Cenário Econômico Nacional – 22/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 22/05/2023

Cenário Econômico Nacional – 22/05/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Expectativa para economia este ano melhora, mas para 2024 recua pela 2ª vez seguida

Analistas consultados pelo Banco Central melhoraram ligeiramente a expectativa para a economia neste ano, mas reduziram a previsão de crescimento em 2024 pela segunda semana seguida, mostrou a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (15).

A estimativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 melhorou em 0,02 ponto percentual, a 1,02%. Já para 2024 houve recuo de 0,02 ponto, a 1,38%.

Ao mesmo tempo, o levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano foi ajustada para cima em 0,01 ponto, a 6,03%. Para 2024 houve recuo da mesma magnitude, a 4,15%. Para os dois anos seguintes a estimativa para a inflação segue sendo de 4,0%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros segue estimada em 12,50% ao final deste ano e em 10,0% em 2024. Atualmente a Selic está em 13,75% e a expectativa é de que seja mantida nesse patamar na reunião de junho do Banco Central.

Nove em cada dez mães têm responsabilidade no orçamento das famílias brasileiras, revela pesquisa

Cuidar dos filhos, da casa, trabalhar e ser responsável pelo orçamento familiar. No Brasil, nove em cada dez mulheres controlam as finanças domésticas. São “super mães”.

Fazem o pagamento das contas e administram a renda familiar. É o que mostra o estudo inédito “Relevância das mulheres nas finanças da família brasileira” feito pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion.

A situação é especialmente difícil para as mães solo, divorciadas ou viúvas. Praticamente metade delas, 48%, disse que tem pelo menos um filho e não tem companhia para dividir as contas. São elas as responsáveis por todos os gastos familiares.

Segundo Patrícia Camillo, gerente de Finanças da Serasa, esses números aumentaram com a chegada da pandemia. “Muitos maridos perderam o emprego e a mulher foi buscar ocupação para conseguir manter a renda da família. A crise econômica, em parte, foi responsável pelo aumento de mães responsáveis pela renda de casa”.

Entre o grupo de mães solo a busca por renda tem feito muitas encararem a dupla jornada de trabalho. 84% das entrevistadas, praticamente oito em cada dez, revelaram já ter buscado outras formas de obter ganho extra, além da do emprego fixo.

Porém, segundo a gerente da Serasa, não é só a crise econômica que tem levado a mulher a administrar o orçamento doméstico. As mulheres começaram a participar mais do mercado de trabalho.

Volume de serviços no Brasil cresce mais que o esperado em março, mas fecha 1º trimestre em queda

O setor de serviços brasileiro cresceu mais do que o esperado em março, impulsionado principalmente pelo setor de transporte de cargas, mas ainda assim fechou o primeiro trimestre no vermelho em meio a um cenário de aperto do crédito no país.

O volume de serviços teve em março alta de 0,9% na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (16).

O resultado foi o mais forte para meses de março de o início da série histórica em 2011 e ainda ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,5%.

O setor teve um início de ano com altos e baixos, apresentando forte queda em janeiro de 2,9% em meio ao esgotamento dos efeitos positivos da normalização da economia pós-pandemia, mas mostrou recuperação com taxas positivas nos dois meses seguintes.

Ainda assim, fechou o primeiro trimestre com retração de 0,3% na comparação com os três meses anteriores, primeira taxa trimestral negativa desde 2020, e com recuo de 5,8% ante o mesmo período do ano anterior.

“Nas duas comparações trimestrais está claro que o setor de serviços vem perdendo ritmo. Isso é natural após sucessivos crescimentos. Há uma recomposição da base de comparação e isso impacta o ritmo de crescimento”, explicou Luiz Carlos de Almeida Júnior, analista do IBGE.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve alta de 6,3% no volume de vendas, enquanto economistas esperavam crescimento de 5,0%.

Segundo o IBGE, o setor está agora 12,4% acima do nível de fevereiro de 2020, pré-pandemia, e 1,3% abaixo de dezembro de 2022, o auge da série histórica.

Na visão de especialistas, os serviços devem começar a sentir com mais força o efeito dos juros altos, com expectativa de que ande de lado no ano. Por outro lado, o desemprego baixo e as políticas de transferência de renda do governo podem dar impulso à atividade.

IPC-S desacelera para 0,6% na 2ª quadrissemana de maio, mostra FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a 0,60% na segunda quadrissemana de maio, após alta de 0,61% na primeira leitura do mês.

A informação foi divulgada na terça-feira (16) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, o indicador acumula variação positiva de 3,54%, ante 3,55% na primeira quadrissemana.

Entre as oito classes de despesas que compõem o indicador, duas desaceleraram no período, com destaque para o comportamento do grupo Educação, Leitura e Recreação (-1,05% para -1,90%), puxado por passagem aérea (-6,36% para -10,42%).

Também houve decréscimo no grupo Saúde e Cuidados Pessoais (1,67% para 1,41%), com destaque para o item medicamentos em geral (3,38% para 2,54%).

Em contrapartida, a FGV registrou aceleração nos grupos Transportes (0,36% para 0,63%), Comunicação (0,83% para 1,35%), Habitação (0,50% para 0,60%), Despesas Diversas (0,42% para 0,62%), Vestuário (0,58% para 0,73%) e Alimentação (0,97% para 1,02%), sob influência dos itens tarifa de ônibus urbano (2,01% para 3,09%), tarifa de telefone móvel (2,27% para 3,74%), taxa de água e esgoto residencial (0,12% para 0,84%), jogo lotérico (3,35% para 6,63%), roupas femininas (0,11% para 0,56%) e hortaliças e legumes (7,14% para 8,37%), respectivamente.

As principais pressões negativas sobre o IPC-S da segunda quadrissemana de maio, além de passagem aérea, vieram dos itens mamão papaia (-1,01% para -6,43%), óleo de soja (-3,07% para -3,47%), frango em pedaços (-0,64% para -1,08%) e óleo diesel (-2,68% para -2,99%).

IGP-10 tem deflação de 1,53% em maio, mais forte que a esperada; queda acumulada em 12 meses é de 3,49%

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) teve queda de 1,53% em maio, ante retração de 0,58% em abril informou na quarta-feira (17) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula queda de 1,99% no ano e de 3,49% em 12 meses.

A deflação maio foi mais intensa que a esperada pelo consenso Refinitiv, que apontava para uma queda de 1,15% na comparação mensal.

Em maio de 2022, o índice havia subido 0,10% no mês e acumulava elevação de 12,13% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, o IGP-10 registrou a maior deflação entre as taxas mensais e interanuais, desde setembro de 1993, quando iniciou a sua série histórica.

“O aprofundamento da deflação do IPA foi impulsionado pelo comportamento dos preços do minério de ferro (de 0,58% para -11,50%), da soja (de -7,63% para -10,41%) e do milho (de -2,61% para -12,48%)”, afirmou em nota.

Inflação tem maior impacto para famílias mais ricas, mas medicamentos e alimentos pressionam mais pobres, diz Ipea

As famílias mais ricas perceberam uma inflação maior em abril, mas o reajuste de medicamentos e de alimentos também pesou sobre o orçamento dos mais pobres no mês, informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação acelerou de 0,53% em março para 0,60% em abril para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta, a inflação passou de 0,69% em março para 0,68% em abril.

Todas as classes de renda mostraram desaceleração da inflação na passagem de março para abril, com exceção do segmento de renda muito baixa.

Em abril, de uma maneira geral, o principal ponto de pressão inflacionária veio da alta do grupo saúde e cuidados pessoais, refletindo, sobretudo, o reajuste de 3,6% dos produtos farmacêuticos. Para o segmento de renda alta, entretanto, o maior impacto inflacionário, em abril, foi originado pelo grupo transportes, repercutindo o aumento de 12% das passagens aéreas. Ainda que em menor intensidade, a alta dos alimentos no domicílio, especialmente dos cereais (1,2%), dos tubérculos (4,1%) e dos leites e derivados (2,9%), também contribuiu para a inflação de abril em todos os estratos de renda”, apontou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras na Carta de Conjuntura do Ipea.

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses foi de 6,10% na faixa de renda alta e de 4,13% na faixa de renda muito baixa.

“Em relação aos alimentos no domicílio, mesmo diante de uma desaceleração da inflação acumulada em doze meses, este grupo ainda apresenta alta expressiva, impactado, sobretudo, pelos reajustes de cereais (10,9%), farinhas e massas (16,8%), frutas (18,9%), leite e derivados (14,7%) e panificados (12,9%). No que diz respeito ao grupo saúde e cuidados pessoais, observa-se que, para as famílias de renda mais baixa, os aumentos de 9,3% dos produtos farmacêuticos e de 13,1% dos artigos de higiene foram os principais focos inflacionários no período. Já para as famílias de maior poder aquisitivo, a alta de 15,3% dos planos de saúde nos últimos doze meses se constituiu no maior ponto de pressão inflacionária. Registra-se, ainda, que para a faixa de renda alta, o comportamento do grupo despesas pessoais, impactado pelos reajustes de 6,4% dos serviços pessoais e de 8,3% dos serviços de recreação, também ajuda a explicar a alta da inflação deste segmento, nos últimos doze meses”, completou Maria Andreia.

Campos Neto reforça que a taxa de juros não vai cair por agora

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou o alerta de que ainda não é possível afrouxar a política de aperto monetário adotada desde março de 2021, apesar da desaceleração recente da inflação, e voltou a defender o atual regime de metas. De acordo com o chefe da autoridade monetária, a inflação ainda continua dando sinais de que é persistente e as expectativas do mercado para 2024 e 2025 “continuam desancoradas”.

“Como temos argumentado, o processo de desinflação deve continuar, porém, de forma não linear, pois o núcleo de inflação está mais resiliente devido à difusão da inflação”, alertou Campos Neto, ontem, durante discurso de abertura da primeira Conferência Anual do Banco Central.

Segundo ele, um dos componentes que tem influenciado essa persistência inflacionária está relacionado à alta de preços no setor de serviços, que tende a ser mais ampla, tanto no Brasil quanto em outros países. O presidente do BC ressaltou que, embora tenham ocorrido progressos na condução da política monetária, ainda há desafios para consolidar a inflação em níveis mais baixos.

O chefe da autoridade monetária brasileira, que participou do evento de forma remota por problemas de saúde, destacou que o processo de desinflação no Brasil começou antes de outros países, porque o Banco Central brasileiro percebeu que a inflação resultante dos impactos da pandemia da Covid-19 e da guerra na Ucrânia é mais duradoura.

Desemprego sobe para 8,8% no primeiro trimestre, diz IBGE

A taxa de desocupação do país no primeiro trimestre de 2023 atingiu 8,8%, alta de 0,9 ponto percentual ante o quarto trimestre de 2022, quando o índice ficou em 7,9%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, porém, houve queda de 2,4 pontos.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desocupação aumentou em 16 das 27 Unidades da Federação, mantendo-se estável nas outras 11. As maiores taxas de desocupação foram da Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%), e as menores, de Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%).

A taxa de desocupação por sexo foi de 7,2% para os homens e 10,8% para as mulheres no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional (8,8%) para os brancos (6,8%) e acima para os pretos (11,3%) e pardos (10,1%).

Quanto à escolaridade, a taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (15,2%) foi maior que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 9,2%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,5%).

IBC-Br cai 0,15% em março, menos que os 0,30% esperados

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), indicador que é considerado uma prévia de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, caiu 0,15% em março na comparação com fevereiro, informou na sexta-feira (19) o Banco Central do Brasil. O consenso Refinitiv de analistas esperava uma queda maior, de 0,30% no índice mensal. Em fevereiro, o indicador tinha mostrado alta de 3,32% ante janeiro.

Em relação a março de 2022, o IBC-Br teve crescimento de 5,46%.

No trimestre encerrado em março, o indicador subiu 2,41% ante o trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, houve alta de 3,81%.

Com os dados divulgados hoje, o IBC-Br acumula alta de3,31% em 12 meses.

“Prévia do PIB” avança 2,41% no primeiro trimestre, diz Banco Central

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou aumento de 2,41% no primeiro trimestre. O Banco Central (BC) divulgou o índice na sexta-feira (19).

O IBC-Br de março é o último grande indicador oficial do trimestre, já incorporando a tendência dos anteriores, antes de o próprio PIB ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IBGE divulgará o resultado da economia no primeiro trimestre em 1º de junho.

“Os números, tanto da indústria quanto do varejo e dos serviços, chegaram a ser impressionantes”, diz o economista-chefe da corretora Ágora Investimentos, Dalton Gardimam, se referindo aos dados do primeiro trimestre do ano.

“Com todo o aperto monetário que temos, já de boa data, com juros reais de 7%, 8% (…), os resultados chegam a ser supreendentemente impressionantes, mesmo para os mais otimistas”, completou. Em março, o varejo cresceu 0,8%, os serviços, 0,9% e a produção industrial 1,1%.

“Tinha muito economista gabaritado imaginando que o PIB do primeiro trimestre podia ser próximo de zero. Mas, diante de tantas surpresas em praticamente três meses, em três indicadores, serviços, varejo e indústria, fica difícil imaginar que o resultado vá decepcionar para baixo”, disse Gardimam.

Os economistas não costumam fazer projeções diretamente para o IBC-Br, já que ele é um indicador mais volátil e menos preciso que o PIB, mas o consenso é que apontaria para um trimestre mais forte do que o inicialmente imaginado pela maioria.

Como resultado, diversos economistas já estão recalculando suas projeções para o PIB do trimestre e também do ano completo.

Gardimam estima um primeiro trimestre crescendo cerca de 0,6% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, depois de ter caído 0,2% nos últimos três meses do ano passado.

Em relatório na quinta-feira (18), o Inter afirma que o PIB do primeiro trimestre pode passar de 1%, e revisou a sua projeção de crescimento para 2023 de 0,8% para 1,5%.

“Os números que foram saindo da economia no primeiro trimestre estão muito maiores do que eu e muita gente imaginava”, disse o economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo.

Haddad e Lira discutirão relatório do marco fiscal com líderes na segunda-feira (15)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve estar presente na reunião entre líderes partidários e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na segunda-feira (15), quando está previsto para ser apresentado o relatório do novo marco fiscal. A reunião está agendada para 19h na residência oficial da Câmara.

O deputado e relator da proposta, Claudio Cajado (União Brasil-Ba), disse que o cronograma de votação da proposta, depende do que será decidido pelos congressistas neste encontro.

A apresentação do relatório foi adiada, segundo interlocutores do governo, a pedido do ministro da Fazenda que aguardava a chegada de Arthur Lira de uma viagem ao exterior. Inicialmente, a data prevista era quinta-feira passada, com expectativa para votação na próxima semana.

Com a relação entre Planalto e Congresso estressada, líderes do centrão, próximos a Lira, admitem a possibilidade da votação ser empurrada para a outra semana. À CNN, em reservado, deputados relataram que as recentes falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Bahia, aumentaram o desgaste em torno da articulação política.

Ao visitar o Estado, Lula chamou o ex-prefeito, ACM Neto, secretário-geral do União Brasil, de “grampinho”. A expressão se refere ao esquema de gravações que envolvia o avô de ACM Neto, então senador Antônio Carlos Magalhães.

Antes, o presidente já havia chamado de “fascistas” os organizadores da feira Agrishow, que declinaram de um convite ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para participar do evento.

Além do próprio Cajado, relator do marco fiscal, Elmar Nascimento, líder do União Brasil, também é da Bahia. Elmar tem conversa marcada com o ministro Alexandre Padilha, nesta semana, justamente, para buscar melhor convergência sobre as pautas do governo. Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, que é ex-governador do Estado, tem sido constantemente criticado pela falta de diálogo com políticos.

Fontes ligadas à Fazenda enxergam o ambiente político conturbado e apontam as críticas do presidente como risco ao andamento da proposta na Câmara neste momento.

STF deve julgar ações do Marco Civil da Internet em meio a discussão do PL das Fake News

O Supremo Tribunal Federal (STF) pautou o julgamento das ações que questionam trechos do Marco Civil da Internet acerca da responsabilidade de plataformas digitais sobre conteúdos ilícitos ou ofensivos postados por seus usuários para a próxima quarta-feira (17).

A discussão sobre o assunto ganhou mais força nos últimos meses com o debate sobre o chamado projeto de lei das Fake News na Câmara dos Deputados. O projeto prevê a criação da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet.

No Legislativo, o texto foi pautado no dia 2, mas o relator, deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), pediu o adiamento da votação por falta de consenso entre os parlamentares. Após a retirada de pauta, Silva afirmou que deve levar pelo menos duas semanas para o projeto ficar mais convergente.

Uma semana depois, a presidente do STF, ministra Rosa Weber, pautou três ações relacionadas ao Marco Civil da Internet. Seus julgamentos, contudo, ainda dependem da conclusão de outros processos que começaram a ser analisados na última semana.

Um dos casos tem relatoria do ministro Dias Toffoli e se trata de um recurso extraordinário da empresa Meta, controladora do Facebook e Instagram, que questiona a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.

O dispositivo determina que os provedores de internet, websites e redes sociais só têm responsabilidade civil por postagens e mensagens ilícitas se não tomarem providências para a remoção desses conteúdos após decisão judicial.

A outra ação aborda um recurso do Google que discute o dever do provedor de website de fiscalizar o conteúdo publicado em seus domínios eletrônicos e de retirar do ar informações consideradas ofensivas, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário. O relator deste julgamento é o ministro Luiz Fux.

Há também a retomada do julgamento de uma ação que discute a interrupção, por ordem judicial, de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, que se neguem a fornecer à autoridade conteúdo de mensagens privadas trocadas por usuários submetidos a investigação criminal. A relatora desta ação é a ministra Rosa Weber.

O Marco Civil da Internet é uma lei de 2014 que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Atualmente, a norma só responsabiliza as plataformas quando não houver cumprimento de decisão judicial determinando a remoção de conteúdo postado por usuários.

A exceção é para divulgação de imagens ou vídeos com cenas de nudez, ou atos sexuais de caráter privado. Nesses casos, a plataforma deve remover o conteúdo a partir de notificação extrajudicial.

PT fecha acordo para não apresentar emendas ao texto do marco fiscal

O Partido dos Trabalhadores fechou um acordo para não apresentar emendas ao texto do novo marco fiscal. Em troca, o relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), deixou o salário mínimo e o Bolsa Família de fora das regras de contenção de gastos. As informações são da repórter da CNN Tainá Farfan.

O combinado foi feito em reunião na residência oficial da Presidência da Câmara dos Deputados, com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No encontro, Cajado apresentou seu relatório da proposta ao ministro e a lideranças partidárias.

Todos os líderes, com exceção do deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), se comprometeram a votar a favor da proposta e da urgência de votação. Cajado ainda deverá tentar conversar com a bancada do PL sobre a questão.

A ideia que saiu da reunião é de votar urgência nesta semana e o mérito na próxima, de forma a permitir que as bancadas tenham mais tempo para conhecer a proposta.

Chegou a ser ventilada a possibilidade de votar tudo no mesmo dia, mas os líderes avaliaram que seria melhor dar um pouco mais de tempo para os partidos.

Tarcísio se diz favorável à reforma tributária, com alguns ajustes

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou ser favorável à reforma tributária e disse que irá trabalhar para que se torne uma realidade com “alguns pontos de ajustes”.

“Nós somos a favor da reforma tributária, vamos trabalhar para que ela se torne realidade com alguns pontos de ajustes nessas propostas que hoje tramitam”, disse o governador em seminário do Esfera Brasil.

“E enquanto a reforma não sai, nós vamos fazer a nossa parte reduzindo alíquotas, revendo substituições tributárias, trocando crédito por investimento”, acrescentou Tarcísio, que é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e derrotou o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na disputa pelo governo de São Paulo na eleição do ano passado.

Em discussão há anos no Congresso Nacional, a reforma tributária pode dar um passo à frente nesta semana, quando um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados encerra a fase de discussões sobre o assunto e passa à etapa de produção de um parecer.

Deputados do grupo de trabalho partem de duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) sobre a reforma tributária, a 45 e a 110, já em tramitação no Congresso, para elaborar o texto a ser submetido ao plenário.

A PEC 45, que tramita na Câmara, prevê a criação de um único imposto sobre bens e serviços nos âmbitos federal, estadual e municipal. Já a PEC 110, do Senado, prevê uma tributação dual: um imposto sobre o valor agregado para a União e outro para os demais entes da Federação.

Apesar do Congresso, Executivo, governadores e prefeitos, além de representantes do setor econômico, defenderam a necessidade da reforma tributária, o tema esbarra em especificidades e demandas de cada uma das partes envolvidas.

De autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), a PEC 45 foi editada a partir de reforma tributária desenvolvida pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), think tank que discute o sistema tributário nacional e sugeriu um texto sob direção de Bernard Appy, atual secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda.

A proposta, que propõe a substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, ISS, ICMS e IPI) por um único imposto sobre bens e serviços, tramita na Câmara e está regimentalmente pronta para ser votada em plenário.

No Senado, a PEC 110 prevê a extinção de nove tributos, IPI, IOF, PIS, Pasep, Cofins, CIDE-Combustíveis, Salário-Educação, ICMS, ISS. A matéria aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Só depois poderia seguir ao plenário.

TSE cassa mandato do deputado Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu, em decisão unânime, o registro de candidatura a deputado federal de Deltan Dallagnol (Pode-PR), que perderá seu mandato na Câmara dos Deputados, enquanto os votos recebidos serão computados pelo partido.

Pelo entendimento da corte eleitoral, Dallagnol, ex-procurador da República que chefiou a Operação Lava Jato em Curitiba, estaria inelegível no momento do pedido de registro de candidatura segundo a Lei da Ficha Limpa.

A legislação determina que membros do Ministério Público e do Poder Judiciário que tenham sido aposentados compulsoriamente, tenham perdido o cargo por sentença, ou que tenham pedido exoneração na pendência de processo administrativo disciplinar fiquem inelegíveis por 8 anos.

O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, entendeu que o pedido de exoneração de Dallagnol do Ministério Público teve como objetivo “frustrar, em manifesto abuso de direito, a incidência do regime de inelegibilidades”.

A decisão unânime do TSE ocorreu no âmbito de recursos apresentados pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e pela Federação Brasil da Esperança contra acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que havia deferido o registro de candidatura do político.

Padilha diz contar com votos da oposição para aprovar arcabouço fiscal

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a expectativa do governo é votar o regime de urgência do projeto do novo arcabouço fiscal (PLP 93/23) na quarta-feira (17), e o mérito (conteúdo) da proposta, na semana que vem. O calendário, segundo ele, tem o aval de líderes de partidos, inclusive de oposição, e foi acertado na noite de terça-feira (16), após reunião na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

“Expectativa é que a gente possa, de fato, votar, cumprir aquilo que foi estabelecido no acordo com líderes no dia de ontem, na reunião dos líderes com a presidência da Câmara, a gente possa votar a urgência do marco fiscal no dia de amanhã e trabalhar a votação do mérito na próxima semana”, disse Padilha após reunião com líderes do MDB e ministros indicados do partido na terça-feira (16), no Palácio do Planalto.

“Tenho ouvido de líderes, também de partidos que se declaram de oposição, a vontade de estar junto na votação, seja no requerimento de urgência, seja no mérito”, destacou o ministro, que é responsável pela articulação política do governo. “Precisamos ter 258 votos, vamos trabalhar com a votação do maior número de votos possíveis”, completou.

O deputado Cláudio Cajado (PP-BA), relator do projeto do novo arcabouço fiscal (PLP 93/23), incluiu gatilhos para obrigar o corte e a contenção de gastos no caso de descumprimento da meta fiscal. Os detalhes foram apresentados aos líderes partidários. O reajuste do salário mínimo ficou de fora dos gatilhos e o relator também preservou os pagamentos do Programa Bolsa Família, após negociação com o governo. Para Padilha, o acordo construído deixou a proposta “equilibrada e calibrada”.

Lula no G7: Brasil volta ao mais alto nível da diplomacia global, diz Itamaraty

A participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reunião de cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão, é o maior símbolo concreto de que “o Brasil voltou a atuar no mais alto nível da diplomacia mundial”, segundo avaliação do Itamaraty.

O G7 é o exclusivo grupo dos países mais ricos do mundo, composto por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão.

Além de participar das reuniões ampliadas dos chefes de governo do grupo com outros países convidados, Lula também terá reuniões bilaterais importantes.

A CNN apurou que estão sendo negociadas reuniões, às margens da cúpula, com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

Três outros encontros já estão confirmados: com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anfitrião da cúpula; e com o presidente da Indonésia, Joko Widodo.

Ao término da viagem, Lula terá tido reuniões de trabalho com um total de 25 chefes de estado e/ou de governo nos menos de cinco meses de mandato, segundo o Itamaraty.

Haddad diz que despesa crescerá menos de 50% do aumento da receita em 1º ano do novo marco fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a aprovação na Câmara dos Deputados do regime de urgência para o projeto do novo arcabouço fiscal e afirmou que no primeiro ano de vigência da medida, em 2024, a despesa vai crescer menos de 50% da expansão da receita em todos os cenários projetados pela Receita Federal e pelo Tesouro.

Em entrevista a repórteres em São Paulo, Haddad afirmou ainda que está disponível para discutir mudanças no arcabouço com o relator da proposta na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), e com líderes da Casa.

Segundo Haddad, várias medidas tomadas pelo governo Lula que terão impacto positivo sobre a arrecadação ainda não são captadas nas receitas, essencialmente por causa da regra da noventena, e por isso o relator optou por introduzir na regra do arcabouço a determinação de que, em 2024, a despesa do governo poderá ter alta real de 2,5%, independentemente da variação da receita.

“Para evitar essa confusão do primeiro ano, o relator nos perguntou quanto que a receita vai crescer no ano que vem para se certificar que a despesa não cresceria mais de 70%. E na verdade em nenhum cenário ela cresce mais de 50%”, disse Haddad.

A aprovação do requerimento que confere regime de urgência para o projeto do novo marco fiscal, com margem folgada de votos, abriu caminho para a tramitação acelerada da proposta prioritária para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A votação do projeto está prevista para a próxima semana no plenário da Câmara.

“Esperamos que até semana que vem a gente tenha a tranquilidade de dar o suporte técnico para a Câmara sobre as contas que precisem ser feitas sobre as dúvidas dos parlamentares”, disse Haddad.

O ministro reiterou que o país tem condições de crescer cerca de 2% este ano e afirmou que os economistas que jogaram para baixo as estimativas para o PIB estão sendo obrigados a rever seus números.

Duas fontes disseram à Reuters que o Ministério da Fazenda vai elevar sua projeção oficial para o crescimento do PIB este ano para 1,9%, de 1,6% estimado em março.

Questionado se o Banco Central seria responsável pelo aumento do desemprego no Brasil, Haddad defendeu que a autarquia é responsável pela desaceleração econômica que, por sua vez, impacta o emprego.

“As atas do Banco Central e as entrevistas dos diretores falam em manter a desaceleração da economia. Isso não sou eu quem estou afirmando, estou reproduzindo um argumento que vocês têm divulgado na imprensa”, afirmou aos jornalistas presentes.

Comissão do Senado aprova indicação de ex-ministro de Dilma para embaixada do Brasil no Reino Unido

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado aprovou, a indicação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para importantes embaixadas e representações internacionais brasileiras.

Entre os nomes aprovados está o do ex-ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota. Ele foi chefe do Itamaraty de 2011 a 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Atualmente, é embaixador do Brasil no Egito.

O ex-chanceler foi indicado pelo presidente Lula para o cargo de embaixador do Brasil no Reino Unido.

Também foi aprovada a indicação de Guilherme Patriota (irmão de Antonio Patriota) para o cargo de Delegado Permanente do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio e a outras Organizações Econômicas, em Genebra.

Antonio Patriota já foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos de 2007 a 2009, além de ter sido ministro das Relações Exteriores de Dilma. Depois de sair do cargo de ministro, foi representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU) e embaixador do Brasil na Itália e no Egito.

PL sonda prefeito de São Paulo para disputa municipal em 2024

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, foi sondado recentemente para se filiar ao PL, de Jair Bolsonaro. Segundo relatos feitos à CNN, a sondagem foi feita em uma conversa informal com um cacique nacional do partido, no início de maio.

Como resposta, também segundo dirigentes políticos, o prefeito afirmou que é um quadro histórico do MDB e que pretende seguir na sigla.

Nunes também já recebeu sondagens em conversas informais, para a disputa municipal do ano que vem, de dirigentes do União Brasil, PSDB e Podemos.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, quer reproduzir em São Paulo o desempenho do partido no Rio de Janeiro. Por isso, considera estratégico ter uma candidatura própria para a prefeitura de São Paulo.

Hoje, a sigla avalia os nomes do deputado federal Ricardo Salles e do senador Marcos Pontes. O partido busca um candidato de perfil moderado, apontado como o favorito em pesquisas e levantamentos feitos pela legenda.

O PL também avalia candidaturas próprias, entre outras capitais estaduais, no Rio de Janeiro e na Paraíba.

Na primeira, o nome cogitado é o do senador Flávio Bolsonaro. Na segunda, o favorito é o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

Demanda por seguro de crédito cresce 30% no 1º tri após crise da Americanas, diz Coface

A combinação de variáveis adversas ao bom funcionamento do mercado crédito, como inflação e juros altos, desemprego e escalada da inadimplência, somada aos impactos da crise das Lojas Americanas sobre os segmentos de varejo e financeiro fez catapultar no primeiro trimestre a demanda por seguro de crédito no Brasil.

Só a Companhia Francesa de Seguros de Crédito e Comércio Exterior (Coface), líder mundial no segmento, registrou expansão de 30% na demanda por seguros de crédito nos primeiros três meses deste ano em relação a igual período em 2022, segundo obtidos com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Sabidamente, no Brasil, empresas e empresários não têm a cultura de fazer seguros para suas operações de crédito.

Segundo a CEO da companhia francesa, Rosana Passos de Padua, não dá para afirmar, pelo menos por enquanto, se este crescimento da busca por crédito no decorrer dos primeiros três meses do ano em curso se encerra num aprendizado do empresariado que ditará uma tendência.

Mas é razoável julgar que se trata de uma movimentação provocada pelo incômodo de uma dor muito grande. Afinal de contas, no mesmo período os pedidos de recuperação judicial cresceram 38%, segundo dados que Rosana atribui à Serasa. O efeito Lojas Americanas, segundo a presidente da Coface, acabou por catalisar o processo de deterioração das finanças do setor varejista. Mas não foi só isso. A permanência da taxa básica de juro por muitos meses em 2%, no seu menor nível histórico, contribuiu muito para toda essa crise.

“O que aconteceu naquele período, e estou falando basicamente de 2019, é que com a taxa de juros muito baixa e com a economia crescendo, empresas perceberam que ali havia uma oportunidade de alavancagem para suportar o crescimento. O varejo saiu comprando, todos os grandes ficaram mais robustos com dinheiro de terceiros, com dinheiro de bancos, a 2%, 4%, o que era bastante razoável porque se você pensar que o varejo tem uma margem operacional de 6%, aquilo fazia muito sentido”, contemporiza Rosana.

Com 2020 veio junto a pandemia e, com ela, o receio de que viria uma inadimplência muito forte. No entanto, não foi o que aconteceu. A inadimplência ficou muito baixa por causa das ajudas governamentais, pela disparada dos preços das commodities e a consequente enxurrada de liquidez na economia.

Exportações do agronegócio nos primeiros quatro meses do ano alcança recorde de US$ 50,6 bilhões

O Ministério da Agricultura informou que a receita com exportações do agronegócio, nos quatro meses de 2023, alcançaram valor recorde de US$ 50,6 bilhões. Em nota, a pasta diz que o setor foi responsável por quase metade das vendas externas totais do Brasil no período, com participação de 49%.

De janeiro a abril, a receita com os embarques avançou 4,3% na comparação com o igual período em 2022, quando as vendas foram de US$ 48,53 bilhões.

A expansão se deu em função do aumento da quantidade exportada (+2,3%), bem como do índice de preço dos produtos (+1,9%), de acordo com a análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério.

No período, houve aumento na quantidade exportada de milho (+6,05 milhões de toneladas) e soja em grãos (+1,05 milhão de toneladas).

Segundo o governo, os itens foram os que mais contribuíram para a expansão em volume. As exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo), carne de frango e suína, milho, celulose e etanol foram recordes no quadrimestre.

Em abril, os principais recordes foram para soja em grãos, carne de frango e carne suína. No caso da oleaginosa, as exportações subiram 25% no mês para 14,34 milhões de toneladas. Para o ministério, a safra 2022/2023 com previsão de produção de 154,81 milhões de toneladas (+23,3%) tem favorecido este resultado.

De acordo com a análise da SCRI, trata-se de um dos maiores volumes já exportados pelo Brasil, somente ultrapassado por três vezes em toda a série histórica (abril de 2020, com 14,85 milhões de tonelada; abril de 2021, com 16,11 milhões de toneladas e maio de 2022, que teve 14,97 milhões).

Os preços médios de exportação, porém, caíram de US$ 589,03 por tonelada em abril/2022 para US$ 540,30 por tonelada em abril/2023 (-8,3%). A queda dos preços reflete as perspectivas de oferta da oleaginosa nesta safra, que apresenta o maior nível de produção mundial da história, com boas perspectivas para a produção nos Estados Unidos, China, Índia e recorde histórico no Brasil, mesmo com a forte quebra de safra na Argentina.

Com o volume exportado, o valor atingiu US$ 7,75 bilhões (+14,6%), recorde mensal das exportações de soja em grão. A China é a principal importadora do Brasil, adquirindo 70% do volume exportado da oleaginosa.

Varejo tem queda de vendas em abril, aponta indicador da Cielo

As vendas no varejo do Brasil em abril caíram 2,8% sobre o mesmo período do ano passado, descontada a inflação, segundo dados do índice ICVA, informou a empresa de meios de pagamento Cielo na terça-feira (16).

Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelos varejistas, o resultado mostrou alta de 1,7%, informou a companhia.

O índice é calculado a partir do movimento nas máquinas e sistemas de pagamento da Cielo, que tem 1 milhão de lojistas credenciados à plataforma da companhia. Segundo a Cielo, o indicador não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real dinâmica de consumo no ponto de venda.

Vendas em shopping centers crescem 6,8% no 1º trimestre e ultrapassam níveis pré-pandemia

O setor de shopping centers apresentou alta de 6,8% nas vendas no primeiro trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período no ano passado, segundo o levantamento do Índice Cielo de Varejo em Shopping Centers (ICVS), da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Já em relação ao período “pré-pandemia”, o primeiro trimestre deste ano registrou aumento de 0,3% sobre as vendas de shoppings em relação ao mesmo intervalo de 2019.

Na avaliação do presidente da Abrasce, Glauco Humai, o aumento no número de visitantes e os bons resultados mensais do volume de vendas nas regiões pesquisadas levam à conclusão de que o setor de shopping centers se aproxima com velocidade do patamar “pré-pandemia”.

Entre as regiões, os maiores destaques nos primeiros três meses deste ano ficaram por conta do Centro-Oeste e Nordeste, com elevações de 8,4% e 7,7%, respectivamente, seguidos pelo Sudeste (6,6%), Sul (com 6%) e o Norte (2,5%). Todas as elevações calculadas em relação ao primeiro trimestre de 2022.

Para Humai, entre os fatores externos que contribuíram para o crescimento no primeiro trimestre deste ano estão as menores pressões inflacionárias em bens industrializados, como vestuário no começo do ano, e avanços da renda real do trabalho.

“O resultado representa uma aceleração frente ao trimestre anterior, que havia sido impactado por fatores macroeconômico, como incertezas políticas, juros mais altos e pressões no orçamento familiar, que limitaram maiores avanços na atividade econômica geral”, comenta o executivo.

Pedidos de recuperação judicial crescem 43,1% em abril, diz Serasa

Os pedidos de recuperação judicial cresceram 43,1% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado e somaram 93 solicitações no Brasil. Na mesma comparação, os pedidos de falência cresceram 12%.

Os dados foram divulgados pela Serasa Experian, por meio do Indicador de Recuperação Judicial e Falências, com números recolhidos mensalmente a partir de estatísticas de falências e das recuperações judiciais e extrajudiciais registradas na base de dados da empresa.

Segundo o indicador, as micro e pequenas empresas lideraram as requisições, com 64 pedidos, ou 68,9% do total. Do total, 18 pedidos vieram de médios negócios e 11 de grandes (respectivamente 19,3% e 4,8% do total). Em abril de 2022, as MPEs tinham 35 solicitações, as companhias de médios porte tinham 19, e as grandes, 11.

A análise ainda revelou que o setor de serviços foi o que mais precisou de recuperação judicial, um aumento na comparação anual. Comércio e indústria vêm em sequência.

Em relação às solicitações de falência, foram as empresas de micro e pequeno porte que tiveram destaque, com 51 solicitações, das 93 totalizadas. Em relação aos segmentos, o de comércio foi o mais afetado, com 31 pedidos.

“O constante crescimento da lista de companhias negativadas mostra que a instabilidade econômica ainda é um desafio para os empreendedores. Dessa forma, abalados financeiramente, é inevitável que muitos acabem recorrendo aos processos de recuperação judicial para tentar renegociar e evitar a falência, ainda que alguns acabem tomando esse fim de qualquer modo”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.

Produção de aço no Brasil recua 6% em abril sobre um ano antes

A indústria siderúrgica brasileira produziu 5,9% menos aço em abril em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Aço Brasil, entidade que representa o setor.

O recuo ocorre em meio a problemas na demanda de alguns setores, bem como siderúrgicas com equipamentos paralisados para reformas.

A produção de aço no Brasil somou 2,77 milhões de toneladas em abril, cerca de 5% acima do desempenho de março. No acumulado do ano, o volume produzido somou 10,59 milhões de toneladas, queda de 8,8% sobre os quatro primeiros meses de 2022.

A queda na produção em abril em comparação a igual período do ano anterior foi pressionada pelo segmento de laminados planos, usados em indústrias como automotiva, que registraram recuo de 10,2%, para 1,04 milhão de toneladas. No segmento de longos, o volume produzido foi quase o mesmo que o de um ano antes, a 855 mil toneladas.

Enquanto isso, semiacabados para venda, destinados principalmente para exportações, também apresentaram recuo, de 4,7%, para 771 mil toneladas, segundo os dados do Aço Brasil.

Em meados de abril, a entidade manteve expectativa de crescimento de 2% na produção da liga em 2023, mas reduziu a previsão de vendas no mercado interno, de alta de 1,9% para queda de 0,7%.

As vendas de aço em abril no Brasil despencaram 11,6%, para 1,55 milhão de toneladas, acumulando recuo de 4% no quadrimestre, a 6,40 milhões de toneladas.

Comércio online de livros supera livrarias físicas pela primeira vez em 2022, aponta pesquisa

O comércio do setor editorial brasileiro percebeu uma mudança no hábito de compras dos brasileiros em 2022. Pela primeira vez, as livrarias virtuais venderam mais livros, com um maior faturamento, do que os estabelecimentos físicos.

Segundo a pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, realizada em parceria pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apuração da Nielsen BookData, as livrarias exclusivamente virtuais foram os canais com maior participação no faturamento das editoras, tendo alcançado 35,2% no ano passado.

Até 2021 as livrarias físicas eram os principais meios de venda, representando 30% do faturamento das editoras. Também pela primeira vez em 2022, no subsetor de obras gerais, Feiras do Livro/Bienal aparece entre os cinco primeiros canais na participação do faturamento das editoras.

Para o presidente da CBL, Sevani Matos, estar entre os principais canais de vendas mostra que as Feiras de Livro/Bienais representam mais esse papel importantíssimo e relevante no mercado editorial e livreiro. Esse resultado é o reconhecimento do esforço para apresentar os lançamentos nesses ambientes e aproximar o público das obras e dos autores.

Americanas contrata Citi para buscar interessados na compra do Natural da Terra

A Americanas contratou o Citigroup para iniciar na semana que vem a prospecção de interessados na aquisição do Hortifruti Natural da Terra, informou a varejista.

A venda do negócio estava prevista no plano de recuperação judicial da companhia apresentado em março. A varejista vive uma crise desde que revelou em janeiro um rombo contábil de cerca de 20 bilhões de reais.

Além do Natural da Terra, a Americanas também está buscando interessados em comprar a participação da companhia no Grupo Uni.Co, dono das marcas Puket e Imaginarium, conforme anúncio feito na segunda-feira. O Citi também está assessorando a companhia nesta frente.

A Americanas ainda disse nesta quinta-feira que as operações da Ame, sua fintech, foram alvo de abordagens não solicitadas por potenciais interessados, e que decidiu iniciar um processo de avaliação de alternativas estratégicas para a unidade.

O processo “pode envolver contatos preliminares com os potenciais interessados”, mas não há nenhuma decisão estratégica tomada sobre a Ame, disse a Americanas em comunicado.

SELIC

O Boletim Focus aponta que a expectativa para a taxa básica de juros no fim de deste ano segue estável. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 seguiu em 12,50% ao ano, pela quarta semana consecutiva, divulgou na segunda-feira (15) o Banco Central. Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião seguida.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (22), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,50%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) teve queda de 0,95% em abril e registrou a primeira deflação em 12 meses desde 2018, com redução de 2,17%. Entretanto, a queda no índice, que também é usado como indexador dos preços das locações, não deve impactar nos preços dos aluguéis de imóveis no Brasil.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (22), a projeção para o IGP-M ficou em 1,00%, ante 2,03% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O Itaú Unibanco revisou de 6,0% para 5,8% a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2023 após o anúncio da queda dos preços dos combustíveis pela Petrobras. A estimativa para 2024 foi mantida em 4,5%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (22), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,80%, ante 6,03% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quinta-feira (18), que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano para 1,9%. Antes a Fazenda estimava expansão de 1,6% para o Produto Interno Bruto (PIB). O boletim macrofiscal, que deve ser atualizado na segunda-feira (22), também deverá elevar a projeção de inflação dos atuais 5,3% para 5,6%, segundo o ministro.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (22), a projeção para o PIB ficou em 1,20%, ante 1,02% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (15), o Ibovespa fechou em alta, pelo oitavo pregão consecutivo, o que não acontecia desde março de 2022, tendo Vale como principal suporte no dia, enquanto Petrobras freou um desempenho mais robusto do índice ao cair cerca de 2%. O índice Ibovespa teve alta de 0,52%, a 109.029,12 pontos. O volume financeiro somou R$ 22,5 bilhões.

Na terça-feira (16), o Ibovespa fechou em queda, encerrando uma sequência de oito altas, com Magazine Luiza desabando mais de 20% na esteira de prejuízo maior do que o esperado no primeiro trimestre, enquanto Petrobras PN avançou 2,5% depois de a petroleira anunciar uma nova política de preços para gasolina e diesel. O índice Ibovespa teve queda de 0,77 %, a 108.193,68 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,3 bilhões.

Na quarta-feira (17), o Ibovespa fechou em alta, retomando a tendência positiva interrompida na véspera, com disparada de mais de 3% da Vale na esteira da alta dos preços do minério de ferro. O índice Ibovespa teve alta de 1,09%, a 109.368,97 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,4 bilhões.

Na quinta-feira (18), o Ibovespa fechou em alta, embasado em expectativa de inflação mais baixa pela frente e de votação do arcabouço fiscal, ainda que algumas mudanças tenham ocorrido na calada da noite, pelo relator na Câmara, que incluiu duas linhas que depois foram melhor compreendidas pelo mercado. O índice Ibovespa teve alta de 0,59%, aos 110.108,46 pontos. O volume financeiro somou R$ 25,5 bilhões.

Na sexta-feira (19), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 0,44%, a 110.591,09 pontos. Marcada por vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista, com Magazine Luiza entre as maiores altas enquanto BB Seguridade figurava entre os destaques negativos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 0,58%, a 110.744,51 pontos. O volume financeiro somou R$ 31,7 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (19), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,47%, cotado a R$ 4,9915 na venda. Em linha com a movimentação da divisa norte-americana no exterior, enquanto o mercado aguardava comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, mais tarde no dia.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (19) cotado a R$ 4,9958, acumulando ganhos na semana, com investidores reagindo a novo revés nas negociações para subir o teto da dívida norte-americana, enquanto digeriam sinais misto do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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22/05/2023