Cenário Econômico Nacional – 19/06/2023

Cenário Econômico Nacional – 19/06/2023

Cenário Econômico Nacional – 19/06/2023 1200 800 Research Matarazzo & Cia. Investimentos
Fonte: Banco Central

Confira os destaques do Cenário Nacional desta semana:

Especialistas reduzem projeções para inflação de 2023 a 2026

Especialistas reduziram suas expectativas para a inflação de 2023 a 2026 na pesquisa Focus, na esteira de uma desaceleração mais forte do que o esperado no aumento dos preços ao consumidor em maio.

O levantamento divulgado na segunda-feira (12) pelo Banco Central mostra que as projeções para a alta do IPCA são agora de 5,42% em 2023, 4,04% em 2024, 3,90% em 2025 e 3,88% em 2026.

Na semana anterior, essas contas estavam respectivamente em 5,69%, 4,12%, 4,00% e 4,00%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O objetivo para 2026 deverá ser definido em reunião do Conselho Monetário Nacional neste mês.

A revisão se dá depois que o IPCA subiu 0,23% em maio, no resultado mais fraco desde setembro de 2022 (-0,29%) e bem abaixo da expectativa. Isso levou o índice a acumular em 12 meses taxa de 3,94%, o patamar mais baixo desde outubro de 2020, última vez que ficou abaixo da marca de 4%.

O levantamento Focus, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou, no entanto, que não houve mudanças na expectativa de manutenção da taxa básica de juros em 13,75% na reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom).

Eles também não fizeram alterações na trajetória do afrouxamento monetário, vendo uma redução de 0,5 ponto percentual da Selic na reunião de setembro, 0,25 ponto em novembro e 0,50 ponto em dezembro.

Os analistas também seguem vendo a Selic em 12,50% ao final deste ano, 10,00% no fim de 2024 e 9,00% em 2025, mas reduziram a perspectiva para o final de 2026 a 8,75%, de 9,0% antes.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda melhora da perspectiva de crescimento em 2023 a 1,84%, de 1,68% antes. Para 2024 a projeção foi ajustada em 0,01 ponto percentual para baixo, a 1,27%.

Fazenda vê crescimento do PIB acima de 2,4% em 2023, dizem fontes

O Ministério da Fazenda avalia que a economia brasileira poderá crescer mais de 2,4% em 2023. No mês passado, a Secretaria de Política Econômica (SPE) já havia atualizado sua estimativa oficial de crescimento do PIB neste ano para 1,9%, ante projeção de 1,6% em março.

De acordo com fontes do ministério ouvidas pela CNN, entretanto, os dados positivos da economia relativos ao primeiro trimestre estão provocando um ajuste para cima das expectativas no governo e no próprio mercado.

Se houver variação zero do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três trimestres, na comparação com o período janeiro-março, apenas o “carry over”, efeito estatístico, já levaria o crescimento para a faixa dos 2,4% neste ano, segundo cálculos da Fazenda.

Oficialmente, as novas estimativas só devem sair em julho. A equipe de Fernando Haddad ainda quer observar uma série de indicadores antecedentes da economia, mas acredita que medidas para estimular a concessão de crédito empresarial e para reduzir a inadimplência das famílias podem elevar esse percentual.

Na semana passada, o governo publicou a medida provisória que institui o programa Desenrola, responsável pelo refinanciamento de dívidas, com garantias do Tesouro Nacional, para famílias que têm renda de até dois salários mínimos e devem até R$ 5 mil.

Além disso, um pacote pró-crédito foi lançado pela Fazenda em abril, mas algumas medidas ainda dependem do avanço de projetos de lei, como é o caso do novo marco legal das garantias, que está em tramitação no Senado.

Para técnicos do ministério, as previsões do mercado financeiro devem se ajustar gradualmente na direção dos 2,4% de crescimento do PIB. Um sinal disso foi o Boletim Focus de segunda-feira (12), divulgado pelo Banco Central, que mostrou uma estimativa de expansão de 1,84% para a economia brasileira.

IGP-M recua 1,95% na 1ª prévia de junho, diz FGV

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 1,95% na primeira prévia de junho, após cair 1,13% na mesma leitura de maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A contração foi puxada por deflação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que recuou 2,74%, ante queda de 1,74% no mesmo período de maio.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) também contraiu no período, 0,30%, ante alta de 0,64%.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou de 0,10% para 0,72%.

Campos Neto: Inflação deve ser negativa em junho e voltar a subir

A inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) poderá ficar negativa em junho e subir no segundo semestre, disse o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Em evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), ele disse que o índice deverá terminar o ano com melhora em relação às previsões iniciais.

“Vai ter meses [com o IPCA] entre 0,4% e 0,5% no fim do ano, o que vai fazer com que a inflação no ano fique mais ou menos entre 4,5% e 5%, mais perto de 4,5%. Isso é uma melhora em relação ao que esperávamos, mas uma melhora lenta”, declarou Campos Neto.

Na edição mais recente do Relatório de Inflação, divulgada em março, a autoridade monetária previa que o IPCA encerraria o ano em 5,8%. A edição desta segunda-feira do Boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, aponta expectativa de 5,42% para o IPCA neste ano.

Segundo Campos Neto, a queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional) tem contribuído para segurar a inflação. Ele, no entanto, advertiu que a média dos núcleos de inflação (que exclui os preços com maior volatilidade) está caindo de forma mais lenta e continua mais alta que os índices finais.

“A gente ainda está com média de núcleos de 6,7%. A inflação no Brasil está bem menor que nos países avançados pela primeira vez na história. Isso significa que a gente tem um trabalho que foi feito que teve eficácia e que tem alguns itens na inflação mais voláteis que contribuíram positivamente”, disse o presidente do BC.

Desaceleração de preços traz mais alívio para população de alta renda, que vê deflação de 0,08%, diz Ipea

A inflação desacelerou na passagem de abril para maio em todas as faixas de renda familiar, mas aliviou mais a alta renda. Apesar da trégua generalizada, as famílias no extrato mais pobre ainda sentiram uma alta de preços maior que a dos demais grupos, enquanto que os mais ricos perceberam uma deflação em maio, informou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação desacelerou de 0,60% em abril para 0,33% em maio para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta, a inflação passou de 0,68% em abril para um recuo de preços de 0,08% em maio.

O aumento de 1,1% dos produtos farmacêuticos no mês impactou especialmente as classes com rendas mais baixas, enquanto o reajuste de 1,2% dos planos de saúde pressionou as faixas de renda mais alta, apontou o Ipea.

As famílias de menor poder aquisitivo tiveram como principal pressão inflacionária a alta no custo da habitação, devido aos aumentos na taxa de água e esgoto (2,7%) e na tarifa de energia elétrica (0,91%).

“Deve-se registrar, também, que, embora grande parte da desaceleração inflacionária observada em maio tenha vindo da deflação do grupo transportes, beneficiada pelas quedas de preços dos combustíveis (-1,8%) e das passagens aéreas (-17,7%), esse alívio se concentrou, sobretudo, nas faixas de rendas mais altas, tendo em vista o peso desses itens na cesta de consumo dessas famílias.

No caso das classes com rendas mais baixas, além do menor benefício vindo da deflação desses dois itens, o reajuste de 2,8% das tarifas de ônibus urbano acabou impedindo uma contribuição mais favorável do grupo transportes à inflação dessas famílias em maio”, apontou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras na Carta de Conjuntura do Ipea.

Com o resultado, a inflação acumulada nos 12 meses encerrados em maio foi de 5,05% na faixa de renda alta e de 4,17% na faixa de renda muito baixa.

Vendas no varejo do Brasil sobem menos que o esperado em abril e mostram perda de força

As vendas varejistas no Brasil seguiram em alta em abril, mas iniciaram o segundo trimestre com perda de força e um resultado mais fraco do que o esperado, apesar do impulso de supermercados.

Em abril houve alta de 0,1% das vendas na comparação com o mês anterior, com ganho de 0,5% sobre o mesmo mês de 2022, resultados bem abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters de 0,3% e 0,95%, respectivamente.

Os dados divulgados na quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram desaceleração em abril, depois de uma alta de 0,8% em março.

“Essas variações perto de zero têm a ver com a conjuntura (econômica), como redução no crédito para pessoa física. Tivemos massa de rendimento real menos intensa e o total de ocupados caiu um pouco. São elementos e indicadores que alimentam essa perda de fôlego do comércio”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Segundo os dados do PIB divulgados pelo IBGE no começo do mês, o consumo das famílias aumentou 0,2% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, sob o impacto da política monetária restritiva e oferta de crédito.

Entre as oito atividades pesquisadas, somente três tiveram resultados positivos em abril. A maior influência positiva foi registrada pela alta de 3,2% de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, marcando o maior crescimento desde março de 2020 (10,5%).

Esse movimento do setor com maior peso entre as atividades, segundo Santos, deve-se às vendas de Páscoa.

“Hiper e supermercados tiveram desempenho acima da média graças à Páscoa e inflação menor. Como o setor tem peso grande, ajudou a manter uma variação positiva”, disse ele, alertando que se o setor fosse excluindo da conta, o resultado geral das vendas varejistas seria negativo.

Também registraram aumento de vendas as atividades de Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%).

Entre os resultados negativos, destacaram-se equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) e tecidos, vestuário e calçados (-3,7%).

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, houve retração de 1,6% das vendas.

“Com juros altos e crédito mais restrito, e por outro lado com a inflação mais baixa, nesse balanço prevalece o consumo de primeira necessidade em detrimento de bens de maior valor agregado”, completou Santos.

S&P altera perspectiva do rating do Brasil de estável para positiva

O S&P, uma das agências de classificação de risco com maior prestígio entre os agentes financeiros, mudou a classificação do Brasil de “estável” para “positiva”, informou a agência em relatório divulgado.

Segundo os analistas, apesar do país ainda apresentar grandes déficits fiscais, o crescimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) e a organização da política fiscal “podem resultar em um aumento menor do ônus da dívida do governo do que o inicialmente esperado”.

“Revisamos nossa perspectiva para o Brasil de estável para positiva e reafirmamos nossos ratings de crédito soberano ‘BB-/B’”, informou o grupo.

“Nossa visão positiva baseia-se na perspectiva de que medidas contínuas para enfrentar a rigidez econômica e fiscal podem reforçar nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil e reduzir os riscos à sua flexibilidade monetária e posição externa líquida”.

A agência de classificação afirmou que as perspectivas de crescimento da economia brasileira podem ser beneficiadas pelos sinais de maior certeza sobre as políticas fiscais e monetárias.

“O crescimento contínuo do PIB somado ao quadro emergente para a política fiscal pode resultar em uma carga de dívida pública menor do que o esperado, o que pode apoiar a flexibilidade monetária e sustentar a posição externa líquida do país”, informou o S&P.

“Tais desenvolvimentos reforçariam nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil, com formulação de políticas estável baseada em amplos freios e contrapesos entre os poderes executivo, legislativo e judiciário do governo”.

O desempenho manteve a trajetória de queda observada no câmbio nas últimas semanas e deixa o dólar no patamar mais baixo ante a divisa brasileira desde 6 de junho do de 2022.

Setor de serviços do Brasil recua 1,6% em abril

O setor de serviços recuou 1,6% em abril de 2023 na comparação com março, após acumular ganho de 2,1% entre fevereiro e março. Já frente a abril de 2022, o setor avançou 2,7%, 26ª taxa positiva consecutiva. Com isso, o acumulado no ano ficou em 4,8% e o acumulado nos últimos 12 meses passou de 7,3% em março para 6,8% em abril, menor resultado desde agosto de 2021 (5,1%). Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), cujo resultado foi divulgado na quinta-feira (15) pelo IBGE.

A retração foi acompanhada por quatro das cinco atividades investigadas. Assim como em março, o setor de transporte se destacou como a principal influência, porém, em abril, puxou o índice para o campo negativo. O grupamento caiu -4,4%, devolvendo parte do ganho acumulado (7,5%) entre fevereiro e março.

“Vários segmentos de serviços dentro desse setor acabaram por gerar um impacto negativo: gestão de portos e terminais, transporte rodoviário de cargas, rodoviário coletivo de passageiros e transporte dutoviário. Esses segmentos tiveram importância no âmbito do volume de serviços como todo, ultrapassando a fronteira do próprio setor”, analisa Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

Os demais recuos vieram dos serviços de informação e comunicação (-1,0%), dos profissionais, administrativos e complementares (-0,6%); e dos outros serviços (-1,1%).

“Em serviços de informação e comunicação, as principais influências vieram de serviços audiovisuais (-4,2%) e de tecnologia da informação (-1,2%). Nos profissionais, administrativos e complementares, destacam-se os serviços de engenharia, de apoio às atividades empresariais e de organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções. Já os outros serviços foram pressionados pelos segmentos de serviços financeiros auxiliares e de corretoras de títulos e valores mobiliários”, detalha Lobo.

A única atividade em expansão do mês foram os serviços prestados às famílias (1,2%), que recuperaram parte da perda acumulada entre fevereiro e março (-2,2%). “O ganho nesse mês vem tanto de alojamento e alimentação (3,7%) como de outros serviços prestados às famílias (3,5%). Dentro desse segmento, a parte de atividades teatrais, musicais e de espetáculos em geral teve maior influência”, observa o gerente.

IGP-10 tem maior queda da série histórica em junho, diz FGV

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) registrou as maiores quedas da série histórica em junho, tanto em base mensal quanto no acumulado dos últimos 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), na sexta-feira (16), com forte deflação de commodities no período.

O IGP-10 teve baixa de 2,20% neste mês, ante recuo de 1,53% em maio, registrando queda de 6,31% em 12 meses, sendo ambas as deflações mais intensas desde o início dos registros, que remonta a 1993.

“Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%)”, disse André Braz, coordenador dos índices de preços, sobre a variação do IGP-10 de junho.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, acelerou o declínio a 3,14% neste mês, de queda de 2,25% em maio.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que responde por 30% do índice geral, caiu 0,18% em junho, contra alta de 0,60% no mês anterior, com destaque para a queda de 1,23% do grupo Transportes, que abandonou o avanço de 0,52% registrado em maio.

Banco Central precisa dar rápido início à redução dos juros, afirma ABDIB

Apesar da reação positiva depois da divulgação da alta de 1,9% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (ABDIB) alertou para a rápida necessidade de redução das taxas de juros no país.

Na avaliação da entidade, os números deixam claro que o Banco Central (BC) precisa dar rápido início à redução da Selic, o que poderá estimular de forma imediata os investimentos em concessão de infraestrutura e contribuir com o crescimento da economia.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia do país cresceu 1,9% em relação ao último trimestre do ano passado. Apesar disso, a indústria de transformação caiu 0,6%, registrando um fraco e preocupante desempenho.

A associação também destaca a redução de 3,4% nos investimentos, responsáveis pela geração de futuros empregos e crescimento do país.

“Essas variáveis são muito dependentes da taxa de juros, mas a queda dos investimentos é o fator mais preocupante, já que as pessoas têm preferido manter o dinheiro delas atrelado a títulos do governo do que em outros tipos de investimentos”, afirma Roberto Guimarães, diretor de planejamento e economia da ABDIB.

“O investimento de hoje é o crescimento de amanhã. Por isso, para a ABDIB, já há condições de reduzir [a taxa de juros] para começar a destravar os investimentos”, acrescentou.

O BC mantém a Selic em 13,75% ao ano após seis encontros consecutivos do Comitê de Política Monetária (Copom) da entidade. No entanto, alguns bancos já preveem um afrouxamento da taxa de juros para os próximos meses.

Senado deve adiar em pelo menos uma semana votação do marco fiscal

O Senado deve adiar em pelo menos uma semana a análise do projeto de lei que institui um novo a para o país. A votação estava prevista para a semana de 12 de junho, mas líderes das principais bancadas ouvidos pela CNN dizem que a análise pode ser adiada para a semana de 19 de junho ou para a semana seguinte.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda trabalha com a possibilidade de poder votar o texto no plenário da Casa na semana que vem, de acordo com alguns de seus aliados, mas a chance é baixa, segundo os líderes.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que fará uma primeira análise do projeto antes de o texto seguir para o plenário, já tem sessões marcadas para os dias 13 e 14 e o projeto do novo regime fiscal não consta na pauta de nenhuma das sessões.

Após a análise na CAE, o texto seguirá direto para o plenário do Senado, possivelmente no mesmo dia.

Caso esse cenário se concretize, a aprovação do novo arcabouço fiscal no Senado deve ocorrer em meio à próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá se o Banco Central mantém, aumenta ou reduz a taxa básica de juros no país (Selic). Os integrantes do Copom se reúnem na terça (20) e na quarta-feira (21).

Há três principais pontos de discussão que chamam a atenção de analistas do mercado financeiro: a inclusão ou não do Fundeb e do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) no limite de gastos e o artigo que permite a edição de crédito suplementar para aumentar o teto de gastos em caso de aumento de arrecadação.

Haddad vai se reunir com senadores para tentar driblar resistências com projeto da nova regra fiscal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai entrar em campo para destravar no Senado a votação do Projeto de Lei (PL) do novo arcabouço fiscal. Haddad deve discutir o tema em reunião com líderes partidários e o Presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), marcada para próxima terça-feira (13).

A expectativa é que o chefe da economia defenda a manutenção da espinha dorsal da proposta, que será analisada pela Comissão de Assuntos Econômicos, sob o comando do senador Omar Aziz (PSD-AM). Em contrapartida, vai precisar contornar a insatisfação de uma ala do Senado com pontos aprovados pelos deputados após acordo com bancada governista.

No foco das reclamações está a manutenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) no limite de gastos. Na tentativa de reverter os impactos aos cofres locais, a bancada do DF apelou diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na conversa, Lula foi alertado pelos políticos sobre a possibilidade de a capital federal perder mais de R$ 80 bilhões em arrecadação, nos próximos dez anos, caso a base de cálculo do FCDF seja alterada, como prevê o projeto. Técnicos do Congresso também consideram o impacto, mas dez vezes menor que o apresentado pelos parlamentares.

Secretários do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), têm divulgado estudos que apontam redução significativa de investimentos nas áreas da saúde, segurança pública e educação a partir de 2025.

Governador do Rio pede a Lula revisão de Regime de Recuperação Fiscal

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a revisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Os dois se reuniram, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Segundo o governo fluminense, a revisão do RRF é necessária porque os estados tiveram suas contas impactadas no segundo semestre de 2022, devido à alteração da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis, energia e telecomunicações.

De acordo com o governo do Rio, o estado perdeu R$ 5 bilhões com a redução desses tributos. “O presidente disse que o assunto interessa muito a ele e o que puder fazer para ajudar os estados, fará”, afirmou Castro à saída do encontro.

De acordo com a Secretaria Estadual de Fazenda do Rio, desde que entrou no RRF, em 2017, o Rio já pagou R$ 6,8 bilhões de sua dívida pública. Até o fim deste ano, é esperado o pagamento de mais R$ 3 bilhões. Até maio deste ano, o total da dívida pública do estado estava em R$ 178 bilhões.

Outras reivindicações se referem à revisão da regra de inadimplência por descumprimento das metas fiscais e à flexibilização das vedações relativas às despesas com pessoal para garantir mais autonomia ao estado.

Congresso instalará comissões para analisar medidas provisórias

Em novo teste de governabilidade para o Executivo, o Congresso Nacional deve instalar mais cinco comissões mistas na terça-feira (13) para analisar medidas provisórias (MPs) enviadas pelo governo federal. As reuniões estão previstas para as 14h30, quando devem ser eleitos os presidentes de cada comissão mista.

Entre as MPs, estão a que elevou o valor salário mínimo, a que reajustou o salário dos servidores do Executivo e a que ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda.

Depois das dificuldades para aprovação das primeiras medidas provisórias, como a da reestruturação dos ministérios, existe a expectativa sobre a tramitação das mais recentes, se ocorrerá de forma mais previsível e segura para o governo federal.

Para o professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Luís Felipe Miguel, coordenador do Demodê, Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades, a tática usada nos primeiros governos Lula para ter governabilidade perdeu força diante do fortalecimento do Legislativo frente ao Executivo nos últimos anos.

“Ficou claro, quando vemos as declarações de chefes de partidos da direita do centrão, União Brasil, PSD, PP, Republicanos, de que não estão dispostos a fechar uma base parlamentar em troca de espaço no governo. Eles querem esse espaço sem se comprometer com apoio parlamentar permanente”, disse o professor à Agência Brasil, De acordo com Luís Felipe Miguel, o governo ainda não alcançou a estabilidade política no Parlamento.

“Como não houve mudança significativa na relação desses partidos com o governo, não está descartado que eles resolvam escolher uma dessas medidas que estão sendo analisadas para fazer outra demonstração de força”, completou o professor.

A MP 1.170/23 estabeleceu o reajuste linear de 9% para todos os servidores federais civis, incluindo aposentados e pensionistas, a partir de 1º de maio de 2023. Além disso, aumentou o auxílio-alimentação em 43%. O reajuste resultou de acordo entre governo e mais de 100 entidades representativas dos trabalhadores.

A MP 1.171/23 isentou do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), a partir de maio de 2023, quem recebe até R$ 2.112 por mês. Até então, só não pagava IRPF quem recebia até R$ 1.903,98 por mês. Com um desconto adicional de R$ 528 sobre os valores retidos na fonte, a isenção chega a R$ 2.640, o que corresponde a dois salários mínimos de R$ 1.320.

A MP 1.172/23 elevou o salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir de maio de 2023. No Brasil, o salário mínimo é referência para cerca de 60,3 milhões de trabalhadores e aposentados.

A MP 1.173/23 prorrogou, por mais um pano, o prazo para regulamentação, pelo Poder Executivo, dos programas de alimentação do trabalhador. Em 2022, o Congresso Nacional aprovou a Lei 14.442, determinando que o auxílio-alimentação seja usado apenas para pagamento em restaurantes e similares. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, ainda não houve tempo para regulamentar a questão devido à sua complexidade.

A MP 1.174/23 cria o Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços de Engenharia Destinados à Educação Básica. O programa prevê a liberação de R$ 4 bilhões até 2026 para conclusão de mais de 3,5 mil obras escolares inacabadas.

Parlamentares pressionam e estão otimistas sobre manutenção de regras atuais do Fundo Constitucional do DF

Parlamentares do Distrito Federal mostram otimismo com a retirada do Fundo Constitucional do DF do novo marco fiscal e, automaticamente, a manutenção dos cálculos atuais. O objetivo dos deputados e senadores é evitar que haja perda no repasse por parte da União para a gestão da capital do país.

Segundo parlamentares ouvidos pela reportagem, há um compromisso por parte do governo federal para que o artigo 14 do texto do marco fiscal seja vetado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O que deve acontecer apenas se não houver apoio no Congresso Nacional para a retirada do seu conteúdo já durante a tramitação do projeto no Senado Federal e na Câmara dos Deputados.

No Senado, o relator do texto, Omar Aziz (PSD-AM), teria sinalizado positivamente sobre a supressão da parte do texto do trecho que trata do Fundo Constitucional do DF.

“A ideia é chegar a um acordo para derrubar esse item já no relatório do senador Omar Aziz ou em plenário. Ou, em último caso, aprovar o marco fiscal com o compromisso do presidente Lula vetar”, disse o senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

Na Câmara dos Deputados, o cenário é diferente. Como a tramitação do projeto de lei começou pelos deputados federais, onde já foi aprovado com o fundo dentro do marco fiscal, se os senadores modificarem, o texto terá de voltar à Câmara, que dará a palavra final antes do envio para a sanção presidencial.

Durante a semana, senadores e políticos do DF se encontraram com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), para tratar do assunto. Pacheco também teria recebido bem a demanda dos parlamentares.

Por outro lado, apesar de conversas por telefone, ainda não há uma reunião marcada com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar do tema.

STJ publica decisão sobre tributação de benefícios do ICMS e coloca em debate vitória bilionária da União

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicou na segunda-feira (12) o acórdão do julgamento que permitiu a tributação de IRPJ e CSLL sobre benefícios fiscais do ICMS. A decisão colocou em debate a vitória bilionária projetada pela União.

A Corte definiu que é impossível excluir os benefícios fiscais relacionados ao ICMS, tais como redução de base de cálculo, redução de alíquota, isenção, diferimento, entre outros, da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, salvo quando atendidos os requisitos previstos em lei.

O Ministério da Fazenda projetou que a decisão poderia alavancar a arrecadação em R$ 88 bilhões por ano.

João Cláudio Leal, sócio-coordenador da área tributária do SGMP Advogados, indica que a publicação do acórdão “confirma a percepção de que a vitória da União foi menor que o anúncio inicial”.

O especialista destaca que os benefícios podem ser excluídos da base de cálculo do IRPJ e CSLL “desde que cumpridas as exigências de registro em reserva de lucros e limitações correspondentes, previstas na legislação tributária federal”.

“Os contribuintes que até aqui não cumpriam tais exigências, previstas na Lei Complementar 160 e na Lei 12.973 podem estar sujeitos a autuações fiscais. Mas é preciso avaliar individualmente as medidas a serem tomadas”, explica.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) divulgou nota na noite da segunda em que defende os termos de sua vitória e entende que sua tese foi acatada pelo acórdão do STJ.

“A subvenção, independente do nome que receba em cada estado, seja de investimentos ou de custeio, é um mecanismo que permite a redução dos preços finais ao consumidor, tendo em conta a repercussão do ICMS cobrado das empresas pelos estados. Isso não muda. Mas esses valores não são lucro e devem cumprir o regramento legal para futuro reinvestimento”, aponta.

Com débitos de R$ 1 milhão, Bolsonaro tem bloqueado R$ 447 mil de contas por Justiça de SP

Com débitos por multas que ultrapassam 1 milhão de reais, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de bloqueio da Justiça paulista de 447 mil reais de suas contas pelo fato de não ter pago multas decorrentes do não uso de máscara no Estado durante a pandemia de Coronavírus.

No site da dívida ativa do Estado de São Paulo, o ex-chefe do Executivo federal recebeu sete multas da Secretaria de Saúde estadual entre julho de 2021 a junho de 2022 que, em valores que somados chegam à quantia de R$ 1.062.416,65, envolvendo os valores principais dos débitos e outras correções.

Há casos que já estão judicializados e com decisões desfavoráveis ao ex-presidente. Inicialmente, Bolsonaro foi alvo de um bloqueio judicial de 77,4 mil reais e mais recentemente, outros 370 mil reais, segundo a assessoria do TJ de São Paulo.

“Posto isso, defiro o requerimento da Fazenda do Estado de São Paulo e determino a indisponibilidade de dinheiro em depósito ou aplicação financeira do(s) executado(s), existente nas instituições vinculadas ao Banco Central do Brasil, mediante bloqueio de valores até o limite da dívida executada”, escreveu a juíza Ana Maria Brugin, no último despacho.

Em evento do PL pela manhã, Bolsonaro disse ter ficado sabendo do bloqueio de suas contas pela imprensa e ironizou.

“Fique tranquilo porque, por enquanto, eu tenho fundo, (mas) daqui a pouco não tenho mais e vamos ver se o Valdemar me paga por fora meu salário retido aí”, afirmou, sob risos, acrescentando que não vai se desesperar.

À tarde, o advogado e ex-ministro Fabio Wajngarten, que tem atuado na comunicação do ex-presidente, criticou as penalidades a Bolsonaro em uma rede social.

“Se a pandemia foi um processo de aprendizagem contínua de tratamentos, remédios, comportamentos, decisões, com muitos erros e acertos na medida em que novas informações iam surgindo, nenhuma multa deveria ter sido aplicada”, disse.

“Ninguém detinha a verdade absoluta, ninguém era o dono da razão”, ressaltou.

O uso de máscara de proteção facial foi considerado pela comunidade médica um meio efetivo de reduzir os riscos de contaminação com o coronavírus e foi obrigatório durante um período da pandemia.

Planalto deve organizar reuniões quinzenais para tratar de liberação de emendas

O Palácio do Planalto vem sendo cobrado pelo Congresso Nacional para realizar reuniões quinzenais com líderes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Além de projetos e votações, a ideia é que nesses encontros parlamentares também tratem da liberação de emendas com o governo federal.

Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutiu o assunto em reunião com o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Assessores do ministro já transitam pelo Congresso para debater não só a situação de emendas represadas, mas a nomeação de indicados para cargos no segundo e terceiro escalão do governo.

Para acelerar ainda mais o processo, Lula deverá tratar da relação com o Congresso durante reunião ministerial agendada essa semana.

A expectativa é que o presidente da República volte a reafirmar sua confiança em Padilha, já que o ministro passou a ser criticado por conta das dificuldades na articulação política.

A interlocução com o Legislativo ganhou ainda mais relevância após o aumento da crise entre o governo e o União Brasil. O partido vem pressionando para que a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, deixe o cargo e seja substituída pelo também deputado da sigla, Celso Sabino (União Brasil-PA).

Tebet diz que aprovação da LDO pode ter que ficar para o segundo semestre

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que a aprovação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano pode ficar para o segundo semestre, ao indicar que a medida daria tempo para o governo ajustar a proposta a parâmetros estabelecidos pela nova regra fiscal.

O projeto da LDO de 2024, que fixa os parâmetros para a lei orçamentária do mesmo período, foi enviado pelo governo Lula ao Congresso em abril e não contempla as mudanças que estão sendo discutidas na nova regra fiscal.

Pela Constituição, os parlamentares só podem ter direito a um recesso parlamentar em julho após a aprovação da LDO. Quando isso não ocorre, eles fazem uma paralisação informal nas atividades, chamada popularmente de recesso branco.

Após se reunir com líderes partidários do Senado, Tebet defendeu que o importante é votar o arcabouço o mais rápido possível. Disse ainda que “provavelmente” vai precisar que o Congresso dê mais tempo ao governo para aprovar a norma.

“A LDO, que tem que ser aprovada até o final do recesso, talvez teríamos que exigir um pouquinho mais de trabalho do Congresso porque o arcabouço faz uma série de alterações, teremos que revisar a LDO, talvez até o presidente Lula mandar uma mensagem alterando dispositivos da LDO”, disse.

“Então, a LDO teria que ficar um pouquinho mais para o segundo semestre no sentido da aprovação final”, reforçou.

Lula alerta ministros que irá intervir, se pastas não atenderem demandas do Planalto

Entre os muitos recados da reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou os ministros que irá intervir nas pastas, caso as demandas do Planalto não sejam atendidas pelos ministérios.

Lula ressaltou que as pastas precisam cumprir as ordens ou, caso contrário, ele seria obrigado a agir.

O uso da expressão “intervir” chamou atenção de vários ministros, que descreveram um presidente incomodado com o que ele acredita ser parcela de culpa dos ministérios na complicada relação do governo com o Congresso Nacional.

A declaração soou como um aviso do que pode deflagrar uma reforma ministerial no futuro, com trocas no primeiro escalão.

“O que ele quis dizer com isso? Que será obrigado a passar por cima dos ministros. Compreendo que ninguém pode constranger o presidente porque não está cumprindo as orientações (do Planalto)”, disse um ministro à CNN, na saída da reunião.

O exemplo mais emblemático, citado na reunião pelo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem a ver com a demora das pastas em dar andamento aos trâmites burocráticos para contratação de cerca de 400 nomes já validados pelo Planalto.

Trata-se de indicações de partidos aliados para o preenchimento de cargos de segundo e terceiro escalões.

Cade autoriza compra da Garoto pela Nestlé quase 20 anos depois de reprovar negócio

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a proposta de acordo da Nestlé para compra da brasileira Chocolates Garoto, anunciada duas décadas atrás, abrindo caminho para fim de processos do grupo suíço que teve a transação barrada inicialmente pelo órgão de defesa da concorrência em 2004.

A Nestlé anunciou a compra da Garoto em fevereiro de 2002, em negócio, na ocasião, de cerca de R$ 566 milhões que combinava a segunda e a terceira maiores fabricantes de chocolate do Brasil.

O Cade bloqueou a operação em fevereiro de 2004, por cinco votos a um, e demandou a venda da Garoto pela Nestlé a um rival menor. A Nestlé, então, entrou na Justiça com um pedido de revisão judicial da decisão, iniciando uma disputa nas cortes que não foi finalizada até os dias atuais.

Um dos dados utilizados pelo Cade na época, e que ajudou a basear a decisão, era a participação de mercado das companhias em diversos segmentos.

No segmento de chocolates sobre todas as formas, por exemplo, a Nestlé tinha 30,8% e a Garoto 24,4%, conforme levantamento da ACNielsen citado em nota técnica do Cade de março de 2002.

Outros levantamentos foram feitos nos meses seguintes, por consultoria e pela própria autarquia, com algumas diferenças pontuais.

ANS aprova reajuste de 9,63% em planos de saúde individuais e familiares

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, na segunda-feira (12), o índice máximo de 9,63% para o reajuste dos planos de saúde individuais e familiares. O teto se aplica a planos regulamentados e adaptados à Lei nº 9.656/98 e valem de maio de 2023 a abril de 2024. O aumento já pode ser aplicado imediatamente pelas operadoras, retroativo ao mês de maio.

A decisão foi unânime, com cinco votos dos diretores que acompanharam o relator, diretor Alexandre Fioranelli.

O presidente da ANS, Paulo Rebello, no entanto, deixou um aviso: “o que foi aprovado é um percentual máximo que pode ser aplicado pelas operadoras. As operadoras são livres para aplicar reajustes mais baixos e ficam proibidas de fazer reajuste acima”.

Após a aprovação pela ANS, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade representativa de operadoras de planos de saúde, divulgou dados onde aponta “a inflação da saúde, representada pela evolução do custo de assistência; a insegurança e a instabilidade regulatória; o aumento da judicialização; e o aumento expressivo da ocorrência de fraudes contra os planos de saúde como sendo os principais fatores que influenciam no cálculo do reajuste”.

“Vivemos uma crise sistêmica, que está atemorizando toda a cadeia de prestação de serviços de saúde privada. Além dos fatores estruturais, temos ainda fatores conjunturais importantes que afetam a sustentabilidade do setor, como mudanças institucionais, regulatórias e legislativas profundas nas regras que regem o setor de saúde suplementar nos últimos dois anos”, analisa a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente.

Os planos individuais respondem por 17% do total de beneficiários em planos de assistência médica, cerca de 9 milhões de usuários. A entidade ressalta que o reajuste anual é fundamental para recompor os custos e, consequentemente, manter o equilíbrio financeiro do setor, que fechou o ano de 2022 com R$ 10,7 bilhões de prejuízo operacional.

Presidente da Febraban defende estímulo ao investimento privado

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse que é preciso ampliar os investimentos da economia brasileira, contando com a participação do setor privado. Ele elogiou os pisos de investimento determinados pela proposta do novo marco fiscal, mas disse que é preciso avançar.

“Assegurada a estabilidade macro, nosso desafio para crescer no longo prazo depende, ainda, de ampliarmos de forma substancial o nível de investimentos da nossa economia, tanto os públicos como os privados”, disse.

Sidney participou da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), conhecido como Conselhão, realizada na sede da Febraban, com a participação da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

“Estamos investindo apenas cerca de 18% do PIB, o que é muito pouco para crescermos de forma sustentada”, afirmou Sidney.

Segundo ele, os pisos estabelecidos no arcabouço para o investimento em algumas áreas, com a possibilidade de uso do excesso de arrecadação, são positivos, mas é preciso estimular também o investimento privado.

“Temos de abrir espaço para as PPPs [Parceria Público-Privadas]. Precisar tanto dos recursos como da expertise do setor privado para ampliar nossos investimentos em infraestrutura. Assim, precisamos atrair e ampliar mais os investimentos privados”, disse.

O presidente da Febraban também voltou a defender a redução do custo do crédito, segundo ele, majoritariamente associado a pontos como a tributação sobre a intermediação financeira e à inadimplência.

“Precisamos urgentemente reduzir o custo Brasil no crédito. Bancos não precisam de juros altos para lucrar”, afirmou ele, que disse ainda que quatro quintos do spread bancário (diferença entre custo de captação e juros dos empréstimos) vêm dos custos.

Sidney afirmou que é preciso também estimular o mercado de capitais.

Balanços da Americanas vinham sendo fraudados por diretoria anterior, diz relatório de assessores

As demonstrações financeiras da Americanas vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior, segundo relatório de assessores jurídicos apresentado na véspera ao conselho de administração da companhia, divulgou na terça-feira (13) a varejista que está em recuperação judicial.

A Americanas afirmou que o efeito dos ajustes decorrentes das fraudes nos resultados da companhia ao longo do tempo ainda está sendo apurado, “mas a expectativa da administração é de que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo”.

O relatório foi baseado em documentos entregues pelo comitê de investigação independente e por documentos complementares identificados pela administração e seus assessores após as reuniões com o comitê.

Positivo investe R$ 40 milhões para lançar unidade de automação e segurança com foco em empresas

A Positivo Tecnologia lançou a unidade de negócios de automação e segurança eletrônica PositivoSEG, voltada para o mercado corporativo, com investimentos de 40 milhões de reais.

A ideia da unidade é operar inicialmente em quatro avenidas: detecção de intrusão, com alarmes e sensores; rede e conectividade, o que inclui roteadores de internet; sistema de Circuito Fechado de Televisão (CFTV); e acessórios.

O setor de segurança eletrônica faturou cerca de 11 bilhões de reais no ano passado no país, com um crescimento de 18% ante 2021, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese). A perspectiva é de expansão de 19% este ano, segundo a entidade.

“Nós queremos ter um percentual significativo desses 11 bilhões do mercado, que percentual nós vamos atingir eu não sei, mas estamos aqui para entrar grande”, disse o presidente da Positivo, Helio Bruck Rotenberg, em entrevista à Reuters.

A PositivoSEG mira empresas que fazem os serviços de instalação para o cliente final, e pretende oferecer treinamento e consultoria especializada aos canais de vendas.

“Pretendemos pegar um pedaço desse mercado, ter um share significativo desse mercado”, disse Rotenberg, sobre o setor de automação e segurança. Uma das rivais da companhia será a Intelbras.

A Positivo, que atualmente vende produtos como computadores para empresas e indivíduos, e urnas eletrônicas para o governo, prevê que a implantação da nova unidade começará a surtir maior efeito nos resultados a partir de 2024, mas que já vai ter “algum impacto este ano”, disse Rotenberg, sem especificar.

Movimento em concessionárias cresce até 260%, diz Fenabrave

A Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos, informou que a circulação nas lojas de automóveis mais que triplicou em apenas uma semana após o anúncio do programa de descontos patrocinado pelo governo. A movimentação cresceu até 260% desde que a medida entrou em vigor, no último dia 6 de junho.

A entidade teve retorno de 54 filiadas em consulta sobre a reação do mercado à medida, que garante descontos de R$ 2.000 a até R$ 8.000 no preço dos veículos que custam até R$ 120 mil. Na maioria dos casos, os presidentes das associações de revendas relataram aumento expressivo no fluxo das lojas.

Ainda de acordo com a Fenabrave, os créditos tributários autorizados pelo governo não devem durar muito mais do que 30 dias.

Segundo Andreta Junior, presidente da entidade, o movimento aumentou especialmente nas concessionárias que representam marcas com maior número de modelos de entrada no portfólio.

O representante do setor de distribuição de veículos acrescentou ainda que seria “oportuno” um aumento no aporte de recursos federais para ampliar ainda mais o êxito do programa, que já tem sido incentivado por descontos extras oferecidos pelas montadoras.

Preços de medicamentos adquiridos por hospitais fecharam maio com queda de 1,37%, aponta IPM-H

A deflação aguardada para o fechamento de junho no índice oficial de preços ao consumidor (IPCA) já se fez presente, em maio, nos medicamentos adquiridos por hospitais. Um mês após o reajuste anual definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que resultou na alta dos preços de medicamentos de maneira geral, o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) aponta recuo de 1,37%.

Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com a plataforma Bionexo, empresa de tecnologia SaaS líder em soluções para gestão em saúde, o IPM-H dá conta de que o resultado do mês de maio foi influenciado pela queda nos preços dos grupos aparelho digestivo, metabolismo e sistema nervoso.

Em termos comparativos, o IPM-H de maio fechou 1,60 ponto porcentual abaixo da inflação ao consumidor medida pelo IPCA, que no mesmo período registrou uma alta média de 0,23% nos preços ao consumidor. O IPM-H em maio só não ficou abaixo da variação do IGP-M, que registrou uma deflação de 1,84% nos preços no atacado.

“Além disso, informações do Banco Central revelaram um recuo mensal de 0,74% na taxa média de câmbio”, disse o economista da Fipe, Bruno Oliva.

Segundo o economista, o comportamento do IPM-H se mostrou em linha com o comportamento histórico para o mês de maio. Isso porque, conforme padrão sazonal do índice, apurado desde 2015, os preços usualmente exibem desaceleração ou recuo no mês seguinte à entrada em vigor dos reajustes anuais autorizados pela CMED, que estabeleceu uma alta de até 5,6% para os preços dos medicamentos no país. Em abril os preços dos medicamentos foram ajustados para cima em 3,21%.

Entre os fatores que contribuíram para a queda observada no grupo terapêutico aparelho digestivo e metabolismo, pode-se destacar o comportamento dos preços de medicamentos classificados como antieméticos, muito demandados por hospitais.

“O resultado colaborou para acomodar, parcialmente, altas apuradas para esse mesmo grupo terapêutico nos meses anteriores”, disse Oliva.

Atividades turísticas caem 0,1% em abril ante março, mas estão 0,7% acima do pré-pandemia

O agregado especial de Atividades turísticas caiu 0,1% em abril ante março, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O segmento opera 0,7% acima do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia, mas ainda 6,7% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Na comparação com abril de 2022, o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu 1,4% em abril de 2023, 25ª taxa positiva seguida.

Houve influência do aumento na receita de empresas de locação de automóveis, atividades teatrais, musicais e de espetáculos em geral, agências de viagens, serviços de bufê e transporte rodoviário coletivo de passageiros.

De acordo com o IBGE, houve altas em cinco das 12 Unidades da Federação onde o indicador é investigado, com destaque para São Paulo (3,6%), Minas Gerais (10,1%), Paraná (3,6%) e Rio Grande do Sul (1,1%). Na direção oposta, o Distrito Federal (-10,0%) exerceu o impacto negativo mais relevante, seguido por Pernambuco (-7,4%), Goiás (-4,4%) e Rio de Janeiro (-0,5%).

SELIC

O J.P Morgan revisou a expectativa da Selic para este e para o próximo ano. Desta vez, o banco indica o início do afrouxamento da taxa básica de juros para setembro, e a projeção é de que ela chegue ao fim do ano em 12,25%, ante 12,75% na estimativa anterior.

Já para o fim do ano que vem, os economistas esperam que a Selic feche em 10%.

Em relatório, assinado por Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira, os cortes de juros tendem a começar já em setembro, com uma redução de 0,5 ponto porcentual.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), a projeção meta para a taxa Selic ficou em 12,25%, ante 12,50% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 1,95% na primeira prévia de junho, após cair 1,13% na mesma leitura de maio, informou na manhã de segunda-feira (12), a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A contração foi puxada por deflação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que recuou 2,74%, ante queda de 1,74% no mesmo período de maio. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) também contraiu no período, 0,30%, ante alta de 0,64%. Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou de 0,10% para 0,72%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), a projeção para o IGP-M ficou em -1,21%, ante -0,20% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

IPCA

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, está “caindo bastante” e que “provavelmente” o dado de junho será negativo e “depois vai começar a subir lentamente” e “vai terminar o ano subindo”.

O executivo esteve em um evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo.

“Vai ter meses entre 0,4% e 0,5% no fim do ano, o que vai fazer com que a inflação no ano fique mais ou menos entre 4,5% e 5%, mais perto de 4,5%, isso é uma melhora em relação ao que esperávamos, mas uma melhora lenta”, disse em evento promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), os economistas reduziram as estimativas do IPCA para 5,12%, ante 5,42% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

PIB

Em meio a uma leva de dados positivos, bancos, corretoras e consultorias estão revisando para cima suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, com um bom punhado deles já falando em um crescimento econômico que deve passar dos 2% neste ano.

Até a pandemia, quando a economia brasileira e a global passaram por oscilações muito fortes, a última vez em que o Brasil cresceu mais de 2% foi há uma década, em 2013, quando o PIB do país avançou 3%.

De acordo com o relatório Focus divulgado na segunda-feira (19), a projeção para o PIB ficou em 2,14%, ante 1,84% apresentado na mediana das projeções da semana anterior.

Mercado acionário e câmbio

Na segunda-feira (12), o Ibovespa fechou em alta, renovando máximas em sete meses, com Petrobras e Banco do Brasil entre os principais suportes, enquanto Vale freou um desempenho mais robusto em meio ao declínio do minério de ferro na Ásia. O índice Ibovespa teve alta de 0,27%, a 117.336,34 pontos. O volume financeiro somou R$ 28,9 bilhões.

Na terça-feira (13), o Ibovespa fechou em queda, reflexo de movimentos de realização de lucros após sete pregões consecutivos de alta, descolando do desempenho mais positivo de Wall Street, em meio a expectativas de uma pausa no ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos. O índice Ibovespa teve queda de 0,51%, a 116.742,71 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,9 bilhões.

Na quarta-feira (14), o Ibovespa fechou em alta, após o Federal Reserve confirmar expectativas no mercado e manter os juros dos Estados Unidos na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, embora tenha deixado a porta aberta para aumento adicional até o final do ano. A melhora na perspectiva da nota de classificação de risco do Brasil para “positiva” pela Standard & Poor’s fez o Ibovespa acelerar a alta e renovar máxima da sessão na última meia-hora de pregão. O índice Ibovespa teve alta de 1,99%, a 119.068,77 pontos. O volume financeiro somou R$ 71,9 bilhões.

Na quinta-feira (15), o Ibovespa fechou em alta, resistindo a movimentos de realização de lucros, conforme persiste o viés positivo para as ações brasileiras na esteira de expectativas atreladas à trajetória da taxa Selic, além de um forte fluxo de capital externo para a bolsa paulista no mês. O índice Ibovespa teve alta de 0,13%, a 119.221,00 pontos. O volume financeiro somou R$ 29 bilhões.

Na sexta-feira (16), por volta das 12h00, o índice Ibovespa operava em queda de 0,036%, a 119.177,87 pontos. Descolado do viés mais positivo no exterior, refletindo alguns ajustes após uma semana movimentada, com o último pregão da semana ainda marcado pelo vencimento de opções sobre ações na B3. Ao final do dia, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,39%, a 118.758,42 pontos. O volume financeiro somou R$ 35,1 bilhões.

O dólar operava em alta na sexta-feira (16), por volta das 12h00, o dólar registrava alta de 0,42%, cotado a R$ 4,8225 na venda. Depois de na véspera renovar seus menores patamares em um ano após sequência de perdas, com o foco de investidores continuando na política monetária após a reunião do Federal Reserve e antes do encontro do Copom na semana que vem, em meio ainda a perspectivas mais positivas para o Brasil.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira (16) cotado a R$ 4,8196, com investidores realizando os lucros mais recentes e com as cotações seguindo a tendência mais ampla do exterior, onde a moeda norte-americana também subia ante várias outras divisas.

FONTES

G1 | UOL | CBN | Valor Invest | Estadão | IN | Infomoney | Seu Dinheiro | Agência Brasil | Veja | Reuters | Terra | R7 | CNN | Valor | TC | Mais Retorno | Agência Senado | Invest News | Estadão | O Globo | Folha de S.Paulo

Research Matarazzo & Cia. Investimentos
matarazzo-cia.com/blog/
19/06/2023