Cenário Econômico Nacional – 06/03/2023

Cenário Econômico Nacional – 06/03/2023

Cenário Econômico Nacional – 06/03/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado financeiro prevê crescimento da economia em 0,84%

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,8% para 0,84%. A estimativa está no boletim Focus de segunda-feira (27), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,5%, a mesma previsão há nove semanas seguida. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, variou para cima, de 5,89% para 5,9% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,02%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,8% e 3,75%, respectivamente.

Para 2023 a previsão está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro dos intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em janeiro, puxado principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis, o IPCA ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Estoque de crédito no Brasil cai 0,3% em janeiro, diz Banco Central

O estoque total de crédito no Brasil caiu 0,3% em janeiro na comparação com dezembro, a 5,317 trilhões de reais, divulgou o Banco Central na segunda-feira (27).

No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou em 4,5%, contra 4,2% no mês anterior. O spread bancário no mesmo segmento ficou em 30,6 pontos percentuais, de 28,7 pontos em dezembro.

IGP-M recua 0,06% em fevereiro com novo alívio de commodities, diz FGV

Os preços de commodities importantes mantiveram trajetória de queda e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a cair 0,06% em fevereiro, depois de subir 0,21% no mês anterior.

A expectativa em pesquisa da Reuters para o dado divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) era de variação positiva de 0,05%. Em 12 meses, o índice passou a acumular avanço de 1,86%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 0,20% no mês, ante alta de 0,10% registrada em janeiro.

“O recuo dos preços de grandes commodities sustenta o IPA em queda e contribui para um novo recuo da taxa em 12 meses, que passou de 3,00% para 0,42%, o menor patamar desde março de 2018”, disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.

Entre os destaques do mês ele citou a soja, que acelerou a queda para 3,68%, de 0,92% em janeiro, e bovinos, que perderam 2,74% este mês, abandonando alta anterior de 0,65%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta para 0,38% em fevereiro, depois de subir 0,61% no mês anterior.

“A inflação ao consumidor também cedeu diante da contribuição menos intensa do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja variação média desacelerou de 2,04% para 0,46%”, explicou Braz. Nessa classe de despesa, a FGV destacou o comportamento do item passagem aérea, que acelerou a queda a 4,08% em fevereiro, de 0,21% em janeiro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,21% no período, de 0,32% antes.

O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

Taxa média de desocupação em 2022 ficou em 9,3%, diz IBGE

O ano de 2022 terminou com uma taxa média de desocupação de 9,3%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados na terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é inferior aos 13,2% registrados no fim de 2021.

Essa também é a menor taxa de desocupação desde 2015 (8,6%). A menor taxa da série histórica, iniciada em 2012, foi registrada em 2014 (6,9%).

Em relação à população desocupada média, o país totalizou 10 milhões de pessoas, queda de 3,9 milhões (-27,9%) em relação ao ano anterior. A população ocupada média no ano atingiu 98 milhões, 7,4% acima de 2021.

O nível médio de ocupação, ou seja, o percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão efetivamente ocupadas, ficou em 56,6% em 2022, segundo ano de crescimento consecutivo depois de atingir o menor patamar em 2020 (51,2%).

Considerando-se apenas o último trimestre de 2022, a taxa de desocupação ficou em 7,9%, a menor taxa para um quarto trimestre desde 2014 (6,6%). No último trimestre de 2021, o indicador havia ficado em 11,1%. Já no terceiro trimestre de 2022, a desocupação atingiu 8,7%.

No último trimestre de 2022, a população desocupada chegou a 8,6 milhões de pessoas, quedas de 9,4% (menos 888 mil pessoas) ante o terceiro trimestre daquele ano e de 28,6% (menos 3,4 milhões de pessoas) ante o quarto trimestre de 2021.

A população ocupada atingiu 99,4 milhões de pessoas, estável em relação ao terceiro trimestre e com alta de 3,8% (3,6 milhões de pessoas) ante o último trimestre de 2021.

Já o nível da ocupação do trimestre ficou em 57,2%, igualando-se ao trimestre anterior (57,2%) e subindo 1,6 p.p. na comparação com o quarto trimestre de 2021 (55,6%).

Dívida pública bruta fecha janeiro em 73,1% do PIB, mostra Banco Central

A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou janeiro em 73,1%, de 73,4% em dezembro, informou o Banco Central na terça-feira (28).

O setor público consolidado registrou um superávit primário de 99,013 bilhões de reais no primeiro mês do ano. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam um superávit de 90 bilhões de reais.

Renda média real do trabalhador fecha 2022 com queda de 1%

O rendimento médio real do trabalhador brasileiro fechou o ano de 2022 em R$ 2.715, valor 1% inferior ao registrado no ano anterior. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De 2020 para 2021, a renda média do trabalhador já havia caído 7% ao passar de R$ 2.949 para R$ 2.743, uma perda de 7,9% em seu poder de compra em dois anos.

Mesmo assim, analisando-se apenas o último trimestre de 2022, quando o rendimento médio ficou em R$ 2.808, houve ganhos para o trabalhador. A renda real cresceu 1,9% em relação ao terceiro trimestre do ano e 8,3% na comparação com o quarto trimestre de 2021.

A massa de rendimento real do trabalhador em 2022, a soma da renda de todos os trabalhadores, atingiu R$ 261,3 bilhões, uma alta de 6,9% em relação a 2021. É o maior valor da série histórica iniciada em 2021. O recorde é resultado do aumento da população ocupada, já que o rendimento médio caiu no ano.

Superávit comercial do Brasil recua 35% em fevereiro com queda em embarques de petróleo

O Brasil registrou em fevereiro um superávit comercial de 2,837 bilhões de dólares, com um recuo de 35% do saldo na comparação pela média diária com o mesmo mês do ano passado, em movimento que o governo atribuiu principalmente à queda nas exportações de petróleo e, em menor grau, de soja.

No mês, o país exportou 20,56 bilhões de dólares em bens, enquanto as importações somaram 17,723 bilhões de dólares, mostraram dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).

O saldo veio abaixo dos 3,1 bilhões de dólares esperados por analistas, segundo pesquisa da Reuters.

As exportações caíram 7,7% na comparação com fevereiro de 2022, pressionadas por uma redução expressiva nos embarques da indústria extrativa (-38,2%), com destaque para uma queda de 67,9% das exportações de óleo bruto de petróleo, que totalizaram 1,199 bilhão de dólares.

Questionado se esse movimento pode ameaçar estratégia anunciada na terça-feira pelo governo de impor uma taxação sobre as exportações de petróleo para cobrir uma reoneração menor dos combustíveis no mercado interno, o subsecretário de Comércio Exterior, Herlon Brandão, disse que ainda não é possível detectar uma tendência para as vendas do produto.

“A redução do volume na nossa visão foi pontual, em janeiro teve embarques grandes, em fevereiro houve queda, e é possível que em março seja grande”, afirmou em entrevista coletiva, ressaltando que o registro das exportações de petróleo é tradicionalmente volátil.

As exportações de soja sofreram uma queda de 3%, a 2,881 bilhões de dólares. Já as vendas externas de milho saltaram 256%, o que Brandão relacionou à reabertura do mercado chinês.

As importações tiveram um recuo de 0,9% no mês passado, também puxadas pelo setor extrativo (-29,1%), com destaque para o gás natural (-85%). As importações da indústria de transformação cresceram 2,1% no período.

PIB: Economistas esperam perda de fôlego e até retração no 4T22

Com efeitos da elevação da taxa de juros, a economia brasileira deve frear em relação aos trimestres anteriores, mas o ano passado deve ser de crescimento, puxado principalmente pela retomada dos serviços, na visão de economistas consultados pelo Investing.com Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados do Produto Interno Bruto (PIB) na quinta-feira (02). As projeções consensuais compiladas pelo portal indicam uma retração de 0,2% nos últimos três meses do ano, na comparação trimestral. Na base anual, a estimativa é de alta de 2,2%.

Em relatório macroeconômico, o Itaú detalhou que prevê que o crescimento brasileiro no quarto trimestre tenha apresentado estabilidade na margem, com ajuste sazonal, desacelerando frente ao crescimento de 0,4% do trimestre anterior. Na comparação anual, a projeção é de avanço de 2,2%. Caso a estimativa do Itaú de 0% seja confirmada, o crescimento para 2022 seria de 3,0%, puxado principalmente pelo setor de serviços, mas com altas também em indústria e agropecuária.

Claudio Considera, coordenador de Contas Nacionais do FGV/Ibre, concorda com a projeção consensual de retração trimestral de 0,2%, com estimativa de alta de 2,9% no ano de 2022 como um todo. Na visão do especialista, a injeção de recursos via Auxílio Emergencial possibilitou o retorno da aquisição de mais serviços.

“No ano, o crescimento se deve ao setor de serviços, principalmente, com recuperação muito forte após o isolamento social durante a pandemia. Os serviços sofreram uma queda muito grande e as pessoas usaram seus recursos para adquirir alguns bens duráveis. Depois, passaram a comprar serviços e reduziram a compra de duráveis. Isso fez com que a economia crescesse, sendo que o setor de serviços possui a maior representação dentro do PIB”, detalha Claudio Considera.

Já a desaceleração trimestral estaria relacionada aos efeitos da elevação da taxa de juros, com a necessidade de frear a inflação. Nesse cenário, a compra de bens duráveis, que geralmente ocorre em prestações, como geladeiras, fogões, carros, perderam espaço, com juros mais robustos, inadimplência em alta e perda no poder de compra diante dos aumentos nos preços.

IPC-Fipe sobe 0,43% em fevereiro

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo fechou fevereiro com alta de 0,43 por cento, após avanço de 0,63 por cento no mês anterior, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na quinta-feira (02).

O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.

PIB do Brasil cai 0,2% no 4º trimestre e fecha 2022 com crescimento de 2,9%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,2% no quarto trimestre deste ano frente ao trimestre anterior. Com isso, a economia brasileira fechou 2022 com expansão de 2,9%. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, chegou a R$ 9,9 trilhões em valores correntes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o quarto trimestre do ano retrasado, o crescimento do PIB foi de 1,9%.

O número do quarto trimestre ficou em linha com do esperado. As expectativas do consenso Refinitiv eram de queda de 0,2%. Já ante o mesmo trimestre de 2021, o resultado de 1,9% ficou abaixo dos 2,2% esperados.

Ainda segundo o IBGE, o PIB per capita alcançou R$ 46.154,6 em 2022, um avanço real de 2,2% ante o ano anterior.

A taxa de investimento em 2022 foi de 18,8% do PIB, enquanto o registrado em 2021 foi de 18,9%. Já a taxa de poupança foi de 15,9% (ante 17,4% em 2021).

A Agropecuária cresceu 0,3% no trimestre e os Serviços avançaram 0,2%, enquanto a Indústria variou -0,3%.

Em relação ao 4º trimestre de 2021, o avanço de 1,9% no último trimestre de 2022 representou o oitavo resultado positivo consecutivo.

Nessa base de comparação, foram registradas altas nos Serviços (3,3%) e Indústria (2,6%), enquanto Agropecuária caiu 2,9%.

Houve aumento de 3,0% no Valor Adicionado a preços básicos e de 2,1% no volume dos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

O resultado do Valor Adicionado nesta comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (-1,7%), Indústria (1,6%) e Serviços (4,2%).

A queda do Valor Adicionado da Agropecuária no ano decorreu do decréscimo de produção e perda de produtividade da atividade Agricultura, que suplantou as contribuições positivas das atividades de Pecuária e Pesca.

Na Indústria, o destaque positivo foi o desempenho da Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,1%), que teve bandeiras tarifárias mais favoráveis ao longo de 2022. A Construção (6,9%) também registrou crescimento.

As Indústrias de Transformação (-0,3%) tiveram desempenho negativo, causado principalmente pela queda da metalurgia de metais ferrosos; produtos de metal; produtos químicos; produtos de madeira e de borracha e plástico. As Indústrias Extrativas caíram 1,7% devido à queda na extração de minério de ferro.

Ministério dos Transportes não pode interferir na autonomia da ANTT, diz ministro

O ministro do Transportes, Renan Filho, afirmou no domingo (26), que a pasta não pode interferir na autonomia da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mesmo em caso de discordância. O ministro fez o comentário ao falar sobre a autorização concedida pela agência para o projeto de trem de alta velocidade que ligaria as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, conhecido como “trem-bala”.

Pelas redes sociais, Renan Filho afirmou que o tema tomou conta do noticiário durante a semana e gerou “avaliações divergentes”.

O ministro compartilhou trecho de entrevista concedida na última quinta-feira, 23, à CNN e reforçou que não há relação do projeto recém-autorizado com o governo federal, diferentemente do empreendimento idealizado durante a gestão de Dilma Rousseff, em 2012.

“Independente do projeto em questão, o Ministério dos Transportes não pode interferir na autonomia da ANTT, mesmo em caso de discordância, sob pena de infringir a Lei das Agências Reguladoras”, escreveu Renan Filho. “Acompanharemos todos os novos projetos autorizados e o devido cumprimento dos requisitos legais para que o Marco das Ferrovias seja cada vez mais um indutor da expansão de nossa malha.”

O ministro reiterou que a autorização da ANTT é derivada de uma proposta 100% privada, elaborada e apreciada nos termos do Marco Legal das Ferrovias. “Não há relação desse projeto recém-autorizado com o de 2012. Não é, portanto, uma ação do governo federal.”

A autorização foi requerida por uma empresa chamada TAV Brasil. Se o projeto for à frente, não haverá investimento público, já que a outorga foi concedida por meio do regime privado de autorização. Neste modelo, os riscos são assumidos pelos particulares.

Moraes decide que STF tem competência para julgar militares envolvidos nos atos de janeiro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos sobre os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, decidiu na segunda-feira (27) que a corte tem competência para julgar os crimes cometidos por militares nos atos antidemocráticos.

Editada em resposta a requerimento da Polícia Federal, a decisão de Alexandre de Moraes visa elucidar de uma vez qual o âmbito de investigação dos militares acusados de envolvimento nos atos antidemocráticos, se pela Justiça Militar ou pelo Supremo.

“Fixo a competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar os crimes ocorridos em 8/1/2023, independentemente dos investigados serem civis ou militares e defiro a representação da Polícia Federal e autorizo a instauração de procedimento investigatório para apuração de autoria e materialidade de eventuais crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas e polícias militares relacionados aos atentados contra a democracia que culminaram com os atos criminosos e terroristas do dia 8 de janeiro de 2023”, estabeleceu o ministro na decisão.

No dia 8 de janeiro, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro, defensores de um golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do STF. Há suspeitas de que haveria militares entre os invasores dos prédios públicos, além de suposta conivência dos que estavam em serviço com os manifestantes.

Parte dos vândalos, segundo os investigadores, esteve acampada em frente ao quartel-general do Exército em Brasília e retornou ao local após os ataques. O acampamento foi desmontado no dia seguinte ao episódio.

O STF é palco de uma série de inquéritos sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, seja para apurar a responsabilidade dos executores do vandalismo, seja para investigar as condutas de financiadores e incentivadores das ações.

Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, já foram instaurados mais de 80 inquéritos policiais sobre os ataques às sedes dos Três Poderes e ao menos 850 ações penais foram propostas.

Lula recria Conselho Nacional de Segurança Alimentar

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou na terça-feira (28) um decreto que recriará o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). O órgão foi desativado em 2019 pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Um levantamento divulgado em junho de 2022 mostrou o Brasil tem cerca de 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente, quase o dobro do contingente em situação de fome estimado em 2020. O levantamento foi feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).

A cerimônia teve início às 11h, no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença de ministros, autoridades e representantes da sociedade civil. Na ocasião, serão reempossados os conselheiros e a presidente da entidade, Elisabetta Recine, que faziam parte quando ela foi desativada, em janeiro de 2019.

Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Lula afirmou que combater a fome seria o “compromisso número um” de seu governo.

“Nosso compromisso mais urgente é acabar com a fome outra vez. Não podemos aceitar que milhões de pessoas nesse país não tenham o que comer. Este será novamente o compromisso número um do meu governo”, disse.

Órgão de assessoramento imediato à Presidência da República, o Consea é um espaço institucional para a participação e o controle social na formulação, no monitoramento e na avaliação de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional.

Criado em 1993, pelo então presidente Itamar Franco, o Consea foi revogado dois anos depois e substituído pelo programa Comunidade Solidária na gestão de Fernando Henrique Cardoso.

Ao chegar à Presidência em 2003, Lula restabeleceu o projeto e iniciou um período de intensa participação social na construção de políticas na área de segurança alimentar.

Ex-deputado Rodrigo Agostinho toma posse como novo presidente do Ibama

O ex-deputado-feral Rodrigo Agostinho (PSB) tomou posse na terça-feira (28) como novo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Algumas autoridades acompanharam a cerimônia, entre as quais a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.

O Ibama tem, entre outras atribuições, a função de fiscalizar a execução de políticas relativas ao licenciamento ambiental e à autorização de uso dos recursos naturais.

Ex-prefeito de Bauru (SP), Rodrigo Agostinho foi indicado para o cargo por Marina Silva. A nomeação foi publicada no “Diário Oficial da União” no último dia 24 e foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Agostinho presidiu a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados e representou a Câmara na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 27), no ano passado, no Egito.

Durante a posse de Agostinho, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, comparou a atuação de funcionários do Ibama à atuação dos profissionais de saúde durante a pandemia, combatendo o “negacionismo”.

Economia não vai aguentar patamar dos juros e Banco Central precisa fazer sua parte, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira (01) que a economia brasileira não vai aguentar ter a maior taxa de juros do mundo, e disse que o Banco Central precisa “fazer a parte dele”.

Em entrevista ao portal de notícias Uol, Haddad repetiu comentários da véspera, de que a decisão do governo de reonerar a gasolina e o etanol atendem às condições para o início da redução da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, a mais alta entre as principais economias em termos nominais.

Juscelino Filho omite do TSE patrimônio de R$ 2,2 milhões em cavalos

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, escondeu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de ao menos R$ 2,2 milhões em cavalos da raça. Em agosto do ano passado, quando registrou sua candidatura a deputado federal, ele possuía ao menos 12 animais Quarto de Milha, adquiridos em leilões. Os cavalos são criados no haras dele em Vitorino Freire, no Maranhão, onde mandou asfaltar, com dinheiro do orçamento secreto, uma estrada que corta fazendas da família e passa na frente de sua pista de pouso.

O Estadão levantou o patrimônio oculto do ministro cruzando informações de entidades de criadores e de negociantes de animais; os valores foram atualizados. Num primeiro momento, a reportagem identificou registros de cavalos em nome de Juscelino no banco de dados da Associação Brasileira de Quarto de Milha (ABQM). A entidade, reconhecida pelo Ministério da Agricultura, mantém um serviço de certificados, que inclui o nome do proprietário, data de nascimento, sexo e pelagem dos cavalos.

Com os nomes dos animais registrados por Juscelino, a reportagem encontrou os animais em leilões realizados em Alagoas, Ceará, Maranhão, São Paulo e Sergipe, Estados estratégicos para o mercado de animais de vaquejadas. Foram assistidas a 56 horas de gravações, de 14 pregões.

A negociação dos cavalos, atividade paralela à política, não costuma aparecer nas redes sociais do ministro, usadas com frequência para divulgar suas tarefas ministeriais e momentos de sua vida privada. Nos leilões de animais, Juscelino é festejado pelos organizadores, que o tratam como dono do haras em Vitorino Freire. No papel, o estabelecimento pertence à irmã do ministro, a prefeita Luanna Rezende, e a Gustavo Marques Gaspar, um ex-assessor dele na Câmara.

Gaspar está nomeado na liderança do PDT no Senado. O Estadão ligou para o haras e conversou com um funcionário que afirmou não conhecer nenhum Gustavo Gaspar.

Em declaração à Corte Eleitoral, o ministro informou um patrimônio de R$ 4,457 milhões, com fazendas, carros, 50% de uma aeronave, um apartamento e o terreno onde está instalado o haras. O registro não inclui animais nem embriões. O valor declarado por ele é semelhante aos R$ 4,426 milhões que movimentou em leilões desde 2018. No período, além das compras, o ministro vendeu 14 animais da raça Quarto de Milha.

A declaração de bens é exigida pela Justiça Eleitoral para garantir que o eleitor possa acompanhar a evolução patrimonial do seu candidato e também para indicar se o postulante pode ou não doar dinheiro para sua própria campanha. Os dados são apresentados pelo próprio candidato e se ficar comprovado que ele mentiu pode ser responsabilizado.

Senadores definem que trabalharão só três dias por semana e três semanas por mês

Na primeira reunião após terem emendado o feriado de carnaval, os senadores decidiram se autoconceder semanas reduzidas de trabalho. Com aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi definido que só serão votados projetos às terças, quartas e quintas-feiras. Segundas e sextas terão sessões não deliberativas, o que significa que os parlamentares não precisarão trabalhar nesses dois dias, pois não será considerado falta.

Os senadores também instituíram o mês de três semanas. Funcionará assim: na última semana do mês, o trabalho será remoto e “com pauta tranquila”. Na prática, o senador só precisará trabalhar nove dias num mês em Brasília. O salário atual dos senadores é R$ 39,2 mil, mas o valor irá saltar para R$ 41,6 mil a partir de abril. O reajuste foi definido no final do ano passado.

O líder do Podemos no Senado, Oriovisto Guimarães (PR), defendeu a medida. “Acho que foi um avanço. Isto vai permitir um maior contato com a base de cada senador, uma semana por mês”, afirmou. Segundo o parlamentar, a decisão foi unânime entre os líderes partidários.

A semana curta costumava ser um hábito no Congresso para que os senadores e deputados pudessem voltar aos seus Estados. A pandemia, contudo, permitiu votações remotas. Mesmo com esse recurso, o privilégio de trabalhar apenas três dias na semana foi mantido.

Na reunião desta semana, os senadores decidiram ainda que às terça e quartas-feiras, o expediente começa só à tarde. O início programado é às 14h, mas votação mesmo só a partir das 16h. Estão liberadas no período da manhã, no entanto, sessões nas comissões temáticas. Os senadores só têm desconto no salário se faltarem nas votações em plenário, sessões que começam às 16h.

Após a publicação desta reportagem, o Senado enviou nota sustentando que a decisão apenas buscou revogar deliberações anteriores da Mesa Diretora da Casa que valeram para o período da pandemia. O Senado alegou ainda que o regimento da Casa prevê que sessões podem ocorrer de segunda a quinta-feira à tarde e sexta pela manhã. A decisão deste ano, no entanto, como mostrou o Estadão, já define que não haverá votações às segundas e sextas-feiras e ainda que as pautas da última semana do mês devem ser “tranquilas”, evitando temas polêmicos que exijam quórum qualificado.

Lula retira agência de inteligência da esfera militar e a coloca sob Casa Civil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou em decreto publicado na quinta-feira (02) a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) da esfera do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), tradicionalmente comandado por um militar, e a colocou subordinada à Casa Civil da Presidência da República.

Haddad descarta recessão e culpa governo Bolsonaro por queda do PIB no 4º trimestre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse não trabalhar com a possibilidade de recessão econômica e afirmou que a retração do PIB verificada no último trimestre de 2022 é um reflexo da alta dos juros promovida pelo Banco Central em reação a medidas tomadas pelo governo anterior no período eleitoral.

“Todo o desafio do Ministério da Fazenda, da área econômica, é reverter esse quadro e promover uma curva ascendente do crescimento do PIB. Neste momento, ela está descendente”, afirmou Haddad a jornalistas na portaria do ministério.

Ele disse que não trabalha com a perspectiva de uma recessão, que pode ser caracterizada por dois trimestres consecutivos de retração da atividade. “Mas evidentemente a manutenção das taxas nesse patamar enseja uma desaceleração da economia”, acrescentou.

Os comentários vieram depois de o IBGE ter informado mais cedo que o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu 0,2% no quarto trimestre de 2022 sobre o trimestre imediatamente anterior, mas acumulou no ano uma alta de 2,9%.

Mais tarde, o ministro voltou a comentar o desempenho do PIB, reiterando que o quadro desfavorável ao governo passado nas eleições levou a administração a tentar reverter a situação “de forma desesperada”.

“E isso trouxe consequências para todos nós”, disse Haddad, acrescentando que o cenário levou o BC a tomar decisão muito drástica de levar os juros a patamar elevado para reduzir a inflação.

“Temos que harmonizar, como eu sempre digo, a política fiscal e a política monetária, para que o Brasil não desacelere, mas, pelo contrário, retome as suas atividades econômicas com preocupação com o crédito e o investimento, que é isso o que nós estamos buscando. Não é só abaixar os juros, é fazer o que estamos fazendo.”

Questionado sobre a política de preços para os combustíveis, Haddad disse que o tema está sendo tratado pelo Ministério de Minas e Energia e que a ideia é “encontrar alternativas para que não pese no bolso do consumidor as eventuais variações de preço internacional que penalizaram muito o consumidor no último governo”.

Lula indica ex-diretor geral da PF Luiz Fernando Corrêa para comandar a Abin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Luiz Fernando Corrêa, ex-chefe da Polícia Federal (PF), para o cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A indicação foi publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira (04).

Corrêa, que é delegado federal, será avaliado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.

Na quinta-feira (02), Lula havia transferido a Abin para a Casa Civil. No governo de Jair Bolsonaro (PL), a agência integrava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), sob o comando do general Augusto Heleno.

A Abin é o principal órgão de inteligência do país. Nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, a agência alertou autoridades do Distrito Federal sobre o perigo dos manifestantes, que acabaram invadindo as sedes dos três poderes em Brasília.

Luiz Fernando Corrêa já trabalhou no governo Lula. Foi secretário nacional de Segurança Pública entre 2003 e 2007. Também atuou, entre 2011 e 2016, na equipe de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, e foi diretor-geral da Polícia Federal entre 2007 e 2011.

Confiança da indústria do Brasil cai em fevereiro ao menor nível desde meados de 2020

A confiança da indústria no Brasil caiu em fevereiro para seu menor patamar em mais de dois anos e meio, com piora na percepção de empresários sobre o futuro do setor, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira (27).

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) teve queda de 1,1 ponto na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados da FGV, chegando a 92,0 pontos em fevereiro. A leitura marcou o menor nível desde julho de 2020 (89,8 pontos).

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede o sentimento dos empresários sobre o momento presente do setor industrial, caiu 0,3 ponto neste mês, para 92,8 pontos, segundo a FGV.

Já o Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, despencou 1,8 ponto para 91,4 pontos, mínima desde julho de 2020 (90,5 pontos).

“As perspectivas futuras voltam a ficar mais pessimistas com empresários projetando queda na produção e nas contratações para o primeiro semestre”, explicou em nota Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.

“O resultado, contudo, é bem heterogêneo com perspectivas mais favoráveis para a categoria de bens não duráveis”, ponderou o especialista. “Apesar de ligeira melhora da demanda interna, os resultados mostram aumento do nível dos estoques. O cenário ainda parece indefinido para a indústria, com sinais diversos entre os diversos segmentos.”

Em janeiro, 78% de negociações salariais tiveram ganhos reais, mostra Fipe

Mesmo com o fantasma do baixo crescimento rondando as expectativas dos agentes econômicos, em janeiro, os trabalhadores conseguiram ganho real de em média 1,1 ponto porcentual acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). É o que mostra o Boletim Salariômetro da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP).

Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, a mediana das expectativas dos analistas do mercado no Boletim Focus do Banco Central (BC) aponta para um crescimento de apenas 0,84%.

Outra boa notícia trazida pelo Salariômetro é a que dá conta de que 78% das negociações salariais no primeiro mês de 2023 conquistaram este ganho real de 1,1 ponto porcentual acima do INPC. Esse porcentual é 2,68 vezes maior que os 29% das negociações salariais que conquistaram ganho real acima da inflação em 2022.

Segundo a Fipe, esses movimentos ocorreram apenas três vezes nos últimos 12 meses: em outubro e dezembro de 2022, e agora em janeiro. E os ganhos salariais acima de inflação tendem a se manter em fevereiro.

Uma prévia do Salariômetro deste mês mostra que de todas as negociações salariais fechadas, 85,7% tiveram reajustes acima da variação do INPC.

“A projeção do INPC para o primeiro semestre indica ampliação do espaço para a manutenção dos ganhos reais nos reajustes salariais”, escrevem no Boletim Salariômetro os técnicos da Fipe.

Diretor financeiro do Carrefour Brasil renuncia a cargo

O Carrefour Brasil informou na terça-feira (28) que o vice-presidente financeiro David Murciano decidiu renunciar ao cargo, com efeito a partir de 1º de março, segundo comunicado ao mercado.

A companhia, também dona do atacarejo Atacadão, informou que Murciano citou que pretende “retornar para sua família na Europa”.

Para ocupar o lugar de Murciano, o grupo indicou interinamente o presidente-executivo da companhia, Stéphane Maquaire, até encontrar um substituto para a posição.

Confiança do Comércio sobe 3 pontos em fevereiro ante janeiro, a 85,8 pontos, diz FGV

O Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 3,0 pontos na passagem de janeiro para fevereiro, para 85,8 pontos, a primeira alta desde setembro de 2022, informou na terça-feira (28) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 0,5 ponto, a quarta redução consecutiva.

“A confiança do comércio volta a subir em fevereiro depois de quatro meses com fortes quedas ou estabilidade. A alta do mês foi influenciada por uma melhora da percepção dos empresários em relação à situação atual, mas é necessário cautela porque os resultados positivos recuperam apenas parte do que foi perdido desde o final de 2022”, avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Conforme Tobler, pelo lado das expectativas, se observa uma acomodação em nível baixo, com pouca variação nos últimos meses, demonstrando que ainda existe preocupação com o futuro.

“Os próximos resultados serão importantes para mostrar se a alta deste mês sinaliza o início de uma recuperação ou apenas uma manutenção da confiança em patamar baixo. O segundo cenário parece mais provável considerando a expectativa de desaceleração econômica no início de 2023”, completa o coordenador.

Em fevereiro, houve melhora na confiança em cinco dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) avançou 6,7 pontos, para 86,6 pontos, após quatro meses de quedas consecutivas. O Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 0,8 ponto, para 85,7 pontos.

A Sondagem do Comércio de fevereiro coletou informações de 739 empresas entre os dias 1º e 24 do mês.

Setor de máquinas tem quedas de faturamento e capacidade ocupada em janeiro, diz Abimaq

A indústria de máquinas e equipamentos teve queda de 6,4% na receita líquida total em janeiro sobre o mesmo período do ano passado, a 20,25 bilhões de reais, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação do setor, Abimaq.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos em janeiro recuou 10,1% frente a um ano antes, informou a entidade, enquanto o nível de ocupação de capacidade instalada da indústria caiu pelo quinto mês seguido em janeiro, para 75,5%.

“Janeiro começou com mesma tendência de desaceleração da atividade, o que torna a análise do setor um pouco mais preocupante”, disse a diretora-executiva de economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella, a jornalistas. “Começamos o ano bem mais fraco do que gostaríamos”, acrescentou.

Segundo ela, itens que pressionaram na queda da receita no mês passado incluíram máquinas agrícolas, máquinas para bens de consumo e máquinas de transformação, enquanto, do outro lado, o que segurou o recuo foram segmentos como peças de reposição, indicando hesitação dos industriais em fazerem novos investimentos diante das incertezas da economia.

“A reforma tributária ainda que não traga resultados rápidos, só o fato de haver o andamento do tema tende a trazer confiança nos mercados e possivelmente atração de investimentos”, disse Zanella. Ela acrescentou que o mesmo ocorre com a definição sobre o novo arcabouço fiscal do país, que está sendo prometido pelo governo para março.

Em janeiro, a carteira de pedidos da indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve queda de 2,4% ante dezembro, para 11,2 semanas.

A Abimaq divulgou no final de janeiro expectativa de crescimento do faturamento do setor em 2023 da ordem de 2,3%, com viés de baixa, mas após o desempenho divulgado na terça-feira (28), deve refazer a projeção em função dos novos números.

No segmento de máquinas agrícolas, que tem registrado expressivas quedas desde o final do ano passado, a expectativa é de recuo de pelo menos 10% se os juros seguirem elevados e não houver mudanças no Plano Safra, que esgotou recursos em outubro, disse Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq.

“A janela de investimentos (pelos agricultores) ficou ruim e o próximo Plano Safra é só em julho. Por isso, teremos um primeiro semestre bastante ruim e dificilmente vamos recuperar isso no segundo semestre”, disse Estevão.

Hapvida registra prejuízo de R$ 316,7 milhões no 4º trimestre de 2022

A Hapvida registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 200,2 milhões reportado um ano antes. No critério ajustado, teve lucro líquido de R$ 161,14 milhões, 56,1% menor ante igual intervalo de 2021.

O Ebitda consolidado ficou em R$ 528,9 milhões, alta de 36,2% na comparação anual. No parâmetro ajustado, a cifra chegou a R$ 598,7 milhões, 52% maior do que um ano antes. Já a receita líquida consolidada somou R$ 6,502 bilhões entre outubro e dezembro de 2022, 150,2% acima do quarto trimestre de 2021.

No release de resultados, a empresa explica que as demonstrações financeiras consolidadas findas em 31 de dezembro de 2022 do Hapvida incluem os onze meses das operações da Notre Dame Intermédica. O período comparativo considera apenas os dados contábeis divulgados à época, ou seja, somente os dados do Hapvida.

A Hapvida inaugurou seis novas unidades no trimestre, sendo três clínicas e três unidades de diagnóstico. Com isso, encerrou o período com 87 hospitais, 75 unidades de pronto atendimento, 328 clínicas e 271 unidades de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, totalizando assim 761 pontos de atendimento próprios.

O tíquete médio de saúde da Hapvida subiu 3,8% ante um ano antes, mas caiu 5,3% em Odonto. Já o tíquete médio de saúde da NDI aumentou 9,1% na mesma base comparativa e o valor médio mensal de planos odontológicos reduziu 0,1%, refletindo a estratégia de cross-selling com planos de saúde.

Brandão: redução das exportações em fevereiro decorre da queda do volume e preços

O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, explicou há pouco que a redução das exportações registrada em fevereiro decorre mais pelo volume, mas também pelos preços.

Em relação aos bens agropecuários com queda de volume, Brandão destacou principalmente a soja. O volume exportado do produto caiu 12,5% em fevereiro.

“O embarque de soja está mais atrasado em relação ao embarque do ano passado por conta da safra. A safra aconteceu em um momento mais adiantado no ano”, disse Brandão, durante apresentação da Balança Comercial de fevereiro de 2023.

Brandão também afirmou que óleos brutos de petróleo registraram queda de 58,8% do volume exportado. Tais produtos, segundo ele, têm uma dinâmica diferente por serem muito voláteis. Em janeiro, por exemplo, houve alta e em fevereiro uma queda, segundo ele.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a taxação das exportações de óleo cru por quatro meses para compensar a reoneração parcial dos impostos federais sobre gasolina e álcool.

Brandão afirmou que são esperados que os preços das exportações fiquem abaixo do ano passado. A queda do volume de exportação registrada em fevereiro, por outro lado, não representa uma tendência, segundo ele.

Confiança do empresário sobe 0,6 ponto em fevereiro, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 0,6 ponto em fevereiro deste ano. Com o resultado, o indicador atingiu 89,2 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, e interrompeu uma sequência de quatro quedas seguidas.

O ICE consolida os quatro índices de confiança setoriais medidos pela FGV: indústria, comércio, serviços e construção.

O Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários no futuro, subiu 1,9 ponto e chegou a 87,9 pontos. Já o Índice da Situação Atual, que mede a percepção dos empresários sobre o presente, caiu 1 ponto e atingiu 89,9 pontos, menor nível desde fevereiro do ano passado (88,1 pontos).

A alta do ICE em fevereiro foi puxada pela confiança do comércio, que cresceu 3 pontos. Apesar do avanço o setor continua tendo o menor índice de confiança entre os quatro segmentos pesquisados (85,8 pontos).

Também teve alta o setor da construção (0,8 ponto), o qual se mantém como o segmento com maior confiança (94,4 pontos).

Por outro lado, a indústria recuou 1,1 ponto e atingiu 92 pontos, enquanto os serviços caíram 0,4 ponto e chegaram a 89,2 pontos.

SELIC

No Boletim Focus divulgado na segunda-feira (27), a mediana para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 12,75% ao ano, enquanto para o término de 2024 se manteve em 10,00%.

Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,50% e 9,50%, nessa ordem. Considerando apenas as 81 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 seguiu em 13,00%. Para o fim de 2024, cedeu de 10,50% para 10,25%, com 79 atualizações na última semana.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (06), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,75%, ante 12,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,06%% em fevereiro, informou na segunda-feira (27) o FGV IBRE.

Com este resultado, o índice acumula alta de 0,15% no ano e de 1,86% em 12 meses. Em fevereiro de 2022, o índice variara 1,83% e acumulava alta de 16,12% em 12 meses.

A queda do indicador interrompeu dois meses seguidos de alta – em dezembro, o índice variou 0,45%, e em janeiro, 0,21%. A expectativa em pesquisa da Reuters para o dado divulgado pela FGV era de variação positiva de 0,05%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (06), a projeção para o IGP-M ficou em 4,11%, ante 4,54% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Boletim Focus divulgado na segunda-feira (27), mostra um novo aumento nas projeções da inflação, pela 11ª vez consecutiva.

Agora, as expectativas do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano são de 5,9%, conforme as novas projeções do Boletim Focus. Na semana anterior a projeção para o IPCA neste ano era de 5,89%. Já a expectativa para o IPCA em 2024 segue em 4,02%. O mercado financeiro agora mantém as projeções de inflação para 2024, após cinco semanas de expectativas cada vez maiores com a inflação em 2024.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (06), os economistas mantiveram as estimativas do IPCA para 5,90%, ante 5,90% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9% no ano de 2022, divulgou na quinta-feira (02) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A atividade teve grande impulso do setor de serviços, o principal da economia brasileira, que acelerou principalmente no primeiro semestre. Estímulos fiscais dados à economia impulsionaram os números, junto com o chamado “efeito reabertura”, em que o retorno a bares, restaurantes, salões de beleza, turismo e outras atividades provocou um aumento expressivo do consumo.

No segundo semestre, porém, os dois fenômenos perderam força e causaram uma desaceleração gradual da economia. Resultado foi uma queda de 0,2% no 4º trimestre do ano, interrompendo uma sequência de cinco trimestres positivos. Ainda assim, em relação ao 4º trimestre de 2021, a atividade teve um avanço de 1,9% em 2022.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (06), a projeção para o PIB ficou em 0,85%, ante 0,84 apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (27), o Ibovespa fechou em queda, com o declínio de bancos contrabalançando o avanço de Petrobras, em pregão que teve as atenções voltadas para decisão envolvendo a reoneração de combustíveis. O índice Ibovespa teve queda de 0,1 %, a 105.694,02 pontos. O volume financeiro somou R$ 15,2 bilhões.

Na terça-feira (28), o Ibovespa fechou em queda, pressionado pela queda da Petrobras, após sessão volátil, com redução dos preços de combustíveis e expectativas para o resultado da petrolífera, particularmente anúncio sobre dividendos. As ações da mineradora Vale atenuaram as perdas do índice. O índice Ibovespa teve queda de 0,74%, a 104.931,93 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,8 bilhões.

Na quarta-feira (01), o Ibovespa fechou em queda, com Hapvida afundando mais de 30% após decepção com resultado trimestral, mas o movimento de baixa foi atenuado pelo forte avanço de Vale, enquanto agentes financeiros aguardavam a divulgação do desempenho da Petrobras no quarto trimestre de 2022. O índice Ibovespa teve queda de 0,52%, a 104.384,67 pontos. O volume financeiro somou R$ 32 bilhões.

Na quinta-feira (02), o Ibovespa fechou em queda, marcada pela repercussão dos resultados e dividendos anunciados pela Petrobras, enquanto EDP Brasil disparou após plano envolvendo o fechamento de capital. O índice Ibovespa teve queda de 1,01%, a 103.325,61 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,9 bilhões.

Na sexta-feira (03), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,80%, a 104.155,32 pontos. Encontrando respaldo na performance de praças acionárias no exterior e com Minerva entre as maiores altas. Acompanhando o desempenho positivo mercados internacionais, impulsionados pelas esperanças de moderação do ritmo de aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e de retomada da economia chinesa após dados positivos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,52%, a 103.865,99 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,6 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (03), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,40%, cotado a R$ 5,2249 na venda. Uma vez que o otimismo no mercado internacional era compensado por novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central. Lula voltou a criticar na quinta-feira o BC pela atual taxa de juros e alertou que o Brasil pode sofrer uma crise de crédito “logo logo” se a Selic, atualmente em 13,75%, não for reduzida pela autoridade monetária.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (03) cotado a R$ 5,2002, a  cautela em torno dos desdobramentos das críticas do presidente Lula ao Banco Central, reforçadas ontem após a divulgação do PIB do quarto trimestre, impediu que o real se beneficiasse de forma mais abrangente da rodada de enfraquecimento do dólar no exterior.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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06/03/2023