”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, responsável pelo levantamento.

Gulfood 2023: Brasil estima US$ 4,5 bilhões em negócios

Na Gulfood 2023, uma das principais feiras de alimentos do mundo e a maior feira B2B do setor no Oriente Médio, que ocorreu entre 20 e 24 de fevereiro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), estima que o volume negociado chegue a US$ 4,5 bilhões, somando o montante de resultado em negócios imediatos com o dos 12 meses subsequentes ao evento.

E não é para menos: nesta edição, 5 mil empreendimentos de mais de 120 países participam da Gulfood.

Só nos pavilhões brasileiros são 68 empresas dos mais diversos setores, desde commodities como carnes e café, até alimentos funcionais e orgânicos.

Além disso, também com o apoio da Apex, outras 22 agroindústrias associadas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e 15 da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) integrarão pavilhões no setor de carnes.

Segundo a gerente do Agronegócio da ApexBrasil, Paula Soares, a Gulfood, assim como outras grandes feiras de alimentação em todo o mundo, é uma vitrine para os empresários do setor.

“Além das expectativas em fechar negócios, ao participar de grandes eventos de alimentos e bebidas como a Gulfood, a ApexBrasil pode contribuir para diversificar a pauta exportadora brasileira e, com esse intuito, levamos representantes de diversos setores, dos mais tradicionais aos mais inovadores. Outro ponto importante é fortalecer a credibilidade internacional do agronegócio e do setor de alimentos e bebidas no Brasil, como referência em segurança alimentar e em técnicas sustentáveis de produção, seja no campo, seja na indústria”, comenta.

Reestruturações de empresas saltam com calotes em alta e menor otimismo

Em meio ao estrangulamento financeiro das companhias iniciado na pandemia e agravado pela alta no calote de consumidores, cresce entre as empresas a busca por reestruturação. Consultorias como a Corporate Consulting e a Siegen, especializadas em reestruturar empresas, relatam um salto na demanda.

“Era algo previsível”, afirma Osana Mendonça, sócia de reestruturação judicial da consultoria KPMG, que espera um boom de recuperações judiciais, especialmente depois do carnaval.

Ela lembra o efeito cascata que deve ocorrer no mercado com os pedidos de grandes empresas, que acabam afetando também a situação financeira dos credores, geralmente outras companhias.

Com a crise sanitária, muitos negócios fecharam as portas. O governo injetou recursos na economia por meio de linhas especiais de crédito para atenuar as restrições. “As empresas se aguentaram em cima de dinheiro novo, que inibiu grande volume de demissões, recuperações judiciais e retardou o movimento falimentar por quase dois anos”, observa Luiz Alberto de Paiva, sócio-fundador da Corporate Consulting.

Foram dois anos com os bancos repactuando créditos, advogados segurando processos de execução, além das mudanças na lei falimentar por conta da pandemia, mas o quadro se deteriorou.

Atualmente com juros nas alturas, a aprovação de novos financiamentos está mais difícil e mais cara. Além disso, a inflação se mantém em níveis elevados. Esse cenário pressiona custos das empresas, que, ao mesmo tempo, veem as expectativas de melhora da economia e das vendas não se confirmarem.

Paiva conta que as empresas não estão conseguindo rolar as dívidas e buscam alternativas, como a negociação amigável, a recuperação extrajudicial e a recuperação judicial. Sua consultoria hoje conduz a reestruturação financeira de quase 40 grupos econômicos de médio porte que somam uma dívida de R$ 3,5 bilhões. Antes da pandemia, ele tocava, em média, sete ou oito reestruturações por mês.

“Acredito num pico de pedidos de recuperação judicial no primeiro quadrimestre. Depois, deve apaziguar”, afirma Paiva.

Cade aprova compra da Calçados Vicenza pela Arezzo

Em comunicado ao mercado, a Arezzo informou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição da Calçados Vicenza.

“A Companhia esclarece que, caso não haja qualquer manifestação do Tribunal do CADE ou de um eventual terceiro interessado no período, em 10 de março de 2023 será publicada certidão atestando o trânsito em julgado da referida decisão, que será então considerada definitiva”, informou a Arezzo no documento.

Segundo a Arezzo, a efetivação da operação de incorporação das ações da empresa é condicionada à verificação de outras condições precedentes.

As ações da Arezzo fecharam o pregão de ontem em baixa de 3,47%, a R$76,60. A média das estimativas de analistas compiladas pelo Investing.com é de um preço-justo de R$90,44, um potencial de valorização de 18,1%

Brasil não deve sofrer com suspensão de exportações à China como em 2021

Após o diagnóstico da doença conhecida como “mal da vaca louca” em um animal no Pará, a suspensão das negociações de carne bovina entre Brasil e China volta a ser uma realidade, assim como aconteceu em 2021.

Isso por causa de um protocolo firmado em 2015 entre os dois países, que impõe que as exportações bovinas brasileiras ao país asiático serão suspensas sempre que houver suspeitas de doenças no rebanho enviado. No entanto, diferentemente de dois anos atrás, quando houve um embargo chinês de mais de 100 dias, a situação atual é mais favorável à economia brasileira, que não deve sofrer “tanto” como naquela época, segundo especialistas consultados pela CNN.

“Nós temos nuances diferentes ao comparar a situação atual com aquele período. Em 2021, a China estava com o estoque cheio, pois nos anos anteriores tinha realizado compras recordes de gado. Mas dessa vez, no último trimestre de 2022, o país não comprou tanta carne e, portanto, não pode ser dar ao luxo de manter um embargo tão longo”, explicou Fernando Iglesias, diretor da consultoria Safras & Mercado.

Além disso, o especialista destaca que o Brasil é visto como uma opção mais atrativa frente a seus pares no mercado internacional. Isso porque o país tem maior capacidade de atender a demanda chinesa que os concorrentes.

“A situação do Brasil é favorável, pois os outros países estão vivendo um encolhimento do rebanho, o oposto do que ocorre por aqui. A exceção dos concorrentes é a Austrália, que também tem aumentado a produção, mas ainda conta com números bem mais baixos que os nossos”, pontuou.

O economista explicou que em 2021 a indústria teve que se readequar devido à paralisação nas negociações de mais de 3 meses. “Tivemos que guardar o produto em câmaras frias, em frigoríficos. O estoque ficou no limite, e estoque é custo. Tudo isso vai impactando os preços no mercado”, argumentou.

SELIC

No Boletim Focus, a mediana para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 12,75% ao ano, enquanto para o término de 2024 se manteve em 10,00%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,50% e 9,50%, nessa ordem.

Considerando apenas as 61 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 teve alta de 12,75% para 13,00%. Para o fim de 2024, subiu de 10,00% para 10,50%, com 60 atualizações na última semana.

Na Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, contra 8,50% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que subiu de 8,50% para 8,75%, de 8,25% há um mês.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (27), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,75%, ante 12,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

A estimativa para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) em 2023 cedeu no Boletim Focus divulgado na quarta-feira (22). A mediana passou de 4,60% para 4,58%. Para 2024, avançou de 4,07% para 4,14%. Quatro semanas antes, os porcentuais esperados eram de 4,69% e 4,03%, respectivamente.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (27), a projeção para o IGP-M ficou em 4,54%, ante 4,58% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,76% em fevereiro, informou na sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice acelerou na comparação com janeiro, quando ficou em 0,55%. Já o indicador acumulado em 12 meses desacelerou de 5,87% para 5,63%. Em fevereiro de 2022, o IPCA-15 foi de 0,99%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (27), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 5,90%, ante 5,89% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A mediana para a alta do PIB em 2023 passou de 0,76% para 0,80%, contra 0,79% há um mês. Considerando apenas as 58 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 0,78% para 0,97%.

Apesar de não ter sido divulgado ainda, o PIB de 2022 não faz mais parte do Boletim. Para 2024, o Relatório Focus mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50%, mesma projeção de um mês atrás.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (27), a projeção para o PIB ficou em 0,84%, ante 0,80 apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (20), sem operações na bolsa de valores, devido ao carnaval.

Na terça-feira (21), sem operações na bolsa de valores, devido ao carnaval.

Na quarta-feira (22), o Ibovespa fechou em queda, em sessão mais curta na volta do Carnaval, refletindo preocupações com os próximos movimentos de política monetária do Banco Central norte-americano. O índice Ibovespa teve queda de 1,85%, a 107.152,05 pontos. O volume financeiro somou R$ 17 bilhões.

Na quinta-feira (23), o Ibovespa fechou em alta, após um dia volátil acompanhando a troca de sinal nos pregões em Nova York, conforme os mercados seguem sensíveis a expectativas relacionadas ao ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos. O índice Ibovespa teve alta de 0,41%, a 107.592,87 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,3 bilhões.

Na sexta-feira (24), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 1,08%, a 106.427,02 pontos. Os ativos reagem à divulgação do PCE, reforçando resiliência da inflação dos EUA. Agora, os mercados esperam outro indicador, o de Sentimento do Consumidor (final) de fevereiro do país e falas de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), na tentativa de encontrar pistas sobre a velocidade dos juros básicos por lá à frente. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 1,67%, a 105.798,43 pontos. O volume financeiro somou R$ 18,9 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (24), por volta das 12h10, o dólar registrava alta de 1,1%, cotado a R$ 5,1921 na venda. Acompanhando a valorização externa da moeda norte-americana e dos retornos dos Treasuries em meio a expectativas pelo índice de preços PCE dos Estados Unidos. Esta é a medida de inflação preferida pelo Federal Reserve para determinar novas altas de juros no país.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (24) cotado a R$ 5,1987, encerrando a semana, encurtada pelo feriado de Carnaval, com ganhos de 0,72%. O dia foi marcado por uma rodada de fortalecimento da moeda americana no exterior, após leitura acima do esperado do índice de preços de gastos com consumidor (PCE, na sigla em inglês) nos EUA reforçar a perspectiva de mais elevações de juros pelo Federal Reserve.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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27/02/2023