Cenário Econômico Nacional – 08/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 08/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 08/05/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Crédito para exportação entre Brasil e Argentina está sendo discutido, diz secretário da Fazenda à CNN

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, confirmou à CNN que os governos do Brasil e da Argentina discutem a criação de uma linha de crédito de exportação entre ambos países.

Na terça-feira (02), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se encontrar com presidente da Argentina, Alberto Fernández, para um jantar.

Entre os assuntos tratados deve estar um pedido para o Brasil financiar a exportação insumos para a indústria argentina. O país está asfixiado financeiramente, sem dólares para comprar seus produtos básicos.

Na quinta-feira (27), o Banco Central da República Argentina (BCRA) informou, em comunicado, que elevou sua taxa básica de juros em 10 pontos porcentuais, com isso a taxa de juro nominal anual das Letras de Liquidez (Leliq) em 28 dias foi de 81% a 91%.

Fernández pode ser considerado o presidente mais próximo de Lula. Ele veio ao Brasil enquanto o presidente estava preso em Curitiba, comemorou sua eleição no ano passado e foi o primeiro líder que se encontrou com o brasileiro após seu retorno ao poder.

No final de abril, o presidente argentino anunciou que não tentará se reeleger nas eleições gerais que o país sul-americano realizará em outubro deste ano.

O kirchnerista comunicou sua decisão por meio de um vídeo de quase oito minutos publicado em suas redes sociais, no qual, além disso, relembrou aqueles que foram seus quatro anos de governo.

Mercado passa a ver expansão de 1% do PIB este ano, mostra Focus

Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver um crescimento de 1,0% neste ano, melhorando a projeção depois de dados do Banco Central terem surpreendido, de acordo com a pesquisa Focus do BC divulgada na terça-feira (02).

No levantamento da semana anterior, a projeção de expansão do Produto Interno Bruto do PIB era de 0,96%. Para 2024 a conta segue sendo de um crescimento de 1,41%.

A mudança ocorre na esteira da divulgação na sexta-feira passada de que o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) registrou crescimento de 3,32% em fevereiro em relação ao mês anterior, graças ao desempenho das atividades agrícola e de serviços.

O boletim Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA em 2023 foi ajustada em 0,01 ponto percentual para cima, a 6,05%, enquanto, para o ano que vem e para 2025, permaneceu em 4,18% e 4,0% respectivamente.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve terminar este ano em 12,50% e o próximo em 10,0%, sem alterações.

Para a reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), os especialistas seguem vendo manutenção da taxa Selic nos atuais 13,75% quando o BC anunciar a decisão na quarta-feira (04).

IPC-S vai a 0,5% em abril, desacelerando ante alta de 0,74% em março, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a 0,50% no fechamento de abril, após alta de 0,74% em março. Na terceira quadrissemana do mês, o índice havia registrado alta de 0,43%.

A informação foi divulgada na terça-feira (02) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, o indicador acumulou variação positiva de 3,44% no fechamento de abril, ante 3,37% na terceira quadrissemana e 4,04% em março.

O resultado ficou acima do teto do intervalo das estimativas da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,41%. O piso era 0,35% e mediana, 0,40%.

Entre as oito classes de despesas que compõem o indicador, seis aceleraram no período, com destaque para o avanço do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,91% para 1,51%), puxado por artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,11% para 1,42%).

Também houve acréscimo nos grupos Alimentação (0,43% para 0,67%), Educação, Leitura e Recreação (-0,85% para -0,62%), Comunicação (0,28% para 0,60%), Vestuário (0,34% para 0,52%) e Despesas Diversas (0,17% para 0,20%), sob influência dos itens hortaliças e legumes (0,01% para 3,41%), passagem aérea (-4,82% para -3,67%), tarifa de telefone móvel (0,75% para 1,60%), calçados masculinos (0,63% para 1,19%) e tarifa postal (2,31% para 3,34%).

Em contrapartida, a FGV registrou decréscimo dos grupos Transportes (0,70% para 0,19%) e Habitação (0,57% para 0,48%), sob influência dos itens gasolina (1,84% para -0,38%) e tarifa de eletricidade residencial (1,05% para 0,30%).

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 8,2 bilhões em abril, diz ministério

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,22 bilhões de dólares em abril, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) na terça-feira (02).

Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de US$ 8,6 bilhões para o período.

Conforme a Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, o resultado em abril representa uma alta de 5,5% em relação ao do mesmo mês do ano anterior, na comparação pelo saldo médio por dia útil.

As exportações somaram US$ 27,365 bilhões no mês passado, enquanto as importações atingiram US$ 19,140 bilhões.

No acumulado de 2023 até abril, o saldo da balança comercial brasileira está positivo em US$ 24,069 bilhões.

De acordo com os dados do MDIC, um dos destaques de abril foi a alta de 38,3% em volume exportado para a Argentina, sendo que, em dólares, o aumento foi de 2,2%. Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a alta se deve principalmente a produtos como soja e energia elétrica.

Banco Central anuncia reforço de segurança no Pix

Sucesso absoluto, o Pix vai ganhar um reforço de segurança a partir do dia 5 de novembro, informou o Banco Central.

Como o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) antecipou em outubro, o BC vai passar a disponibilizar campos específicos nas notificações de fraude para que sejam especificados os tipos de fraude, como falsidade ideológica ou “conta laranja”, e a razão da notificação, como golpe, estelionato, invasão de conta e coação.

A notificação de infração é a funcionalidade que permite que as instituições façam uma marcação das chaves e usuários sempre que houver suspeita de fraude na transação.

Outra mudança anunciada pelo BC é a ampliação do conjunto de dados de segurança do Pix que são disponibilizados para a consulta das instituições participantes para as análises antifraude das transações.

Serão incluídas: a quantidade de infrações do tipo conta laranja ou falsidade ideológica relacionada ao usuário ou chave Pix, quantidade de participantes que aceitaram notificação de infração daquele usuário ou chave e quantidade de contas vinculadas a determinado usuário.

Além disso, será ampliado o limite de tempo que os dados ficam disponíveis. Atualmente são disponibilizados dados de 6 meses e passará a contemplar dados de até 5 anos. Segundo o BC, essa consulta pode ser feita pelas instituições por chave Pix ou pelo usuário (CPF/CNPJ), 24 horas por dia, todos os dias do ano.

O resultado dessas mudanças é uma maior eficácia no combate à fraude, uma vez que as instituições passarão a ter melhores subsídios para aprimorar os próprios modelos de prevenção e detecção de fraude.

Na prática, as instituições terão melhores condições de atuar preventivamente (rejeitando transações fraudulentas ou bloqueando cautelarmente os recursos) e, em última instância, resultará em maior proteção aos usuários, afirma Breno Lobo, consultor na Gerência de Gestão e Operação do Pix.

Salário mínimo do Brasil ocupa 51° lugar em ranking de maior poder de compra, diz OIT

O salário mínimo é classificado como uma das políticas mais importantes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que completa 80 anos.

Segundo um ranking da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil ocupa 51° posição entre 105 países com a maior Paridade do Poder de Compra (PPC), um método para se comparar o poder de compra entre os países.

O poder de compra do salário mínimo brasileiro está estimado em US$ 497 (aproximadamente R$ 2.511,89). Para se ter uma ideia, a Suíça, que aparece em primeiro lugar do ranking possui um PPC de US$ 3.415 (R$ 17.259,75).

Após a Suíça vêm Turquia (US$ 2.680), Islândia (US$ 2.342), Luxemburgo (US$ 2.305) e Canadá (US$ 2.281).

O diretor da OIT para o Brasil, Vinícius Pinheiro, diz que o salário mínimo é importante por proteger os trabalhadores contra baixas remunerações, além de garantir com que todos os trabalhadores se beneficiem da distribuição gerada pelo país.

“O salário mínimo cumpre, simultaneamente, funções que de um lado são do mercado de trabalho, mas também de combate à pobreza, desigualdade social, e a dinamização da economia”, diz Pinheiro.

Além disso, ainda no campo social, o especialista lembra que o salário mínimo contribui para reduzir as disparidades de ganhos entre homens e mulheres. Segundo ele, em média, as mulheres recebem 22% a menos do que os homens.

“Mas ao observar as mulheres de baixa renda, como todos ganham o [salário] mínimo, vemos uma equiparação entre esse contingente”, explica.

Seguindo o ranking, após o Brasil estão Indonésia (US$ 494), Peru (US$ 494), Colômbia (US$ 492) e Ilhas Maurício (US$ 477).

Por sofrer constantes mudanças e reajustes, além de obedecer diferentes tipos de legislação pelo mundo, a OIT utilizou, para obter a média de cada uma das nações, tanto pisos nacionais como também regionais, média de ganho por idade e média setorial (com base em manufatura).

Pinheiro menciona que o pior inimigo do salário mínimo é a inflação. O representante da OIT diz que é importante valorizar o salário mínimo com aumentos reais, mas sem deixar de observar o impacto fiscal e nas contas públicas.

Banco Central mantém Selic em 13,75% sem sinalizar corte da taxa, mas diz ser “menos provável” novos aumentos

O Banco Central decidiu na quarta-feira (03) manter a Selic em 13,75% ao ano, sem sinalizar um possível corte futuro da taxa básica como tem sido cobrado pelo governo Lula, e reiterou que não hesitará em retomar o ciclo de aperto monetário se necessário, apesar de ponderar que um cenário de novos aumentos nos juros agora é “menos provável”.

“O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, informou o comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Na primeira reunião do Copom após a formalização da proposta de arcabouço fiscal pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, o comunicado do BC afirmou que a apresentação da nova regra reduziu parte da incerteza, mas disse que em um cenário com processo mais lento de redução da inflação ainda é necessário atenção e paciência na condução da política monetária.

A autarquia manteve a simetria entre fatores que geram risco de baixa e de alta para a inflação, mantendo o fiscal entre os riscos de elevação dos preços.

Mesmo com o arcabouço já apresentado pelo governo, o Copom afirmou que há incerteza sobre o desenho final da norma a ser aprovada pelo Congresso e, “de forma mais relevante para a condução da política monetária”, seus impactos sobre as expectativas para a dívida pública e a inflação, e sobre os ativos de risco.

Após a decisão, analistas de mercado divergiram nas avaliações em relação ao tom do comunicado.

“No balanço de riscos, afago no fiscal esperando o texto final aprovado pelo Congresso. Na condução da política monetária informou ser menos provável voltar a ajustar a taxa básica. Foi mais ‘dove’ do que eu esperava”, disse Leonardo Costa, economista da ASA.

Para Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, no entanto, o comunicado teve tom mais duro, reforçando que as expectativas para a inflação seguem acima da meta e que há incerteza sobre o arcabouço.

“O tom realmente foi mais duro, sinalizando que a Selic deve permanecer nesse patamar no curto e médio prazo, pelo menos nos próximos meses”, afirmou.

A opção pela manutenção da Selic ocorreu horas após o Banco Central dos Estados Unidos ter anunciado uma elevação em sua meta de juros em 0,25 ponto percentual, sinalizando uma possível pausa nos aumentos.

Produto Interno Bruto cresce 2,5% em fevereiro

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 2,5% em fevereiro deste ano, na comparação com janeiro. O dado é do Monitor do PIB, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Na comparação com fevereiro do ano passado, o crescimento chegou a 2,7%. Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o crescimento da economia em fevereiro deveu-se, principalmente, à atividade agropecuária. A indústria e os serviços também cresceram, ainda que de forma mais moderada.

Na comparação do trimestre encerrado em fevereiro deste ano com o trimestre findo em fevereiro de 2021, houve alta de 2,7%, devido a crescimentos no consumo das famílias (4,4%), na formação bruta de capital fixo, isto é, os investimentos (2,4%), na exportação de bens e serviços (0,2%) e nas importações (1,6%).

IPC-Fipe sobe 0,43% em abril

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo fechou abril com alta de 0,43 por cento, após avanço de 0,39 por cento no mês anterior, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na quinta-feira (04).

O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.

Indicador antecedente de emprego no Brasil recua em abril e indica desafios à frente, mostra FGV

O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil caiu em abril depois de dois meses de alta, indicando um ano de 2023 desafiador para o mercado de trabalho, de acordo com os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, caiu 1,4 ponto em abril e foi a 75,0 pontos.

“Apesar de fechar o primeiro trimestre com resultado positivo, o resultado de abril devolve quase todos os ganhos do trimestre e mantém o IAEmp oscilando em patamar baixo”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

“Depois de um ano muito favorável para o mercado de trabalho, 2023 deve ser um ano mais desafiador ditado pela desaceleração econômica global em curso, relacionada a uma política monetária restritiva e inflação”, completou ele.

Tobler destacou que o indicador está atualmente 10 pontos abaixo da média histórica, e que por isso “não é possível imaginar a volta da trajetória positiva no ritmo de contratação no curto prazo”.

O IAEmp mostra que quatro de seus sete componentes apresentaram queda, com destaque para os indicadores de Tendência dos Negócios e de Situação Atual dos Negócios, ambos da Indústria, que contribuíram com -1,0 e -0,4 ponto.

Lula assina MP que tributa aplicações financeiras no exterior

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou no domingo (30) Medida Provisória (MP) que taxa aplicações financeiras no exterior pelo Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas.

A MP, publicada na véspera no Diário Oficial, afeta a renda de pessoas residentes no Brasil que é mantida nas modalidades de aplicações financeiras, lucros e dividendos de entidades controladas e bens e direitos objeto de “trust”. A MP entra em vigor com força de lei, mas ainda precisa ser aprovada pelo Congresso para ser definitivamente incorporada como legislação.

As pessoas físicas precisarão computar de forma separada os rendimentos do capital aplicado fora do país a partir de 1º de janeiro de 2024, segundo a MP.

A alíquota será de 0% sobre a parcela anual dos rendimentos que não ultrapassar 6 mil reais. Para rendimentos anuais entre 6 mil e 50 mil reais, a alíquota será de 15%, e, para parcela acima de 50 mil, será de 22,5%.

O texto também prevê a atualização dos valores de bens e direitos no exterior ao seu valor de mercado em 31 de dezembro de 2022, sendo tributada a diferença do custo de aquisição à alíquota de 10%. Neste caso, o imposto deve ser pago até 30 de novembro deste ano.

A MP foi publicada em meio a esforços do governo para aumentar a arrecadação, vista como fator essencial para o sucesso do novo arcabouço fiscal atualmente em tramitação no Congresso.

De acordo com nota do Ministério da Fazenda, as medidas previstas na MP têm potencial de arrecadação da ordem de 3,25 bilhões de reais para o ano de 2023, cerca de 3,59 bilhões em 2024 e 6,75 bilhões em 2025.

Por outro lado, na mesma MP, o governo decidiu aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física, que passa de 1.903 reais para 2.640 reais. Nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a promessa de ampliar a faixa para 5 mil reais até o fim de seu mandato.

Governo lançará programa emergencial de reforma agrária em maio, diz ministro

Em entrevista à CNN na segunda-feira (01), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o governo federal tem planos de iniciar um programa emergencial de reforma agrária neste mês de maio.

A medida, segundo ele, decorre de uma “demanda represada” de pequenos agricultores após um hiato na reorganização da estrutura fundiária do país.

“Depois de seis anos sem que o governo federal tenha desapropriado um centímetro de terra, há um represamento das demandas pela reforma agrária. Tem inúmeros acampamentos, por exemplo, com crianças que nasceram lá e hoje têm 7, 8 anos de idade. Não tem qualquer política para elas e é por isso que há essa movimentação do governo”, disse Teixeira.

“É por isso que vamos lançar esse programa. O governo do presidente Lula quer paz no campo, uma relação em que essas demandas sejam encaminhadas e transformadas em novos assentamentos, com trabalhadores tendo crédito e assistência”, completou o ministro.

O anúncio do programa ocorre após o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informar que o governo incluiu o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) no Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável, o apelidado “Conselhão”.

O grupo foi recriado em março pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é formado por movimentos sociais, integrantes da sociedade civil organizada e empresários para assessorar a formulação de políticas públicas. Padilha também disse que não há fato que justifique a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, que, segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve ser instaurada na Casa.

Haddad se reúne com Mendonça para tratar de julgamento sobre incentivos do ICMS

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu na terça-feira (02) com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça. Segundo apuração da CNN, a pauta do encontro foi a liminar que suspendeu os efeitos do julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre os benefícios fiscais do ICMS.

Mendonça determinou na última quarta-feira (26) a suspensão do julgamento no STJ que, pelas contas da equipe econômica, têm impacto de R$ 88 bilhões por ano aos cofres federais.

O caso é alvo das atenções do governo federal, pelo potencial de aumento de arrecadação, o que ajudaria a sustentar a nova regra fiscal da gestão.

O STJ julgou se descontos na cobrança do ICMS, concedidos por Estados a empresas, fazem parte ou devem ser excluídos da base de cálculo do Imposto de Renda das empresas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A Corte deu ganho parcial ao governo no julgamento, mas a liminar de Mendonça tornou sem efeito qualquer decisão do STJ relacionada ao tema.

Haddad disse, também na quarta, que considerou “exemplar” a decisão do STJ. Ainda afirmou que, a seu ver, a decisão do STJ não será derrubada.

STF dá 5 dias para PF ouvir Google, Meta e Spotify por conduta sobre PL das Fake News

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira que a Polícia Federal colha depoimentos de representantes das plataformas Google, da Alphabet, Meta Spotify e Brasil Paralelo para que expliquem sua conduta em relação ao chamado projeto de lei das fake news, que as big tech têm criticado duramente.

Diante da possibilidade de votação do projeto de lei na terça-feira (02) na Câmara dos Deputados, empresas do setor iniciaram uma campanha, utilizando-se de suas próprias plataformas, para veicular informações contra a proposta.

“Tais condutas podem configurar, em tese, não só abuso de poder econômico às vésperas da votação do projeto de lei por tentar impactar de maneira ilegal e imoral a opinião pública e o voto dos parlamentares, mas também flagrante induzimento e instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais”, disse o ministro em sua decisão.

Moraes pondera que a ação de grupos em uma discussão política é “lícita”, desde que utilize mecanismos “legais e moralmente aceitáveis”.

Representantes de plataformas, redes sociais e big techs criticam o PL e pedem mais tempo de discussão, sob o argumento de que da forma que está o texto causa efeito contrário à intenção do projeto de combater a disseminação de fake news.

O Google, por exemplo, utilizou a própria plataforma na segunda-feira para direcionar os usuários a um link em que o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, afirma que o PL das Fake News teria irá promover resultado contrário ao desejado, de combater notícias falsas. A página direcionava a um outro link: “Saiba como o PL 2630 pode piorar a sua internet”.

A decisão de Moraes desta terça-feira também determina a remoção integral de anúncios, textos e informações veiculados, propagados ou impulsionados pelo Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo, “inclusive aqueles que se referem como ‘PL da Censura'” e ainda o link do Google sobre eventual piora da internet.

A página do Google já não exibe mais o link.

Ministra autoriza transferência de Toffoli para Segunda Turma do STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, autorizou a transferência do ministro Dias Toffoli para a Segunda Turma da Corte, colegiado responsável pelo julgamento dos processos da Operação Lava Jato. A vaga no colegiado foi aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Com a transferência, o novo ministro que será indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá compor a Primeira Turma da Corte, e não julgará os processos oriundos da investigação.

Entre os cotados para substituir Lewandowski está o advogado Cristiano Zanin, que atuou como defensor do presidente nos processos da Lava Jato.

Além de Toffoli, os ministros Gilmar Mendes, Nunes Marques, André Mendonça e Edson Fachin também vão compor o colegiado.

No mês passado, Lewandowski se aposentou compulsoriamente ao completar 75 anos, idade limite para permanência no cargo.

Aras se manifesta contra ação no STF que contesta imposto de exportação de petróleo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que contesta a taxação sobre a exportação de petróleo bruto, adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final de fevereiro.

A manifestação foi assinada pelo procurador-geral da República Augusto Aras. A ação foi movida pela Associação Brasileira de Exploração e Produção (Abep), vinculada ao Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), principal entidade do setor de óleo e gás do país.

O relator do caso no STF é o ministro Gilmar Mendes. O magistrado também relata uma ação movida pelo PL contra a mesma norma.

O imposto é uma alíquota de 9,2% sobre a exportação de petróleo bruto, de março a junho, para fechar as contas e não reduzir a arrecadação de pouco mais de R$ 28 bilhões provenientes dos impostos sobre os combustíveis. A informação foi antecipada pela âncora da CNN Daniela Lima.

Foi uma solução encontrada pela equipe econômica comandada pelo ministro Fernando Haddad para que o impacto da reoneração dos combustíveis fosse minimizado.

A cobrança foi instituída por meio de medida provisória (MP). Para Aras, a MP não criou nenhum imposto novo.

“Nesse cenário, o que fez o art. 7º da Medida Provisória 1.163/2023 foi apenas alterar, temporariamente, de 0% para 9,2%, a alíquota do imposto sobre exportação de óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos”, afirmou o procurador-geral. “Não houve, portanto, definição de novo tributo nem alteração do fato gerador, da base de cálculo ou dos contribuintes do imposto sobre exportação já previstos no Código Tributário Nacional”.

Aras também disse que a Constituição autoriza o Executivo a alterar as alíquotas do imposto sobre exportação, desde que respeite condições e limites legais.

“Assim, não há falar em violação das condições e dos limites legais para alteração das alíquotas do imposto sobre exportação, uma vez que a medida provisória, por ter força de lei, estaria apta, inclusive, a alterar essas mesmas condições e esses mesmos limites”, declarou.

Haddad diz que votação do marco fiscal na Câmara fica para a segunda metade de maio

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a votação do marco fiscal na Câmara dos Deputados está prevista para a segunda quinzena de maio, e não mais na semana que vem, como previa inicialmente o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em rápida entrevista a jornalistas no Ministério da Fazenda, Haddad disse que a mudança se deve ao fato de que ele e Lira estarão em viagem na próxima semana.

Governo fecha em 242 nomes participantes do Conselhão

O governo federal fechou em 242 nomes a lista de empresários e sindicalistas convidados para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.

A CNN teve acesso à lista final de participantes do colegiado federal, que fará a sua primeira reunião na quinta-feira (4), com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Dos 242 convidados, 97 são mulheres, o que representa 40% do total. Na lista, figuram, por exemplo, Luiza Trajano (Magazine Luiza), Ana Paula Vescovi (Banco Santander) e Carla Crippa (Ambev).

Na relação, há 113 empresários, 83 representantes da sociedade civil e 46 integrantes de movimentos sociais e organizações sindicais. O objetivo foi tornar a configuração do colegiado federal mais plural do que em anos anteriores.

O segmento do agronegócio, um dos mais críticos à gestão petista, foi contemplado com onze assentos, incluindo João Martins (CNA), Eraí Maggi (Bom Futuro), Gilberto Tomazoni (JBS) e Rubens Ometto (Cosan).

O governo federal convidou ainda, entre outros, Luiz Trabuco (Bradesco), Eduardo Vassimon (Votorantim), Eduardo Navarro (Vivo), José Felix (Claro) e Fábio Coelho (Google).

A lista incluir representantes da sociedade civil como a apresentadora Bela Gil, o youtuber Felipe Neto, o cineasta Jorge Furtado, o padre Julio Lancellotti e o escritor Gabriel Chalita.

A reunião teve início às 10h e a expectativa é de que o encerramento ocorra às 17h. O presidente deve fazer um discurso no início, por volta das 10h, e sair antes do término, já que a expectativa é de que embarque para o Reino Unido.

Lula cobra Padilha por melhora na relação com o Congresso Nacional

Responsável pela interlocução política do governo com o Congresso Nacional, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi cobrado publicamente para melhorar a relação com os parlamentares pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a primeira reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o chamado Conselhão.

A declaração veio um dia após o governo ser derrotado na votação que anulou decretos do executivo relativos ao Marco Legal do Saneamento na Câmara dos Deputados. A votação, de e 295 votos a favor, 136 contra e uma abstenção, foi considerada um recado sobre a insatisfação de aliados ao Palácio do Planalto. O texto agora segue para análise do Senado Federal.

“Espero que ele tenha a capacidade de organizar, de articular, que ele teve no conselho, dentro do Congresso Nacional. Aí vai facilitar muito a vida”, disse Lula.

Outro tema de interesse do governo, o projeto de lei das Fake News, teve a votação adiada pelo risco dos deputados reprovarem a matéria. A administração petista não conseguiu margem segura para avançar com a proposta nem mesmo com o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A articulação do governo para consolidar uma base parlamentar confiável tem sofrido duras críticas de líderes do Congresso, mesmo de partidos que ocupam ministérios importantes, como o MDB, PSD e o União Brasil.

As siglas não garantem apoio imediato à agenda do Executivo. A fragilidade da base fez com que o governo ainda não colocasse em pauta votações de peso nesses quatro primeiros meses de gestão, como o novo marco fiscal e a reforma tributária.

Pesquisa Quaest: oposição amplia vantagem em popularidade digital no Congresso

Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada apontou que os congressistas da oposição ampliaram vantagem quanto à popularidade digital em relação aos “independentes” e os da base governista.

Entre os parlamentares da Câmara dos Deputados, Nikolas Ferreira (PL) e Fábio Teruel (MDB) continuam na liderança. André Janones, o único deputado governista no top 10, caiu quatro posições com relação à pesquisa divulgada no início de abril.

Já no Senado, Cleitinho (Republicanos) e Flávio Bolsonaro (PL) estão nas primeiras colocações do ranking. A oposição nesta Casa ocupa nove das dez primeiras posições. Cid Gomes (PDT), considerado “independente”, cresceu para o top 10, sendo a “exceção”.

A pesquisa indicou que o crescimento de Cid Gomes se deve a debates na Comissão de Assuntos Econômicos. Além disso, outros assuntos impactaram na popularidade digital de congressistas, entre eles o PL das Fake News e as discussões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

Outra conclusão do relatório é que a tramitação do PL das Fake News retratou a diferença na capacidade das bases de influenciar o debate nas redes. “Governistas pouco falaram do assunto antes da votação de urgência e rapidamente perderam espaço para os opositores”, destaca a pesquisa.

Além disso, ressaltaram que os opositores conseguiram emplacar uma narrativa de que o projeto de lei poderia levar à censura e violar a liberdade de expressão.

Essa pressão também teria chegado às redes de deputados não alinhados ao governo que tinham votado a favor da urgência. Assim, foi avaliado que a narrativa predominante “é desfavorável para o governo”.

O Índice de Popularidade Digital (IPD) da oposição no Senado Federal chega a 25,2; frente a 17,7 dos governistas e 16,5 dos independentes.

Na Câmara dos Deputados, os números ficam em 17,7 da oposição; 15,1 dos governistas e 15 dos independentes.

O levantamento da Genial/Quaest foi feito entre 1° de abril e 02 de maio. O público-alvo pesquisado foi de 513 deputados federais e 81 senadores.

O Índice de Popularidade Digital (IPD) é construído a partir de 152 variáveis coletadas nas principais plataformas digitais. Essas variáveis constituem dimensões analíticas e são agrupadas de acordo com um modelo de aprendizado de máquina.

O algoritmo do IPD pondera a relevância de cada dimensão e reporta um valor que agrega todo o conteúdo digital analisado. Esse indicador varia de 0 a 100 e pode ser comparado ao longo do tempo.

Atividades turísticas crescem 14,8% em fevereiro

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as atividades turísticas no Brasil cresceram 14,8% em fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2022. De acordo com o Ministério do Turismo, o setor segue em crescimento e está 1,9% acima do patamar pré-pandemia, na comparação com fevereiro de 2020.

De acordo com Pesquisa Mensal de Serviços, 12 estados mostraram avanço significativo nos serviços turísticos em fevereiro deste ano frente ao ano passado, com destaque para São Paulo (12,5%), Minas Gerais (25,2%), Rio de Janeiro (12,4%), Bahia (20,2%), Paraná (23,0%) e Santa Catarina (23,9%).

Ainda segundo o estudo, o aumento acumulado em 2023, de 5,5%, indica expansão turística de 13,8% frente ao mesmo período do ano passado, resultado do impulso obtido pela receita gerada por empresas dos ramos de locação de automóveis; restaurantes; hotéis; agências de viagens; transporte rodoviário coletivo de passageiros; e serviços de bufê.

Dados do IBGE revelam que o transporte de passageiros no Brasil registrou avanço de 2,6% no mês de fevereiro em relação a janeiro deste ano. Neste segmento, o país se encontra 5% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia). Já em relação ao acumulado do primeiro bimestre deste ano, o transporte de passageiros expandiu 9,0% frente ao mesmo período de 2022.

Reajuste de planos de saúde dependerá de situação de cada operadora

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou, no início da última semana, os dados econômicos financeiros do setor em 2022 e considerou que o ano se encerrou no “zero a zero”. Houve um lucro líquido de R$ 2,5 milhões, resultado bem inferior ao ano anterior. Em 2021, o lucro foi de R$ 3,8 bilhões. Já em 2020, o setor havia registrado um recorde, com o montante de R$ 18,7 bilhões.

O diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, disse à Agência Brasil que a mensagem é de cautela, mas que já há sinais de recuperação. Segundo ele, houve diferenças de desempenho entre as várias operadora de plano de saúde. Os maiores resultados negativos foram registrados por operadoras grandes. Rebello indica que a realidade econômica específica de cada uma delas deverá ter peso na atualização anual dos valores das mensalidades dos seus respectivos planos.

“Os percentuais de reajustes dependerão da situação de cada operadora”, disse. A ANS é responsável por fixar o índice máximo que pode ser aplicado aos planos de saúde individuais e familiares. No ano passado, o teto foi de 15,5%, maior já aprovado pela agência desde a sua criação em 2000.

Os dados do setor em 2022 estão disponíveis no Painel Contábil da Saúde Suplementar, mantido pela ANS e alimentado com as informações financeiras enviadas pelas operadoras dos planos de saúde. Na segunda-feira (24), foram incluídos os resultados do 4º trimestre de 2022, permitindo assim consolidar os números do desempenho do ano passado.

De acordo com a ANS, a receita efetiva de operações de saúde, principal negócio do setor, foi de R$ 237,6 bilhões. Dessa forma, o lucro de R$ 2,5 milhões representou apenas 0,001% da receita.

“Podemos notar no 4º trimestre uma recuperação. Então é bom esclarecer que o termo ‘zero a zero’ busca apenas evidenciar uma igualdade entre receitas e despesas no setor no exercício de 2022. Houve um resultado positivo irrisório comparado ao total de receitas do ano”, explica Rebello.

Segundo ele, o setor possui recursos para passar por esse período. “Obviamente foi um ano difícil. Houve aumento dos insumos, crescimento na frequência de utilização dos planos. A mensagem é de cautela. Mas já há sinais de melhora”, disse.

Contração da indústria do Brasil se aprofunda em abril e levanta alerta, mostra PMI

A indústria brasileira afundou ainda mais em abril em meio à redução da produção diante de uma contração mais intensa na entrada de novos negócios, levantando um sinal de alerta, apontou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada.

A S&P Global informou que o PMI da indústria do Brasil caiu a 44,3 em abril, de 47,0 em março, indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

É a sexta leitura seguida em patamar de retração, marcando o nível mais baixo desde dezembro de 2022 (44,2).

“Os resultados para o setor industrial são preocupantes, já que a contração na produção acelerou para a segunda mais intensa em quase três anos durante abril”, destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

“Além disso, uma queda acentuada e acelerada nas encomendas à indústria é um mau presságio para as perspectivas, sugerindo que uma recuperação iminente nas condições operacionais parece improvável”, completou ela.

De acordo com a pesquisa, as empresas indicaram que o poder de compra menor das famílias, a demanda fraca e a incerteza em torno de políticas públicas pesaram sobre o desempenho do setor.

As encomendas para a indústria diminuíram a uma das taxas mais fortes desde o início da pandemia de Covid-19 em meados de 2020. De acordo com os entrevistados, vários clientes adiaram a aprovação de contratos pendentes, o que, combinado com a fraqueza no setor automotivo, reduziu a renda disponível, e a demanda enfraquecida resultou em nova contração das vendas.

Diante disso, os volumes de produção foram reduzidos de novo em abril, no segundo ritmo mais forte de contração em quase três anos. Assim, houve nova rodada de cortes de empregos.

As vendas para o exterior tiveram nova contração em abril, porém dessa vez no ritmo mais lento em seis meses, de acordo com a S&P Global.

Confiança empresarial cai 0,3 ponto em abril, a 91,1 pontos, diz FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 0,3 ponto em abril ante março, para 91,1 pontos, após duas altas seguidas, informou na terça-feira (02) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador avançou 0,9 ponto.

“A suave queda da confiança empresarial em abril manteve o indicador em patamar baixo, refletindo o quadro de desaceleração gradual do nível de atividade dos setores mais cíclicos da economia, uma tendência que vem sendo compensada neste início de ano pelo excelente desempenho do agronegócio”, avaliou Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

“Houve alguma melhora da percepção com relação à situação presente dos negócios e piora das expectativas.”

O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 1,3 ponto em abril ante março, para 92,2 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) caiu 1,6 ponto, para 91,4 pontos.

“Com este resultado, o indicador que reflete as expectativas voltou a ficar abaixo do indicador de situação atual, uma combinação que justifica uma interpretação desfavorável para os resultados das sondagens empresariais em abril”, completou Campelo Júnior.

Vendas em maio devem bater recorde histórico de faturamento, diz FecomercioSP

Impulsionado pelo Dia das Mães, as vendas no varejo no Estado de São Paulo devem crescer 3,0% no quinto mês de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (FecomercioSP).

Com isso, o faturamento em maio deve atingir R$ 56,5 bilhões, R$ 1,4 bilhão a mais do que o total registrado no mesmo mês de 2022. Seria o maior faturamento para maio desde o início da série histórica, em 2008, segundo a FecomercioSP.

De acordo com a federação, as cinco atividades selecionadas para a pesquisa devem apresentar crescimento nas vendas, com destaque para o setor de vestuário, tecidos e calçados, que deve crescer 7,0% na comparação interanual.

Nas estimativas da FecomercioSP, o segmento de farmácia e perfumaria deve mostrar expansão de 4,0% em maio, a despeito da inflação acumulada em 12 meses de 13,92% para os itens de higiene pessoal. “Por serem produtos com valor mais acessível, em sua maioria, mesmo com valores mais elevados, ainda será possível realizar compras à vista para aproveitar os descontos”, escreve a FecomercioSP em nota.

“Por outro lado, o segmento de móveis e decoração, que também deve crescer 4,0% nesta leitura, depende, em geral, de crédito, que, por sua vez, está mais caro em decorrência dos juros elevados”.

No segmento de eletrodomésticos e eletrônicos, a projeção da FecomercioSP é de alta de 3,0% em relação a maio do ano passado, com destaque para a procura de celulares, aparelhos de TV e som e computadores.

Demanda melhora e setor de serviços do Brasil tem pico em 9 meses em abril, mostra PMI

A atividade de serviços no Brasil voltou a crescer em abril e atingiu um pico em nove meses graças à melhora da demanda, mostrou pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada na quinta-feira (04).

A S&P Global informou que o PMI do setor de serviços subiu a 54,5 em abril, de 51,8 em março, marcando o segundo mês seguido acima do nível de 50 que separa crescimento de contração.

O resultado ainda é o mais forte desde julho de 2022 (55,8), com os participantes da pesquisa destacando melhora nas condições da demanda, renovação de contratos e sucesso com publicidade, o que garantiu aumento das novas encomendas pelo segundo mês seguido em abril e no ritmo mais intenso desde outubro de 2022.

Refletindo a tendência na entrada de novos negócios, o emprego aumentou à taxa mais elevada em seis meses, com as evidências sugerindo que as posições abertas foram preenchidas.

“O sólido aumento no emprego combinado com previsões positivas de produção é um bom sinal para o cenário no curto prazo”, avaliou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.

O mês de abril ainda foi marcado por pressões de preços historicamente elevadas no setor de serviços brasileiro associadas aos custos de energia, alimentos, combustível, material de construção, transporte, água e a negociações salariais com sindicatos.

Ainda assim, a taxa de preços de insumos ficou no menor nível em quatro meses e ajudou os preços cobrados a ficarem em abril no patamar mais baixo do ano.

As empresas de serviços ainda mantiveram uma visão otimista de que a produção vai aumentar ao longo dos próximos 12 meses. Propostas em andamento, investimentos privados e expectativas de expansão de novos negócios sustentaram as previsões positivas.

O desempenho da atividade de serviços contrasta com o da indústria no Brasil, e ajudou o PMI Composto a subir a 51,8, de 50,7 em março. Em abril, o PMI da indústria afundou ainda mais, levantando um sinal de alerta em meio à redução da produção diante de uma contração mais intensa na entrada de novos negócios.

Bancos devem investir mais de R$ 45 bilhões em tecnologia em 2023, diz Febraban

Estudo da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) revela que o orçamento total dos bancos brasileiros destinados à tecnologia, englobando despesas e investimentos, deverá atingir R$ 45,1 bilhões neste ano. O número representa uma alta de 29% comparando com 2022.

Realizada pela Deloitte, a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária foi calculada com base nos valores indicados pelos bancos participantes da amostra.

Em 2022, o volume do orçamento em tecnologia representou um crescimento de 18% em relação ao ano anterior, somando R$ 34,9 bilhões.

De acordo com a Isaac Sidney, presidente da Febraban, a segurança cibernética foi prioridade para 100% dos bancos entrevistados na edição do ano passado.

Os investimentos foram impulsionados por implementação de recursos que atendem às necessidades de escalabilidade e de flexibilidade para a organização, como cloud e Inteligência Artificial.

Americanas adia divulgação dos resultados do 1º trimestre

A Americanas adiou a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, segundo nota divulgada aos investidores, após o fechamento do mercado. A publicação do balanço estava prevista para o próximo dia 11. A rede varejista não informou uma nova data.

Segundo a Americanas, a mudança no calendário se dá pela revisão dos dados entre janeiro e março pela companhia, assessores e auditores independentes.

“Estes trabalhos de revisão têm por finalidade garantir que as demonstrações financeiras reflitam adequadamente a posição patrimonial e financeira da Companhia e de suas controladas, e ocorrem em paralelo à apuração acerca das circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis, conduzidas pelo Comitê Independente, criado pelo Conselho de Administração em 11 de janeiro de 2023”, informou a empresa.

Esta é a segunda vez que a varejista adia a divulgação de balanços. No dia 24 de março, a Americanas já havia suspendido a divulgação dos resultados de 2022, agendados para o dia 29 daquele mês. A companhia também não informou uma nova data para a publicação dos dados do ano passado.

SELIC

Nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu novamente pela manutenção da Taxa Selic em 13,75%, em mais um comunicado que seguiu com citações ao cenário fiscal a reafirmações do papel “vigilante” do Banco Central (BC) para com a inflação, atualmente abaixo de 5% no anualizado.

Com a mesma Taxa Selic desde meados de agosto de 2022, a grande discussão macroeconômica do mercado é sobre quando a autoridade monetária passará a cortar juros e iniciar um ciclo baixista.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,50%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O indicador acumula deflação de 0,75% em 2023 e de 2,17% em 12 meses. É a primeira vez que o índice apresenta deflação em 12 meses desde fevereiro de 2018.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), a projeção para o IGP-M ficou em 2,14%, ante 2,18% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A expectativa para o IPCA deste ano na Focus passou de 6,04% para 6,05%. Um mês antes, a mediana era de 5,96%. Para 2024, a projeção continuou em 4,18%, contra 4,13% de quatro semanas atrás. Considerando somente as 105 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 subiu de 6,07% para 6,09%. Para 2024, cedeu marginalmente, de 4,19% para 4,17%, considerando 101 atualizações no período.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 6,02%, ante 6,05% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O mercado financeiro voltou a revisar para cima a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2023. O percentual havia ficado estagnado em 0,90% por 3 semanas antes de subir para 0,96% em 28 de abril. Agora, a expectativa é de uma alta de 1,00% na economia brasileira neste ano.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (08), a projeção para o PIB ficou em 1,00%, ante 1,00% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (01), o Ibovespa não teve operações devido ao feriado.

Na terça-feira (02), o Ibovespa fechou em queda, com as blue chips Vale, Petrobras e Itaú Unibanco recuando fortemente, diante de um ambiente avesso a risco no exterior em véspera de decisão de juros do Banco Central norte-americano. O índice Ibovespa teve queda de 2,4%, a 101.926,95 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,5 bilhões.

Na quarta-feira (03), o Ibovespa fechou em queda, mesmo após o Federal Reserve sinalizar uma possível pausa no ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, enquanto o noticiário corporativo doméstico teve um efeito misto, com Carrefour Brasil desabando mais de 9% após prejuízo no primeiro trimestre. O índice Ibovespa teve queda de 0,13 %, a 101.797,09 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,3 bilhões.

Na quinta-feira (04), o Ibovespa fechou em alta, após sessão volátil, marcada por uma bateria de resultados corporativos, com destaque para Ultrapar que disparou após desempenho acima do esperado por analistas no primeiro trimestre, enquanto Embraer desabou na esteira de prejuízo maior do que as previsões. O índice Ibovespa teve alta de 0,37%, a 102.174,34 pontos. O volume financeiro somou R$ 26,4 bilhões.

Na sexta-feira (05), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 1,02%, a 103.217,91 pontos. Favorecido pelo avanço em praças acionárias no exterior e alta nos preços do petróleo, enquanto a agenda destacava dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Investidores também repercutiam nova batelada de balanços corporativos, entre eles o do Bradesco. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 2,91%, a 105.148,48 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,1 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (05), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,52%, cotado a R$ 4,9669 na venda. O movimento da moeda acontece em meio a relatos de ingressos de fluxo comercial e de investidores estrangeiros. Os investidores reduzem posições defensivas no mercado futuro, com olhar mais otimista também sobre a tramitação do arcabouço fiscal no Congresso.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (05) cotado a R$ 4,9436, os dados positivos do mercado de trabalho norte-americano trouxeram otimismo para os mercados globais, abrindo espaço para a queda firme do dólar ante o real, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
08/05/2023