Cenário Econômico Nacional – 17/04/2023

Cenário Econômico Nacional – 17/04/2023

Cenário Econômico Nacional – 17/04/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas projetam inflação e crescimento maiores neste ano

Economistas esperam inflação e crescimento maiores em 2023, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (10).

Os economistas consultados pelo BC elevaram as estimativas para o IPCA de 2023 de 5,96% para 5,98%, enquanto o centro da meta do ano é de 3,25%. As estimativas para 2024, horizonte da política monetária do Banco Central, passaram de 4,13% para 4,14%. Para 2025, as perspectivas também foram iguais, em 4%.

Os economistas mantiveram a projeção da taxa básica de juros deste ano em 12,75%. A expectativa é de início do ciclo de afrouxamento para 2023, pois a Selic está em 13,75% hoje.

As projeções para 2024 e 2025 foram mantidas em 10% e 9%, respectivamente.

Os economistas elevaram as expectativas para o crescimento da economia brasileira em 202 de 0,90% para 0,91%. Para 2024, as projeções do PIB recuaram de 1,48% para 1,44%, enquanto para 2025 saíram de 1,80% para 1,76%.

IGP-DI passa a cair 0,34% em março com menor pressão do atacado, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou a cair 0,34% em março, deixando para trás a variação positiva de 0,04% vista em fevereiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira (10).

O resultado levou o índice a mostrar queda de 1,16% em 12 meses, o primeiro resultado negativo desde fevereiro de 2018, contra alta de 1,53% acumulada nos 12 meses encerrados em fevereiro. Em março de 2022, o IGP-DI acumulava elevação de 15,57% em 12 meses.

Alimentando a queda do índice geral, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do IGP-DI, acelerou a queda para 0,71% em março, de 0,04% em fevereiro.

“As principais contribuições para a queda da taxa do IPA partiram da soja (de -3,06% para -5,66%), do farelo de soja (de -1,23% para -7,66%) e da gasolina (de 5,66% para -3,91%)”, explicou em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.

Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do índice geral, acelerou a alta para 0,74% no mês passado, de 0,34% antes.

“Gasolina (de -0,26% para 8,66%) e energia elétrica (de -0,26% para 3,30%) foram os itens que mais contribuíram para a aceleração da inflação” ao consumidor, disse Braz.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,30% em março, ante 0,05% em fevereiro, sob influência da mão de obra, que registrou aumentos salariais via acordos coletivos firmados em fevereiro, segundo a FGV.

IPCA: Puxada pela gasolina, inflação ao consumidor sobe 0,71% em março

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71% no mês de março, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na terça-feira (11). Dessa forma, o indicador anual passou de 5,60% para 4,65%. A projeção de consenso era de uma alta de 0,78% no mês de março.

Essa é a primeira vez que o IPCA vai abaixo de 5% desde janeiro de 2021, quando atingiu 4,56%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,09%.

“Apesar do valor baixo acumulado, é importante destacar que nos meses de julho, agosto e setembro do ano passado tivemos uma deflação, algo que não deve voltar a acontecer neste ano”, pondera Celso Perera, diretor de investimentos.

Segundo o instituto, dos nove grupos de produtos e serviços avaliados, oito apresentaram elevação no mês passado. O maior impacto e variação foi registrada no setor de transportes, que subiu 2,11%, contra uma elevação de 0,37% no mês de fevereiro. Dentro desse grupo, a maior alta foi na gasolina, com alta de 8,33%, maior impacto do índice. Etanol teve acréscimo de 3,20%, enquanto gás veicular, por outro lado, apresentou uma baixa de 2,61% e diesel queda de 3,71%. Outra queda foi apontada em passagens aéreas, com 5,32% de desvalorização.

A única baixa foi em artigos de residência, com um recuo de 0,27%, item que tinha subido 0,11% em fevereiro. A queda foi influenciada pela retração em itens de televisão, som e informática, assim como eletrodomésticos e equipamentos.

Pelo lado positivo, um dos destaques foi em alimentação e bebidas, grupo com peso relevante, que subiu somente 0,05%. “Esse valor é ainda mais significante considerando que a alimentação no domicílio, a mais essencial, teve deflação. Esse movimento de arrefecimento parece ser um ajuste gradual das cadeias produtivas globais desde o segundo semestre de 2022, em um cenário de melhores safras agropecuárias e de recuperação da incidência da pandemia e da guerra entre Rússia-Ucrânia sobre os produtos agropecuários”, comentam Marco Caruso e Igor Cadilhac, do Banco Original.

A leitura do IPCA veio melhor do que as últimas três divulgações, destacam Daniel Karp e Felipe Kotinda, economistas do Santander. Para o banco, o principal destaque foi a desaceleração do indicador do núcleo, “com a ajuda de um alívio no núcleo de bens industriais”, apontam os Karp e Kotinda. Ainda que o núcleo de serviços tenha apresentado estabilidade, se for levada em consideração somente medida mensal anualizada e ajustada sazonalmente, os principais serviços desaceleraram na margem.

No entanto, mesmo que a inflação esteja abaixo de 5% e em desaceleração em relação a fevereiro, com alta mensal de 0,84%, economistas consultados pelo Banco Central no Boletim Focus projetam IPCA de 5,98% neste ano, acima do centro da meta de 3,25%, com limite de 1,5 ponto percentual.

FMI passa a ver crescimento abaixo de 1% para o PIB do Brasil em 2023

O Fundo Monetário Internacional reduziu a perspectiva de crescimento econômico do Brasil para este ano, passando a ver uma expansão de 0,9% em seu relatório Perspectiva Econômica Global, bem abaixo do cenário visto para a América Latina e Caribe.

A atualização das projeções, divulgada nesta terça-feira, representa uma redução de 0,3 ponto percentual em relação ao cálculo para o Produto Interno Bruto do Brasil feito em janeiro, quando o FMI elevou ligeiramente sua estimativa feita no mês anterior, e fica bem abaixo do crescimento efetivo de 2,9% registrado em 2022.

Para 2024, entretanto, o FMI manteve a expectativa de que o crescimento econômico brasileiro irá acelerar para 1,5%.

O cenário previsto pelo Fundo fica em linha com aquele calculado por analistas na pesquisa Focus do Banco Central, que veem um crescimento de 0,91% este ano e 1,44% no próximo.

Na contramão, o Banco Central aumentou no final do mês passado sua projeção de crescimento econômico em 2023 a 1,2%, contra patamar de 1,0% antes. O Ministério da Fazenda é, de longe, o mais otimista, calculando uma expansão de 1,61% para o PIB este ano.

O desempenho do Brasil estimado pelo FMI fica bem aquém daquele calculado para a América Latina e Caribe, região que segundo o relatório deve crescer 1,6% em 2023 e 2,2% em 2024.

E fica ainda mais longe das estimativas de crescimento para Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, respectivamente de 3,9% e 4,2% para este ano e o próximo.

“Para o mercado emergente e economias em desenvolvimento, as perspectivas econômicas são em média mais fortes do que para economias avançadas, mas essas perspectivas variam mais amplamente nas regiões”, apontou o FMI.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não concorda com avaliações de que o PIB do Brasil irá crescer menos de 1%, e disse que a economia do país avançará mais do que o estimado por aqueles que classificou como pessimistas.

O FMI também fez projeções para outros dados econômicos na revisão de seu relatório. O Fundo calcula que o Brasil terá em 2024 uma inflação em média de 5,0%, indo a 4,8% em 2024. Ao final de cada ano o aumento dos preços foi calculado em 5,4 e 4,1% respectivamente.

Pix bate recorde e supera 120 milhões de transações em um dia

Sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), o Pix bateu novo recorde. Pela primeira vez, a modalidade superou a marca de 120 milhões de transações em 24 horas.

Somente no último dia 6, foram feitas 122,4 milhões de transferências via Pix para usuários finais. A alta demanda não comprometeu o funcionamento da funcionalidade. Segundo o BC, os sistemas funcionaram com estabilidade ao longo de todo o dia.

O recorde anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro, com 104,1 milhões de transações num único dia. Naquela data, tinha acabado o prazo de pagamento da segunda parcela do décimo terceiro.

Criado em novembro de 2020, o Pix acumula 146,4 milhões de usuários, dos quais 134,8 milhões pessoas físicas e 11,6 milhões pessoas jurídicas. Em setembro de 2022, o sistema superou a marca de R$ 1 trilhão movimentados por mês.

Campos Neto diz que inflação no Brasil caiu, mas pressões permanecem e há deterioração de expectativas

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na quarta-feira (12) que a inflação no Brasil caiu, mas pressões permanecem em meio a um componente de demanda “relativamente forte”.

Em apresentação preparada para reunião com investidores organizada pela XP em Washington, Campos Neto disse ainda que as expectativas de inflação de longo prazo estavam ancoradas em 2022, mas desde novembro passado iniciou-se um processo de deterioração.

Dívida do Brasil deve ser de 88,4% do PIB em 2023 com aumento gradual, diz FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a dívida bruta do Brasil fechará 2023 em 88,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a instituição, a relação vai avançar nos próximos cinco anos, atingindo 96,2% em 2028.

Vale destacar que o FMI usa método diferente daquele adotado pelo Banco Central do Brasil para calcular a relação dívida/PIB. A autoridade monetária brasileira considera somente os títulos vendidos ao mercado em operações compromissadas. O Fundo leva em conta todos os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.

O Ministério da Fazenda projetou, ao apresentar a nova regra fiscal, a relação dívida/PIB para os próximos anos. Para 2023, o valor girou em torno de 75% do PIB. O FMI não menciona o recém-anunciado mecanismo de controle de gastos e destaca que os dados divulgados consideram “a política fiscal em vigência”.

A projeção do FMI para a dívida brasileira ficou acima da média prevista para o mundo emergente, registrada em 68,8% do PIB para 2023. Os únicos países deste grupo que superaram a relação brasileira foram a Ucrânia (98,3% do PIB) e o Egito (92,9% do PIB).

As métricas foram divulgadas pela autoridade internacional no chamado “Monitor Fiscal”.

Ao comentar a situação do Brasil individualmente, o FMI aponta que o saldo primário do Brasil deve piorar por conta “da extensão do suporte social” e dos “reflexos das reduções de impostos estabelecidas em 2022”. Por outro lado, diz que considera, sem dar mais detalhes, “medidas de compensação para diminuir o déficit”.

75% dos agentes projetam elevação da meta inflacionária em 2024 e 2025, diz estudo

Ainda que a inflação anual tenha ficado em patamar abaixo de 5% conforme indicador divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de analistas do mercado é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano acima da meta. O alvo definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 3,25%, com 1 ponto percentual e meio de limite, vem sendo alvo de críticas. “Se a meta de inflação está errada, muda-se a meta”, afirmou na semana passada o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levando em conta esse cenário, pesquisa realizada pela Warren Rena com agentes de mercado aponta que, para 75%, o CMN irá alterar as metas de inflação nos próximos dois anos.

O estudo foi realizado com 155 gestores, estrategistas e economistas de mercado, avaliando qual a percepção deles em relação a uma eventual alteração das metas de inflação e possíveis impactos.

O levantamento indica que 75% dos entrevistados acreditam que a meta de 2024 será alterada para 4,0%, com ou sem alteração das bandas. Além disso, para 34%, o principal catalisador de reancoragem das expectativas seria a leitura de que o novo arcabouço fiscal é crível.

Caso a definição seja de um aumento na meta em um ponto percentual no ano que vem, 25% dos entrevistados estima alta de 0,50/0,75 bps no IPCA daquele ano. Outros 24%, no entanto, projetam estabilidade.

O estudo aponta que 42% dos entrevistados acreditam que o sistema de meta por ano calendário será mantido, enquanto 39% projetam substituição por meta de médio prazo e 17% por horizonte de média móvel da inflação no médio prazo.

Para 57% dos entrevistados, o novo arcabouço fiscal apresentado não gera impacto relevante sobre as expectativas de inflação de 2024. Para 25%, o impacto é altista.

Além disso, 45% afirmam que a regra não resulta em mudança sobre as expectativas de inflação de 2025 e 2026. 33% avaliam que a alteração seria de piora.

Setor de serviços cresce 6,1% em janeiro, diz IBGE

O setor de serviços registrou alta de 6,1% em janeiro de 2023, ante o mesmo período de 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na sexta-feira (14). Com isso, o índice alcança sua vigésima terceira taxa positiva consecutiva.

Em relação ao volume de dezembro de 2022, quando alcançou o ponto mais alto da série histórica, o valor apresentou queda de 3,1%.

O gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, Rodrigo Lobo, explica ao observar a queda em relação a dezembro de 2022 é importante destacar que a base de comparação se encontrava em patamar elevado.

“O setor de serviços continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado, o que o coloca em um patamar 10,3% acima do nível pré-pandemia”, analisa.

A maior influência negativa no resultado do mês veio do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, registrando queda de 3,7% em janeiro.

Também mostrou destaque negativo o setor de outros serviços, com -9,9% em janeiro de 2023 na comparação com dezembro de 2022, quando havia subido 9,4%

Esta é a primeira divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas na sociedade.

Com piso e bônus do novo arcabouço fiscal, investimento federal deve se aproximar dos recordes históricos

Com o piso e os bônus previstos no novo arcabouço fiscal apresentado pelo governo, o investimento público federal deve se aproximar dos recordes da série histórica do Tesouro Nacional.

Especialistas, contudo, defendem que a regra deveria ser acompanhada de medidas que colaborassem para que todo o dinheiro que será gasto seja de fato usado em investimentos que darão retorno para a sociedade.

O novo arcabouço fiscal apresentado pelo governo para substituir o teto de gastos prevê duas medidas para garantir recursos para o investimento federal nos próximos anos:

Piso para investimento: pelo novo arcabouço, o investimento federal passará a ter um piso a cada ano. Esse piso será o valor aprovado no orçamento do ano anterior, corrigido, ao menos, pela inflação. Em 2024, por exemplo, o piso será de R$ 71,1 bilhões, valor do orçamento para investimento em 2023, mais a variação da inflação que for acumulada entre julho de 2022 e junho de 2023.

Bônus para investimento: há, para cada ano, uma meta de resultado primário (receitas menos despesas, exceto gastos com juros da dívida) das contas do governo federal. Essas metas terão uma banda de variação de 0,25 ponto porcentual para mais e para menos. Caso o resultado primário do governo fique acima do teto da banda, o excedente poderá ser utilizado para investimentos.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou em entrevista ao G1 e à GloboNews que a regra não terá um teto máximo para os investimentos no orçamento.

“Teto para investimento? Não. Dentro do bolo do orçamento, quanto mais investimento, melhor”, afirmou.

Haverá apenas um limite para o bônus, para evitar que uma receita extraordinária (não recorrente todos os anos) muito grande resulte num bônus igualmente grande.

Essa limitação do bônus não estava na proposta apresentada pelo Ministério da Fazenda no fim de março. Será incluída no novo arcabouço a partir das sugestões recebidas pela equipe econômica, explicou Ceron.

“Surgiu como sugestão quando a gente divulgou, e a gente não tinha pensado inicialmente, porque pode acontecer de entrar uma receita extraordinária muito forte e você ter um bônus muito grande. Em função disso é que a gente está de fato incorporando um limite para esse bônus, então vai ter lá um limite quantitativo.”

O valor estudado para limite do bônus é de um terço do total de investimentos previstos para o ano, o que daria algo em torno de mais R$ 25 bilhões em 2024, por exemplo. O secretário também disse que o valor do bônus poderá ser usado em um único ano ou em dividido em mais anos, decisão que caberá ao governo do momento.

Governo retira Correios e outras estatais de programa de privatização

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou um decreto que retira os Correios do Programa Nacional de Desestatização (PND) e revoga a qualificação de empresas e ativos no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

A decisão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União e, além dos Correios, outras estatais também foram retiradas dos programas.

Ao todo, sete empresas foram excluídas do Programa Nacional de Desestatização (PND) e três do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

PND

  • Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)
  • Empresa Brasil de Comunicação (EBC)
  • Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev)
  • Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep)
  • Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)
  • Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A. (ABGF)
  • Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A. (Ceitec)

PPI

  • Armazéns e imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
  • Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA)
  • Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras)
  • Planos de privatizações
  • Logo no começo de seu mandato, Lula determinou aos novos ministros que sejam tomadas providências para revogar os atos que dão seguimento às privatizações de estatais.

O despacho publicado no dia 2 de janeiro de 2023 justifica a medida em razão de uma “necessidade de assegurar uma análise rigorosa dos impactos da privatização sobre o serviço público ou sobre o mercado no qual está inserida a referida atividade econômica”.

Governo discutirá nova regra para gastos obrigatórios, afirma Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que pretende propor, no final do ano, novas normas para o crescimento de despesas obrigatórias e vinculações orçamentárias, gastos ligados a um piso ou crescimento de receitas.

Haddad não detalhou qual será o instrumento dessa nova regra, mas adiantou que pode incluir reajustes do salário mínimo, de servidores, pisos e vinculações para saúde e educação, por exemplo.

Além disso, o ministro afirmou que a revisão das desonerações deve acontecer somente após a aprovação da reforma tributária, que espera ser aprovada na Câmara até julho e, no Senado, em setembro ou outubro.

O ministro disse que o governo fará “até o final do ano” uma discussão sobre uma forma de conter as despesas obrigatórias e acabar com o “vai e vem” de vinculações e normas de reajustes.

“Queremos evitar isso que é recorrente: os governos progressistas revogam as desvinculações, os governos conservadores reintroduzem”, disse ele na entrevista.

“O que nós queremos discutir, depois da reforma tributária, é uma regra que acabe com esse vai e vem, que dê uma estabilidade maior e mais consistente para esse tipo de despesa”, completou.

“Desde 1988, nós temos esse problema. Veio o governo Fernando Henrique com a DRU [desvinculação de receitas]. O governo Lula repôs as perdas. Vieram os governos Temer e Bolsonaro e retomaram a desvinculação. Vem o nosso governo e repõe as perdas. Está na hora de a gente ter uma regra mais sustentável.”

Segundo ele, essa conversa não está no novo marco fiscal porque não tem como estar em uma lei complementar. Porém, explicou que como tem uma emenda constitucional que vai ou não ser prorrogada no final do ano sobre desvinculação, a pasta entende que, depois da reforma tributária, é um momento interessante para fazer essa discussão.

Na entrevista, Haddad também disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pediu nenhuma alteração nas propostas da nova regra fiscal.

“Quando levei, já era uma coisa bastante amadurecida. Sobre recomposição de despesas em saúde e educação, houve apenas discussão de como fazer. Levamos um consenso para o presidente do que todos esses atores entendiam pertinente.”

Brasil quitou 10% de dívidas com órgãos internacionais em 100 dias

Nos 100 primeiros dias de governo foram quitados R$ 526 milhões de dívidas do Brasil com órgãos internacionais, divulgaram os Ministérios do Planejamento e das Relações Exteriores.

Segundo o Planejamento, o Brasil ainda deve R$ 4,28 bilhões, que devem ser pagos ao longo de 2023. Dessa quantia, R$ 2,49 bilhões referem-se a dívidas de anos anteriores. O valor restante, R$ 1,79 bilhão, diz respeito a contribuições e integralizações a serem pagas este ano.

Antes do pagamento dos R$ 526 milhões, o país tinha iniciado o ano devendo R$ 4,806 bilhões a organismos estrangeiros. Dessa forma, o governo quitou até agora 10,9% dos débitos.

Entre os principais órgãos com os quais o governo pagou dívidas estão a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), a Secretaria e o Parlamento do Mercosul e o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). Também receberam pagamentos a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

Segundo a nota conjunta, o governo está engajado no equacionamento das dívidas do Brasil com organismos internacionais como meio de melhorar as condições para a retomada da atuação brasileira na esfera internacional. “Para tanto, enviará esforços para a execução financeira integral dos valores previstos na Lei Orçamentária Anual 2023 e dos valores inscritos em restos a pagar relativos ao exercício anterior, possibilitando a quitação integral dos débitos do país junto a tais organismos ao longo do ano corrente”, explicaram os ministérios.

No ano passado, o gabinete de transição informou que havia cerca de R$ 5 bilhões de dívidas do governo brasileiro com organismos internacionais. No fim de dezembro, o Itamaraty recebeu R$ 4,6 bilhões, que foram convertidos em restos a pagar para 2023.

Padilha diz que IPCA menor mostra acertos de Haddad e abre espaço para queda de juro

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a variação menor do IPCA, índice de inflação de referência utilizado pelo governo, mostra os acertos das medidas que vêm sendo adotadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que há espaço para uma redução da taxa básica de juros por parte do Banco Central.

“Estamos criando um ambiente para uma curva descendente dos juros no país, que estão desproporcionais. Hoje acabou de sair o IPCA, pela primeira vez desde 2021 tem o seu índice de inflação acumulado menor que 5%, desacelerou a inflação, o que mostra o acerto das medidas que vêm sendo tomadas pelo ministro Fernando Haddad”, disse Padilha a jornalistas, após reunião com líderes do governo na Câmara dos Deputados.

“A inflação está desacelerando, reforçando o ambiente para queda de juros no país”, acrescentou ele, que classificou o atual patamar da taxa Selic, de 13,75%, de “desproporcional”, fazendo coro a demais autoridades do governo que criticam a atual política monetária.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o IPCA desacelerou em março e, no acumulado de 12 meses, ficou em 4,65%, nível mais baixo em cerca de dois anos.

Padilha também defendeu a necessidade da aprovação do novo arcabouço fiscal, recentemente anunciado por Haddad, e disse que o tema deverá ser tratado no Congresso como um assunto relevante para o país, e não como um embate entre governo e oposição.

“A aprovação do novo arcabouço fiscal cria um ambiente ainda mais positivo para quem quer investir no país, para a segurança econômica, para a previsibilidade”, disse.

O ministro, no entanto, disse que ainda não há uma data para o envio formal do texto detalhado da proposta ao Legislativo.

“O ministro Haddad e a equipe econômica estão se dedicando à conclusão do texto, não tem data definida para encaminhar”, afirmou.

Na segunda-feira (10), Haddad disse que o governo tem até a sexta-feira (14) para encaminhar o texto ao Congresso.

Congresso instala comissões mistas para analisar MPs do governo Lula

O Congresso Nacional instalou comissões mistas que irão analisar Medidas Provisórias editadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A instalação ocorre em meio à disputa entre a Câmara dos Deputados e o Senado sobre o rito de tramitação das comissões. As comissões instaladas são resultado de acordo de deputados e senadores.

Foram instalados os colegiados que irão analisar as medidas provisórias que tratam do novo Bolsa Família (MP 1.164/2023), do novo Minha Casa Minha Vida (MP 1.162/2023) e da reestruturação dos órgãos do Poder Executivo (MP 1.154/2023).

A MP da reestruturação ministerial, que agora tem 31 ministérios e seis órgãos com status de ministério ligados à Presidência da República, teve prazo prorrogado e precisa ser votada pela comissão mista e pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado até o dia 1º de junho. Caso isso não ocorra até a data, perderá a validade.

No total, o governo tem na fila 12 MPs com vencimento até início de agosto na fila.

As MPs têm força de lei, ou seja, entram em vigor imediatamente quando são enviadas pelo presidente da República para análise do Congresso Nacional. O prazo de vigência é de 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período se a votação na Câmara e no Senado não tiver sido concluída.

Além da instalação, foram definidos presidentes e relatores das comissões.

A comissão da MP do Bolsa Família será presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES). A comissão da MP do Minha Casa Minha Vida terá como presidente o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e o relator, deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP). Foi escolhido para presidir a comissão da MP da reestruturação ministerial o senador Davi Alcolumbre (União-AP), com relatoria do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Alckmin nega mudanças em texto da regra fiscal e diz que proposta irá ao Congresso na próxima semana

O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou na quarta-feira (12) que o texto com a proposta da nova regra fiscal será enviado na próxima semana ao Congresso Nacional.

“A LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] até sexta-feira [vai ao Congresso]. Ela traz somente as diretrizes, o orçamento vai ser detalhado à frente. E a ancoragem fiscal certamente semana que vem”, afirmou.

Alckmin foi perguntado ainda se a proposta sofreu mudanças em relação aos termos apresentados pelo ministério da Fazenda no último dia 30. Ele negou qualquer alteração.

Durante participação em um evento do setor de infraestrutura, Alckmin reforçou a intenção do governo de lançar o que chamou de “grande programa de desenvolvimento”. Segundo ele, o projeto contará com investimentos públicos e privados.

O presidente em exercício exaltou ainda a desaceleração da inflação do mês de março, registrada em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE).

“Inflação não é socialmente neutra, a inflação tira do mais pobre, e passa para o mais rico. Então a queda da inflação é muito importante. E ela ajudará na política monetária, que é a redução do custo do dinheiro, que é um fator fundamental para a atividade econômica”, finalizou.

Lula visita fábrica da Huawei e abre série de encontros com empresas chinesas

Em sua passagem pela China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou, na quinta-feira (13), a fábrica da gigante de tecnologia chinesa Huawei, em Xangai. A visita incluiu um encontro com executivos da companhia.

Lula esteve no centro tecnológico durante a madrugada de quinta (13), no horário de Brasília, o que equivale ao período da tarde em Xangai. A expectativa era de um acordo para uma parceria no desenvolvimento de tecnologia de monitoramento.

O presidente não falou com a imprensa. No Twitter, ele disse que a empresa fez uma apresentação sobre o 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade.

A agenda do petista no país comunista tem gerado incômodo junto a diplomatas americanos, segundo relatos feitos à CNN. Os Estados Unidos e a China têm protagonizado troca de acusações sobre espionagem.

Esse foi o segundo compromisso oficial do mandatário em sua passagem pela China. Antes, esteve com a nova presidente do Banco dos Brics, a ex-presidente da República Dilma Rousseff.

Dilma toma posse como presidente do Banco dos Brics em Xangai

A ex-presidente Dilma Rousseff tomou posse formalmente no comando do chamado Banco dos Brics na quinta-feira (13), em Xangai, cidade sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, da sigla em inglês). Seu mandato vai até julho de 2025.

Em seu discurso, Dilma disse que reconhece “o desafio de prover e garantir financiamento na escala adequada para atender as necessidades econômicas, sociais e ambientes dos nossos países”.

Ela ressaltou que o NDB fica comprometido com as prioridades que os governos apresentam para o banco.

“Assumir a presidência do NBD é, sem dúvida, uma grande oportunidade de fazer mais para os países do Brics, mas não somente para os seus membros, mas também para os países emergentes e em desenvolvimento”, declarou.

Dilma ainda anunciou que além dos cinco países BRICS, “nós temos mais três integrantes: Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve presente e discursou na cerimônia. Em seu discurso, o chefe do Executivo disse que a criação do NDB mostra que a união dos países emergentes tem grande potencial e é capaz de criar mudanças sociais e econômicas relevantes para o mundo.

“Pela primeira vez um banco de desenvolvimento de alcance global é estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. Livre, portanto, das amarras e condicionalidades impostas pelas instituições tradicionais às economias emergentes. E mais, com a possibilidade de financiamento de projetos em moeda local”.

Banco Central tem “janela de oportunidade” para reduzir juros, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Banco Central tem uma “janela de oportunidade” para reduzir a taxa básica de juros e que essa medida será necessária para, de acordo com o ministro, destravar o mercado de capitais.

“Agora quero crer que o Banco Central tem uma janela de oportunidade que eu espero que seja aproveitada para que o Brasil possa pensar em crescimento econômico sustentável”, disse Haddad a jornalistas em Xangai, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita oficial à China.

Indagado sobre se conta com uma saída antecipada do cargo do presidente do BC, Roberto Campos Neto, alvo de críticas constantes de Lula, de aliados do presidente e de demais membros do governo, Haddad respondeu: “Não, eu conto com a baixa dos juros”.

Ao justificar a “janela de oportunidade” para a redução dos juros, o ministro mencionou a alta menor que a esperada na inflação anunciada nesta semana e a valorização recente do real frente ao dólar.

“Tudo está convergindo para aquilo que eu chamo de harmonizar o fiscal com o monetário. Tudo está convergindo nessa direção. Veja aí os efeitos da queda da inflação, o câmbio, o real mais valorizado, as variáveis se estabilizando, a curva de juros futuro caindo. Enfim, há sinais evidentes”, disse.

“É necessário (reduzir os juros), porque o mercado de capitais está travado aguardando as medidas da autoridade monetária”, acrescentou, afirmando ainda que “sem sombra de dúvida a taxa de juros inviabiliza muitos investimentos”.

Governo anuncia 20 acordos de empresas e entes públicos brasileiros em viagem à China

O governo brasileiro anunciou na sexta-feira (14) a assinatura de 20 acordos comerciais entre empresas e entes públicos do Brasil e da China durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país asiático, onde ele se encontrou com o líder Xi Jinping.

Além dessas negociações entre empresas, Lula assinou com o presidente chinês outros 15 acordos envolvendo os governos de Brasil e China. A CNN havia antecipado alguns desses acordos na quinta-feira (13).

Três dos acordos envolvem empresas do grupo JBS. A marca Seara acertou a compra de 280 caminhões elétricos da JAC Motors, que serão utilizados na distribuição local de produtos no Brasil.

A marca Friboi fechou acordo para utilizar estrutura de distribuição de produtos da WHG na China. Já própria JBS firmou parceria com o Banco da China para crédito para exportação, com prazo de até 4 nos.

Entre os acordos, também está uma parceria entre Eletrobras e State Grid para projeto de revitalização do sistema de transmissão da hidrelétrica de Itaipu.

Azul tem alta de 8,1% no tráfego de passageiros em março na comparação anual

A Azul registrou crescimento de 8,1% no tráfego consolidado de passageiros em março frente ao mesmo mês do ano passado, enquanto a capacidade aumentou 9,4% na mesma base de comparação.

Com tal desempenho, a taxa de ocupação dos voos da companhia ficou em 77,8% no mês passado, ante 78,7% um ano antes.

“Em março, a forte receita corporativa do período pós-Carnaval nos levou a atingir o maior RASK do trimestre. No mês também alcançamos um marco importante com o lançamento da nossa malha expandida no aeroporto de Congonhas, no centro de São Paulo. Mais do que dobramos nossa operação para 96 voos diários, atendendo os maiores destinos corporativos e oferecendo rotas alternativas”, disse em nota o CEO da Azul, John Rodgerson.

Produção industrial recua em janeiro em oito locais pesquisados

A Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou queda de 0,2% da indústria nacional no acumulado em 12 meses, até janeiro. Houve recuo na produção industrial de 0,3% em oito estados em janeiro, com os maiores resultados negativos no Rio Grande do Sul (3,4%), São Paulo (3,1%) e Mato Grosso (2%). Também tiveram queda Rio de Janeiro (1%), Santa Catarina (1%), Pará (0,4%), Paraná (0,3%) e Bahia (0,2%).

Em movimento contrário, Espírito Santo e Pernambuco apresentaram expansões de 18,6% e 17,3%, respectivamente, as mais elevadas no mês. As demais variações positivas ficaram com Goiás (2,5%), Amazonas (2,4%), Ceará (1,5%) e Minas Gerais (0,6%).

A queda da produção industrial em São Paulo ocorreu depois do recuo de 0,8% no mês anterior e resultou em uma retração de 3,9% da indústria do estado nesses dois meses. Para o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o desempenho da indústria paulista, na comparação com dezembro, provocou a maior influência sobre o resultado nacional e foi impactado pelos setores de derivados de petróleo e de veículos.

“Podemos observar que, no mês de janeiro, a indústria automobilística costuma dar férias coletivas, e com isso, há queda de produção. Também há uma certa cautela na produção do setor, já que o desabastecimento de insumos e o encarecimento de matéria-prima vêm causando impacto no ritmo da produção”, explica o IBGE.

A pesquisa mostrou ainda que o recuo de janeiro no Rio Grande do Sul, relacionado ao setor de derivados de petróleo, eliminou o ganho de 1,9% registrado no mês anterior. Mas, segundo o analista, não foi o único impacto. O setor de produtos do fumo também exerceu uma influência negativa sobre a indústria gaúcha. “Além de ser a maior retração entre os locais investigados pela pesquisa, o resultado negativo da produção do Rio Grande do Sul foi o segundo de maior influência sobre o índice nacional”, diz o IBGE.

Apesar da queda de 0,2% da indústria no acumulado em 12 meses, nove estados pesquisados apresentaram melhores desempenhos frente aos índices de dezembro de 2022. Entre eles, os principais ganhos foram no Ceará, de queda de 4,9% para queda de 2,9%; no Pará de menos 9,1% para menos 7,5%), em Minas Gerais (de -1,3% para 0,1%) e no Amazonas (de 3,8% para 5,1%). Já as maiores perdas foram em Mato Grosso (de 19,4% para 13,7%), no Espírito Santo (de -8,4% para -9,7%) e em Goiás (de 1,4% para 0,4%).

Rappi compra empresa brasileira Box Delivery, na maior aquisição de sua história

A companhia colombiana de delivery Rappi anunciou um acordo para a aquisição da empresa brasileira Box Delivery, que atua no “atacado” do setor de entregas de alimentos e produtos no país.

O valor acordado para a compra de 100% da Box não foi divulgado, mas a Rappi, uma companhia sem grande histórico de aquisições, confirmou que se trata do maior negócio de sua história.

A Box foi fundada em 2016, em Santos (SP), e atua no serviço de logística de entregas para empresas, tendo como clientes Ultrafarma, Burger King, entre outras companhias.

“Com modelos de negócio complementares, as operações das duas empresas serão integradas gradualmente, enriquecendo sua expertise e seu time de especialistas”, disse a Rappi em comunicado à imprensa.

O negócio, de acordo com a Rappi, também pode ajudar no crescimento do segmento de varejo da companhia colombiana que promete entregas em até 15 minutos.

Sebastian Mejia, presidente e um dos fundadores da Rappi, disse à Reuters que as conversas com a Box vinham desde o segundo semestre de 2022. “Não somos uma empresa que tem no DNA a cultura de fazer aquisições, a não ser que tenha oportunidade e as conexões, como encontramos com a Box”, afirmou o executivo.

A Box tem como um de seus investidores a gestora de shopping centers Aliansce Sonae, que agora vira sócia da Rappi com a aquisição, segundo Mejia.

Segundo ele, a Rappi, que atua em nove países da América Latina, vê o Brasil como um mercado prioritário. A companhia está em cerca de 140 cidades do país. “O que essa transação manifesta é nosso compromisso com o Brasil, vamos seguir investido”, disse ele, sem dar detalhes financeiros e citando um “momento muito especial” para o setor localmente.

O movimento da Rappi no país vem após acordo do rival iFood com o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), fechado em fevereiro, que o impede de fazer pactos de exclusividade ou de adotar medidas contratuais que possam induzir exclusividade com redes de marcas que possuam pelo menos 30 lojas.

“(A decisão) só abre oportunidades de investimento para a gente”, afirmou ele, ponderando que a aquisição não tem uma relação direta com a medida do Cade, uma vez que as conversas com a Box já estavam ocorrendo.

Setor da construção corta previsão de crescimento pela 1ª vez em 10 trimestres

A indústria da construção civil revisou para baixo pela primeira vez em 10 trimestres sua perspectiva de crescimento do setor, cortando a estimativa de alta de 2,5% em 2023 para uma projeção de expansão de 2%, segundo dados divulgados na terça-feira (11) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).

“Se estamos revisando para baixo…isso ocorre porque a causa não está sendo devidamente enfrentada e devemos ter mais problemas do que já estamos tendo”, afirmou o presidente da entidade, José Carlos Martins, durante feira do setor de construção, Feicon.

Em 2022, o setor cresceu 6,9%, após uma expansão de 10% em 2021.

Vendas no varejo avançam 3,8% em janeiro, diz IBGE

O volume de vendas do comércio varejista no país avançou 3,8% na passagem de dezembro para janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (12). Esta foi a maior variação para o mês desde o início da série histórica, em 2000.

No acumulado de 12 meses, o varejo teve crescimento de 1,3%. Em relação ao mesmo período de 2022, o setor apresentou alta de 2,6%.

A expectativa do mercado, segundo pesquisa da Reuters, era de alta de 3,2% em relação a dezembro e de 1,4% na comparação anual.

A alta registrada em janeiro, segundo o IBGE, também é a maior desde julho de 2021, quando o varejo avançou 3,9%. “É um resultado importante, porque o comércio vinha de resultados negativos ou estabilidade”, afirma Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). O setor estava no negativo desde setembro.

O resultado do mês foi influenciado pelo crescimento de sete das oito atividades pesquisadas pelo IBGE. O destaque ficou com tecidos, vestuário e calçados, que cresceu 27,9% após quatro meses de baixa. Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também ajudou a puxar o índice para cima, com aumento de 2,3%.

“Ambos os setores sinalizam uma recuperação em janeiro. Pelo resultado de dezembro, é possível considerar que movimentos como Black Friday e o Natal não foram positivos para as duas atividades. Com as quedas anteriores e a base de comparação mais baixa, houve um crescimento importante em janeiro, motivado principalmente por iniciativas pós-Natal”, explica Santos.

Portaria da Secex simplifica trâmite para empresas solicitarem Seguro de Crédito à Exportação

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) editou uma Portaria nesta quarta-feira que simplifica o trâmite para empresas pedirem Seguro de Crédito à Exportação (SCE). Segundo a norma, a partir de quarta-feira (12), os pedidos de SCE deverão ser registrados no Portal Único de Comércio Exterior.

A medida, segundo nota divulgada pelo MDIC, reduz a burocracia e facilita as exportações brasileiras. Antes, os operadores de comércio exterior precisavam acessar um sistema específico para pleitear a cobertura do Seguro de Crédito à Exportação. Com a nova ferramenta prevista na Portaria, o governo federal poderá aceitar os pedidos por meio do Portal Único.

“Ao integrar o pedido de SCE aos dados da declaração de exportação, será possível aumentar a eficiência da gestão de dados sobre as exportações amparadas pelo serviço, melhorar o monitoramento da política pública e garantir maior transparência às empresas beneficiárias, que terão seus saldos de financiamento integrados com os dados de suas exportações”, avalia a Secex.

Com avanço de sites, importações de pequenos valores crescem 3.400% em 9 anos

Na mira do Ministério da Fazenda e da Receita Federal, as pequenas importações feitas, em grande parte, diretamente por pessoas físicas tiveram um aumento exponencial nos últimos anos, conforme plataformas especializadas nesse tipo de serviço, como Shein, Shopee e AliExpress, desembarcavam no país e ganhavam espaço no mercado nacional.

Dados do Banco Central, compilados pela fintech de comércio exterior Vixtra, mostram que a categoria classificada como “importações de pequenos valores” pelo BC, onde entram as compras feitas por meio desses sites e também pelos Correios, por exemplo, cresceu mais de 34 vezes desde 2014.

Naquele ano, essas operações eram uma pequena rubrica da balança comercial e somaram US$ 377 milhões, o equivalente a 0,2% das importações totais de mercadorias do país, que foram de US$ 230,7 bilhões em 2014.

No ano passado, elas saltaram para um total de US$ 13,1 bilhões e já tinham ganhado peso: representaram 4,4% das importações totais (R$ 296,2 bilhões em 2022).

Nesses nove anos, o aumento nos valores transacionados por pequenas importações foi de 3.385%.

Se considerada apenas a variação entre 2021 e 2022, o crescimento foi de 131,7%, sendo que em 2021 essas importações chegaram à marca até então inédita de US$ 5,7 bilhões.

Ampliar a fiscalização e a taxação das compras internacionais de pequenos valores é uma das ações listadas pela Fazenda e pela Receita entre os esforços para reduzir as perdas e ampliar a arrecadação do governo.

A intenção é conseguir devolver as contas do país para o azul e ser capaz de cumprir as metas de economia prometidas pela nova regra de controle de gastos apresentada pelo governo.

Pequenos negócios respondem por 85% das contratações em fevereiro

Segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a história do empreendimento do Ricardo e da Patrícia está longe de ser um caso isolado. Esse tipo de empresa respondeu pela criação de 85% das vagas de trabalho geradas em fevereiro.

Em números absolutos, foram 206.697 vagas abertas (85% dos 241.785 novos postos de trabalho criados).

Para o economista Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB), as vagas geradas pelas pequenas empresas reduzem a concentração de economia. Ele explica que esse tipo de negócio ajuda a capilarizar os circuitos econômicos e tende a desconcentrar a riqueza.

“Além disso, essas oportunidades tendem a absorver uma mão de obra que depende de menos tecnologia. Por isso, é tão importante que sejam oferecidos programas de incentivo para pequenas e médias empresas”, considera o economista. São vagas geradas também mais próximas das casas das pessoas.

Na avaliação da professora de economia Juliana Bacelar, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o levantamento ressalta o peso das pequenas empresas na geração de emprego, que vai melhor nos serviços do que no comércio.

Segundo o Caged, o ramo de serviços foi o que mais contratou: foram 135.238 empregos em fevereiro. Depois, vem a indústria de transformação, que respondeu por 37.429 vagas; enquanto a construção teve 22,6 mil novos postos gerados. O comércio teve saldo negativo (-1.344 novos postos de trabalho).

“Não é à toa que, quando a gente fala quais são os segmentos que estão puxando a economia, é o setor de serviços porque é onde elas, de fato, estão mais presentes e contratam mais. Os setores que estão crescendo mais são alimentação e educação. Eu acho que reflete muito o movimento da dinâmica econômica. Mas o comércio não está decolando em termos de atividade econômica.”

As médias e grandes empresas tiveram saldo negativo pelo segundo mês consecutivo, com mais demissões do que contratações. No acumulado de 2023, dos 326.356 novos empregos gerados, 83% foram nas micro e pequenas empresas (MPEs).

Para o Sebrae, os dados atestam a importância dos pequenos negócios para a economia nacional, o que gera renda e contribui para assegurar a cidadania de milhares de pessoas e suas famílias. “Falar de desenvolvimento econômico e social é falar das micro e pequenas empresas”, apontou o presidente da entidade, Décio Lima.

Os dados acompanham o histórico que já vinha se mostrando promissor no ano passado, quando, a cada dez postos de trabalho gerados no Brasil, aproximadamente oito foram criados pelas micro e pequenas empresas.

O acumulado do ano ultrapassou 2 milhões de novas vagas, sendo que quase 1,6 milhão de empregos foram nos pequenos negócios: cerca de 78,4% do total. Em 2021, a participação das MPEs no saldo total foi de 77%. A média é maior em 2023 (83% do total).

SELIC

Ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria Integrada, o economista Gustavo Loyola prevê que o arcabouço fiscal deverá proporcionar a queda de juros a partir de julho ou agosto, permitindo que a Selic encerre 2023 em 10,5% ao ano.

Segundo Loyola, o arcabouço “não é perfeito”, mas, se for implementado, é suficiente para evitar uma explosão da dívida pública e manter a relação entre dívida e PIB “relativamente estável”. Isso já traria segurança para investidores e abriria espaço para a queda de juros.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,50%, ante 12,75% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

No acumulado do ano, o IGP-M teve uma alta de 0,20%, enquanto nos últimos 12 meses a variação foi de 0,17%. Este último percentual é utilizado para o cálculo de reajuste de aluguéis em contratos corrigidos por esse índice e no mês de março. Para fins de comparação, em março de 2022, o índice havia apresentado um aumento de 1,74% e acumulava uma alta de 14,77% em 12 meses.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), a projeção para o IGP-M ficou em 3,50%, ante 3,70% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, subiu 0,71% em março, segundo dados divulgados na terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o país passa a ter uma inflação acumulada de 4,65% na janela de 12 meses. É o menor valor para 12 meses desde janeiro de 2021.

O grande destaque foi aumento da gasolina, que subiu 8,33% no mês e teve impacto individual de 0,39 ponto percentual no índice. Ainda assim, o IPCA veio abaixo das expectativas de mercado, que eram de 0,77% para março.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 6,01%, ante 5,98% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. De acordo com o Informe Conjuntural do 1º trimestre de 2023, divulgado na quarta-feira (12), a previsão da entidade para a expansão da economia brasileira passou de uma alta de 1,6% para 1,2%.

Mesmo com a redução na projeção, a indústria ainda está mais otimista que as expectativas do mercado. Segundo o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (10), pelo Banco Central, a mediana para a alta do PIB neste ano é de 0,91%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (17), a projeção para o PIB ficou em 0,90%, ante 0,91 apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (10), o Ibovespa fechou em alta, tendo as blue chips Vale e Petrobras entre os principais suportes, enquanto o noticiário relativamente tranquilo abriu espaço para ajustes em papéis como Locaweb e Alpargatas, que acumulam quedas expressivas em 2023. O índice Ibovespa teve alta de 1,02%, a 101.846,64 pontos. O volume financeiro somou R$ 15,5 bilhões.

Na terça-feira (11), o Ibovespa fechou em alta, fechando na máxima em cerca de um mês, embalado pela desaceleração mais forte do que a esperada da inflação no Brasil em março, mas também pela alta de commodities como o petróleo e o minério de ferro no exterior. O índice Ibovespa teve alta de 4,29 %, a 106.213,76 pontos. O volume financeiro somou R$ 31,85 bilhões.

Na quarta-feira (12), o Ibovespa fechou em alta, com o Ibovespa superando os 108 mil pontos na máxima, ainda sob efeito de certo alívio recente no front fiscal do país, bem como expectativas relacionadas à inflação e ao rumo da Selic. O índice Ibovespa teve alta de 0,64%, a 106.889,71 pontos. O volume financeiro somou R$ 59,7 bilhões.

Na quinta-feira (13), o Ibovespa fechou em queda, refletindo ajustes após três altas seguidas, com BRF e Marfrig entre as maiores baixas, enquanto MRV&Co disparou na esteira de prévia operacional com vendas robustas e queima de caixa menor no primeiro trimestre. O índice Ibovespa teve queda de 0,4%, a 106.457,85 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,2 bilhões.

Na sexta-feira (14), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,35%, a 106.090,10 pontos. Mas mantinha-se no caminho para registrar a maior alta semanal do ano após leituras de inflação abaixo do esperado no Brasil e dados econômicos no exterior ajudarem a impulsionar o índice. As atenções nesta manhã estão voltadas para uma série de indicadores econômicos e balanços de bancos nos Estados Unidos, enquanto, no noticiário local, investidores estão de olho em declarações de autoridades do governo em viagem na China. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,17%, a 106.279,37 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,3 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (14), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,68%, cotado a R$ 4,9596 na venda. Com investidores ajustando posições após uma sequência de perdas acentuada, que deixava a divisa norte-americana a caminho de forte desvalorização semanal.

O dólar comercial encerrou a quinta-feira (06) cotado a R$ 4,9151, os investidores ensaiaram um movimento de recomposição de posições compradas, o que colocou a moeda norte-americana em alta firme pela manhã, mas não o suficiente para evitar a virada à tarde e um fechamento em baixa pelo quarto dia seguido.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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17/04/2023