Cenário Econômico Nacional – 02/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 02/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 02/05/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado eleva projeção para inflação este ano e vê melhor desempenho econômico

O mercado voltou a elevar a expectativa para a inflação em 2023, mas manteve o cenário para os três anos seguintes, ao mesmo tempo em que melhorou as contas para o desempenho econômico, mostrou a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (24).

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano subiu em 0,03 ponto percentual, a 6,04%, bem acima do teto da meta.

Mas para 2024, 2025 e 2026 as estimativas seguiram respectivamente em 4,18%, 4,0% e 4,0%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou em 0,06 ponto percentual, com expectativa agora de expansão de 0,96%. Para 2024 a conta também subiu, mas em apenas 0,01 ponto, para 1,41%.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que não houve mudanças em relação às perspectivas para a taxa básica de juros, com a Selic calculada em 12,50% ao final deste ano e em 10,0% em 2024.

Para a reunião da semana que vem do Comitê de Política Monetária do BC, a expectativa continua sendo de manutenção dos juros no atual patamar de 13,75%. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um discurso durante fórum empresarial Portugal-Brasil para novamente criticar o atual patamar da taxa básica de juros no Brasil e afirmou que ela inviabiliza a tomada de empréstimos.

Brasil registra superávit em conta corrente de US$ 286 milhões em março, diz Banco Central

O Brasil teve superávit em transações correntes de 286 milhões de dólares em março, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 2,66% do Produto Interno Bruto, informou o Banco Central na terça-feira (25).

No mês, os investimentos diretos no país alcançaram 7,673 bilhões de dólares.

Confiança do consumidor no Brasil tem leve queda em abril com incerteza sobre o futuro, diz FGV

A confiança do consumidor brasileiro teve leve queda em abril, em meio a cenário misto entre as diferenças faixas de renda, o que eleva a incerteza sobre a trajetória futura do sentimento, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira (25).

O Índice de Confiança do Consumidor da FGV cedeu 0,2 ponto neste mês, para 86,8 pontos.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos consumidores sobre o momento presente, teve variação positiva de 0,1 ponto, para 72,1 pontos, máxima desde outubro de 2022 (74,5).

Essa leitura foi compensada, no entanto, por queda de 0,4 ponto do Índice de Expectativas (IE), para 97,6 pontos.

“A confiança dos consumidores acomodou em abril em patamar considerado baixo em termos históricos”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens.

Segundo ela, houve um aumento do pessimismo das famílias com renda familiar mais baixa e redução para as famílias de maior poder aquisitivo, heterogeneidade que “torna difícil uma sinalização mais clara sobre as perspectivas futuras” da confiança do consumidor.

A piora das expectativas entre a população mais pobre pode “estar relacionada a um alto endividamento das famílias, junto com um aumento das perspectivas de inflação para os próximos meses e dificuldade de acesso ao crédito”, disse Bittencourt.

Classe C gasta um terço dos rendimentos com alimentação

As famílias da classe C, que ganham entre R$ 5,2 mil e R$ 13 mil mensais, gastam em média um terço, o equivalente a 33,3%, dos rendimentos com alimentação, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (25) pelo Instituto Locomotiva. Entre as famílias da classe B, com rendimento de R$ 13 mil a R$ 26 mil, o percentual da renda comprometida com alimentação cai para 13,2%.

Para as famílias com rendimentos entre R$ 1,3 mil e R$ 5,2mil, classificadas como classes D e E, mais da metade do dinheiro recebido mensalmente (50,7%) é gasto com comida.

O estudo foi encomendado pela empresa de benefícios VR.

De acordo com o estudo, para a classe C, os benefícios como vale-refeição e vale-alimentação representam, em média, entre 3% e 8,5% dos gastos com alimentação. Para as classes D e E, esses benefícios chegam a cobrir 33% dessas despesas.

A classe C, segundo a pesquisa, representa no Brasil aproximadamente 109 milhões de pessoas, a maioria negras (60%). Quase a metade dessas famílias são chefiadas por mulheres (49%) e 52% dessa população não concluiu o ensino médio. “Chefiados por mulheres porque parte é mãe solteira”, detalha o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles.

Nos últimos anos, em um processo agravado pela pandemia de Covid-19, Meirelles disse que houve perda do poder de compra dessas famílias. “Há cinco anos, com 40% do valor de um salário mínimo dava para comprar uma cesta básica. Hoje, 59% do valor do salário mínimo dá para comprar uma cesta básica. Ou seja, o poder de compra de alimentos, dos itens básicos, diminuiu”, explicou.

Por isso, de acordo com ele, esses consumidores se tornaram ainda mais atentos aos produtos que consomem. “Uma radicalização do custo-benefício, que passa a ser muito mais exigente nos produtos que ele está comprando, na relação qualidade versus preço do que ele tá comprando”, ressalta.

IPCA-15: Prévia da inflação oficial chega a 0,57% em abril

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo do meio do mês (IPCA-15), prévia da inflação oficial, chegou a 0,57% em abril, segundo apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (26).

A expectativa era de uma variação positiva de 0,61% em abril, segundo estimativas de analistas de consenso compiladas pelo Investing.com.

Em 2023, o IPCA-15 acumula alta de 2,59% e, em 12 meses, de 4,16%, contra os 5,36% registrados nos 12 meses finalizados em março. Em abril de 2022, o indicador era de 1,73%.

No mês de abril, segundo o instituto, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram elevação. O grupo de transportes apresentou tanto a maior variação, com 1,44%, quanto o maior impacto no dado completo. Saúde e cuidados pessoais tiveram acréscimo de 1,04%, enquanto habitação apresentou alta de 0,48%. O grupo alimentação e bebidas subiu apenas 0,04%, indicador menor em relação a março, quando havia apresentado alta de 0,20%.

Os indicadores inflacionários podem auxiliar de forma positiva o cenário para a autoridade monetária, mas ainda é cedo para dizer que essa é a tendência, afirma o economista-chefe da Suno, Gustavo Sung. “Teremos a reunião do Copom na semana que vem e, apesar dos dados de inflação melhores do que o esperado, acreditamos que a autoridade monetária tem adotada uma estratégia acertada e não deve alterar a taxa de juros nesse primeiro semestre. Mas, abre-se uma janela para o Banco Central começar a discutir possíveis cortes em breve”, completa Sung.

Juros do cartão de crédito atingem 430,5% ao ano em março, maior taxa em seis anos, diz Banco Central

Os juros cobrados pelas instituições financeiras nas operações com cartão de crédito subiram para 430,5% ao ano em março na comparação entre fevereiro (417,4%). Este é o maior patamar dos últimos seis anos: em agosto de 2017, o chamado juro do rotativo estava em 428% ao ano. Os dados foram divulgados na manhã de quarta-feira (26), pelo Banco Central (BC) em seu Relatório de Política Monetária.

Este tipo de juro, o mais caro do mercado financeiro, em geral, é utilizado pelos usuários de cartão de crédito que não conseguem pagar a fatura por completo e optam por fazer o pagamento da fatura no valor mínimo, gerando juros sobre juros. A modalidade é um dos temas de preocupação do Ministério da Fazenda. O ministro Fernando Haddad vem se reunindo com banqueiros para buscar uma alternativa para a redução dos juros do rotativo.

Esse tipo de crédito imediato vem aumentando a taxa total consecutivamente, mês após mês desde dezembro de 2020. Na época, o rotativo, em média, era de 328% ao ano.

Nas operações de crédito com recursos livres a taxa de juros chegou a 44,3% ao ano em março, aumento de um ponto percentual em relação a fevereiro de 2023, quando marcou 43,3%. No acumulado de 12 meses, a elevação é sete pontos percentuais. As operações com recursos livres não incluem o crédito rural, habitacional e linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).

Já Nas operações para o segmento empresarial, o custo médio do crédito livre ficou em 24,1% ao ano, mantendo-se estável no mês e crescendo 2,7 pontos percentuais em 12 meses. Nas operações realizadas com as pessoas físicas, a taxa de juros manteve-se inalterada em relação ao mês anterior, em 58,3% ao ano. Os dados confirmam a tendência do custo para a tomada de crédito, em especial, na modalidade do cheque especial e rotativo do cartão de crédito.

IGP-M cai 0,95% em abril e acumula queda de 2,17% em 12 meses; consenso era de -0,74%

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,95% em abril, após alta de 0,05% em março, segundo dados divulgados na quinta-feira (27) pelo FGV/Ibre. Com o resultado, o índice acumula retração de 0,75% no ano e queda de 2,17% em 12 meses. O consenso Refinitiv esperava queda menos intensão do indicador no mês, de 0,74%.

Em abril de 2022, o índice tinha mostrado variação positiva de 1,41% e acumulava alta de 14,66% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices do FGV/Ibre, os preços de importantes commodities para o setor produtivo seguem em queda: soja (-9,34%), milho (-4,33%) e minério de ferro (-4,41%). Isso abre espaço para a descompressão dos custos de segmentos varejistas favorecendo a chegada desses efeitos nos preços ao consumidor.

Volume de serviços do Brasil cresce mais que o esperado em fevereiro

O volume de serviços no Brasil cresceu mais do que o esperado em fevereiro, impulsionado principalmente pela atividade de transporte rodoviário de cargas.

Em fevereiro, o setor registrou alta de 1,1% do volume na comparação com o mês anterior, informou na quinta-feira (27) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,4%, mas não apaga a queda de 3,0% registrada em janeiro.

Com isso, o setor está 11,5% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do ponto mais alto da série histórica, alcançado em dezembro de 2022.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 5,4% no volume, enquanto economistas esperavam alta de 4,8%.

“Em fevereiro, houve uma recuperação de parte da perda verificada em janeiro. A configuração do setor de serviços, portanto, não se altera significativamente nos primeiros dois meses de 2023”, analisou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

“Os segmentos mais dinâmicos seguem apresentando bom desempenho, enquanto aqueles mais afetados pela pandemia, principalmente as atividades presenciais, já superaram o longo distanciamento que tinham do período pré-pandemia”, completou.

A expectativa do mercado é de moderação da atividade de serviços ao longo de 2023. Se por um lado os fornecedores de serviços podem contar com o efeito positivo do desemprego baixo e das políticas de transferência de renda do governo, por outro pesam sobre o setor os juros altos que encarecem o crédito e o esgotamento do impulso da normalização pós-pandemia.

O IBGE destacou no mês a alta de 2,3% no volume do setor de transportes, representando o maior impacto positivo em fevereiro, depois de ter marcado a maior influência negativa em janeiro.

Governo anuncia política de valorização do salário mínimo com reajuste por inflação e PIB

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, anunciou os detalhes da política de valorização do salário mínimo, que levará em conta a variação da inflação e o PIB de dois anos antes.

Segundo o ministro, que participou nesta quinta de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes de centrais sindicais, será editada uma medida provisória para fixar o valor deste ano em 1.320 reais para o salário mínimo, a entrar em vigor em 1º de maio, Dia do Trabalhador.

“Os R$ 1.320 vão ser oficializados por Medida Provisória, e a Política de Valorização Permanente vai ser apresentada por Projeto de Lei ao Congresso Nacional. Temos este ano para tramitar, e a primeira validade (do projeto) será em janeiro do ano seguinte”, explicou Marinho após a reunião.

Referência para o repasse federal de pensões, aposentadorias e benefícios, entre outros, o salário mínimo já foi alvo de uma política de valorização a partir da correção da inflação, considerando o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), e do percentual de variação do PIB de dois anos antes ao do reajuste a partir de 2007, quando Lula era presidente.

A gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro, interrompeu a sistemática dessa política.

Marinho defendeu a política de valorização salarial e minimizou os temores de que um ganho real do mínimo poderia pressionar a inflação e piorar as taxas de emprego formal.

“Tudo isso se dizia, mas nós implantamos e provamos que eram falsas essas percepções. Tivemos um processo de crescimento da renda, do emprego formal, do mercado consumidor, e não houve impacto na inflação”, argumentou.

Dívida pública bruta fica em 73% do PIB em março, mostra Banco Central

A dívida bruta do Brasil registrou manutenção em março, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (28) pelo Banco Central.

A dívida pública bruta do país como proporção do PIB fechou o mês passado em 73,0%, repetindo a mesma taxa do mês anterior. Já a dívida líquida foi a 57,2%, de 56,6% em fevereiro.

Em março, o setor público consolidado registrou um déficit primário de 14,182 bilhões de reais, mais do que a expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo negativo de 9,028 bilhões de reais.

O desempenho mostra que o governo central teve déficit de 9,712 bilhões de reais, enquanto Estados e municípios registraram saldo primário negativo de 4,625 bilhões de reais e as estatais tiveram superávit de 154 milhões de reais, mostraram os dados do Banco Central.

Sancionada Lei que flexibiliza condições de contratação e renegociação do Pronampe

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei que flexibiliza e aprimora as condições de contratação e de renegociação das operações do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A Lei 14.554 está publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira (24), e foi sancionada sem vetos.

A norma também amplia o prazo para a renegociação extraordinária de débitos no âmbito do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).

Aprovada pelo Congresso Nacional no final de março, a lei amplia para 72 meses o prazo das linhas de crédito do Pronampe.

O prazo atual em vigor era de 48 meses, prorrogáveis por mais 12. O prazo de carência mínima é de até 12 meses para o início do pagamento das parcelas do financiamento.

O Pronampe foi criado em 2020 como resposta aos efeitos da pandemia de Covid-19, para ampliar a oferta de crédito para as empresas de pequeno porte e também estimular o consumo.

As operações de crédito podem chegar a até 30% do faturamento anual das empresas, limitado a R$ 150 mil por CNPJ, segundo a capacidade de pagamento.

Haddad diz que CPMI sobre 8 de janeiro não atrapalhará avanço do arcabouço no Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse n segunda-feira (24) que a abertura de uma investigação no Congresso sobre os ataques de 8 de janeiro não atrapalharia a tramitação do novo arcabouço fiscal proposto pelo governo.

“Acredito que não”, disse Haddad a jornalistas quando questionado sobre se a possível abertura de uma CPMI minaria as articulações com o Congresso para a aprovação da nova regra fiscal.

“Acredito que não pelo seguinte, ninguém tem dúvida do que aconteceu no dia 8, do ponto de vista da tentativa de criar no Brasil um ambiente de ruptura institucional. Isso vai ficar cada vez mais claro.”

Desde a demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias, o governo vê como praticamente inevitável a criação de uma comissão no Congresso para investigar o 8 de janeiro convocada pela oposição.

Falando a jornalistas nesta segunda, Haddad comentou ainda a notícia de que o Ministério da Fazenda está preparando com a Advocacia Geral da União a divulgação de uma lista das empresas que são hoje beneficiadas por renúncias e subsídios

“Quando eu falo isso, eu não estou buscando uma controvérsia, ou um ataque a quem quer que seja. Eu estou buscando transparência para as coisas que a sociedade brasileira precisa acompanhar”, disse o ministro.

Segundo Haddad, as renúncias e subsídios dessas companhias representam “quase 600 bilhões de reais que a União perde (em arrecadação) em nome de meia dúzia que faz lobby no Congresso e no Judiciário”.

Em visita a Portugal, Lula critica juros e diz que ninguém toma empréstimo a 13,75%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um discurso durante fórum empresarial Portugal-Brasil na cidade portuguesa de Matosinhos para novamente criticar o atual patamar da taxa básica de juros no Brasil e afirmou que ela inviabiliza a tomada de empréstimos.

“Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem, é que a nossa taxa de juros é muito alta, é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%. Ninguém”, afirmou o presidente, referindo-se ao primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que também participou do evento.

Lula, seus aliados e membros de seu governo tem criticado publicamente e com frequência a política monetária do Banco Central e o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, nomeado para o cargo pelo governo anterior de Jair Bolsonaro, e que tem mandato na função até o final do ano que vem.

No discurso a uma plateia de empresários, Lula voltou a dizer que seu governo não fará privatizações e criticou as vendas de empresas públicas realizadas nos últimos anos.

“No Brasil, nós não vamos vender empresas públicas. O que nós queremos é convidar os empresários a fazerem parceria conosco naquilo que a gente precisa criar de novo”, afirmou.

“Nós nos desfizemos do nosso patrimônio, nosso patrimônio ficou menor e a qualidade do serviço não melhorou”, acrescentou Lula, que atacou principalmente a privatização da Eletrobras.

“Nós privatizamos a nossa maior empresa de energia elétrica que era a Eletrobras. Quando essa empresa foi vendida, a primeira coisa que a diretoria fez foi aumentar o salário da diretoria de 60 mil reais por mês para 360 mil reais por mês. Se você quiser ver apenas um absurdo, eu agora tenho que indicar um conselheiro para essa empresa. Um conselheiro dessa empresa para trabalhar uma vez por mês ganha 200 mil reais”, disse.

União Brasil e PP discutem nova regra fiscal com relator da proposta

Duas das maiores bancadas da Câmara, o União Brasil e os Progressistas, marcaram encontros separados, na terça-feira (25), com o relator do novo marco fiscal, o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA).

A ideia é discutir os principais pontos da proposta que institui um novo arcabouço fiscal, que trará novas regras para limitar os gastos públicos no país. Com a cobrança de partidos governistas, como PT e PSOL, por mais recursos para investimentos públicos e programas sociais, os votos dos partidos mais ao centro político podem definir a aprovação do texto.

Na Câmara, o União Brasil reúne 59 parlamentares, enquanto o PP possui 49, incluindo o relator Cajado e o presidente da Câmara, Arthur Lira, um dos principais defensores da proposta. A previsão é de que o relatório seja entregue dentro de algumas semanas, no dia 10 de maio.

Bolsonaro deixa PF após prestar depoimento em inquérito sobre 8 de janeiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou a Polícia Federal (PF) após prestar mais de duas horas de depoimento, na quarta-feira (26), sobre os atos criminosos do dia 8 de janeiro durante ataque aos Três Poderes em Brasília.

Ele chegou à sede da PF por volta das 9h da manhã. Na saída, o ex-presidente disse à imprensa que seus advogados iriam se pronunciar. “Vão falar os advogados. Um abraço tudo mundo”, disse.

Bolsonaro foi ouvido no inquérito como instigador, pelas postagens na internet sobre o resultado das eleições presidenciais do ano passado. Principalmente, por uma postagem no dia 10 de janeiro, dois dias após os atos, na qual questionava, mais uma vez, as urnas eletrônicas e o resultado eleitoral, mas foi apagada logo em seguida.

Segundo a PF, os “instigadores” são aqueles que, de alguma forma, alimentaram e instigaram ações de quem não aceitava o resultado das urnas, o que culminou nos atos antidemocráticos.

Bolsonaro passou a ser investigado formalmente nesta categoria após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Lula deve fazer indicações ao STJ no segundo semestre

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer apenas no segundo semestre a indicação de duas vagas para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Para a escolha dos substitutos de Jorge Mussi, que se aposentou no ano passado, e Paulo Sanseverino, que morreu no início do mês, o petista vai receber uma lista quádrupla elaborada pelo tribunal superior.

A expectativa, no entanto, é de que ela seja votada apenas no mês de agosto, sendo enviada ao presidente, para a escolha de dois nomes, em setembro.

No mesmo mês, acaba o mandato do procurador-geral da República, Augusto Aras, o que levará também o presidente a escolher um nome para o Ministério Público Federal.

Por isso, aliados do petista defendem que ele anuncie uma espécie de “pacote jurídico”, fazendo acenos a diferentes grupos políticos e vinculando as indicações para um esforço concentrado do Senado Federal em aprová-los.

A composição do STJ deve respeitar uma proporção entre três grupos: juízes dos tribunais regionais federais, desembargadores dos tribunais de Justiça dos estados e advogados e integrantes do Ministério Público.

Há ainda uma terceira vaga, de Felix Fisher, que também se aposentou. Ela é deve ser indicada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A expectativa é de que também seja indicada neste ano.

STJ decide a favor da Fazenda em ação que pode render R$ 90 bilhões ao governo

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que empresas não podem continuar abatendo do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) benefícios dados pelos Estados. A decisão é favorável ao governo e, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, permite a arrecadação de R$ 90 bilhões para os cofres públicos. A ação é considerada crucial para o sucesso do novo arcabouço fiscal.

A decisão, porém, não terá eficácia por enquanto porque o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do julgamento a pedido de uma associação do agronegócio. A liminar de Mendonça será submetida ao referendo do plenário na semana que vem. Segundo Mendonça, o STF vai julgar um processo relacionado ao tema e, se o STJ julgar, o assunto pode ser encerrado na Justiça, antes mesmo de o STF analisar o caso. Os ministros do STJ afirmaram que não receberam o comunicado oficial e continuaram com a ação.

O ministro Bento Gonçalves, relator da ação, afirmou que a tese do crédito presumido, em que o STJ acatou o pleito das empresas, não se aplica a este julgamento. O crédito presumido é um tipo de benefício fiscal. “A não inclusão do crédito presumido na base de cálculo dos tributos federais não tem a mesma aplicabilidade para todos os demais benefícios fiscais”, afirmou o ministro.

Segundo ele, o STF vai julgar um processo relacionado ao tema e, se o STJ julgar, o assunto pode ser encerrado na Justiça, antes mesmo de o STF analisar o caso. Os ministros do STJ afirmaram que não receberam o comunicado oficial e continuaram com a ação.

Ao iniciar o julgamento, o presidente da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sérgio Kukina, afirmou que ainda não havia sido notificado oficialmente sobre a liminar do STF, por isso, seguiu normalmente o julgamento. “No curso dos trabalhos, se a comunicação chegar por via oficial, o relator adotará as medidas que julgar convenientes”, afirmou Kukina.

Congresso Nacional inicia temporada de CPIs simultâneas

O Congresso Nacional inicia nas próximas semanas um período com a realização de ao menos quatro Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) simultâneas.

Uma delas, a dos atos criminosos de 8 de janeiro, será mista, ou seja, composta por deputados federais e senadores. As outras três serão exclusivas da Câmara.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu na última quarta-feira (26), durante sessão do Congresso Nacional, o requerimento que cria a CPMI de 8 de janeiro.

Esse foi o primeiro passo para a instalação da comissão, determinando que os líderes partidários façam as indicações para compor o colegiado.

A leitura só foi feita após terem sido contemplados alguns critérios, como número mínimo de assinaturas, um fato determinado para a investigação e o orçamento necessário para o funcionamento do colegiado. A CPMI atendeu a todos os quesitos.

A previsão é de que o colegiado seja instalado na próxima semana. Serão 16 integrantes titulares e mais 16 suplentes de cada uma das Casas (Câmara e Senado).

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou, também a criação de três CPIs na Casa.

Rosa Weber mantém com Edson Fachin processo que encerrou ações da Lava Jato

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, manteve com o ministro Edson Fachin a relatoria provisória de um processo na Corte em que foram encerradas ações penais e investigações da Lava Jato.

O processo estava no gabinete de Ricardo Lewandowski, mas ficou sem relator depois da aposentadoria do magistrado. O caso acabou sendo remetido a Fachin para deliberação de questões urgentes, até que o substituto de Lewandowski possa assumir a relatoria.

Trata-se de uma ação movida em 2020 pela defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesse processo, Lewandowski encerrou as últimas pendências jurídicas originadas na Lava Jato.

Diversos implicados e réus, incluindo políticos, já conseguiram estender esses efeitos aos seus casos. Alguns exemplos são o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ex-senador Edison Lobão (MDB).

Ao todo, há ao menos 60 pedidos de extensão. Em tese, a avaliação final deve ficar com o substituto de Lewandowski, que herdará seu acervo. No entanto, vai depender quem for o escolhido.

Isso porque essa ação poderá ser redistribuída a outro magistrado. Um dos cotados para entrar no STF no lugar de Lewandowski é o advogado Cristiano Zanin, que defendeu Lula nos processos da Lava Jato e foi o autor dessa ação no STF.

Em sua decisão, Weber citou trecho do regimento interno do Supremo que estabelece que o relator será substituído pelo ministro imediato em antiguidade em caso de vacância.

Fachin havia solicitado a deliberação da presidente da Corte ao ter recebido o processo, diante de dúvidas sobre a distribuição. Isso porque o advogado Rodrigo Tacla Duran e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral haviam argumentado que o caso deveria ir para o ministro Gilmar Mendes.

Sob pressão política, Campos Neto tem sabatina de 5 horas no Senado sobre juros

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manteve-se firme durante quase cinco horas de questionamento de legisladores sobre sua avaliação de que as taxas de juros não devem ser ainda reduzidas, insistindo que os formuladores de política monetária não iniciarão um ciclo de flexibilização até que os riscos de inflação estejam sob controle.

Campos Neto compareceu perante o Congresso em Brasília pela primeira vez desde os ataques do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Senadores o interrogaram sobre a decisão do banco de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, em um cenário em que a inflação atinge seu nível mais baixo em mais de dois anos, mas as expectativas ainda estão acima da meta.

“É óbvio que queremos ter taxas baixas e que o Banco Central quer ver os custos dos empréstimos caírem”, disse Campos Neto aos senadores. “Você precisa ter o timing correto e a credibilidade correta porque queremos um declínio sustentável nas taxas.” A audiência ocorreu apenas um dia depois de Lula criticar a atual política monetária durante uma visita a Portugal, renovando uma disputa de meses que dominou a parte inicial de seu mandato.

O presidente Lula, que herdou uma economia lenta ao assumir o cargo em janeiro, vê uma taxa que está no nível mais alto em seis anos como um empecilho ao crescimento e uma barreira para a prosperidade que prometeu entregar durante a campanha do ano passado.

A melhora dos números da inflação gerou pressão adicional sobre Campos Neto. Os aumentos dos preços ao consumidor recuaram em relação ao pico do ano passado, acima de 12%, e diminuíram pelo nono mês consecutivo para 4,65% em março. A maioria dos economistas aposta que os números vão desacelerar para 3,78% até junho, e Campos Neto disse na semana passada que vê a taxa anual diminuindo para 3,5% até o meio do ano.

Os formuladores de políticas liderados por Campos Neto sinalizaram que não estão prontos para discutir cortes de juros enquanto a inflação permanece acima da meta do BC até 2025.

Indústria é setor que mais ganha com reforma tributária, mas todos ganham, diz secretário

A indústria é o setor que mais será beneficiado pela reforma da tributação sobre o consumo, disse nesta segunda-feira o secretário extraordinário de reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, ponderando que todas as áreas da economia sairão ganhando com a mudança das regras defendida pelo governo.

Em evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Appy argumentou que a indústria sofre mais atualmente do que outros setores com distorções do sistema.

“As pessoas dizem ‘essa é uma reforma para beneficiar a indústria’. Não, não é uma reforma para beneficiar a indústria, é uma reforma para corrigir distorções. O setor mais prejudicado pelas distorções atuais é a indústria”, disse, citando a cumulatividade do sistema, o custo dos investimentos e a burocracia.

“Significa que os outros setores não vão ser beneficiados? Vão, vão ser beneficiados, todos os setores da economia brasileira são beneficiados pela reforma tributária, mesmo na hipótese conservadora de impacto sobre crescimento”, acrescentou.

Na apresentação, o secretário reafirmou que a reforma em articulação pelo governo, fruto de debates em torno de propostas que já tramitam no Congresso, terá modelo desenhado para manter a carga tributária do país inalterada.

Acordo entre Brasil e Portugal engloba startups e pequenas empresas

O Brasil e Portugal assinaram na segunda-feira (24) um acordo que contempla temas como cooperação econômica nos mercados dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), desenvolvimento e internacionalização de startups e promoção de pequenas e médias empresas.

O memorando foi assinado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil) e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep). De acordo com o governo brasileiro, o acordo visa a promover a cooperação com base nos princípios do benefício, além da igualdade e do respeito mútuo de soberania plena, de acordo com leis e regulamentos vigentes.

“A Apex-Brasil e a Aicep pretendem, em conjunto, envidar esforços para desenvolver iniciativas de promoção de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal, contribuindo para a crescente internacionalização das respectivas empresas e dinamização dos fluxos bilaterais de comércio de investimentos, bem como cooperar em iniciativas conjuntas em mercados terceiros, nomeadamente em regiões com as quais já exista um relacionamento econômico relevante”, diz comunicado da Apex-Brasil.

O memorando cita três frentes prioritárias de cooperação:

– Ações para promoção do desenvolvimento e internacionalização de startups, cujos projetos de empreendedorismo com elevado potencial de crescimento e base tecnológica, identificados em ambos os países, possam ser apoiados por programas e fundos de investimentos. “Esta colaboração mútua e os incentivos criados pelos respectivos países permitirão às empresas portuguesas desenvolver os seus negócios no Brasil, assim como habilitar empresas brasileiras a desenvolver ações em Portugal e no mercado europeu”.

– Ações para incrementar a cooperação econômica e comercial por meio da coordenação institucional, de interagências, nos mercados dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, por via de partilha de informações, boas práticas, ações de capacitação e formação e criação de medidas que aumentem a competitividade e a segurança econômica para empresas e empresários de ambos os países.

– Ações para promoção e desenvolvimento de negócios entre pequenas e médias empresas de ambos os países, “pois representam um significativo número de postos de trabalho”. Entre essas ações previstas estão a troca de informações sobre mercados português e brasileiro; a realização de webinars, palestras e seminários sobre as oportunidades no mercado português e europeu; eventos presenciais ou virtuais de capacitação e promoção comercial; e a realização de rodadas de negócios presenciais ou virtuais.

Desaceleração de vendas on-line eleva devoluções de galpões

O mercado de galpões logísticos começou o ano com uma quantidade grande de espaços comercializados no período. É um sinal de resiliência, após três anos consecutivos com picos de demanda por esse tipo de imóvel vinda de empresas de e-commerce e logística.

Apesar do desempenho positivo, há uma perda de euforia. Não se veem tantas locações assinadas antes da entrega dos imóveis, e há empresas que devolveram áreas contratadas.

Resultado: a oferta de novos empreendimentos deve cair, segundo consultores. Com a desaceleração das vendas online, o mercado de galpões deve caminhar para a estabilidade em 2023.

“Os números do primeiro trimestre foram muito bons. No geral, a economia brasileira está um pouco complicada, mas o setor de logística se saiu bem”, diz o presidente da consultoria Siila, Giancarlo Nicastro. “Para frente, não diria que há esfriamento, mas sim acomodação.”

A quantidade de locações cresceu 15% no primeiro trimestre de 2023 ante o primeiro de 2022 no estado de São Paulo, chegando a 520,7 mil m², segundo estudo da Siila. É o maior volume de locações da série histórica, iniciada em 2016.

O setor de transporte e logística respondeu por 22% da demanda. Já o e-commerce ficou em segundo (11%), seguido por farmacêuticas (10,5%), empresas de tecnologia da informação (7%) e indústrias de veículos (5%).

Nicastro alerta para mudança de cenário. Já se percebe uma queda nas pré-locações, ou seja, contratos assinados antes de os imóveis ficarem prontos, tipo de negócio que disparou nos últimos três anos, quando oferta era insuficiente.

Em 2019, 10% dos galpões entregues estavam pré-locados. Em 2020, 41%. Em 2021, atingiu 51%, mas recuou para 42% em 2022 e 39% no primeiro trimestre de 2023.

Varejo apoia digital tax sobre importações do comércio eletrônico

O presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, disse que as empresas do setor consideram como um “primeiro passo” positivo o plano para cobrar impostos das importações das plataformas digitais estrangeiras, sugerido no início da tarde pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo o ministro, o Brasil poderá seguir uma solução adotada por alguns países, conhecida como digital tax (impostos digitais), para taxar produtos importados de varejo. A taxa é declarada pelo vendedor no país de origem do produto e recairá sobre a empresa vendedora e não sobre o consumidor final. Dessa forma, o imposto de importação é cobrado na origem e não na chegada [da mercadoria] ao Brasil.

“Hoje, quando a mercadoria chega ao Brasil e passa por uma fiscalização [e é taxada], o consumidor tem que pagar aquele imposto [que inicialmente não estava previsto]. Agora, isso vai passar a ser de uma forma transparente. Vai estar tudo no preço [inicial], e o preço, se é competitivo, ótimo”, disse o presidente do IDV.

“Então, essa é uma medida que, parece-nos, vai ser um primeiro passo que nós vamos apoiar, que é tornar com que o imposto seja pago na transação [inicial]”, acrescentou.

“Ao nosso ver, não tem nenhum aumento de carga, nem para o consumidor, nem para a empresa. Simplesmente, vamos seguir o que está estabelecido. O nosso competidor lá fora pode praticar o preço que quiser. Se ele quiser incluir [o imposto] no preço, que ele já deveria estar pagando, ótimo” salientou.

Gol tem queda no lucro do 1º trimestre, mas resultado vem acima do esperado

A Gol teve lucro líquido de 619,5 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 76,2% sobre o desempenho de um ano antes, apesar da companhia ser impulsionada no período por aumentos de tarifas e demanda forte por viagens, segundo balanço divulgado na quarta-feira (26).

A companhia apurou um resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente de 1,24 bilhão de reais, mais que o dobro do resultado obtido um ano antes.

A receita líquida somou 4,92 bilhões de reais de janeiro ao fim de março, expansão de quase 53% na comparação anual.

Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 58,1 milhões de reais e receita de 4,73 bilhões para a Gol no primeiro trimestre. A expectativa para o Ebitda era de 1,12 bilhão de reais, segundo dados da Refinitiv.

A Gol transportou 17,7% mais passageiros no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado e o “yield”, indicador de preços das passagens, cresceu 32%, a 48,52 centavos de real. Já o custo medido pelo “Cask” recorrente cresceu 20,9%, a 36,35 centavos de real, puxado pela alta dos preços de combustíveis, afirmou a empresa no balanço.

Queda em receita do setor de máquinas desacelera em março, diz Abimaq

A queda na receita líquida total da indústria de máquinas e equipamentos desacelerou em março, mostraram dados da associação do setor, Abimaq.

A receita líquida total do setor apresentou recuo de 0,6% em comparação com mesmo período no ano passado, mas subiu 27,4% (5,9%, com ajuste sazonal) em comparação com fevereiro, de acordo com a Abimaq.

Em fevereiro, a receita líquida da indústria recuou 7,8% em relação ao mesmo período em 2022. Em janeiro, a queda foi de 6,4% na mesma base de comparação.

Apesar da desaceleração na queda, o recuo da receita em março marcou a décima retração consecutiva do faturamento do setor na comparação anual. Segundo a Abimaq, as quedas têm sido causadas por fraqueza no mercado doméstico.

“Nós viemos de uma desaceleração observada no último trimestre do ano passado nos investimentos em todos os segmentos da indústria”, disse a diretora-executiva de economia, estatística e competitividade da Abimaq, Cristina Zanella, a jornalistas. Ela ressaltou que os meses de janeiro e fevereiro também apresentaram fracos desempenhos nas vendas no mercado interno.

“Os números de março, especificamente, vieram bons” em comparação com fevereiro, acrescentou, mas “ainda não o suficiente para cobrirem os números do mesmo período do ano passado e muito menos para eliminarem a queda acumulada deste início do ano.”

O setor encerrou o primeiro trimestre com queda acumulada de 4,6% na receita total, segundo os dados da Abimaq.

ADM tem exportações recordes de soja e farelo em março e no 1º trimestre por Santos

A trading e processadora de produtos agrícolas ADM registrou recordes históricos de embarques de soja e farelo de soja por seu terminal no Porto de Santos em março e no primeiro trimestre, com a companhia colhendo os resultados de investimentos realizados no terminal em meio a uma safra histórica no Brasil.

A gigante global do agronegócio contabilizou a exportação de 963 mil toneladas de soja e farelo em março, aumento de 197 mil toneladas ante o mesmo mês de 2022, informou a companhia à Reuters na quinta-feira (27).

A empresa apontou que o desempenho de março resultou também em recorde trimestral, totalizando 1,738 milhão de toneladas nos três primeiros meses do ano.

A soja foi embarcada para a China, e o farelo para Europa e Ásia, notou a ADM, referindo-se ao mês de março.

Os recordes só foram possíveis graças a um conjunto de fatores positivos que aconteceram desde o plantio até a comercialização, segundo o diretor de logística da ADM América do Sul, Vitor Vinuesa.

“A safra 2022/23 foi excepcional, com um aumento de produção nacional de 20,6%, e a nossa capacidade operacional logística já estava preparada para atender a esse crescimento”, disse Vinuesa.

Segundo o executivo, a modernização da estrutura do terminal e a operação logística para recebimento da carga de 10.985 caminhões e 5.799 vagões culminaram no embarque recorde em 15 navios.

No ano passado, o terminal da ADM finalizou diversas obras para aumento da capacidade de armazenamento, expedição e recebimento, com um investimento da ordem de 143 milhões de dólares.

Os investimentos em instalações e equipamentos mais modernos evitam a emissão de particulados durante a operação, lembrou a ADM.

Cielo: lucro líquido recorrente é de R$ 440,8 milhões no 1º trimestre, alta de 138,8%

A Cielo, líder no setor de adquirência no Brasil, encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 440,8 milhões, alta de 138,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2022, o resultado caiu 10,1%, de acordo com balanço divulgado.

O lucro recorrente exclui custos da dívida da aquisição da Cateno e da MerchantE, esta última vendida pela companhia no ano passado. Se considerados esses custos, o resultado foi de R$ 323,8 milhões, alta de 111,4% em um ano.

De acordo com a Cielo, o crescimento veio dos fundamentos operacionais, que melhoraram no último ano tanto na Cielo Brasil, que reúne as atividades de credenciamento, quanto na Cateno, empresa que gere os cartões Ourocard, do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), e da qual a Cielo é sócia majoritária.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente chegou a R$ 994,9 milhões, alta de 39,8% em 12 meses, mas uma queda de 9% em três meses. A margem Ebitda da companhia subiu 12,9 pontos porcentuais em um ano, para 38,7%.

A empresa controlada por Bradesco e Banco do Brasil informou ainda que a receita líquida foi de R$ 2,569 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa queda de 7% na comparação anual. A queda veio com a venda de subsidiárias, que reduziram a base de receita – se consideradas apenas Cielo e Cateno, houve crescimento de 17,2%.

Nos três primeiros meses de 2023, as maquininhas e sistemas da Cielo Brasil capturaram R$ 201,032 bilhões em transações, volume 1,4% superior ao de um ano antes. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, houve baixa de 13,1%, segundo a companhia. O último trimestre de cada ano costuma ser mais forte para o setor, graças às compras de fim de ano no comércio brasileiro.

Do volume capturado pela Cielo, R$ 122,137 bilhões foram em transações com cartões de crédito, e R$ 78,895 bilhões, com cartões de débito. O crédito, mais rentável para a companhia, representou 60,8% do total, avanço de 1,1 ponto porcentual no espaço de um ano.

SELIC

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a pressão sobre o Copom, do Banco Central, que irá se reunir na próxima semana. O governo Lula (PT) pressiona desde o começo do ano para o comitê abaixar a taxa básica de juros, a Selic.

A expectativa para a taxa básica de juros no fim de deste ano ficou estável no Boletim Focus. No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela quinta reunião seguida.

A mediana para os juros básicos no fim de 2023 seguiu em 12,50% ao ano. Para o término de 2024, a expectativa continuou em 10,00% pela décima semana consecutiva. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,75% e 10,00%, nessa ordem.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,50%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), apelidado de “inflação do aluguel”, recuou 0,95% em abril, após alta de 0,05% em março, informou na quinta-feira (27) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em abril do ano passado, o IGP-M havia subido 1,41%.

Com o resultado, o indicador acumula deflação de 0,75% em 2023 e de 2,17% em 12 meses. É a primeira vez que o índice apresenta deflação em 12 meses desde fevereiro de 2018. A expectativa, em pesquisa da Reuters com analistas, era de recuo de 0,74% na aferição mensal.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), a projeção para o IGP-M ficou em 2,18%, ante 3,03% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,57% em abril, informou na quarta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice desacelerou na comparação com março, quando ficou em 0,69%. O acumulado do ano é de 2,59%. Em abril de 2022, o IPCA-15 foi de 1,73%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 6,05%, ante 6,04% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

A estimativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu para 0,91% em 2023, conforme pesquisa semanal do Banco Central, antes a previsão era de 0,90%.

A expectativa é que, com a retomada da economia e o aumento da demanda, os preços continuem subindo nos próximos meses. Por outro lado, a elevação da projeção de crescimento do PIB para 2023 sugere um otimismo dos analistas em relação à recuperação da economia brasileira nos próximos anos.

De acordo com o relatório Focus divulgado na terça-feira (02), a projeção para o PIB ficou em 1,00%, ante 0,96% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (24), o Ibovespa fechou em queda, diante de forte recuo das ações de Vale após desvalorização do minério de ferro, enquanto investidores aguardam por dados econômicos nesta semana que podem definir o trajeto dos juros no Brasil e, em especial, nos Estados Unidos. O índice Ibovespa teve queda de 0,40%, a 103.946,58 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,7 bilhões.

Na terça-feira (25), o Ibovespa fechou em queda, novamente pressionado por Vale e diante de um cenário de maior aversão ao risco em Wall Street. A Vale e a Gerdau foram as principais influências negativas ao índice, enquanto Bradesco e Itaú Unibanco ficaram na ponta oposta, em dia positivo para bancos privados após balanço do Santander Brasil. O índice Ibovespa teve queda de 0,70%, a 103.220,09 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,5 bilhões.

Na quarta-feira (26), o Ibovespa fechou em queda, influenciado por preocupações no exterior sobre a atividade econômica global e o setor bancário dos Estados Unidos, enquanto, localmente, o índice de inflação IPCA-15 veio um pouco abaixo do esperado, mas com pressão nos núcleos. O índice Ibovespa teve queda de 0,88%, a 102.312,10 pontos. O volume financeiro somou R$ 18,6 bilhões.

Na quinta-feira (27), o Ibovespa fechou em alta, o movimento teve influência do desempenho dos principais índices em Nova York, que subiram entre 1,6% e 2,4%. Balanços corporativos e projeções otimistas, em especial da Meta, dona do Facebook, impulsionaram as ações em geral, principalmente de tecnologia. O índice Ibovespa teve alta de 0,60%, a 102.923,31 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,4 bilhões.

Na sexta-feira (28), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,85%, a 103.793,27 pontos. Mesmo diante de queda dos futuros acionários em Nova York, à medida que investidores assimilam o índice PCE de inflação nos Estados Unidos e novos dados econômicos, incluindo de desemprego e atividade econômica, no Brasil. Balanços corporativos, tanto localmente quanto no exterior, também movimentavam a última sessão do mês. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,47%, a 104.431,63 pontos. O volume financeiro somou R$ 25 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (28), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,46%, cotado a R$ 5,0029 na venda. O dólar subia frente ao real, mas mostrava alguma volatilidade, com investidores digerindo uma leitura de inflação norte-americana em dia de fechamento da taxa de câmbio Ptax de fim de mês antes do fim de semana prolongado no Brasil.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (28) cotado a R$ 4,9874, o comportamento da moeda norte-americana no mercado local sofreu forte influência da disputa técnica para formação da última Ptax de abril e pela rolagem de posições no segmento futuro de câmbio.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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02/05/2023