Cenário Econômico Nacional – 05/06/2023

Cenário Econômico Nacional – 05/06/2023

Cenário Econômico Nacional – 05/06/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Mercado passa a ver inflação de 5,71% em 2023 e melhora cenário para PIB, mostra Focus

Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a reduzir suas expectativas para a inflação em 2023 após sinais de alívio no aumento dos preços, ao mesmo tempo que passaram a ver desempenho melhor da economia.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2023 agora é de 5,71%, contra 5,80% na semana anterior.

Essa revisão vem na esteira de dados na semana passada que mostraram que o IPCA-15 subiu menos do que o esperado em maio, 0,51%, com a taxa em 12 meses recuando ao menor nível em cerca de dois anos e meio, de 4,07%.

Para 2024 a projeção para a alta dos preços permaneceu em 4,13%, e, para os dois anos seguintes, segue em 4,0%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O resultado do IPCA-15 levantou apostas de uma antecipação dos cortes na Selic pelo Banco Central, mas a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que eles continuam vendo manutenção da taxa básica de juros no atual nível de 13,75% na reunião de junho.

O Focus mostra ainda que não houve alterações no cenário para a Selic ao final deste ano e do próximo, com a taxa calculada em 12,50% e 10,00% respectivamente.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou que o processo de desinflação no Brasil ainda não acabou e que é preciso convergir a inflação para a meta.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2023 melhorou em 0,06 ponto percentual, a 1,26%, enquanto, para 2024, permaneceu em 1,30%.

Com ameaça do imposto na alfândega, compras do exterior despencam 25%

O medo dos impostos parece ter afastado muitos brasileiros das compras internacionais. Em abril, plataformas como Aliexpress, Shein e Shopee venderam 25% menos ao Brasil na comparação com março. Em dinheiro, a fatura do cartão de crédito diminuiu em quase R$ 1,2 bilhão no mês em que a taxação das compras do exterior ocupou parte do noticiário econômico.

Dados do Banco Central mostram que, em abril, as compras internacionais de pequeno valor somaram US$ 700,9 milhões, 25,3% menos que a fatura paga em março. Na comparação com abril do ano anterior, a queda é de 20,1%.

É verdade que, em meio à discussão tributária, as grandes plataformas adotaram algumas medidas como incentivar as compras de vendedores brasileiros, instalados no território nacional, para evitar qualquer dor de cabeça alfandegária.

Mas os dados do BC mostram que, efetivamente, a conta paga a essas plataformas diminuiu em US$ 237 milhões. Convertido para reais, o valor equivale a R$ 1,18 bilhão a menos na fatura do cartão e em pacotes no centro dos Correios em Curitiba.

E, assim, o governo conseguiu, pelo menos temporariamente, reduzir um pouco o ritmo das compras. Tristeza dos vendedores asiáticos, felicidade dos varejistas brasileiros.

É fácil entender o temor de alguns clientes. O imposto de importação para compras internacionais de pequeno valor é de 60%. Ou seja, se um pedido somar R$ 100, o imposto devido será de R$ 60. Muitas vezes, o tributo pode anular a vantagem de preço dos vendedores asiáticos.

Atualmente, o governo brasileiro conversa amigavelmente com as grandes plataformas para alterar o processo de entrada dessas encomendas no Brasil. A Receita Federal quer ter detalhes das compras antes do desembaraço aduaneiro. Para isso, negocia um novo protocolo com as gigantes Aliexpress, Shein e Shopee.

Dívida Pública sobe 2,38% em abril e fica em R$ 6,03 trilhões

O montante de emissões de títulos da Dívida Pública Federal (DPF), aliado a um volume baixo de resgates no mês passado, elevou o estoque total da dívida em 2,38%, passando de R$ 5,89 trilhões, em março, para R$ 6,03 trilhões, em abril. Trata-se de um aumento nominal de R$ 140,12 bilhões. Os números foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda.

“Esta variação deveu-se à emissão líquida [emissões menos resgates], no valor de R$ 92,30 bilhões, e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 48,15 bilhões, descontada a transferência de R$ 0,34 bilhão para a carteira do Banco Central”, informou o ministério, em nota.

O Tesouro prevê que a DPF subirá nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) 2023, apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar o ano entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.

Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, a Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) totalizou R$ 116,51 bilhões, enquanto os resgates foram de R$ 34,39 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 82,12 bilhões. Destaque para as emissões de títulos prefixados (49,55%) e de títulos remunerados por índice de preços (29,5% do total). Já os títulos remunerados à taxa flutuante tiveram redução de participação (de 39,08% para 38,84%).

Outros R$ 10,19 bilhões são relativos à emissão líquida da Dívida Pública Federal externa (DPFe), contraída no mercado exterior, totalizando os R$ 92,30 bilhões de emissão líquida total. Segundo o Tesouro, “é a maior emissão líquida desde junho de 2021”.

IGP-M tem nova deflação, de 1,84% em maio, e acumula queda de 4,47% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) voltou a registrar deflação, de 1,84% em maio, após ter recuado 0,95% em abril, segundo dados divulgados na terça-feira (30) pelo FGV/Ibre. Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula retração de 2,58% no ano e queda de 4,47% em 12 meses.

A deflação veio mais forte que a esperada pelo consenso da Bloomberg, que previa queda de 1,70% no indicador mensal e de 4,33% na comparação com maio de 2022.

Em maio de 2022, o índice tinha mostrado variação positiva de 0,52% e acumulava alta de 10,72% em 12 meses.

Índice de Preços ao Produtor (IPP) no Brasil recua 0,35% em abril

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 0,35% em abril em relação ao mês anterior, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado no ano, o indicador também é negativo em 0,99%. Já o IPP acumulado em 12 meses está negativo em 4,63%, a maior queda da série histórica para esse indicador. Em abril do ano passado, os preços ao produtor haviam subido 2,12%.

Governo central tem superávit primário de R$ 15,6 bilhões em abril, aponta Tesouro

O governo central, que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registrou um superávit primário de 15,604 bilhões de reais em abril, divulgou o Tesouro, em resultado pior do que o saldo positivo de 28,997 bilhões de reais registrado no mesmo mês do ano passado.

No acumulado de janeiro a abril, o saldo nas contas públicas foi positivo em 47,165 bilhões de reais, contra superávit de 79,023 bilhões de reais em igual período de 2022.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, avaliou o saldo do primeiro quadrimestre como bom, mas alertou que a margem acumulada no período deve ser consumida nos próximos meses.

“Maio é um mês que sazonalmente tem pagamento de precatórios, várias despesas que se concentram, então é um mês deficitário, sazonalmente”, disse ele em entrevista a jornalistas. Ceron ressaltou, contudo, que o governo mantém a perspectiva de fechar o ano com um déficit primário inferior a 1% do PIB.

Em 12 meses até abril, as contas foram superavitárias em 22,3 bilhões de reais, equivalente a 0,22% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em abril, as receitas do governo central, já descontadas as transferências obrigatórias a Estados e municípios, tiveram queda real de 1,8% sobre o mesmo mês de 2022, para 170,081 bilhões de reais. Já as despesas do governo tiveram alta real de 8,1%, a 154,477 bilhões de reais.

Na semana passada, o Ministério da Fazenda piorou sua projeção de déficit primário para o governo central em 2023 a 136,2 bilhões de reais, rombo 28,6 bilhões de reais maior do que a estimativa anterior, diante de uma perspectiva de maior gasto e menor arrecadação.

O Ministério da Fazenda vem anunciando medidas para tentar melhorar esse resultado, tendo apresentado o objetivo de levar as contas federais a um déficit de 0,5% do PIB neste ano, zerando o rombo em 2024.

PIB do Brasil supera expectativas no 1º trimestre com melhor desempenho do agro desde 1996

A economia brasileira voltou a crescer no primeiro trimestre deste ano e superou as expectativas com o melhor resultado para a atividade desde o final de 2020, refletindo o desempenho mais forte do setor agrícola em quase três décadas.

A performance melhor do que a esperada de alguns setores da economia no início deste ano se deu a despeito da política monetária restritiva, mas a expectativa de economistas é que o impacto dos juros altos pese com mais intensidade à frente, contendo o crescimento no ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, de acordo com dados divulgados na quinta-feira (01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Isso representa uma forte retomada depois de a economia ter contraído 0,1% nos três últimos meses de 2022, em dado revisado pelo IBGE de retração de 0,2% informada antes.

O resultado da atividade econômica ainda ficou acima da expectativa em pesquisa de Reuters de um avanço de 1,3%.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB teve expansão de 4,0%, ante expectativa de 3,0% nessa base de comparação.

Na semana passada, o governo melhorou a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano, passando a prever um crescimento de 1,91%, contra previsão de 1,61% feita em março.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de uma expansão de 1,26% do PIB este ano.

Caged mostra que mercado de trabalho está resiliente, mas aponta para desaceleração, avaliam economistas

Com referência a abril, o Novo Caged registrou criação líquida de mais 180 mil postos formais de trabalho. Este número é resultante de 1.865.279 admissões e 1.685.274 desligamentos no mês. O resultado é 12,4% menor que o mês anterior, no qual foram gerados 195.171 postos.

Economistas entrevistados pela CNN atribuem a sazonalidade aos números divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Marco Caruso, economista do Banco Original, diz que os dados vieram acima da sua projeção de 110 mil. Para ele, considerando os dados com ajuste sazonal, os desligamentos diminuíram 3,4% e as admissões 9,9%, resultando em uma criação líquida no saldo de vagas que passou de 275,9 mil postos em março para 128,7 mil postos em abril.

A partir do detalhamento setorial, todos os grandes grupos de atividade econômica registraram saldo positivo. O grande destaque ficou por conta dos Serviços (+103 mil). Comércio (+27 mil), Construção Civil (+26 mil), Indústria (+18 mil) e Agropecuária (+2 mil) fecham os grandes grupos.

Caruso esclarece que, em suma, o resultado mostra que o mercado de trabalho continua resiliente mesmo com as condições financeiras adversas. Serviços, o que mais emprega, vem sendo o carro chefe, refletindo as mudanças no pós-pandemia.

“Olhando à frente, segue válida nossa visão de que alguns fatores devem se traduzir em uma perda de ímpeto do mercado de trabalho: uma retomada da taxa de participação, a perspectiva de desaceleração da atividade econômica e o declínio das forças que impulsionaram o setor de serviços. No entanto, os dados resilientes mostram que essa desaceleração será mais lenta.”

Brasil tem superávit comercial recorde em maio e projeções do governo podem melhorar

A balança comercial brasileira registrou superávit de 11,378 bilhões de dólares em maio, o melhor resultado para todos os meses na série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, conforme dados divulgados.

Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de 9,0 bilhões de dólares para o período.

Conforme a Secex, o saldo positivo foi resultado de exportações de 33,068 bilhões de dólares, também um recorde mensal na série histórica, com início em 1989, e importações de 21,689 bilhões de dólares. A corrente de comércio (exportações mais importações) somou 54,757 bilhões de dólares.

No acumulado do ano até o fim de maio, a balança comercial acumula superávit de 35,285 bilhões de dólares, o maior valor para o acumulado dos cinco primeiros meses de um ano na série da Secex. Já a corrente de comércio em 2023 está em 237,502 bilhões de dólares.

Em função dos resultados positivos mais recentes, a Secex afirma que suas projeções atuais para a balança comercial podem ser revistas para cima.

Atualmente, a secretaria projeta exportações de 325 bilhões de dólares para 2023, o que representaria uma queda de 2,8% em relação a 2022. No caso das importações, a projeção atual é de 241 bilhões, uma baixa de 11,8% em relação ao ano passado.

A Secex também projeta saldo comercial recorde de 84 bilhões de dólares para 2023, uma alta de 6,8% em relação ao ano anterior. Essas projeções foram divulgadas logo ao fim do primeiro trimestre.

De acordo com o diretor do Departamento de Planejamento e Inteligência Comercial da Secex, Herlon Brandão, novas revisões das projeções serão divulgadas no começo de julho. Por conta dos números mais recentes, a projeção para as exportações em 2023 pode passar de queda para alta.

“Vamos rever estes dados e vamos divulgar nova previsão no começo de julho. Realmente, a exportação tem sido realizada acima do previsto”, pontuou Brandão.

“A exportação tem vindo sistematicamente positiva. É possível que a previsão de queda de exportações se transforme em alta”, acrescentou.

O diretor pontuou que é possível que o comércio mundial cresça acima do originalmente esperado, o que traria impactos para as exportações brasileiras.

Produção industrial no Brasil cai 0,6% em abril, diz IBGE

A produção industrial brasileira teve queda de 0,6% em abril na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (02).

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção recuou 2,7%. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de quedas de 0,2% na variação mensal e de 1,1% na base anual.

Maduro chega a Brasília para reunião com Lula e encontro de presidentes sul-americanos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou a Brasília na noite de domingo (28) para a reunião de líderes sul-americanos convocada pelo governo brasileiro.

Maduro desembarcou acompanhado de sua esposa Cilia Flores, ex-presidente da Assembleia Nacional, e foi recebido na Base Aérea pela embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores.

É a primeira vez que Maduro visita o Brasil desde julho de 2015, quando esteve no país para uma cúpula do Mercosul realizada em Brasília, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O venezuelano deverá encontrar-se na segunda-feira (29), no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na terça (30), um grupo de 11 presidentes da América do Sul se reúne no Palácio do Itamaraty para discutir a integração regional.

Com exceção da peruana Dina Boluarte, que tem uma vedação constitucional para sair do país, todos os demais chefes de Estado da América do Sul estarão em Brasília nesta semana. Entre eles o argentino Alberto Fernández, o chileno Gabriel Boric, o colombiano Gustavo Petro e o uruguaio Luis Lacalle Pou.

Base aliada é orientada a não propor mudanças em MP da Reestruturação

Com receio de retaliações, o governo federal orientou a base aliada a não apresentar destaques à Medida Provisória da Reestruturação Ministerial, que deve ser votada na terça-feira (30) no plenário da Câmara dos Deputados.

Inicialmente, havia a intenção do Palácio do Planalto de, por meio de acordo político, retomar alguns pontos modificados pelo relatório do líder do MDB na Câmara dos Deputados, Isnaldo Bulhões (AL), entre eles o esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo relatos feitos à CNN, no entanto, o governo federal foi informado que uma tentativa de mudança, entre elas devolver o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o Ministério do Meio Ambiente, pode levar a uma desconfiguração ainda maior da proposta original.

Uma das possibilidades, segundo um auxiliar do governo, seria transferir para o Ministério da Agricultura, por exemplo, o CAR, que foi deslocado para a pasta da Gestão.

Outra possibilidade seria apresentar emendas para flexibilizar o licenciamento ambiental, esvaziando ainda mais o Ministério do Meio Ambiente.

O Palácio do Planalto foi informado ainda sobre a possibilidade até mesmo de rejeição da Medida Provisória, o que obrigaria o governo federal a reduzir de 37 para 23 o número de pastas que formam a Esplanada dos Ministérios.

A preocupação de uma retaliação ocorre ainda pela possibilidade de a bancada ruralista comparecer em peso à votação. Isso porque a previsão é de que, no mesmo dia de votação da Medida Provisória, seja analisado o projeto de lei do marco temporal de demarcação de terras indígenas.

O esvaziamento do Meio Ambiente, no relatório final da Medida Provisória, levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a promover uma reunião de emergência na última sexta-feira (26).

A avaliação é de que é necessário que Lula entre de cabeça na articulação política caso queira evitar novas derrotas no Poder Legislativo.

Lira avisa governo que não irá interferir na votação da MP da Reestruturação em plenário

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou a articuladores do governo que não vai interferir na votação da Medida Provisória da Reestruturação, que mexe na montagem dos ministérios. Lira também alertou para um “cochilo” do Palácio do Planalto.

Num esforço para diminuir os efeitos das mudanças que a Casa quer fazer na configuração das pastas do governo Lula, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), procuraram Lira pessoalmente nesta segunda e pediram ajuda.

De acordo com relatos do encontro, Lira quis deixar claro que a articulação de governo cabe ao próprio governo e que ele irá limitar sua atuação pessoal a temas que considera importantes para o país, como a votação da reforma tributária e do marco fiscal.

Na semana passada, a meta fiscal foi aprovada pelos deputados após articulação em que Lira fez questão de dizer que não foi uma conquista da base aliada de governo.

A interlocutores, o presidente da Câmara tem manifestado desconforto com o que chama de “narrativa” de que estaria atrapalhando o governo.

Na conversa com os emissários do governo, o parlamentar ressaltou que não pode ser responsabilizado pela derrota do Planalto com o esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e de Povos Indígenas, que podem perder atribuições importantes depois de concluída a votação da MP da Reestruturação.

Há sete medidas provisórias do governo na pauta da Câmara, que começam a vencer nesta semana.

“Transfere a articulação política do governo para o governo. Tudo o que for importante para o país, Lira vai articular. Mas quem tem que se mobilizar para garantir mudança na MP da Reestruturação, em todas as outras MPs, é o próprio governo”, afirmou à CNN um aliado do presidente da Câmara.

Governo liberou quase R$ 60 milhões para deputados do PL que votaram a favor do marco fiscal

O governo federal liberou, em maio, R$ 57,7 milhões em emendas parlamentares de deputados federais do PL que votaram a favor do novo marco fiscal, aprovado na Câmara no último dia 23.

Esse número faz parte dos bilhões de reais liberados pelo Palácio do Planalto às vésperas da votação da proposta.

Na semana passada, a CNN revelou que o governo havia acelerado a liberação de recursos, que, até a terça-feira (23), data de votação do arcabouço fiscal, havia somado R$ 2,6 bilhões. Até este domingo (28) os valores aumentaram e chegaram a R$ 2,8 bilhões.

Ao todo, 30 deputados do partido de Jair Bolsonaro votaram a favor do texto do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Boa parte deles, porém, foi eleita para o primeiro mandato, ou seja, não tem emendas no Orçamento deste ano para serem liberadas.

Dos 30 deputados do PL favoráveis ao novo marco fiscal, 16 já tinham mandato na legislatura passada. Destes, nove tiveram emendas liberadas pelo governo às vésperas da votação do projeto.

Em média, cada um desses deputados viu cerca de R$ 6,4 milhões serem liberados para suas bases eleitorais.

As emendas do deputado Junior Lourenço (MA) que foram liberadas, por exemplo, somaram quase R$ 12 milhões. As de João Carlos Bacelar (BA), R$ 11,5 milhões. As de Tiririca (SP), quase R$ 10,2 milhões.

Os três foram os que tiveram mais recursos liberados. Outros, como João Maia (RN), contaram com menos emendas empenhadas: apenas R$ 162 mil.

Os dados foram compilados pela CNN por meio da plataforma Siga Brasil, que apresenta os dados de execução das emendas pelo governo federal.

Câmara aprova à revelia do governo marco temporal, que vai ao Senado

A Câmara dos Deputados aprovou o texto principal de projeto que estabelece um marco temporal para a demarcação de terras indígenas, impondo uma derrota ao governo em movimento apoiado pela bancada ruralista e pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Deputados aprovaram o texto principal do projeto do marco temporal por 283 votos a favor e 155 contra, e rejeitaram as emendas que poderiam alterá-lo. Agora, a proposta segue ao Senado.

A aprovação ocorreu sem o aval do governo, que pode sofrer mais uma derrota ainda nesta terça-feira, na votação de texto de medida provisória que destoa da ideia original do Executivo e esvazia as pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, entre outros pontos.

O projeto aprovado nesta terça prevê que só poderão ser demarcadas como terras indígenas as áreas ocupadas à época da promulgação da Constituição em 1988. Grupos indígenas protestaram contra a medida em diversas cidades pelo país.

“Eu queria me dirigir a este plenário para reconhecer a divergência que existe na base do governo”, reconheceu o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

“Porém, todo o esforço foi feito nas últimas 48 horas. Eu me empenhei particularmente para buscarmos o consenso e esta matéria não ir a voto. Eu entendo que nós não poderíamos votar uma matéria que, para mim, é cláusula pétrea da Constituição, através de um projeto de lei. Se fosse uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), tudo bem, nós poderíamos discutir. Mas um projeto de lei não pode alterar aquilo que está no art. 231 da nossa Constituição”, argumentou o líder, pouco antes da aprovação do projeto.

MP do Bolsa Família é aprovada na Câmara dos Deputados

A Medida Provisória 1164/23, que recriou o programa Bolsa Família e extinguiu o Auxílio Brasil, foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Com a aprovação, fica garantido o pagamento de R$ 600 para as famílias beneficiadas, adicional de R$ 150 por criança de zero a seis anos de idade e bônus de R$ 50 gestantes, crianças entre 7 e 12 anos e adolescentes com mais de 12 anos. O texto da MP será encaminhado ao Senado.

Os deputados federais aprovaram o texto de autoria do relator, deputado Dr. Francisco (PT-PI).

Embora o texto tenha retirado a vigência das novas regras a partir de 1º de junho, se a lei derivada da MP for publicada nesta data não haverá diferença prática.

Pela MP, poderão receber o benefício famílias com renda mensal per capita igual ou inferior a R$ 218. Antes, a renda exigida era de R$ 210.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu esforço para aprovar as medidas provisórias que estão com próximas a perder a validade. “Vamos votar no Senado dentro do prazo, vamos apreciar [essas MPs] ainda que tenhamos que avançar noite adentro”, disse Pacheco.

A MP do Bolsa Família está em vigor desde 2 de março.

Foi incorporado ao texto a MP 1155/23, que prevê o pagamento de um complemento do Auxílio Gás. O benefício equivale a metade do valor médio do botijão de gás. O auxílio normal é de igual valor.

O complemento será depositado a cada dois meses. Ao todo, a família irá receber o valor equivalente à média de um botijão de 13 Kg.

Câmara de SP aprova revisão do Plano Diretor Estratégico em 1º turno

A Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou nessa em primeira discussão [primeiro turno], a revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade. A votação foi acompanhada por movimentos de moradia, que protestaram contra a aprovação do plano. Por causa da chuva que atingiu a capital paulista durante todo o dia, a manifestação não ocorreu na rua, como estava agendada, mas na galeria da Câmara.

A revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) foi protocolada em março deste ano na Câmara Municipal. Desde então, a revisão tem gerado intenso debate. Sob vaias, a revisão do plano foi aprovada pelos vereadores em primeiro turno, com 42 votos favoráveis e 12 contrários, sem nenhuma abstenção.

O debate sobre a revisão é tão intenso que a Promotoria de Justiça e de Habitação e Urbanismo de São Paulo informou, nesta semana, ter entrado com ação civil pública solicitando que a Câmara apresente estudos técnicos para embasar as mudanças feitas no Plano Diretor, antes que ele seja aprovado.

Após as críticas e protestos da sociedade civil e esse anúncio da Promotoria sobre a instauração de ação civil pública, os vereadores disseram que vão promover mais oito audiências públicas antes que o PDE seja votado definitivamente. Ou seja, entre a primeira e a segunda votações serão realizadas oito novas audiências públicas para ouvir representantes do setor urbanístico de engenharia, além da população em geral. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (União), acompanhado pelos vereadores Rubinho Nunes (União) e Rodrigo Goulart (PSD), presidente e relator do PDE na Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente. Ainda não foi definida data para a realização da segunda votação.

O Plano Diretor é uma lei municipal que orienta o desenvolvimento e o crescimento da cidade. Apresentado pela Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal de São Paulo, o texto que altera o plano atual permite construções acima dos limites vigentes na legislação de uso e ocupação do solo em áreas mais próximas do transporte público. Com isso, a possibilidade de construção de mais prédios aumenta na cidade. O novo texto foi finalizado no dia 23 de maio pelo relator da revisão, vereador Rodrigo Goulart (PSD).

Haddad critica lobby por desoneração de impostos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a legislação tributária no Brasil é uma “colcha de retalhos”, o que torna o sistema de impostos do país “um dos piores, senão o pior do mundo”. Ele também criticou o lobby em torno da aprovação de leis tributárias.

“Muitas vezes, uma lei é aprovada de forma confusa propositalmente por conta de um lobby que ato contínuo vai atuar no Judiciário para dizer que a tese correta é a dele”, avaliou, em discurso na mesa de abertura do 7º Congresso do Contencioso Tributário, que ocorre nesta semana, em Brasília.

O evento é organizado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão formado por advogados públicos que atua justamente em ações do governo relativas à arrecadação de tributos e dívidas devidas à União.

“Vocês sabem que a arrecadação federal teve muitas derrotas, não só no Congresso Nacional, com desonerações absolutamente caóticas, mas também nos tribunais. A PGFN é artífice da recuperação da base fiscal do Estado”, afirmou o ministro aos procuradores.

Dados calculados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) apontam que, até o final do ano, o governo federal deve deixar de arrecadar R$ 440,5 bilhões por conta da concessão dos chamados “privilégios tributários”. O montante soma de todos os benefícios e incentivos tributários concedidos pela União a parcelas específicas de contribuintes e consta em estudo publicado pela entidade.

No evento da PGFN, o advogado-geral da União, Jorge Messias, que é procurador da Fazenda Nacional de carreira, leu um discurso em defesa da reforma tributária, cuja discussão deve ganhar velocidade no Congresso Nacional, ao longo dos próximos meses. “Acreditamos que as propostas apresentadas caminham para uma tributação progressiva e fundamentam-se nas premissas de base ampla, poucas alíquotas e tributação no destino”, destacou.

Republicanos diz que “esgotou o crédito” do governo federal

O Republicanos afirmou, que o crédito da administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi esgotado. As informações são da âncora da CNN Raquel Landim.

O partido, que é de oposição, não votará mais a favor de medidas propostas pelo governo federal, exceto em questões essenciais para o país.

Na quarta-feira (31), durante a votação da medida provisória de reestruturação dos ministérios na Câmara dos Deputados, o Republicanos estava fechando questão para votar “não” e deixar que o número de pastas fosse reduzido das atuais 37 para as 23 que vigoravam durante a administração de Jair Bolsonaro (PL).

Entretanto, o jogo mudou a pedido do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) e do relator, Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Foram 31 favoráveis à MP e sete contra.

Ainda conforme informações apuradas pela CNN, a sigla não deseja fazer parte da Esplanada dos Ministérios. Isso seria motivado por ser um partido de direita, com o atual governo não combinando com suas posições e seus filiados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Lula resiste a reforma ministerial, mas sinaliza disposição em trocas pontuais, dizem aliados

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sinalizado resistência em promover uma reforma ministerial em apenas seis meses de mandato, segundo relatos de aliados do presidente à CNN.

De acordo com essas fontes, o petista avalia fazer uma mudança efetiva apenas no ano que vem.

Com a queixa de integrantes da base aliada, no entanto, Lula indicou que pode fazer trocas pontuais caso as siglas aliadas queiram mudar seus indicados.

As eventuais alterações, no entanto, não envolveriam mudanças de pastas, mas apenas de nomes indicados pelos partidos da base aliada. De acordo com relatos feitos à CNN, o recado foi dado ao União Brasil, partido que tem oferecido maior dificuldade ao governo petista.

A opção seria a sigla indicar novos nomes para Comunicações e Turismo, por exemplo. O partido, no entanto, avalia que uma troca teria pouca efetividade, já que são pastas sem grandes orçamentos.

A bancada federal da legenda gostaria de uma pasta com maior capacidade de investimento, como a Saúde, por exemplo, segundo fontes ouvidas pela CNN.

O petista já deixou claro que não pretende retirar a ministra Nísia Trindade do posto, já que tem preferência por uma escolha técnica, não política, para a pasta.

Uma saída aventada por integrantes do bloco do centrão seria o comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), que foi recriada após pressão na Câmara dos Deputados.

Lula, contudo, não decidiu se ela será oferecida ao União Brasil como forma de aplacar a insatisfação do partido com os postos ocupados atualmente.

Confiança da indústria do Brasil tem queda em maio com cenário “desafiador”, diz FGV

A confiança da indústria do Brasil teve piora em maio, informou na segunda-feira (29) a Fundação Getulio Vargas (FGV), citando cenário “desafiador” em meio a juros elevados e temores inflacionários.

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV Ibre recuou 1,6 ponto em maio, para 92,9 pontos. O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos empresários sobre o momento presente, perdeu 1,7 ponto, para 91,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu na mesma quantidade, a 94,0 pontos.

“A confiança da indústria voltou a desacelerar influenciada não apenas pela percepção de piora da situação atual, mas também pelas perspectivas pessimistas em relação aos próximos meses”, comentou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.

“O cenário desafiador atual, com enfraquecimento na demanda, taxa de juros elevada e inflação geram maior cautela nos empresários que projetam redução na produção e uma tendência negativa para os negócios nos próximos seis meses parecida com o observada no período da pandemia em 2020.”

A retração na confiança industrial vem em meio a alertas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o impacto dos juros elevados na atividade econômica. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível que o Banco Central julga necessário para conter as expectativas de inflação.

Na semana passada, o governo federal anunciou que irá reduzir IPI e PIS/Cofins para carros com valor de até 120 mil reais, em uma negociação com a indústria automotiva que poderá levar a reduções entre 1,5% e 10,96% no preço ao consumidor.

Crise no varejo brasileiro reflete juros altos, inflação e ainda efeitos da pandemia, avaliam especialistas

A crise no varejo brasileiro está fazendo o setor rever o clássico modelo de negócios. Os desafios enfrentados por grandes varejistas como Lojas Americanas, Tok Stok, Amaro, Riachuelo, Marisa, Renner e Livraria Cultura, por exemplo, acende um alerta em todo o comércio do país.

Essa temporada desafiadora para os negócios do varejo fez com que marcas fortes do mercado entrassem para o grupo das varejistas que estão fechando suas lojas e enxugando operações.

Segundo Max Mustrangi, especialista em reestruturação de empresas e CEO da Excellance, a Americanas, Marisa e Tok&Stok não devem ser as únicas empresas a enfrentar problemas de alavancagem financeira excessiva.

“Riachuelo, Via Varejo, Magalu, Natura, C&A, Carrefour, Pão de Açúcar, enfim, não faltam empresas que não estão indo bem”, avalia.

Mustrangi projeta que deve ocorrer novos pedidos de recuperação judicial, porque muitas empresas estão no limite para lidar com o cenário atual.

“Os pedidos não param de crescer em relevância. As empresas estão passando por problema de alavancagem financeira excessiva e sem fluxo de caixa para o pagamento de suas dívidas. Não há dúvidas que isso deve acender um sinal de alerta para todos os empresários, independentemente do porte e segmento de suas companhias”, alerta.

Ulysses Reis, especialista em varejo e professor da Strong Business School comenta que em 2020 e 2021, com o início da pandemia, veio junto com o lockdown e também com uma série de mudanças econômicas. Boa parte da população do mundo foi retirada do mercado de trabalho durante esse período.

“Algumas pessoas conseguiram trabalhar em home office, mas muitas outras profissões, como pessoas que trabalham no varejo, em mineração e transportes e mesmo na parte de hotelaria e outras áreas, tiveram que parar de trabalhar”, lembra Reis. Ele explica que essa situação teve um custo e está sendo pago agora em 2022 e 2023.

“Governos de vários países lançaram mão de programas de apoio a pessoas que estavam fora do mercado de trabalho. Estes programas acabaram gerando uma questão inflacionária que está acontecendo em quase todos os países do mundo. A gente poderia dizer que o custo da pandemia está sendo pago agora pelas famílias e pelas empresas”, diz Reis.

Mercado de cartão de crédito cresce 30,9% entre 2019 e 2022

O número de clientes que usam o cartão de crédito cresceu 30,9% entre 2019 e 2022 no Brasil, segundo dados do Banco Central (BC). Em junho do ano passado, 84,7 milhões de usuários tinham saldo devedor relacionado a essa forma de pagamento. Em junho de 2019, eram 64,7 milhões.

O saldo devedor refere-se ao valor da compra, parcelada ou não, que ainda não foi pago pelo cliente e sobre o qual podem incidir juros. Os dados foram divulgados pelo BC e constam de um dos boxes do Relatório de Economia Bancária, que será publicado na íntegra no dia 6 de junho.

Segundo o BC, há tendência ao uso de modalidades mais onerosas do cartão de crédito à medida que aumentam os vínculos, que são o número de instituições emissoras de cartão em que o cliente tem saldo devedor.

“Na média, a partir de dois vínculos, aumentam a participação das modalidades com característica de crédito, sujeitas à cobrança de juros [como o crédito rotativo], e o percentual do limite utilizado”, explicou o BC. No total, 54% dos clientes tinham saldo devedor em apenas uma instituição; 25% em duas; e 20% em três ou mais.

“Quanto mais vínculos, maiores são o limite e o saldo médio da dívida. Isso sinaliza, de acordo com o estudo, que os usuários que estão utilizando cartões de mais de uma instituição aumentam sua capacidade de gastos com o aumento dos limites adicionais, elevando, em média, o saldo devedor consolidado”, acrescentou o BC.

O aumento nos números pode ser explicado pela entrada de novas instituições no mercado nos últimos anos, principalmente no segmento de cartões pós-pagos, o que fez com que uma parcela significativa da população brasileira passasse a ter acesso a um ou mais cartões de crédito. Instituições de pagamento e bancos digitais aumentaram a base de usuários em 27,6 milhões de indivíduos no período analisado.

Indústria da construção espera elevação de tetos de imóveis do MCMV em junho

O setor da construção civil espera que os limites de preço dos imóveis enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida sejam elevados durante a primeira reunião do Fundo Curador do FGTS sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda quinzena de junho, afirmaram representantes da indústria.

Apesar dos valores terem sido elevados em meados do ano passado, o setor segue reclamando que os aumentos de custos seguem deixando o programa habitacional desatualizado e citaram nesta segunda-feira dados que mostraram forte queda nos lançamentos durante o primeiro trimestre.

Os lançamentos de imóveis residenciais no primeiro trimestre desabaram 44,4% em unidades em comparação com os últimos três meses do ano passado e tombaram 30,2% na comparação com o início de 2022, segundo dados informados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Enquanto isso, as vendas também mostraram quedas, mas menos intensas, de 5,2% na comparação trimestral e 9,2% na base anual.

Os dados apontaram para 48,6 mil unidades lançadas no primeiro trimestre, o menor valor desde segundo trimestre de 2016, segundo a Cbic.

“O limite do FGTS não é mais real, está muito defasado sobre a realidade do mercado”, disse o presidente da Cbic, José Carlos Martins, em apresentação a jornalistas. “As cidades médias são o principal problema de defasagem de valores”, acrescentou.

Martins evitou citar o tamanho da diferença ou quanto a indústria está pleiteando de reajuste no programa, mas afirmou acreditar que a revisão dos valores do teto do MCMV deveria pelo menos incluir a inflação acumulada pela indústria da construção desde a última revisão pelo Fundo Curador do FGTS, no ano passado.

A participação do programa habitacional, que já foi superior a 50% do total lançado pelo setor, terminou março em 35%, com lançamentos em queda de 49% ante o final do ano passado e em baixa de cerca de 42% ante o primeiro trimestre de 2022.

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE e uma medida sobre a inflação no setor, mostrou em abril alta de 8,05% em 12 meses.

Confiança de serviços no Brasil tem alta em maio, mas ritmo de ganhos desacelera, diz FGV

A confiança do setor de serviços no Brasil teve variação positiva de 0,5 ponto em maio, para 92,9 pontos, permanecendo no maior nível desde novembro do ano passado, mas indicando desaceleração do ritmo de ganhos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) na terça-feira (30).

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) do FGV Ibre subiu pelo terceiro mês seguido, embora o ritmo de avanço tenha perdido fôlego em relação às leituras anteriores.

“Apesar da alta da confiança no setor de serviços, o índice vem desacelerando nos últimos dois meses. Houve piora da percepção sobre a situação atual e pequena oscilação na demanda”, explicou Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre.

O Índice de Situação Atual (ISA-S) do setor de serviços recuou 1,4 ponto em maio, para 93,4 pontos. Essa baixa foi compensada, no entanto, pela alta de 2,5 pontos do Índice de Expectativas (IE-S), a 92,7 pontos, pico desde outubro de 2022 (98,2).

“Para os próximos meses, há uma redução do pessimismo que está relacionada a uma perspectiva de melhora do cenário econômico no segundo semestre do ano”, disse Tobler.

Mais de 1,3 milhão de empresas foram abertas de janeiro a abril

Mais de 1,3 milhão de empresas foram abertas no Brasil entre janeiro e abril de 2023. O tempo gasto para a abertura dessas empresas foi, em média, de 1 dia e seis horas, segundo o Mapa de Empresas, documento elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). De acordo com o documento, de janeiro a abril deste ano 1.331.940 empresas foram abertas no Brasil. Com isso, há, no país, um total de 21 milhões de CNPJs ativos. Deste total, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte.

Ainda segundo o estudo, 736.977 CNPJs foram encerrados no primeiro quadrimestre do ano. Com isso, o saldo ficou positivo, em 594.963 empresas.

“O total de aberturas foi 21,8% maior do que no quadrimestre anterior e 1,6% menor em relação ao mesmo período de 2022. Já os fechamentos representaram aumento de 34,3% e 34,7%, respectivamente, nas mesmas bases”, informou o ministério.

Em números absolutos, São Paulo foi o estado com mais empresas abertas no quadrimestre, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Goiás. “Juntos, estes estados concentram 75% das empresas brasileiras”, detalha o levantamento.

“Em termos de crescimento percentual, porém, os estados que mais avançaram sobre o quadrimestre anterior, último de 2022, foram Tocantins (34,8%), Mato Grosso (32,9%), Rondônia (29,9%), Paraná (28,2%) e Roraima (27,1%)”, acrescenta.

Hurb demite cerca de 40% da equipe após suspensão de pacote

Um dia após a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinar a suspensão das vendas de pacotes flexíveis pela agência de viagens Hurb, a empresa iniciou um processo de demissão de cerca de 400 funcionários. O número equivale a cerca de 40% da equipe, segundo funcionários da empresa. Posts no LinkedIn mencionam o desligamento de profissionais de diferentes áreas, como designers, programadores e gerentes de operação.

Em nota, a companhia menciona a “readequação de seu quadro de colaboradores, além de outras ações que visam à redução de despesas”. A empresa afirma ainda que “está promovendo mudanças em todas as suas áreas, como parte da reestruturação da companhia” e lamenta as decisões tomadas.

A modalidade flexível era um dos principais negócios da empresa e consistia na possibilidade de os clientes sugerirem três possíveis datas de viagem para que a Hurb selecionasse uma delas ou uma data próxima. A flexibilidade fornecida pela modalidade permitiria com que a companhia buscasse preços mais competitivos, o que justificaria os valores baixos cobrados pelos pacotes.

Porém, o número cada vez maior de clientes sem resposta da empresa após o limite de envio das informações de viagem fez com que uma enxurrada de críticas surgisse nas redes sociais e em canais de reclamações como Reclame Aqui e na própria Senacon.

A suspensão pela Senacon das vendas de pacotes flexíveis foi anunciada na segunda-feira. Segundo nota divulgada pelo órgão, a medida foi tomada para garantir que os problemas referentes às vendas já realizadas sejam sanados antes de novos pacotes serem comercializados pela Hurb.

Varejo projeta crescimento de 10% para vendas do Dia dos Namorados em 2023

O varejo projeta um crescimento de 10% para as vendas do Dia dos Namorados em 2023. A expectativa é de 100 milhões de consumidores irem às compras, conforme dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O tíquete médio, segundo sondagem realizada junto aos lojistas pela Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), deverá ser de R$ 240. Os presentes mais procurados, segundo a associação, serão roupas, moda praia e íntima, perfumaria, cosméticos e maquiagem, calçados e acessórios e tecnologia e eletroeletrônicos.

SELIC

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse que o BC (Banco Central) deverá cortar a taxa básica, a Selic, a partir de agosto. Ela afirmou ser favorável à autonomia da instituição. Declarou que não é “erro” manter os juros em 13,75% na próxima reunião, mas que todos os fatores macroeconômicos estão positivos e o marco fiscal avançou. O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, já defendeu que não há relação mecânica entre aprovação do projeto e a queda dos juros. Tebet e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, participaram por videoconferência de evento do jornal Valor Econômico.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,50%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), apelidado de “inflação do aluguel”, caiu 1,84% em maio, após queda de 0,95% em abril. Com este resultado, o índice acumula queda de 2,58% no ano e, em 12 meses, 4,47%, informou na terça-feira (30) a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Em maio de 2022, o índice havia subido 0,52% e acumulava alta de 10,72% em 12 meses. O resultado do mês de abril representou a primeira deflação do índice registrada desde fevereiro de 2018.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), a projeção para o IGP-M ficou em -0,08%, ante 0,67% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

A mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira de 2023 voltou a cair, agora de 5,80% para 5,71%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado com estimativas coletadas até o fim da semana passada.

Para 2024, a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve-se em 4,13%. Para 2025, permaneceu em 4,00%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,69%, ante 5,71% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

O primeiro trimestre do ano foi de crescimento para economia brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,9% ante os três últimos meses de 2022, na série com ajuste sazonal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cujas Contas Nacionais Trimestrais para o período foram divulgadas na quinta-feira (01).

O resultado veio acima da mediana das estimativas de 72 consultorias e bancos ouvidos pela reportagem do Valor, que apontava para crescimento de 1,3%, com projeções de -0,1% a +2,2%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (05), a projeção para o PIB ficou em 1,68%, ante 1,26% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (29), o Ibovespa fechou em queda, em sessão marcada por ajustes, com blue chips entre as maiores pressões de baixa, enquanto o feriado nos Estados Unidos reduziu expressivamente a liquidez nos negócios. O índice Ibovespa teve queda de 0,37%, a 110.498,27 pontos. O volume financeiro somou R$ 10,3 bilhões.

Na terça-feira (30), o Ibovespa fechou em queda, na segunda baixa consecutiva, pressionado particularmente pelo declínio de blue chips, apesar de noticiário favorável sobre o comportamento dos preços no país. O índice Ibovespa teve queda de 1,24%, a 108.967,03 pontos. O volume financeiro somou R$ 23,2 bilhões.

Na quarta-feira (31), o Ibovespa fechou em queda, pressionado pelo declínio de Petrobras e movimentos de realização de lucros após performance positiva durante maio, mês que foi marcado por avanço do arcabouço fiscal e dados e perspectivas melhores de inflação. O índice Ibovespa teve queda de 0,58%, a 108.335,07 pontos. O volume financeiro somou R$ 34,4 bilhões.

Na quinta-feira (01), o Ibovespa fechou em alta, após dados mostrando que a economia brasileira cresceu mais do que o esperado no primeiro trimestre, em pregão endossado pelo clima favorável a ativos de risco no exterior, com ganhos em Wall Street e avanço de commodities como petróleo e minério de ferro. O índice Ibovespa teve alta de 2,06%, a 110.564,66 pontos. O volume financeiro somou R$ 30 bilhões.

Na sexta-feira (02), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em alta de 1,88%, a 112.642,28 pontos. Acompanhando o viés positivo de praças acionárias e commodities como o petróleo e o minério de ferro no exterior, com a pauta do dia destacando dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em alta de 1,80%, a 112.558,15 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,5 bilhões.

O dólar operava em queda na sexta-feira (02), por volta das 12h00, o dólar registrava queda de 0,90%, cotado a R$ 4,9612 na venda. Com investidores reagindo positivamente à aprovação do acordo para suspender o teto da dívida dos Estados Unidos, enquanto digeriam um relatório de emprego do governo norte-americano com sinais mistos.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (02) cotado a R$ 4,9528, novamente influenciado pelo exterior, onde o andamento do acordo sobre o teto da dívida nos EUA e a perspectiva de que o Federal Reserve não subirá juros em seu próximo encontro conduziram a busca por ativos de maior risco.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
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05/06/2023