Cenário Econômico Nacional – 15/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 15/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 15/05/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Economistas projetam inflação menor neste ano e em 2024

Especialistas reduziram ligeiramente suas perspectivas para a inflação tanto neste ano quanto no próximo, embora ainda permaneçam acima da meta, mostrou a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (08).

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2023 agora é de 6,02%, contra 6,05% na semana anterior, na primeira redução da estimativa depois de cinco semanas seguidas de altas.

Para 2024 a conta foi reduzida em 0,02 ponto percentual, com a inflação agora calculada em 4,16%. As projeções para 2025 e 2026 seguem em 4,0%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano segue em 1,0%, mas para 2024 recuou 0,01 ponto percentual, a 1,40%.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros Selic deve fechar este ano a 12,50% e o próximo a 10,0%, sem alterações.

IGP-DI cai 1% em abril e taxa em 12 meses tem maior queda da série histórica

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) intensificou a deflação em abril e registrou a maior queda no acumulado em 12 meses na série histórica, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na segunda-feira (08).

O IGP-DI caiu 1,01% em abril, depois de queda de 0,34% no mês anterior, devido à redução nos preços de grandes commodities.

Essa foi a queda mensal mais intensa desde setembro de 2022, e ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 1,08%.

O resultado levou o índice a intensificar a deflação em 12 meses a 2,57%, de 1,16% em março, quando marcou o primeiro resultado negativo desde fevereiro de 2018 nessa base de comparação. Foi a taxa negativa mais forte desde o início da série histórica desse dado em janeiro de 1998.

No mês, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 1,56%, de queda de 0,71% no mês anterior.

“A redução nos preços registrada por grandes commodities, como soja (de -5,66% para -9,89%), minério de ferro (de 3,45% para -7,94%) e milho (de -1,59% para -8,06%), contribuiu para o aprofundamento da deflação registrada pelo IPA”, explicou André Braz, coordenador dos índices de preços.

A pressão para o consumidor em abril diminuiu uma vez que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-DI, desacelerou a alta a 0,50% no período, de 0,74% em março.

Isso se deveu, segundo Braz, ao comportamento da gasolina, cuja variação passou de 8,66% em março para -0,38% em abril.

O Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), por sua vez, registrou desaceleração da alta a 0,14% em abril, de 0,30% antes.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

Arcabouço reduz risco de cenário extremo de alta da dívida e pode baixar inflação, diz Banco Central

O Banco Central avalia que a apresentação do arcabouço fiscal pelo governo reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada na terça-feira (09), destacando que o texto eventualmente aprovado poderá refletir nas projeções para a inflação.

O documento reafirmou que se o Congresso aprovar uma regra considerada sólida, há uma tendência de um processo de desinflação, embora ressalte que não há relação mecânica entre a regra fiscal e os níveis de preços.

“A materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia, o prêmio de risco associado aos ativos domésticos e, consequentemente, as projeções do Comitê”, disse.

O Copom ressaltou que as expectativas de inflação seguem desancoradas das metas, tendo havido uma pequena deterioração na margem desde a reunião de março, destacando que acompanha este movimento com preocupação.

O BC manteve na ata a avaliação feita em março de que essa desancoragem reflete em parte o questionamento sobre uma possível alteração das metas de inflação futuras.

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que perseguir uma meta com um horizonte de execução mais flexível é melhor para a economia. A previsão é que o governo coloque em pauta o tema das metas de inflação na reunião de junho do Conselho Monetário Nacional.

“O Comitê reforça que decisões que induzam à reancoragem das expectativas e que elevem a confiança nas metas de inflação contribuiriam para um processo desinflacionário mais célere e menos custoso”, afirmou o Copom.

No documento, o BC disse que no atual estágio da dinâmica inflacionária, o processo de redução de preços tende a ser mais lento, em meio a esse ambiente com expectativas desancoradas.

“Os dados inflacionários mais recentes corroboram a visão de um processo de desinflação mais lento, em linha com a visão de uma inflação movida por excessos de demanda, em particular no segmento de serviços”, disse.

Inflação na cidade de São Paulo sobe 0,40% na 1ª quadrissemana de maio, diz Fipe

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,40% na primeira quadrissemana de maio, desacelerando levemente em relação à alta de 0,43% observada no fechamento de abril, segundo dados publicados na terça-feira (09) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Na leitura inicial deste mês, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força ou ampliaram deflação: Habitação (de -0,04% em abril a -0,10% na primeira quadrissemana de maio), Alimentação (de 0,86% a 0,79%), Saúde (de 2,05% a 1,89%) e Vestuário (de 0,97% a 0,88%).

Por outro lado, houve aceleração de preços nas categorias Transportes (de 0,35% a 0,36%) e Despesas Pessoais (de -0,08% a 0,08%).

Já os custos de Educação subiram 0,16% na primeira leitura de maio, repetindo a variação de abril.

Nova regra fiscal reduziu parte da incerteza do cenário econômico, diz ata do Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou, na terça-feira (09), que a apresentação da nova regra fiscal e a reoneração dos combustíveis reduziram parte das incertezas do cenário econômico.

“A apresentação do arcabouço fiscal reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública. O Comitê seguirá acompanhando a tramitação e a implementação do marco fiscal apresentado pelo governo e em apreciação no Congresso”, afirmou o comitê na ata de sua última reunião, na semana passada. O documento reitera, ainda, que “não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do novo marco fiscal”.

O recado foi dado em ata divulgada nesta manhã, na qual o Copom detalhou o cenário econômico considerado na decisão de quarta-feira passada para a manutenção da Selic em 13,75% ao ano. O relatório complementa o comunicado que o colegiado já publica logo após anunciar os novos juros, no mesmo dia em que houve o anúncio da manutenção da taxa básica de juros.

“Por um lado, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal. Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na condução da política monetária”, afirma a ata.

Esta foi a primeira reunião do Copom depois que o marco fiscal foi trazido a público pela ala econômica do governo, no final de março. O colegiado se reúne a cada 45 dias para decidir se corta, aumenta ou mantém a taxa Selic.

Segundo o documento, a incerteza sobre o desenho final do projeto, já em tramitação no Congresso, e, principalmente, os “impactos dele sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco” são um dos fatores de risco para a alta inflacionária avaliados pelo colegiado.

Também são citados a maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.

Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recua 1,13% na 1ª prévia de maio, diz FGV

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), apelidado de “inflação do aluguel” por ser comumente usado como balizador de reajuste nos contratos entre locador e locatário, recuou 1,13% na primeira prévia de maio, após cair 0,90% na mesma leitura de abril. A informação foi divulgada na manhã de quarta-feira (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo a instituição, a contração foi puxada pela deflação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que recuou 1,74%, ante queda de 1,40% no mesmo período de abril. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) desacelerou de 0,30% para 0,10% entre as leituras. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), por outro lado, acelerou de 0,51% para 0,64%, de acordo com a FGV.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), apelidado de “inflação do aluguel”, recuou 0,95% em abril, após alta de 0,05% em março, informou nesta quinta-feira (27) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em abril do ano passado, o IGP-M havia subido 1,41%.

Com o resultado, o indicador acumula deflação de 0,75% em 2023 e de 2,17% em 12 meses. É a primeira vez que o índice apresenta deflação em 12 meses desde fevereiro de 2018.

Fluxo cambial total no ano até 5 de maio é positivo em US$ 13,333 bilhões, mostra Banco Central

O Brasil registrou fluxo cambial positivo de US$ 13,333 bilhões em 2023 até 5 de maio, informou o Banco Central. No mesmo período do ano passado, havia entrada líquida de US$ 16,338 bilhões. Em 2022, o saldo foi negativo em US$ 3,233 bilhões.

No acumulado do ano, o canal financeiro apresentou saídas líquidas de US$ 6,319 bilhões no período. Isso é o resultado de aportes no valor de US$ 189,279 bilhões e retiradas no total de US$ 195,598 bilhões.

O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

No comércio exterior, o saldo em 2023 é positivo em US$ 19,652 bilhões, com importações de US$ 77,967 bilhões e exportações de US$ 97,619 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 12,871 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 23,990 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 60,758 bilhões em outras entradas.

O Brasil registrou fluxo cambial negativo de US$ 200 milhões na semana passada, de 2 a 5 de maio, informou o Banco Central. Em abril, houve entrada líquida de US$ 844 milhões, segundo o dado parcial.

Na semana passada, o canal financeiro apresentou saídas líquidas de US$ 1,217 bilhão no período. Isso é o resultado de aportes no valor de US$ 8,958 bilhões e retiradas no total de US$ 10,176 bilhões.

No comércio exterior, o saldo da semana passada foi positivo em US$ 1,017 bilhão, com importações de US$ 3,776 bilhões e exportações de US$ 4,794 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 638 milhões em ACC, US$ 930 milhões em Pagamento Antecipado PA e US$ 3,226 bilhões em outras entradas.

Banco Central descarta risco para estabilidade do sistema financeiro mesmo após caso Americanas

O Banco Central (BC) avaliou por meio do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2022, que os resultados das análises realizadas continuam indicando que não há risco relevante para a estabilidade financeira no Brasil.

“Os testes de estresse de capital e de liquidez demonstram que o sistema bancário se mantém resiliente. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) permanece com capitalização e liquidez confortáveis e provisões adequadas ao nível de perdas esperadas”, disse o documento divulgado.

Segundo o BC, o sistema bancário permanece com liquidez confortável para manter a estabilidade financeira e o regular funcionamento do sistema de intermediação.

O órgão afirmou que permanece a tendência de convergência das taxas de captação praticadas pelos diferentes segmentos bancários, o que reflete a maior concorrência por funding, inclusive via plataformas.

Em relação à base de capital, o regulador do sistema financeiro avaliou que continua sólida. O Índice de Basileia atingiu 16,0% em dezembro de 2022, contra 16,1% em junho. No Brasil, o índice a ser obedecido é de 8%.

“A capitalização permanece confortavelmente acima dos mínimos regulamentares. A margem de capital regulatório não é restrição para a expansão da oferta de crédito de forma sustentável”, avaliou o BC.

O Banco Central afirmou também que o teste de estresse realizado devido à crise da varejista Americanas demonstra impacto “irrelevante” na solvência do sistema bancário, que, segundo a autarquia, segue resiliente.

“Em decorrência do caso Americanas, efetuou-se teste de estresse específico considerando eventual default dessa empresa e da rede de fornecedores que dela dependem de forma relevante. O resultado desse teste demonstra impacto irrelevante na solvência do sistema bancário”, disse o BC no REF, que também citou eventos vividos em 2023.

Renda do brasileiro teve recuperação em 2022 com aumento da ocupação e ampliação do Auxílio Brasil, diz IBGE

O aumento na ocupação e o pagamento do Auxílio Brasil em maior escala ajudaram a impulsionar a renda no Brasil em 2022, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, que apontou ainda redução da desigualdade no país.

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita chegou a 1.586 reais no ano passado, uma alta de 6,9% em relação a 2021, quando foi de 1.484 reais, o mais baixo da série histórica iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com esse aumento de 6,9%, a massa de rendimento mensal real domiciliar per capita subiu 7,7% ante 2021, chegando a 339,6 bilhões de reais. De acordo com a pesquisa, a Região Nordeste segue com menor rendimento médio mensal domiciliar per capita (1.011 reais), ao passo que a Região Sul tem o maior (1.927 reais).

No ano passado, 62,6% da população tinha algum tipo de rendimento, contra 59,8% em 2021, atingindo o maior nível da série da pesquisa.

Já o rendimento médio mensal real de todas as fontes cresceu 2,0% em 2022 frente a 2021 e alcançou 2.533 reais, ainda assim o segundo menor valor da série. Também segundo a pesquisa, o rendimento de todos os trabalhos caiu 2,1%, a 2.659 reais, enquanto o rendimento de outras fontes cresceu 12,1%, a 1.657 reais.

De acordo com a Pnad, entre 2021 e 2022 cresceu a 16,9% a proporção de domicílios com algum beneficiário do Auxílio Brasil/Bolsa Família, em comparação com 8,6% antes.

IPCA desacelera em abril e taxa em 12 meses tem menor nível em 2 anos e meio

O aumento de preços ao consumidor no Brasil perdeu força em abril uma vez que a pressão menor dos Transportes compensou a alta de medicamentos e alimentos, com a taxa em 12 meses no nível mais baixo em dois anos e meio.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,61% em abril, depois de ter avançado 0,71% em março. Isso levou o índice a acumular em 12 meses até abril taxa de 4,18%, contra 4,65% antes.

Essa é a leitura mais baixa em 12 meses desde outubro de 2020 (+3,92%).

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (12) ficaram, no entanto, um pouco acima das expectativas de analistas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,54% no mês e de 4,10% em 12 meses.

A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

Analistas projetam que o IPCA deve atingir o nível mais baixo do ano por volta de junho, voltando a ganhar força no segundo semestre. Segundo a pesquisa Focus, a projeção do mercado é de que a inflação termine este ano a 6,02%.

Em abril, o maior peso sobre o resultado do IPCA partiu do grupo Saúde e cuidados pessoais, que apresentou alta de 1,49%. Os produtos farmacêuticos subiram 3,55% após a autorização de reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos a partir de 31 de março, de acordo com o IBGE.

Também ajudou a pressionar o índice a forte aceleração da alta de Alimentação e Bebidas, para 0,71% em abril, de variação positiva de apenas 0,05% em março.

A principal colaboração para esse resultado partiu do aumento de 0,73% da alimentação no domicílio, com alta nos preços do tomate (10,64%), do leite longa vida (4,96%) e do queijo (1,97%).

Por outro lado, a inflação no grupo de Transportes desacelerou para 0,56%, de 2,11% em março, com queda de 0,44% dos combustíveis após forte avanço de 7,01% no mês anterior.

Lula indica que deve questionar novos pontos da privatização da Eletrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou no sábado (06) que pretende apresentar novos questionamentos sobre a privatização da Eletrobras, após a Advocacia-Geral da União (AGU) ter entrado na véspera com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para elevar o poder da União na companhia elétrica.

“Eu não entrei contra a privatização da Eletrobras, eu ainda pretendo entrar”, afirmou Lula ao ser questionado sobre o tema durante coletiva de imprensa em Londres, após ter participado da cerimônia de coroação do Rei Charles.

Ao comentar sobre a ação da AGU, o presidente voltou a criticar o fato de que a União tenha que submeter à regra que impede os acionistas de deter poder de voto superior a 10% na elétrica, além da cláusula de “poison pill” no estatuto da companhia que dificulta uma recompra de ações da Eletrobras por parte do governo.

Na véspera, a AGU pediu ao STF que conceda à União um poder de voto na Eletrobras proporcional à sua participação na elétrica, em ação subscrita por Lula.

“O país precisa voltar a sorrir, é isso que eu quero, por isso que esses absurdos eu vou tentar desmontá-los.”

Congresso deve incluir punições mais duras em nova regra fiscal, diz Lira à CNN

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse à CNN, no domingo (07), que, na tramitação da nova regra de controle de gastos no Congresso, os parlamentares devem endurecer as regras e incluir punições mais duras para o caso de descumprimento das metas fiscais anuais estipuladas pela proposta.

O projeto para a legislação que deverá substituir o teto de gastos foi apresentado pelo governo no final de março e está agora sendo analisado pelo relator, na Câmara dos Deputados, para ter sua análise e votação iniciada nos próximos dias.

Na proposta, o governo propõe o que chamou de “descriminalização da política fiscal”, com punições mais brandas para os governantes caso não cumpram a meta de resultado primário estipulada para o ano, a exemplo do que já acontece com o Banco Central, quando não cumpre suas metas de inflação.

O afrouxamento foi visto com preocupação por economistas.

“Não posso adiantar, claro, o texto que será feito pelo relator, mas acho que os ‘enforcements’, como falam, deverão vir no texto da Câmara, e não tenho dúvidas de que o Senado dará também sua contribuição para que isso não fique no limbo”, disse Lira, que falou em entrevista exclusiva à CNN em Nova York.

“Nós não devemos incluir uma responsabilização à pessoa do agente público, mas o governo como um todo tem que ter alguma restrição quando não cumprir as metas a que se propõe no arcabouço fiscal”, acrescentou.

Lira elogiou a proposta apresentada pelo governo, “é um texto com uma espinha dorsal equilibrada, o Congresso está ali para aprimorar”, disse, e afirmou que a nova versão, com as alterações a serem propostas pelo relator do texto e a ser analisada pelos deputados, deve ser apresentada ainda nesta semana, “entre os dias 8 e 9 [de maio]”.

“A partir de como o texto venha, e de como as alterações serão recebidas, teremos uma ideia de qual será a facilidade ou a dificuldade da aprovação no Plenário”, afirmou.

Haddad confirma Galípolo para diretoria de Política Monetária do Banco Central, cita sugestão de Campos Neto

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que seu secretário-executivo, Gabriel Galípolo, será indicado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, destacando que o governo não quer “formar bancada” na cúpula da autarquia, mas busca maior coordenação e harmonia entre políticas fiscal e monetária.

Haddad afirmou ainda que Ailton de Aquino Santos, servidor de carreira do BC, será indicado para a diretoria de Fiscalização do órgão. Os nomes dos dois primeiros indicados por Lula ainda precisarão passar pela aprovação do Senado.

Em entrevista a jornalistas em São Paulo, o ministro afirmou que partiu do próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a primeira sugestão que colocava o nome de Galípolo como uma opção para ocupar vaga na diretoria da autarquia.

Haddad afirmou que Galípolo tem a confiança e o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e buscou afastar interpretações de que a indicação poderia ter algum cunho partidário.

“Ele (Galípolo) é uma pessoa que foi convidada a participar do governo por mim, não foi indicação partidária de ninguém, foi um convite pessoal meu e do presidente da República. Ele é uma pessoa da nossa absoluta confiança que nunca teve militância partidária e é uma pessoa conhecida do mercado”, disse.

“O Galípolo foi presidente de banco, é conhecido dos economistas, é coautor de todas as políticas públicas que estão sendo endereçadas ao Congresso Nacional”, acrescentou.

Em meio a críticas reiteradas de Lula à política de juros do BC, o mercado acompanha de perto as indicações às diretorias da autarquia para avaliar se os nomes do novo governo poderão representar algum tipo de ruptura ou de oposição às visões de Campos Neto.

O início dos trabalhos de Galípolo e Santos na diretoria do BC, onde passarão a votar nas decisões sobre a taxa básica de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), dependerá do trâmite do Senado.

Por isso, não é possível afirmar se os dois já participarão da próxima reunião do colegiado, nos dias 20 e 21 de junho, quando agentes do mercado ainda esperam uma manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.

Os indicados passam por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e, se aprovados, os nomes ainda são submetidos ao plenário da casa.

STF tem maioria para confirmar suspensão da redução de alíquota do Pis/Cofins

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) tem maioria de votos para confirmar uma decisão liminar (provisória) que autorizou o governo a suspender redução da alíquota de Pis/Cofins de pessoas jurídicas.

A medida havia sido estipulada por meio de decreto no final do governo anterior e assinada pelo então vice-presidente, Hamilton Mourão.

A decisão foi dada no começo de março pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em 11 de abril. A liminar foi submetida a julgamento virtual no plenário da Corte.

Até o momento, acompanharam Lewandowski os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. André Mendonça divergiu.

No julgamento virtual não há debate entre os ministros, que depositam seus votos em um sistema eletrônico.

A redução da alíquota de Pis/Cofins sobre receitas financeiras de pessoas jurídicas passariam a valer em janeiro de 2023, mas foi suspensa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assim que assumiu o governo, restabelecendo a cobrança total da alíquota. Com isso, empresas recorreram à Justiça para requisitar a validade da determinação do governo anterior.

Em fevereiro, o presidente Lula apresentou ao STF uma ação para garantir a legitimidade e a eficácia imediata de decreto sobre os valores das alíquotas de contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Na ação, o presidente argumentou que a norma de 2022 foi promulgada nos dias finais do governo anterior, sem comunicação à equipe de transição. Aponta, ainda, uma significativa renúncia de receita, com impacto orçamentário-financeiro negativo estimado pela Receita Federal em R$ 5,8 bilhões neste ano.

Ao votar no julgamento, o ministro Alexandre de Moraes destacou haver “controvérsia judicial relevante” no caso. Ele citou dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional apontando a existência de 1.302 ações ajuizadas sobre o tema, entre processos que tramitam na primeira e segunda instâncias da Justiça, “situação que evidencia o potencial efeito multiplicativo de litigância da matéria”.

O ministro Gilmar Mendes votou para confirmar a liminar de Lewandowski, e apresentou algumas ressalvas ao voto do magistrado aposentado.

Para Gilmar, a concessão de “tão expressiva benesse fiscal”, a um dia do fim do governo é, “no mínimo, heterodoxa”.

“Se esta Suprema Corte validar expedientes que tais, acaba por chancelar, no limite, condutas levadas a efeito com aptidão de inviabilizar o governo vindouro”, afirmou. “Nessa perspectiva, a abrupta redução de alíquotas no ‘apagar das luzes’ trazida pela norma impugnada, com a consequente redução da arrecadação das contribuições sociais e o inevitável e imediato prejuízo à manutenção da seguridade social, não parece, em um primeiro juízo, estar em consonância com os princípios da Administração Pública”.

Já André Mendonça divergiu de Lewandowski. Para o ministro, o pedido do governo não apresentou os requisitos mínimos para a concessão de uma decisão liminar pela Corte. Ele também disse que a restituição das alíquotas deveria respeitar a noventena (prazo de 90 dias para que o aumento de tributos comece a valer).

“Em relação ao primeiro decreto, não incidiu o princípio da anterioridade nonagesimal, porque foram diminuídas as alíquotas das contribuições ao PIS e à Cofins incidentes sobre receitas financeiras sob o regime não-cumulativo para, respectivamente, 0,33% e 2%. Assim, também não parece ocorrer qualquer dúvida quanto à solução de continuidade, pelo menos do ponto de vista legal, havida na carga tributária praticada em relação ao patrimônio pessoas jurídicas contribuintes”, declarou.

Senado deve sabatinar indicados ao Banco Central antes da próxima reunião do Copom, diz presidente da CAE

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse que a Casa deve avaliar os nomes dos indicados para a diretoria do Banco Central antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Ou seja, antes de 20 de junho.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo indicará Gabriel Galípolo para a diretoria de Política Monetária e Ailton Aquino para diretoria de Fiscalização do Banco Central. As indicações precisam ser aprovadas pelo Senado.

A CAE, presidida por Vanderlan, é a primeira parada das indicações. Depois, é necessária análise do plenário. Vanderlan disse que ainda não houve comunicação oficial das indicações e por isso não é possível dar uma data exata para as votações.

“Provável que vote antes da reunião do Copom”, disse ele, referindo-se tanto à análise no colegiado quanto a do plenário. De acordo com o senador, seria ruim deixar os cargos vagos por muito tempo.

Até o momento não há indícios de grande resistência aos nomes no Senado. Apesar disso, uma fala da ministra do Planejamento, Simone Tebet, desagradou a senadores.

Ela afirmou que Galípolo seria “a voz do governo” dentro do BC. O indicado é muito próximo a Fernando Haddad.

Exército indica generais para cargos de vice-ministro e coordenador do GSI

O Comando do Exército apresentou ao Ministério da Defesa os nomes de dois generais para as vagas de vice ministro e coordenador do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

As sugestões devem ser encaminhadas pelo ministro da Defesa, José Múcio, ao presidente Lula, conforme informativo do Exército divulgado internamente para a corporação.

O comunicado afirma que o general de divisão Ivan de Sousa Corrêa Filho, que hoje é do Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica, foi designado para a secretaria executiva do GSI, também conhecida como número 2 do ministério. Ele assumiria como vice do novo ministro do GSI, o general Amaro.

Já o general de brigada Ricardo Augusto do Amaral Peixoto, atualmente na segunda subchefia do Estado maior, órgão responsável pela inteligência do Exército, foi indicado novo secretário de coordenação presidencial.

Após a troca de ministro, o GSI passa por reestruturação de cargos. As primeiras modificações emitem sinal verde para militares, e não civis.

O mesmo informe indica que generais demitidos do GSI, depois da divulgação das imagens do 8 de janeiro, devem ir para posições de chefia em departamentos do Exército, fora do Palácio do Planalto.

É o caso do antigo número 2 do GSI, ainda da gestão Gonçalves Dias, general de divisão Ricardo José Nigri, que foi designado para cargo de chefia do Gabinete de Planejamento e Gestão, do Departamento de Ciência e Tecnologia da corporação.

O ex-secretário da segurança presidencial, general de brigada Marcius Cardoso, foi designado adido do Comando de Operações Terrestres (Coter).

Já o ex-secretário executivo adjunto do GSI, general de brigada Marcelo Sabbá, assumiria a segunda subchefia do Estado-Maior do Exército.

Desagrado com Rui Costa e intrigas no gabinete desafiam freio de arrumação com Congresso

Depois do duro recado do Congresso, que derrubou os decretos que mudavam o marco do saneamento, o Palácio do Planalto entrou em modo de arrumação, mas não faltam trocas de acusações e a maior insatisfação, seja entre parlamentares da base, seja dentro do próprio governo, tem batido à porta da Casa Civil e de seu ministro, Rui Costa.

Apesar das negociações para nomeações e emendas serem realizadas por Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, é na Casa Civil que os acordos são efetivados, ou é Rui Costa o responsável por acelerar os ministérios que demoram para cumprir acordos.

“Emendas têm que ser pagas, indicações tem que sair. Não tem como tentar arrumar uma base se as coisas não andam”, reclamou a Reuters um parlamentar próximo ao Planalto. “Não vou sair acusando ninguém, mas 8 de maio e nada liberado algum problema tem.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu Rui Costa, Padilha, os demais ministros palacianos e os líderes no Congresso, José Guimarães (PT-CE), da Câmara, Jaques Wagner (PT-BA), do Senado, e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A conversa não foi boa.

Lula cobrou duramente seus ministros para que colocassem ordem na base, mas também que os acordos avalizados por ele saíssem do papel. “Ele deixou bem claro que acordo feito é acordo cumprido. Não tem porque sentar em cima”, disse a fonte.

No resto da semana, o governo começou a liberar recursos para pagamento de emendas. A ordem do presidente é pagar tudo o que ficou do ano passado e o que deveria ter sido iniciado este ano até o dia 6 de junho.

Padilha também começou nesta quarta uma série de reuniões com os partidos do que deveria ser a base do governo. Do encontro com PSB, saiu com a promessa do presidente do partido, Carlos Siqueira, de que a sigla votará com o governo. Da conversa com o PSD também veio a promessa do líder, Antonio Brito (BA), de que o partido é governo, mesmo não tendo dado os votos que o Planalto esperava.

Senado aprova MP que muda tributação de empresas com negócios no exterior, texto vai a sanção

O Senado aprovou medida provisória que realiza mudanças na tributação de empresas que têm atividades no exterior e que é uma das propostas defendidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no âmbito do ajuste fiscal a ser realizado pelo governo.

A proposta, já aprovada pela Câmara dos Deputados e que vai agora à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi editada ainda no governo de Jair Bolsonaro e sofreu alterações na Câmara antes de ser aprovada pelos senadores.

A ideia da medida é adequar as normas nacionais àquelas praticadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para modificar as regras para fixação de preços usados em transações entre empresas relacionadas, a fim de evitar práticas destinadas a diminuir o pagamento de tributos, segundo informações da Agência Senado.

No Japão, onde participa como convidado da reunião dos ministros das Finanças do G7, Haddad comemorou a aprovação da MP pelo Congresso e estimou, segundo reportagem do Estado de S. Paulo, um impacto fiscal positivo de 23 bilhões de reais.

“Vai ter impacto muito favorável para fortalecimento do ajuste das contas públicas que estamos fazendo. Estamos consolidando o caminho do equilíbrio das contas públicas com mais essa medida”, disse Haddad, de acordo com o jornal.

Por sobrevivência, PSDB discute mudanças em tentativa de renovação da sigla

Em esforço para retomar o prestígio do passado, o PSDB avalia mudanças em uma tentativa de renovar o partido, que já esteve à frente do Palácio do Planalto em dois mandatos.

Com a menor bancada na Câmara dos Deputados de sua história parlamentar, o partido detém quatorze deputados federais, o que representou uma queda de 53% de seu fundo partidário.

Com menos poder e recurso, a sigla planeja pesquisas qualitativas, consultas à militância e caravanas pelo país a partir deste mês. O foco principal tem sido a disputa eleitoral de 2026.

As lideranças da legenda não descartam, por exemplo, a possibilidade de o partido mudar de nome, símbolo e até mesmo de número em busca de uma renovação.

A ideia é que de maio a agosto o presidente nacional da legenda, Eduardo Leite, visite as cinco regiões do país, começando pelo Nordeste. No dia 27, o governador gaúcho deve visitar Salvador.

A avaliação é de que a disputa municipal, em 2024, está muito próxima para que eventuais mudanças tenham impacto nas urnas.

A estratégia é que, portanto, o foco das candidaturas tucanas no próximo ano seja em municípios com mais de 200 mil habitantes.

Até 2026, o diagnóstico é de que o partido tem de se colocar também mais presente no debate público, evitando que legendas como PL e Republicanos monopolizem a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

Por isso, o esforço é para que Leite conceda mais entrevistas e que faça mais declarações públicas, reafirmando as bandeiras da legenda.

Após rebelião na Câmara, governo acelera compromisso de pagar emendas parlamentares da gestão Bolsonaro

O governo decidiu acelerar neste mês de maio o compromisso para pagar emendas parlamentares, após uma rebelião de apoiadores na Câmara que já resultou em derrota em uma votação e pode ameaçar o avanço de futuras propostas de interesse do Palácio do Planalto no Congresso, mostram dados oficiais e públicos de acompanhamento orçamentário analisados pela Reuters.

De janeiro a abril, o governo havia empenhado 347 milhões de reais em emendas parlamentares propostas de 2020 a 2022, ainda no governo Bolsonaro. Só nos nove primeiros dias de maio, esse valor de empenho para o mesmo período saltou para 849,9 milhões de reais. Ao todo, foram empenhados neste ano 1,197 bilhão de reais desse tipo de rubrica orçamentária, sendo que 71% no corrente mês.

O empenho é o primeiro estágio para a execução de uma despesa pública, quando uma autoridade competente formaliza em ato que se compromete com uma parcela de recurso orçamentário para uma determinada obra ou serviço.

Os dados são do Siga Brasil, sistema público do Senado que monitora a execução das emendas dos parlamentares e dos recursos do orçamento federal.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a expansão em mais de 60% nos pagamentos de restos a pagar, na forma de emendas pendentes ainda de 2022, e defendeu que “não se pode criminalizar nem burocratizar a política”.

“Com a retomada do diálogo democrático e do respeito ao Congresso Nacional, é mais do que legítimo que os parlamentares façam indicações de investimentos que o Governo Federal realizará”, publicou o ministro no Twitter.

Padilha afirmou que o empenho das emendas deste ano segue o cronograma da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, que previa os empenhos a partir do fim de abril. Também aproveitou para comparar as autorizações de pagamento com períodos anteriores.

Segundo ele, foi autorizado o pagamento de 4,078 bilhões de reais entre janeiro e abril deste ano de emendas individuais e de bancadas, contra 2,526 bilhões de reais no mesmo período de 2022.

“Com relação às emendas do relator, todos os desembolsos feitos neste ano foram feitos em respeito ao que decidiu o STF”, destacou o ministro, em referência à polêmica prática vedada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de transparência.

“Os ministérios apenas estão efetuando pagamentos de restos a pagar, para projetos em que houve o devido processo técnico e para o qual já foi identificado o parlamentar que participou daquela emenda”, acrescentou.

Produção de carros tem queda de 18% em abril, aponta Anfavea

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), divulgou na segunda-feira (08), dados do setor e apontou uma queda geral nos indicadores no mês de abril.

A produção de carros de passeio caiu 18% em comparação com o mês de março. Ao todo foram fabricados 137,5 mil veículos dessa modalidade em abril, contra 167,7 mil em março.

A produção de veículos em geral, que englobam caminhões, ônibus e comerciais leves teve uma queda de 19,4% na produção no mês de abril. No total, foram produzidos 178,9 mil no mês passado e em março, 221,8 mil.

Os licenciamentos também registraram números negativos. A queda em abril foi de 19,2%, ou seja, foram licenciados 160,7 mil, contra 199 mil no mês anterior.

As exportações também apresentaram dados negativos. Em abril foram exportados 34,0 mil veículos, enquanto em março foram 44,7 mil, uma queda de 23,9%.

Vendas de cimento no Brasil caem 11,6% em abril, aponta Snic

A venda de cimento no Brasil manteve em abril a tendência de queda vista no primeiro trimestre, impactada pela instabilidade econômica e alta dos juros, segundo dados divulgados na segunda-feira (08) pela associação de fabricantes do insumo, Snic.

As vendas de abril caíram 11,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 4,6 milhões de toneladas, segundo os dados da entidade. No acumulado do ano, as vendas mostram retração de 3,4%, para 19,34 milhões de toneladas de cimento.

Os fabricantes de cimento passaram a trabalhar em abril com uma probabilidade de queda nas vendas em 2023, contra previsão de ligeira alta divulgada no início do ano, após a queda de cerca de 1% no volume comercializado do primeiro trimestre sobre o já fraco desempenho dos três primeiros meses de 2022. A performance do início de ano foi também abatida pelas fortes chuvas que atingiram o país.

A comercialização em abril recuou em todas as regiões do país na comparação anual, com destaque para as quedas de 15,2% no Norte e de 14,9% no Centro-Oeste. No Sudeste, maior mercado de cimento do país, houve recuo de 11,2%, seguido por reduções de 11,1% no Sul e de 8,9% no Nordeste, segundo os dados da entidade.

“A venda de materiais de construção segue em queda, assim como os lançamentos e financiamentos imobiliários, reflexo da alta taxa de juros e do baixo poder de compra da população”, afirmou o Snic em comunicado à imprensa.

BNDES dobra limite de crédito para micro, pequenas e médias empresas

O BNDES anunciou que duplicou o limite crédito por cliente de sua linha destinada a micro, pequenas e médias empresas, de 10 milhões para 20 milhões de reais ao ano, informou o banco de fomento.

A decisão ocorre em um momento em que bancos do país têm optado por focar suas carteiras em segmentos com melhores perfis de risco em meio ao ambiente de juros elevados e incertezas sobre o crescimento da economia.

Segundo o BNDES, as empresas de médio porte que possuem faturamento anual de até 300 milhões de reais poderão acessar essa linha até o final de dezembro deste ano.

O objetivo, segundo o BNDES, é reduzir restrições de acesso ao mercado de crédito às micro, pequenas e médias empresas. Com isso, o banco espera que companhias desse porte possam dar continuidade aos seus negócios e à manutenção dos empregos.

Mais cedo, o presidente-executivo do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, afirmou em conferências a jornalistas e analistas, que espera uma normalização gradual da inadimplência do segmento pessoa jurídica ao longo dos próximos trimestres. O executivo mencionou ainda que as empresas têm apresentado baixa demanda por crédito de mais longo prazo, voltado a investimentos, e mais procura por linhas de curto prazo, de capital giro.

“As micro, pequenas e médias empresas apresentam, em geral, menor disponibilidade de ativos e, além disso, o seu acesso a crédito é particularmente impactado pela conjuntura econômica”, disse o BNDES em comentários à Reuters.

Camex zera imposto de importação para 628 máquinas industriais

O Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior decidiu por zerar, até 31 de dezembro de 2025, o imposto de importação de 628 máquinas e equipamentos. Cerca de 80% dos bens não são produzidos no Brasil.

De acordo com a Camex, a redução tarifária irá possibilitar que empresas importem bens avaliados em mais de US$ 800 milhões. Dos 40 setores da economia a serem beneficiados, estão metalurgia, eletricidades e gás, automóveis, celulose e papel.

A maioria dos produtos é proveniente dos Estados Unidos, da China, da Alemanha e da Itália.

Dos 628 equipamentos que terão imposto de importação zerado, 564 são industriais com fabricação no exterior e 64 de informática e telecomunicações.

O comitê aprovou ainda medida antidumping para cápsulas de gelatina usadas na ingestão de remédios e suplementos. Desta forma, o insumo, que é importado do México e dos Estados Unidos, passará a ser sobretaxado para evitar prejuízo à indústria nacional.

“Após uma investigação realizada pelas autoridades brasileiras do Departamento de Defesa Comercial (Decom) da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, foi verificada existência de dumping, considerada uma prática desleal de comércio”, aponta nota da Camex.

A medida terá duração de cinco anos para o insumo, comumente usados em farmácias de manipulação, suplementos alimentares e produtos veterinários.

Em relação à concentrados de proteínas, o Gecex excluiu o produto da Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (Letec), depois de verificar-se a capacidade de produção no país.

“Segundo a Camex, a inclusão deste produto na Letec com alíquota de 0% causou prejuízos à indústria doméstica e, por isso, agora retorna para a tarifa consolidada no Mercosul (11,2%). Isso permitirá ao setor produtivo concorrer em maior igualdade de condições de preço e continuar investindo no aumento da capacidade produtiva e geração de emprego e renda no país”.

Produção industrial avança 1,1% em março, informa IBGE

A produção industrial do país avançou 1,1% na passagem de fevereiro para março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (10). É o primeiro resultado positivo após dois negativos em sequência, resultando em uma queda acumulada de 0,5%.

Na comparação com março do ano passado, a produção industrial cresceu 0,9%. A expectativa do mercado era de avanço de 0,8% na comparação mensal e de 0,4% em 12 meses, segundo pesquisa da Reuters.

Com isso, a indústria do país está 1,3% abaixo do patamar pré-pandemia e 17,9% do nível recorde da série histórica, alcançado em maio de 2011.

“Os dois primeiros meses de 2023 foram marcados por queda, embora não tivessem disseminação do resultado negativo entre as atividades. Em março, a maior parte das atividades também ficou no campo positivo e a indústria marcou um crescimento que não era visto desde outubro do ano passado (1,3%)”, afirma André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE.

“Então há uma melhora de comportamento da produção industrial, especialmente considerando esse crescimento de magnitude mais elevada, mas ainda está longe de recuperar as perdas do passado recente.”

Movimentação de cargas nos portos brasileiros cresce 1,64% no 1° trimestre, diz Antaq

A movimentação de cargas nos portos brasileiros cresceu 1,64% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Foram movimentadas 279,5 milhões de toneladas em mercadorias pelos portos entre janeiro e março. Quase um terço disso refere-se ao transporte de minério.

Outras cargas de destaque no primeiro trimestre foram o milho, que movimentou 8,9 milhões de toneladas (crescimento de 155%); farelo de soja, com 4,5 milhões de toneladas movimentadas (aumento de 4%); e petróleo, com 48,9 milhões de toneladas (alta de 11%).

Para o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, a tendência é positiva. “A agência vem concentrando esforços na condução das licitações para arrendamentos e concessões portuárias”, disse Nery.

“Entendemos que os números apresentados pelo estatístico aquaviário de movimentação, tanto nos portos públicos quanto nos terminais de uso privado, são reflexos também desse trabalho”, acrescentou.

Acordo entre Mercosul e UE beneficiaria 2,8 mil produtos brasileiros, diz CNI

O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia deve beneficiar 2,8 mil produtos industriais vendidos hoje pelo Brasil para os países europeus.

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), quatro em cada dez produtos industriais exportados pelo país para a Europa deixariam de pagar o imposto de importação, e, assim, teriam melhores condições de competir no mercado europeu, caso o acordo firmado em 2019 entre em vigor.

Os principais beneficiados seriam os setores de máquinas e equipamentos, produtos químicos, equipamentos elétricos e automotivos.

Os números, segundo a CNI, apontam que o acordo, que, no momento, passa por uma reavaliação do governo brasileiro, seria vantajoso não apenas para o setor agrícola, mas também para o industrial.

Pelos cálculos da instituição, se já estivesse válido em 2022, o acordo ajudaria a baratear produtos industriais que responderam por R$ 13 bilhões das exportações do Brasil à União Europeia, um quarto do total de US$ 50,892 bilhões em 2022.

“A indústria brasileira defende a conclusão formal do acordo sem a reabertura das negociações. É uma das nossas pautas prioritárias”, diz Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI.

Credores da Marisa pedem a falência da empresa

Credores da varejista Marisa entraram na Justiça pedindo a falência da empresa devido a dívidas de R$ 882.797.84. A MGM Comércio de Acessórios de Moda diz ter a receber R$ 363.562,44. Já a Plasútil Indústria e Comércios de Plásticos afirma que a varejista de moda deve a ela R$ 173.501,42. A Oneflip Indústria e Calçados fala em uma dívida de R$ 345.733,98.

A Marisa será intimada para dar resposta em dez dias e poderá depositar integralmente os valores devidos para evitar a falência. Outra opção seria pedir recuperação judicial nesse período. Segundo apurou o Estadão, os pedidos foram feitos para pressionar a varejista a quitar os débitos, mas a renegociação da dívida de cerca de R$ 600 milhões com os bancos está em estágio avançado.

Na visão de Renato Leopoldo e Silva, do escritório DSA Advogados, os valores pedidos pelos credores na Justiça são baixos e não devem oferecer risco real de falência do negócio. “Os dois pedidos de falência já foram recebidos pela juíza da 3.ª Vara de Falências de Recuperações Judiciais da Capital e determinada a citação da Marisa”, diz Leopoldo e Silva.

Procurada, a Marisa não se pronunciou sobre os pedidos de falência. Em fatos relevantes publicados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou estar “tomando providências para sanar essa situação”.

O reestruturador de empresas João Pinheiro Nogueira Batista, que assumiu o comando das Lojas Marisa há pouco mais de um mês, disse, em entrevista ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a concorrência com as varejistas internacionais, como a Shein, prejudicou a companhia. “Se economia estivesse melhor e sem esse contrabando todo, talvez eu não tivesse de fechar 90 lojas”, disse Nogueira Batista na ocasião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

SELIC

O banco Credit Suisse reduziu as projeções para a Selic ao fim de 2023 e 2024 e passou a esperar corte da taxa básica de juros a partir de setembro.

Em relatório, o banco diz que reduziu a previsão para a Selic ao fim de 2023 de 13,75% para 12,50%. A estimativa para a taxa ao fim de 2024 caiu de 11,50% para 10,50%.

“Esperamos que o ciclo de redução comece cautelosamente na reunião do Copom em setembro, com um corte de 25 pontos-base na taxa Selic. Isso seria seguido por seis cortes sequenciais de 50 pontos-base nas reuniões subsequentes, com a taxa chegando a 10,50% ao ano em junho de 2024”, acrescenta.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,50%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 1,13% na primeira prévia de maio, após cair 0,90% na mesma leitura de abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), a projeção para o IGP-M ficou em 2,03%, ante 2,14% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A inflação brasileira medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,61% em abril, informou na sexta-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado veio acima das projeções consensuais, que eram de uma variação de 0,54%. Com isso, o indicador em doze meses chegou a 4,18%, contra os 4,10% esperados.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), os economistas elevaram as estimativas do IPCA para 6,03%, ante 6,02% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O Credit Suisse revisou suas expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este e o próximo ano.

Segundo relatório divulgado pelo banco suíço na quinta-feira (11), a expectativa é que a economia do país cresça 1,3% em 2023, e não mais 0,7%. Para 2024, porém, a revisão foi para baixo, 1%, ante estimativa anterior de 1,7%. No ano passado, o PIB cresceu 2,9%.

A desaceleração prevista pelo banco se ancora nos “efeitos defasados” da política monetária do país. Ou seja, como efeito da taxa Selic em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, a economia deve crescer menos.

Ao mesmo tempo, o crescimento econômico, segundo o banco, continua impulsionado pelo consumo das famílias, como resultado de um mercado de trabalho “resiliente” e da expansão de políticas públicas de transferência de renda e assistência social.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (15), a projeção para o PIB ficou em 1,02%, ante 1,00% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (08), o Ibovespa fechou em alta, endossado pelo avanço de commodities no exterior, como o minério de ferro e o petróleo, o que ajudou papéis como Vale e Petrobras. O índice Ibovespa teve alta de 0,85%, a 106.042,15 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,3 bilhões.

Na terça-feira (09), o Ibovespa fechou em alta, dia que teve Natura&Co disparando 15% e capitaneando os ganhos após resultado operacional no primeiro trimestre melhor do que a expectativa de analistas. O índice Ibovespa teve alta de 0,92%, a 107.015,54 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,2 bilhões.

Na quarta-feira (10), o Ibovespa fechou em alta, com Yduqs disparando quase 25%, na esteira de resultado trimestral e projeções otimistas, enquanto o declínio da Vale freou um desempenho mais robusto. O índice Ibovespa teve alta de 0,38%, a 107.517,89 pontos. O volume financeiro somou R$ 19,9 bilhões.

Na quinta-feira (11), o Ibovespa fechou em alta, com as ações da Petrobras avançando mais de 3% após a petrolífera anunciar dividendos de 24,7 bilhões de reais, enquanto Vale pressionou negativamente em razão de preocupações com a China. O índice Ibovespa teve alta de 0,58%, a 108.069,01 pontos. O volume financeiro somou R$ 24 bilhões.

Na sexta-feira (12), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,24%, a 108.513,32 pontos. Após uma abertura mais negativa, buscando a sétima alta seguida, com Cogna chegando a disparar quase 13% após resultado acima do esperado nos primeiros meses do ano, enquanto com JBS desabava após prejuízo no primeiro trimestre. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,19%, a 108.463,84 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,3 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (12), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,23%, cotado a R$ 4,9255 na venda. A caminho de encerrar a semana em baixa, sob pressão de um diferencial de juros favorável ao Brasil e de ingressos de recursos na bolsa paulista.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (12) cotado a R$ 4,9234, na contramão do exterior, em um movimento novamente favorecido pelo diferencial de juros entre o Brasil e os demais países, após os novos dados de inflação reforçarem a expectativa de uma taxa Selic ainda elevada no curto prazo.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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15/05/2023